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INICIAÇÃO ESPORTIVA AO FUTSAL DOS 08 AOS 10 ANOS

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1 
 
INICIAÇÃO ESPORTIVA AO FUTSAL DOS 08 AOS 10 ANOS 
 
Gabriel Felipe Saad Correa 
Licenciado em Educação Física – UNAERP, Campus Guarujá 
felipeg.saad@gmail.com 
 
Nilton F. Coutinho 
Professor Mestre da UNAERP, Campus Guarujá 
Professor Mestre da Uninove 
msnilton@yahoo.com.br 
 
 
Resumo: O presente texto é resultado do estudo que investigou os métodos de 
ensino mais adequados para trabalhar com crianças de 08 a 10 anos na modalidade 
do futsal. Inúmeras são as crianças que iniciam a prática do futsal antes da 
puberdade, que ingressam por vontade própria ou na maioria das vezes por 
iniciativa dos pais, que levam seus filhos para uma simples prática esportiva para ser 
o atleta que o pai não foi ou para um entretenimento, educação e saúde ou para se 
tornarem campeões. Por ingressarem no futsal antes da puberdade, idade 
considerada ideal para firmação em uma única modalidade, alguns cuidados são 
tomados para que a especialização esportiva precoce não venha a prejudicar as 
crianças, e que por conta de tal especialização busque os benefícios que nela 
contem. Este estudo considerou as fases de desenvolvimento da criança/atleta, as 
fases da iniciação esportiva e as fases de treinamento, pois não se pode desprezar 
fatores biológicos, culturais e morais durante a aprendizagem esportiva da criança, 
pois esses fatores estão ligados no crescimento, na maturação, na experiência de 
vida e na ética e não no resultado de um jogo. A comparação dos métodos de 
ensino, analítico, global, misto e integrado permitirá concluir que a união deles é a 
forma mais adequada, tendo como ponto essencial o momento que deve ser 
colocado um determinado tipo de exercício à sequência do treinamento. Finalmente, 
para levar as crianças à especialização e chegar aos níveis de competições, 
trabalha-se a parte técnica e tática voltada às competições. 
Palavras Chave: Iniciação esportiva. Futsal. Aprendizagem. Métodos de ensino. 
Área de Conhecimento: Saúde. 
 
1. Introdução 
Na maioria das vezes em busca de entretenimento, educação e saúde para 
seus filhos, os pais procuram cada vez mais as instituições infantis para crianças de 
diversas idades, e muitos preocupados com o sedentarismo de seus filhos, porém 
alguns procuram as mesmas instituições, já com o intuito de tornar seu filho um 
atleta profissional no futuro, o que acaba causando muitas vezes prejuízos com 
especialização precoce. 
Atualmente, o Futsal é o esporte que possui o maior número de praticantes no 
Brasil, em se tratando de escolinhas esportivas. No mundo, são mais de 70 países 
que o praticam, tendo como destaque além do Brasil, a Espanha, Itália, Portugal, 
Rússia, Argentina, Paraguai entre outros. 
mailto:Felipeg.saad@gmail.com
mailto:msnilton@yahoo.com.br
 
 
2 
 
Além disso, por ser uma alternativa ao esporte mais popular mundialmente, o 
futebol, as crianças pegam o gosto da prática com facilidade, independentemente da 
idade na qual inicia a prática da modalidade. Com isso, o mercado para professores 
de Educação Física que trabalham na iniciação ao Futsal tende-se a expandir cada 
vez mais. 
 
2. Objetivo 
Este estudo tem como objetivo investigar os métodos de ensino mais 
adequados para trabalhar com crianças de 08 a 10 anos na modalidade do futsal. 
 
3. Problema 
Futsal é o esporte mais praticado em nosso país. Por conta disto, várias 
crianças começam a vivenciar este esporte bem cedo. O início prematuro na 
modalidade pode causar prejuízos e benefícios. 
Diante disso, surge a questão principal: qual seria o método de ensino ideal 
para um processo de inclusão da criança nas competições de futsal? 
 
4. Método 
Esta pesquisa foi desenvolvida através de pesquisas bibliográficas a cerca do 
referido tema. 
Para realização do estudo, com suas conclusões, o método considerou as 
fases de desenvolvimento da criança/atleta, quais sejam as fases da iniciação 
esportiva e as fases de treinamento. 
A aplicação dos referidos métodos, considerando as respectivas fases, está na 
importância dos fatores biológicos, culturais e morais, que devem ser considerados 
durante a aprendizagem esportiva da criança, pois tais fatores estão ligados na fase 
de crescimento, na maturação, na experiência de vida e na ética e não no resultado 
de um jogo. 
A comparação dos métodos de ensino, analítico, global, misto e integrado 
permitirá concluir que a união deles é a forma mais adequada, tendo como ponto 
essencial o momento que deve ser colocado um determinado tipo de exercício à 
sequência do treinamento. 
 
5. Desenvolvimento 
5.1 História do Futsal 
Segundo a Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS, 2016), 
existem duas versões sobre a criação da modalidade. Uma das versões é que por 
existir uma grande dificuldade em encontrar campos de futebol livres para jogarem 
suas “peladas”, frequentadores da Associação Cristã de Moços começaram a 
praticar o futebol de salão por volta de 1940, em São Paulo (SP), nas quadras de 
basquete e hóquei. No início, não existiam um determinado número de atletas, 
variando de cinco a sete jogadores em cada equipe, mas logo definiram o número 
de cinco jogadores para cada equipe. 
 
