Buscar

Manual de Planeamento e Controlo Financeiro_ISCED

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 137 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 137 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 137 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM 
CONTABILIDADE E AUDITORIA 
 
 
2º Ano 
Disciplina: PLANEAMENTO E CONTROLO FINANCEIRO 
Código: ISCED22-ADMCFE009 
Total Horas/1o Semestre: 125 
Créditos (SNATCA): 6 
Número de Temas: 
 
 
 
 
 
O SUPER 
 
 
 INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA- ISCED 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
i 
 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), 
e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou 
total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, 
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto 
Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). 
A não observância do acima estipulado, o infractor é passível a aplicação de processos 
judiciais em vigor no País. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) 
Direcção Académica 
Rua Dr. Almeida Lacerda, No212 Ponta - Gêa 
Beira - Moçambique 
Telefone: +258 23 323501 
Cel: +258 823055839 
Fax:23323501 
E-mail: isced@isced.ac.mz 
Website: www.isced.ac.mz 
 
mailto:isced@isced.ac.mz
http://www.isced.ac.mz/
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
ii 
 
Agradecimentos 
O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) e o autor do presente manual 
agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste 
manual: 
Pela Coordenação 
Pelo design 
Direcção Académica do ISCED 
Direcção de Qualidade e Avaliação do ISCED 
Financiamento e Logística 
 
 
Instituto Africano de Promoção da Educação 
a Distância (IAPED) 
 
Elaborado Por: João Calenga e Licenciado em Gestão de Empresas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
iii 
 
Índice 
Visão geral 1 
Benvindo à Disciplina/Planeamento e Controlo Financeiro ............................................. 1 
Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1 
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 1 
Como está estruturado este módulo ................................................................................ 2 
Ícones de actividade ......................................................................................................... 4 
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 4 
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 7 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 8 
Avaliação ........................................................................................................................... 8 
TEMA – I: PLANEAMENTO E CONTROLO FINACEIRO 11 
UNIDADE Temática 1. Planeamento Empresarial ........................................................... 11 
Introdução ....................................................................................................................... 11 
Planeamento Empresarial ............................................................................................... 14 
TEMA II. Empresa Como Sistema 28 
TEMA III. Planeamento Financeiro 30 
Introdução ....................................................................................................................... 30 
Exercícios de auto-avaliação ........................................................................................... 55 
Resumo ........................................................................................................................... 59 
Referências Bibliográficas ............................................................................................... 61 
TEMA IV. Orçamento Empresarial 62 
Introdução ....................................................................................................................... 62 
Exercícios de Auto-Avaliação .......................................................................................... 95 
Referências Bibliográficas ............................................................................................... 98 
TEMA V. Controlo Orçamental 99 
Introdução ....................................................................................................................... 99 
Exercícios de Auto-Avaliação ........................................................................................ 130 
Referências Bibliográficas ............................................................................................. 132 
 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
1 
 
Visão geral 
Benvindo à Disciplina/Planeamento e Controlo 
Financeiro 
Objectivos do Módulo 
Ao terminar o estudo deste módulo de Planeamento e Controlo 
Financeiro deverá ser capaz de: elaborar um Orçamento financeiro 
de pequena complexidade e destacar seus pontos prioritários para 
avaliação dos resultados. 
 
 
Objectivos 
Específicos 
 Compreender o processo de planeamento e controlo 
financeiro, incluindo os planos financeiros de longo prazo 
(estratégicos) e os planos financeiros de curto prazo 
(Operacionais); 
 Discutir o processo de planeamento de caixa e a preparação, 
avaliação e a utilização do Orçamento de caixa; 
 Explicar os procedimentos para elaboração e avaliação das 
demonstrações financeiras; 
 Apresentar os modelos de controlo financeiro adoptados pelas 
empresas. 
 
Quem deveria estudar este módulo 
Este Módulo foi concebido para estudantes do 2º ano do curso de 
licenciatura em Contabilidae e Auditoria do ISCED e outros como 
Gestão de Rcursos Humanos, Administração, etc. Poderá ocorrer, 
contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e consolidar 
seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem vindos, não 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
2 
 
sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o 
manual. 
Como está estruturado este módulo 
Este módulo de Planeamento e Controlo Financeiro, para 
estudantes do 2º ano do curso de licenciatura em Contabilidade e 
Auditoria, à semelhança dos restantes do ISCED, está estruturado 
como se segue: 
Páginas introdutórias 
 Um índice completo. 
 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, 
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para 
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta 
secção com atenção antes de começar o seu estudo, como 
componente de habilidades de estudos. 
Conteúdo desta Disciplina/módulo 
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez 
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente 
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma 
introdução, objectivos, conteúdos. 
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são 
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só 
depois é que aparecem os exercícios de avaliação. 
Os exercícios de avaliação têm as seguintes caracteristicas: Puros 
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e 
actividades práticas algunas incluido estudo de caso. 
 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro3 
 
Outros recursos 
A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si, 
num cantinho, recóndito deste nosso vasto Moçambique e cheio 
de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, 
apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu 
módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na 
biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos 
relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-
ROOM, DVD. Para elém deste material físico ou electrónico 
disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital 
moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus 
estudos. 
 
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação 
Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final 
de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos 
exercícios de auto-avaliação apresentam duas caracteristicas: 
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. 
Segundo,exercícios que mostram apenas respostas. 
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação 
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de 
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. 
Parte das terefas de avaliação será objecto dos trabalhos de 
campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de 
correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame 
do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os 
exercícios de avaliação é uma grande vantagem. 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
4 
 
Comentários e sugestões 
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados 
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza diadáctico-
Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. 
Pode ser que graças as suas observações que, em gozo de 
confiança, classificamó-las de úteis, o próximo módulo venha a ser 
melhorado. 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas 
margens das folhas. Estes icones servem para identificar 
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar 
uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, 
uma mudança de actividade, etc. 
Habilidades de estudo 
O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a 
aprender. Aprender aprende-se. 
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para 
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará 
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons 
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes 
eeficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando 
estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos 
que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos 
estudos, procedendo como se segue: 
1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de 
leitura. 
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
5 
 
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e 
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 
4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua 
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou 
as de estudo de caso se existirem. 
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, 
respectivamente como, onde e quando...estudar, como foi referido 
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de 
estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: 
Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo 
melhor à noite/de manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da 
semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num 
sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em 
cada hora, etc. 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido 
estudado durante um determinado período de tempo; Deve 
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao 
seguinte quando achar que já domina bem o anterior. 
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler 
e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é 
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos 
conteúdos de cada tema, no módulo. 
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por 
tempo superior a uma hora. Estudarpor tempo de uma hora 
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso 
(chama-se descansoà mudança de actividades). Ou seja que 
durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos 
das actividades obrigatórias. 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
6 
 
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalhjo intelectual 
obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento 
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado 
volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, 
criando interferência entre os conhecimento, perde sequência 
lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai 
em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente 
incapaz! 
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma 
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda 
sistematicamente), não estudar apenas para responder as questões 
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobretudo, 
estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área 
em que está a se formar. 
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que 
matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que 
resta, deve decidir como utilizar produtivamente, decidindo quanto 
tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será 
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que 
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar 
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as 
partes que está a estudar e pode escrever conclusões, exemplos, 
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a 
margem para colocar comentários seus relacionados com o que 
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir 
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado 
não conhece ou não lhe é familiar; 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
7 
 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o 
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas 
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis 
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas 
trocadas ou invertidas,etc). Nestes casos, contacte os serviços de 
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), 
via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta 
participando a preocupação. 
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes 
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua 
aprendizagem com qualidade e sucesso. Daí a relevância da 
comunicação no Ensino à Distância (EAD), onde o recurso as TIC se 
torna incontornável: entre estudantes, estudante-Tutor, 
estudante-CR, etc. 
As sessões presenciais são um momento em que você caro 
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com o staff 
do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED 
indigitada para acompanhar as suas sessões presenciais. Neste 
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntosde natureza 
pedagógica e/ou administrativa. 
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% 
do tempo de estudos à distância, é de muita importância, na 
medida em que permite lhe situar, em termos do grau de 
aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira 
ficará a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. 
Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os 
conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e 
unidades temáticas, no módulo. 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
8 
 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e 
auto-avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é 
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues 
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de 
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da 
disciplina/módulo. 
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os 
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, 
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, 
respeitando os direitos do autor. 
O plágio1é uma viloção do direito intelectual do(s) autor(es). Uma 
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um 
autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade 
científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a 
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). 
 
