@import url(https://fonts.googleapis.com/css?family=Source+Sans+Pro:300,400,600,700&display=swap); QUESTÕES - DIREITO PROCESSUAL CIVIL ESTUDO DE CASOMavi Ltda. propõe em face de Aldo ação de reintegração de posse, pelo rito especial. Em contestação, Aldo alega que sempre ocupou o bem, demonstrou com diversas cartas enviadas ao imóvel, bem como apresentou a sua qualidade de herdeiro do proprietário constante dos registros do bem, pleiteou ainda a desconsideração da pessoa jurídica do autor, em razão de reconvenção feita. O juiz indefere a desconsideração e após o regular andamento do processo, defere o pedido possessório da autora, julgando improcedente a reconvenção e a demanda então, totalmente procedente, com a fundamentação completa. Sabe-se que a autora Mavi pleiteou a realização de uma prova pericial, que foi indeferida pelo juiz na época oportuna. Diante do caso em tela, pergunta-se: a) Aldo poderia recorrer do indeferimento da desconsideração da personalidade jurídica? De que forma? Explique e fundamente sua resposta (vale 2,0 pontos) Com base no art. 1.015, inciso IV, do CPC, cabe agravo de instrumento contra decisão que indefere a desconsideração da personalidade jurídica. b) Com relação à sentença, quem poderia recorrer? Mavi poderia discutir o indeferimento da prova pericial? De que forma? Explique e fundamente sua resposta. (vale 2,0 pontos) Um dos requisitos de cabimento do recurso de apelação é justamente o interesse em recorrer, o qual é determinado a partir da possibilidade prática de mudança na situação jurídica da parte caso haja o provimento do recurso. In casu, verifica-se que a sentença prolatada julgou procedente o pedido do autor e improcedente o pedido do reconvinte. Dessa forma, terá interesse em recorrer o Aldo, uma vez que seu pedido foi julgado improcedente. Com relação ao pedido de perícia indeferido, observa-se que não há previsão legal para o cabimento de agravo de instrumento, vez que o rol apresentado pelo art. 1.015 do CPC é de natureza taxativa. Entretanto, caso acredite ser necessário, poderá Mavi Ltda impugnar tal decisão em sede de contrarrazões de apelação, nos termos do art. 1.009, §1º, do CPC. Sobre o assunto, cumpre ressaltar que as decisões não impugnáveis por agravo de instrumento não sofrem os efeitos da coisa julgada, o que permite que essa impugnação em contrarrazões seja realizada. c) No julgamento do recurso de apelação eventualmente interposto, o relator poderia proferir alguma decisão monocrática? Explique. (vale 2,0 pontos) Inicialmente, destaca-se que o modelo escolhido para o julgamento dos recursos pelo Processo Civil brasileiro se pauta no princípio da colegialidade. Isso implica em dizer que, em regra, os recursos serão julgados por meio de órgãos colegiados. Contudo, excepcionalmente, prevê-se algumas hipóteses em que o relator do recurso poderá, sozinho, decidir sobre algumas questões, nos termos do art. 932, do CPC. Assim, poderia o Relator, por exemplo, proferir decisão monocrática na hipótese de ser necessária a apreciação de pedido de tutela de urgência ou caso seja necessário negar provimento a recurso que for contrário a Súmula do STF. d) No julgamento da apelação, o Tribunal poderia reconhecer uma falta de condição da ação, como a ilegitimidade ativa, por exemplo? Em nome de qual efeito isso seria possível? Explique-o. (vale 2,0 pontos) Sim. Em regra, o Tribunal apenas pode se manifestar a respeito das questões levadas ao seu conhecimento, conforme preleciona o efeito devolutivo dos recursos. Entretanto, em contraposição a esta ideia, o princípio inquisitivo, , destaca-se que sua manifestação ocorre de forma particular, unicamente em relação às questões que podem ser conhecidas de ofício, tais como, por exemplo, as nulidades processuais, as quais compete ao Judiciário conhecer de ofício e em qualquer tempo e grau de jurisdição.Por isso, uma vez ser questão de ordem pública, poderia o Tribunal se manifestar a respeito da legitimidade ativa, independentemente de manifestação da parte. e) Caso o julgamento da apelação se desse através de órgão colegiado, em votação não unânime (2X1) para o não provimento da apelação, existiria a técnica de julgamento utilizada no art. 942 do CPC? Explique. (vale 2,0 pontos) Sim. A técnica de julgamento ampliado é aquela em que, ante a divergência com relação ao resultado da votação no julgamento de mérito do recurso, serão convocados outros julgadores para funcionar na causa, em números suficiente para garantir a inversão do resultado inicial. Dessa forma, caso ocorresse votação não unânime, por 2x1, aplicando-se essa técnica, deverão ser convocados mais dois julgadores, para que seja realizado outro julgamento.
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