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Introdução Por ser uma amostra de fácil obtenção e que pode dar informações valiosas sobre o funcionamento do metabolismo, o exame de urina é um grande aliado para a triagem de pacientes. Ele pode detectar não só problemas renais, mas também hepatopatias e diabetes. A urianálise se iniciou com Hipócrates, no século V a. C., que escreveu um livro sobre o assunto. De lá para cá foram desenvolvidos testes para analisar as cores, a presença de glicose e proteínas e etc. Mas foi só em 1827 que a urianálise começou a fazer parte do exame médico de rotina. Biossegurança Um laboratório pode prover sérios riscos a um profissional, para isso ele precisa estar equipado com os EPIs corretos, evitando assim acidentes. TIPOS FONTES RISCO EM POTENCIAL Biológico Agentes infecciosos Infecções (fúngicas, virais…) Perfurocortantes Agulhas, lancetas, vidros quebrados Cortes, funções ou exposição à patógenos Químicos Conservantes e reagentes Exposição à substâncias tóxicas, cancerígenas ou agentes cáusticos Radioativos Equipamentos e radioisótopos Exposição às radiações Elétricos Equipamento Queimaduras não aterrado ou molhado; fios desencapados ou choques Incêndios / Explosão Queima, distensões, produtos químicos orgânicos Queimaduras ou desmembramen to Físicos Pisos molhados, caixas pesadas Quedas, entorses, etc… Dentro dos EPIs estão: - Luvas, máscara, óculos de proteção e face shield. - Vestimenta adequada. - Calçados adequados. - Jaleco ou avental descartável. - Cabelos presos, se necessário. Coleta Antes de realizar a coleta o paciente precisa estar devidamente higienizado e com as mãos limpas. As amostras devem ser colhidas em frascos inertes, limpos, secos e à prova de vazamentos. O ideal é que a tampa seja rosqueável e que o frasco seja transparente. A urina deve ser descartada na rede de esgoto do laboratório, enquanto os materiais descartáveis utilizados precisam ir para a lixeira de risco biológico. Uma das vantagens do exame de urina é que o paciente não precisa passar por nenhum tipo de preparo antes dele, porém o ideal é que a amostra seja coletada pelo menos duas horas depois da última micção. Tipos de amostra 1. Aleatória: pode ser coletada a qualquer hora do dia, mas essa hora precisa ser anotada no frasco do exame. É ideal para detectar anormalidades evidentes, mas pode sofrer interferência da alimentação e de atividade física, por exemplo. 2. Primeira da manhã: é mais concentrada, por isso é ideal para detectar elementos ou substâncias que se perdem numa amostra muito diluída. Deve ser feita logo após se levantar. 3. Segunda da manhã: deve ser coletada após a primeira micção, ainda em jejum. Ela é ideal para evitar a interferência dos alimentos ingeridos na noite anterior. Todas essas amostras devem ser entregues em no máximo duas horas após a coleta. No caso da amostra aleatória, ela deve ser coletada pelo menos duas horas depois da última micção. A amostra ideal é coletada em jato médio com assepsia, porém, em alguns casos, como crianças ou idosos, outros tipos de coleta podem ser feitos. O saco coletor é geralmente utilizado em crianças ou idosos e deve ser feito por profissionais treinados. Já em casos onde a micção espontânea não acontece, a coleta pode ser feita com um cateter na uretra ou na bexiga. Esse tipo de coleta é feito quando a urina é utilizada para cultura de bactérias ou, mais raramente, para medir a função renal. Cuidados com a amostra - O corpo do frasco* precisa estar etiquetado com o nome do paciente, o número de identificação, data e hora da coleta e tipo de material coletado. *Isso evita que o material seja perdido ou que a etiqueta se descole durante a refrigeração. - Na etiqueta e/ou no prontuário do paciente também podem haver algumas informações adicionais, como o modo da coleta, o tipo da amostra e se há medicações ou doenças que podem interferir no resultado. - Nunca deve-se congelar uma amostra de urina. - O frasco precisa ser transparente, estéril e com a boca larga, para facilitar a coleta para pessoas do sexo feminino. - Se a amostra não puder ser analisada em até duas horas, ela deve ser refrigerada entre 2 a 8 °C para impedir o proliferamento bacteriano. - Caso não seja viável refrigerar, como em caso de transporte de longa distância, pode-se usar conservantes. Exame físico da urina As etapas do exame físico da urina são divididas em aspecto, odor, densidade e pH. Cor: Pode variar de incolor à preto, não só por processos patogênicos, mas processos normais como substâncias que foram ingeridas ou atividade física. Quanto mais diluída a urina, mais clara e vice versa. A coloração depende do estado de hidratação do paciente. Uroetina: pigmento avermelhado que se torna evidente em amostras refrigeradas. Ele se liga ao urato, produzindo urato amorfo. Urobilina: é o produto da oxidação do urobilinogênio e demonstra uma coloração castanho-alaranjado na urina depois de um tempo da coleta. Porém, a presença de bilirrubina também pode tornar a presença da urina acastanhada. Ela é confirmada em testes químicos e pelo aparecimento de espuma quando a urina é chacoalhada. Alguns fármacos, como derivados de pirimidina, podem tornar a urina alaranjada. Já derivados do fenol, podem causar urina esverdeada. Já a presença de sangue, pode tornar a urina avermelhada. Porém isso depende de diversos fatores, como o pH da urina e a duração do contato: - Se a urina for ácida, a hemoglobina se converte em metahemoglobina e a coloração será marrom-escura. - Se a amostra for nova mas tiver a coloração marrom-escura, pode ser hemorragia glomerular. - Se há hemácias e urina vermelha, é hematúria. - Se a urina é vermelha e límpina, pode haver presença de hemoglobina ou mioglobina. Aspecto: Determinada pelo exame visual da amostra homogeneizada em um ambiente bastante iluminado. Pode ser límpido, opalescente, ligeiramente turvo, turvo e leitoso. Normalmente, quando recém-eliminada, é transparente e apresenta pouca opacidade. Quando opaca, é pela presença dos uratos amorfos ou cristais de oxalato de cálcio ou ácido úrico. Microrganismos, lipídeos, eritrócitos, leucócitos e linfas são causas patológicas de turvação da urina. Obs: a presença de células epiteliais escamosas é normal mas de não escamosas é patogênico. Odor: Odor Causas Aromático normal Fétido/amoníaco decomposição bacteriana, infecção urinária Frutado ou doce cetonas (DM, inanição, vômitos) Xarope de bordo doença do xarope de bordo Ninho de rato fenilcetonúria Rançoso tirosinemia Pés suados acidemia isovalérica Repolho má-absorção de metionina Desinfetante contaminação Densidade: Ideal para avaliar problemas na reabsorção renal, além de diagnosticar desidratação e anormalidade com o ADH. Ela é influenciada pelo número e pelo tamanho das partículas presentes na amostra. Pode ser definida por: urodensímetro, refratômetro ou tiras reativas.