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A audição desempenha um papel fundamental no
desenvolvimento global da criança, especialmente
em relação à aquisição da linguagem. Em razão da
grande plasticidade neuronal, o diagnóstico da
deficiência auditiva deve ser feito nos primeiros
três meses de vida para que se dê início à
intervenção, pois essa fase é considerada crítica
e ideal para a estimulação e o desenvolvimento das
habilidades auditivas e de linguagem.
 A → TANU obrigatória no Brasil, por meio da Lei
Federal 12.303, publicada em agosto de 2010,
seguindo a tendência que já vinha ocorrendo em
países desenvolvidos como Estados Unidos,
Inglaterra entre outros.
 A Triagem Auditiva Neonatal (TAN) tem por
finalidade a identificação o mais precocemente
possível da deficiência auditiva nos neonatos e
lactentes. Consiste no teste e reteste, com
medidas fisiológicas e eletrofisiológicas da
audição, com o objetivo de encaminhá-los para
diagnóstico dessa deficiência, e intervenções
adequadas à criança e sua família.
 No caso de deficiência auditiva permanente, o
diagnóstico funcional e a intervenção iniciados
antes dos seis meses de vida da criança
possibilitam, em geral, melhores resultados para o
desenvolvimento da função auditiva, da linguagem,
da fala, do processo de aprendizagem e,
consequentemente, a inclusão no mercado de
trabalho e melhor qualidade de vida.
 A TAN faz parte de um conjunto de ações que
devem ser realizadas para a atenção integral à
saúde auditiva na infância: triagem,
monitoramento e acompanhamento do
desenvolvimento da audição e da linguagem,
diagnóstico e (re)habilitação. Desta forma, a TAN
deve estar integrada à Rede de Cuidados à Pessoa
com Deficiência e às ações de acompanhamento
materno-infantil. Também é de extrema
importância a articulação, capacitação e
integração com a atenção básica para garantir o
monitoramento e acompanhamento do
desenvolvimento da audição e da linguagem, e para
a adesão aos encaminhamentos para serviços
especializados 
 O Comitê Multiprofissional em Saúde Auditiva
(Comusa) (12) (Lewis, 2010) recomenda os
seguintes indicadores de qualidade para a
implantação e avaliação das ações para a atenção
integral à saúde auditiva na infância 
• Cobertura da TAN em pelo menos 95% dos
recém nascidos vivos com a meta de alcançar
100%. 
• Realizar a TAN até o primeiro mês de vida dos
neonatos, ou até o terceiro mês de vida dos
lactentes (idade corrigida), considerando os
prematuros e aqueles com longos períodos de
internação. 
• Índice entre 2% e 4% de neonatos encaminhados
para diagnóstico. 
• Comparecimento ao diagnóstico de pelo menos
90% dos neonatos encaminhados, com conclusão
do diagnóstico até os três meses de vida. 
• Início de terapia fonoaudiológica em 95% dos
lactentes confirmados com perdas auditivas
bilaterais permanentes, assim que concluído o
diagnóstico. 
• Adaptação de aparelho de amplificação sonora
individual/AASI em 95% dos lactentes
confirmados com perdas auditivas bilaterais ou
unilaterais permanentes no prazo de um mês após
o diagnóstico 
 Todos os recém-nascidos devem realizar a TAN→
e não apenas aqueles com indicador de risco para
deficiência auditiva, uma vez que a deficiência
auditiva pode ser encontrada em crianças com e
sem indicadores de risco, na mesma proporção.
Estima-se que entre os recém-nascidos vivos 10%
apresentam IRDA.
 A TAN deve ser realizada, preferencialmente,
nos primeiros dias de vida (24h a 48h) na
maternidade, e, no máximo, durante o primeiro
mês de vida, a não ser em casos quando a saúde da
criança não permita a realização dos exames. No
caso de nascimentos que ocorram em domicílio,
fora do ambiente hospitalar, ou em maternidades
sem triagem auditiva, a realização do teste
deverá ocorrer no primeiro mês de vida.