 
3 
 
As bolas usadas naquela época tinham o problema que saltavam muito, por 
serem feitas de serragem, crina vegetal, ou de cortiça granulada e frequentemente 
saíam da quadra de jogo, então aumentaram o peso e diminuíram o tamanho, por 
este fato o futebol de salão foi chamado de “Esporte da bola pesada”. A outra 
versão, é que o professor Juan Carlos Ceriani Gravier, da ACM (Associação Cristã 
de Moços) de Montevidéu no Uruguai em 1934 havia criado o futsal, dando-lhe o 
nome de Indoor Football, essa versão é tida como a mais provável. 
VOSER (2004), afirma que as primeiras regras foram criadas no Uruguai, e o 
Brasil ficou com a responsabilidade de ordenação e o crescimento da modalidade 
esportiva. 
De acordo com a Federação Mineira de Futsal (2016), os primeiros 
campeonatos mundiais foram organizados pela Federação Internacional de Futebol 
de Salão – Fifusa, e o Brasil com 2 títulos em 1982 e 1985 e o Paraguai com o título 
de 1988 foram os campeões, em 1989 a Fifa assumiu a organização dos 
campeonatos mundiais, somente duas seleções foram campeãs, Brasil com 5 títulos 
em 1989, 1992, 1996, 2008 e 2012 e Espanha com os títulos de 2000 e 2004 
dominam o cenário mundial de futsal, vale ressaltar que a FIFA não reconhece como 
campeão Mundial os títulos conquistados na era FIFUSA. No continente Sul 
Americano dos 11 campeonatos o Brasil tem 9 títulos e a Argentina 2 títulos, todos 
reconhecidos pela FIFA. 
Segundo a Liga Regional de Futebol de Salão do Litoral Paulista (LRFSLP, 
2016), grandes jogadores como Pelé, Zico, Sócrates, Rivelino, Ronaldo, Ronaldinho 
Gaúcho, Denílson, Kaká, Robinho, Ganso, Neymar entre outros, que iniciaram no 
futsal, e do futsal levaram para o campo elementos fundamentais de um bom 
jogador, como por exemplo conduzir a bola perto do corpo, o drible fácil e curto que 
é aperfeiçoado pelo pequeno espaço em quadra, tem o domínio aprimorado, erro de 
passes são raridades, entre outros benefícios que são desenvolvidos no futsal. 
5.2 Especialização Esportiva Precoce. 
 Segundo BARBANTI (citado por BARBIERI e COL., 2007, p.208), o termo 
especialização precoce é utilizado quando as crianças antes da idade considerada 
ideal são especializadas em um determinado esporte. Já MARQUES, (citado por 
MENEZES e COL. 2014, p.353) define especialização esportiva precoce como um 
treinamento que não associa as características de desenvolvimento dos praticantes 
voltadas à especialização em uma modalidade especifica. BARBANTI (2005) afirma 
que antes que as crianças façam a escolha por um único esporte, deve-se dar 
oportunidades para que as crianças pratiquem diversas modalidades esportivas. 
Segundo BOMPA, GALLAHUE e GRECO (citado por SANTANA, p.01, 2003), 
existem pelo menos quatro motivos para que o aprendizado de uma única 
modalidade de esporte coletivose inicie somente por volta dos 10, 11 anos de idade. 
Primeiro é que as crianças terão mais facilidades para aprenderem habilidades 
específicas, devido já terem as habilidades básicas afirmadas, segundo é que as 
crianças com 10, 11 anos de idade têm uma maior capacidade de concentração, 
terceiro é que as crianças quando jogam descentram-se e, por isso, jogar 
coletivamente (socializar as suas habilidades), quarto inicia-se formalmente um 
aprendizado tático. Estas, e outras situações, certamente facilitam aprender um jogo 
complexo como o Jogo Desportivo Coletivo (J.D.C.). 
Portanto entre 5 e 10 anos de idade, em média, deve-se aprender conteúdos 
diversificados. Se tratando de futsal, percebe-se sérios problemas, porque boa parte 
 
