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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2014 Título: O Pedagogo na EJA: Desafios e Perspectivas Autora: Arlete Probst de Lima Disciplina/Área: Pedagogia Escola de Implementação do Projeto e sua localização: CEEBJA Casturina Campanharo Bonfim Município da escola: Pitanga/PR. Núcleo Regional de Educação: Pitanga/PR. Professora Orientadora: Maria Joselia Zanlorense Instituição de Ensino Superior: UNICENTRO Relação Interdisciplinar: Todas as disciplinas da EJA. Resumo: A Educação de Jovens e Adultos – EJA é uma modalidade de ensino que atende jovens e adultos que não conseguiram concluir seus estudos da educação básica na idade apropriada. Para atender a este público, chegam a cada ano no CEEBJA, profissionais sem formação adequada para atuar nesta modalidade e desconhecem a organização e funcionamento da EJA. Perante as dificuldades destes profissionais, buscou-se com este trabalho, analisar e refletir sobre o trabalho que o pedagogo desenvolve no dia a dia do CEEBJA. Para composição deste caderno, realizou-se pesquisa teórico- bibliográfica sobre a formação do professor e do pedagogo, bem como a legislação vigente sobre as especificidades e organização da EJA. Esta produção de cunho teórico-prático contém indicações de leituras da legislação e documentos que norteiam e amparam a EJA, textos para estudo e reflexão, vídeos e filmes com temas relacionados para serem trabalhados com docentes e pedagogos que chegam para atuar no CEEBJA, no início do ano, ou a qualquer tempo letivo. Espera-se com esse trabalho contribuir para o fortalecimento e desenvolvimento das ações pedagógicas no CEEBJA, a fim de melhor atender o público da EJA e suas especificidades. Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Formação Docente; Organização do Trabalho Pedagógico. Formato do Material Didático: Caderno Temático Público: Agentes Educacionais I e II, Equipe Pedagógica e Docentes. CADERNO TEMÁTICO O PEDAGOGO NA EJA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS PITANGA 2014/2015 GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE – UNICENTRO Tema O Pedagogo na EJA: Desafios e perspectivas Área de concentração: Pedagogia Professora PDE Arlete Probst de Lima Orientadora Professora Mestre Maria Joselia Zanlorense Secretaria de Estado da Educação do Paraná Avenida Água Verde, 2140 - Água Verde CEP 80240-900 Curitiba-PR Tel.: (041) 3340-1500 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO................................................................................................. 06 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 08 CEEBJA CASTURINA CAMPANHARO BONFIM – HISTÓRICO........................ 11 UNIDADE 1 – A EJA E SEU PÚBLICO................................................................. 13 UNIDADE 2 – ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA EJA.......................... 18 2.1 MATRÍCULA................................................................................................ 18 2.2 MATRIZ CURRICULAR............................................................................... 19 2.3 APROVEITAMENTO DE ESTUDOS........................................................... 20 2.4 ORGANIZAÇÃO DE TURMAS.................................................................... 22 2.4.1 Organização Coletiva.......................................................................... 22 2.4.2 Organização Individual …................................................................... 23 2.5 APED – AÇÃO PEDAGÓGICA DESCENTRALIZADA ….......................... 24 2.6 SISTEMA DE AVALIAÇÃO ….................................................................... 25 2.7 EXAME DE SUPLÊNCIA …....................................................................... 26 UNIDADE 3 – FORMAÇÃO DO PROFESSOR …............................................... 29 UNIDADE 4 – O TRABALHO DO PEDAGOGO NA EJA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS …............................................................................................... 35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 40 ANEXOS................................................................................................................ 43 6 APRESENTAÇÃO Prezado Educador: Este “Caderno Temático” faz parte da produção didático-pedagógica solicitada aos professores participantes do Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – PDE, turma 2014/2015, como critério de avaliação. Intitulada: “O Pedagogo na EJA: desafios e perspectivas”, esta produção tem como objetivo analisar e refletir sobre a ação do pedagogo no dia a dia do CEEBJA, perante as dificuldades que o professor encontra ao iniciar sua atuação na Educação de Jovens e adultos, desconhecendo sua organização e funcionamento, diferentes do ensino regular. A intenção de produzir um material que aborde temas sobre a EJA e reúna em um só material a legislação e os principais documentos oficiais que orientam e amparam a Educação de Jovens e Adultos, simplificando a compreensão da sua organização e funcionamento, partiu da minha observação enquanto professora da educação especial desta escola e posteriormente como pedagoga, sobre a dificuldade e inquietação dos professores que chegam a cada ano no CEEBJA Casturina Campanharo Bonfim, de Pitanga, com atuação apenas no ensino regular e sem os conhecimentos básicos da organização desta modalidade, dificultando a continuidade do processo educacional, já que este profissional demora algum tempo para compreender tal organização. Este Caderno está organizado em quatro unidades. Três delas com especificidades de organização da EJA e formação docente, temas apontados pelos professores entrevistados, como maiores dificuldades encontradas ao iniciarem seus trabalhos na EJA. A última unidade discorre sobre o trabalho do pedagogo, suas funções e sugestão de ações para o pedagogo poder realizar um bom trabalho de estudos e orientação sobre o funcionamento e organização do CEEBJA. 7 Unidade I – A EJA e seu Público; Unidade II – Organização e Funcionamento do CEEBJA; Unidade III – Formação do Professor; Unidade IV – Os desafios e as perspectivas no trabalho do pedagogo da EJA. Cada unidade conta com atividades de reflexão, aprendizagem, indicações de leituras e culturais, como apoio teórico e pedagógico aos professores que iniciam seus trabalhos na Educação de Jovens e Adultos. A implementação desta produção didático-pedagógica será desenvolvida no CEEBJA - Casturina Campanharo Bonfim, no primeiro semestre de 2015 e terá como público-alvo: professores iniciantes, PSS e equipe pedagógica. O curso de extensão terá 32 horas de estudos, distribuídas em 8 encontros de 4 horas, que ocorrerão nas dependências do CEEBJA, aos sábados, por meio de grupos de estudos, onde haverá discussão de textos, debates sobre recortes de filmes, estudo de documentos e legislação vigente. A certificação via Curso de Extensão será disponibilizada aos participantes pela Universidade Estadual do Centro Oeste - UNICENTRO. Acredita-se que os estudos realizados no curso contribuirão para a organização, fortalecimento e desenvolvimento de ações pedagógicas próprias, direcionadas à Educação de Jovens e Adultos, objetivandomelhor atendimento ao público da EJA e suas especificidades. 8 INTRODUÇÃO A educação para jovens e adultos, começou a se estabelecer e garantir um lugar na educação básica brasileira a partir da década de 30, quando, devido ao crescimento da industrialização, há grande necessidade e interesse por educação em boa parte da população. A LDB de 1971 estipulava que o dever do Estado seria oferecer o ensino para crianças de 7 a 14 anos, no entanto, reconhecia a educação de adultos como direito de cidadania. Em 74, implantou-se os CES (Centros de Estudos Supletivos), estes davam oportunidade de certificação rápida, porém superficial, com um ensino auto instrucional. Já a década de 1980 foi marcada por projetos e pesquisas na área da alfabetização de adultos. Em 1988, a Constituição, em seu artigo 208, garante que “O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de: ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria”, Para Souza (2000, p. 165), A educação básica para todos significa dar às pessoas, independentemente da idade, a oportunidade de desenvolver seu potencial, coletivamente ou individualmente. Não é apenas um direito, mas também um dever e uma responsabilidade para com os outros e com toda a sociedade. Com o direito assegurado na LDB, na década de 90 a Educação de Jovens e Adultos estabelece nova política, ganha novos métodos para trabalhar com criatividade, com o objetivo de fazer com que jovens e adultos que tiveram pouco ou quase nada de escolaridade tivessem nova oportunidade educacional. A Lei Federal nº 9.394/96 (LDB) assegura que a EJA passa a ser uma modalidade de educação básica nas etapas de Ensino Fundamental e Médio, que objetiva não só alfabetizar os jovens e adultos, mas dar oportunidades de escolarização no ensino regular, reafirmando o direito de jovens e adultos à educação escolar, conforme a seção V do Capítulo II: 9 Art. 37. A Educação de Jovens e Adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. Parágrafo 1º. Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e adultos que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do aluno, seus interesses, condições de vida e trabalho, mediante cursos e exames. Parágrafo 2º. O poder público viabilizará e estimulará o acesso e permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si. Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular. Parágrafo 1º. Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos; o nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos. No ano de 1997, a EJA, no Brasil, ganha um grande reforço com a V Conferência Internacional sobre a Educação de Jovens e Adultos – CONFINTEA, realizada em Hamburgo, na Alemanha. A Declaração de Hamburgo, propõe a EJA como grande desafio para o Século XXI, assinado por diversos países, inclusive pelo Brasil. Nela, um trecho sintetiza tal desafio: A Educação de Jovens e Adultos é, ao mesmo tempo, consequência da cidadania ativa e condição de plena e inteira participação na vida da sociedade. Ou seja, a Declaração de Hamburgo reafirma o caráter permanente da educação. O grande desafio hoje, é fazer com que a sociedade oportunize a todos o direito de viver de forma decente, como cidadãos e cidadãs do Brasil e do mundo. Em 2000, o Conselho Nacional de Educação (CNE), estabeleceu em seu Parecer nº 11, (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos), as incumbências e as bases legais da EJA fundamentadas na LDB, nos Parâmetros Curriculares Nacionais e nas Diretrizes Curriculares Nacionais. Já o Parecer do Conselho de Educação Básica – CEB 11/2000, estabelece os fundamentos da Educação de Jovens e Adultos, colocando a necessidade da EJA ser pensada como “modelo pedagógico próprio, a fim de criar situações pedagógicas 10 e satisfazer necessidades de aprendizagem de jovens e adultos” (Parecer 11/2000, p. 9) e faz um retrato do educando da EJA: Os alunos da EJA são diferentes dos alunos presentes nos anos adequados à faixa etária. São jovens e adultos, muitos deles trabalhadores, maduros, com larga experiência profissional ou com expectativa de (re)inserção no mercado de trabalho e com um olhar diferenciado sobre as coisas da existência (...). Para eles, foi a ausência de uma escola ou a evasão da mesma que os dirigiu para um retorno nem sempre tardio à busca do direito ao saber. Outros são jovens provindos de estratos privilegiados e que, mesmo tendo condições financeiras, não lograram sucesso nos estudos, em geral por razões de caráter sociocultural. (Parecer CEB 11/2000, p. 33-34). Este retrato a que se refere o parecer é real. Jovens e adultos que abandonaram ou foram privados de uma educação formal na idade certa, ao retomarem os estudos, mesmo que tardiamente, formam grupos heterogêneos que têm muitas histórias e conhecimentos acumulados ao longo da vida e veem a escola como um espaço onde suas expectativas educacionais poderão ser alcançadas. Na Educação de jovens e adultos, com trabalho em equipe, inovação pedagógica e respeito à heterogeneidade, o que se busca é o acesso à aprendizagem significativa, considerando os conhecimentos e saberes anteriores, aliando-os às novas informações e aprendizagens. Sobre isso, FREIRE (2003, p. 69), destaca: Mulheres e homens, somos os únicos seres que, social e historicamente, nos tornamos capazes de aprender. Por isso, somos os únicos em que aprender é uma aventura criadora, algo por isso mesmo, muito mais rico do que meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito. Procurar a escola tardiamente, não é uma tarefa simples; é uma decisão difícil, um desafio. A exigência do mercado de trabalho e da sociedade em geral, por pessoas instruídas, obriga esta tomada de decisão, que não envolve apenas a pessoa, mas patrões, famílias, condições de acesso, projetos pessoais e profissionais, dentre outros. 11 No entanto, esta decisão poderá ser mais fácil se acreditarmos que o processo educacional não tem prazo para acabar, e que a EJA, mesmo com suas fragilidades é uma modalidade de ensino que pode contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária. CEEBJA CASTURINA CAMPANHARO BONFIM HISTÓRICO O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos, de Pitanga, CEEBJA1 Casturina Campanharo Bonfim, situado à Rua Ébano Pereira 145, teve autorização de funcionamento, pelo Conselho Estadual de Educação, para o Ensino Fundamental Fase II em 11/06/1991, por meio da Resolução nº 2003/91, ainda com a denominação Centro de Estudos Supletivos – CES, foi reconhecido através da Resolução n. 5319/93, de 29/09/1993 e para o Ensino Médio, sob a Resolução n. 3633/96, de 016/06/1996, reconhecido pela Resolução n. 3893/98 de 10/11/1998. De CES, passou para CEAD – Centro de Educação Aberta, Continuada e à Distância em 1999, pela Resolução Secretarial nº 3.120/98 e em 2000, atendendo ao artigo 28 da Deliberação n. 012/99 do Conselho Estadual de Educação, através da Resolução n. 4561/99 de 15/12/1999, passou a denominar-se Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos – CEEBJA. Em 2001, foi autorizado o funcionamento do Ensino Fundamental – Fase I e II e Médio – namodalidade de Educação de Jovens e Adultos semipresencial, pela Resolução 2968/01 de 04/12/01, que também reconhece os cursos. No ano de 2006, altera-se para presencial – Fase II e Ensino Médio através da Resolução nº 3957/06, DOE 22/08/2006, sendo renovado em 2010 por meio da Resolução Nº 2010/10 de 20 de maio de 2010. 1 Histórico retirado do Projeto Político Pedagógico – PPP do CEEBJA Casturina Campanharo Bonfim, disponível emhttp://www.pigceebjacasturinacbonfim.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/24/1980/47775/arquivos/File/re formulacao_PPP.pdf, acesso em 07/11/2014. http://www.pigceebjacasturinacbonfim.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/24/1980/47775/arquivos/File/reformulacao_PPP.pdf http://www.pigceebjacasturinacbonfim.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/24/1980/47775/arquivos/File/reformulacao_PPP.pdf 12 Indicação de Leitura PPP CEEBJA http://www.pigceebjacasturinacbonfim.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/24/1980/47775/arq uivos/File/reformulacao_PPP.pdf Importante! O Projeto Político Pedagógico é o guia do trabalho educativo. Não é um documento da equipe pedagógica, que cumpre uma exigência legal, mas um documento elaborado por toda a comunidade escolar, extremamente importante e necessário para o bom andamento do trabalho pedagógico. http://www.pigceebjacasturinacbonfim.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/24/1980/47775/arquivos/File/reformulacao_PPP.pdf http://www.pigceebjacasturinacbonfim.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/24/1980/47775/arquivos/File/reformulacao_PPP.pdf 13 UNIDADE 1 A EJA E SEU PÚBLICO O que é a EJA? Quem são os sujeitos desta modalidade de ensino? A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade de ensino que já passou por várias mudanças e consegue se firmar por meio de leis que amparam o sujeito que não conseguiu estudar na idade apropriada. