Buscar

Inadimplemento no Direito Civil

Prévia do material em texto

Inadimplemento no Direito Civil
Preliminarmente, torna-se necessário entender a figura do pagamento direto, o qual expresso no Código Civil em seus artigos 304 a 333 e proveniente do princípio civilizatório patrimonial do pacta sunt servanda, tem por definição ser aquele realizado nos moldes convencionados originalmente como meio regular de extinção da obrigação, isto é, com o tempo, lugar e modo previamente estipulados pelas partes, a fim do adimplemento da prestação assumida – dar, fazer, não fazer, conforme o objeto – e evitar a ocorrência do ilícito contratual, qual seja, o inadimplemento.
As consequências do descumprimento da obrigação têm importante relação com princípio da identidade do pagamento ou prestação, cujo qual disposto no art. 313 do CC o objeto do pagamento é a própria prestação, possibilitando ao credor negar-se a receber o que não fora previamente pactuado, como por exemplo o credor ser obrigado a receber ou, mesmo que divisível, o devedor providenciar o pagamento em partes quando não expresso em contrato. 
Surge assim a responsabilidade civil contratual, baseada nos art. 389 a 391 do CC, que em sentido amplo possibilita o entendimento do inadimplemento como a inexecução da prestação satisfativa e não um mero descumprimento da prestação principal. Tanto é que a impossibilidade ou inutilidade se refere à prestação devida e não apenas à prestação principal, pois se desse descumprimento resultar apenas cumprimento imperfeito sem, contudo, retirar a utilidade que dela se espera objetivamente o credor vai estar diante de mora - que pode se dar em face do tempo, do lugar do pagamento ou da forma como o pagamento é realizado.
Nesse sentido, a mora torna-se passível de saneamento o descumprimento da obrigação pois ainda que imperfeito poderá ser cumprido com utilidade para o credor diferentemente do que se entende por inadimplemento absoluto, cuja prestação não mostra-se mais útil ao interesse do credor.
Assim, é de suma importância a caracterização do interesse do accipiens como absoluto ou relativo, de modo que em situações de mora (art.395, §1º), o credor poderá ajuizar ação de resolução do negócio jurídico, se não preferir exigir, cabendo cumulação com perdas e danos, juros decorrentes da mora, a atualização dos valores monetários e os honorários advocatícios.

Continue navegando