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DIREITO E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

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Prévia do material em texto

E-BOOK
DIREITO E LEGISLAÇÃO 
AMBIENTAL
Introdução ao estudo do direito 
ambiental
APRESENTAÇÃO
A preocupação com a preservação ambiental remete aos primórdios da humanidade, desde os 
dogmas da Antiguidade até a proteção dos recursos naturais como obra divina, sendo diretriz 
bíblica e base da história recente. 
A evolução humana é resultado de diversas alterações biológicas, tornando possíveis o 
surgimento de diversas espécies e o próprio desenvolvimento do homem, cuja principal 
característica é a inteligência: a partir do momento em que a humanidade desenvolve sua 
capacidade intelectual, deixa de ser parte do sistema para se tornar o maior agente modificador 
da história do planeta, trazendo a necessidade de organização social que preserve os recursos 
essenciais para a vida. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as origens históricas da proteção do meio 
ambiente, como o sistema ambiental se estabelece e é organizado no Brasil e quais são as 
principais fontes do Direito Ambiental. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer a historicidade da preocupação com o meio ambiente.•
Identificar a evolução legal da proteção do meio ambiente do Brasil.•
Analisar as fontes do Direito Ambiental.•
DESAFIO
Os moradores do bairro Alameda de uma pequena cidade contrataram você para evitar a 
derrubada de uma grande árvore que já está com o corte marcado, a fim de viabilizar a 
construção de um ponto de ônibus no local.
Com base nos seus conhecimentos sobre a evolução histórica e as fontes do Direito Ambiental, 
que alternativa você poderia sugerir para os moradores do bairro? Traga um exemplo.
INFOGRÁFICO
O Direito Ambiental é construído por meio de diversas fontes que formam o conjunto de 
regulamentações legais sobre o meio ambiente. São elas: movimentos sociais, descobertas 
científicas e doutrina, além da Constituição Federal, das leis infraconstitucionais e das normas 
administrativas emitidas por órgãos como o Ibama e o CONAMA. O Infográfico a seguir indica 
aspectos importantes de cada uma dessas fontes. 
 
Confira.
CONTEÚDO DO LIVRO
No âmbito do Direito Ambiental, várias fontes deram origem à proteção existente atualmente. 
Historicamente, pode-se dizer que houveram três princiapis períodos, inciando com o período 
pré-histórico até a humanidade conhecida nos dias de hoje.
Na obra Direito e legislação ambiental, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, leia o 
capítulo Introdução ao estudo do Direito Ambiental, no qual você vai conhecer o 
desenvolvimento histórico da atenção com o meio ambiente, que apresenta interessantes 
aspectos que se tornam base para os marcos legais que fundamentam todo o sistema jurídico 
ambiental vigente.
Boa leitura. 
DIREITO E 
LEGISLAÇÃO 
AMBIENTAL
Cinthia Louzada
Introdução ao estudo 
do Direito Ambiental
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Reconhecer a historicidade da preocupação com o meio ambiente.
 Identifi car a evolução legal da proteção ao meio ambiente no Brasil.
 Analisar as fontes do Direito Ambiental.
Introdução
A preocupação com a preservação ambiental remete aos primórdios 
da humanidade, desde os dogmas da Antiguidade até a proteção dos 
recursos naturais como obra divina, sendo diretriz bíblica e base da 
história recente. 
A evolução humana é resultado de várias alterações biológicas, tor-
nando possível o surgimento de diversas espécies e o próprio desen-
volvimento do homem, cuja principal característica é a inteligência: a 
partir do momento em que a humanidade desenvolve a sua capacidade 
intelectual, deixa de ser parte do sistema para se tornar o maior agente 
modificador da história do planeta, trazendo a necessidade de organi-
zação social que preserve os recursos essenciais para a vida.
Neste capítulo, você vai ler sobre as origens históricas da proteção ao 
meio ambiente, sobre como o sistema ambiental se estabelece e é orga-
nizado no Brasil, e ainda sobre as principais fontes do Direito Ambiental.
Cap_1_Direito_e_Legislacao_Ambiental.indd 13 12/01/2018 11:15:05
Surgimento da preocupação 
com o meio ambiente
Cientifi camente, acredita-se que o universo possui mais de 13 bilhões de anos, 
sendo que as primeiras manifestações de vida são calculadas em 600 milhões de 
anos. Os dinossauros, por sua vez, viveram há 65 milhões, e os seres humanos, 
entre 3 e 4 milhões. Nesse contexto, a Terra surgiu, com a sua formação atual, 
em virtude da colisão com outro planeta, cujos fragmentos formam a Lua, nosso 
satélite. Como afi rma Luís Sirvinskas (2016, p. 71) “[...] há várias teorias que 
tentam comprovar o surgimento da Lua, mas a mais recente e aceita é a teoria 
do impacto gigante. Isso foi possível após a análise de rochas e poeiras trazidas 
pelos astronautas, cujas composições são semelhantes às existentes na Terra”.
No que se refere à vida humana, foram diversas fases até o homem atual. 
A pré-história durou quase a totalidade do tempo, o neolítico teve início há 
mais de 20 mil anos, e a história iniciou há 3.500 anos. Podemos destacar 
que a Revolução Industrial data de 300 anos e a era dos computadores possui 
menos de 70 anos. Atualmente, vivemos novas revoluções tecnológicas, como 
a biotecnologia e a nanotecnologia, o que indica as constantes mudanças 
históricas na vida da humanidade, que refletem em vários aspectos, inclusive 
na nossa relação com o planeta.
Sobre a evolução humana, podemos considerar, sobretudo, que é resultado 
de diversas alterações biológicas, o que tornou possíveis o surgimento de 
diversas espécies e o próprio desenvolvimento do homem, cuja principal 
característica é a inteligência.
A partir do momento em que a humanidade desenvolveu a sua capacidade intelectual, 
deixou de ser parte do sistema para se tornar o maior agente modificador da história 
do planeta Terra.
Tendo em vista tantas modificações, podemos afirmar que uma das primeiras 
preocupações da interação do homem com o planeta é indicada na Bíblia Sagrada, 
que prevê o julgamento humano em virtude de todas as suas ações contra a natureza, 
que é criação de Deus. Destacam-se estas duas passagens bíblicas: “a Terra é do 
Senhor e tudo que há nela; o mundo e todos os que nele habitam (Salmo 24:1) e “os 
Introdução ao estudo do Direito Ambiental14
Cap_1_Direito_e_Legislacao_Ambiental.indd 14 12/01/2018 11:15:05
céus são do Senhor, mas a Terra Ele a deu aos filhos dos homens (Salmo 115:16)”. 
Assim, podemos dizer que a natureza não se restringe aos animais, mas engloba 
tudo o que há na Terra (minérios, vegetais, ar, água, entre outros).
Para Luís Sirvinskas (2016, p. 75):
[...] o Homem conseguiu sair da Idade da Pedra para ingressar na Era das 
Civilizações apenas quando associou noções de Direito aos conhecimentos 
sobre ecologia. Os povos da antiguidade começaram a valorizar suas terras que 
eram banhadas pelos rios, pois, com o transbordamento, os húmus adubavam 
as margens, tornando-as férteis para a plantação. A partir daí, as cidades eram 
edificadas em torno dos rios e sua vida obedecia ao seu regime, ou seja, o 
homem passou a se adaptar às variáveis dos cursos das águas.
É o início de uma preocupação ambiental que só se desenvolveu desde então. 
Nesse sentido, o documento mais antigo que se conhece é a Confissão Negativa. 
Trata-se de um papiro encontrado com as múmias egípcias, que fazia parte do 
Livro dos Mortos, datado de 3.500 anos. Lia-se, em trechos desse documento: 
Homenagem a ti, grande Deus, Senhor da Verdade e da Justiça. Não fiz mal 
algum [...] Não matei os animais sagrados, não prejudiquei as lavouras [...] Não 
sujei a água, não usurpei a terra, não fiz um senhor maltratar o escravo [...] 
Não repeli a água em seu tempo, não cortei um dique [...] (LIVRO..., [199-?]).
O texto faz referência às práticas comuns da época, como agressões aos 
animais, escravos, lavouras e todos os recursos naturais.Esse documento era 
uma confissão que o morto deveria sepultar consigo para comprovar o seu 
respeito com o que era considerado sagrado pelos deuses.
Os documentos indígenas, como da tribo Seattle e da tribo Sioux, em 
meados do século XIX, também são referências iniciais da proteção ambiental 
mundial, considerando que os ditames dos líderes indígenas foram precursores 
da consciência ecológica. Essa reflexão é muito antiga e se manifestava mesmo 
com as limitações da biologia e da ecologia daquela época, tornando-se a inspi-
ração para o desenvolvimento das questões ambientais como conhecemos hoje.
Histórico da proteção ao meio 
ambiente no Brasil
No Brasil, podemos dividir a proteção ao meio ambiente em três etapas, que 
detalharemos a seguir.
15Introdução ao estudo do Direito Ambiental
Cap_1_Direito_e_Legislacao_Ambiental.indd 15 12/01/2018 11:15:05
Primeiro período
O primeiro período inicia com o descobrimento do Brasil e se estende até a vinda da 
família real ao Brasil, em 1808. Durante esse período, podemos encontrar algumas 
normas esparsas de proteção ao meio ambiente, como, por exemplo, a preservação 
do pau-brasil e do ouro. Nessa época, podemos destacar as seguintes legislações:
Regimento do pau-brasil em 1605 — protegia o pau-brasil como propriedade 
real e impunha penas a quem cortasse essas árvores sem autorização.