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96, no artigo 37, estabelece que “A Educação de Jovens e Adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio na idade própria”. No Brasil, historicamente, a EJA foi pensada para suprir o problema do analfabetismo, não foi pensada em termos de processo educativo para aqueles que na idade adequada foram impedidos de estudar, ou seja, uma escola adequada à diversidade de perfis desta modalidade. A EJA que abordaremos neste trabalho refere-se à Educação de Jovens e Adultos, público do ensino fundamental Fase II – anos finais e Ensino Médio. Os CEEBJAs no Paraná são originários dos CES, antigos Centros de Estudos Supletivos, implantados com o objetivo de atender todos os alunos que tivessem o desejo de retomar seus estudos, tantas vezes interrompidos. A proposta pedagógica dos CES permitia o ensino semipresencial. Os alunos se preparavam à distância e só compareciam esporadicamente para serem avaliados e receberem nova ementa de conteúdos para a próxima avaliação. Hoje, no Paraná, a EJA é uma modalidade 100% presencial que atinge a formação de jovens e adultos, idosos, alunos especiais oriundos da inclusão e os excluídos da sociedade, que não conseguiram estudar na idade apropriada, ou que, por muitos motivos abandonaram a escola. Alunos com diferentes potencialidades, que apresentam maneira diferenciada de aprender e ordenar seu conhecimento. Pessoas com uma história de vida que 14 deve ser levada em conta e considerada no processo de ensino aprendizagem; com uma considerável bagagem de experiências e conhecimentos, que segundo Freire, (1996), “[...] já trazem consigo para a sala de aula uma leitura articulada do mundo”. Diante de toda esta diversidade, o professor de EJA se depara com um grande desafio. Para Moraes (2006, p. 5): O aluno da EJA apresenta um conjunto de características muito peculiar que envolve o retorno à escola como sendo a via possível para se alcançar postos mais elevados no mercado de trabalho, um lugar nesse mesmo mercado, ou, ainda, para as mulheres – donas de casa, em específico - uma oportunidade de vivenciarem uma atividade produtiva diferente das realizadas no interior do próprio lar. Em geral, esse aluno chega à escola com grande receio de não conseguir cumprir com as exigências institucionais e, ao mesmo tempo, apresenta uma visão de escola completamente atrelada à perspectiva empirista de educação. Isto o leva a refutar quaisquer propostas de ensino que sejam distintas do conhecido e ‘clássico’ modelo de uma aula transmitida via quadro de giz, com pouco diálogo, muita cópia e repleta de exercícios repetitivos para que o aluno execute. Este sujeito a que se refere Moraes (2006) é o aluno adulto, que vê a EJA como segunda, ou talvez, última chance de concluir a Educação Básica; aquele que teve pouco ou quase nada de escola e ainda a vê como um modelo tradicional, na qual apenas a escrita e a leitura dão conta de um aprendizado significativo. Juntamente com este público, há muitos jovens que por algum motivo abandonaram o ensino regular e veem o CEEBJA como a única chance de concluir a Educação Básica. Estes, diferente dos adultos, não aceitam mais o modelo tradicional, ao contrário, querem aulas dinâmicas, interativas e funcionais, travando muitas vezes um embate de ideias e atitudes. No intuito de contemplar os diferentes sujeitos, as Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná apresentam os eixos que devem nortear o trabalho pedagógico na EJA: a Cultura o trabalho e o tempo. Cultura, por ser produto de significações da atividade humana, “[...]a arte, a ciência, a linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as instituições sociais, as crenças, as formas de trabalhar” (SACRISTÀN, 2001, p.105). Trabalho, por ser compreendido como a forma de produção da vida material, não se reduzindo à preocupação para o mercado de trabalho, mas como ação pela qual o homem transforma a natureza e a si mesmo. 15 Tempo: físico, vivido e pedagógico. Físico, ligado à organização escolar, tempo de ação pedagógica; vivido, tanto do docente nas suas experiências pedagógicas, formação e ação, quando do discente, nas suas experiências sociais, escolares e pedagógicas, tempo destinado à escolarização e socialização do conhecimento. Estes eixos devem se unir para efetiva apropriação do conhecimento, não se restringindo à simples transmissão, mas à compreensão. Embora tenha tido muitos sucessos, a educação de jovens e adultos possui características próprias e tem muito a avançar. A EJA pode contribuir para que seu público desenvolva suas habilidades intelectuais, suas capacidades de participação social, sejam críticos, tenham independência, autonomia, aumentem sua consciência e interação com o mundo. Indicação de Leitura - INSTRUÇÃO Nº 032/2010 – SUED/SEED http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes/instrucao0322010.pdf Importante! A instrução 32/2010, trata da carga horária do curso do Ensino Fundamental Fase II e da idade para ingresso na modalidade de educação de Jovens e Adultos. Indicação Cultural 1. Narradores de Javé: Direção: Eliane Caffé. Roteiro: Eliane Caffé e Luis Alberto de Abreu. Gênero: Drama. Brasil, 2003. Duração: 100 minutos. O filme aborda a questão das dificuldades enfrentadas por uma comunidade, a cidade de Javé, no interior da Bahia, ameaçada de ser inundada por uma hidroelétrica se não elaborarem um dossiê alegando que o local deve ser preservado como patrimônio histórico. O fato de poucos moradores saberem ler e apenas o carteiro saber escrever, os leva a uma sofrida batalha para salvar sua comunidade. http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes/instrucao0322010.pdf 16 2. Quem quer serum milionário? Direção: Danny Boyle. Roteiro: Simon Beaufoy. Gênero: Drama. Filme Britânico, 2008. Duração: 120 minutos. O drama, filmado na Índia, conta a história de Jamal, um menino que viveu a infância em uma comunidade muito pobre, quase não foi à escola e passa por todos os problemas inimagináveis na vida. Aos dezoito anos, fica milionário participando de um programa de perguntas de respostas na televisão. Sua brilhante atuação e pouca escolaridade levantam suspeitas de trapaça, fazendo com que a polícia o prenda para um interrogatório massacrante. Jamal, porém conta à polícia a história da sua vida nas ruas e justifica que todas as respostas corretas que deu foram associadas a acontecimentos vividos. A polícia acredita em sua versão e o libera para responder a última pergunta que o faz milionário. QUESTÕES PARA REFLEXÃO 1. Após a leitura do texto “A EJA e seu público”, reflita sobre a importância desta modalidade de ensino para a garantia de direitos assegurados na LDB nº 9394/96, no artigo 37, que estabelece: “A Educação de Jovens e Adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio na idade própria”. Como este direito seria garantido sem a modalidade EJA? Quais os maiores desafios para o aluno adulto que volta à escola? 2. Paulo Freire (1996), diz que os alunos jovens e adultos “[...] já trazem consigo para a sala de aula uma leitura articulada do mundo”. Diante desta afirmação, reflita sobre a relação entre educação formal e a aprendizagem/conhecimento de mundo. Como estes conhecimentos podem se complementar? Qual a importância de cada um para uma aprendizagem significativa? Que elementos extrair da realidade do aluno para tornar significativa a relação da vida com o conteúdo proposto? 17 3. O PPP é um documento legal, elaborado pelo coletivo escolar, que partiu de um diagnóstico da escola. Neste documento estão explícitas as concepções de homem, sociedade, educação, aprendizagem, planejamento e avaliação que fundamentarão o trabalho pedagógico. Ciente disto, reflita: Quando cheguei à EJA, me interessei em tomar conhecimento deste documento? Quanto ele me auxiliou para a compreensão desta modalidade e suas especificidades? 4. Os filmes indicados tratam das dificuldades enfrentadas por pessoas que tiveram sua história escolar interrompida. Faça uma relação entre eles apontando as semelhanças, diferenças e conquistas alcançadas. Imagine como seria a vida destas pessoas se tivessem tido a oportunidade de uma escolarização adequada. Qual foi a importância do conhecimento de mundo para elas? 18 UNIDADE 2 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA EJA 2.1 MATRÍCULA A Proposta Pedagógica-Curricular - PPC da EJA do Paraná, estabelece que nesta modalidade de ensino a matrícula se dá por disciplina e o aluno pode se matricular, se houver horário compatível, em até quatro disciplinas, tanto na organização coletiva quanto na individual, formas de organização de estudos da EJA. A matrícula é realizada diretamente no CEEBJA. O Cadastro Geral de Matrícula – CGM, pode ser feito a qualquer tempo. Em 2014, conforme a instrução 002/2014, quatro períodos anuais foram destinados à matrícula, tanto no atendimento coletivo como na forma individualizada por disciplina, porém esta tentativa não atendeu às necessidades da modalidade e a instrução foi cancelada, voltando, portanto as matrículas a qualquer tempo, conforme a instrução nº 13/2014. Para ter garantido o seu ingresso na EJA, segundo o artigo 7º da Deliberação 05/10, do Conselho Estadual de Educação – CEE, o jovem deve ter idade mínima de 15 anos completos para o ensino fundamental e 18 anos completos para o ensino médio, não havendo um limite máximo de idade, portanto, é possível encontrar em uma mesma sala, alunos de 15 a 70 anos ou mais. Sobre esta heterogeneidade, Oliveira, (2004, p.59-60), destaca: O jovem tem um olhar para o futuro. Na transição da infância para a fase adulta está ligado às inovações tecnológicas, aos modismos dos meios de comunicação, ou seja, às mudanças que ocorrem no mundo. O adulto está interessado na vida profissional, na sua inserção no mercado de trabalho, olhando para a sua situação de vida presente. O idoso busca ser cidadão, viver a sua vida em sociedade, sendo respeitado como pessoa e pelo seu passado, pela sua história de vida. Almeja viver na sociedade com dignidade. Gerações diferentes não só em idade, mas na forma de pensar e nos interesses. 