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TCC brincadeira e desenvolvimento infantil

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A BRINCADEIRA E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL
RIBEIRO, Luciene Cristina[footnoteRef:1] [1: Aluna concluinte do curso de pedagogia pela UNIFAEL.] 
RESUMO
Este artigo científico aborda a importância da ludicidade para o desenvolvimento infantil. Através de uma revisão bibliográfica, foram analisados diversos estudos que demonstram como o brincar pode contribuir para o desenvolvimento cognitivo, social, emocional e motor das crianças. A ludicidade é uma atividade inerente à infância, e através do brincar a criança explora o mundo ao seu redor, desenvolve habilidades, aprende novas informações e se relaciona com os outros. Dessa forma, o brincar se torna uma ferramenta valiosa para a aprendizagem e o desenvolvimento infantil. Os estudos analisados mostram que as atividades lúdicas podem contribuir para o desenvolvimento da criatividade, imaginação, linguagem, raciocínio lógico, habilidades sociais e emocionais, coordenação motora e muitas outras habilidades importantes para a vida adulta.
Palavras-chave: Educação Infantil. Movimento. Brincadeiras.
INTRODUÇÃO
A ludicidade é uma importante ferramenta para o desenvolvimento infantil, pois permite que a criança explore o mundo ao seu redor de forma lúdica e prazerosa. Brincar é uma atividade natural e espontânea para as crianças, e é através dessa atividade que elas desenvolvem habilidades motoras, cognitivas e sociais.
Diversos estudos na área da psicologia do desenvolvimento infantil têm demonstrado que a brincadeira é fundamental para o desenvolvimento integral da criança, promovendo a interação social, o raciocínio lógico, a criatividade, a imaginação, a autoestima e a autonomia. A brincadeira também permite que a criança experimente diferentes papéis sociais e explore emoções, ajudando no desenvolvimento emocional e social.
No entanto, apesar de sua importância, a ludicidade muitas vezes é subestimada ou vista como uma atividade supérflua e sem valor educacional. Por isso, é fundamental que pais e educadores entendam a importância do brincar na vida das crianças e incentivem essa atividade em seu cotidiano. O objetivo foi identificar a brincadeira, como atividade natural e espontânea para as crianças, possibilita que elas explorem e desenvolvam todas essas áreas de forma integrada.
A justificativa foi que través da ludicidade, as crianças podem explorar e experimentar o mundo de forma segura e divertida, desenvolvendo sua criatividade e imaginação. Brincar também contribui para o desenvolvimento da linguagem, já que as crianças são incentivadas a se comunicar e interagir com outras pessoas durante as brincadeiras.
Além disso, o brincar tem um papel fundamental no desenvolvimento socioemocional das crianças. Através da brincadeira, elas aprendem a lidar com suas emoções, a expressá-las de forma adequada e a entender as emoções dos outros. A ludicidade também pode ajudar a desenvolver habilidades sociais, como a cooperação, a empatia, a negociação e a resolução de conflitos.
No que diz respeito ao desenvolvimento motor, a ludicidade também desempenha um papel importante. Ao brincar, as crianças desenvolvem sua coordenação motora grossa e fina, bem como suas habilidades físicas, como a força, a flexibilidade e a resistência.
Diante da importância da ludicidade para o desenvolvimento infantil, é essencial que pais, educadores e profissionais da área da saúde estejam atentos a essa questão e estimulem as crianças a brincar. Algumas sugestões de atividades lúdicas que podem ser realizadas com as crianças incluem jogos, brincadeiras ao ar livre, atividades artísticas, como pintura e desenho, e jogos de construção, como blocos e quebra-cabeças.
Diante disso, a ludicidade é fundamental para o desenvolvimento integral das crianças, contribuindo para a construção de novos conhecimentos, habilidades e competências. É importante que os adultos valorizem e incentivem o brincar, proporcionando um ambiente seguro e estimulante para as crianças explorarem e experimentarem o mundo de forma lúdica e prazerosa.
