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URGÊNCIA-E-EMERGÊNCIA-EM-NEONATOLOGIA-E-PEDIATRIA (2)

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URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM NEONATOLOGIA E 
PEDIATRIA 
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SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO 2 
2. DIFERENÇA ENTRE EMERGÊNCIA E URGÊNCIA 4 
3. NEONATOLOGIA 5 
3.1 Noções Específicas 6 
3.2 Principais Doenças do Recém-Nascido 7 
3.3 Doenças Genéticas 7 
4. PEDIATRIA 8 
4.1 História da Pediatria 9 
4.2 Enfermagem na Pediatria 9 
4.3 DIAGNÓSTICO DE PCR 14 
5. ETAPAS DA REANIMAÇÃO A B C 15 
6. CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTE A REANIMAÇÃO 17 
6.1 Após reanimação 17 
6.2 Priorizar 18 
7. NECESSIDADES EMOCIONAIS 18 
8. A CRIANÇA HOSPITALIZADA 20 
9. REQUISITOS DO PESSOAL DE ENFERMAGEM 22 
10. ADMISSÃO DA CRIANÇA NO HOSPITAL 22 
11. EMERGÊNCIA EM NEONATOLOGIA 33 
12. NÍVEIS DE CUIDADOS NEONATAIS 37 
13. SINTOMAS X ALERTAS 38 
REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS 39 
 
 
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 INTRODUÇÃO 
 
Figura 1 
 
O interesse da sociedade pelas crianças nem sempre esteve presente. Até o 
Século XVII, a criança era vista como estorvo, desgraça, um fardo insuportável para 
a família. 
Os cuidados dispensados ao bebê não eram uma tarefa agradável aos pais. O 
índice de mortalidade infantil era elevado, especialmente entre crianças que eram 
afastadas de seus pais e cuidadas por amas de leite. Outras causas de mortalidade 
eram a precariedade das condições de higiene e a ausência de especialidade médica 
direcionada à criança, surgida no século XIX. 
Portanto a mudança de atitude em relação à criança vem acontecendo ao longo 
de séculos. A valorização do cuidado dispensado à criança pelo Estado, inicialmente, 
se fez como investimento lucrativo para a nação e não pelo reconhecimento de sua 
cidadania. 
Alguns séculos se passaram, comportamentos e pensamentos se modificaram 
e um novo olhar foi lançado para as crianças. Essas alterações se expressaram na 
Declaração dos Direitos da Criança em 1924, pela Organização das Nações Unidas 
(ONU). 
Os direitos da criança foram declarados naAssembléia Geral das Nações Unidas, em 
Genebra(1924) e reconhecidos na Declaração Universal dosDireitos Humanos em 20 
de novembro de 1959. 
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A Assembléia Geral das Nações Unidasproclama esta Declaração, a fim de que 
a criança tenhauma infância feliz e possa gozar, os direitos e asliberdades aqui 
enunciados. Apela aos pais, homens emulheres como indivíduos, e às organizações 
voluntárias, autoridades locais e os governos para quereconheçam estes 
direitos e se empenhem pelaobservância, de conformidade com os seguintes 
princípios, resumidamente: 
 Direito à igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade; 
 Direito à especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social; 
 Direito a um nome e uma nacionalidade; 
 Direito à alimentação, moradia e assistência médica adequada para a criança 
e suamãe; 
 Direito à educação e a cuidados especiais para a criança física ou 
mentalmentedeficiente; 
 Direito ao amor e à compreensão dos pais e da sociedade; 
 Direito à educação gratuita e ao lazer infantil; 
 Direito a ser socorrido em primeiro lugar, em caso de catástrofes; 
 Direito a ser protegida contra o abandono e a exploração no trabalho; 
 Direito a crescer, dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, 
amizadee justiça entre os povos. (UNICEF). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. DIFERENÇA ENTRE EMERGÊNCIA E URGÊNCIA 
 
Emergência é quando há uma situação crítica ou algo iminente, com 
ocorrência de perigo; incidente; imprevisto. No âmbito da medicina, é a circunstância 
que exige uma cirurgia ou intervenção médica de imediato. Por isso, em algumas 
ambulâncias ainda há “emergência” escrita ao contrário e não “urgência”. 
 
Urgênciaé quando há uma situação que não pode ser adiada, que deve ser 
resolvida rapidamente, pois se houver demora, corre-se o risco até mesmo de morte. 
Na medicina, ocorrências de caráter urgente necessitam de tratamento médico e 
muitas vezes de cirurgia, contudo, possuem um caráter menos imediatista. Esta 
palavra vem do verbo “urgir” que tem sentido de “não aceita demora”: O tempo urge, 
não importa o que você faça para tentar pará-lo. 
 