19 Indicação de Leitura - INSTRUÇÃO N° 13/2014 - SUED/SEED http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes2014%20sued%20seed/instru cao0132014seedsued.PDF Importante! A Instrução 13/2014, trata da organização da oferta das Disciplinas para os cursos do Ensino Fundamental Fase II e Ensino Médio, na modalidade da Educação de Jovens e Adultos – EJA. 2.2 MATRIZ CURRICULAR A EJA segue os mesmos conteúdos curriculares previstos nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná, porém por se tratar de um público distinto, de jovens, adultos e idosos, sua organização é peculiar. Segundo a Proposta Pedagógica – Curricular (2006), não contempla a cultura da aceleração, [...] mas compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo que os educandos venham a participar política e produtivamente das relações sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral. Levando em conta o conhecimento de mundo que o público da EJA traz, a carga horária ofertada para esta modalidade de ensino, prevista na Proposta Pedagógica Curricular, respeitando a Legislação é de 1600 horas para o Ensino Fundamental Fase II e 1200 horas para o Ensino Médio. Mesmo este número representando quase a metade da carga horária prevista para o ensino regular, os conteúdos são os mesmos, mas os encaminhamentos metodológicos são http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes2014%20sued%20seed/instrucao0132014seedsued.PDF http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes2014%20sued%20seed/instrucao0132014seedsued.PDF 20 diferenciados, levando seriamente em consideração as particularidades de cada um, seu conhecimento, sua cultura, experiências e vivência. Indicação de Leitura: 1. Diretrizes Curriculares EJA http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_eja.pdf 2. Manual de Orientações da EJA http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/manual_orientacoes_eja _2012.pdf Importante! 1. As diretrizes curriculares são um documento oficial, orientador do currículo para toda a rede pública estadual. Trata das especificidades da Educação Básica e são organizadas a partir das disciplinas que compõem a base nacional comum e a parte diversificada, orientando a organização de cada disciplina. 2. O manual de Orientações da EJA é um documento que contém orientações importantes e específicas sobre a organização e funcionamento da EJA. 2.3 APROVEITAMENTO DE ESTUDOS Em se tratando da Educação de Jovens e Adultos, há de se considerar aquilo que o aluno já cursou, seja em uma escola regular ou em outra EJA. Assim, no momento da matrícula, o aluno pode, mediante documento que comprove a conclusão, requerer aproveitamento de estudos, cursados regularmente em séries, disciplinas ou exames de suplência. http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_eja.pdf http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/manual_orientacoes_eja_2012.pdf http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/manual_orientacoes_eja_2012.pdf 21 Cada série concluída – no ensino regular - equivale a umaproveitamento de 25% da carga horária de cada disciplina, podendo aproveitar até 75% no ensino fundamental fase II e até 50% no ensino médio. Já no ensino médio com organização por blocos, o aproveitamento só se dará se o aluno tiver cursado dois blocos completos. Além do aproveitamento de estudos, se o requerente não comprova sua escolarização formalmente, por meio do histórico escolar, a escola pode adotar o procedimento de classificação, amparada pelo Art. 22 da Deliberação 09/01, do Conselho Estadual de Educação/PR. A avaliação para classificação deve ser elaborada, aplicada e avaliada pelos professores das disciplinas e pela equipe pedagógica, já que tem cunho pedagógico e visa a medição do conhecimento. Após o processo, o resultado deve ser lavrado em ata, assinada pela comissão responsável e em seguida arquivada na pasta individual do aluno. Também é possível, a reclassificação, processo em que a escola pode avaliar o educando que já tenha frequentado 25% da carga horária total da disciplina, dando possibilidade de avanço, conforme comprovação de apropriação de conhecimento, posicionando-o em mais 25%, 50% ou 75% da carga horária total da disciplina, no Ensino Fundamental Fase II e em mais 25% ou 50% no Ensino Médio, através de uma avaliação elaborada, aplicada e avaliada pelo professor da disciplina e equipe pedagógica, acompanhado pelo Núcleo Regional de Educação. O processo e o resultado da reclassificação devem ser registrados em ata, assinada pela comissão responsável e em seguida arquivada na pasta individual do aluno. Indicação de Leitura 1. Deliberação 09/2001 http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/deliberacoes/deliberacao072005.pdf 2. Instrução 020/2008 http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes/instrucao202008.PDF http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/deliberacoes/deliberacao072005.pdf http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes/instrucao202008.PDF 22 3. Instrução 02/2009 http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes/instrucao022009.pdf Importante! 1. A deliberação 09/01 trata da matrícula de ingresso, por transferência e em regime de progressão parcial; o aproveitamento de estudos; a classificação e a reclassificação; as adaptações; a revalidação e equivalência de estudos feitos no exterior e regularização de vida escolar em estabelecimentos que ofertem Ensino Fundamental e Médio nas suas diferentes modalidades. 2. A Instrução 020/2008 estabelece os procedimentos para o processo de reclassificação de alunos. 3. A Instrução 02/2009 orienta sobre os procedimentos relacionados ao registro em documentos escolares da Progressão Parcial no Ensino Fundamental e Médio, e da Classificação e Reclassificação no Ensino Fundamental e Médio na Educação de Jovens e Adultos – EJA. 2.4 ORGANIZAÇÃO DE TURMAS 2.4.1 Organização Coletiva Organização coletiva é aquela formada por um grupo de alunos, em uma mesma sala de aula, cursando o mesmo conteúdo de uma disciplina. Nesta organização, a escola programa um cronograma de ofertas de até quatro disciplinas, sempre em aulas geminadas em duas ou três vezes por semana, determinando dias, períodos e horários de aulas, prevendo datas de início e fim das disciplinas ofertadas. As turmas podem ser formadas para cursar 100%, para iniciantes ou reunindo alunos com o mesmo percentual da carga horária cursada: 75%, 50% ou http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes/instrucao022009.pdf 23 25%, de acordo com a comprovação de aproveitamento apresentada pelo aluno no ato da matrícula. O encaminhamento e condução dos trabalhos e conteúdos em sala de aula se dão de forma coletiva, porém respeitando os conhecimentos, a visão de mundo, as experiências e o ritmo de cada um. A organização coletiva é destinada, preferencialmente, àqueles que podem frequentar com assiduidade as aulas, a partir de um horário definido, porém qualquer pessoa pode se matricular nesta organização, desde que tenha possibilidades de cumprir o cronograma estabelecido, frequentando as aulas regularmente, já que a frequência mínima de 75% do total da carga horária de cada disciplina é obrigatória. Na organização coletiva da EJA, o professor utiliza, para controle de frequência do aluno, o Livro Registro de Classe, Código – 1058, registrando o conteúdo da aula, a presença ou a falta do aluno. 2.4.2 Organização Individual A organização individual, quase extinta atualmente, é destinada aos educandos que trabalham e comprovam a impossibilidade de frequentar assiduamente as aulas por conta dos horários e para os que passaram por classificação ou apresentaram aproveitamento de estudos, mas no momento da matrícula, não havia turma coletiva organizada à sua necessidade. Na organização individual, o fundamento básico é o respeito pelo ritmo de cada um e pelo tempo que cada indivíduo tem para participar da educação escolar. Cabe salientar que esta organização não é sinônimo de apenas um aluno para um docente. Ela se dá, através de um cronograma elaborado pela escola, determinando dias e horários em que a disciplina será ofertada. O docente pode ter uma turma com 20 alunos, mas cada um em um ritmo, com carga horária e temática diferentes, com saberes apropriados distintos e tempos diferenciados; Os alunos que frequentam a organização individual poderão ter conteúdos e avaliações individuais ou em grupos, desde que lhes sejam assegurados o respeito pelo ritmo individual e a construção dos saberes. 