Neste artigo, discutiremos os benefícios da ludicidade no desenvolvimento infantil e a importância de sua inclusão nas práticas educacionais diante de uma metodologia focada em pesquisas bibliográficas. 
A EDUCAÇÃO INFANTIL
A educação infantil é a etapa inicial da educação formal, que atende crianças de zero a cinco anos de idade. É uma fase crucial do desenvolvimento humano, em que as crianças aprendem a interagir com o mundo e a construir seu conhecimento. A educação infantil é regulamentada no Brasil pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que estabelece as diretrizes para a organização e funcionamento das instituições de educação infantil. De acordo com a LDB, a educação infantil é dever do Estado e direito de todos, e deve ser oferecida de forma gratuita em creches e pré-escolas.
As creches são destinadas a crianças de zero a três anos de idade, e as pré-escolas são voltadas para crianças de quatro a cinco anos. É importante destacar que a educação infantil não se resume apenas ao cuidado com as crianças, mas sim a um trabalho educativo sistemático que valoriza o desenvolvimento integral dos alunos.
Art.29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, completando a ação da família e da comunidade. Art.30. A educação infantil será oferecida em: Creches, ou entidades equivalentes, para a criança de até três anos de idade; Pré-escolas, para as crianças de até três anos de idade; Art.31. Na educação infantil a avaliação far-se-á medida acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objeto de promoção mesmo para o acesso ao ensino fundamental (BRASIL, 1996, p.20).
Na educação infantil, o objetivo principal é promover o desenvolvimento integral das crianças, ou seja, atuar em diversas áreas como a cognitiva, afetiva, social e física. Para isso, são utilizadas diferentes estratégias pedagógicas que buscam estimular a curiosidade, a criatividade e a autonomia das crianças. 
A educação em sua integralidade, entendendo o cuidado como algo indissociável ao processo educativo; A indivisibilidade das dimensões expressivo motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética e sociocultural da criança; A participação, o diálogo e a escuta cotidiana das famílias, o respeito e a valorização de suas formas de organização; O estabelecimento de uma relação efetiva com a comunidade local e de mecanismos que garantam a gestão democrática e a consideração dos saberes da comunidade; O reconhecimento das especificidades etárias, das singularidades individuais e coletivas das crianças, promovendo interações entre crianças de mesma idade e crianças de diferentes idades; Os deslocamentos e os movimentos amplos das crianças nos espaços internos e externos às salas de referência das turmas e à instituição; A acessibilidade de espaços, materiais, objetos, brinquedos e instruções para as crianças com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação; A apropriação pelas crianças das contribuições histórico-culturais dos povos indígenas, afrodescendentes, asiáticos, europeus e de outros países da América (BRASIL, 2010, p. 19).
Em consonância com a legislação, em 1998, dois anos após a aprovação da LDB, o Ministério da educação emitiu os documentos intitulados "Apoio ao credenciamento e funcionamento de instituições de educação infantil" (BRASIL, 1998b), que contribuíram significativamente para formulação de diretrizes e normas para a educação da criança pequena em todo o país e o "Referencial Curricular Nacional da educação Infantil" (BRASIL, l998a), com o objetivo de contribuir para a implantação de práticas educacionais de qualidade nos centros de educação infantil. Este último foi concebido para fornecer um guia de reflexão educacional sobre objetivos, conteúdos e políticas educacionais para profissionais que trabalham com crianças de zero a seis anos.Sobre os objetivos gerais da educação pré-escolar este documento enfatiza que as práticas desenvolvidas nessas instituições devem ser organizadas de forma que as crianças possam desenvolver as seguintes potencialidades:
Desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente, com confiança em suas capacidades e percepção de suas limitações; descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem-estar; estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças, fortalecendo sua autoestima e ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social; estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos a articular seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração; observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente e valorizando atitudes que contribuam para sua conservação; brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades; utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva; conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito e participação frente a elas e valorizando a diversidade (BRASIL, 1998a, p. 63, v. 1).