Alvará de 1675 — proibia a existência de sesmarias nas terras dos litorais, 
onde havia madeiras.
Carta Régia de 1797 — protegia as fl orestas localizadas nas proximidades 
de rios e encostas, que eram consideradas propriedade da Coroa.
Regimento de Cortes de Madeiras de 1799 — estabelecia regras para os 
cortes de árvores.
A Figura 1 apresenta o mapa Terra Brasilis, de 1519.
Figura 1. Mapa Terra Brasilis, de 1519. Representa o pau-brasil ao longo 
da costa da Mata Atlântica.
Fonte: Pau-Brasil (2017).
Introdução ao estudo do Direito Ambiental16
Cap_1_Direito_e_Legislacao_Ambiental.indd 16 12/01/2018 11:15:05
Segundo período
O segundo período inicia com a vinda da família real ao Brasil, em 1808, até 
a instituição da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), em 1981. Esse 
período é caracterizado pelo uso desenfreado dos recursos naturais. Luís 
Sirvinskas (2016, p. 80) comenta que:
 [...] havia, sim, preocupações pontuais, objetivando a conservação do meio 
ambiente e a não a sua preservação. Surgiu, nesse período, a fase fragmentária, 
em que o legislador procurou proteger categorias mais amplas dos recursos 
naturais, limitando sua exploração desordenada. 
São importantes normas desse período:
 a Lei nº. 601, de 16 de setembro de 1850, conhecida como a Lei de Terras 
do Brasil, que disciplinava a ocupação do solo e estabelecia penas para 
atividades predatórias;
 o Decreto nº. 8.843, de 26 de julho de 1911, que criou a primeira reserva 
florestal do País, no Acre;
 a Lei nº. 3.071, de 1º de janeiro de 1916, conhecida como Código Civil, 
que estabelecia normas de natureza ecológica;
 o Decreto nº. 23.793, de 23 de janeiro de 1934, conhecido como o Código 
Florestal, que dispunha limites ao exercício de propriedade.
Terceiro período
O terceiro período inicia com a Lei nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981, 
conhecida como PNMA, e vai até os dias atuais. Nesse contexto, o meio 
ambiente passa a ser considerado de maneira abrangente, e a sua proteção 
passa a consistir em um sistema ecológico integrado. São normas que se 
destacam nesse período:
 a Lei nº. 7.347, de 24 de julho de 1985, que dispõe sobre a ação civil pública;
 a Constituição Federal de 1988;
 a Lei nº. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções
para atividades danosas ao meio ambiente;
 a Lei nº.10.257, de 10 de julho de 2001, conhecida como Estatuto da Cidade;
 a Lei nº. 12.305, de 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional 
dos Resíduos Sólidos (PNRS).
17Introdução ao estudo do Direito Ambiental
Cap_1_Direito_e_Legislacao_Ambiental.indd 17 12/01/2018 11:15:05
Esse panorama apresenta a crescente preocupação com as questões am-
bientais desde o Brasil colônia, quando se protegia a derrubada de árvores 
para a exportação de madeira a Portugal. Desenvolvendo-se por meio das 
primeiras Constituições brasileiras até a instituição do Código Florestal em 
2012, a proteção do meio ambiente representa grande repercussão social e 
requer especial atenção para as suas peculiaridades.
O Brasil está na vanguarda das discussões ambientais. As políticas como a que protege 
os recursos hídricos e os resíduos sólidos, além da previsão de mecanismos jurídicos 
para a proteção do meio ambiente, como a ação civil pública, são referências mundiais 
de Direito Ambiental.
Fontes do Direito Ambiental
Ao estudarmos as fontes do Direito Ambiental, precisamos fazer uma con-
textualização histórica, a fi m de entendermos que o problema da lei não 
surgiu repentinamente ou que o problema da atividade decisória dos juízes 
acompanhou o homem desde as suas origens. Podemos destacar que o Direito 
foi, em primeiro lugar, um fato social confuso com outros elementos, como 
previsões de natureza religiosa, como já comentado.
Nas primeiras civilizações, o Direito era um processo da ordem dos cos-
tumes: as regras jurídicas se formavam no todo social, em confusão com 
outras regras não jurídicas. Esse momento histórico do Direito costumeiro 
é o mais longo da humanidade. Alguns calculam em dezenas e até mesmo 
em centenas de milhares de anos a fase em que as formas de vida religiosa, 
jurídica ou moral ainda não se distinguiam uma das outras. Mesmo quando a 
espécie humana começou a ter uma vaga noção dessas distinções, o Direito 
foi, durante muito tempo, um complexo de usos e costumes.
Foi apenas a partir do desenvolvimento das civilizações que o Direito come-
çou praticamente a existir, exigindo a elaboração de categorias lógicas próprias, 
por meio do trabalho criador dos jurisconsultos. Mais tarde, depois do Direito 
Romano clássico, isto é, quando começou a decadência do mundo romano, a lei, 
como processo legislativo, passou a prevalecer sobre o processo jurisdicional 
como fonte efetiva do Direito. Assim, atualmente, o Direito se consolida por 
Introdução ao estudo do Direito Ambiental18
Cap_1_Direito_e_Legislacao_Ambiental.indd 18 12/01/2018 11:15:05
meio de diversas fontes, cada uma representando a essência da aplicação nas 
normas jurídicas na busca do ideal de justiça, em qualquer ramo da sua aplicação.
No âmbito do Direito Ambiental, as fontes são múltiplas e se relacionam 
entre si. Podemos destacar, entre as mais influentes, as seguintes:
  movimentos sociais;
  descobertas científicas;
  doutrina.
Nos movimentos sociais, a mobilização popular tem apresentado resultados 
efetivos na proteção ao meio ambiente. Paulo de Bessa Antunes (2017, p. 36) 
comenta que:
[...] o movimento dos cidadãos em defesa da qualidade de vida e do meio 
ambiente ganhou maior expressão social e política a partir de 1960, sobretudo 
na Europa, nos Estados Unidos e no Japão. No Brasil, esse movimento teve 
início na década de 70, no Estado do Rio Grande do Sul.
Em 1971, foi fundada em Porto Alegre a Associação Gaúcha de Proteção 
ao Ambiente Natural (AGAPAN). Ainda, em 1955, na mesma capital, já existia 
a União Protetora da Natureza. Em meados de 1970, destacamos também a 
atuação do líder ambientalista Chico Mendes, no Acre, cuja luta repercute 
até hoje.
As descobertas científicas também desempenham importante função 
para a proteção ao meio ambiente e a construção do Direito Ambiental. O 
aquecimento global, por exemplo, deu origem ao Protocolo de Kyoto; há 
também o Protocolo de Montreal, as convenções sobre produtos perigosos e 
tantas outras normas baseadas em descobertas científicas.
Na doutrina, o estudo de especialistas e o posicionamento fundamentado 
de juristas estudiosos do Direito Ambiental formam uma importante fonte para 
as regulamentações ambientais. Os princípios e entendimentos internacionais 
podem ser adotados no Brasilpor meio da doutrina.
Além dessas, as chamadas fontes formais são essenciais para o desenvolvi-
mento do Direito Ambiental. A Constituição Federal, os tratados internacionais 
e as leis — além de normas administrativas emitidas por órgãos oficiais, como 
o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis 
(IBAMA) e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), e da jurispru-
dência — são fontes importantes para a regulamentação da proteção ambiental. 
Conforme destaca Paulo de Bessa Antunes (2016, p. 40):
19Introdução ao estudo do Direito Ambiental
Cap_1_Direito_e_Legislacao_Ambiental.indd 19 12/01/2018 11:15:06
[...] as leis brasileiras sobre proteção ambiental podem ser federais, estaduais 
ou municipais, cada uma dentro de uma determinada esfera de atribuição e 
competência. A Constituição Federal define um modelo para que cada lei de 
um ente federativo seja válida em determinada esfera. Os atos internacionais 
ratificados pelo Brasil integram o Direito brasileiro com a hierarquia de lei.
Sobre as normas administrativas, o autor complementa que: 
[...] são muito importantes em Direito Ambiental. Argumenta-se que não é 
possível que o Congresso legisle com a velocidade necessária para acompanhar 
determinadas áreas científicas nas quais a evolução é rápida, motivo pelo 
qual as normas administrativas devem ter o seu poder ampliado (ANTUNES, 
2017, p. 40).
Assim, o conjunto de normativas em prol da proteção do meio ambiente é 
fortalecido e tende a ser cada vez mais eficaz.
Introdução ao estudo do Direito Ambiental20
Cap_1_Direito_e_Legislacao_Ambiental.indd 20 12/01/2018 11:15:07
ANTUNES, P. de B. Direito ambiental. 19. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2017.
LIVRO DOS MORTOS: o primeiro livro da humanidade. São Paulo: Hemus, [199-?]. 
PAU-BRASIL. 2017. Disponível em: <http://www.historiadetudo.com/pau-brasil>. 
Acesso em: 9 jan. 2018.
SIRVINSKAS, L. P. Manual de Direito Ambiental. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
Leitura recomendada
MILARÉ, É. Direito do ambiente: doutrina, jurisprudência, glossário. 5. ed. ref., atual. e 
ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.
Conteúdo:
 
DICA DO PROFESSOR
No Brasil, podemos dividir a proteção do meio ambiente em três distintos períodos históricos, 
sendo o primeiro do descobrimento do Brasil até a vinda da família real para o país; o segundo 
até a instituição da Política Nacional do Meio Ambiente, em 1981; e o terceiro até os dias atuais. 
