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27/10/22, 20:17 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/17 TECNOLOGIA INORGÂNICA AULA 6 Profª Daniele Cecília Ulsom de Araújo Checo 27/10/22, 20:17 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/17 CONVERSA INICIAL Os processos industriais, por fazerem uso de muitos componentes metálicos em seus maquinários, acabam sujeitos a um processo de deterioração com o passar do tempo, conhecido como corrosão. Não somente metais são passíveis de corrosão, mas também outros materiais como concreto, borracha e outros polímeros. Portanto, nessa etapa aprenderemos mais sobre como ocorre a corrosão, quais os tipos mais comuns de corrosão, os prejuízos causados por ela e algumas técnicas para inibi-la ou evitá-la. TEMA 1 – FUNDAMENTOS DA CORROSÃO Segundo Gentil (2022), podemos definir corrosão como “a deterioração de um material, geralmente metálico, por ação química ou eletroquímica do meio ambiente associada ou não a esforços mecânicos” (Gentil, 2022, p. 1). Essa deterioração que observamos é ocasionada por alterações nas propriedades físico-químicas do material em contato com o ambiente, gerando mudanças indesejáveis, desgaste, alteração de cor, forma e demais questões estruturais, inutilizando o material. Assim como os materiais metálicos (Figura 1), outros insumos também sofrem os efeitos da deterioração, como concreto, borracha, polímeros e madeira, que devido à ação química do meio ambiente, sofrem corrosão. De acordo com Gentil (2022), na indústria observamos casos de deterioração do cimento Portland, empregado em concreto (Figura 2), por ação de sulfato, a perda de elasticidade da borracha, devido à oxidação por ozônio, a madeira exposta à solução de ácidos e sais ácidos perde sua resistência devido à hidrólise da celulose, entre outros casos. Dessa forma, consideramos a corrosão como um fenômeno de superfície, e o produto desse processo constitui uma barreira entre o interior do material e o meio corrosivo, o que acarreta na 27/10/22, 20:17 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/17 diminuição da velocidade do processo. Sendo assim, segundo Tolentino (2015), todos os metais estão sujeitos à corrosão, dependendo do meio em que estão inseridos. Figura 1 – Processo de corrosão metálica Créditos: Noomcpk/Shutterstock. Figura 2 – Processo de corrosão em concreto e armação de ferro em construção Créditos: Arayan Rattanaphan/Shutterstock. 27/10/22, 20:17 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/17 Os processos de corrosão se dão por via de reação de oxirredução, na qual ocorre a troca de elétrons de forma espontânea entre as substâncias participantes, geralmente metais e oxigênio. Para Gentil (2022), todos os metais estão sujeitos ao ataque corrosivo se o meio for suficientemente agressivo, dessa forma, é necessário que consideremos os apontamentos acerca de alguns metais: O ouro e a platina são praticamente inatacáveis nos meios comuns, mas não são resistentes, por exemplo, à ação da mistura de ácido clorídrico, HCl e ácido nítrico, HNO3, que constitui a água-régia; O alumínio, embora possa resistir aos ácidos oxidantes como o nítrico, não resiste ao ácido clorídrico e às soluções aquosas de bases fortes, como hidróxido de sódio, além de ser rapidamente corroído em presença de mercúrio ou sais de mercúrio; O cobre e suas ligas sofrem corrosão acentuada em presença de soluções amoniacais e em ácido nítrico; O titânio sofre corrosão em ácido fluorídrico, embora seja resistente a outros meios ácidos. Segundo Tolentino (2015), em uma reação de oxirredução, chamamos de agente redutor aquele que causa a redução de outro reagente, e de agente oxidante aquele que causa oxidação em outro. Percebemos a transferência de elétrons em uma reação química ao observarmos a variação do número de oxidação do elemento (Nox), o qual pode aumentar (oxidação) ou diminuir (redução). Observando o exemplo (Figura 3) de corrosão de uma peça de ferro percebemos a transferência de elétrons ocorrendo e a variação do número de oxidação. Figura 3 – Exemplo de corrosão de peça de ferro 27/10/22, 20:17 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/17 Créditos: Inkoly/Shutterstock. O ferro varia seu nox de 0 para +3, cedendo elétrons enquanto sofre oxidação, ao passo que o oxigênio varia de 0 para -2, recebendo elétrons sofrendo redução. Desta forma, podemos classificar o ferro como agente redutor, e o gás oxigênio como agente oxidante. TEMA 2 – MECANISMOS DE CORROSÃO Ao estudarmos os processos corrosivos devemos sempre considerar diferentes variáveis do processo, como aquelas dependentes do material metálico, do meio corrosivo e das condições operacionais, pois a análise conjunta das mesmas variáveis possibilita que indiquemos o material mais adequado para determinados equipamentos ou instalações (Gentil, 2022). Segundo Tolentino (2015), existem basicamente dois tipos de mecanismos corrosivos: o eletroquímico e o químico. Apesar de o mecanismo variar de acordo com o tipo de metal e o meio corrosivo, a corrosão acontece em uma região denominada ânodo por meio da perda de íons metálicos na superfície. 