 
4 
 
das crianças inicia antes dos 10 anos. O ideal seria colocarmos as crianças nessa 
idade em quadra para “jogar bola”, ao invés de praticar futsal. Para que não ocorram 
problemas com a idade que se inicia, os adultos (pais e professores) não podem 
criar tantas expectativas sobre os resultados dos jogos e o conteúdo das aulas tem 
que ser de acordo com as fases de desenvolvimento da criança. 
Segundo NISTA-PICCOLO (2003), há várias décadas os educadores 
brasileiros continuam copiando modelos internacionais, acreditando que maior será 
o índice técnico daquele que começar o treinamento mais cedo, porém não 
observaram que os países desenvolvidos no esporte já abandonaram esse 
referencial. O esporte é utilizado hipocritamente, para atender as ambições dos 
técnicos e a ansiedade dos pais, deixando as crianças pressionadas, fazendo com 
que muitas percam a infância, enquanto poucas se tornam atletas. 
Segundo BARBANTI (2005), infelizmente vencer é a maior referência de 
sucesso para pais, dirigentes, públicos e inclusive treinadores. As motivações e os 
interesses dos adultos sobrepõem-se aos dos praticantes, prejudicando a 
autoestima. A grande cobrança de resultados por parte dos pais e técnicos é o 
principal motivo para interrupções na prática esportiva (BELLO JUNIOR, 1998). É 
um erro achar que por se dedicarem ao máximo todas crianças e jovens alcançarão 
altos níveis de rendimento (BARBANTI, 2005). 
De acordo com SANTANA (2003), qual seria a motivação para os pais 
manterem seus filhos nas escolinhas de futsal? Por acharem que o esporte faz bem 
para a saúde, ou para que o filho se torne um jogador profissional, para que faça 
amizades, ou para que se divirta, para que um dia seja o jogador que o pai não foi, 
ou vários desses e de outros motivos. 
Inserir crianças pequenas no futsal faz sentido se as aulas contemplarem, 
vivências de habilidades básicas, jogar em diferentes posições e, às vezes, sem 
guardar posições, a frequência semanal máxima de três vezes (duas aulas e um 
encontro/jogo), a participação de todas as crianças independentemente do seu nível 
de desenvolvimento, a vivência de brincadeiras e de jogos, (pois estes despertam o 
interesse e este é o combustível da inteligência), a fomentação de um ambiente 
sócio moral cooperativo (de trocas sociais) e um ambiente livre de pressões e 
expectativas, ou seja, elogiar mesmo na derrota. 
Existem, ainda, os conflitos entre pais e professores, onde de um lado temos o 
pensamento dos pais em relação ao aprendizado do filho, a maneira que os pais 
agem em relação ao desempenho dos filhos, o tipo de aula aplicada pelo professor e 
do outro lado temos o pensamento que o professor tem em relação ao ensino do 
esporte, a maneira do professor ensinar, ou seja, somente existirá uma cordialidade 
entre ambos, se o método do professor atender à expectativa dos pais (SANTANA, 
2003). 
5.3 Riscos da Especialização Esportiva Precoce. 
Ao especializar precocemente as crianças, existem alguns riscos que são o 
estresse de competição, que faz com que a criança se sinta com medo, insegura e 
com a autoestima ameaçada; a saturação esportiva, quando a criança perde o 
desejo pela prática do esporte, sente desânimo por que praticou o esporte em 
excesso; as lesões, essas causadas principalmente pelo fato do futsal ser praticado 
num piso duro, e por exigir bastante contato físico; formação escolar deficiente, que 
devido a ansiedade por um jogo que estar por vir a criança acaba desconcentrando 
das atividades escolares; unilateralização de desenvolvimento, que tem a ver com a 
 
 
5 
 
especialização técnica de alguns fundamentos específicos; E a reduzida 
participação em jogos e brincadeiras infantis, pois o lúdico acaba ficando de certa 
forma esquecido (SANTANA, 2003; BARBIERE e COL., 2007). 
5.4 Benefícios da Especialização Esportiva Precoce. 
Dentro desse processo também temos os pontos positivos, como por exemplo 
melhorar a autoconfiança, a segurança, o comportamento social, o desenvolvimento 
físico, emocional e intelectual (BARBIERE e COL., 2007). 
De acordo com BALBINO, (citado por MENEZEZES e COL. 2014, p. 364), 
afirmam que “a condução adequada do processo de treinamento no esporte para 
crianças e jovens pode trazer importantes benefícios, principalmente diante de 
estímulos qualitativamente suficientes em um ambiente adequado”. 
De acordo com BARBANTI (2005), fazer amizades, sentir alegria, aprender 
novas habilidades dos esportes praticados, que será aproveitado por toda a vida, 
são alguns benefícios que a maioria das crianças adquirem com a participação nos 
esportes. 
Existem alguns defensores da participação de crianças no esporte, esses 
defensores citam vários exemplos de contribuição no desenvolvimento físico, 
psicológico e social das crianças. Educadores, médicos, treinadores e pais já 
escreveram muito em relação ao que acreditavam ser objetivo dos esportes para 
crianças. 
Através de mais de quatrocentos artigos, foi produzido uma lista com vinte e 
três objetivos de benefícios para a criança no esporte. Com a dedicação de 
treinadores, pais, árbitros e dirigentes que entendam a criança, podem ser 
alcançados esses objetivos. Nos mais de quatrocentos artigos revisados no esporte 
para a criança, ninguém citou “vencer” como objetivo. Vencer é significativo, porém a 
prática esportiva seria mais educativa se professores/treinadores, pais e amigos 
apreciassem mais a dedicação para ganhar e não apenas a vitória (BARBANTI, 
2005). 
 
6. Iniciação Esportiva. 
 Segundo RAMOS e NEVES (citado por DALCASTAGNÉ e LAMAR, 2012, 
p.4), “entendem a iniciação esportiva como sendo um período em que a criança 
começa a aprender de forma específica e planejada a prática esportiva”. Porém é 
necessário respeitar as características das crianças para que elas não se tornem um 
“mini-adulto”. 
De acordo com PAES (citado por MENDES, 2010, p.), o método de iniciação 
nos jogos desportivos coletivos engloba desde o momento em que as crianças se 
introduzem nos esportes até a definição por exercerem uma modalidade. Sendo 
assim os trabalhos devem respeitar a fase de desenvolvimento das crianças. 
Um dos principais problemas encontrados para que as equipes esportivas 
alcancem o alto rendimento é a ausência de uma eficiente iniciação esportiva. 
Mesmo sabendo desse problema, muitos profissionais optam por trabalhar com 
iniciação esportiva somente para chegarem as categorias principais/adultas, pois 
são nessas categorias que são alcançados os maiores salários e o reconhecimento 
profissional, e isso pode causar equívocos na preparação esportiva dos mais jovens 
(SILVA e ROSE JUNIOR, 2005). 
 