24 Na Organização Individual, o aluno, obrigatoriamente, deve cumprir 100% do total da carga horária de cada disciplina, em sala de aula. O controle de frequência do aluno é feito através da Ficha de Registro de Avaliação, Frequência e Conteúdo, código - 10652, na qual o docente registra o dia e horas-aula frequentados pelo aluno. Tanto na Organização Individual, quanto na Coletiva, o aluno que deixar de comparecer às aulas por dois meses conseguintes, será desistente e se voltar, num prazo de até dois anos, terá que reativar sua matrícula, mas poderá aproveitar a carga horária frequentada. Após dois anos, não terá aproveitamento da carga horária cursada e a escola deve fazer uma rematrícula. Indicação de Leitura Instrução 07/2010 http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes/instrucao072010.pdf Importante! A instrução 07/2010 estabelece as normas para preenchimento do Livro Registro de Classe na Rede Estadual de Educação. 2.5 AÇÃO PEDAGÓGICA DESCENTRALIZADA Ação Pedagógica Descentralizada – APED, são turmas de EJA que funcionam fora do CEEBJA, em locais de difícil acesso, em outras escolas que não ofertam a modalidade EJA, mas há demanda discente. Estas turmas ofertam apenas a organização coletiva, de quatro horas-aula em quatro dias da semana e são atendidas por até dois professores, em até duas disciplinas, preferencialmente no período noturno. As APEDs funcionam respeitando a Proposta Pedagógica e o Regimento Escolar da Escola Sede. 2 Modelo da Ficha em anexo. http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes/instrucao072010.pdf 25 A matrícula para a APED, segue as normas e instruções de matrícula da SEED e cada disciplina ofertada obedece a um cronograma especial do CEEBJA que deve cumprir 100% da carga horária total de cada disciplina de acordo com a Matriz Curricular, não podendo ultrapassar três anos letivos, contados a partir da data de início. No ano de 2014, o CEEBJA de Pitanga contou com 11 turmas de APEDs, sendo 08 de Ensino Fundamental e 03 de Ensino Médio. Indicação de Leitura Instrução 17/2010 http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes2010%20sued%20seed/instru cao172010.pdf Importante! A Instrução17/2010 trata das APEDs – Ações Descentralizadas da Educação de Jovens e Adultos da Rede Pública Estadual. 2.6 SISTEMA DE AVALIAÇÃO Na Diretriz Curricular Estadual de Educação de Jovens e Adultos (DCE), sobre avaliação encontramos: “[...] a educação deve ser o centro da ação do professor e os exames devem ser usados como meios de estimular o trabalho intelectual da aprendizagem dos educandos” (p. 40). Ainda na DCE: “A avaliação é um meio e não um fim em si. É um processo contínuo, diagnóstico, dialético e deve ser tratada como integrante das relações de ensino-aprendizagem” (p. 42). Para Luckesi (2000), a avaliação da aprendizagem é um recurso pedagógico útil e necessário para auxiliar o educador e o educando na busca e na construção de si mesmo e do seu melhor modo de estar na vida (p,23). Na EJA, busca-se uma avaliação que tenha finalidade de acompanhar o educando, diagnosticar resultados e aperfeiçoar o processo de ensino- http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes2010%20sued%20seed/instrucao172010.pdf http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes2010%20sued%20seed/instrucao172010.pdf 26 aprendizagem, dando oportunidade concreta de reflexão, tanto do professor quanto do aluno para uma efetiva apropriação do conhecimento. Sendo assim, uma avaliação diagnóstica, sistemática e permanente, com utilização de instrumentos diversificados, voltada para as necessidades e considerando o perfil de cada educando e a função social da EJA, é o tipo de avaliação ideal. Para Luckesi (1999), a avaliação “é como um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista, uma tomada de decisão" (p.33). O mesmo autor também chama a atenção para a avaliação com incumbência de classificação, pois esta não contribui para o crescimento discente e tampouco do professor, ainda conclui: “Para não ser autoritária e conservadora, a avaliação tem a tarefa de ser diagnóstica, ou seja, deverá ser o instrumento dialético do avanço, terá de ser o instrumento da identificação de novos rumos” (p.43). O sistema de registro de notas na EJA, se dá de duas a seis notas por disciplina, podendo o professor optar por avaliações escritas, orais ou outras ferramentas avaliativas, devendo o aluno atingir no mínimo a média 6,0. Se o aluno não conseguir alcançar a média, o docente deve submetê-lo à recuperação de estudos que se dá simultaneamente ao processo de ensino-aprendizagem e é direito de todo educando. A EJA não se utiliza da ferramenta Conselho de Classe, mas Conselho de avaliação, então na organização coletiva quando o aluno não atinge a média, o Conselho de Avaliação é reunido e pode indicar o remanejamento do aluno para a organização individual, com o objetivo do aluno ter mais tempo, em seu ritmo, para se apropriar dos conteúdos inalcançados na disciplina, sem prejuízos na carga horária cursada. 2.7 EXAME DE SUPLÊNCIA Exames de suplência ou de massa oferecem oportunidade de conclusão do Ensino Fundamental ou do Ensino Médio. São ofertados na modalidade On-line e presencial/convencional, formado pelas disciplinas da Base Nacional Comum e Diversificada respeitando as Diretrizes Curriculares Nacionais. A oferta online do exame, a partir de 2014 acontece em sete momentos alternados, sendo três para o Ensino Fundamental e quatro para o Médio, nos 27 meses de Julho a Dezembro, onde o aluno inscrito poderá fazer o exame em até 6 disciplinas, podendo concluir uma etapa de ensino em dois momentos. O exame é realizado no laboratório de informática do CEEBJA, acompanhado por um aplicador responsável da Instituição de ensino, num único dia, nos períodos da manhã, tarde e noite, com alternação de disciplina entre os turnos. Os requisitos para inscrição no exame são as idades: 15 anos completos para o ensino fundamental e 18 para o ensino médio, além de outros descritos no edital 50/2014 da SEED. O exame convencional1 no ano de 2014 não foi ofertado, apenas para alunos com privação de liberdade. Os exames, por serem regulamentados por edital próprio anualmente, são imprevisíveis, então não se pode garantir a sua continuidade. Indicação de Leitura Edital 50/2014 http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/editais/edital502014gsseed.pdf Importante! O Edital 50/2014 trata das inscrições dos exames da EJA no Paraná, em nível de conclusão do Ensino Fundamental e Ensino Médio, ofertas on-line e convencional3 – 2014. QUESTÕES PARA REFLEXÃO 1. Na fala de Oliveira, o jovem tem um olhar para o futuro, está ligado às inovações tecnológicas, às mudanças. Já o adulto está interessado na vida profissional, no presente. E o idoso, busca viver em sociedade, ser respeitado por sua história de vida. Temos, portanto, três gerações com interesses e perspectivas distintas. Como 3 Exame Convencional é aquele que utiliza material (prova) impresso. http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/editais/edital502014gsseed.pdf 28 organizar um currículo que não ignore tais diferenças e dê a todos as mesmas oportunidades? 2. De acordo com a sua experiência no ensino regular e na EJA, relate quais são as dificuldades encontradas e quais são os problemas relacionados ao currículo proposto para a EJA. 3. A organização de um CEEBJA é diferente do Ensino Regular: oferta não seriada, mas por etapa – Fundamental Fase II e Médio, organização de turmas, carga horária, exame de suplência, APED, etc. Como se apropriar de tais informações tão logo chegue a um CEEBJA, já que a formação do professor não abrange tanta especificidade? 4. A EJA, mais do que as outras modalidades de ensino, é regida por documentos como: instruções, editais, deliberações e resoluções. Qual deve ser a postura dos educadores, em relação a tais documentos? Quais as possíveis implicações decorrentes do desconhecimento das leis que regem esta modalidade? 