27/10/22, 20:17 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/17 2.1 MECANISMO ELETROQUÍMICO Observamos em tal mecanismo reações químicas que envolvem transferência de carga ou elétrons por meio de uma interface ou eletrólito. Os elétrons fluem do ânodo, passando pelo eletrólito, para chegarem até o cátodo, ocorrendo assim desprendimento de íons metálicos na superfície do ânodo, resultando na corrosão deste, como vemos na Figura 4 (Tolentino, 2015). De acordo com Gentil (2022), os mecanismos eletroquímicos podem ser observados em situações como corrosão em água ou soluções aquosas, corrosão atmosférica, corrosão no solo, corrosão em sais fundidos. Podemos compreender esse processo por meio do esquema a seguir: No ânodo, observamos a reação M 0 → M n+ + n e –, em que M é o metal e n é o número de mols de elétrons que são transferidos; No cátodo, as reações dependem da composição química do meio e do pH: Se o meio for ácido, podemos observar redução de íons H+ a gás hidrogênio ou ainda formação de água; Se o meio for básico ou neutro, é possível observar formação de íons OH-; Ou ainda, podemos perceber a redução de íons metálicos conforme a reação M n+ + n e – → M 0 Figura 4 – Exemplo de processo de corrosão eletroquímico 27/10/22, 20:17 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/17 Créditos: Jo Sam Re/Shutterstock. 2.2 MECANISMO QUÍMICO Nesse tipo de mecanismo, não observamos a troca de elétrons, mas sim a reação do metal, ou outro material passível de corrosão, com algum componente do meio (Gentil, 2022). São exemplos de corrosões via mecanismo químico: Reações do metal com monóxido de carbono: Ni(s) + 4CO(g) → Ni(CO)4(l) Reações do metal com íons cloreto: M(s) + n Cl–(aq) → MCln(aq) Reações de formação de organometálicos: Mg + XR → RMg TEMA 3 – CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DE CORROSÃO As reações de corrosão dos materiais são consideradas heterogêneas (sistemas com duas ou mais fases) ou reações eletroquímicas que ocorrem, comumente, na superfície de separação entre o material e o meio corrosivo (Gentil, 2022). Sendo assim, a corrosão pode acontecer sob diferentes formas, fazendo com que seja fundamental o conhecimento dessas formas para que assim possamos estudar meios de atenuar ou prevenir os processos corrosivos. Destacamos, então, os principais mecanismos de corrosão a seguir: 27/10/22, 20:17 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/17 Uniforme: quando toda a superfície do material sofre corrosão de forma regular, fazendo com que a perda de massa seja a mesma em qualquer ponto da amostra; Em placas: o processo não ocorre em toda a superfície, formando placas em regiões pontuais do material; Alveolar: forma pequenas perfurações arredondadas, semelhantes a alvéolos; Puntiforme oupite: por ser mais difícil de detectarmos, é a corrosão que mais causa danos materiais, podendo causar perfurações no material; Intergranular: entre os cristais metálicos, geralmente ocasionada por acúmulo de impurezas; Intragranular: dentro dos cristais metálicos, gerando fragmentação dos materiais; Filiforme: em superfícies metálicas revestidas focalizada em regiões em que há riscos ou em arestas, no formado de filamentos em diferentes sentidos; Por esfoliação: começando na superfície do metal, mas pode se espalhar abaixo dela; Em torno do cordão de solda: tipo de corrosão intergranular que podemos observar em volta dos cordões de solda normalmente de aços inoxidáveis com teor de carbono maior que 0,03%; Empolamento por hidrogênio: observamos a penetração de íons hidrogênio entre os átomos do metal, podendo formar gás hidrogênio, o que resulta em corrosão por formação de bolhas; Grafítica: observamos o enfraquecimento de ligas de ferro e grafite por corrosão do metal, resultando em uma estrutura frágil de grafite; Desineificação: corrosão de zinco em ligas de feitas com ligas de zinco e