No vídeo a seguir, você vai ver os principais aspectos desses períodos históricos.
Assista.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) A preocupação com o meio ambiente teve início nos primórdios da humanidade e, de 
acordo com a evolução histórica, podemos afirmar que: 
A) documentos indígenas, como os das tribos Seattle e Sioux, são os primeiros documentos 
históricos sobre proteção do meio ambiente.
B) o documento mais antigo que demonstra preocupação ambiental é a Confissão Negativa, 
uma confissão que o morto deveria sepultar consigo para comprovar o seu respeito com o 
que era considerado sagrado pelos deuses na antiguidade egípcia.
C) a Bíblia Sagrada é o primeiro documento histórico em que se encontra a responsabilidade 
do homem com o meio ambiente, considerando que os recursos naturais são obra divina.
D) a primeira manifestação escrita de preocupação com o meio ambiente surgiu com a 
Revolução Industrial, há cerca de 300 anos.
E) a era dos computadores, com início nos anos 2000, trouxe a necessidade de 
regulamentação da proteção do meio ambiente, tendo em vista o grande impacto da 
tecnologia no meio ambiente.
2) Sobre a evolução do Direito Ambiental no Brasil, os períodos históricos podem ser 
divididos em três. A legislação que representa um marco para o início do terceiro 
período é: 
A) a Lei no 6.938/1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.
B) a Lei no 7.347/1985, que dispõe sobre a Ação Civil Pública
C) a Constituição Federal de 1988.
D) a Lei no 10.257/2001, Estatuto da Cidade.
E) a Lei no 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional dos Resíduos Sólidos.
3) Considere a frase a seguir: _______________ é fonte formal do Direito Ambiental e se 
caracteriza por traçar diretrizes para o sistema legislativo ambiental. A alternativa 
que melhor completa a frase anterior é: 
A) movimentos sociais.
B) eventos de organizações públicas oficiais.
C) doutrina.
D) descobertas científicas.
E) Constituição Federal.
O Direito se consolida por meio de diversas fontes, cada uma representando a busca 
do ideal de justiça, em qualquer que seja o ramo de sua aplicação. Sobre os tratados 
4) 
internacionais, é correto afirmar que: 
A) são válidos no Brasil desde o momento em que são assinados.
B) o Protocolo de Montreal é um exemplo de tratado internacional válido em outros países, 
mas não assinado pelo Brasil.
C) têm força de norma administrativa, como se fosse emitida pelo Brasil.
D) são fontes do Direito Ambiental no Brasil se forem ratificados no país.
E) devem ser validados internamente pelo CONAMA ou pelo Ibama.
5) Ao analisar o complexo de legislação ambiental, percebe-se a forte influência de 
normas administrativas, como as emitidas pelo Ibama e pelo CONAMA. Sobre essas 
normas, podemos afirmar que: 
A) não é possível que o Congresso legisle com a velocidade necessária para acompanhar as 
rápidas evoluções ambientais, motivo pelo qual as normas administrativas devem ter o seu 
poder ampliado.
B) são fontes e diretrizes importantes para a proteção ambiental, mas não são reconhecidas 
como fontes formais do Direito Ambiental.
C) na esfera ambiental, são mais importantes do que as leis e a Constituição Federal, pois 
efetivamente regulamentam a proteção do meio ambiente.
D) originam-se por meio da mobilização popular e da doutrina, sendo mais eficiente do que as 
leis ambientais, cujo processo legislativo é muito lento.
E) são órgãos que indicam diretrizes que devem ser seguidas para a elaboração de leis que 
objetivem a proteção ambiental.
NA PRÁTICA
A seguir, você vai conhecer um pouco sobre o Protocolo de Montreal e sobre os benefícios que 
ele trouxe à preservação do meio ambiente.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Justiça Viva
Assista ao vídeo do Superior Tribunal de Justiça. O assunto do programa é a origem do Direito 
Ambiental no país e o papel do Judiciário na proteção do meio ambiente.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
A evolução da legislação ambiental no Brasil
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Conceitos fundamentais de direito 
ambiental
APRESENTAÇÃO
O Direito Ambiental é um ramo relativamente novo do Direito e tem características muito 
especiais, por tutelar direitos transindividuais, difusos e coletivos. Seus principais conceitos são 
moldados por encontros internacionais de especialistas na área desde 1972 e seguem em 
transformação e adequação, tendo sua mais recente transformação na definição dos objetivos do 
desenvolvimento sustentável. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai ver as características especiais do conceito de Direito 
Ambiental, os seus conceitos fundamentais presentes nos princípios gerais da matéria, trazidos 
pelas conferências de Estocolmo em 1972 e Rio em 1992, as novas fronteiras trazidas pelos 
objetivos do desenvolvimento sustentável e pela Agenda 2030, bem como os seus 
desdobramentos no Direito interno brasileiro. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer o conceito de Direito Ambiental como ramo do Direito.•
Identificar os principais conceitos do Direito Ambiental.•
Analisar as contribuições do Direito Ambiental para o conceito de desenvolvimento 
sustentável.
•
DESAFIO
O Direito Ambiental tem dupla incidência,pois tutela tanto os direitos coletivos como também o 
direito individual de todos que são afetados por infrações ao direito fundamental ao meio 
ambiente equilibrado.
 
Considerando a situação hipotética, responda às seguintes perguntas:
1. É possível tutelar os direitos dos fazendeiros com base nas ferramentas de Direito Ambiental? 
Justifique.
2. É possível responsabilizar o Estado Nacional B pelos danos causados pela empresa 
termelétrica? Justifique.
INFOGRÁFICO
O Direito Ambiental é composto por uma grande variedade de conceitos-chave oriundos de 
diversas conferências internacionais sobre o tema. Neste Infográfico, você vai ver alguns 
conceitos selecionados para a melhor compreensão do Direito Ambiental e das suas ferramentas.
Confira.
CONTEÚDO DO LIVRO
Os conceitos fundamentais de Direito Ambiental são elementos em construção e atualização 
constantes, podendo ser extraídos de movimentos internacionais e internos que os ecoam. A 
partir do estudo de contribuições das diversas conferências internacionais sobre o meio 
ambiente, é possível extrair esses conceitos que constituem a base para o estudo do Direito 
Ambiental.
Neste capítulo, Conceitos fundamentais de Direito Ambiental, parte do livro Direito e legislação 
ambiental, você vai ver as especificidades do conceito de Direito Ambiental, os seus conceitos 
fundamentais e as tendências futuras de sua aplicação a partir dos objetivos do desenvolvimento 
sustentável.
Boa leitura.
DIREITO E 
LEGISLAÇÃO 
AMBIENTAL 
Magnum Eltz
Conceitos fundamentais 
de Direito Ambiental
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identifi car o conceito de Direito Ambiental como ramo do Direito.
  Reconhecer os principais conceitos do Direito Ambiental.
  Analisar as contribuições do Direito Ambiental para o conceito de 
desenvolvimento sustentável.
Introdução
O Direito Ambiental é um ramo relativamente novo do Direito e possui 
características bastante especiais por tutelar direitos transindividuais, 
difusos e coletivos. Os seus principais conceitos são moldados por en-
contros internacionais de especialistas na área desde 1972 e seguem em 
transformação e adequação, tendo a sua mais recente transformação na 
definição dos objetivos do desenvolvimento sustentável.
Neste capítulo, você vai ler sobre as características especiais do con-
ceito de Direito Ambiental, os seus conceitos fundamentais presentes nos 
princípios gerais da matéria trazidos pelas Conferências de Estocolmo em 
1972 e do Rio em 1992, além das novas fronteiras trazidas pelos objeti-
vos do desenvolvimento sustentável e pela Agenda 2030, com os seus 
desdobramentos no Direito interno brasileiro.
Direito Ambiental como ramo do Direito
O Direito Ambiental é um ramo do Direito em construção. Nasceu da pre-
ocupação da comunidade científi ca com as consequências do crescimento 
econômico-industrial acelerado, que culminou na Conferência de Estocolmo 
em 1972, a partir do Relatório Meadows do Clube de Roma, que constatou 
que a continuidade do crescimento acelerado poderia trazer a extinção da hu-
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manidade a partir da problemática demográfi ca malthusiana (falta de comida), 
do efeito estufa e da extinção de espécies de forma acelerada pela expansão 
das ocupações humanas.
Nesse sentido, Milaré (2013, p. 50) complementa a atualidade da discussão, 
onde:
Em verdade, a agressão aos bens da natureza, pondo em risco o destino do 
homem, é um dos tremendos males que estão gerando o “pânico universal” 
que assombra a humanidade neste inquietante início de milênio.
Por isso, nos últimos anos, a sociedade vem acordando para a problemática 
ambiental, repensando o mero crescimento econômico, buscando fórmulas 
alternativas, como o desenvolvimento sustentável ou o eco desenvolvimento, 
cuja característica principal consiste na possível e desejável conciliação entre 
o desenvolvimento, a preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade 
de vida — três metas indispensáveis.
Esse contexto trouxe à baila a criação de diversos princípios de Direito 
Ambiental na esfera internacional. Esses princípios seriam complementa-
dos na Conferência Rio-92, que consagraria conceitos importantes, como 
a responsabilidade objetivada pelo princípio do poluidor-pagador, além dos 
conceitos de precaução e de prevenção no Direito Ambiental e outros. Além 
disso, a Rio-92 é responsável pelo estabelecimento da Agenda 21 em busca 
de um desenvolvimento sustentável, que, segundo o autor:
Em 1992 a “Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desen-
volvimento” — Cnumad, mais conhecida como Eco 92 ou Rio 92, adotou na 
Declaração do Rio e na Agenda 21 o desenvolvimento sustentável como meta 
a ser buscada e respeitada por todos os países. Assim, o princípio 4 da decla-
ração do Rio estabelece que: “Para alcançar o desenvolvimento sustentável, 
a proteção ambiental constituirá parte integrante do processo de desenvolvi-
mento e não pode ser considerada isoladamente deste” (MILARÉ, 2013, p. 51).