Avaliação 
Muitos perguntam: Como é possível avaliar estudantes à distância, 
estando eles fisicamente separados e muito distantes do 
docente/tutor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja 
uma avaliação mais fiável e consistente. 
 
1Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade 
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
9 
 
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com 
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os 
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial 
conta com um máximo de 10% do total de tempo do módulo. A 
avaliação do estudante consta detalhadamente do regulamento de 
avaliação. 
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e 
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de 
frequência para ir aos exames. 
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou módulo e 
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no 
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, 
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da 
cadeira. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) 
trabalhos e 1 (um) (exame). 
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados 
como ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de 
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as 
recomendações, a identificação das referências bibliográficas 
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de 
Avaliação. 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
11 
 
TEMA – I: PLANEAMENTO E CONTROLO FINACEIRO 
UNIDADE Temática 1: Planeamento Empresarial 
UNIDADE Temática 2: Empresa como Sistema 
UNIDADE Temática 3: Planeamento Financeiro 
UNIDADE Temática 4: Orçamento Empresarial 
UNIDADE Temática 5: Controlo Financeiro 
 
UNIDADE Temática 1. Planeamento Empresarial 
Introdução 
Para um melhor entendimento do planeamento e controlo financeiro 
vamos começar com um exemplo apresentado por ROSS et al (2000): 
 
“EM ABRIL DE 2008, a Pacific Ethanol, uma empresa californiana de 
biocombustível, anunciou um prejuízo além do esperado no quarto 
trimestre do ano anterior. A Pacific Ethanol é conhecida por ter um 
director-presidente que foi secretário de Estado da Califórnia por oito 
anos e porque, entre seus investidores, encontram-se nomes famosos 
como Bill Gates. É claro que nada disso garante bons resultados. Vários 
factores afectaram o desempenho financeiro da empresa. A 
superexpansão da indústria relativamente nova do etanol fez os preços 
caírem. Em razão disso, fazendeiros plantaram menos milho (do qual o 
etanol norte-americano é feito), resultando em matéria-prima mais 
cara. Por fim, as dívidas relativamente altas da Pacific Ethanol exigiam 
grandes somas para o pagamento de juros, resultando em um 
desempenho ainda pior. De facto, a Pacific Ethonol foi forçada a 
procurar uma injecção de caixa de fora da empresa. E ela não estava 
sozinha. A Cargill e a Vera-Sun Energy descartaram planos de novas 
usinas, e a Central Illinois Energy foi forçada a solicitar recuperação 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
12 
 
judicial”. 
Esses exemplos mostram quão é importante e vital uma gestão 
crescimento de uma empresa ou organização. Esta unidade temática 
enfatiza a importância do planeamento para o futuro e discute 
algumas ferramentas que as empresas usam para refletir sobre o 
crescimento e administrá-lo. 
O planeamento financeiro estabelece orientações para a mudança e o 
crescimento de uma empresa. Normalmente, ele se concentra no 
contexto geral. Isso significa que ele se preocupa com os principais 
elementos das políticas de investimento e financiamento de uma 
empresa, sem examinar detalhadamente seus componentes 
individuais. 
Em primeiro lugar, descrevemos o que quer dizer planeamento 
financeiro. Falaremos principalmente sobre planeamento de longo 
prazo. O planeamento de curto prazo será discutido posteriormente. 
Nesta unidade temática examinaremos o que pode ser realizado pela 
empresa com o desenvolvimento de um plano financeiro de longo 
prazo. Para isso, desenvolvemos uma técnica de planeamento de 
longo prazo simples, mas útil: a abordagem da percentagem de 
vendas. Descreveremos como aplicar essa abordagem em alguns casos 
simples e discutiremos algumas de suas variações. 
Para desenvolver um plano financeiro explícito, a alta administração 
de uma empresa deve estabelecer alguns elementos básicos da sua 
política financeira (ROSS et al, 2000:94): 
1. O investimento necessário em novos activos. Isso surgirá das 
oportunidades de investimentos escolhidas e é resultado das 
decisões de orçamento de capital tomadas pela empresa. 
2. O grau de alavancagem financeira que a empresa escolhe 
empregar. Isso determinará o montante de dívidas que a 
empresa usará para financiar seus investimentos em activos 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
13 
 
reais. Essa é a política para sua estrutura de capital. 
3. O montante de caixa considerado necessário e apropriado para 
pagar aos acionistas. Essa é a política de dividendos da 
empresa. 
4. O montante de liquidez e capital de giro necessário para suas 
operações continuadas. Essa é a decisão sobre o capital de giro 
da empresa. 
As decisões tomadas por uma empresa nessas quatro áreas afectarão 
directamente a sua lucratividade futura,a necessidade de novos 
financiamentos de fontes externas à empresa e as suas oportunidades 
de crescimento. 
De acordo com o autor citado acima os planeadores financeiros têm 
nada menos do que seis Ps: Proper Prior Planning Prevents Poor 
Performance (planeamento adequado com antecedência evita 
desempenho ruim). 
O planeamento financeiro força a empresa a pensar em objectivos. 
Um objetivo bastante cobiçado pelas empresas é o crescimento, e 
quase todas as empresas definem uma taxa de crescimento explícita a 
ser buscada por todas as suas unidades como o principal componente 
de seu planeamento financeiro de longo prazo. 
Por exemplo, em Setembro de 2007, a Toyota Motor anunciou que 
havia planeado vender aproximadamente 9,8 milhões de veículos em 
2008 e 10,4 milhões em 2009, tornando-se o primeiro fabricante de 
automóveis a vender mais de 10 milhões de veículos em um ano. Na 
ocasião, a General Motors detinha o recorde de vendas de 
automóveis, com 9,55 milhões de unidades vendidas em 1978. 
Existem ligações directas entre o crescimento que uma empresa pode 
atingir e sua política financeira. 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
14 
 
 
Objectivos 
específicos 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 Definir, precisamente, o planeamento da empresa; 
 Diferenciar entre planeamento, previsão, predição, resolução de problemas e 
o plano; 
 Caracterizar os diferentes tipos de planeamento e os níveis de 
responsabilidade; 
 Utilizar o conhecimento sobre a relação existente entre o volume de vendas e 
a rendibilidade sob diferentes condições operacionais para estabelecer um 
plano operacional de qualquer empresa; 
 Utilizar o modelo do ponto crítico, para estimar a capacidade a instalar numa 
empresa, ou a utilizar em função do objectivo de vendas definido; 
 Aplicar métodos, técnicas e conceitos econômico-financeiros no planeamento 
dos recursos empresariais, trabalhando em diferentes cenários e ambientes 
organizacionais de uma empresa; 
 Desenvolver acções de planeamento, avaliação e gestão de pessoas e 
processos referentes a negócios e serviços presentes em organizações públicas 
ou privadas de todos os portes e ramos de actuação. 
 
