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A espécie humana é dependente da cultura para garantir sua sobrevivência. Por não se caracterizar por um número de instintos fixos e inatos suficiente que lhe garanta a sobrevivência, a cultura se faz necessária para tal intento. Compreendendo a cultura como um conjunto de símbolos organizado por um povo em determinado tempo e lugar, percebemos que cada configuração cultural apresenta especificidades que devem ser respeitadas. Este trabalho tem como foco aguçar a capacidade de reflexão do estudante sobre a sociedade contemporânea e o que engloba as relações culturais. “Etnocentrismo é uma visão de mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade, etc.” Desenvolva uma reflexão, sob a forma de um relatório, acerca das seguintes questões: 1) Em que medida a perseguição aos judeus e a suposta superioridade da “raça ariana”, pregada pelo nazismo, revelam o fenômeno do etnocentrismo? 2) Qual seria a melhor possibilidade de impedir manifestações etnocêntricas? Comente, em poucas palavras, a importância de medidas sociais que poderiam impossibilitar o advento de fenômenos como o Holocausto. É importante que, em seu trabalho, se torne evidente sua compreensão sobre o fenômeno do etnocentrismo e do relativismo cultural. Procedimentos para elaboração do TD O relatório deve ser apresentado em formato PDF e conter: 1. Uma breve introdução sobre o tema; 2. Um desenvolvimento com exemplos que possam esclarecer o debate; 3. Uma breve conclusão a partir do material bibliográfico ou reportagens consultadas; 4. Citações referenciadas; 5. As referências bibliográficas completas ao final da atividade produzida; 6. No máximo, três páginas. Referências indicadas Trotta, Wellington. Filosofia.UVA.2017 Aranha, Maria Lúcia de Arruda e Martins, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. São Paulo: Moderna, 2005 Rocha, Everardo. O que é o etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense1a ed. 1984 Cultura: Etnocentrismo e Relativismo Cultural [2/3] (https://www.youtube.com/watch? v=EZXKWdQ5eps) BREVES CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DO HOLOCAUSTO SOB A LUZ DO ETNOCENTRISMO O etnocentrismo é concebido como uma atitude para admitir que uma cultura é superior às outras. Tal conceito foi apresentado inicialmente por G. Summer, em meados dos anos de 1920, quando ocorriam significantes avanços de ideais eugenistas na Europa (BARROSO; BONETE, 2018). Sob essa perspectiva, Rocha (1984) aponta que o etnocentrismo se trata de uma visão do mundo na qual o próprio grupo é tomado como centro de tudo, e no qual outros modelos são pensados a partir dos valores por ele vividos. Tal termo remete, portanto, ao julgamento de valor de determinada sociedade, de suas práticas e de suas ideias, do ponto de vista do qual pertence o observador. Noutro lado, o relativismo cultural se trata da concepção na qual se propaga a suposição de que os elementos culturais devem ser julgados dentro de seus contextos e não pelos padrões de outras culturas (GIL, 2011). Trata-se, portanto, de uma forma de fazer a antropologia, se afastando ao máximo do etnocentrismo cultural. Em que pese o conceito de relativismo cultural ser amplamente estudado pela antropologia atualmente, é cediço que o etnocentrismo é uma barreira difícil de transpor, tendo em vista sua relação com os conceitos de autodeterminação e também de autopercepção cultural (GIL, 2011). Entretanto, é importante a análise do etnocentrismo sob a ótica dos prejuízos que ele pode causar no que tange à imagem das culturas. Existem diversos exemplos a respeito dos efeitos do etnocentrismo na sociedade e na história do desenvolvimento social mundial. Dentre eles, é possível citar a invasão das Américas e o colonialismo nos países africanos. Um dos exemplos de maior destaque, entretanto, diz respeito à ocorrência do holocausto, durante a II Guerra Mundial. Tratou-se da destruição sistemática da população judaica europeia, levada a cabo pelos nazistas durante a ascensão do governo de Hitler, na década de 40 (PEREIRA; GITZ, 2013). Durante este período, milhões de pessoas foram mortas em razão de uma ideologia manifestamente etnocentrista e preconceituosa. É importante mencionar, a princípio, que se tratou de evento ocorrido em razão da disseminação dos preceitos a respeito da superioridade da raça ariana. Por isso, diversas outras culturas, em especial a judia, estava ameaçada quando em solo alemão. No entendimento de Guterman (2020), o Holocausto teria ocorrido em razão do progresso cientifico, que possibilitou a técnica da morte em escala industrial, e a sociedade de massas, a qual transformou multidões de homens, mulheres e crianças em seres descartáveis. Não apenas isso, como é possível observar que apenas foi possível a ocorrência do Holocausto devido às grandes propagandas realizadas em desfavor dos judeus, o que fez com que a população internalizasse em si um ódio contra essa população. Tal ódio, por sua vez, fez com que a população fechasse os olhos para as atrocidades que ocorriam contra a população judia, ou apenas as aceitasse, por acreditar que sua existência feria os princípios alemães. Hoje, entende-se que a mudança cultural e o contato entre as culturas pode ser um fator que auxilia na melhor aplicação da relativização cultural e, por consequência, dos efeitos do etnocentrismo cultural. REFERÊNCIAS BARROSO, Priscila, F.; BONETE, Wilian Junior. Estudos culturais e antropológicos. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo A, 2018. GIL, Antonio C. SOCIOLOGIA GERAL. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2011. GUTERMAN, Marcos. Holocausto e memória. São Paulo. Contexto, 2020
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