Buscar

CONCURSO PÚBLICO E SERVIÇO PUBLICO - DIREITO ADMINISTRATIVO

Prévia do material em texto

LISTA – DIREITO ADMINISTRATIVO – SERVIÇO PÚBLICO, CONCURSO PÚBLICO 
 
1. É permitido ao Poder Judiciário analisar critérios de formulação e correção de provas 
em concursos públicos? (vlr. 1 ponto) 
Em regra, conforme julgados, não compete ao Poder Judiciário analisar os critérios de 
formulação e correção de provas em concursos públicos. Isso ocorre, pois, conforme a própria 
Constituição Federal prevê o princípio da separação dos poderes, sendo o caso objeto e 
responsabilidade da banca examinadora. Cabe ressaltar, no entanto, que pode o Poder 
Judiciário vir a intervir se constatado alguma irregularidade ou inobservância legal na forma 
como o concurso foi aplicado. Assim, se não forem observadas as normativas estabelecidas em 
edital do concurso, admite-se ao Poder Judiciário a intervenção, com a finalidade, 
excepcionalmente, de analisar incorreção em gabaritos, por exemplo, podendo ser 
determinada sua anulação. 
 
2. É lícita a formulação de questões de concurso público baseadas em legislação 
superveniente à publicação do Edital? (vlr. 1 ponto) 
Comungam os tribunais do entendimento de que apenas se configura lícita a formulação de 
questões de concurso público baseadas em legislação superveniente à publicação do edital nos 
casos em que as matérias denominadas supervenientes estejam vinculadas às matérias nele 
previstas. Ou seja, sim, é lícita, desde que haja vinculação, correspondência, às matérias, às 
legislações que o edital previamente abordava. 
 
3. O direito de transferência ex officio entre instituições de ensino congêneres, 
conferido a servidor público federal da administração direta, se estende aos empregados 
públicos integrantes da administração indireta? (vlr. 1 ponto) 
A principio destaca-se que a transferência ex officio é direito assegurado pelo parágrafo único 
do art. 49 da lei nº 9.536/97: “Art. 49. As instituições de educação superior aceitarão a 
transferência de alunos regulares, para cursos afins, na hipótese de existência de vagas, e 
mediante processo seletivo. Parágrafo único. As transferências ex officio dar-se-ão na forma da 
lei.” 
A respeito dos empregados públicos integrantes da administração indireta, conforme 
entendimentos dos tribunais, o direito é, de fato, estendido. A jurisprudência “amplia” o 
conceito de “servidor público”, abrangendo empregados das entidades da Administração 
Indireta e, portanto, possuem direito de transferência ex officio entre instituições de ensino 
congêneres, bem como o servidor público da administração direta. 
 
4. A Administração Pública, em concurso público, pode desclassificar candidato com 
deficiência por inaptidão declarada por perícia médica? (vlr. 1 ponto) 
Cabe, inicialmente, ressaltar que, conforme art. 5°, §2°, da Lei 8112/90, devem 20% das vagas 
dos concursos públicos serem reservadas para os portadores de deficiência, bem como dispõe 
também artigo 1°, § 1°, do Decreto 9508/2018, a obrigação de reserva de 5% das vagas para os 
portadores de deficiência. Entretanto, complementa o art. 5°, §2°, da Lei 8112/90, de que essa 
reserva é obrigatória, desde que a deficiência não seja empecilho para o exercício da função 
ofertada pelo concurso. 
Diante disso, a Administração Pública pode, em concurso público, desclassificar candidato com 
deficiência por inaptidão declarada por deficiência médica nos casos em que a deficiência 
incida sobre o exercício da função, prejudique o desempenho, seja empecilho para o pleno 
exercício da atividade a ser realizada. 
 
5. Qual é o regime jurídico dos Conselhos de Fiscalização Profissionais? (vlr. 1 ponto) 
Comungam os tribunais do entendimento dado pelo STJ de que, tendo em vista que os 
Conselhos de Fiscalização Profissionais possuem natureza jurídica de autarquia, sujeitam-se ao 
regime jurídico do direito público. Isto é, uma autarquia, no âmbito do direito administrativo, 
configura-se como uma entidade da administração pública indireta, criados por lei específica, 
com personalidade jurídica de direito público interno. Sendo os Conselhos de Fiscalização 
Profissionais uma espécie de autarquia, seu regime jurídico é o do direito público. 
 
6. É permitido a servidor manter sob sua chefia imediata e em cargo de confiança, seu 
sogro? (vlr. 1 ponto) 
Dispõe o Artigo 117 da Lei nº 8.112, em seu inciso VIII, que é proibido ao servidor manter sob 
sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o 
segundo grau civil. Tendo em vista que civilmente o Sogro é considerado parente em primeiro 
grau em linha reta, o caso enquadra-se na proibição do inciso VIII, do artigo 117, da referida 
lei. Sendo assim, não é permitido a servidor manter sob sua chefia imediata e em cargo de 
confiança seu sogro, por ser parente de segundo grau. 
 
7. Maria, servidora pública estável, foi acusada de peculato, fato apurado em 
sindicância na qual foi decidida a instauração de processo administrativo disciplinar e a 
remessa de cópia dos autos ao Ministério Público que, por seu turno, apresentou denúncia 
que foi aceita pelo Juízo Criminal. Na esfera administrativa, o processo disciplinar culminou 
com a demissão de Maria pelo cometimento do crime. A efetivação da pena pode ocorrer 
antes da conclusão do processo penal instaurado pelo mesmo fato? (vlr. 2,0 pontos) 
No caso concreto, não poderia a efetivação da pena ocorrer antes do processo penal 
instaurado, pois configura-se um caso de exceção à independência das instâncias. Estabelece o 
art. 126 da Lei 8.112/90 que responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso 
de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. 
Dessa forma, se o servidor foi absolvido na esfera penal por inexistência do fato ou negativa de 
autoria, não há o que se falar em condenação na esfera administrativa ou civil. No caso 
concreto, se não houver a condenação da servidora no processo penal instaurado pelo mesmo 
fato, esta deverá ser reintegrada aos quadros da Administração Pública. 
8. Joaquim foi aprovado em concurso público para o cargo de médico da Presidência da 
República, havendo expressa previsão editalícia de aproveitamento dos aprovados para 
provimento de cargo idêntico em outros órgãos e entidades. O Chefe do Poder Executivo 
editou decreto para que Joaquim fosse aproveitado como médico da Câmara dos Deputados 
Federais. É legal esse aproveitamento? (vl. 2,0 pontos). 
O aproveitamento do caso não é legal, isto pois prevê Acórdão nº 1619/2018 do Tribunal de 
Contas da União, entre outros, que: o edital do concurso público deverá, expressamente, 
prever a possibilidade de aproveitamento dos candidatos por outro órgão/entidade pública; o 
aproveitamento deverá observar a ordem de classificação, a finalidade ou a destinação 
prevista no edital; o órgão/entidade pública que irá aproveitar o resultado do concurso público 
deverá ser do mesmo Poder daquele que realizou o concurso público. 
Dessa forma, ainda que o edital do concurso do caso concreto tenha previsão expressa do 
aproveitamento de vagas, o parágrafo 3º do Acórdão nº 1619/2018 do Tribunal de Contas da 
União, estabelece que deve ser para órgão ou entidade do mesmo poder daquele que realizou 
o concurso, o que não ocorreu no caso concreto, uma vez que o, a principio, a vaga era pro 
Poder Executivo, enquanto o aproveitamento seria para o Poder Legislativo.

Continue navegando