Planeamento Empresarial 
O planeamento constitui a primeira etapa do processo administrativo 
que vem antes da execução de qualquer actividade. 
Segundo Oliveira (2009), existe certa dificuldade em conceituar 
Planeamento, no entanto, ele estabelece que existem cinco dimensões 
do planeamento estabelecidas por Steiner(1969:12) que a seguir 
apresentamos: 
 Assunto abordado – que pode ser produção, pesquisas, novos 
produtos, finanças, marketing, instalações, recursos humanos, 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
15 
 
etc. 
 Elementos do planeamento – propósitos, objectivos, 
estratégias, políticas, programas, orçamentos, normas e 
procedimentos, entre outros. 
 Tempo do planeamento – que pode ser de longo, médio ou 
curto prazo. 
 Unidade organizacionais onde o planeamento é elaborado – 
neste caso pode ser planeamento corporativo, de unidades 
estratégicos de negócios, de subsidiárias, de grupos funcionais, 
de divisões, de departamentos, de produtos, etc. 
 Características do Planeamento – que podem ser 
representadas por complexidades ou simplicidade, qualidade 
ou quantidade, planeamento estratégico ou táctico, 
confidencial ou público, formal ou informal, económico ou 
caro. 
O planeamento na óptima de Oliveira (2009) deve ser conceituado 
como um processo, considerando os aspectos abordados pelas 5 
dimensões anteriormente apresentadas, desenvolvido para o alcance 
de uma situação futura desejada, de um modo mais eficiente, eficaz e 
efectivo, com a melhor concentração de esforços e recursos pela 
empresa. 
O planeamento financeiro não deve ser confundido com previsão, 
projecção, predição, resolução de problemas ou plano, pois: 
 Previsão: corresponde ao esforço para verificar quais serão os 
eventos que poderão ocorrer, com base no registro de uma 
série de probabilidades. 
 Projecção: corresponde à situação em que o futuro tende a ser 
igual ao passado, em sua estrutura básica. 
 Predição: corresponde à situação em que o futuro tende a ser 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
16 
 
diferente do passado, mas a empresa não tem nenhum 
controlo sobre seu processo e desenvolvimento. 
 Resolução de Problemas: corresponde a aspectos imediatos 
que procuram tao-somente a correcção de certas 
discontinuidades desajustes entre a empresa e as forças 
externas que lhe sejam potencialmente relevantes. 
 Plano: corresponde a um documento formal que se constitui 
na consolidação das informações e actividades desenvolvidas 
no processo de planeamento; é o limite da formalização do 
planeamento, uma visão estática do planeamento, uma 
decisão em que a relação custos versus benefícios deve ser 
observada. 
Planeamento é a função administrativa que determina 
antecipadamente quais os objectivos almejados e o que deve ser feito 
para atingi-los de maneira adequada. É, assim, uma actividade 
contínua, sistemática e disciplinar que consiste em ordenar e 
estruturar as tarefas a desenvolver de modo a que se alcance 
determinados objectivos previamente fixados. É escolher os 
objectivos, políticas e estratégias de orientações. A figura abaixo 
representa a estrutura geral do Planeamento. 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
17 
 
Uma perspectiva geral do planeamento
Objectivos ou Metas da Empresa
Plano de Longo Prazo
Previsão de vendas de LP % Participação de MercadoProcura Total de Mercado
Estratégia de Mix de Produto
Previsão de Vendas de CP % Participação de MercadoProcura Total de Mercado
Politicas de Produção:
- Orçamento de Produção
- Orç. de Materiais
-Orç de Mão de Obra
- Orç de Capital 
Politicas de Marketing:
- Orçamento de Publicidade 
- Orçamento de Vendas
Politicas de Pesquisa e 
Gestão Geral:
- Orçamento de Pesquisa
- Orç de Equipas
Politicas de Controle 
Financeiro:
- Orçamento de Produtos
- Orç. de Filiais
-Orç Regionais
Demonstrações financeiras previsionais:
- Fluxo de Caixa e Orçamento de Tesouraria(Caixa)
- Demonstração de Resultados Previsional
- Balanço Patrimonial Previsonal
Uma perspectiva geral do planeamento
 
 
Importância e Necessidade 
Esta função está voltada para a continuidade da empresa e focaliza o 
futuro. Sua importância reside no seguinte aspecto: sem o 
planeamento a empresa fica perdida no caos. O planeamento é vital 
para as demais funções, isto é, sem planeamento, as funções 
organização, direcção e controle perdem todo o seu efeito. 
A necessidade do planeamento reside na racionalidade que imprime 
às decisões. Por racionalidade entende-se a escolha dos meios 
adequados para atingir determinados objectivos. Através do 
planeamento, as acções da empresa se tornam racionais, isto é, mais 
adequadas aos fins propostos. 
Princípios Fundamentais de Planeamento 
O planeamento está sujeito a dois princípios que devem ser 
observados no processo da sua elaboração, a saber: 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
18 
 
a) Princípio da Definição do Objectivo 
O objectivo deve ser definido de forma clara e concisa para que o 
planeamento seja adequado. A finalidade do planeamento é 
determinar como o objectivo deverá se alcançado. Se o objectivo não 
for claramente definido, o planeamento será muito vago e disperso. 
b) Princípio da Flexibilidade do Planeamento 
O planeamento deve ser flexível a fim de poderse adaptar a situações 
imprevista. Como o planeamento se refere ao futuro, a sua execução 
deve permitir certa flexibilidade a situações que podem sofrer 
alterações imprevistas. 
Oliveira (2009) aponta 4 princípios gerais do planeamento para os 
quais os executivos deverão estar atentos: 
a) O princípio da contribuição aos objectivos e, nesse aspecto, o 
planeamento deve, sempre, visar aos objectivos máximos da 
empresa. No processo de planeamento devem-se hierarquizar os 
objectivos estabelecidos e procurar alcançá-los em sua totalidade, 
tendo em vista a sua interligação; 
b) O princípio da precedência do planeamento, corresponde a uma 
função administrativa que vem antes das outras (organização, 
direcção e controlo); 
c) O princípio das maiores influências e abrangência, pois o 
planeamento pode provocar uma série de modificações nas 
características e actividades da empresa. As modificações podem 
ser provocadas nas pessoas, tecnologias ou sistemas. Nas pessoas 
podem corresponder às necessidades de treinamento, 
substituições, transferências, funções, avaliações etc.; na 
tecnologia as modificações podem ser representadas pela 
evolução dos conhecimentos, pelas novas maneiras de fazer os 
trabalhos, etc.; e nos sistemas podem ocorrer alterações nas 
responsabilidades estabelecidas, nos níveis de autoridade, 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
19 
 
descentralização, comunicações, procedimentos, instruções etc. 
d) Os princípios das maiores eficiência, eficâcia e efectividade, neste 
caso planeamento deve procurar maximizar os resultados e 
minimizar as deficiências apresentadas pelas empresas. A 
eficiência é uma medida individual dos componentes das 
empresas e se consolida pela ocorrência dos segunites aspectos: 
 Fazer as coisas de maneira adequada; 
 Resolver os problemas que surgem; 
 Salvaguardar os recursos aplicados pela empresa; 
 Cumprir os deveres e as responsabilidades estabelecidas; e 
 Reduzir custos. 
A eficácia é uma medida do rendimento global das empresas e se 
consolida pela ocorrência dos seguintes aspectos: 
 Fazer as coisas certas, ou seja, fazer o que precisa ser feito; 
 Produzir alternativas criativas paras as várias situações que 
surgirem nas empresas; 
 Maximizar a utilização de recursos disponíveis; 
 Obter os resultados estabelecidos e esperados nos processos de 
planeamento das empresas; e 
 Aumentar o lucro da empresa. 
E efectividade é uma medida do rendimento global das empresas e se 
consolida pela ocorrência dos seguintes aspectos: 
 Manter-se no mercado; e 
 Apresentar resultados globais positivos ao longo do tempo 
(permanentemente). 
 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
20 
 
Princípios Específicos do Planeamento 
De acordo com Ackoff (1974:28) citado por Oliveira (2009), existem 4 
princípios específicos do planeamento, que passamos a citar: 
1. Planeamento participativo: o principal benefício do 
planeamento não é seu resultado final, ou seja, o plano, mas o 
processo desenvolvido. Nesse sentido, o papel do respons’avel 
pelo planeamento não é só elaborá-lo, mas facilitar o processo 
de sua elaboração pela própria empresa, e este planeamento 
deve ser realizado pelas áreas pertinentes ao processo; 
2. Planeamento coordenado: todos os aspectos envolvidos 
devem ser projectados de forma que actuem 
interdependentemente, pois nenhuma parte ou aspecto de 
uma empresa pode ser planeado eficientemente, se o for de 
maneira independente de qualquer outra parte ou aspecto da 
empresa; 
3. Planeamento integrado: os vários escalões de uma empresa – 
de porte médio ou grande – devem ter seus planeamentos 
integrados. Nas empresas voltadas para o mercado, nas quais 
os objectivos empresariais dominam os de seus membros, 
geralmente os objectivos são estabelecidos de “cima para 
baixo” e os meios para alcançá-los, “de baixo para cima”, 
sendo este último fluxo usualmente invertido em uma empresa 
cuja a função primária é a de servir a seus membros. 
4. Planeamento permanente: essa condição é exigida pela 
própria turbulência do ambiente empresarial , pois nenhum 
plano mantém seu valor e utilidade com o tempo. 
Segundo Oliveira (2009), é muito importante para o executivo de uma 
empresa estar atento aos princípios gerais e específicos do 
planeamento, pois estes lhes proporcionarão base mais sólida para o 
processo decisório inerente ao processo de planeamento na empresa. 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
21 
 