No entanto, há situações de emergência que necessitam de uma intervenção 
urgente, ou seja, que não podem se prolongar. 
A diferença concentra-se mais no campo da medicina. Por exemplo: 
hemorragias, parada respiratória e parada cardíaca são emergência. Luxações, 
torções, fraturas (dependendo da gravidade) e dengue são urgência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. NEONATOLOGIA 
 
É o ramo da Pediatria que se ocupa das crianças desde o nascimento até 28 
dias de idade (quando as crianças deixam de ser nomeadas recém-nascidos e 
passam a ser lactentes). 
A neonatologia tem avançado muito nos últimos tempos, conseguindo menores 
índices de mortalidade e também de morbidade graças a maior compreensão das 
peculiaridades dos recém-nascidos, melhores equipamentos e medicamentos como o 
surfactante, além de abordagens como a nutrição parenteral. 
A equipe que cuida do recém-nascidos é multiprofissional, contando com a 
equipe de neonatologia, enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional 
entre outras. Também é necessária atenção com a família do recém-nascido, 
condições sociais etc. 
Figura 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.1 Noções Específicas 
 
Algumas definições dentro da neonatologia: 
 
AIG: adequado para a idade gestacional. Diz-se do recém-nascido cujo peso 
ao nascer está entre os percentis 10 e 90 para a sua idade gestacional. Geralmente 
se usa o gráfico de Lula O. Lubchenco para esta determinação. 
 
Baixo Peso: recém-nascido com peso inferior a 2500 gramas 
 
D.U.M.: data da última menstruação. A partir daí será marcada a idade 
gestacional. 
 
GIG: grande para a idade gestacional. Diz-se do recém-nascido cujo peso ao 
nascer está acima do percentil 90 para a sua idade gestacional. Geralmente se usa o 
gráfico de Lula O. Lubchenco para esta determinação. 
 
Idade gestacional: idade em semanas e dias desde o início da última 
menstruação. 
 
Muito Baixo Peso: recém-nascido com peso inferior a 1500 gramas. 
 
PIG: pequeno para a idade gestacional. Diz-se do recém-nascido cujo peso ao 
nascer está abaixo do percentil 10 para a sua idade gestacional. Geralmente se usa 
o gráfico de Lula O. Lubchenco para esta determinação. 
 
Pós-maturo ou Pós-termo: recém-nascido com 42 ou mais semanas de idade 
gestacional (10 meses) 
 
Prematuro ou Pré-termo: recém-nascido com menos de 37 semanas de idade 
gestacional (36 semanas e 6 dias ou menos - abaixo dos 9 meses). 
 
Recém-nascido: do nascimento até 28 dias de idade. 
 
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RN: recém-nascido. 
 
Termo ou RN de termo: diz-se do recém-nascido cuja idade gestacional está 
entre 37 semanas e 41 semanas e 6 dias. 
 
2.2 Principais Doenças do Recém-Nascido 
 
Doenças do pulmão: doença da membrana hialina, taquipneia transitória do 
recém-nascido, pneumotórax, enfisema pulmonar intersticial, pneumomediastino, 
persistência da hipertensão pulmonar, hemorragia pulmonar, doença pulmonar 
crônica e apneia. 
 
Doenças do coração (cardiopatia congênita) 
Doenças do rim 
Doenças infecciosas e pegajosas (ou infectocontagiosas) 
Doenças metabólicas: hipoglicemia, hiperglicemia, hipocalcemia, 
hipercalcemia, hipermagnesemia, doença metabólica óssea da prematuridade, erros 
inatos do metabolismo 
 
2.3 Doenças Genéticas 
 
Icterícia neonatal 
Malformação congênita ( Fatores ambientais causa doenças como: Uso de 
medicamentos (p. ex: fenitoína, misoprostol, lítio) ou substâncias teratogênicas (p. ex: 
álcool), infecções (p. ex: citomegalovírus), falta de nutrientes ou vitaminas (p. ex: ácido 
fólico), dentre outras. Já nos Fatores genéticos, são: alterações dos cromossomos (p. 
ex: síndrome de Down), alterações do número de cópia de segmentos cromossômicos 
(p. ex: síndrome velocardiofacial), mutações deletérias em mais de uma centena de 
genes, dentre outras).8 
 