 
6 
 
Todo trabalho de iniciação esportiva, tem como ponto a ser destacado a forma 
de condução do mesmo, a criança tem que passar por um processo de adaptação 
adequado, respeitando todas as características e etapas de formação e mantendo o 
interesse da criança nas atividades. É fundamental o papel do educador nesse 
processo para que isso ocorra com a máxima eficiência, este profissional tem que 
interagir com os pais e deve manter-se informado sobre os processos de 
desenvolvimento físico/orgânico das crianças, assim conseguirá realizar com 
destreza os métodos educativos paraa iniciação da prática esportiva. 
É importante trabalhar em cima do processo de inclusão e valorização da vida, 
ou seja, os métodos de ensino e aprendizagem técnico e tático não podem ser 
considerados a única forma de preparação da criança no mundo esportivo, afinal, 
poucas serão as crianças que conseguirão viver do esporte (DALCASTAGNÉ e 
LAMAR, 2012). 
Não basta ter sido um bom atleta para que a pessoa possa formar novos 
atletas, ou seja, ex-jogadores nem sempre são capazes de adaptar suas qualidades 
a exercícios educativos que possam preparar novos atletas, pois é preciso elaborar 
um procedimento pedagógico com base nas experiências motoras que as crianças 
apresentam, vivenciadas por elas anteriormente, é preciso conhecer as 
necessidades básicas de cada faixa etária, tem que compreender os aspectos 
relacionados ao crescimento da criança para que possa trabalhar com ela (NISTA-
PICCOLO, 2003). 
De acordo com MUTTI (2003), a iniciação ao futsal deve ser uma sequência do 
trabalho de desenvolvimento motor, quando são aplicados inúmeros movimentos e 
experiências que favorecem o aumento do conjunto motor da criança. 
Gradativamente o futsal se incorpora ao acervo motor da criança, através da 
variação e combinação de pequenos jogos, exercícios com bola e aumento da 
complexidade de movimentos e regras. 
6.1 Fases de desenvolvimento de um atleta. 
Não se pode desprezar fatores biológicos, culturais e morais durante a 
aprendizagem esportiva da criança, pois esses fatores estão ligados no crescimento, 
na maturação, na experiência de vida e na ética e não no resultado de um jogo. 
Caso ocorra esse desprezo no processo de ensino no futsal, esse processo será 
pouco promissor, pois existirá pouca experiência de movimento e de atitudes 
cooperativas (SANTANA, 2007). 
6.2 Fases do desenvolvimento motor. 
De acordo com GALLAHUE e OZMUN (citado por SILVA e ROSE JUNIOR, 
2005, p.82), o desenvolvimento motor é dividido em quatro fases e essas fases 
possuem estágios, a fase motora reflexa tem o estágio de codificação de 
informações, que tem como faixa etária aproximada desde dentro do útero até 4 
meses e o estágio de decodificação de informações que vai dos 4 meses até 1 ano, 
depois vem a fase de movimentos rudimentares, que tem o estágio de inibição dos 
reflexos que vai desde o nascimento até 1 ano e o estágio de pré-controle que é de 
1 a 2 anos, posteriormente tem a fase dos movimentos fundamentais que possui três 
estágios, esses conhecidos como inicial que vai dos 2 aos 3 anos, elementar entre 4 
e 5 anos e maduro dos 6 aos 7 anos, e por último a fase dos movimentos 
especializados, que tem três estágios, o transitório que vai dos 7 aos 10 anos, que é 
o início da combinação e aplicação das habilidades fundamentais ao desempenho 
das habilidades motoras especializadas, o estágio de aplicação que vai dos 11 aos 
 
 
7 
 
13 anos e o estágio de utilização permanente, esse para 14 anos ou mais. 
Frequentemente, indivíduos de determinada faixa etária apresentam características 
de outra fase, levando em consideração fatores individuais e fatores ambientais. 
6.3 Fases da iniciação esportiva. 
Segundo MENDES (2010), a iniciação esportiva é dividida em três fases, a 
Fase I que tem como idade biológica a primeira e segunda infância, vai dos 7 aos 10 
anos, a Fase II dos 11 aos 12 anos, que equivale na idade biológica da primeira 
idade puberal e a Fase III que é dos 13 aos 14 anos e como idade biológica é 
conhecida como pubescência. 
Na fase de iniciação esportiva I as atividades devem ser de caráter lúdico, 
participativo e alegre, para dar a oportunidade do ensino das técnicas desportivas, 
estimulando o pensamento tático. As competências físicas, sociais e psíquicas 
também são diferentes entre as fases, na fase de iniciação esportiva I temos como 
competências físicas a corrida veloz, parada, salto e aceleração, agilidade, contato 
físico, contato com a bola e seus efeitos, as competências sociais são a interação 
corpórea, diversidade social e de gêneros, limites estruturais, e como competências 
psíquicas existem a tensão e relaxamento, atenção, percepção sinestésica, 
satisfação lúdica (prazer) e a confiança pessoal e grupal. 
6.4 Fases do treinamento a longo prazo. 
Baseado na referência de GRECO, BENDA e RIBAS (citado por SILVA e 
ROSE JUNIOR, 2005, p.81), o processo de treinamento a longo prazo é dividido em 
nove fases, essas fases possuem conteúdo específicos e referências etárias que 
devem ser trabalhados em função das características do praticante. 
A fase pré-escolar que está entre 4 e 6 anos, fase universal dos 6 aos 12 anos, 
nessa fase se faz uma preparação geral criando uma base ampla e variada de 
movimentos que ressaltam o aspecto lúdico, posteriormente temos a fase de 
orientação que vai dos 11, 12 anos aos 13, 14 anos, a fase de direção varia dos 13, 
14 anos aos 15, 16 anos, a fase de especialização está entre os 18 e 21 anos, ainda 
temos a fase de aproximação, a fase de alto nível, fase de readaptação e por último 
a fase de recreação e saúde. 
 