 Deve ser organizada em duas etapas (teste e
reteste), no primeiro mês de vida. A presença ou
ausência de indicadores de risco para a
deficiência auditiva (Irda) deve orientar o
protocolo a ser utilizado: 
• Para os neonatos e lactentes sem indicador de
risco, utiliza-se o exame de Emissões
Otoacústicas Evocadas (EOAE). Caso não se
Audiologia III
1 - Entender a importância/diferença dos 
protocolos de TAN (Triagem Auditiva Neonatal)
obtenha resposta satisfatória (falha), repetir o
teste de EOAE, ainda nesta etapa de teste. Caso
a falha persista, realizar de imediato o Potencial
Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (Peate-
Automático ou em modo triagem).
• Para os neonatos e lactentes com indicador de
risco, utilizase o teste de Peate-Automático ou
em modo triagem. 
 O registro das EOAE é recomendado na
realização da TAN em crianças sem Irda, pois é
um teste rápido, simples, não invasivo, com alta
sensibilidade e especificidade, capaz de
identificar a maioria das perdas auditivas
cocleares em torno de 30-35 dB. O registro das
EOAE não possibilita a identificação de perdas
auditivas retrococleares, que, no entanto, são
mais prevalentes na população com Irda. Para a
realização do registro das EOAE é necessária a
integridade anatômica da orelha externa e média. 
 O segundo teste, com Peate nos neonatos e
lactentes com baixo risco, nos casos de falha em
dois exames de EOAE, é indicado pois diminui os
índices de falso-positivos devido às alterações de
orelha média, ou presença de vérnix nos condutos
auditivos. Consequentemente, há diminuição de
encaminhamentos desnecessários para reteste e
diagnóstico. 
 Nos casos dos neonatos e lactentes com Irda,
justifica-se a realização do Peate como primeira
escolha devido à maior prevalência de perdas
auditivas retrococleares não identificáveis por
meio do exame de EOAE. 
 Aqueles neonatos e lactentes com malformação
de orelha, mesmo que em apenas uma delas,
deverão ser encaminhados diretamente para
diagnóstico otorrinolaringológico e audiológico. 
 As idades consideradas nestas diretrizes se
referem à idade corrigida, ou seja, descontando a
prematuridade, principalmente no que se refere
ao acompanhamento/monitoramento e
desenvolvimento da função auditiva e linguagem. 
 Os procedimentos de EOAE e Peate devem ser
realizados como triagem, mesmo que os
equipamentos utilizados tenham a possibilidade de
realização de exames de diagnóstico, para que se
otimize o protocolo, com rapidez e acurácia.
 Os equipamentos a serem utilizados para a
realização de TAN devem estar devidamente
registrados pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), segundo as normas vigentes.
Os fabricantes dos equipamentos devem fornecer
os parâmetros necessários à identificação de
perdas auditivas em torno de 35 dB, assim como
as informações e normas de calibração. Os
responsáveis pelos serviços de triagem auditiva
devem solicitar calibrações periódicas, no mínimo,
uma vez ao ano, ou quando houver reposições de
partes do equipamento, tais como a sonda de
registro do teste. As fichas de calibração, com os
dados detalhados de cada medição, devem ser
mantidas pelos coordenadores da TAN.
 Além da realização do teste e reteste, é
necessário que se garanta o monitoramento e
acompanhamento do desenvolvimento da audição e
linguagem e, sempre que necessário, o diagnóstico
e a reabilitação. 
1) IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS: faz-se uma
entrevista com a mãe ou responsáveis.
Serão de grande valia as informações do
pediatra/ neonatologista neste sentido. Poderão
ser feitas também nas consultas de puerpério na
atenção básica. Os indicadores de risco para
deficiência auditiva (Irda) são aqueles elencados
na introdução deste documento. 