As atividades na educação infantil incluem brincadeiras, jogos, contação de histórias, música, dança, artes, entre outras. Além disso, é importante que as crianças tenham um ambiente seguro e acolhedor, com profissionais capacitados para atender suas necessidades.
O lúdico tem um papel muito mais amplo e complexo do que, simplesmente, servir para treinamento de habilidades psicomotoras, colocadas como Pré requisito da alfabetização. Através de uma vivência lúdica, a criança está aprendendo com a experiência, de maneira mais integrada, a posse de si mesma e do mundo de um modo criativo e pessoal. Assim, a ludicidade, como uma experiência vivenciada internamente, vai além da simples realização de uma atividade, é na verdade a vivência dessa atividade de forma mais inteira (BACELAR, 2019. p.26).
A educação infantil é uma etapa essencial para o desenvolvimento de habilidades e competências que serão fundamentais para o sucesso acadêmico e pessoal das crianças ao longo de suas vidas. Por isso, é importante que haja investimento e valorização da educação infantil, tanto pelos governos quanto pela sociedade em geral.
Os profissionais que atuam na educação infantil devem ser formados em cursos de licenciatura em Pedagogia ou em cursos de nível médio na modalidade normal. Além disso, é importante que eles tenham formação específica para atuar com crianças dessa faixa etária, pois o trabalho requer conhecimentos e habilidades específicas.
Esta relação que existe em função de um trabalho dos alunos com o conhecimento, mediado pelo professor, o qual deve ter o papel facilitado, frequentemente assume características desvirtuada de sua finalidade uma "boa relação confunde-se muitas vezes com aquela em que o professor "bonzinho"., "camarada",, "amigo", fecha os olhos para as exigências do trabalho escolar, prioriza circunstâncias particulares de exigências do aluno, erigindo-as como pilares da inviabilização de um verdadeiro processo formador. Uma outra versão presente no cenário escolar, é o da "relação série", em que o "bom professor”, "rigoroso", eleva o conhecimento e suas exigências a condição de prioridade em detrimento das reais condições de existência do aluno, constatando-se, contudo, resultado semelhante ao da situação anterior (PENTEADO, 2018, p. 165).
A valorização da educação infantil é fundamental para o desenvolvimento social e econômico do país. Investir nessa etapa da educação significa oferecer às crianças um ambiente favorável ao seu desenvolvimento integral, além de prepará-las para o ensino fundamental e para a vida em sociedade. Além disso, a educação infantil é um importante instrumento para reduzir as desigualdades sociais e garantir o acesso igualitário à educação desde a infância. Dessa forma, a oferta de vagas em creches e pré-escolas de qualidade é fundamental para garantir que todas as crianças possam ter as mesmas oportunidades de desenvolvimento.
No entanto, ainda há muitos desafios a serem enfrentados na área da educação infantil no Brasil, como a falta de vagas em creches e pré-escolas, a falta de investimento em infraestrutura e formação de profissionais, a desvalorização da carreira docente e a falta de políticas públicas voltadas para essa etapa da educação.
É importante que a sociedade em geral, incluindo pais, educadores, governantes e a comunidade em geral, se mobilizem para garantir que a educação infantil seja valorizada e respeitada como uma etapa essencial da educação. Isso inclui pressionar os governos para investirem em políticas públicas para a educação infantil, valorizar a carreira docente, apoiar as instituições de ensino e atuar em conjunto para garantir o acesso igualitário e de qualidade à educação desde a infância.
O CORPO E O MOVIMENTO INFANTIL
O corpo e o movimento são fundamentais para o desenvolvimento infantil, pois estão intimamente ligados ao processo de aprendizagem e ao desenvolvimento cognitivo, emocional e social da criança. Através do movimento e da interação com o ambiente, a criança adquire experiência e conhecimento sobre si mesma e sobre o mundo ao seu redor.
Desde o nascimento, o movimento é uma forma natural de expressão para a criança. Ela aprende a controlar e coordenar seus movimentos à medida que cresce e se desenvolve. As atividades físicas e esportivas são uma ótima forma de estimular e desenvolver habilidades motoras, como a coordenação, o equilíbrio, a agilidade e a força.