Portanto, o Direito Ambiental é um ramo do Direito que inicia a sua jornada 
enquanto disciplina autônoma que visa à tutela de direitos que ultrapassam 
a subjetividade individual, mas que tutelam valores que dizem respeito às 
coletividades, por isso, é debatido enquanto direito transindividual, ora difuso, 
ora coletivo.
É nesse sentido que, ao ser consagrado na Constituição Federal brasileira 
de 1988, possui dupla incidência, pois tutela tanto os direitos coletivos quanto 
o direito individual de todos os afetados por infrações ao direito fundamental 
ao meio ambiente equilibrado, previsto em seu art. 225, que o configura como 
Conceitos fundamentais de Direito Ambiental2
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direito fundamental do cidadão brasileiro (BRASIL, 1988). Conforme ensina 
Canotilho (1998, p. 28):
Na caracterização do ambiente como direito fundamental, deve também 
destacar-se o seu entendimento como direito da personalidade humana, bem 
como a sua autonomia. Da mesma forma que deixamos vinculada a autono-
mia do ambiente enquanto bem jurídico, também como direito fundamental 
ele é protegido com autonomia relativamente a outros direitos que lhe são 
“próximos” (por exemplo o direito à saúde ou de propriedade). Como reflexo 
das crescentes preocupações que são em geral sentidas pela comunidade a 
este respeito, o legislador constitucional português deu guarda ao direito ao 
ambiente tutelando-o directa e imediatamente e não apenas como meio de 
efectivar outros direitos com ele relacionados.
Dessa forma, o Direito Ambiental é um ramo do Direito Público e do 
Direito Privado, embora a maior parte das suas regras e dos seus princípios se 
caracterize pelas restrições impostas pelo direito objetivo aos direitos subjeti-
vos (de propriedade, liberdade contratual, entre outros); este também tutela a 
liberdade, o uso e o gozo desse bem coletivo pelos indivíduos, tornando essa 
disciplina especial às divisões clássicas que permeiam o Direito.
Os direitos transindividuais são direitos de terceira geração ou direitos de solidariedade 
que envolvem direitos individuais e coletivos ao mesmo tempo, por isso, não são 
devidamente classificados entre as esferas pública e privada nos seus aspectos clássicos.
São espécies de direitos transindividuais os direitos difusos, quando incidem 
sobre coletividade indeterminada, ou direitos coletivos, quando incidem sobre 
grupos determinados.
Conceitos fundamentais de Direito Ambiental
Conforme mencionado, o Direito Ambiental é moldado por princípios oriundos 
das diversas conferências internacionais do meio ambiente, com destaque para 
as Conferências de Estocolmo, de 1972, e do Rio, em 1992, que deram origem 
aos primeiros conceitos fundamentais da área.
Neste capítulo, utilizaremos o trabalho de Nardy et al. (2003) como fio 
condutor.
3Conceitos fundamentaisde Direito Ambiental
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O primeiro conceito trabalhado pelo autor é o da soberania permanente 
sobre os recursos naturais:
 [...] no final da década de 1960, início da década de 1970, os países em 
desenvolvimento, em particular aqueles surgidos do recente processo de 
descolonização, propuseram-se a eliminar as práticas pelas quais as antigas 
potências coloniais mantinham o controle de facto da exploração de seus 
recursos naturais. Foi nesse contexto que a ideia de soberania permanente 
sobre recursos naturais veio à luz como uma doutrina de natureza econômica, 
completamente distinta do conceito político de soberania nacional, apesar de 
se reconhecer presentemente uma vinculação estreita entre as condições de 
afirmação de ambas ideias (NARDY et al., 2003, p. 8).
O conceito de soberania é um dos mais antigos do Direito Internacional, 
que é responsável por delimitar as fronteiras dos Estados nacionais, como 
concebidos durante o período moderno da História. Dessa forma, o princípio 
da soberania sobre os recursos naturais de um determinado país nada mais é 
do que um reflexo dessa constante histórica. 
No entanto, conforme a natureza coletiva e, muitas vezes, transfronteiriça 
dos bens ambientais, como é o caso da Amazônia, esse conceito é colocado 
em discussão pelos pesquisadores da área. Um exemplo dessa discussão 
encontra-se na imagem falsa circulada na internet sobre um território in-
ternacional, invadindo a soberania dos países que integram a Amazônia 
Legal (Brasil, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e 
Peru). Há, entre os defensores da falsa imagem, aqueles que entendam que 
o bem jurídico tutelado que é a Amazônia deveria obter proteção especial 
em relação aos seus países de origem, uma vez que as consequências de seu 
desmatamento possuem implicações globais, entre elas, a escassez de chuvas 
e as mudanças climáticas.
Esse debate é embasado no conceito de patrimônio comum da humani-
dade, que afirma que determinados recursos naturais devem ser intitulados 
a toda a humanidade. Esse princípio pode ser depreendido do princípio 13 da 
Conferência de Estocolmo, que invoca uma cooperação internacional para 
a gestão dos recursos naturais, e do princípio 6 da Conferência do Rio, que 
coloca nos interesses internacionais as ações de interesse comum aos Estados.
No entanto, ambas as cartas reconhecem a soberania nacional dos Estados 
que lhe são signatários, de modo que a cooperação internacional, como é de 
costume no Direito Internacional, deve se dar de comum acordo entre os Es-
tados por meio de acordos específicos, caso que ocorre na Amazônia quanto 
à pesquisa e ao desenvolvimento de fármacos, ações de preservação entre os 
Conceitos fundamentais de Direito Ambiental4
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países da Amazônia Legal e outras ações legítimas, mas que não a tornam 
um território internacional; sendo esta titularidade exclusiva do continente 
antártico até o presente momento.
O conceito de desenvolvimento, que trata de evolução de determinada 
economia por meio da realização de atividades que gerem aumento de riqueza 
em uma determinada nação, é bastante afetado pelas convenções internacionais 
sobre o meio ambiente para se chegar ao conceito novo de um desenvolvimento 
sustentável (econômico, social e ambiental), em que:
O direito ao desenvolvimento apresenta dois componentes elementares. O 
primeiro consiste na verdade, em uma reafirmação da soberania permanentes 
dos Estados sobre seus recursos naturais, mas a estende a todas as áreas da 
economia, da política e das liberdades civis. [...] Já o segundo componente desse 
princípio afirma que todo homem tem o direito de contribuir para e participar 
do desenvolvimento cultural, social, econômico e político. Em consequência, 
o direito ao desenvolvimento articula-se como um direito fundamental que os 
Estados têm o dever de proteger (NARDY et al., 2003, p. 10).
Dessa forma, enquanto o primeiro aspecto do conceito de desenvolvimento 
pode chocar-se com a sustentabilidade, como ocorre na doutrina Trump nos 
Estados Unidos da América, por exemplo, em sua saída do Tratado de Paris 
sobre as mudanças climáticas; esse tratado possui aspectos vinculativos ao 
conceito de sustentabilidade no que concerne ao desenvolvimento das huma-
nidades culturais, econômicas e sociais.
Um conceito polêmico em relação à isonomia dos Estados nacionais é o 
conceito da responsabilidade comum, mas diferenciada; que é:
[...] associada aos esforços dos países em desenvolvimentos para estabelecer 
critérios de compartilhamento da responsabilidade internacional pela solução 
de problemas ambientais globais que levem em consideração a realidade 
socioeconômica dos diferentes Estados (NARDY et al., 2003, p. 14).
Esse conceito pode ser verificado nos esforços do Tratado de Kyoto (subs-
tituído pelo Tratado de Paris sobre mudanças climáticas) em diferenciar as 
possibilidades de atuação entre países do Anexo I (reduzindo emissões) e 
Anexo II (negociando créditos de carbono) e os países desenvolvidos e em 
desenvolvimento, respectivamente.
Um dos conceitos mais importantes em relação à sustentabilidade e preser-
vação do meio ambiente é também um dos princípios mais polêmicos do Direito 
Ambiental, o princípio da precaução, que trata dos riscos desconhecidos em 
5Conceitos fundamentais de Direito Ambiental
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determinada tecnologia ou inovação. Com uma divisão bastante patente entre 
a aplicação desse princípio entre os Estados Unidos da América (concepção 
fraca) e a União Europeia (concepção forte), esse princípio é divisor de águas 
na implementação de tecnologias dos organismos geneticamente modificados 
e na manipulação genética humana para o tratamento de doenças, por exemplo, 
sendo estas as concepções:
A concepção forte postula o impedimento das ações lesivas e a máxima in 
dubio pro natureza, quase sempre amparada na ideia de que os sistemas 
naturais têm direitos e valores intrínsecos. [...]
A concepção fraca leva em consideração os riscos, os custos financeiros e os 
benefícios envolvidos na atividade, partindo, em regra de uma ética ambiental 
antropocêntrica responsável (NARDY et al., 2003, p. 60–61).