Filosofias do Planeamento 
De acordo com Ackoff (1974:4) citado por Oliveira (2009), existem 3 
tipos de filosofias de planeamento dominantes, sendo que a maioria 
dos processos envolve uma mistura dos três tipos , embora possa 
haver predominância de um deles. 
1. Filosofia de satisfação: designa os esforços para alcançar um 
mínimo de satisfação, mas não necessariamente para excedê-lo, 
sendo que satisfazer é fazer “suficientemente bem”, mas não 
necessariamente “tão bem quanto possível”. O processo de 
planeamento começa pela determinação dos objectivos factíveis, 
resultantes de uma sistemática de consenso político entre os 
vários centros de poder. Tais objectivos poderão ser de 
desempenho (quantitativos ou qualitativos); 
A preocupação básica desta filosofia está no aspecto financeiro, 
sendo dada grande ênfase ao orçamento e suas projecções. Não é 
dada grande importância aos demais aspectos do planeamento de 
recursos – humanos, tecnológicos, equipamentos, materiais, 
serviços, etc. – porque está subentendido que, com suficiente 
quantidade de recursos monetários, o restante pode ser obtido; é 
feita apenas uma única projec,cão para o futuro, sendo ignoradas 
as possibilidades de outras alternativas. É aplicada em empresas 
cuja preocupação é a sobrevivência e não o crescimento ou 
desenvolvimento. 
2. Filosofia da optimização: o planeamento não é feito apenas para 
realizar algo suficientemente bem, mas para fazê-lo tão bem 
quanto possível. Caracteriza-se pela utilização de técnicas 
matemáticas e estatísticas, de modelos de simulação e de pesquisa 
operacional. Nesse caso, os objectivos são formulados em termos 
quantitativos, pois são reduzidos a uma escala comum – monetária 
– e combinados em uma medida geral e ampla de desempenho. 
Isto porque o planeador optimizador tende a ignorar os objectivos 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
22 
 
não quantificáveis, porque eles não poderão ser incorporados num 
modelo a ser optimizado. 
3. Filosofia de adaptação: esta filosofia, que algumas vezes é 
denominada planeamento inovativo, apresenta as seguintes 
características: 
 Baseia-se na suposição de que o principal valor do 
planeamento não está nos planos elaborados, mas no processo 
de elaboração desses planos; 
 Supõe que a maior parte da necessidade actual de 
planeamento decorre da falta de eficâcia administrativa e de 
controlos, e que os profissionais das empresas são os 
responsáveis pela maioria das confusões que o planeamento 
tenta eliminar ou evitar; e que 
 O conhecimento do futuro pode ser classificado em três tipos: 
certeza, incerteza e ignorância, visto que cada uma dessas 
situações requer um tipo diferente de planeamento, 
comprometimento, contigência ou adaptação. Esta filosofia 
também chamada de homeostase, procura equilíbrio – interno 
e externo – da empresa, após ocorrência de uma mudança. O 
desequilíbrio pode vir a reduzir a eficiência do sistema-
empresa de modo efectivo; daí a necessidade de restabelecer o 
estado de equilíbrio. 
Segundo Oliveira (2009), nesta situação, a empresa podeadoptar diferentes respostas aos estímulos externos. A 
resposta pode ser passiva, em que o sistema muda seu 
comportamento de modo defasado, adorando as soluções 
normais para o estímulo, tais como mais economia de material, 
dispensa de pessoal etc. A resposta ainda pode ser 
antecipatória ou adaptativa, quando há preocupação por parte 
da empresa em procurar antecipar as mudanças do seu 
ambiente externo e/ou adaptar-se a 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
23 
 
esses novos estados. Finalmente, pode adoptar uma resposta 
auto-estimulada, em que há preocupação constante pela busca 
de novas oportunidades para crescimento e/ou expansão da 
empresa. 
 
Partes do Planeamento 
O planeamento é conjunto complexo de decisões interligadas que 
formam um sistema que pode ser separadas em partes. Ackoff 
(1974:4) citado por Oliveira apresenta 5 partes, nomeadamente: 
 Planeamento dos fins: especificação do estado futuro desejado, 
ou seja, a visão, os valores, a missão, os propósitos, os objectivos, 
os objectivos funcionais, os desafios e as metas; 
 Planeamento dos meios: proposição de caminhos para a empresa 
chegar ao estado futuro desejado, por exemplo, pela expansão da 
capacidade produtiva de uma unidade e/ou diversificação de 
produtos. Aqui tem-se a escolha de macroestratégias, 
macropolíticas, estatégias, políticas, procedimentos e processos. 
 Planeamento organizacional: esqumatização dos requisitos 
organizacionais para poder realizar os meios propostos. Aqui pode-
se ter o exemplo, a estruturação da empresa em unidades 
estratégicas de negócios. 
 Planeamento dos recursos: dimensionamento de recursos 
humanos, tecnológicos e materiais, bem como a determinação da 
origem e aplicação de recursos financeiros. Aqui se tem o 
estabelecimento de programas, projectos e planos de acção 
necessários ao alcance do futuro desejado. 
 Planeamento da implantação e do controlo: coresponde à 
actividade de planear o acompanhamento da implantação do 
empreendimento. Devem-se ressaltar alguns aspectos, a saber: 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
24 
 
o O próprio processo de planeamento deve ser planeado; 
o O processo é interativo, ou seja, sua acção, se exerce 
mutuamente, entre duas ou mais partes do todo; e 
o O processo é iterativo, ou seja, repete-se ao longo do 
tempo. 
 
 Tipos de Planeamento 
A administração reconhece três níveis hierárquicos aos quais 
correspondem três tipos de planeamento, a saber: 
a) Planeamento estratégico: é concebido numa perspectiva de longo 
prazo e envolve a empresa como um todo. É definido ao nível 
mais alto de gestão que procura responder questões como: o que 
nós somos; o que pretendemos ser; em que ambiente operamos. 
b) Planeamento táctico: respeita à tomada de decisões relativas a 
áreas menos amplas da empresa, empreendimentos mais 
limitados, a prazos mais curtos e a níveis mais baixo da hierarquia 
da gestão (geralmente no nível intermédio). 
c) Planeamento operacional: refere-se ao desdobramento dos 
planos tácticos, limitando-se a prazos mais curtos (carácter 
imediato). Liga-se com o “que fazer” e o “como fazer”, 
caracterizando-se pelo pormenor como fixa as tarefas e as 
operações, envolve o estabelecimento de numerosos planos 
operacionais. 
A sua relação genética aos níveis de decisão pode ser estabelecida na 
seguinte ―pirâmide organizacional: 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
25 
 
 
Hoje em dia todo o empresário consciente reconhece a necessidade 
de prever e planear não só o que deverá efectuar nos meses ou anos 
seguintes, mas também o próprio futuro da empresa, o que esta terá 
de pôr em prática para fazer face às realidades dos anos próximos 
num mundo em constante evolução. 
Fazer planeamento numa empresa consiste, grosso modo, em 
estabelecer propósitos e objectivos e formular, em conformidade, os 
programas de acção futuros. 
 