O trabalho com o movimento não pode ser direcionado apenas para o desenvolvimento físico da criança. Pois a criança precisa nominar o seu movimento conscientemente para que tenha oportunidade de explorar o ambiente, criar relações de relacionamento com o seu corpo, de conhecê-lo e aprender a usá-lo de forma benéfica, funcional e intencional (MELLO, 2016, p. 25).
Além disso, o movimento também tem um papel importante na formação da identidade da criança e na sua relação com o ambiente e com os outros. Por meio do movimento, a criança aprende a expressar emoções e sentimentos, a se relacionar com outras pessoas e a desenvolver habilidades sociais, como a cooperação, a empatia e a solidariedade. Segundo Kishimoto (2001, p. 67) “as crianças são capazes de lidar com complexas dificuldades psicológicas através do brincar. Elas procuram integrar experiências de dor, medo e perda. Lutam com conceitos de bem e mal”. Por isso, é importante que as crianças tenham oportunidades para se movimentar e explorar seu corpo desde cedo, por meio de brincadeiras, jogos e atividades lúdicas. O ambiente em que a criança vive também deve ser seguro e adequado para permitir o livre movimento e a exploração do espaço.
Além disso, é importante que os pais e educadores incentivem as crianças a praticarem atividades físicas e esportes de acordo com a idade e as habilidades individuais de cada uma, sem pressioná-las ou impor expectativas irreais.
A atividade física programada e regular parece estar associada a mudanças no estilo de vida e na composição corporal, sendo importante na promoção de saúde e prevenção de doenças cardiovasculares, metabólicas e musculoesqueléticas desde a infância. O efeito da atividade física aeróbica pode reduzir o perfil lipídico de crianças e adolescentes, além de melhora da sensibilidade à insulina, diminuição do IMC, da pressãoarterial, da frequência cardíaca e, por consequência, do risco cardiometabólico (MARANHÃO, 2019 p. 14).
Os benefícios do movimento e da atividade física na infância são diversos, incluindo a melhora da saúde física, a promoção da saúde mental, a redução do estresse e da ansiedade, o desenvolvimento da autoestima e da confiança, a promoção da socialização e da inclusão. Lazzoli et al. (2018, p. 107), que afirmam que é “qualquer tipo de movimento corporal que produz gasto energético acima dos níveis de repouso e não necessariamente a prática esportiva”. No entanto, é importante lembrar que cada criança é única e tem seu próprio ritmo de desenvolvimento. Algumas podem ser mais ativas e outras mais reservadas, e tudo bem. O importante é que as crianças sejam encorajadas a explorar e conhecer seu corpo e seus movimentos de forma saudável e segura.
Os benefícios da atividade física regular e contínua são bem estabelecidos e irrefutáveis. Infelizmente, no nível de atenção primária à saúde, os profissionais de saúde ainda não têm dispensado a atenção necessária ao tema. A sua promoção deve fazer parte dos cuidados de rotina para o bem-estar da criança e do adulto. Ser fisicamente ativo desde a infância, apresenta muitos benefícios, não só na área física, mas também nas esferas social e emocional, e pode levar a um melhor controle das doenças crônicas da vida adulta (ALVES, 2013 p.98).
Por fim, é fundamental que os adultos deem o exemplo e pratiquem atividades físicas e hábitos saudáveis em sua rotina, para que as crianças possam se espelhar e adotar essas práticas como parte natural de suas vidas.
A FUNÇÃO DA BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
A brincadeira é uma atividade fundamental na educação infantil, pois desempenha diversas funções importantes no desenvolvimento das crianças. Em primeiro lugar, a brincadeira é uma forma natural de aprendizagem, pois as crianças exploram o mundo ao seu redor, descobrem novas possibilidades e desenvolvem suas habilidades cognitivas, motoras, emocionais e sociais.