O conceito de precaução é, muitas vezes, confundido com o conceito de 
prevenção, que trata da gestão de riscos conhecidos da comunidade científica 
a partir da proibição de práticas ou da obrigação de tecnologias de mitigação 
desses riscos por meio de recursos de prevenção de acidentes. Ambos os prin-
cípios são desdobramentos do princípio 2 da Convenção do Rio, que determina 
a proibição de atividades que causem danos ao meio ambiente dentro de suas 
fronteiras ou que as ultrapassem.
Outro importante conceito integrante desse sistema é o de poluidor-pa-
gador, princípio 16 da Conferência Rio 92, que fundamenta a internalização 
dos custos ambientais na produção a partir da responsabilidade objetiva pelos 
danos causados ao meio ambiente no âmbito interno de cada Estado nacional; 
esse princípio integra a tríplice tutela (civil, administrativa e penal) do meio 
ambiente, prevista no art. 225, § 3º, da Constituição Federal brasileira.
No âmbito internacional, os Estados também possuem responsabilidade 
pelos danos causados, decorrentes do dever geral do princípio 2 da Confe-
rência do Rio.
Outro princípio-chave na determinação de conceitos fundamentais do 
Direito Ambiental é o princípio da equidade intergeracional, uma inovação 
da Rio-92, no seu princípio 3, cujo conteúdo determina que “As presentes 
gerações não podem deixar para as futuras gerações uma herança de déficits 
ambientais ou do estoque de recursos e benefícios inferiores aos que receberam 
das gerações passadas” (NARDY et al., 2003, p. 53).
Assim, os esforços das gerações presentes devem focar-se nas próximas 
gerações, para que tenham as mesmas oportunidades de contatocom um meio 
Conceitos fundamentais de Direito Ambiental6
Cap_2_Direito_e_Legislacao_Ambiental.indd 6 19/12/2017 10:41:17
ambiente equilibrado, princípio este também presente no conceito fundamental 
do art. 225 da Constituição Federal brasileira.
Outros dois princípios fundamentais para a compreensão do Direito 
Ambiental:
[...] para que todos tomem ciência do estado, das propostas e execuções de 
manejos de seu entorno natural, construindo e renovando uma “opinião pública 
ambiental informada”, mas sobretudo para que possam contribuir de maneira 
efetiva e consciente nos processos decisórios que venham a gerar efeitos sobre 
a natureza (NARDY et al., 2003, p. 76).
Citamos também o consequente princípio da participação, em que todos 
são convocados a colaborar por meio de suas atividades diárias em termos de 
consumo, descarte e uso de recursos de forma consciente, mas também por 
meio dos aparatos democráticos:
A democracia hodiernamente não se satisfaz apenas com as instâncias delibe-
rativas dos representantes eleitos e de corpos burocráticos fiéis aos comandos 
legais. Exige-se um complemento, meios de participação direta do povo ou 
da comunidade tanto em sede das macro decisões (plebiscito, referendo e 
iniciativa legislativa popular), quanto em processos decisórios de menor ex-
tensão (decisões administrativas, jurídicas coletivas e sociais, condominiais 
e empresariais, por exemplo) que digam respeito a todos ou afetem direta ou 
indiretamente (NARDY et al., 2003, p. 79).
Em nosso ordenamento jurídico, o princípio da participação pode ser 
observado no processo de licenciamento ambiental em audiências públicas 
e no plebiscito, referendo, iniciativa legislativa popular e outros aparatos 
participativos presentes nas diferentes esferas da União, como a participação 
em Conselhos Deliberativos do SISNAMA e orçamento participativo (porém, 
não se encontra no âmbito da participação de decisões no Judiciário, pois, ao 
contrário do que ocorre em alguns ordenamentos, o júri é restrito no Brasil 
aos casos de crimes dolosos contra a vida).
Em resumo, os principais conceitos trazidos pelas Conferências de Esto-
colmo e do Rio reverberam em todas as ferramentas de Direito Ambiental, 
constituindo verdadeiros conceitos fundamentais que devem ser observados 
durante a prática e o estudo desse ramo jurídico especial.
7Conceitos fundamentais de Direito Ambiental
Cap_2_Direito_e_Legislacao_Ambiental.indd 7 19/12/2017 10:41:17
Objetivos do desenvolvimento sustentável
A partir dos conceitos trazidos pelas primeiras conferências sobre o meio 
ambiente e dos 20 anos da Rio 92, celebrados na Conferência Rio+20, foi deter-
minada a chamada Agenda 2030, que defi niu os objetivos do desenvolvimento 
sustentável como uma maneira de organizar os princípios trabalhados pelas 
diferentes convenções internacionais que avançaram sobre a biodiversidade, 
sustentabilidade social, econômica, ambiental e outros sistemas que podem 
ser observados a seguir:
  erradicar a pobreza;
  acabar com a fome;
  vida saudável;
  educação de qualidade;
  igualdade de gênero;
  água e saneamento;
  energias renováveis;
  trabalho digno e crescimento econômico;
  inovação e infraestruturas;
  reduzir as desigualdades;
  cidades e comunidades sustentáveis;
  produção e consumo sustentáveis;
  combater as alterações climáticas;
  oceanos, mares e recursos marinhos;
  ecossistemas terrestres e biodiversidade;
  paz e justiça;
  parcerias para o desenvolvimento.
Segundo o site oficial das Nações Unidas:
Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 metas que estamos 
anunciando hoje demonstram a escala e a ambição desta nova Agenda 
universal. Eles se constroem sobre o legado dos Objetivos de Desenvolvi-
mento do Milênio e concluirão o que estes não conseguiram alcançar. Eles 
buscam concretizar os direitos humanos de todos e alcançar a igualdade 
de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas. Eles são integra-
dos e indivisíveis, e equilibram as três dimensões do desenvolvimento 
sustentável: a econômica, a social e a ambiental (ORGANIZAÇÃO DAS 
NAÇÕES UNIDAS, 2015).
Conceitos fundamentais de Direito Ambiental8
Cap_2_Direito_e_Legislacao_Ambiental.indd 8 19/12/2017 10:41:18
Assim, ao definir as áreas macro pessoas, planeta, prosperidade, paz e 
parceria, os objetivos do desenvolvimento sustentável revelam a verdadeira 
abrangência dos conceitos ambientais elevados a conceitos de desenvolvimento 
sustentável, que permeiam todas as áreas do Direito em busca de uma interação 
maior ligada aos conceitos primordiais de direitos naturais do homem, que 
são a base das ações das Nações Unidas e que também constituem os direitos 
fundamentais de suas nações signatárias.
Assim, são elencados como objetivos do desenvolvimento sustentável e novos 
conceitos fundamentais do Direito Ambiental os seguintes objetivos/princípios:
Objetivo 1 — acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
Objetivo 2 — acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria 
da nutrição e promover a agricultura sustentável.
Objetivo 3 — assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para 
todos, em todas as idades.
Objetivo 4 — assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade e 
promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
Objetivo 5 — alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres 
e meninas.
Objetivo 6 — assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e 
saneamento para todos.
Objetivo 7 — assegurar o acesso confi ável, sustentável, moderno e a preço 
acessível à energia para todos.
Objetivo 8 — promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e 
sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos.
Objetivo 9 — construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização 
inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.
Objetivo 10 — reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.
9Conceitos fundamentais de Direito Ambiental
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Objetivo 11 — tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, 
seguros, resilientes e sustentáveis.
Objetivo 12 — assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.
Objetivo 13 — tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima 
e seus impactos.
Objetivo 14 — conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos 
recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
Objetivo 15 — proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossiste-
mas terrestres, gerir de forma sustentável as fl orestas, combater a desertifi cação, 
deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.
Objetivo 16 — promover sociedades pacífi cas e inclusivas para o desenvol-
vimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir 
instituições efi cazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
Objetivo 17 — fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria 
global para o desenvolvimento sustentável.
Saiba mais sobre a Agenda 2030 e os objetivos do desen-
volvimento sustentável em:
https://goo.gl/c4aWgP 
Dessa forma, é possível compreender que o Direito Ambiental, em que pese 
inicie com objetivos vinculados à preservação de recursos naturais e prevenção ou 
precaução de consequências desastrosas para a humanidade, acaba por se converter 
em diretrizes gerais para o desenvolvimento da comunidade humana, podendo 
servir de modelo para todas as relações jurídicas internas e externas às nações 
atuais como uma espécie de reinvenção dos direitos naturais para o século XXI.
Conceitos fundamentais de Direito Ambiental10
Cap_2_Direito_e_Legislacao_Ambiental.indd 10 19/12/2017 10:41:18
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: 
Senado Federal, 1988.
CANOTILHO, J. J. G. Direito constitucional e teoria da constituição. 2. ed. Coimbra: Al-
medina, 1998.
MILARÉ, E.Direito do ambiente. 8. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013.
NARDY, A. et al. Princípios de direito ambiental: na dimensão internacional e comparada. 
Belo Horizonte: Del Rey, 2003.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Transformando nosso mundo: a agenda 2030 
para o desenvolvimento sustentável. 2015. Disponível em: <https://nacoesunidas.
org/pos2015/agenda2030/>. Acesso em: 18 dez. 2017.
Leituras recomendadas
BUARQUE, D. Mapa da Amazônia dividida é mentira deliberada. Globo.com, 2010. 
Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/08/mapa-da-amazonia-di-
vidida-e-mentira-deliberada-diz-diplomata-brasileiro.html>. Acesso em: 18 dez. 2017.
ELTZ, M K de F. Análise econômica da responsabilidade ambiental: análise econômica 
do direito: entre o Peru e o Brasil. Curitiba: Ithala, 2016.