 
3. PEDIATRIA 
 
Figura 3 
 
 
É a especialidade médica dedicada à assistência à criança e ao adolescente, 
nos seus diversos aspectos, sejam eles preventivos ou curativos. Pessoas como 
crianças e adolescentes, se estiverem com doenças, devem dirigir-se ao seu pediatra. 
Os aspectos preventivos envolvem ações como o aleitamento materno, 
imunizações (vacinas), prevenção de acidentes, além do acompanhamento e das 
orientações necessárias a um crescimento e desenvolvimento saudáveis 
(puericultura). Já os curativos correspondem aos diversos procedimentos e 
tratamentos das mais diversas doenças exclusivas ou não da criança e adolescente. 
O pediatra é o médico com formação dirigida exclusivamente para os cuidados 
da criança e do adolescente, com uma formação que compreende no mínimo dois 
anos de residência médica ou curso de especialização equivalente a pós-graduação, 
ambas garantindo ao profissional médico o registro como especialista nos Conselhos 
Regionais de Medicina (CRM). 
Para atuar em áreas especificas da pediatria é necessário além da formação 
inicial, treinamento e estudos em serviços especializados por um período que vai de 
um a três anos. 
 
 
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3.1 História da Pediatria 
 
Figura 4 
 
Após a metade final do século XIX, houve necessidade de maior resolutividade 
médica, pois os índices de mortalidade infantil estavam muito altos, além disto, ter 
uma especialização agiria como inibidor da concorrência profissional. A partir disto, 
surgiu a Pediatria como uma especialidade. Mas houve certas dificuldades para 
institucionalizar e reconhecer a especialidade, para tanto os argumentos que foram 
utilizados é de que para crianças deveria haver uma semiologia e uma terapêutica 
voltadas especificamente para crianças. 
Conforme a ampliação da especialização, os pediatras foram se unindo em 
sociedades que surgiram em locais como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, 
Bahia, Rio Grande do Sul. A sociedade do Rio de Janeiro foi fundada em 1910 e 
possuía somente 67 sócios, mas era para os residentes no estado do Rio de Janeiro, 
somente em 1951 é que se nacionalizou a sociedade e passou a ser considerada 
Sociedade Brasileira de Pediatria. 
 
3.2 Enfermagem na Pediatria 
 
A enfermagem pediátrica, hoje particularmente sensível ao envolvimento dos 
pais na prática de cuidados à criança, coloca a sua tónica no desenvolvimento do 
processo de parceria com os mesmos, a qual requer uma interação integral com a 
família de forma a proporcionar as condições favorecedoras de um desenvolvimento 
global da criança. 
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 O modelo conceptual subjacente à prática da enfermagem pediátrica está 
centrado nas respostas às necessidades da criança enquanto membro efetivo do 
sistema familiar. Este facto é reforçado no guia orientador de boa prática de 
Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica (OE, 2010), ao aludir a determinados 
valores, como reconhecimento da criança como ser vulnerável, valorização dos 
pais/pessoa significativa como os principais prestadores de cuidados, preservação da 
segurança e bem-estar da criança e família e maximização do potencial de 
crescimento e desenvolvimento da criança. 
Quando a criança é hospitalizada, a família é hospitalizada também, por isso o 
beneficiário dos cuidados é o binómio criança/família. A Ordem dos Enfermeiros 
considera a competência para avaliar a família e responder às suas necessidades, 
nomeadamente no âmbito da adaptação às mudanças na saúde e dinâmica familiar, 
um imperativo, sendo transversal a todos os enfermeiros especialistas (OE, 2010). 
No contexto pediátrico, isto é, quando se pensa nos cuidados à criança, a 
família surge sempre como uma referência sendo o seu enquadramento hoje 
assumido como fator que viabiliza o cuidado humanizado. A criança, não sendo um 
elemento independente, quer pela sua condição humana e também pelas suas 
características incontornáveis é um ser vulnerável e caminha a par e passo com a sua 
família a quem cabe a responsabilidade primeira de promover o seu pleno 
desenvolvimento. As crianças necessitam de alguém que fale por elas e as represente 
(Hallström, Runeson e Elander, 2002) e na realidade portuguesa, perante a 
hospitalização da criança, é à mãe que cabe, regra geral, o acompanhamento do filho 
no hospital. Questões culturais associam esta tendência ao cuidador do sexo feminino 
como sendo a figura principal de eleição para permanecer junto dos filhos, tanto mais 
quando é à mulher que cabe, na perspectiva de Relvas, o papel de cuidar da criança 
(Relvas, 2007). 
Enfermeiros, pais e crianças passam a conviver no mesmo espaço, a partilhar 
experiências, valores, saberes e poderes o que conduz a uma alteração na forma de 
ser e de estar, tanto dos profissionais como dos pais já que a estes é requerida uma 
participação ativa nos cuidados à criança. A natureza da relação que se estabelece 
no seio da equipa implica a negociação do envolvimento dos pais e a clarificação do 
papel de cada interveniente no processo, dimensões essenciais para o novo modo de 
pensar e organizar o trabalho em parceria. 
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No elenco de competências específicas do enfermeiro especialista em 
enfermagem de saúde da criança e do jovem, o trabalho de cuidar em parceria surge 
como promotor da otimização da saúde no sentido da adequação da gestão do regime 
e da parentalidade. 
Do que nos foi dado apurar e comungando da perspetiva de Grinspun (2010), 
que o cuidar é pensar, mas é também ser e fazer, os achados do estudo configuram 
um cuidar distinto na sua forma de pensar e nas realidades vividas nas relações 
enfermeiros-pais. 
Aos enfermeiros de pediatria é exigido um papel de cuidadores e de 
educadores já que a hospitalização de uma criança oferece oportunidade para 
desenvolver medidas de promoção da saúde, indispensável a um pleno crescimento 
e desenvolvimento infantil. Sinalizar e desenvolver a promoção e educação para a 
saúde com as mães presentes no internamento é responsabilidade do enfermeiro 
(Albuquerque et al., 2009), no entanto de acordo com Queiroz e Barroso (apud Silva 
et al., 2009), ainda acontecem muitas situações de indiferença em relação à 
viabilização da mesma. 
 