29 UNIDADE 3 FORMAÇÃO DO PROFESSOR Uma reflexão sobre a formação recebida e a formação necessária para atuação na EJA As rápidas transformações pelas quais a nossa sociedade está passando, tem ocasionado grande pressão para que as escolas se adequem para acompanhar essa evolução, já que ela tem e recebe grande influência social, política, cultural, tecnológica e econômica. Toda esta influência torna muito maior o desafio de atuar na educação de Jovens e Adultos sem formação adequada. Os professores que trabalham na educação de Jovens e Adultos, em sua quase totalidade, não estão preparados para o campo específico de sua atuação. Em geral, são professores leigos ou recrutados no próprio corpo docente do ensino regular. Note-se que na área específica de formação de professores, tanto em nível médio quanto em nível superior, não se tem encontrado preocupação com o campo específico da EJA. (HADDAD; DI PIERRO, 1994, p. 15). Os profissionais, especialmente docentes que assumem suas funções na EJA, geralmente são os mesmos que atuam nas escolas de ensino regular, profissionais que não tiveram incluídas na sua formação as exigências características desta modalidade de ensino. Com maior razão, pode-se dizer que o preparo de um docente voltado para a EJA deve incluir, além das exigências formativas para todo e qualquer professor, aquelas relativas à complexidade diferencial desta modalidade de ensino. Assim esse profissional do magistério deve estar preparado para interagir empaticamente com esta parcela de estudantes e estabelecer o exercício do diálogo. Jamais um professor aligeirado ou motivado apenas pela boa vontade ou por um voluntariado idealista e sim um docente que se nutra do geral e também das especificidades que a habilitação como formação sistemática requer. (Parecer 11/2000, p. 56). 30 Pensara formação do docente que atua na EJA, é lembrar que a Educação de Jovens e Adultos tem uma realidade específica, um público específico de pessoas que já vivem no mundo do trabalho, com responsabilidades, experiências, valores, perspectivas diferenciadas e uma gama de conhecimentos. Mas também adolescentes com defasagem de idade-série, excluídos, marginalizados e que, portanto, não admitem a mesma pedagogia educacional utilizada nas escolas regulares. Para qualquer destes públicos, o professor precisa estar preparado com boa formação e consciência de que ela nunca se acaba. "Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão da prática". (FREIRE, 1997, 58). A formação inicial não basta, conhecimento se atualiza e se aperfeiçoa, especialmente se ele for pautado por situações vividas, reflexivas que resultem em retomada de reflexões sobre a profissão, atuação e limitações. Os cursos de formação de professores não tem proporcionado uma formação abrangente, de forma que este profissional possa atuar em qualquer modalidade de ensino, ao contrário disso, temos visto uma formação precária e fragmentada. Quando analisamos as matrizes curriculares4 dos cursos de licenciatura, como Letras, História e Pedagogia da UNICENTRO5, é possível entender a precariedade na formação do professor. Elas não oferecem uma disciplina de EJA, nem mesmo obrigam estágio nesta modalidade, apenas o curso de pedagogia oferece esta disciplina, porém apenas no quarto ano, numa carga horária de 68 horas, sem obrigatoriedade de estágio. A privação da EJA no currículo destes cursos causa perdas. E, sobre esta privação, Ribeiro (1999, p. 197) destaca: [...] cabe ressaltar que a problemática da educação de jovens e adultos merece compor o currículo de formação básica de todos os educadores. Afinal, diz respeito a todos a luta contra a exclusão social e educativa, a superação da perspectiva assistencialista da educação compensatória e a 4 Matrizes Curriculares disponíveis em: http://sites.unicentro.br/wp/historia/matriz-curricular/. Acesso em 07/11/2014. 5 Universidade Estadual do Centro Oeste. Guarapuava - Paraná. http://sites.unicentro.br/wp/historia/matriz-curricular/ 31 articulação de sistemas de ensino inclusivos, que viabilizem múltiplas trajetórias de formação. Sendo assim, os cursos de especialização e formação continuada para qualificar os profissionais à apropriação dos conhecimentos necessários, são uma boa estratégia para a reflexão da prática pedagógica em EJA. Silva defende a formação continuada, mas com base na realidade da escola: Defendemos a proposta de que a formação continuada deve se dar com base na realidade da própria escola, em suas reais necessidades e seu projeto pedagógico. Não se pode pensar a perspectiva de uma nova escola sem colocar como meta primordial a formação continuada. Para tanto, é necessário que a escola se constitua num espaço de crescimento do professor. (SILVA, 2002, p. 15) Não há como negar que a formação continuada com base nas teorias que sustentam a EJA e nas teorias pedagógicas sobre a juventude e a vida adulta, aliadas à reflexão e prática que a cada dia ensina o professor a conhecer seu aluno é o caminho para o sucesso educacional desta modalidade. Paulo Freire (1996, p. 39) evidencia a importância da formação constante e da reflexão do professor: É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico, necessário à reflexão crítica, tem de ser de tal modo concreto que quase se confunda com a prática. O seu “distanciamento” epistemológico da prática enquanto objeto de sua análise, deve dela “aproximá-lo” ao máximo. O educador da EJA precisa procurar permanentemente por qualificação profissional para que suas ações pedagógicas sejam condizentes com as necessidades dos educandos jovens e adultos, para que a práxis esteja presente em seu meio e para que atenda a demanda que a nossa sociedade está exigindo nos dias atuais. A responsabilidade ética, política e profissional do ensinamento lhe coloca o dever de se preparar, de se capacitar, de se formar antes mesmo de iniciar sua atividade docente. Essa atividade exige que sua preparação, sua capacidade, sua formação se tornem processos permanentes. Sua experiência docente, se bem percebida e bem vivida, vai deixando claro que ela requer uma formação permanente do ensinamento. Formação que se funda na análise crítica de sua prática. (FREIRE, 1993, p. 28). 32 Uma boa formação dos profissionais que atuarão na EJA, contribuirá muito mais na conquista da qualidade da educação para aqueles que buscam na escola o sentido de fazer parte da sociedade, de serem reconhecidos e respeitados como verdadeiros cidadãos. Indicação de Leitura 1. Livro: Formação de Educadores de Jovens e Adultos. Org. Leôncio Soares. http://unesdoc.unesco.org/images/0014/001493/149314porb.pdf 2. Livro: Formação de Educadores de Jovens e Adultos – II Seminário. Org. Maria Margarida Machado. – Brasília: Secad – MEC, UNESCO, 2008. Importante! 1. O Livro, resultado do I Seminário Nacional sobre a formação do Educador de Jovens e Adultos, contem quinze textos discutidos no evento sobre formação inicial e continuada do educador da EJA. 2. O Livro é resultado do II Seminário Nacional sobre a formação do Educador de Jovens e Adultos. Apresenta textos reflexivos sobre a temática, bem como os resultados do encontro, os desafios e perspectivas futuras em relação à formação do educador da EJA. Indicação Cultural Como estrelas na terra. Direção: Aamir Khan. Roteiro: Amole Gupte. Gênero: Drama. India, 2007. Duração: 165 minutos. O filme trata sobre uma criança, um menino de 9 anos com dislexia. Na escola sofre com a reprovação e severas punições por ter dificuldades e em casa http://unesdoc.unesco.org/images/0014/001493/149314porb.pdf 33 pela incompreensão da família. Inteligente, criativo e curioso, tem sua dislexia e seus talentos descobertos pelo novo professor de artes que, através de sua sensibilidade e interesse o compreende, orienta seus pais, dá apoio e ensino adequado e descobre um verdadeiro gênio. QUESTÕES PARA REFLEXÃO 1. No texto “Formação do Professor”, da unidade III, há a afirmação de que os profissionais que assumem suas funções na EJA, geralmente são os mesmos que atuam nas escolas regulares; profissionais que não tiveram incluídas na sua formação as exigências características desta modalidade de ensino. Reflita sobre a sua formação: Tive uma disciplina que abordasse o tema EJA? Fiz algum estágio nesta modalidade? Tive suporte teórico que possa me auxiliar na prática? 2. Pense em uma turma do sexto ao nono ano do ensino regular (com idade/série compatíveis) e em uma turma do ensino Fundamental Fase II de EJA, com alunos de 15 a 70 anos. Compare-as quanto às semelhanças, diferenças e especificidades. Qual a importância do currículo como definidor do que, como e para que os conteúdos serão trabalhados? Qual a importância do currículo trazer questões políticas, econômicas, culturais e históricas, ultrapassando a ideia de simples seleção de conteúdos? 3. Paulo Freire (1997, 58), diz: "Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão da prática". Com base nas palavras do autor, pode-se questionar: É possível se fazer educador do ensino formal na prática, sem nenhuma teoria? É possível se fazer educador na teoria sem nenhuma prática? 