Conceitos fundamentais de Direito Ambiental12
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DICA DO PROFESSOR
Nesta Dica do Professor, você vai ver os diversos temas de Direito Ambiental, para que possa 
extrair os conceitos específicos de cada área. É importante lembrar que cada ramo tem 
princípios e regras próprios, mas que refletem os conceitos fundamentais extraídos dessa lição.
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EXERCÍCIOS
1) O direito a um meio ambiente equilibrado previsto no art. 225 da Constituição 
Federal é um "direito de todos". A partir dessa noção, marque a alternativa correta. 
O Direito Ambiental regula: 
I – Apenas direitos coletivos. 
II – Direitos individuais. 
III – Direitos transindividuais. 
A) a) Apenas I está correta.
B) b) Apenas II está correta.
C) c) Apenas I e II estão corretas.
D) d) Apenas I e III estão corretas.
E) e) Apenas II e III estão corretas.
2) O princípio do poluidor-pagador, integrado como conceito fundamental ao Direito 
Ambiental na Constituição Federal de 1988, § 3o do art. 225, e na Lei no 6.938/81, 
art. 14, I, é associado à responsabilidade: 
A) a) penal, apenas.
B) b) civil, apenas.
C) c) administrativa, apenas.
D) d) subjetiva.
E) e) tríplice, penal, administrativa e civil, em sua modalidade objetiva.
3) O dever de o Estado não autorizar atividades às quais não há certeza científica sobre 
os seus efeitos, como inovações na área de organismos geneticamente modificados, 
medicamentos e métodos de produção energética baseados em cisão, fusão ou 
enriquecimento de minérios radioativos, caracteriza o princípio: 
A) a) da prevenção em seu sentido fraco.
B) b) da prevenção em seu sentido forte.
C) c) da precaução em seu sentido fraco.
D) d) da precaução em seu sentido forte.
E) e) do poluidor-pagador.
O princípio da participação, elemento democrático da preservação do meio ambiente, 
que compõe sua evolução por meio da constante presença das diversas camadas 
populares nas conferências internacionais que geram os conceitos fundamentais do 
Direito Ambiental, é caracterizado no Brasil: 
I – Pelo instrumento da audiência pública no processo de licenciamento ambiental. 
4) 
II – Pela possibilidade de atuação da população em decisões de forma direta pelo 
plebiscito. 
III – Pela participação da sociedade no Tribunal do Júri. 
A) a) Apenas I está correta.
B) b) Apenas II está correta.
C) c) I e II estão corretas.
D) d) II e III estão corretas.
E) e) Todas as alternativas estão corretas.
5) Os objetivos do desenvolvimento sustentável, que marcaram as comemorações dos 20 
anos da Rio 92 com a definição da ampliação da Agenda 21 para a Agenda 2030, são: 
A) a) Princípios exclusivos de Direito Ambiental.
B) b) Princípios exclusivos de Direito Civil.
C) c) Princípios exclusivos de Direito Público.
D) d) Princípios exclusivos de Direito Administrativo.
E) e) Uma sistematização dos princípios de Direitos Humanos, que elevam a sistemática do 
Direito Ambiental a todos os ramos do Direito.
NA PRÁTICA
A aplicação dos conceitos fundamentais de Direito Ambiental pode ser verificada com muita 
facilidade na prática.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
O vídeo a seguir mostra um exemplo do princípio da participação, em sua modalidade das 
ações subjetivas cotidianas, no auxílio à defesa do meio ambiente equilibrado, a partir do 
consumo e do uso sustentável, bem como da destinação adequada de resíduos.
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Veja que o artigo a seguir tenciona traçar algumas linhas acerca da qualificação do direito 
ao meio ambiente como um direito fundamental.
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O artigo a seguir traz um estudo sobre a proteção do Direito Ambiental pelo sistema 
internacional dos direitos humanos.
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Veja no site assuntos como o Direito Ambiental tem gerado a concretização de numerosos 
e significativos tratados sobre biossegurança, espécies ameaçadas, mudanças climáticas e 
biodiversidade.
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Princípios do direito ambiental
APRESENTAÇÃO
Os princípios gerais do Direito surgem como norteadores das normas jurídicas e são diretrizes 
para a interpretação e a aplicação das regulamentações legais nos mais diversos ramos nos quais 
incidem. Para o Direito Ambiental, os princípios não são apenas regras de interpretação ou 
valoração das normas, mas conceituam-se como preceitos de caráter normativo diretamente 
responsáveis à realização dos fins a que se propõe a legislação ambiental. Os princípios podem 
ser expressos nas normas legais, ou decorrentes do entendimento jurídico sobre a proteção do 
meio ambiente, e variam de autor para autor, por se tratarem de construções doutrinárias, mas 
consistem principalmente em integrar o sistema jurídico ambiental.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer a contextualização histórica dos princípios 
gerais do Direito, a importância dos princípios específicos do Direito Ambiental e quais são os 
mais aceitos e aplicados pela doutrina. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever a contextualização histórica dos princípios do Direito.•
Caracterizar a importância dos princípios do Direito Ambiental.•
Identificar os princípios específicos do Direito Ambiental.•
DESAFIO
Os princípios do Direito Ambiental não são somente utilizados como meros preceitos 
norteadores, mas como mandamentos normativos de efetivação das leis.
Considerando os princípios do Direito Ambiental, você aprovaria os projetos citados? Por quê? 
INFOGRÁFICO
O Direito Ambiental é regido por diversos princípios que orientam a aplicação das 
regulamentações legais sobre o meio ambiente. Alguns desses princípios são destaque para a 
preservação ambiental. Conheça esses princípios no Infográfico a seguir.
 
CONTEÚDO DO LIVRO
Os princípios do Direito Ambiental têm a função essencial de nortear a correta aplicação das 
normativas relativas ao meio ambiente, efetivando as regulamentações legais para a preservação 
dos recursos naturais. Leia em Princípios específicos do Direito Ambiental, capítulo do livro 
Direito e legislação ambiental, quais são os mais aplicados princípios desse ramo do Direito, 
seus conceitos e contextos de aplicação.
Boa leitura.
DIREITO E 
LEGISLAÇÃO 
AMBIENTAL 
Cinthia Louzada Ferreira Giacomelli
Princípios do Direito 
Ambiental
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Descrever a contextualização histórica dos princípios do Direito.
 Caracterizar a importância dos princípios do Direito Ambiental.
 Identifi car os princípios específi cos do Direito Ambiental.
Introdução
Os princípios gerais do Direito surgiram como norteadores das normas 
jurídicas, sendo diretrizes para a interpretação e aplicação das regu-
lamentações legais nos mais diversos ramos em que incidem. Para o 
Direito Ambiental,os princípios não são apenas regras de interpretação 
ou valoração das normas, mas conceituam-se como preceitos de caráter 
normativo diretamente responsáveis pela realização dos fins a que se 
propõe a legislação ambiental. Os princípios podem ser expressos nas 
normas legais ou decorrer do entendimento jurídico sobre a proteção 
do meio ambiente, variando de autor para autor, por se tratar de constru-
ções doutrinárias, mas consistem principalmente em integrar o sistema 
jurídico ambiental.
Neste capítulo, você vai ler sobre a contextualização histórica dos 
princípios gerais do Direito, a importância dos princípios específicos do 
Direito Ambiental e os princípios mais aceitos e aplicados pela doutrina.
Os princípios como fonte do Direito: 
uma contextualização histórica
Para compreender a importância dos princípios para a aplicação do Direito, 
considerando principalmente o Direito Ambiental, é necessário fazermos uma 
retrospectiva histórica, a fi m de compreendermos a função do Direito para a 
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preservação e proteção do meio ambiente. É importante destacarmos que o 
Direito foi, em primeiro lugar, um fato social confuso com outros elementos, 
como religião e entendimento moral. 
Nas primeiras civilizações, o Direito era um processo da ordem dos costu-
mes: as regras jurídicas se formavam no todo social, em confusão com outras 
regras não jurídicas. Esse momento histórico do Direito costumeiro é o mais 
longo da humanidade. Alguns calculam em dezenas e até mesmo em centenas 
de milhares de anos a fase em que as formas de vida religiosa, jurídica ou 
moral ainda não se distinguiam umas das outras. Mesmo quando a espécie 
humana começou a ter noção dessas distinções, o Direito foi, durante muito 
tempo, um complexo de usos e costumes. 
Assim, não podemos concluir que o Direito surgiu com os romanos ou com 
o Código de Hamurabi, que data de 2 mil anos a.C. Os históricos afirmam 
que, em épocas muito remotas, havia cavernas em que trabalhavam muitos 
indivíduos na fabricação de machados neolíticos para serem vendidos em 
mercados distantes. A existência dessas cavernas permite perceber uma dis-
criminação de tarefas já naquela época e, por consequência, uma relação entre 
senhores e escravos, primeira forma de relação de trabalho. 
Historicamente, destacamos também a Lei das XII Tábuas, que é um do-
cumento fundamental do Direito do Ocidente e que também se caracteriza por 
ser uma consolidação de usos e costumes. A lei não se distinguia do costume, 
apenas era posta, para conhecimento de todos, aquilo que o poder anônimo 
do costume havia revelado. E só com o decorrer do tempo, por meio de uma 
longa experiência científica, a lei passava a ter valor independente, traduzindo 
a vontade intencional de reger a conduta ou de estruturar a sociedade de modo 
impessoal e objetivo. 