É uma competência do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde da 
criança e do jovem trabalhar em parceria com a criança e família/pessoa significativa, 
em qualquer contexto em que ela se encontre. Na perspectiva de Kelly et al. (apud 
OE, 2010), o desígnio de ação do enfermeiro especialista traduz-se na prestação de 
cuidados de nível avançado com segurança e competência, na avaliação da família e 
nas respostas às suas necessidades, nomeadamente no âmbito da adaptação às 
mudanças na saúde e dinâmica familiar. Mas o enfermeiro de cuidados gerais, é 
também ele dotado de competência para de igual forma providenciar um cuidado 
integrado à criança ao jovem e família, devendo incorporar na sua prática os 
resultados da investigação válidos e relevantes, assim como outras evidências que 
contribuam para o desenvolvimento da enfermagem e para o aperfeiçoamento dos 
padrões dos cuidados. 
De acordo com Wright e Leahey (apud Gomes, Trindade e Fidalgo, 2009), tem-
se vindo a verificar nos últimos 15 anos, uma alteração na postura dos enfermeiros 
para com as famílias, sendo o relacionamento tendencialmente mais colaborador, 
consultivo e não hierárquico. 
 
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Consideram as mesmas autoras, que à família tem sido conferido pelos 
enfermeiros maior status, reconhecimento de competência, igualdade e respeito, 
combinando habilidades de ambos, enfermeiros e família, constituindo uma nova e 
eficaz sinergia do contexto das conversações terapêuticas. Um estudo realizado com 
18 mães que acompanham o filho(a) 24 horas no hospital coloca em evidência que as 
mesmas consideram que a sua função de protetores que mantinham até aí fica agora 
vulnerável ao contexto de uma nova experiência,onde o envolvimento nos cuidados, 
submetido ao poder dos profissionais de saúde, é potenciador de grande ansiedade e 
mal-estar. Os pais querem estar envolvidos nos cuidados aos seus filhos, mas querem 
também decidir sobre a extensão desse envolvimento. Quando na relação se traduz 
uma manifestação de poder em que um parceiro procura dominar o outro a parceria 
torna-se impraticável. 
Sujeita a transições normativas decorrentes dos processos de desenvolvimento 
inerentes ao ciclo vital, a família sujeita-se também a transições decorrentes dos 
processos de saúde e doença, afigurando-se assim como uma unidade em constante 
transformação. Face à hospitalização de um filho a família passa a vivenciar uma 
situação de estranheza, vê-se obrigada a modificar as suas rotinas, enfrenta uma 
adaptação familiar, tem de desenvolver novas competências, mas novas 
necessidades vão surgir. Ao enfermeiro compete avaliar o funcionamento de todo o 
sistema familiar e a saúde individual de todos os seus membros, de forma a poder 
intervir no sentido de ajudar a manter o nível mais elevado de bem-estar da família. A 
família necessita de ajuda externa para se proteger de uma mudança não planeada. 
Só o desenvolvimento de um trabalho em articulação com os atores, os 
contextos e as interações, pode garantir uma parceria efetiva com a família. A 
parceria, enquadrada na filosofia e valores da profissão e se verdadeiramente 
compreendida pelos enfermeiros, tem potencialidades tanto a nível das dinâmicas 
interpessoais, como institucionais. Mas o desenvolvimento do processo de parceria 
ainda é complexo. É necessário que o enfermeiro saiba o seu significado e esteja 
habilitado para conhecer e controlar os fatores que a condicionam. A parceria não 
pode ficar circunscrita a um apurar de hábitos da criança a que pretendemos dar 
resposta com a participação da mãe, mas ela prescreve que conheçamos a família 
que cuida, como cuida, quais são as suas possibilidades, os seus limites de atuação 
e que forças ela é capaz de mobilizar para resolver problemas de saúde. 
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O estabelecimento de um relacionamento terapêutico é o fundamentoessencial 
para o provimento de um cuidado de enfermagem de qualidade. Aequipe de 
enfermagem precisa estar significativamente relacionada àscrianças e seus familiares 
e ainda separar-se suficientemente para distinguirseus próprios sentimentos e 
necessidades. 
São as necessidades básicas, tais comoalimentação,hidratação, eliminações, 
habitação,etc. O atendimento dessas necessidades passapelo processo de 
dependência total, quando acriança necessita e depende do adulto, egradativamente 
evolui até atingir autonomiatotal, quando a criança passa a responder poresse 
atendimento. Durante este processo cabeaos responsáveis pela assistência da 
criança(pais ou equipe de saúde) acompanhar suaevolução, introduzindo hábitos 
saudáveis econdições ambientais seguras, através de umprocesso educativo que 
deve ser extensivo àfamília e à comunidade. 
 