Composição do Plano da Empresa 
Os planos das empresas podem ser globais ou parcelares. Os Planos 
Globais subdividem-se em: 
 Estratégico (porque importa formular as politicas a adoptar 
perante os contextos em que a empresa irá mover-se). 
 Financeiro (porque se torna necessário expressar em cifras 
monetárias, ainda que aproximativas, os efeitos das políticas e 
acções a desenvolver no período futuro a que se reporta o 
planeamento). 
E os Planos Parcelares subdividem-se em: 
 de financiamentos (escolha dos meios de financiamento possíveis 
e/ou adequados); 
 de investimento e desinvestimento; 
 de investigação e desenvolvimento (R&D), incluindo estudos de 
novos mercados, processos e produtos, áreas de actividade e 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
26 
 
recursos humanos de exploração (vendas, produções 
aprovisionamentos, pessoal, gastos de funcionamento, tesouraria, 
etc.) 
Na realização desse planeamento formal impõem-se dois tipos de 
acções: 
 
 Acções de estratégia 
 
o Definição de propósitos ou pressupostos de conduta 
 
A este respeito importará a apresentação de princípios que devem 
nortear os gestores. Poderá tal definição começar pela apresentação 
de condutas éticas até à definição de acções a desenvolver no sentido 
de se alcançarem posições de mercado, poder concorrencial, novas 
áreas de expansão, novos campos de actuação, nível de concentração, 
dimensão, especialização, diversificação, etc. 
 
o Fixação de Objectivos 
 
A determinação dos objectivos será desenvolvida por tipos de 
preocupação ou áreas de actuação que poderão ser: mercado, 
produtividade, recursos financeiros, lucros e rendibilidade, 
remunerações, inovação e desenvolvimento, empresa e exterior. 
 
 Acções tácticas 
 Tarefas iniciais: que envolve diagnóstico de pontos fracos e 
fortes, exame de factores críticos, definição de metas 
(objectivos concretos); 
 Elaboração dos planos específicos; e 
 Coordenação: que envolve a elaboração de planos, 
orçamentos, contas, etc. 
 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
27 
 
O Processo de Planeamento 
O planeamento pressupõe a necessidade de um processo decisório 
que ocorrerá antes, durante e depois da sua elaboração e 
implementação na empresa. 
Este processo de tomada de decisões na empresa deve conter, ao 
mesmo tempo, os componentes individuais e organizacionais, bem 
como a acção nestes dois níveis pode ser orientada de tal maneira que 
garanta certa influência de interesses dos diversos factores alocados 
no ambiente da empresa. 
O processo de planear envolve, portanto, um ―modo de pensar; e um 
salutar modo de pensar envolve indagações; e indagações envolvem 
questionamento sobre o que será feito, como, quando, quanto, para 
quem, por que, por quem e onde será feito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
28 
 
TEMA II. Empresa Como Sistema 
 
Para uma melhor compreensão do processo de planeamento é 
importante abordarmos alguns conceitos relacionados com a teoria 
dos sistemas. 
Sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes 
que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado 
objectivo e efectuando uma função (Oliveira, 2009:24). 
Segundo Oliveira (2009), os elementos componentes de um sistema 
são: 
 Os objectivos, que se referem tanto aos objectivos dos usuários do 
sistema, quanto aos objectivos do próprio sistema; 
 As entradas do sistema, cuja função caracteriza as forças que 
fornecemao sistema os materiais, as informações e as energias 
para a operação ou processo, o qual gera determinadas saídas do 
sistema que devem estar em sintonia com os objectivos 
estabelecidos; 
 O processo de transformação do sistema, que é definido como a 
função que possibilita a transformação de um insumo (entrada) 
em produto, serviço ou resultado (saída); 
 As saídas do sistema, que correspondem aos resultados do 
processo de transformação. As saídas podem ser definidas como 
as finalidades para as quais se uniram objectivos, atributos e 
relações do sistema. As saídas devem ser, portanto, coerentes com 
os objectivos do sistema, e, tendo em vista o processo de controlo 
e avaliação, as saídas devem ser quantificáveis, de acordo com 
critérios e parâmetros previamente fixados; 
 Os controlos e avaliações do sistema, principalmente para verificar 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
29 
 
se as saídas estão coerentes com os objectivos estabelecidos. Para 
realizar o controlo e avaliação de maneira dequada, é necessária 
uma medida do desempenho do sistema, chamada padrão; e 
 A retroalimentação ou realimentação ou feedback do sistema, que 
pode ser considerado como a reintrodução de uma saída sob a 
forma de informação. Se essa entrada faz aumentar o desempenho 
da saída ou do processo, a retroalimentação é considerada positiva 
e, caso contrário, será negativa. 
Além do conceito de sistema, também é importa conceituar o 
ambiente onde a organização opera. 
De acordo com Oliveira (2009), ambiente é o conjunto de todos os 
factores que, dentro de um limite específico, se possa conceber como 
tendo alguma influência sobre a operação do sistema, o qual 
corresponde ao foco do estudo. 
De maneira simples, pode-se definir ambiente de um sistema como o 
conjunto de factores ou elementos que não pertencem ao sistema, 
mas: 
 Qualquer alteração no sistema pode mudar ou alterar os factores 
externos ou não controláveis; e 
 Qualquer alteração nos factores externos pode mudar ou alterar o 
sistema. 
 
 
 
 
 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
30 
 
TEMA III. Planeamento Financeiro 
Introdução 
Iniciaremos esta secção com um texto extraído de Bertolo (2000): 
“Boston Chicken Inc., operadora e franqueadora dos restaurantes 
Boston Market, foi uma das grandes estórias de sucesso no começo 
dos anos de 1990. A empresa adicionou restaurantes a uma taxa 
incrível resultando num acréscimo nas vendas de $42,5 milhões em 
1993 (o primeiro ano em que ela se tornou uma corporação negociada 
publicamente) para $462,4 milhões em 1997, numa taxa de 
crescimento média de 82% ao ano. Infelizmente, a receita da empresa 
para o crescimento foi revelada como um desastre em 1998 porque a 
empresa crescia muito rápido para manter a qualidade que os seus 
clientes esperavam. Ainda mais, a Boston Chicken fez empréstimos aos 
seus franqueadores para construírem lojas, mas as lojas deparavam-se 
progressivamente com dificuldades financeiras por causa do aumento 
da concorrência. Como resultado, o nível total de dívidas no sistema 
tornou-se muito grande para suportar, e a empresa perdeu o jogo de 
asas de galinha para seus credores. Efetivamente faltando de dinheiro, 
a empresa foi entregue formalmente à falência em Outubro de 1998 e 
fechou 178 das suas 1.143 lojas. A companhia não emergiu da falência 
até 2000, quando ela foi adquirida pelo McDonald's”. 
Segundo Bertolo (2000), o caso da Boston Chicken não é único. 
Frequentemente empresas que crescem a um ritmo fenomenal 
deparam-se com problemas de fluxo de caixa e subsequentemente, 
dificuldades financeiras. Em outras palavras, é literalmente possível 
"crescer quebrado." Este subunidade temática enfatiza a importância 
de planeamento para o futuro e discute as ferramentas que as 
empresas usam para pensarem acerca, e gerirem, o seu crescimento. 
O planeamento financeiro estabelece um guia para mudança e 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
31 
 
crescimento de uma empresa. Ele normalmente focaliza no que é 
importante. Isto significa que ele está envolvido com os elementos 
principais das políticas de investimento e financeiras de uma empresa 
sem examinar os componentes individuais daquelas políticas em 
detalhes. 
Para Proppelli e Nikbakht (1998, p.364): “Planeamento financeiro é o 
processo de estimar a quantia necessária para continuar as operações 
de uma companhia e decidir quando e como a necessidade de fundos 
seria financiada. Sem um procedimento confiável para estimar as 
necessidades de financiamento, uma companhia pode acabar não 
tendo fundos suficientes para pagar seus compromissos, tais como 
juros sobre empréstimos, letras a pagar, despesas de aluguel e as 
despesas de luz e telefone”. 
Segundo Gitman (1997, p. 588), o planeamento financeiro é um 
instrumento muito relevante para as organizações: “... pois fornece 
roteiros para dirigir, coordenar e controlar suas acções para na 
consecução de seus objectivos”. 
Já para Brealey et al. (2001: 522), o planeamento financeiro é um 
processo que consiste: 
1. Avaliar as alternativas de investimento e financiamento disponíveis 
à empresa; 
2. Estimar os futuros impactos previstos para as decisões actuais; 
3. Escolher os caminhos a serem trilhados; 
4. Estabelecer medidas de comparação entre o desempenho ocorrido 
e as metas estabelecidas no plano financeiro. 
Enquanto para Brigham et al. (2001, p.533), esse processo é composto 
das seguintes etapas: 
1. Adoptar um sistema de demonstrações financeiras projectadas; 
2. Calcular a demanda de fundos necessários para a execução dos 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
32 
 
