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Carregamento axial excêntrico aos eixos principais da seção FLEXÃO PURA RESUMO | RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I O QUE É CARREGAMENTO AXIAL EXCÊNTRICO O carregamento axial excêntrico é uma condição em que uma carga axial/normal é aplicada a um elemento estrutural, como uma coluna, porém a linha de ação dessa carga não passa pelo centro geométrico da seção transversal do elemento. Em vez disso, a carga é aplicada em uma posição deslocada (excêntrica) em relação ao centro da seção. Quando ocorre um carregamento axial excêntrico, surgem momentos fletores adicionais no elemento estrutural devido à excentricidade da carga em relação ao centro da seção. Esses momentos fletores geram tensões de flexão adicionais no elemento, que se somam às tensões devido ao carregamento axial. O resultado é uma combinação de tensões de flexão e compressão axial no elemento. Observe a seção ao lado, a força normal não está atuando no centróide. Logo, ela tende a girar a seção em relação ao eixo z e em relação ao eixo y. Conseguimos transferir essa força para um outro ponto se usarmos o mecanismo de mecânica para mudar a posição de uma força. Colocando a normal no centróide, ela passa a gerar apenas tração, mas leva consigo os momentos fletores resultantes das excentrecidades. Então, observe que os dois momentos My e Mz atuantes em relação aos eixos principais e eles podem ser representados por um único momento inclinado, o que nos mostra que há uma flexão oblíqua. Quando a normal está em cima de apenas um dos eixos, ou seja, ela é excêntrica em relação à um eixo apenas, dizemos que é uma flexão normal composta. Observe ao lado, quando os eixos são inclinados, a excentricidade para a consideração dos momentos fletores serão tomadas em relação aos eixos principais. A análise da flexão sempre considera os eixos principais. TENSÃO NORMAL DE FLEXÃO: Ao lado temos o momento oblíquo e suas respectivas componentes. Então, temos também as tensões em relação aos momentos em y e em z, além da tensão devido à normal. Juntando as três parcelas, nós chegamos a tensão normal por superposição de efeitos, da mesma maneira que fizemos nas seções assimétricas. Como caso geral temos a equação ao lado. Lembre-se sempre de colocar o sinal das parcelas de modo que faça sentido com o sistema de eixos que você adotou na resolução do problema. LINHA NEUTRA Existe uma linha neutra nesse caso, mas aqui ela pode estar no centróide, estar fora do centróide ou até mesmo sair da seção. No caso ao lado, a linha neutra sai da seção. A partir do caso geral, aplicando ao caso específico ao lado, chegamos à equação da linha neutra igualando a relação geral à zero! A linha neutra passa pelos quadrantes opostos ao de aplicação da força Nx; Se o ponto de aplicação da força se afasta do centro de gravidade da seção, a LN aproxima-se dele, interceptando a seção e determinando uma região tracionada e outra comprimida; Se o ponto de aplicação da força se aproxima do centro de gravidade da seção, a LN sai fora da mesma e a seção toda tracionada ou toda comprimida; Note que: Além disso, podemos ter o caso em que uma força normal está localizada em um ponto tal que a linha neutra não corta e nem sai da seção: ela fica no limite da seção. Quando isso ocorre, temos que a posição da normal define uma região chamada núcleo central (linha interna da figura ao lado). A linha externa mostra o limite da seção. Assim toda a seção estará tracionada ou comprimida de maneira não uniforme. Para entendermos melhor o conceito de núcleo central, vamos fazer a análise de um caso específico: Suponhamos uma seção com os eixos posicionados da forma mostrada na figura ao lado sob ação de uma força P de compressão que está no 1° quadrante. Sabemos que a linha neutra, então, vai cortar os quadrantes opostos. As linhas em azul representam as possibilidades de posição da linha neutra de acordo com as cotas da força P. O que queremos saber é qual é a posição da força de modo que a tensão no ponto B seja nula. Assim, encontramos a excentricidade de P. REFERÊNCIAS DE ESTUDO: BEER, F. P., JOHNSTON, E. R., DEWOLF, J. T. e MAZUREK, D. F. Mecânica dos Materiais. 5ª ed. Porto Alegre: McGrawHill, 2011. HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. 7ª ed. São Paulo: Pearson, 2009. Observando as propriedades da seção, temos o My e o Mz, a área da seção e os momentos de inércia. Substituindo os valores na equação de tensão geral temos que a relação ao lado. Lembrando que estamos calculando com as coordenadas do ponto B, pois é lá que queremos que a tensão seja igual a 0. Novamente conseguimos encontrar a linha neutra igualando a equação à zero e isolando y. Rearranjando a equação, chegamos na equação que encontra y em função de z. Então a equação ao lado, define possíveis pontos que calculam a tensão no ponto B de modo que a tensão seja nula! A equação nos dá uma reta, que é a reta vermelha assinalada ao lado.
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