cobre, conferindo uma coloração avermelhada à estrutura. De acordo com Tolentino (2015), tanto a corrosão grafítica quanto a desineificação são consideradas corrosões seletivas, pois atingem somente um dos componentes da liga. Podemos observar exemplos dos tipos de corrosão citados na Figura 5 e 6. Figura 5 – Formas de corrosão 27/10/22, 20:17 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/17 Crédito: Jefferson Schnaider. TEMA 4 – TAXA DE CORROSÃO, VELOCIDADE E FATORES QUE AFETAM A VELOCIDADE DE CORROSÃO Quando analisamos os processos de corrosão, podemos determinar dois tipos de velocidade: a velocidade média, que influencia na estimativa do tempo de vida útil do metal ou liga metálica, e a velocidade instantânea, que nos permite determinar a concentração do inibidor de corrosão a ser adicionado ao meio. Determinamos a velocidade média a partir da diferença de massa do metal em determinado intervalo de tempo ou pela diferença da concentração dos íons provenientes do ânodo (Tolentino, 27/10/22, 20:17 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/17 2015). Já no caso da velocidade instantânea, precisamos determinar a corrente de corrosão (corrente anódica) e relacioná-la com perda de massa pela lei de Faraday enunciada a seguir: Onde, m = massa perdida pelo metal K = equivalente do metal (número de elétrons perdidos ou recebidos pelo metal) i = corrente elétrica (A) t = tempo (s) F = constante de Faraday (96500 C) De acordo com Tolentino (2015), esses métodos são indicados para os casos de corrosão uniforme, pois como a medida de diferença e massa ou concentração é feita em diferentes pontos do equipamento, esperamos que a corrosão ocorra de maneira igual em toda a sua extensão. É importante ressaltarmos que a corrosão pode ser considerada intensa quando o material perde uma grande quantidade de massa, assim como a corrosão puntiforme que, mesmo com uma perda de massa muito pequena, apresenta perfurações que comprometem a estrutura do material. 4.1 FATORES QUE AFETAM A VELOCIDADE DE CORROSÃO Diversos fatores podem vir a alterar a velocidade de corrosão dos materiais, acelerando-a ou retardando-a. Vamos conhecer alguns dos principais a seguir: Oxigênio dissolvido: o gás dissolvido em água pode vir a causar corrosão de materiais metálicos e formação, por sua vez, de óxidos metálicos depositados na superfície do material. Observamos que o aumento da concentração de oxigênio dissolvido acelera os processos de corrosão e, por sua vez, a velocidade estaciona quando a concentração fica constante; 27/10/22, 20:17 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/17 Efeito do pH: observamos velocidades inalteradas de corrosão metálica em faixas de pH entre 4 e 10. Porém, em pH abaixo de 4, percebemos um aumento na velocidade de corrosão, pois aumenta a disponibilidade de íons H+ no meio passíveis de sofrer redução, enquanto o metal é oxidado, além do O2 presente no meio. Já em faixas de pH acima de 10 é comum observarmos a formação de óxidos na superfície do material, formando uma camada protetora que diminui a velocidade de corrosão; Efeito da temperatura: ao aumentarmos a temperatura do meio, geralmente, percebemos uma aceleração do processo de corrosão, pois a polarização é reduzida, aumentando, dessa forma, a condutividade do eletrólito, o que facilita o fluxo da corrente elétrica; Efeito de sais dissolvidos: percebemos que sais de alta solubilidade podem vir a aumentar a velocidade de corrosão, visto que permitem o aumento da condutividade elétrica do meio. Entretanto, sais menos solúveis podem vir a se depositar sobre a superfície do metal, dessa forma diminuindo a velocidade de corrosão. TEMA 5 – PASSIVAÇÃO DE PROCESSOS CORROSIVOS Segundo Tolentino (2015), a passivação de materiais consiste na formação de uma película protetora sobre a superfície do metal que auxilia na prevenção de sua corrosão. Nessas condições, o comportamento eletroquímico do metal sofre alteração, revelando um potencial mais nobre, ou seja, menos ativo do que o normalmente apresentado (Gentil, 2022). O material sofre então corrosão mais lenta. Logo, de acordo com Gentil (2022), podemos considerar que: Um metal ativo na tabela de potenciais, ou uma liga composta de tais metais, é considerado passivo quando seu comportamento eletroquímico é semelhante ao de um metal menos ativo ou nobre; Um metal, ou liga, é considerado passivo quando resiste satisfatoriamente à corrosão em um meio onde, termodinamicamente, há um decréscimo acentuado de energia livre, associado à