2) TESTE 
 A etapa de realização do teste deve contemplar:
Acolhimento aos pais, Levantamento do
histórico clínico e riscos, Verificação dos dados
pesquisados no prontuárioou no resumo de alta.
Sempre que possível as informações devem ser
obtidas por meio do pediatra/ neonatologista
responsável. Realização do exame.
 Grupo sem Irda (baixo risco): → realização de
Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAE), antes
da alta hospitalar. Caso não se obtenha resposta
satisfatória, repetir o registro das EOAE. O
registro das EOAE não deve ser realizado mais do
que duas vezes (EOAE-1 e EOAE-2). Na
persistência da falha, realizar o Peate-
Automático (Peate-A) ou em modo triagem, em 35
dBnNA, antes da alta hospitalar (teste). 
 → Grupo com Irda (alto risco): no caso de
neonatos que apresentem Irda, o teste será
realizado com Peate-A ou em modo triagem
(teste), em 35 dBnNA. Caso a resposta não seja
satisfatória, o neonato deverá retornar (reteste)
no período de 30 dias para nova avaliação com
Peate-A em 35 dBnNA 
3) RETESTE
A realização da etapa de reteste deverá
acontecer no período de até 30 dias após o teste.
O reteste deve ser realizado em ambas as
orelhas, mesmo que a falha no teste tenha
ocorrido de forma unilateral. Deve contemplar: 
a. Acolhimento aos pais.
b. Realização do Peate-A ou em modo triagem, em
35 dBnNA. 
c. Resultado e devolutiva aos pais:
Falha no reteste: No caso de falha no reteste,
todos os neonatos e lactentes com ou sem
indicadores de risco para deficiência auditiva
devem ser encaminhados imediatamente para
avaliação diagnóstica otorrinolaringológica e
audiológica
Capacitação profissional: São capacitados para a
realização da TAN, médicos e fonoaudiólogos,
devidamente registrados nos conselhos
profissionais de suas regiões. 
ACOMPANHAMENTO 
Os neonatos e lactentes sem indicadores de risco
que obtiveram respostas satisfatórias na triagem
devem realizar o acompanhamento mensal do
desenvolvimento da audição e da linguagem na
atenção básica. Sugere-se utilizar como
referência os marcos para acompanhamento do
desenvolvimento de audição e linguagem (OMS,
2006) e registrá-los na Caderneta de Saúde da
Criança. É fundamental que esse acompanhamento
ocorra mensalmente durante todo o primeiro ano
de vida da criança. 
 A atenção básica deverá encaminhar para
diagnóstico, qualquer criança que apresentar
desenvolvimento aquém do esperado e em qualquer
momento que os pais tenham uma suspeita de
deficiência auditiva. Sugere-se perguntar nas
consultas e visitas à família se a criança ouve bem.
Qual o Método a Ser Empregado? 
Dispomos de dois métodos eletrofisiológicos: 
1. Emissões Otoacústicas Evocadas (EOA) –
registros da energia sonora gerada pelas células
da cóclea, em resposta a sons emitidos no conduto
auditivo externo do RN. A resposta desaparece
quando existe qualquer anormalidade funcional no
ouvido interno. Existem dois tipos:
1.1 EOA espontânea – sinais, mais ou menos
contínuos, de banda estreita, emitidos em
aproximadamente 50% dos ouvidos humanos,
mesmo na ausência de estimulação acústica
externa.
1.2 EOA evocada –
1.2. 1. Emissões transitórias – respostas
provocadas por um estímulo muito breve, um
clique – que estimula a cóclea por inteira, com
resposta global;
1.2.2. Emissões otoacústicas – produto de
distorção – que se constituem em um escape de
energia resultante da inabilidade da membrana
basilar responder a dois estímulos de tons puros
simultâneos. Assim, dois tons puros (F1 e F2), de
freqüências diferentes, passam por um
amplificador não linear (cóclea), surgindo, na
saída, um sinal com outras freqüências que não
faziam parte do sinal inicial e que são produtos 3
de distorção. Através deles podemos avaliar a
atividade coclear em freqüências específicas, o
que proporciona aplicação clínica mais ampla,
quando comparados com emissões transitórias que
fazem avaliação global.