A atividade lúdica é muito viva e caracteriza-se sempre pelas transformações, e não pela preservação, de objetos, papéis ou ações do passado das sociedades [...]. Como uma atividade dinâmica, o brincar modifica-se de um contexto para outro, de um grupo para outro. Por isso, a sua riqueza. Essa qualidade de transformação dos contextos das brincadeiras não pode ser ignorada (FRIEDMANN, 2006, p. 43)
Além disso, a brincadeira é uma atividade prazerosa e divertida, o que estimula a motivação e o interesse das crianças em aprender. Ela também promove a imaginação, a criatividade e a expressão, permitindo que as crianças experimentem diferentes papéis e situações. Segundo a Base Nacional Comum Curricular (2017, p.36):
É direito da criança brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais (BRASIL, 2017).
Outra função importante da brincadeira é a socialização. Por meio das brincadeiras, as crianças aprendem a se comunicar, cooperar, negociar e resolver conflitos. Elas também aprendem a respeitar regras e limites, desenvolvendo habilidades importantes para a convivência em sociedade, a brincadeira também é uma forma de relaxamento e redução do estresse, o que contribui para o bem-estar emocional e mental das crianças.
Brincar constitui-se, dessa forma, em uma atividade interna das crianças, baseada no desenvolvimento da imaginação e na interpretação da realidade, sem ser ilusão ou mentira. Também se tornam autoras de seus papéis, escolhendo, elaborando e colocando em práticas suas fantasias e conhecimentos, sem a intervenção direta do adulto, podendo pensar e solucionar problemas de forma livre das pressões situacionais da realidade imediata (BRASIL, 1998, p.23).
Para que a brincadeira tenha um papel educativo significativo, é importante que os educadores valorizem as experiências lúdicas das crianças e as utilizem como ponto de partida para o planejamento de atividades pedagógicas. É possível, por exemplo, promover brincadeiras que estimulem o raciocínio lógico-matemático, como jogos de tabuleiro e quebra-cabeças, ou brincadeiras que explorem a linguagem, como teatros de fantoches e jogos de mímica. O Referencial Curricular Gaúcho da Educação Infantil diz que: 
a Educação Infantil está vinculada à uma visão contemporânea de concepção de crianças e infâncias, afirmando que o trabalho pedagógico precisa ser pautado na promoção de experiências, proporcionando o bem-estar físico e emocional, o desenvolvimento integral, a manifestação das múltiplas linguagens e a promoção de aprendizagens significativas a todas as crianças. (RCGEI, 2018, p. 55)
Os educadores também podem aproveitar a brincadeira como uma forma de estimular o aprendizado de conteúdos específicos, como ciências, história e geografia. Por exemplo, é possível organizar brincadeiras que recriem situações do cotidiano, como a montagem de um supermercado, em que as crianças aprendem sobre as frutas, verduras, os preços, as quantidades, entre outros aspectos.
Além disso, os educadores podem criar ambientes que incentivem a brincadeira, com espaços amplos e diversos materiais e brinquedos, como blocos de construção, instrumentos musicais, jogos e livros. Também é importante que os educadores estejam presentes nesses ambientes, acompanhando as brincadeiras das crianças, participando e intervindo de forma adequada e respeitando o tempo e o ritmo de cada uma.
O papel do professor é complexo e precisa ser reinventado na Educação Infantil, uma vez que são muitos os aspectos que se entrelaçam na sua ação. O professor cria os contextos para as experiências das crianças, narrando às, registrando-as e interpretando-as, assim como cria os contextos de bem global e de cuidado. O papel do professor é de fazerse presente e de estar junto às crianças com interesse, acompanhando, perguntando, inventando oferecendo o tempo e o espaço para as investigações das crianças e para a construção de sentidos sobre o mundo que as rodeia (RCGEI, 2018, p. 58).
Em suma, a brincadeira desempenha uma função importante na educação infantil, promovendo o aprendizado, a socialização, a criatividade e o bem-estar das crianças. Por isso, é fundamental que os educadores valorizem a brincadeira e a utilizem como uma ferramenta pedagógica significativa, criando um ambiente lúdico e estimulante para as crianças explorarem e aprenderem.