transformação do metal para produtos de corrosão. Esse processo pode ocorrer de forma natural ou pode ser induzido, melhorando assim a resistência à corrosão por meio da oxidação em que são usadas substâncias convenientes. O ferro, por exemplo, quando sofre corrosão devido ao oxigênio dissolvido na água, forma uma película composta pelo óxido de ferro, que funciona como uma barreira, impedindo que o gás oxigênio 27/10/22, 20:17 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/17 continue a se difundir e a corroer o restante do material, conforme vemos na Figura 6 (Tolentino, 2015). Figura 6 – Peças de ferro que sofreram passivação por formação de óxidos Créditos: Guerilla Punk/Shutterstock. A formação da película pode ser induzida pela aplicação de correntes e pelo uso de ácidos fortemente oxidantes, sendo o ácido nítrico o mais usado para esse fim (Tolentino, 2015). Observamos nas figuras a seguir como varia a velocidade de corrosão em determinado metal. Figura 7 – Gráfico (a) indicando corrosão metálica 27/10/22, 20:17 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/17 Fonte: Tolentino, 2015. Observamos na Figura 7 que a corrosão ocorre quando a superfície metálica não varia, pois o produto de corrosão é inerte e a concentração do agente corrosivo é constante. Figura 8 – Gráfico (b) indicando corrosão metálica Fonte: Tolentino, 2015. 27/10/22, 20:17 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/17 Na Figura 8 percebemos que a velocidade decresce de acordo com a formação do produto de corrosão. Isso ocorre quando o produto de corrosão adere à superfície metálica, formando uma barreira, ou seja, quando ocorre a passivação. Figura 9 – Gráfico (c) indicando corrosão metálica Fonte: Tolentino, 2015. Já na Figura 9 constatamos que a velocidade de corrosão aumenta constantemente, pois o produto de corrosão é solúvel e a área anódica aumenta, aumentando também a facilidade de corrosão. NA PRÁTICA A corrosão pode acarretar diversos prejuízos, tais como contaminação de produtos, perda de equipamentos e paralisação de produção para manutenção de equipamentos. É possível, porém, diminuir a taxa de corrosão desde que sejam conhecidos alguns fatores, como o mecanismo de corrosão e a composição da liga metálica e do meio corrosivo. Destaforma, vamos examinar na prática meios de controle e combate ao processo da corrosão. Discussão 27/10/22, 20:17 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/17 Ao conhecermos os fatores que permitem a corrosão, podemos propor modificações nos métodos de produção, na composição do meio corrosivo, na liga metálica ou no uso de revestimentos, como visto a seguir. Figura 10 – Proteção com o uso de tintas (polímeros não metálicos) Créditos: Nakun/Shutterstock. Figura 11 – Proteção de peças automotivas por cromagem (cromatização) Créditos: DmytroPerov/Shutterstock. 27/10/22, 20:17 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/17 Figura 12 – Galvanização de peças metálicas, proteção com fina camada de zinco Créditos: Bogdan Vija/Shutterstock. FINALIZANDO Nesta etapa, conhecemos os diferentes tipos de processos de corrosão, sendo que todos eles apresentam em comum o desgaste do material estudado. Tal desgaste pode ser ocasionado por alterações nas propriedades físico-químicas do material em contato com o ambiente, gerando, assim, mudanças indesejáveis, desgaste, alteração de cor, forma e demais questões estruturais inutilizando o material. Compreendemos também que a corrosão é um fenômeno de superfície e que pode ocorrer por dois mecanismos: eletroquímico – em que se processa a transferência de elétrons, por meio de uma 27/10/22, 20:17 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/17 oxirredução – ou químico – sem a transferência de elétrons. Da mesma forma aprendemos que os processos de corrosão têm sua velocidade alterada de acordo com a concentração de oxigênio dissolvido no meio, a faixa de pH em que o meio se encontra, a temperatura e a presença de sais dissolvidos ou não no sistema. E, por fim, compreendemos que a formação de uma camada protetora de óxido metálico gerada na corrosão do material diminui a velocidade de ocorrência do fenômeno, sendo então chamada de passivação do metal. REFERÊNCIAS GENTIL, V.; CARVALHO, L. J. Corrosão. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2022. TOLENTINO, N. M. de C. Processos químicos industriais: matérias-primas, técnicas de produção e métodos de controle de corrosão. São Paulo: Érica, 2015.
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