7. Métodos de Ensino. 
SILVA (2011), define como método de ensino, sendo a forma sistemática de se 
utilizar recursos, ou seja, organização de um treino, seguir uma metodologia. De 
acordo com PINTO e SANTANA (2005) e DAMASCENO (2007), existem dois 
métodos de ensino no futsal, o principio analítico-sintético (analítico) e o princípio 
global-funcional (global). Já SILVA (2011), além dos métodos analítico e global, 
também fala sobre o método misto, considerado por ele o mais eficaz. LOPES 
(2009) e VARGAS e COL. (2012), citam além dos métodos analítico e global, o 
método integrado. 
7.1 Método de Ensino Analítico. 
Segundo SILVA (2011), o método analítico trabalha visando a parte técnica dos 
alunos, pois enquanto os alunos não executarem o exercício com certa facilidade, 
eles continuarão repetindo o mesmo exercício. 
De acordo com PINTO e SANTANA (2005), o principio analítico-sintético, 
também citado por outros autores como princípio analítico, primeiramente foi 
 
 
8 
 
utilizado nos esportes individuais, pois as habilidades dos atletas antes de serem 
utilizadas em situações de jogo elas são treinadas por partes fora do contexto de 
jogo. 
Segundo CORRÊA, SILVA e PAROLI (citado por VARGAS e COL. 2012, p.01), 
esse método é caracterizado pela execução de técnicas básicas e executadas de 
formas analíticas sem a presença de oponentes, as técnicas são divididas e em 
seguida o processo ensino-aprendizado se desenvolve do simples para o complexo 
em busca de uma melhor técnica. Sendo assim esse método mostra-se eficiente em 
exercícios de alto nível de complexidade técnica e baixo nível de organização 
(sequência das ações), a execução repetitiva dos movimentos sem oponentes faz 
com que o aluno/atleta tenha um maior foco no aprimoramento do gesto técnico. 
O princípio analítico-sintético, de acordo com GRECO (citado por PINTO e 
SANTANA 2005, p.02), O aluno conhece, em primeiro lugar, os componentes 
técnicos do jogo através da repetição de exercícios de cada fundamento 
técnico, os quais são logo acoplados a série de exercícios, cada vez mais 
complexos e mais difíceis; à medida que a ajuda e a facilitação diminuem, 
gradativamente aumenta a complexibilidade e a dificuldade das ações. À 
medida que o aluno passa a dominar melhor cada exercício, passa a praticar 
uma nova sequência. Estes movimentos já dominados passam a ser 
integrado em um contexto maior, que logo permitirão o domínio dos 
componentes básicos da técnica inerente ao jogo esportivo, na sua situação 
do modelo ideal...”. 
 
Segundo DAMASCENO (2007), no método analítico-sintético os fundamentos 
técnicos do futsal devem ser trabalhados em partes, sendo assim as técnicas 
individuais dos jogadores de linha são divididas em domínio, passe, recepção, 
condução, drible, chute, marcação, finta, antecipação, cabeceio e bloqueio, e as 
técnicas individuais do goleiro são divididas em empunhaduras, defesas baixas, 
defesasaltas, arremessos/lançamentos, saídas de gol, domínio, passe, recepção e 
chute, sendo esses quatro últimos podendo ser trabalhados juntamente com os 
jogadores de linha. 
Segundo COSTA (citado por DAMASCENO, 2007, p.01 e VARGAS e COL. 
2012, p.01), devido aos exercícios analíticos só atuarem em uma das muitas ações 
que podem existir no jogo, esse método tem como desvantagens a falta da vivencia 
do jogo de imediato, e como sequência disto a desmotivação, tem-se um ambiente 
sem criatividade por parte dos alunos pois os mesmos acabam se tornando um 
pouco robotizados, pode proporcionar um ambiente monótono e por se trabalhar as 
habilidades técnicas esse método não consegue criar situações de exigências 
próprias do jogo. 
Por outro lado, o mesmo método também tem como vantagens a melhora dos 
fundamentos técnicos, pois esse possibilita o professor aplicar correções imediatas 
de um gesto técnico errado por parte do aluno, esses fundamentos são aprendidos e 
treinados detalhadamente, as avaliações e correções são facilmente aplicadas, esse 
método permite individualizar o ensino das habilidades, respeitando o ritmo de 
aprendizado de cada aluno, possibilidade de um treino profundo de todos os 
elementos da técnica do jogo, ou seja, só atua na melhoria de objetivos concretos, 
aplicados corretamente chega-se facilmente a um grande número de repetições com 
êxito. 
 