 Os produtos de distorção acústica geralmente
estão ausentes em orelhas com perdas auditivas
neurossensoriais maiores do que 50 – 60 decibéis,
da mesma forma que as emissões evocadas
transitórias. Para EOA não há necessidade de
colaboração nem sedação da criança, é um teste
objetivo e rápido, realizado durante o sono
fisiológico após a mamada.
2. BERA – Potencial Auditivo do Tronco
Encefálico – é o registro das ondas
eletrofisiológicas geradas em resposta a um som
apresentado e captado por eletrodos colocados na
cabeça do RN e avalia a integridade neural das
vias auditivas até o tronco cerebral. É um método
que necessita pessoal treinado, com habilidade no
manuseio de RN, requerendo, na maior parte das
vezes, sedação, e pode resultar em falsos
positivos pela imaturidade do sistema nervoso, na
faixa etária de RN até quatro meses. Ambos os
métodos, apresentam vantagens e desvantagens;
mas, certamente, são superiores à avaliação
auditiva comportamental (respostas a palmas ou à
voz).
• Vantagens: avalia a via neural até o Tronco
Cerebral. 
• Desvantagens: - grande número de falsos
positivos até o quarto mês, pela imaturidade do
SNC - avalia, somente, freqüências entre 2000 –
4000 (as dos RN são em 6000); - necessita
sedação; - mais demorado.
EOA: 
• Vantagens: - mais rápido; - não necessita
sedação; - avalia frequências entre 1000 e 6000
(maior faixa). • Desvantagens: avalia, apenas,
sistema auditivo pré-neural. 
 Pelo que vimos, uma triagem universal pode ser
feita por EOA que, além de ser mais rápido e mais
barato, avalia as frequências mais próximas da
maior incidência de perdas nos RN; mas a
presença de vérnix ou secreções no canal auditivo,
logo depois do nascimento, podem gerar falsos
positivos, o que poderia ser atenuado pelo
retardamento da testagem até imediatamente
antes da alta, sempre com repetição, dos
alterados, antes de três meses. Evidentemente, a
escolha do método de avaliação auditiva deverá
apoiar-se na experiência do grupo com o mesmo,
além da aplicação prática e possibilidade de
utilização deste num grande número de crianças,
com o menor custo. 
 A “YEAR 2000 POSITION STATEMENT :→
PRINCIPLES AND GUIDELINES FOR EARLY
HEARING DETECTION AND INTERVENTION
PROGRAMS – JOINT COMMITTEE ON INFANT
HEARING DA AMERICAN ACADEMY OF
PEDIATRICS“ aponta oito princípios para o
atendimento, os quais devemos levar em
consideração neste parecer.
1) todas as crianças têm acesso à triagem
auditiva, usando uma mensuração fisiológica. RN
que recebem atendimento de rotina têm acesso
durante sua internação hospitalar; os demais com
atendimentos alternativos, incluindo os de parto
domiciliar, têm acesso ou são referidos à triagem
antes de um mês; e todos os que forem internados
em UTI são triados antes da alta. Isto é a
Triagem Universal. 
2) todas as crianças que não passam no teste
inicial ou nos subseqüentes devem iniciar
atendimento clínico e audiológico, para confirmar
a presença de perda auditiva, antes dos três
meses.
3) todas as crianças, com perda auditiva
confirmada e permanente, recebem atendimento
antes dos 6 meses de vida em programa
interdisciplinar, que reconhece e valoriza escolha
informada, tradições e crenças culturais das
famílias.