34 4. No texto: “Reflexões sobre a Formação de Educadores de Jovens e Adultos em Redesde Ensino Públicas” de Maria Aparecida Zanetti – Livro Formação de Educadores de Jovens e Adultos, 2008, a autora afirma que para a formação dos educadores de EJA ser de fato formação e não instrução ou treinamento, é fundamental a constituição de coletivos, com espaços e tempos garantidos diante das especificidades dessa modalidade educacional. Como conseguir tal constituição para melhor conhecer a comunidade escolar, seu entorno, suas relações e especificidades diante da grande rotatividade de profissionais a cada ano? 5. O filme “Como Estrelas na Terra”, trata sobre um menino de 9 anos com dislexia que sofre na escola com a reprovação e severas punições por ter dificuldades. Em casa sofre pela incompreensão da família. O aluno de EJA muitas vezes também é incompreendido, devido às suas limitações. No filme, o menino é descoberto como verdadeiro gênio das artes, por meio da sensibilidade e interesse de um professor. Como agir perante as dificuldades dos nossos alunos? Como saber ou compreender o potencial de cada um, em uma escola com tantas diferenças? Como perceber as dificuldades do aluno em sala? 35 UNIDADE 4 O trabalho do Pedagogo na EJA – Desafios e perspectivas O curso de Pedagogia no Brasil passou por várias reformulações desde a sua criação, na tentativa de adequar o curso às necessidades da escola. O curso já formou bacharel com habilitação técnica na área educacional, licenciado para atuar na docência e dar aula no ensino secundário e normal, especialista em orientação e supervisão educacional, administração e inspeção escolar. Em 2006, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, na tentativa de encontrar uma identidade própria, determinam que o curso de pedagogia deve ser pautado na docência, extinguindo as habilitações e indicando que a formação deverá ser teórica, dentro de uma diversidade de conhecimentos, implicando assim a licenciatura como identidade do pedagogo. Analisemos o Edital Nº 17/2013 (p.2, item 2.3.1) do concurso público do Estado do Paraná e a descrição do cargo professor-pedagogo: Atividades de Suporte Pedagógico direto à docência na Educação Básica, voltadas para planejamento, administração, supervisão e orientação educacional, incluindo, entre outras, as seguintes atribuições: coordenar a elaboração e execução da proposta da escola; administrar o pessoal e os recursos materiais e financeiros da escola, tendo em vista o atingimento de seus objetivos pedagógicos: assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; zelar pelo cumprimento do plano de trabalho dos docentes: prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento: promover a articulação com as famílias e a comunidade criando processos de integração da sociedade com a escola; informar os pais ou responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; coordenar, no âmbito da escola, as atividades de planejamento, avaliação e desenvolvimento profissional; acompanhar e orientar o processo de desenvolvimento dos estudantes, em colaboração com os docentes e as famílias; elaborar estudos, levantamentos qualitativos e quantitativos indispensáveis ao desenvolvimento do sistema ou rede de ensino ou da escola; elaborar, implementar, acompanhar e avaliar planos, programas e projetos voltados para o desenvolvimento do sistema e/ ou rede de ensino e da escola, em relação a aspectos pedagógicos, administrativos, financeiros, de pessoal e de recursos materiais; acompanhar e supervisionar o funcionamento das escolas, zelando pelo cumprimento da legislação e normas educacionais e pelo padrão de qualidade de ensino. 36 Todas essas atribuições descritas no edital servem para qualquer escola ou modalidade de ensino, deixando claro que apenas a nomenclatura mudou, mas as funções não mudaram, apenas se acumularam. Desta forma, o pedagogo chegou nas escolas com uma formação inadequada e sem momentos de estudos para compreensão das novas funções que o cargo exige: domínio de conteúdo científico, pedagógico e técnico. Sobre tais funções, Franco (2003, P.110), elucida: O pedagogo será aquele profissional capaz de mediar teoria pedagógica e práxis educativa e deverá estar comprometido com a construção de um projeto político voltado à emancipação dos sujeitos da práxis na busca de novas e significativas relações sociais desejadas pelos sujeitos. Com todas e por todas as funções atribuídas ao pedagogo, seu trabalho fica ineficiente. E, a falta de reflexão e organização de um plano de ação eficiente, direcionado especialmente às especificidades da EJA, suas ações acabam descaracterizadas. O problema que deu origem a esta produção pedagógica foi a observação da inquietação e dificuldade dos novos profissionais que chegam a cada ano no CEEBJA e desconhecem a organização e funcionamento da modalidade de Educação de Jovens e Adultos, diferente do ensino regular, exigindo do pedagogo uma postura de orientação docente. No entanto, como saber quais são as maiores dificuldades encontradas por estes profissionais? Como o pedagogo pode orientar de forma eficaz o professor que chega para trabalhar na EJA e não conhece a sua organização? No início deste trabalho, muitos docentes foram entrevistados, com o intuito de classificar as maiores e mais comuns dificuldades encontradas por estes profissionais, os quais apontaram: heterogeneidade dos sujeitos, especificidades e organização da EJA e formação docente, temas descritos nos três primeiros capítulos deste trabalho que poderá contribuir como apoio à orientação destes e dos demais profissionais que iniciarem seus trabalhos na EJA. Em relação ao que diz respeito ao trabalho do pedagogo, pretende-se responder a seguir. O pedagogo da EJA cumpre todas as funções possíveis que lhe cabem e até as que não cabem, tal qual no ensino regular. Há um grande equívoco por parte de muitas pessoas, inclusive dos próprios pedagogos da rede e de professores que 37 nunca atuaram nesta modalidade, que o CEEBJA, por trabalhar com jovens e adultos, é um local muito tranquilo, sem problemas, correrias ou dificuldades que mereçam grande atenção. O trabalho pedagógico, seja em qualquer modalidade de ensino, tem suas especificidades e dificuldades, e o pedagogo, de qualquer modalidade, mas especialmente da EJA, precisa munir-se de ferramentas teóricas que o auxiliem na prática. É imprescindível a este profissional, formação e aprofundamento reflexivo sobre o processo de escolarização de Jovens e Adultos. Para FREIRE, (1996, p.39): Não existe prática sem teoria, como também não existe teoria que não tenha nascido de uma prática, porque o importante é que a reflexão seja um instrumento dinamizador entre prática e teoria. Porém, não basta pensar, refletir, o crucial é fazer com que a reflexão nos conduza à ação transformadora, que nos comprometa com nossos desejos, nossas opções, nossa história. Resolver os problemas docentes e discentes que aparecem todos os dias, é essencial, porém a organização para a prevenção dos problemas poderá ser uma estratégia inteligente que favorecerá a atuação do grupo. Desta forma, o trabalho do pedagogo, com todo o coletivo da escola poderá partir de: 1. Um plano de ação bem elaborado que contemple formação sobre as especificidades e organização da EJA, dando especial suporte aos iniciantes, no início do ano ou a qualquer tempo letivo em que novos profissionais cheguem ao CEEBJA, sejam eles professores, pedagogos, agentes I ou II. A compreensão e condução do trabalho pedagógico é condição para o bom desempenho do processo ensino aprendizagem. 2. Criar um grupo de estudos permanente onde se desafie a buscar respostas aos questionamentos, através de suporte teórico, como forma de contribuir paraa formação continuada de todos os envolvidos na EJA. Esta formação deve contemplar estudos e reflexões sobre a modalidade de ensino e suas especificidades, tanto pedagógicas quanto burocráticas, utilizando-se da legislação e documentos enviados pela SEED, possibilitando ao profissional que chega, mais segurança na condução do seu fazer pedagógico. 3. Criar uma pasta compartilhada, de fácil acesso, com indicação de textos para reflexão, documentos, links de acesso e referências bibliográficas. 38 4. Criar um grupo de referência composto por pedagogo, professor, agente I e agente II, responsáveis por informações e pelo estudo imediato de novas resoluções e pareceres com o intuito de repasse de informações precisas. A educação, em qualquer modalidade é sempre um grande desafio, mas na EJA, tendo em vista às exigências e especificidades existentes, o desafio se torna ainda maior e o pedagogo é peça fundamental na mediação das práticas escolares e precisa estar sempre repensando suas ações. É uma tarefa desafiadora, mas extremamente importante para a condução e sucesso das ações pedagógicas desenvolvidas na EJA. Indicação de Leitura 1. Edital 017/2013 http://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&ved=0CDEQ FjAB&url=http%3A%2F%2Fwww.pucpr.br%2FarquivosUpload%2F53732905513616 51363.pdf&ei=VkWLUtruL8KSkQes1IDYBA&usg=AFQjCNF3WorRyn4P1a4TnTrbM2 AxW2sj8w&bvm=bv.56643336,d.eW0&cad=rja 2. Plano Nacional de Educação: http://fne.mec.gov.br/component/content/article?id=383:plano-nacional-de-educacao Importante! 