 
9 
 
7.2 Método de Ensino Global. 
Segundo REIS (citado por PINTO e SANTANA, 2005, p.02), o método global-
funcional, citado por outros autores como método global tem como característica o 
aprender jogando, inicia-se pelos jogos com algumas alterações em suas regras 
(mini-jogos) deixando o jogo menos complexo, depois vão sendo introduzidas as 
regras até chegar no jogo formal. Já SILVA (2011) afirma que “método global 
consiste em desenvolver e proporcionar a aprendizagem do jogo através do próprio 
jogo, utilizando-a como forma de aprendizagem”. Desta forma o aprendiz vivência as 
mais variadas formas de jogar futsal desde o início. 
De acordo com VARGAS e COL. (2012), a estrutura de ensino proposta por 
esse método substitui a ênfase de determinados fundamentos técnicos pelo 
desenvolvimento do jogo propriamente dito, através da capacidade de descoberta 
pela prática. 
O princípio global-funcional, de acordo com SANTANA (citado por 
DAMASCENO, 2007, p.01), “o fato de que os alunos, ao jogar, são obrigados 
a tomar decisões. Para toma-la, deverão considerar fatores, como, por 
exemplo, o adversário, a sua colocação, a colocação do adversário, o 
posicionamento de seus companheiros e o que fazer com e sem posse de 
bola, ou seja, quem joga interage com os imprevistos que somente o jogo 
propicia. A possível decorrência disso é tornar-se mais inteligente para jogar. 
Por conseguinte, as habilidades são desenvolvidas num contexto de jogo de 
forma aberta (vivenciadas num contexto de imprevisibilidade), projetando uma 
herança de movimentos e de leitura tática promissora para quem aprende”. 
 
Segundo MELO (2001), durante a prática desse método, os participantes vão 
resolvendo situações problemas através das ações que acharem mais adequadas, 
com isso aprendem as capacidades técnicas e táticas na prática do jogo. Porém 
alguns princípios devem ser respeitados para que se tenha êxito do ensino através 
desse método, como por exemplo as formas de jogos iniciais (jogos de iniciação, 
grandes jogos e jogos pré desportivos) nunca podem ser mais complexos que o 
próprio jogo, os jogos devem ter o menor número de divisões, pelo fato que o 
aprendiz alcance os objetivos do jogo com mais facilidade, o aprendizado se torna 
mais intenso com a prática dos jogos em pequenos espaços e pequenos grupos. 
Segundo COSTA (citado por DAMASCENO, 2007 e VARGAS e COL. 2012, 
p.01), assim como no método analítico o método global também tem suas vantagens 
e desvantagens. Como desvantagens tem a demora do aluno em ver seu progresso 
técnico, não é possível uma avaliação eficaz sobre o desempenho do atleta, não 
permite o atendimento das limitações individuais, dificulta direcionar objetivos 
específicos para ser aprimorados com o treinamento, a repetição também é 
constante nesse método, por outro lado tem como vantagem a vivência do jogo, ou 
seja, possibilita que desde cedo o aprendiz comece a praticar o jogo, a técnica e a 
tática estão sempre juntas, aumenta a motivação da prática, permite a participação 
de todos os elementos envolvidos, como o movimento, a reação, percepção, ritmo e 
outros. 
7.3 Método de Ensino Misto. 
Segundo VARGAS e COL. (2012), a combinação dos métodos analítico e 
global são vistos como complementares, inicia-se a sessão de treinamento com os 
exercícios analíticos e finaliza com o método global. 
 
 
10 
 
SILVA (2011, p.01), em relação ao método misto afirma que “este de 
certo levará o iniciante a uma condição mais eficaz no seu 
desenvolvimento, mas mesmo assim devemos sempre lembrar que a 
iniciação, a aprendizagem, a técnica, a tática, o aperfeiçoamento e o 
treinamento, devem ter sempre como ponto de partida o “jogo”. 
Alguns autores defendem a sua aplicação principalmente nos 
esportes coletivos, pois ele permite a pratica isolada do fundamento 
técnico e também a iniciação ao jogo”. 
 