4) todas as crianças que passam no teste de
triagem, mas têm indicadores de risco para outras
doenças auditivas ou atraso na fala ou linguagem,
seguirão com atendimento clínico e audiológico e
monitoramento do desenvolvimento da
comunicação. Crianças com indicadores de perda
auditiva tardia progressiva ou variável, bem como
com distúrbios da condução auditiva neural e/ou
padrões de disfunção de sistema nervoso, devem
ser monitoradas.
5) os direitos das crianças e familiares devem ser
respeitados através da escolha informada e
consentimento.
6) A triagem auditiva e resultados da avaliação
têm a mesma proteção de qualquer outro cuidado
de saúde e informação educacional. Devemser
balanceadas as necessidades da sociedade com os
direitos da criança e da família, respeitando a
privacidade e confidenciabilidade, sem
comprometimento da habilitação em serem
providenciados os cuidados de saúde e educação.
7) sistemas de avaliação devem ser usados para
medir e reportar a efetividade do atendimento.
8) O programa providencia anotações para
monitorizar qualidade, contemplação da legislação
e regras, determinando contabilidade fiscal e
relação custo/benefício, suportando reembolsos
por serviços, e mobiliza e mantém suporte
comunitário.
 INDICADORES DE RISCO PARA→
DEFICIÊNCIA AUDITIVA
 A definição dos IRDA teve seu início na década
de 1970, pelo JCIH 13 , com a preocupação de
identificar os neonatos com maior probabilidade
de apresentar um problema auditivo, devido a
algum fator presente na história de saúde da
criança. Acreditava-se que as crianças com IRDA
tinham dez vezes mais probabilidade de ter uma
deficiência auditiva. Devido ao custo e tecnologia
disponível na época, sugeriu-se a triagem apenas
nesta população de maior risco, em caráter
seletivo. O método disponível para a triagem era o
potencial evocado auditivo de tronco encefálico
(PEATE), no modo convencional, que requer mais
tempo de avaliação, examinador experiente,
envolvendo maior custo. 
 As crianças com fatores de risco em suas
histórias têm maior probabilidade de ter esta
alteração e portanto os IRDA passam a indicar a
necessidade de um monitoramento audiológico nos
primeiros anos de vida, devido à possibilidade de
início da perda auditiva tardia, como é o caso da
hereditariedade, infecções congênitas, entre
outros.
 São considerados neonatos ou lactentes com→
indicadores de risco para deficiência auditiva
(Irda) 
• Preocupação dos pais com o desenvolvimento da
criança, da audição, fala ou linguagem. 
Antecedente familiar de surdez permanente, com
início desde a infância, sendo assim considerado
como risco de hereditariedade. Os casos de
consanguinidade devem ser incluídos neste item.
• Permanência na UTI por mais de cinco dias, ou a
ocorrência de qualquer uma das seguintes
condições, independente do tempo de permanência
na UTI: ventilação extracorpórea; ventilação
assistida; exposição a drogas ototóxicas como
antibióticos aminoglicosídeos e/ou diuréticos de
alça; hiperbilirrubinemia; anóxia perinatal grave;
Apgar Neonatal de 0 a 4 no primeiro minuto, ou 0
a 6 no quinto minuto; peso ao nascer inferior a
1.500 gramas.
• Infecções congênitas (toxoplasmose, rubéola,
citomegalovírus, herpes, sífilis, HIV). 
• Anomalias craniofaciais envolvendo orelha e osso
temporal. 
• Síndromes genéticas que usualmente expressam
deficiência auditiva (como Waardenburg, Alport,
Pendred, entre outras). 
• Distúrbios neurodegenerativos (ataxia de
Friedreich, síndrome de Charcot-Marie-Tooth). 
• Infecções bacterianas ou virais pós-natais como
citomegalovírus, herpes, sarampo, varicela e
meningite.