planos traçados; 
3. Elaborar a previsão da disponibilidade de fundos resultantes da 
execução dos planos; 
4. Conceber um sistema de controle sobre as fontes e as aplicações 
de fundos dentro da organização; 
5. Desenvolver metodologia de adaptação dos planos às variáveis 
externas não controláveis. 
Braga (1989, p.230) diz que o planeamento financeiro de uma 
empresa compreende a programação dos planos financeiros e sua 
integração e coordenação com os demais planos da organização. 
O planeamento financeiro pode ser preparado em termos de curto e 
de longo prazo. Os planos financeiros de longo prazo procuram 
reflectir os resultados esperados no planeamento estratégico da 
empresa. À medida que o horizonte de planeamento se distancia da 
data de elaboração, o grau de detalhamento se reduz, em virtude do 
nível de confiabilidade das projecções. O planeamento financeiro a 
longo prazo se apoia nos instrumentos de orçamento de capital e nas 
expectativas de geração de lucros e caixa. Já os planos financeiros de 
curto prazo, devem ser bem detalhados. Os instrumentos usados são: 
1. Orçamento de capital; 
2. Projecção do fluxo de caixa; 
3. Projecção do demonstrativo de resultados; 
4. Balanços patrimoniais projectados (Lemes Júnior et al., 2002: 
p.507). 
Brealey et al. (2001, p. 522) afirma o horizonte de planeamento típico 
de longo prazo é cinco anos, embora ressalve que algumas empresas 
operem com períodos de dez anos. 
Ross et al. (1995) menciona que não existe consenso quanto ao 
intervalo que pode ser interpretado como curto prazo, mas observa 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
33 
 
que o período de um ano usualmente adoptado como tal. 
Para desenvolver um plano financeiro explícito, os administradores 
devem estabelecer certos elementos da política financeira daempresa. Os elementos básicos da política do planeamento financeiro 
segundo Bertolo (2000) são: 
1. O investimento necessário da empresa em novos activos. Isto irá 
surgir das oportunidades de investimentos que a empresa escolhe 
para incorporar, e é o resultado das decisões de orçamento de 
capital da empresa. 
2. O grau de alavancagem financeira que a empresa escolhe a 
empregar. Isto determinará a quantidade de empréstimos a serem 
tomados pela empresa e que serão usados para financiar seus 
investimentos em activos reais. Isto é a política de estrutura de 
capital da empresa. 
3. A quantia de caixa que a empresa pensa que é necessária e 
apropriada para pagar seus accionistas. Isto é a política de 
dividendos da empresa. 
4. A quantia de liquidez e capital de giro que a empresa necessita 
progressivamente. Isto é uma decisão de capital de giro líquido da 
empresa. 
As decisões que uma empresa toma nestas quatro áreas afectarão 
directamente sua lucratividade futura, necessidade de financiamentos 
externos, e oportunidades de crescimento. 
O planeamento financeiro formula a maneira na qual as metas 
financeiras serão atingidas. Um plano financeiro é assim uma 
declaração do que é para ser feito no futuro. A maioria das decisões 
tem tempo de execução longos, o que significa que elas levam um 
longo tempo para implementarem. Se uma empresa desejava 
construir uma fábrica em 2015, por exemplo, ela deveria começar a 
alinhar os contratos de construção e os fornecedores, bem como 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
34 
 
conseguir os financiamentos em 2013 ou até mesmo antes. Se uma 
empresa desejava construir uma fábrica em 2015, por exemplo, ela 
deveria começar a alinhar os contratos de construção e os 
fornecedores, bem como conseguir os financiamentos em 2013 ou até 
mesmo antes. 
As semelhanças entre o processo de planeamento acima descrito e o 
de orçamentação fazem com que os dois conceitos sejam utilizados 
como sinónimo de orçamento. 
 
Enquadramento do Planeamento Financeiro 
O planeamento não deve ser nunca do dominou exclusivo dos 
responsáveis respectivos. A não ser que a gestão esteja 
profundamente envolvida no processo, o resultado final não lhe 
merecerá muita confiança. Acresce que os planos financeiros devem 
estar interligados aos planos de actividade da empresa. Uma série de 
previsões financeiras terá um reduzido valor operacional se a gestão 
não tiver, equacionando as decisões de produção e de marketing 
necessárias a realização daquelas previsões. 
 
 
O planeamento financeiro é uma actividade de enquadramento geral 
no sentido de que os seus responsáveis tentam analisar o 
investimento conjunto de cada tipo de actividade e evitam ver-se 
submergidos em detalhes. Um grande número de proposta de 
pequenos investimentos são consolidados e, de facto, tratados como 
um simples projecto. 
Exemplo: no arranque do processo de planeamento os responsáveis 
da empresa poderão exigir a cada divisão que apresente três planos de 
actividades alternativos que cubram os próximos 5 anos: 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
35 
 
1. Um plano de crescimento agressivo exigindo fortes investimentos 
e novos produtos, aumento da quota nos mercados actuais ou 
entrada em novos mercados. 
2. Um plano de crescimento normal, no qual a divisão cresce à taxa 
do respectivo mercado, mas não de uma forma significativa à custa 
dos seu concorrentes. 
3. Um plano de redução de custos e de especialização, visando 
minimizar os gastos de investimentos o que poderá levar à gradual 
liquidação da divisão. 
4. Um plano de desinvestimento, a venda ou liquidação da divisão 
(opção que depende dos responsáveis pelo planeamento, a sua 
apresentação) 
À cada uma destas alternativas é associada uma série de fluxos 
tesouraria previsionais. Estas alternativas podem ser analisadas como 
quatro projectos que se excluem mutuamente entre si. 
Assim, o processo de planeamento financeiro global da empresa, 
conforme o quadro a seguir, deve iniciar com estabilidade das metas e 
objectivo da empresa (Brigham, 2000). Conforme o quadro o 
estabelecimento das metas determina o planeamento estratégico de 
longo prazo e este por sua vez envolve uma previsão de vendas a 
longo prazo. A previsão de vendas a Longo prazo exige a determinação 
de tipos e quantidade de produtos que serão fabricados no presente e 
nos anos futuro do horizonte do planeamento. Esta é a estratégia de 
“Produto Mix”. 
As previsões e orçamentos de curto prazo são formulados dentro de 
características de um plano de longo prazo. Por exemplo: Pode-se 
começar com uma previsão de vendas cobrindo seis meses ou um ano. 
A previsão de vendas de curto prazo fornece uma base a grande 
variedade de políticas, indicadas na parte inferior do quadro. 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
36 
 
 
 Primeiro, existem políticas de fabricação cobrindo a escolha dos 
tipos de equipamento do layout da fábrica e do arranjo da linha de 
produção. Ademais, a durabilidade dos produtos e seu custo 
associados serão considerados. 
 Segundo, devem ser formadas diferentes políticas de Marketing. 
Estas relacionam-se a itens, tais como o desenvolvimento da 
organização de vendas da própria empresa versos do uso de 
organizações de vendas externas, o número de vendedores e o seu 
método de remuneração, as formulas, os tipos e as quantidades 
gastas em propaganda e outros factores. 
 Terceiro, existem as políticas de pesquisa gerencial geral. Estas 
políticas relacionam-se com relativa ênfase à pesquisa básica em 
vez da pesquisa aplicada às áreas de produto enfatizadas por 
ambos os tipos de pesquisa. 
 E Quarto, existem as políticas financeiras, que são a essência desta 
unidade temática; 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
37 
 
As quatro principais políticas devem ser estabelecidas 
simultaneamente, já que uma afecta a outra. 
As políticas de controlo financeiro incluem a organização e o conteúdo 
de vários tipos de orçamentos de controlo financeiro. Estas, por sua 
vez, incluem um orçamento dos produtos individuais para cada 
actividade significativa da empresa. Ademais, os orçamentos são 
formulados para controlar as operações em escritório e filiais. Estes 
por sua vez, são agrupados e modificados para controlar as operações 
regionais. 
De igual maneira, as políticas estabelecidas aos níveis de fabricação, 
marketing, pesquisa e gerência geral, fornecem informações para uma 
série de outros orçamentos (de mão-de-obra, materiais gastos gerais 
fabris, etc.). 
 