De acordo com FERRETTI (citado por SILVA, 2011, p.01), os objetivos a serem 
alcançados nas aulas/treinos nesse método, consiste em aplicar jogos ou exercícios 
por etapas, permitindo ao professor utilizar os dois dentro da mesma aula, utilizando 
alguns jogos como no método global associado a prática de exercícios técnicos para 
o aprimoramento do mesmo como é feito no método analítico. 
Segundo SILVA (2011), a desvantagem do método misto seria a confusão 
causada na criança quando este não for bem preparado, e por outro lado as 
vantagens seriam todas as alcançadas nos métodos analítico e global. 
7.4 Método de Ensino Integrado. 
De acordo com GRAÇA e MESQUITA (citado por VARGAS e COL. 2012, 
p.01), esse método tem como principal objetivo a capacidade cognitiva, tem como 
base uma concepção de ensino de jogos desportivos, o Teaching of Games. Como 
parte deste método existe o método situacional, no qual situações de jogo são 
treinadas com certa perspectiva, pois o mesmo tem o objetivo de desenvolver as 
capacidades cognitivas de percepção, antecipação e tomada de decisão do jogador. 
Através de jogos educativos este método tem a capacidade de aproximar o 
treinamento a realidade do jogo. “Pois os exercícios são organizados com propósitos 
didáticos e executados com objetivo previamente definido e nele centralizado as 
aprendizagens pretendidas”. 
O treinamento integrado fez surgir novas expectativas no sentido de 
um treinamento mais inteligente e menos desgastante, adaptando-se 
melhor tanto as exigências impostas aos adultos quanto ao processo 
de formação colocado ao jovem por meio de jogos didaticamente 
dirigidos. Nele há preocupação, sobretudo, com o desenvolvimento 
da capacidade de decisão dos praticantes [...]” (LOPES e SILVA, 
2009). 
Segundo BUNKER e THORPE (citado por LOPES e SILVA 2009, p.81), esse 
método de treinamento propõe um modelo tático de ensino, através da participação 
em jogos adaptados preocupados com o ensino da modalidade, pautado no 
desenvolvimento da consciência de jogo e da capacidade de tomada de decisão. 
Segundo TIEGEL e GRECO (citado por VARGAS e COL. 2012, p.01), através 
das tomadas de decisões, “este método busca possibilitar que o atleta reconheça 
comportamento táticos individuais, em grupo e coletivo de ataque e defesa, com a 
situação de jogo, distinga situações táticas corretas das inadequadas e crie uma 
solução da tarefa com o grupo”. 
VARGAS e COL. (2012) alertam na utilização deste método, pois a escolha dos 
jogos tem que ser adequada ao nível de aprendizagem dos praticantes. Jogos 
reduzidos podem dificultar os alunos com baixa capacidade técnica, ou seja, os 
treinadores têm que selecionar os jogos de maneira consciente. 
 
 
11 
 
O métodointegrado foi criado para solucionar os problemas encontrados nos 
métodos anteriores, pois ele tem uma maior similaridade com as situações de jogo. 
Seguindo o modelo do Teaching of Games de Bunker e Thorpe e respeitando a 
individualidade do aluno, o método integrado pode ser aplicado em uma sequência 
de fases, com uma sequência crescente de complexidade, esse modelo é dividido 
em seis fases. 
A primeira é o Jogo, nessa idade o aluno conhece uma variedade de jogos de 
acordo com a idade e experiência, apresentar problemas de situações de jogos 
como criação de espaço para ataque e negar espaço para defesa também são 
características dessa etapa. 
A segunda etapa é a apreciação do jogo, na qual os alunos devem conhecer as 
regras do jogo, saberem que elas dão forma ao jogo. 
A terceira etapa do método integrado de ensino é a consciência tática, essa 
deve atender as necessidades do momento do jogo, assim como saber meios e 
maneiras de como criar e negar espaços. 
A próxima etapa é a tomada de decisão, reconhecer pistas e prever possíveis 
resultados são fundamentais para tomar decisões durante o jogo. A quinta etapa 
nesse método de ensino é a execução das habilidades, “a real produção do 
movimento pretendido, tendo em mente o presente nível de habilidade do aluno e 
suas limitações”. 
E por último vem o desempenho, que é o resultado das etapas anteriores, que 
são medidos sob critérios, que são independentes do aluno (LOPES e SILVA, 2009). 
Segundo CANFIELD e REIS (citado por VARGAS e COL., 2012, p.01), as 
desvantagens desse método são um processo ensino-aprendizagem mais lento e a 
construção de atividades depende da experiência do profissional, por contrapartida 
as vantagens são a técnica e tática assimiladas e desenvolvidas desde o início do 
processo e as atividades estimulam a resolução de problemas e desenvolvem e 
incentivam sua participação no jogo. 
De acordo com GRECO (citado por VARGAS e COL., 2012, p.01), o grande 
ponto desse modelo sobre os métodos analítico e global é que ele reúne 
indiretamente as vantagens dos outros métodos. 
COSTA (citado por DAMASCENO, 2007, p.01) “[...] um método de ensino 
adequado é o caminho mais rápido para se atingir os objetivos e metas essenciais 
de qualquer modalidade esportiva”. 
7.5 Especialização - comparação entre os métodos ensino. 
De acordo com SILVA e GRECO (citado por VARGAS e COL., 2012, p.01), 
após ser feita uma comparação entre os métodos, afirmam que os grupos que 
utilizaram os métodos misto (analítico + global) e integrado/situacional obtiveram 
evoluções significativas no desenvolvimento da criatividade tática como na 
inteligência de jogo e o método integrado/situacional foi o que trouxe uma maior 
evolução na capacidade no ato de decisão e execução em situação real de jogo. 
VARGAS e COL. (2012), afirmam que a união dos vários métodos parece ser a 
forma mais adequada, tendo como ponto essencial o momento que deve ser 
colocado um determinado tipo de exercício à sequência do treinamento. 
 