Não sabemos quando nem onde surge o costume. O Direito Costumeiro 
é um direito anônimo na sua essência, que se consolida em virtude das forças 
do hábito. Já em estágio mais evoluído da civilização, aparecem os primeiros 
órgãos, cuja finalidade específica é conhecer o Direito e declará-lo — são os 
chamados órgãos de jurisdição.
Quando surgia uma demanda, os juízes julgavam segundo a ratio juris, não 
mais de acordo com critérios morais. Em Roma, a consciência da jurisdição 
surgiu de maneira clara e objetiva, por estar vinculada, cada vez mais, a um 
sistema específico de regras de conduta. 
Foi a partir de então que o Direito começou praticamente a existir, exigindo 
a elaboração de categorias lógicas próprias por meio do trabalho criador dos 
 Princípios do Direito Ambiental 2
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jurisconsultos. Foi só mais tarde, depois do Direito Romano clássico, isto é, 
quando começou a decadência do mundo romano, que a lei, como processo 
legislativo, passou a prevalecer sobre o processo jurisdicional como fonte 
reveladora do Direito. 
Atualmente, o Direito se consolida por meio de diversas fontes, cada uma 
representando a essência da aplicação nas normas jurídicas na busca do ideal 
de justiça. E é nesse contexto que os princípios surgem como elementos 
norteadores de todo o sistema jurídico.
O art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil indica as fontes do Direito 
brasileiro, prevendo que “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de 
acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito”. 
Percebe-se, contudo, que as fontes são entendidas de maneira hierárquica, 
sendo que o sistema jurídico deve ser integrado na medida em que uma 
fonte do Direito não fornecer elementos para a solução de determinada 
demanda — então, caberá ao juiz se socorrer primeiramente da lei e depois 
das outras fontes, que são:
  analogia;
  costumes; 
  princípios gerais do Direito;
  doutrina;
  jurisprudência (conjunto de decisões judiciais no mesmo sentido sobre 
um determinado assunto).
Os princípios gerais do Direito podem ser entendidos como as normas das 
normas jurídicas. Ronald Dworkin (BANDEIRA DE MELLO apud ROSADA, 
2005, p. 250) afirma que: 
[...] violar um princípio é muito mais grave do que violar uma norma. A 
desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico manda-
mento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave forma 
de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio 
atingido, porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de 
seus valores fundamentais. 
É importante destacar também que nem sempre estão escritos, mas devem 
ser observados de maneira mais ampla, pois são diretrizes universais de 
justiça social.
3Princípios do Direito Ambiental
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Os princípios gerais incidem e influenciam todos os ramos e fontes do Direito. Alguns 
desses princípios são:
  o que for alegado deve ser provado;
  não pode haver punição em virtude de pensamentos;
  ninguém pode ser beneficiado pela própria torpeza;
  não se pode transferir mais direitos do que se possui;
  não se pode lesar o outro.
Esses princípios podem ou não estar expressos em dispositivos legais, sem deixar 
de representar diretriz para a interpretação do sistema jurídico.
Princípios do Direito Ambiental: 
conceito e funções
A palavra princípio indica o início. No contexto jurídico, signifi ca a regra 
básica, o ponto de partida de determinada solução. Segundo Mello (apud 
ROSADA, 2005, p. 744): 
Princípios constituem o mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro 
alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas 
compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão 
e inteligência, exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema 
normativo, no que lhe confere a tônica a lhe dar sentido.
Os princípios servem, assim, como diretriz do legislador e de todos os 
operadores do Direito.
O Direito possui princípios para cada ramo da sua aplicação, e o mesmo ocorre com 
o Direito Ambiental. Tratando-se de Direito Ambiental, os princípios não são apenas 
regras de interpretação ou valoração — são preceitos de caráter normativo diretamente 
responsáveis pela realização dos fins a que se propõe esse ramo do Direito. 
 Princípios do Direito Ambiental 4
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A variedade e a especificidade dos princípios do Direito Ambiental indicam, 
além da autonomia desse ramo relativamente recente do Direito, principalmente 
toda a peculiaridade da tutela ambiental e a indispensável transformação de 
condutas que devem ser estabelecidas para que o ambiente seja preservado e 
as gerações presentes e futuras possam se desenvolver dignamente. Podemos 
afirmar que os princípios do Direito Ambiental não são somente utilizados 
como meros preceitos norteadores, mas como mandamentos normativos de 
efetivação das leis.
Assim, há consenso na doutrinade que os princípios do Direito Ambiental 
desempenham quatro funções essenciais no ordenamento jurídico: 
  permitem compreender a autonomia do Direito Ambiental;
  auxiliam no entendimento e na coerência de todos os instrumentos 
legislativos que formam o sistema legal ambiental;
  emitem diretrizes para compreender a forma como a preservação am-
biental é entendida na sociedade;
  formam o critério básico para a correta interpretação das normativas 
ambientais.
Outro aspecto fundamental para assimilar a importância dos princípios 
do Direito Ambiental é a enorme legislação esparsa nessa área. Um exem-
plo é a proteção à flora: há pouco tempo, apenas o Código Florestal era 
aplicável a demandas desse contexto, enquanto que, atualmente, existe a 
Convenção de Diversidade Biológica, o Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação (SNUC) e outras normativas específicas para a proteção de 
biomas e espécies de flora. 
Destacamos também a existência de tratados internacionais e resoluções 
editadas por conselhos de meio ambiente nas esferas federal, estadual e 
municipal. Dessa forma, com frequência, verificamos conflitos normativos, 
que devem ser resolvidos por meio da aplicação dos princípios do Direito 
Ambiental. 
Nesse sentido, outros aspectos a serem considerados são a evolução 
social e a popularização das tecnologias, que resultam cada dia mais em 
situações capazes de interferir na qualidade do meio ambiente e que não 
podem estar à margem de regulamentação legal, mesmo na inexistência 
dela; nesse contexto, os princípios do Direito Ambiental cumprem uma 
função normativa.
5Princípios do Direito Ambiental
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Não há consenso doutrinário sobre os princípios do Direito Ambiental. De 
acordo com Sirvinskas (2016, p. 19): 
[...] o recurso aos princípios jurídicos é uma tarefa que está longe de ser 
simples e tranquila, pois não há, sequer, um consenso doutrinário sobre 
quais os princípios aplicáveis ao Direito Ambiental e, certamente, alguns 
deles são amplamente aceitos, ainda que se encontre forte divergência 
quanto ao seu significado 
Sob essa perspectiva, destacamos a importante função da Declaração 
Universal sobre o Meio Ambiente e a Declaração sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, cuja maior parte dos princípios apresentados foi inserida 
explícita ou implicitamente na legislação ambiental vigente. A Conferência 
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Urbano, realizada em Estocolmo, 
em 1972, originou a Declaração da Conferência da Organização das Nações 
Unidas (ONU) no Ambiente Humano e também é um importante balizador 
para o estabelecimento dos princípios do Direito Ambiental.
Entre os princípios trazidos nesse documento, destacamos os primeiros 
quatro (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1972):
  Princípio 1 — o homem tem o direito fundamental à liberdade, 
à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas em um 
meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida 
digna e gozar de bem-estar, tendo a solene obrigação de proteger e 
melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras. A 
esse respeito, as políticas que promovam ou perpetuam o apartheid, 
a segregação racial, a discriminação, a opressão colonial e outras 
formas de opressão e de dominação estrangeira são condenadas e 
devem ser eliminadas.
  Princípio 2 — os recursos naturais da Terra (incluídos o ar, a água, 
a terra, a flora, a fauna e especialmente as amostras representativas 
dos ecossistemas naturais) devem ser preservados em benefício das 
gerações presentes e futuras, mediante uma cuidadosa planificação 
ou ordenamento.
  Princípio 3 — devemos manter e, sempre que possível, restaurar ou 
melhorar a capacidade da terra em produzir recursos vitais renováveis.
 Princípios do Direito Ambiental 6
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  Princípio 4 — o homem tem a responsabilidade especial de preservar e 
administrar judiciosamente o patrimônio da flora e da fauna silvestres 
e o seu habitat, que se encontram atualmente, em grave perigo, devido 
a uma combinação de fatores adversos. Consequentemente, ao plani-
ficar o desenvolvimento econômico, devemos atribuir importância à 
conservação da natureza, incluídas a flora e a fauna silvestres.
Considerando cada princípio citado, podemos perceber que são nortea-
dores do que se estabeleceu doutrinariamente como princípios do Direito 
Ambiental. 
Conheça todos os princípios apresentados na Declaração 
da Conferência da ONU no Ambiente Humano por meio 
do link abaixo ou do código ao lado: 
https://goo.gl/DhioXS 
Princípios específicos do Direito Ambiental
Os princípios específi cos do Direito Ambiental são abrangentes, universais, 
estão em consonância com os preceitos constitucionais e, entre outras, desem-
penham a função de interpretar as normas, bem como de integrar o sistema 
jurídico, em busca da melhor solução para o caso concreto. Para Sirvinskas 
(2016, p. 144), “os princípios do direito ambiental têm por escopo proteger toda 
espécie de vida no planeta, propiciando uma qualidade de vida satisfatória ao 
ser humano das presentes e futuras gerações”. 
Os princípios podem ser expressos nas normas legais ou decorrentes do 
entendimento jurídico sobre a proteção ao meio ambiente. Variam de autor 
para autor, por se tratar de construções doutrinárias, mas, entre os mais co-
mentados, destacam-se os apresentados na Figura 1. 
7Princípios do Direito Ambiental
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Figura 1. Fluxograma com os princípios do Direito Ambiental inter-relacionados.