Portanto, é fundamental que as escolas e educadores reconheçam a importância da brincadeira na educação infantil e criem oportunidades para que as crianças possam brincar livremente e explorar o mundo ao seu redor.
CONCLUSÃO
A ludicidade é uma importante ferramenta para o desenvolvimento infantil, promovendo o desenvolvimento integral das crianças em diversas áreas. Por isso, é fundamental que pais e educadores incentivem e valorizem a brincadeira como atividade essencial na vida das crianças.
É importante que as práticas educacionais incluam momentos de brincadeira e exploração, permitindo que as crianças aprendam de forma lúdica e prazerosa. Além disso, é importante que os adultos participem das brincadeiras e interajam com as crianças, promovendo a conexão emocional e a construção de relações afetivas positivas.
Para os educadores, a ludicidade deve ser vista como um instrumento pedagógico que auxilia no processo de ensino e aprendizagem. A utilização de jogos, brinquedos, músicas e histórias em sala de aula permite que os alunos tenham uma aprendizagem mais significativa, criativa e prazerosa.
Os jogos pedagógicos, por exemplo, permitem que os alunos desenvolvam habilidades cognitivas, sociais e emocionais, ao mesmo tempo em que aprendem conteúdos específicos. A utilização de brinquedos e materiais manipuláveis também contribui para o desenvolvimento motor e cognitivodas crianças.
Além disso, a ludicidade também pode ser utilizada como uma estratégia para motivar e engajar os alunos nas atividades escolares. Quando os alunos estão envolvidos em atividades lúdicas, eles se sentem mais motivados e interessados em aprender, o que contribui para a melhoria da qualidade do processo de ensino e aprendizagem.
Em resumo, a ludicidade é uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento infantil e para o processo de ensino e aprendizagem. Pais e educadores devem valorizar e incentivar a brincadeira como uma atividade essencial na vida das crianças e como uma estratégia pedagógica eficiente para a aprendizagem escolar.
Portanto, devemos entender a importância da ludicidade no desenvolvimento infantil e valorizá-la como uma atividade essencial para o crescimento e a formação das crianças.
REFERÊNCIAS
ALVES, João Guilherme Bezerra. Atividade física em crianças: promovendo a saúde do adulto. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife – PE, v. 3, n. 1, 2013.
BACELAR, Vera Lúcia da Encarnação. Ludicidade e Educação Infantil.1. ed. Salvador: EDUFBA, 2019.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF: 2017. Disponível em:https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_bas es_1ed.pdf. Acesso em: 20 Mar. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC/SEB, 2017.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes
curriculares nacionais para a educação infantil / Secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC, SEB, 2010. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/diretrizescurriculares_2012.pdf.Acesso em:12 mar; 2023.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação
Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil/ Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. - Brasília: MEC/SEF, 1998.
FRIEDMANN, A. O desenvolvimento da criança através do brincar. São Paulo: Moderna, 2006.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida (org). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
LAZZOLI, José Kawzoe et al. Atividade física e saúde na infância e adolescência Rev. Bras. Med. Esporte, São Paulo, v. 4, n. 4, p. 107-109, jul./ago. 2018.
MARANHÃO, Hélcio de Souza. Bases conceituais da obesidade na infância. In: WEFFORT, V. R. S. (org.). Obesidade na infância e adolescência. Manual de orientação. 3. ed. São Paulo: Sociedade Brasileira de Pediatria – Departamento de Nutrologia, 2019. 
MELLO, Maria Ap. A intencionalidade do movimento no desenvolvimento da 
motricidade infantil. Multiciência. ASSER: São Carlos, vol.1, nº01, novembro 2016.
PENTEADO, Heloísa Dias. Jogos e formação de professores: vídeo psicodrama pedagógico. In: KISHIMOTO, Tizuko Morchida (org.). Jogos, brinquedos, brincadeira e educação. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2018.
Referencial Curricular Gaúcho: Educação Infantil. Porto Alegre, Secretaria de 
Educação, Departamento Pedagógico, RS, 2018.

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