 
12 
 
7.6 Especialização – Treinamento 
No método integrado para treinar os objetivos técnico-tático utiliza-se os jogos 
reduzidos como uma das formas, esses jogos são simplificações da forma 
competitiva dos JDC, eles têm como característica a competição em que o espaço e 
número de jogadores são reduzidos. Esses podem ser exemplificados pelo 1x1, 2x2, 
3x3, utilizando também em formas de superioridade ofensiva como no 2x1, 3x1, 3x2, 
assim como na superioridade defensiva, 1x2, 2x3 etc., bastante utilizado para 
crianças entre 6 e 11 anos (LOPES e SILVA, 2009). 
De acordo com LOPES e SILVA (2009), os jogos modificados também são 
utilizados como forma de treinamento no método integrado, esse tipo de jogos tem 
uma ênfase tática maior e não visa somente os aspectos técnicos. São identificados 
“pela mudança de um conjunto de variáveis estruturais do jogo formal: espaço, 
regra, tempo, técnica e tática, permitindo ao treinador centrar-se em determinado 
conteúdo de caráter mais tático”, ou seja, treinamento de alto nível, pouco utilizado 
para crianças/adolescentes entre 12 e 16 anos e bastante utilizado a partir dos 17 
anos de idade. 
7.7 Especialização – a Técnica 
Segundo MUTTI (2003), técnica no futsal é a execução individual dos 
fundamentos básicos, como, passe, chute recepção/domínio de bola, drible etc. para 
os jogadores de linha. 
O passe “é o meio de comunicação entre os jogadores de uma equipe, é o que 
possibilita o jogo em conjunto e a progressão das jogadas”. 
O chute, a melhor maneira para se alcançar o principal objetivo do jogo, o (gol). 
A recepção da bola, que é fundamental para que a equipe mantenha a posse 
de bola, a condução de bola, que serve para conduzir a bola de uma zona para a 
outra da quadra. 
O drible, que consiste em uma combinação de recursos para passar pelo 
adversário mantendo a posse de bola. 
A finta, que é o movimento sem bola com o intuito de deslocar o adversário e 
sair da marcação e o cabeceio que é muito importante tanto defensivamente quanto 
ofensivamente. 
Já para o goleiro consiste no lançamento, na pegada, espalmada, queda 
lateral, fechar o ângulo além da atuação fora da área utilizando alguns dos 
fundamentos dos jogadores de linha. 
7.8 Especialização - a Tática 
De acordo com MUTTI (2003), “a tática é o estudo, a orientação e a execução 
de manobras ofensivas e defensivas de uma equipe durante o jogo”. Existem vários 
fatores que influenciam na tática do jogo, como: o adversário, a condição técnica, a 
condição física, os aspectos psicológicos, as situações ocorridas durante a partida, 
dimensões de quadra, regras e regulamento. 
Os sistemas de jogo são fundamentais nas táticas e esse por sua vez tem uma 
enorme variedade, no sistema de ataque têm 2x2, 3x1 ou 1x3, 4x0, 1x4 (utilizado no 
goleiro linha), 1x2x1 e 2x1x1 e no sistema de defesa existem a marcação por zona e 
a marcação individual. 
 
 
13 
 
7.9 Especialização - A Competição 
MUTTI (2003) apresenta algumas propostas com o intuito de ajustar o futsal 
aos padrões de crescimento e desenvolvimento infantil, respeitando as 
características, necessidades e interesses das crianças. As adaptações das regras é 
o ponto de partida para evitar implicações para as crianças, evitar as aplicações de 
cartões, procurando orientar as crianças/atletas e se for necessário solicitar a 
substituição da mesma, tornar obrigatória a participação de todos os jogadores na 
partida, pontuação diferenciada nas competições beneficiando as equipes que 
utilizarem maior número de jogadores e premiação para todos os participantes, são 
atitudes que podem ser tomadas durante os campeonatos. 
 
8. Considerações Finais 
Através deste trabalho percebe-se que o futsal é o esporte mais praticado no 
Brasil, e com isso a iniciação da criança no futsal ocorre cada vez mais cedo. Sendo 
assim, o papel do profissional de educação física é o de buscar estratégias de 
treinamentos para que as crianças consigam chegar da iniciação aos níveis de 
competição sem que sejam prejudicadas com a especialização esportiva precoce, e 
fazer com que os pais compreendam o método de trabalho. 
Essa iniciação pode ser feita por volta dos 8 aos 10 anos de idade, ou até 
mesmo antes disso, sem causar danos com a especialização esportiva precoce, 
para isso tanto os pais quanto os professores têm que ter a consciência que não são 
“mini-adultos” e sim crianças, e com isso não podem exigir delas o mesmo 
desempenho e resultados como se estivessem totalmente preparadas, pois isso sim 
prejudicará a mesma. Incentivar a pratica de outras modalidades esportivas, mesmo 
que essas sejam alternadas com o futsal também ajuda, pois, o ideal é que 
vivenciem o máximo possível antes de optarem por uma única modalidade. 
A iniciação esportiva nessa idade também tem seus benefícios quando bem 
trabalhada, uma melhora na socialização, aumento da autoconfiança e do 
desenvolvimento motor, e a prática de atividades física em si, que evitao 
sedentarismo e obesidade que afeta cada vez mais as crianças, são todos benéficos 
com a inclusão no esporte antes da puberdade. 
Após esse entendimento entre pais e professores, esse estudo mostra que 
usando a combinação dos métodos de ensino, não exceder a quantidade de três 
treinos semanais (sendo um deles lúdico), consegue-se preparar as crianças para 
disputa de competições. 
Porém a organização da competição também tem que considerar a idade dos 
atletas/crianças que participarão das competições e fazer o regulamento de forma 
ideal para os participantes, sendo assim, pode-se até fazer alterações nas regras 
para que facilite o entendimento e desenvolvimento das competições, e ao término 
das competições premiar todos os participantes, não somente os vencedores, pois 
assim não deixa a criança que ficou sem ganhar desmotivada. 
É possível sim especializar as crianças no futsal, porém nada como um 
profissional de educação física qualificado, para que não as prejudique, e sim 
busque os benefícios através dessa especialização. 
 
 
 
14 
 
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