Princípio do desenvolvimento sustentável
O termo desenvolvimento sustentável surgiu no fi nal da década de 1970, 
tendo sido consagrado na Eco-92, quando foi transformado em princípio. 
Tal princípio busca equilibrar a proteção ambiental com o desenvolvimento 
econômico, para uma melhor qualidade de vida, considerando a utilização de 
recursos naturais não renováveis de maneira consciente. 
De acordo com Sirvinskas (2016, p. 146): 
Sustentabilidade, em outras palavras, tem por finalidade buscar compatibilizar 
o atendimento das necessidades sociais e econômicas do ser humano com 
a necessidade de preservação do ambiente. Visa-se, com essa conciliação, 
assegurar a manutenção de todas as formas de vida na Terra, inclusive a 
humana. Busca-se, por meio desse princípio, melhorar a qualidade de vida, 
respeitando a capacidade de suporte dos ecossistemas. Objetiva-se, com isso, 
a diminuição da miséria, da exclusão social e econômica, do consumismo, do 
desperdício e da degradação ambiental.
 Princípios do Direito Ambiental 8
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É um equilíbrio entre os três aspectos principais da vida atual: 
  bem-estar social;
  prosperidade econômica;
  preservação do meio ambiente.
São considerados do princípio do desenvolvimento sustentável, dispostos de 
maneira implícita nos arts. 170, VI, e 225 da Constituição Federal, os seguintes:
  o crescimento econômico;
  a paz;
  a cooperação dos Estados;
  a proteção do meio ambiente;
  a qualidade de vida das pessoas.
Princípio democrático (ou da informação)
O princípio democrático garante à população a possibilidade de participar das 
políticas públicas de preservação ambiental, por meio de alguns instrumentos 
previstos na legislação. O princípio 10 da Declaração sobre Meio Ambiente 
e Desenvolvimento, decorrente da Conferência das Nações Unidas sobre 
Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, prevê que: 
A melhor maneira de tratar questões ambientais é assegurar a participação, no 
nível apropriado, de todos os cidadãos interessados. No nível nacional, cada 
indivíduo deve ter acesso adequado a informações relativas ao meio de que 
disponham as autoridades públicas, inclusive informações sobre materiais 
e atividades perigosas em suas comunidades, bem como a oportunidadede participar em processos de tomada de decisões (ORGANIZAÇÃO DAS 
NAÇÕES UNIDAS, 1992).
São exemplos desses instrumentos:
  o plebiscito;
  o referendo;
  a iniciativa popular (art. 14 da Constituição Federal);
  a ação civil pública;
  a ação popular;
9Princípios do Direito Ambiental
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 os mandados de segurança e de injunção;
 as ações de improbidade administrativa e direita de inconstitucionali-
dade (arts. 5º, LXX, e seguintes, 37, 103 e 129 da Constituição Federal). 
Ainda, por via administrativa, o cidadão poderá participar das políticas 
ambientais por meio do direito de petição e do estudo prévio de impacto 
ambiental (arts. 5º e 225 da Constituição Federal) (BRASIL, 1988). 
Princípio da prevenção e da precaução
Embora alguns doutrinadores tratem da prevenção e precaução como sinônimos, 
cumpre ressaltar que se tratam de institutos diferentes. Para Milaré (2007, p. 766):
Prevenção é substantivo do verbo prevenir (do latim prae = antes e venire = 
vir, chegar), e significa ato ou efeito de antecipar-se, chegar antes; induz uma 
conotação de generalidade, simples antecipação no tempo, é verdade, mas 
com intuito conhecido. Precaução é substantivo do verbo precaver-se (do latim 
prae = antes e cavere = tomar cuidado), e sugere cuidados antecipados com o 
desconhecido, cautela para que uma atitude ou ação não venha concretizar-se 
ou a resultar em efeitos indesejáveis. 
Assim, podemos afirmar que o princípio da prevenção objetiva evitar 
intervenções danosas ao planeta que previamente possam ser conhecidas. Já o 
princípio da precaução visa impedir aquelas ações possivelmente prejudiciais 
ao meio sobre as quais a ciência não tem conhecimento e cujas consequências, 
portanto, não podem ser precisadas.
Princípio do poluidor-pagador e do usuário-pagador 
O princípio do poluidor-pagador busca fazer a iniciativa privada suportar os 
custos ambientais decorrentes do alto consumo dos recursos naturais, como 
forma de suprir os danos ambientais causados.
Já o princípio do usuário-pagador foi reconhecido pelo art. 4º, segunda 
parte do inciso VII, da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente — PNMA 
(BRASIL, 1981):
Art. 4º A Política Nacional do Meio Ambiente visará: [...]
VII — à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/
ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização 
de recursos ambientais com fins econômicos.
 Princípios do Direito Ambiental 10
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Fundado na ideia de que os bens ambientais são propriedades de todos, 
o Estado imputa àqueles que gozam desses bens com a finalidade de lucro
um valor pecuniário para tanto. Contudo, isso não significa que aqueles que
pagarem por esse uso serão donos dos recursos naturais e o utilizarão da forma 
que bem entenderem: a preservação do meio ambiente é a diretriz.
11Princípios do Direito Ambiental
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BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:
Senado Federal, 1988.
BRASIL. Lei nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providên-
cias. 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. 
Acesso em: 11 dez. 2017.
MILARÉ, É. Direito do ambiente: doutrina, jurisprudência, glossário. 5. ed. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2007.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração sobre meio ambiente e desenvol-
vimento. 1992. Disponível em: <http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/
Meio-Ambiente/declaracao-sobre-meio-ambiente-e-desenvolvimento.html>. Acesso 
em: 11 dez. 2017.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração de Estocolmo sobre o ambiente 
humano. 1972. Disponível em: <http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/
Meio-Ambiente/declaracao-de-estocolmo-sobre-o-ambiente-humano.html>. Acesso 
em: 11 dez. 2017. 
ROSADA, M. (Coord.). Estudos e pareceres do petróleo e do gás. Rio de Janeiro: Renovar, 2005. 
SIRVINSKAS, L. P. Manual de Direito Ambiental. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
Leituras recomendadas
ANTUNES, P. de B. Direito Ambiental. 19. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2017.
FARIAS, T. Q. Princípios gerais do direito ambiental. Âmbito Jurídico, Rio Grande, v. 
9, n. 35, dez. 2006. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.
php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1543>. Acesso em: 11 dez. 2017.
DICA DO PROFESSOR
No vídeo a seguir, você vai conhecer quais são os mais importantes princípios do Direito 
Ambiental e o quanto são fundamentais para a aplicação das leis que protegem o meio ambiente.
Assista.
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EXERCÍCIOS
1) O Direito se consolida por meio de diversas fontes, como a lei, os costumes e os 
princípios. Sobre os princípios gerais do Direito, é correto afirmar que: 
A) quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso preferencialmente de acordo com os 
princípios gerais do Direito.
B) os princípios gerais do Direito podem ser entendidos como a diretriz das normas jurídicas.
C) por serem diretrizes universais de justiça social, os princípios devem ser escritos e 
incorporados nas leis vigentes.
D) um dos princípios gerais do Direito é o de que ações e ideias podem ser punidas pelo 
ordenamento jurídico.
E) a não observância de um princípio não compromete o sistema legal vigente, considerando 
que as leis é que devem ser obrigatoriamente cumpridas.
O Direito tem princípios para cada ramo de sua aplicação, incluindo para as 
regulamentações legais sobre o meio ambiente. Sobre os princípios do Direito 
Ambiental, considere as afirmativas abaixo: 
 
2) 
I – Indicam que o Direito Ambiental não é um ramo autônomo, mas requer uma 
tutela jurídica dependente do Direito Civil. 
II – Auxiliam no entendimento e na coerência de todos os instrumentos legislativos 
que formam o sistema legal ambiental. 
III - A importância dos princípios do Direito Ambiental decorre também da enorme 
legislação esparsa nessa área. 
Assinale a alternativa correta. 
A) Apenas a afirmativa I está correta.
B) Apenas a afirmativa II está correta.
C) Apenas a afirmativa III está correta.
D) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
E) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
3) Os princípios específicos do Direito Ambiental são abrangentes e estão em 
consonância com as disposições da Constituição Federal. Qual deles busca equilibrar 
a proteção do meio ambiente com o fomento econômico? 
A) Princípio democrático.
B) Princípio do desenvolvimento sustentável.
C) Princípio do poluidor-pagador.
D) Princípio da prevenção e da precaução.
E) Princípio da informação.
4) Considere o texto abaixo: 
 
O princípio da _____ se refere às práticas que evitam intervenções que possam 
causar danos ambientais, enquanto o princípio da _____ se refere a impedir ações 
prejudiciais ao meio ambiente, tendo em vista que não são conhecidas suas 
consequências. 
As palavras que melhor completam as lacunas do texto anterior são: 
A) prevenção e precaução.
B) precaução e preservação.
C) promoção e presunção.
D) preservação e prevenção.
E) presunção e prevenção.
5) O art. 4o, inciso VII, da Lei no 6.938/81 prevê que a Política Nacional do Meio 
Ambiente visa "à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar 
e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de 
recursos ambientais com fins econômicos". Ao determinar a contribuição do usuário, 
a legislação incorpora qual princípio? 
A) Princípio do usuário-pagador.
B) Princípio da contribuição ambiental.
C) Princípio da utilização de recursos naturais.
D) Princípio do poluidor-pagador.
E) Princípio do consumidor-pagador.
NA PRÁTICA
Os princípios podem ser expressos nas normas legais

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