• Traumatismo craniano
• Quimioterapia
 História
familiar de
perda auditiva
permanente na
infância
ASFIXIA
SEVERA
malformações
da cabeça e
pescoço;
peso ao nascer
abaixo de
1500g ou
2500g;
hiperbilirrubin
emia, com ex-
sanguíneo
transfusão;
meningite
bacteriana;
infecção incluindo uso de
congênita
(citomegalovíru
s, rubéola,
herpes,
toxoplasmose,
sífilis(HIV));
índices de
Apgar de 0 a 4
no 1º minuto ou
de 0 a 6 no 5º
minuto;
medicamentos
ototóxicos 
síndrome que
inclua perda
auditiva
sensório-neural
permanência
em UTIN por
mais de 48
horas;
(UTIN) por
mais de 48
horas;
 → PORTARIA Nº 2.073, DE 28 DE SETEMBRO
DE 2004: Institui a Política Nacional de Atenção
à Saúde Auditiva.
Art. 1° Instituir a Política Nacional de Atenção à
Saúde Auditiva a ser implantada em todas as
unidades federadas, respeitadas as competências
das três esferas de gestão.
Art. 2° Estabelecer que a Política Nacional de
Atenção à Saúde Auditiva seja implantada de
forma articulada entre o Ministério da Saúde, as
Secretarias de Estado de Saúde e as Secretarias
Municipais de Saúde, permitindo:
I - desenvolver estratégias de promoção da
qualidade de vida, educação, proteção e
recuperação da saúde e prevenção de danos,
protegendo e desenvolvendo a autonomia e a
eqüidade de indivíduos e coletividades;
II - organizar uma linha de cuidados integrais
(promoção, prevenção, tratamento e reabilitação)
que perpasse todos os níveis de atenção
promovendo, dessa forma, a inversão do modelo
de atenção aos pacientes, com assistência
multiprofissional e interdisciplinar;
III - identificar os determinantes e
condicionantes das principais patologias e
situações de risco que levam à deficiência auditiva
e desenvolver ações transetoriais de
responsabilidade pública, sem excluir as
responsabilidades de toda a sociedade;
IV - definir critérios técnicos mínimos para o
funcionamento e a avaliação dos serviços que
realizam reabilitação auditiva, bem como os
mecanismos de sua monitoração com vistas a
potencializar os resultados da protetização;
V - Promover a ampla cobertura no atendimento
aos pacientes portadores de deficiência auditiva
no Brasil, garantindo a universalidade do acesso, a
eqüidade, a integralidade e o controle social da
saúde auditiva;
VI - fomentar, coordenar e executar projetos
estratégicos que visem ao estudo do custo-
efetividade, eficácia e qualidade, bem como a
incorporação tecnológica do processo da
reabilitação auditiva no Brasil;
VII - contribuir para o desenvolvimento de
processos e métodos de coleta, análise e
organização dos resultados das ações decorrentes
da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva,
permitindo que a partir de seu desempenho seja
possível um aprimoramento da gestão, da
disseminação das informações e uma visão
dinâmica do estado de saúde das pessoas
portadoras de deficiência auditiva;
VIII - promover intercâmbio com outros
subsistemas de informações setoriais,
implementando e aperfeiçoando permanentemente
a produção de dados e garantindo a
democratização das informações;e
IX - qualificar a assistência e promover a
educação continuada dos profissionais de saúde
envolvidos com a implantação e a implementação
da Política de Atenção à Saúde Auditiva, em
acordo com os princípios da integralidade e da
humanização.