Importância do planeamento financeiro 
Segundo Neves (2001), o planeamento financeiro é uma actividade 
essencial na gestão e nas finanças da empresa pois trata de identificar 
as necessidades de financiamento previsionais e de estudar as formas 
de financiamento mais adequadas. Para além de ser um instrumento 
essencial na gestão financeira e estratégica das empresas, tem 
também um papel importante na banca comercial e de investimento, 
nas actividades relacionadas com a concessão de crédito, com as 
reestruturações financeiras, com os aumentos de capital e com a 
avaliação de empresas e negócios. 
O planeamento financeiro é também parte integrante de qualquer 
plano de negócios (“business plan”). O plano de negócios é 
fundamental nos processos de criação de empresas, assim como em 
todas as reestruturações empresariais, nomeadamente, MBO 
(Management Buy Out - que corresponde à aquisição da empresa 
pelos próprios administradores e/ou directores), fusões, aquisições, 
 ISCED CURSO:CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
38 
 
cisões e outras reestruturações empresariais. 
Na avaliação de empresas é fundamental a estimativa dos fluxos de 
caixa previsionais pelo que as avaliações de empresas exigem sempre 
o recurso a técnicas de planeamento financeiro. 
 
Tipos de planeamento financeiro 
O planeamento financeiro visa determinar as necessidades de 
financiamento previsionais e estudar as formas mais adequadas de 
financiamento no futuro. De acordo com Neves (2001), pode alcançar-
se este objectivo de três modos distintos: 
 Método expedito – Neste método privilegia-se a rapidez ao rigor. 
O centro das atenções é alcançar de forma rápida a estimativa das 
necessidades de financiamento previsional. Assim, as 
demonstrações financeiras são agregadas pelos seus elementos 
mais ou menos homogéneos e através da expectativa de evolução 
do volume de negócios e de mais 3 a 5 rácios, calculam-se as 
necessidades financeiras previsionais. Existem múltiplas formas de 
proceder a estas simplificações na prática. 
Na literatura das finanças de empresa existem duas formas 
padronizadas muito conhecidas. Um dos métodos mais conhecidos 
é o “método da percentagem das vendas” (Ross, Westerfield e 
Jaffe, 2000). Pelo seu excesso de simplificação este método parte 
de pressupostos que se tornam pouco realistas. 
Também encontramos na literatura de finanças de empresa um 
modelo expedito mas mais realista que pode designar-se por 
“Método expedito do fluxo de caixa” (Brealey e Myers, 2000). 
 Método directo – Neste método as demonstrações financeiras são 
reproduzidas a um nível detalhado suficiente para tratar cada 
rubrica de forma como se prevê que seja a sua evolução. A 
projecção do volume de negócios 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
39 
 
é sempre uma base fundamental do planeamento financeiro. 
Identificam-se todas as rubricas que poderão variar de forma 
percentual com as vendas e estima-se a evolução de cada uma das 
outras rubricas que têm um comportamento distinto. Todas as 
rubricas depois de projectadas são levadas de forma directa aos 
documentos financeiros previsionais: balanço, demonstração de 
resultados e dos fluxos de caixa. Este método é muitas vezes usado 
pela direcção financeira na gestão dos recursos financeiros bem 
como para apresentação ao exterior, nomeadamente, nos 
processos de obtenção de empréstimos. Este também é o método 
usado nos processos de avaliação de empresas; 
 Método de consolidação orçamental – Este método recorre ao 
processo orçamental da empresa, consolidando os orçamentos 
que foram produzidos para cada uma das áreas da empresa. 
Baseia-se, por isso, no processo orçamental da empresa que 
deverá ter a participação dos principais responsáveis da empresa. 
 
O método de consolidação orçamental 
O processo orçamental da empresa exige tempo pois deve ser 
descentralizado pelos principais responsáveis que irão orçamentar a 
sua área de responsabilidade. O planeamento financeiro neste caso irá 
proceder à consolidação de todos os orçamentos da empresa. 
Neste método de planeamento financeiro, os orçamentos subdividem-
se em dois tipos: 
 orçamentos operacionais que se relacionam com as decisões 
operacionais como sejam comerciais ou de produção; 
 orçamentos de investimento onde se reflectem as previsões de 
investimento; 
 orçamentos financeiros que produzem a síntese dos orçamentos 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
40 
 
operacionais. 
Como exemplo de orçamentos operacionais pode listar-se os 
seguintes: 
 Plano e orçamento de volume de negócios; 
 Plano e orçamento de produção; 
 Plano e orçamento de aprovisionamento; 
 Plano e orçamento de custos com pessoal pelas diversas áreas da 
empresa – produção, comercial, administrativa e financeira; 
 Plano e orçamento das despesas de produção; 
 Plano e orçamento das despesas comerciais e de distribuição; 
 Plano e orçamento das despesas administrativas gerais; 
 A demonstração de resultados pró-forma – significa a 
demonstração de resultados ainda sem os custos financeiros. 
Os planos de investimento identificam as necessidades da empresa 
por diversas áreas da empresa e os orçamentos de investimento 
reflectem as previsões de despesas com esta rubrica. A partir destes 
orçamentos estimam-se as respectivas amortizações. 
Os orçamentos financeiros incluem: 
 A demonstração de resultados líquidos previsional; 
 Os balanços previsionais; 
 A demonstração de fluxos de caixa (tesouraria) previsional 
Em síntese, o método de consolidação dos orçamentos acaba por se 
reduzir aos seguintes passos: 
 Plano do volume de negócios e consequente previsão financeira; 
 Previsão do volume de produção e respectivos custos de produção; 
 Previsão das outras naturezas de custos: 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
41 
 
 Consolidação das informações orçamentais nas demonstrações 
financeiras pró-forma: resultados, balanço e fluxo de caixa; 
 Analise das necessidades financeiras e escolha das formas de 
financiamento mais adequadas; 
 Elaboração das demonstrações financeiras previsionais. 
Para efeitos de planeamento e controlo da gestão da empresa a 
administração da empresa deve levar os principais responsáveis da 
empresa a participar na elaboração do plano, discutindo e definindo 
com eles os objectivos, as estratégias e as políticas de gestão para que 
estes possam elaborar planos de recursos coerentes com os objectivos 
globais da empresa e se mantenham empenhados no alcance dos 
mesmos. 
Para efeitos de planeamento financeiro pode aproveitar-se esta 
informação. Mas também é certo que muitas empresas não têm um 
processo de planeamento tão rigoroso e, muitas vezes são precisos 
planos urgentes para apresentação ao exterior, como sejam bancos, 
parceiros estratégicos, etc. Assim, os gestores e analistas financeiros 
recorrem com frequência ao método directo de planeamento 
financeiro. 
 
O método directo de planeamento financeiro 
No método directo de planeamento financeiro, por comparação com o 
método de consolidação orçamental, simplifica-se toda a fase de 
estimativa dos proveitos e custos e custos operacionais através rácios 
e pressupostos de evolução das despesas. Com base nessa informação 
seguem-se as seguintes fases: 
 Projecção das demonstrações financeiras pró-forma: resultados, 
balanço e fluxo de caixa; 
 Analise das necessidades financeiras e escolha das formas de 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
42 
 