1. O Edital 017/2013 estabelece as instruções especiais para a realização do Concurso Público de Provas e Títulos para provimento no cargo de Professor, nas disciplinas da matriz curricular e pedagogo, do Quadro Próprio do Magistério – QPM, da Secretaria de Estado da Educação – SEED. 2. O Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024), sancionado em junho de 2014 com a Lei 13.005, define as bases da política educacional brasileira para os próximos 10 anos. http://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&ved=0CDEQFjAB&url=http%3A%2F%2Fwww.pucpr.br%2FarquivosUpload%2F5373290551361651363.pdf&ei=VkWLUtruL8KSkQes1IDYBA&usg=AFQjCNF3WorRyn4P1a4TnTrbM2AxW2sj8w&bvm=bv.56643336,d.eW0&cad=rja http://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&ved=0CDEQFjAB&url=http%3A%2F%2Fwww.pucpr.br%2FarquivosUpload%2F5373290551361651363.pdf&ei=VkWLUtruL8KSkQes1IDYBA&usg=AFQjCNF3WorRyn4P1a4TnTrbM2AxW2sj8w&bvm=bv.56643336,d.eW0&cad=rja http://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&ved=0CDEQFjAB&url=http%3A%2F%2Fwww.pucpr.br%2FarquivosUpload%2F5373290551361651363.pdf&ei=VkWLUtruL8KSkQes1IDYBA&usg=AFQjCNF3WorRyn4P1a4TnTrbM2AxW2sj8w&bvm=bv.56643336,d.eW0&cad=rja http://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&ved=0CDEQFjAB&url=http%3A%2F%2Fwww.pucpr.br%2FarquivosUpload%2F5373290551361651363.pdf&ei=VkWLUtruL8KSkQes1IDYBA&usg=AFQjCNF3WorRyn4P1a4TnTrbM2AxW2sj8w&bvm=bv.56643336,d.eW0&cad=rja http://fne.mec.gov.br/component/content/article?id=383:plano-nacional-de-educacao 39 QUESTÕES PARA REFLEXÃO 1. As atribuições do pedagogo, assim como a formação docente, servem para qualquer modalidade de ensino. Entretanto, o trabalho em EJA é diferenciado, com especificidades burocráticas e pedagógicas. Como suprir a falta de formação e se apropriar dos conhecimentos necessários para o trabalho na EJA? 2. A formação do pedagogo é ineficiente para atender as especificidades de todas as modalidades de ensino e esta precariedade acaba tornando seu trabalho um grande desafio. Freire (1996, p.39) diz que: “Não existe prática sem teoria, como também não existe teoria que não tenha nascido de uma prática, porque o importante é que a reflexão seja um instrumento dinamizador entre prática e teoria”. Como vencer este desafio na prática quando falta base teórica? Como exercer a função de pedagogo como interventor do processo pedagógico? 3. Autores como Arroyo, Freire e Luckesi, tiveram papel fundamental no desenvolvimento da educação de Jovens e Adultos, fundamentam as diretrizes estaduais da EJA e discutem com maior profundidade e propriedade a formação do pedagogo e do docente que atuam nesta modalidade de ensino. Considerando a sua prática, reflita sobre a sua formação, os seus sucessos e dificuldades em relação aos desafios e perspectivas do trabalho do pedagogo e sobre o seu conhecimento teórico sobre a EJA. 4. Refletir, no grupo, a seguinte questão: Qual seria a melhor forma de formação e organização de um grupo que pudesse estudar e pensar o trabalho na EJA, trocando conhecimentos e experiências? De que os profissionais da EJA sentem falta para melhor atuar nesta modalidade de ensino? 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARROYO, M. Educação de Jovens e Adultos: um campo de direitos e de responsabilidade pública. In: GIOVANETTI, Maria Amélia, GOMES, Nilma Lino e SOARES, Leôncio (Orgs.). Diálogos na Educação de Jovens e Adultos. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2006, p.19-50. BRASIL. Lei n. 9394 de 20 dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, p. 027833, col. 1, 23 dez. 1996. ______. Plano Nacional de Educação, disponível em http://fne.mec.gov.br/component/content/article?id=383:plano-nacional-de-educacao. Acesso em 18/12/2014. Constituição 88 Artigo 208. Disponível em http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10650040/artigo-208-da-constituicao-federal-de-1988, acesso em 23/03/2015. Declaração de Hamburgo, disponível em http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001297/129773porb.pdf. Acesso em 24/03/2015. DI PIERRO, Maria Clara. Notas sobre a definição da identidade e das políticas públicas de educação de jovens e adultos no Brasil. Educação e Sociedade, Campinas, número especial, v.26, out. 2005. FRANCO, Maria Amélia Santoro. Pedagogia como ciência da educação. Campinas: Papirus, 2003. FREIRE, P. 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Instrução 032/2010, disponível em http://www.nre.seed.pr.gov.br/curitiba/arquivos/File/EJA/Instrucao_032_fase_II_CH_ 1600h-1.pdf. Acesso em 12/11/2014. ______. Instrução 17/2010, disponível em http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes2010%20sued%20seed/instru cao172010.pdf. Acesso em 5/12/2014. ______. Instrução 02/2014, disponível em http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes2014%20sued%20seed/instru caosuedseed0022014.pdf. Acesso em 05/12/2014. ______. Manual de Orientações EJA, disponível emhttp://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/manual_orientacoes_ eja_2012.pdf. Acesso em 7/12/2014. PARECER CNE/CEB 11/2000, acessível em http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/eja/legislacao/parecer_11_2000.pdf. Acesso em 24/03/2015. RIBEIRO, Vera Massagão. Alfabetismo e atitudes. Campinas: Papirus/Ação Educativa,1999. SACRISTÁN, José Gimeno. A escolarização transforma-se em uma característica antropológica das sociedades complexas. 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MATRIZES6 1.1 ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II ESTABELECIMENTO: ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná MUNICÍPIO: NRE: ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2010 FORMA: Simultânea CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1600/.1610 HORAS ou 1920/1932 H/A DISCIPLINAS TOTAL DE HORAS TOTAL DE HORAS /AULA LÍNGUA PORTUGUESA 280 336 ARTE 94 112 LEM - INGLÊS 213 256 EDUCAÇÃO FÍSICA 94 112 MATEMÁTICA 280 336 CIÊNCIAS NATURAIS 213 256 HISTÓRIA 213 256 GEOGRAFIA 213 256 ENSINO RELIGIOSO* 10 12 Total de Carga Horária do Curso 1600/1610 horas ou 1920/1932 h/a *DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO. 6 Matrizes retiradas do Manual de Orientações da EJA, disponível em: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/manual_orientacoes_eja_2012.pdf, acesso em 07/11/2014. http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/manual_orientacoes_eja_2012.pdf 45 1.2 ENSINO MÉDIO MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO MÉDIO ESTABELECIMENTO: ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná MUNICÍPIO: NRE: ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2010 FORMA: Simultânea CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440/1568 H/A ou 1200/1306 HORAS DISCIPLINAS TOTAL DE HORAS TOTAL DE HORAS /AULA LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA 174 208 ARTE 54 64 LEM – INGLÊS 106 128 FILOSOFIA 54 64 SOCIOLOGIA 54 64 EDUCAÇÃO FÍSICA 54 64 MATEMÁTICA 174 208 QUÍMICA 106 128 FÍSICA 106 128 BIOLOGIA 106 128 HISTÓRIA 106 128 GEOGRAFIA 106 128 LÍNGUA ESPANHOLA * 106 128 Total de Carga Horária do Curso 1200/1306 horas ou 1440/1568 h/a * LÍNGUA ESPANHOLA, DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO. 46 2. Modelo de cronograma7 de uma organização coletiva para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio: TURMA I EF TURMA II EF TURMA I EM TURMA II EM TURMA III EM 2ª Feira MAT CIE LP0RT GEO FILO MAT CIE LP0RT GEO FILO LPORT ARTE MAT EDFIS SOCIO LPORT ARTE MAT EDFIS SOCIO 3ª Feira ING EDFIS HIST ARTE QUI ING EDFIS HIST ARTE QUI HIST GEO ING BIO FIS HIST GEO ING BIO FIS 4ª Feira MAT CIE LP0RT GEO FILO MAT CIE LP0RT GEO FILO LPORT ARTE MAT EDFIS SOCIO LPORT ARTE MAT EDFIS SOCIO 5ª Feira ING EDFIS HIST ARTE QUI ING EDFIS HIST ARTE QUI HIST GEO ING BIO FIS HIST GEO ING BIO FIS 6ª Feira MAT CIE LP0RT GEO XXXXX MAT CIE LP0RT GEO XXXXX LPORT GEO MAT BIO XXXXX LPORT GEO MAT BIO XXXXX 7 Modelo de cronograma retirado do Manual de Orientações da EJA, disponível em: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/manual_orientacoes_eja_2012.pdf, acesso em 07/11/2014. http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/manual_orientacoes_eja_2012.pdf 47 3. Modelo de Ficha8 de registro de avalição, frequência e conteúdo – organização individual. 8 Modelo de ficha disponibilizado pelo CEEBJA Casturina Campanharo Bonfim. 48