Art. 3° Definir que a Política Nacional de Atenção
à Saúde Auditiva, de que trata o artigo 1º desta
Portaria, deva ser constituída a partir dos
seguintes componentes fundamentais:
I - atenção básica: realizar ações de caráter
individual ou coletivo, voltadas para a promoção da
saúde auditiva, da prevenção e da identificação
precoce dos problemas auditivos, bem como ações
informativas, educativas e de orientação familiar;
II - média complexidade: realizar triagem e
monitoramento da audição, da atenção diagnóstica
e da terapêutica especializada, garantidas a
partir do processo de referência e contra
referência do paciente portador de deficiência
auditiva, excluindo o diagnóstico e a protetização
de crianças até três anos de idade, pacientes com
afecções associadas (neurológicas, psicológicas,
síndromes genéticas, cegueira, visão subnormal) e
perdas auditivas unilaterais, ações, para cujo
desempenho neste nível de atenção será criado o
Serviço de Atenção à Saúde Auditiva na Média
Complexidade; e
III - alta complexidade: realizar atenção
diagnóstica e terapêutica especializada,
 2 – CONHECER AS POLÍTICAS PÚBLICAS 
DE SAÚDE AUDITIVA -PNASA
garantidas a partir do processo de referência e
contra-referência do paciente portador de
deficiência auditiva, ações, para cujo desempenho
neste nível de atenção será criado o Serviço de
Atenção à Saúde Auditiva na Alta Complexidade.
 Em outubro de 2004 é publicada a portaria GM→
2073, instituindoa Política Nacional de Atenção à
Saúde Auditiva, com o objetivo maior de proteger,
recuperar a saúde e garantir a qualidade de vida e
autonomia das pessoas com deficiência auditiva.
 Entre as diretrizes propostas para as ações de
saúde auditiva em âmbito nacional está a
organização de uma linha de cuidados, com ações
de promoção, prevenção, tratamento e
reabilitação na atenção básica e especializada; a
importância de identificar os determinantes e
condicionantes das principais patologias e
situações de risco que levam à deficiência
auditiva; a definição de critérios mínimos para o
funcionamento e a avaliação dos serviços que
realizam reabilitação auditiva.
 O Fonoaudiólogo como profissional e como
cidadão deve verificar se o município onde reside
incorpora em seus Planos Municipais de Saúde uma
linha de cuidados de atenção à saúde auditiva.
 Em consonância com as diretrizes do SUS e da
Política Nacional da Saúde da Pessoa com
Deficiência, a Política ressalta a importância do
acesso, da equidade, da integralidade e do
controle social nas ações da saúde auditiva.
Reitera, ainda, a importância da educação
continuada dos profissionais como forma de
qualificar a assistência e a necessidade de
informações sobre a saúde auditiva.
 Para que a Política Nacional de Atenção à Saúde
Auditiva seja efetiva é fundamental, dentre
outras medidas, que cada um dos três níveis de
atuação desenvolva ações de sua responsabilidade
e se articulem garantindo fluxos de referência e
contra-referência entre unidades e de um nível de
complexidade a outro, além de descentralizar e
divulgar os serviços, beneficiando o usuário
atendido integralmente. Sua efetividade
representa avanços na qualidade do cuidado em
saúde, eficácia na prevenção de danos e promoção
da saúde, somados à otimização da dotação
orçamentária para essa área.
- Dentre as várias ações de Saúde Auditiva na
Atenção Básica destacam-se:
• promoção à saúde auditiva projetos de vivência
para empoderamento de comportamentos
saudáveis
• educação em Saúde (informativas; educativas e
orientação familiar);
• prevenção dos problemas auditivos;
• identificação precoce dos problemas auditivos;
• Compartilhamento de casos que demandam
outros níveis de atenção (média e alta
complexidade);
• ações de Reabilitação, com o objetivo de reduzir
as incapacidades e facilitar o acesso à
reabilitação ao usuário o mais próximo possível da
moradia.
A Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva
(PNASA) instituída pela Portaria no.
2.073/28/09/2004 e normatizada em outubro do
mesmo ano pelas Portarias 587 e 589, tem como
objetivo atender a população brasileira com
deficiência auditiva, criando condições de acesso
desta população a todos os procedimentos de
saúde auditiva.