financiamento mais adequadas; 
 Elaboração das demonstrações financeiras previsionais 
A projecção das demonstrações financeiras pró-forma pode fazer-se 
da seguinte forma: 
 Previsão do volume de negócios – esta constitui uma das fases 
determinantes de um bom plano financeiro, pois muitas das outras 
previsões estarão com ela relacionadas. Os métodos de previsão 
do volume de negócios podem ser de diversa natureza desde os 
modelos baseados na mera observação das taxas de crescimento 
históricas e explicitação de expectativas de evolução até aos 
modelos baseados em técnicas estatísticas como a análise de 
tendência, análise de regressão simples e múltipla e análise de 
séries cronológicas que consistem em identificar as suas quatro 
componentes, nomeadamente, a tendência, a ciclicidade, a 
sazonalidade e a aleatoriadade. 
 Projecção dos custos variáveis – como os custos variáveis são 
função do volume de negócios há que definir qual a tendência de 
evolução dessa relação, desde a manutenção da relaçãohistórica 
até à reflexão das expectativas de introdução de eficiências 
operativas por cada uma das naturezas de custos. Entre estes 
custos destacam-se os custos das mercadorias e consumidas e 
diversas naturezas de fornecimentos e serviços externos; 
 Projecção dos custos fixos – por natureza estes custos são fixos e, 
por isso não têm uma relação proporcional com o volume de 
negócios. Há que reflectir sobre a expectativa da sua evolução face 
às necessidades de organização e desenvolvimento da empresa. 
Neste grupo de despesas estão uma parte importante das 
despesas com pessoal e muitas das rubricas de fornecimentos e 
serviços externos. Outro tipo de custo a considerar são as 
amortizações do exercício que são função dos activos fixos e das 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
43 
 
respectivas taxas de amortização. 
 Estimativa do investimento – esta estimativa deve ter em 
consideração o activo fixo necessário para suportar a evolução 
prevista para o volume de negócios. Colocam-se aqui aspectos 
relacionados com a capacidade produtividade e com as melhorias 
da qualidade, bem como com a protecção do ambiente e 
condições de trabalho. Em métodos de planeamento mais 
simplificados assume-se a evolução do activo fixo líquido em 
termos de objectivos para o rácio de rotação do activo fixo; 
 Estimativa das necessidades em fundo de maneio – esta 
estimativa tem por base a evolução do volume de negócios e as 
condições de funcionamento da empresa e da própria 
concorrência. Esta fase leva o analista a identificar no balanço as 
rubricas que variam em percentagem do volume de negócios. 
Entre estas estão os activos cíclicos (e.g. existências, clientes e 
outros devedores de exploração) e os passivos cíclicos (e.g. 
fornecedores, Estado de exploração e outros credores de 
exploração). O analista deve tomar em consideração a evolução 
histórica do ciclo financeiro de exploração e a expectativa futura 
de evolução; 
 Estimativa de evolução de outras rubricas do balanço - As outras 
rubricas do balanço não directamente relacionadas com as volume 
de negócios, como seja o capital social, os empréstimos bancários, 
os empréstimos de accionistas, etc., são introduzidos de acordo 
com a expectativa da sua evolução, nomeadamente, do plano de 
reembolso da dívida, do plano de aumento de capital, etc. 
Os passos que acabámos de identificar são fundamentais para a 
elaboração das demonstrações financeiras pró-forma. 
Uma vez feitas estas projecções financeiras, o analista está em 
condições de elaborar os documentos financeiros pró-forma (1ª 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
44 
 
aproximação) e identificar as necessidades de financiamento 
previsionais para a empresa. 
As necessidades de financiamento previsionais podem ser analisadas 
no balanço pró-forma ou no mapa de fluxos de caixa pró-forma: 
 No balanço pró-forma – O somatório dos activos projectados 
menos o total da projecção dos passivos identifica as necessidades 
acumuladas de financiamento previsional; 
 Nos fluxos de caixa pró-forma – A diferença entre os recebimentos 
e pagamentos identifica as necessidades anuais de financiamento 
previsionais. 
 
Aplicação dos Modelos de Planeamento Financeiro 
Para compreensão dos métodos apresentados acima, iremos destacar 
os modelos abaixo 
1. Método do percentual de vendas 
2. Método de regresso Múltiplo 
3. Regressão Simples 
Considerando que a variável mais importante na determinação de 
financiamento da empresa é o seu volume de vendas em unidades 
monetárias, veremos 1º, o Método do Percentual de vendas, e será 
abordada com a devida ilustração. 
O Método de regressão será sumariamente abordado. 
Método do percentual de vendas 
A utilização deste método requer vários passos: 
1º Passo – isola-se os itens do mapa de resultados e do balanço 
patrimonial que se espera variem directamente com as vendas – um 
maior nível de vendas, regra geral, necessita de maior volume de caixa 
para as transacções, mais contas a receber, um nível mais alto de 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
45 
 
existências e uma capacidade industrial adicional fixa. 
No Passivo – as contas a pagar a curto prazo bem como os 
aprovisionamentos aumentarão com o aumento das vendas (excepto 
títulos). Os lucros retidos aumentarão à medida que a companhia for 
lucrativa e não distribuir 100% dos lucros, embora a percentagem de 
aumento não seja constante nem igual à do aumento de vendas. 
Porém, nem as acções ordinárias, nem os financiamentos a longo 
prazo aumentarão espontaneamente com um aumento de volume de 
vendas, (os custos financeiros de financiamento – CFF-, também, pois 
dependem do financiamento). 
2º Passo - Fazer uma primeira aproximação dos valores esperados 
multiplicando os itens que se espera variarem proporcionalmente há 
vendas, enquanto aqueles itens que não são espontâneos às vendas 
são transcritas. 
3º Passo - somar o activo e o passivo obtido pela execução do passo 2, 
anterior. Haverá um desequilíbrio entre a soma do activo e a do 
passivo, a favor do activo. À diferença serão as necessidades 
financeiras que poderão ser financiadas pelos lucros retidos ou, então, 
pelas fontes externas (novas emissões ou C. Alheios). 
Exemplo: Em 2003 a empresa KL apresentava uma determinada 
situação económico financeira conforme as demonstrações financeiras 
abaixo: 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
46 
 
BALANÇO
Valores em 
Contos
Demonstração de Resultados
Valores em 
Contos
ACTIVO
Caixa 10,00 1 Vendas Liquidas 500,00 
Clientes 85,00 2 Custos dos MCMCV 400,00 
Mercadorias 100,00 3 Custos Administrat. e Vendas 52,00 
Total de Activo Circulante 195,00 4 RAJI (1-2-3) 48,00 
Activo Fixo Liquido 150,00 5 CFF 8,00 
Total do Activo 345,00 6 RAI (4-5) 40,00 
7 IRPC 16,00 
PASSIVO 8 RL (6-7) 24,00 
Fornecedores 40,00 9 Dividendos 8,00 
Letras a Pagar 10,00 10 Lucro a Reter (8-9) 16,00 
Antecipacoes Passivas 25,00
Total de Passivo Corrente 75,00
Titulos Hipotecarios 72,00
Capital (Accoes Ordinarias) 150,00
Lucros Retidos 48,00
Total de Passivo Corrente+SL 345,00 
Pressupostos: 
a) O nível de vendas conseguido pela empresa está em ritmo cruzeiro 
e constitui a sua capacidade máxima. 
b) As existências e disponibilidades estão em relação espontânea 
(directa) com o seu nível de vendas. 
c) Se as vendas aumentarem no ano seguinte, a empresa precisará de 
aumentar na mesma proporção todo o seu activo. 
d) A margem de lucro sobre as vendas é de 4,8% e distribui 1/3 dos 
lucros líquidos em dividendos aos accionistas. Espera-se que a taxa 
de imposto sobre pessoas colectivas se mantenha em 40%. 
 
Questões: 
Se as vendas da empresa atingirem 750 mil contos no ano seguinte, 
qual será a performance dos dois instrumentos financeiros da 
companhia e qual será o nível de nível de financiamento externo 
requerido para a empresa? 
 
 
 
 ISCED CURSO: CONTABILIDADE E AUDITORIA; 20 Ano Disciplina/Módulo:Planeamento e Controlo Financeiro 
47 
 
Resolução: 
BALANÇO PROJECTADO (1ª Aproximação)
Valores em 
Contos 
(2003)
1ª Projecção 
2004
Valores em 
Contos 
(2003)
1ª Projecção 
2004
ACTIVO
Caixa 10 15 1 Vendas Liquidas 500 750
Clientes 85 128 2 Custos dos MCMCV 400 600
Mercadorias 100 150 3 Custos Administrat. e Vendas 52 78
Total de Activo Circulante 195 293 4 RAJI (1-2-3) 48 72
Activo Fixo Liquido 150 225 5 CFF 8 8
Total do Activo 345 518 6 RAI (4-5) 40 64
7 IRPC 16 26

Continue navegando