A PNASA tem como diretrizes:
- Desenvolver estratégias de promoção da
qualidade de vida, educação, proteção e
recuperação da saúde e prevenção de danos,
protegendo e desenvolvendo a autonomia e a
equidade de indivíduos e coletividades;
- Organizar uma linha de cuidados integrais que
perpasse todos os níveis de atenção e
atendimento;
- Identificar os determinantes e condicionantes
das principais patologias e situações de risco que
levam à deficiência auditiva e desenvolver ações
transetoriais;
- Definir critérios técnicos para o funcionamento
e a avaliação dos serviços que realizam
reabilitação auditiva;
- Promover a ampla cobertura no atendimento aos
pacientes portadores de deficiência auditiva;
- Desenvolver projetos estratégicos de estudo do
custo-efetividade, eficácia e qualidade e
incorporação tecnológica;
- Desenvolver processos e métodos de coleta de
dados que visem a disseminação de informações e
aprimoramento da gestão;
- Promover intercâmbio com outros subsistemas
de informações setoriais;
- Qualificar a assistência e promover a educação
continuada dos profissionais de saúde envolvidos
com a PNASA.
 A implantação das diretrizes propostas por esta
Política implica a descentralização das ações de
assistência, articulação intra-institucional e
intersetorial em âmbito estadual e municipal.
Prevê ainda, a sensibilização e envolvimento da
sociedade organizada, com destaque para defesa
dos direitos dos deficientes auditivos, de modo a
garantir os princípios da universalidade,
regionalização, hierarquização e integralidade na
atenção à saúde. Ressalte-se que, a
sistematização de informações que possam
subsidiar gestores no planejamento, regulação,
controle e avaliação de ações voltadas para tal
âmbito é igualmente uma proposição dessa
Política. 
 Entre as portarias que normatizam a PNASA, a
de no. 587 redefine as ações de saúde auditiva na
atenção básica, de média e alta complexidade,
conferindo autonomia às secretarias de saúde dos
estados para adotar as providências necessárias
na organização e implantação de redes estaduais
de atenção à saúde auditiva. Estabelece ainda, as
normas para credenciamento e habilitação dos
serviços, as diretrizes para o fornecimento da
prótese auditiva, bem como os parâmetros para a
distribuição das UPS46. A Portaria
no.589/10/2004 direciona o cadastramento dos
serviços de diferentes complexidades no
Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde
(CNES)
 Com a normatização da política ocorreu uma
reorganização das redes de saúde, que passaram a
se basear na regionalização e na hierarquização do
tratamento. Atualmente a rede estadual auditiva
é integrada por quatro unidades: a Unidade
Básica, a Unidade de Média Complexidade, a
Unidade de Alta Complexidade e a Unidade de
Terapêutica Fonoaudiológica, que realiza ações de
reabilitação.
 Os Serviços de Saúde Auditiva na Atenção→
Básica, porta de entrada dos pacientes,
compreendem ações de promoção à saúde auditiva,
prevenção e identificação precoce dos problemas
auditivos, execução de ações informativas e
educativas, orientação familiar e encaminhamento,
quando necessário, 
para um serviço da média complexidade.
 As unidades da Atenção de Média→
Complexidade tem como finalidade prestar
assistência especializada às pessoas com doenças
otológicas e em especial às pessoas com
deficiência auditiva. Devem ainda, realizar
triagem e monitoramento da audição de neonatos,
pré-escolares e escolares; diagnóstico de perda
auditiva de crianças a partir de três anos de
idade, de jovens e de adultos (trabalhadores e
idosos), respeitando as especificidades na
avaliação exigidas para cada um desses
segmentos.
 A Atenção à Saúde Auditiva de Alta→
Complexidade constitui-se na referência para o
diagnóstico das perdas auditivas e sua
reabilitação em crianças até três anos de idade e
em pacientes com afecções associadas
(neurológicas, psicológicas, síndromes genéticas,
cegueira, visão subnormal), perdas unilaterais e
daqueles que apresentarem dificuldade na
realização da avaliação audiológica em serviço de
menor complexidade. Tem como finalidade prestar
assistência multiprofissional especializada às
pessoas com doenças otológicas e em especial às
pessoas com deficiência auditiva.

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