O QUE É IMPORTANTE??? 
• Identificar um quadro de desconforto respiratório e suaconsequência mais imediata: 
FALÊNCIA RESPIRATÓRIA 
• Identificar sinais de choque 
Determinar as condutas de reanimação com vistas a evitara PCR 
 
Avaliação do sistema respiratório 
Frequência respiratória / Inspeção: 
 Esforço respiratório 
 Coloração da pele 
 Expansibilidade 
Ausculta: batimento de asas nasais, gemido, tiragemintercostal, retração 
external, sincronização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 5 
 
 
 
3.3 DIAGNÓSTICO DE PCR 
 
Não necessita ser preciso ou definitivo para o início dasmedidas de suporte 
básico de vida. 
A criança deve apresentar um ou mais dos sinais de alerta: 
 Apnéia ou gasping (movimento respiratório assincrônico não efetivo) 
 Palidez ou Cianose 
 Perda súbita da consciência 
 Ausência de pulso em grandes artérias 
 Batimentos cardíacos inaudíveis ou não efetivos (60 bpm) 
 Pupilas dilatadas (iniciam com 45 seg. de anóxia do SNC) 
 
 
 
 
 
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REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR 
Objetivos: 
 Irrigação imediata com sangue oxigenado dos órgãos vitais(ventilação 
pulmonar e compressão cardíaca); 
 Restabelecimento dos batimentos cardíacos; 
 Obtenção de Acesso Vascular - deve ser realizado de formaconcomitante com 
ventilação e compressão cardíaca. 
 
4. ETAPAS DA REANIMAÇÃO A B C 
 
Figura 6 
 
 
 
AAbordagem das Vias Aéreas 
Crianças possuem diferenças anatômicas 
• Estruturas de orofaringe relativamente maiores que acavidade oral; 
• Laringe mais anteriorizada, dificultando visualizaçãodurante intubação; 
• Traqueia medindo aproximadamente 5 cm, aumentandorisco de intubação seletiva. 
 
 
 
 
 
 
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BVentilação 
Figura 7 
 
Insuflação pulmonar 
 Bolsa – Válvula – Máscara (com reservatório) 
 Intubação Oro ou Naso-Traqueal + Ventilação 
Bolsa-Válvula-Máscara (Ambu®) 
 Permite ventilar rapidamente o paciente 
 Com reservatório – (maior concentração O2) 
 Deve estar bem acoplada (nariz-boca) 
Observar: 
 Expansibilidade torácica simétrica 
 Ausculta bilateral 
 Cor 
 Perfusão do paciente 
 
C Circulação 
 Acesso vascular 
 Compressão cardíaca externa (coordenada com aventilação); 
 Varia de acordo com a idade do paciente; 
 Compressão e relaxamento(tempo de compressão = tempo de relaxamento). 
Acesso vascular 
 Rápido 
 Seguro 
 Não atrapalhe a RCP. 
Estabelecer de forma concomitante às manobras 
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 Tipos (venóclise-butterfly, acesso vascular profundopercutâneo, flebotomia, 
intra-óssea) 
 É tão adequado para medicações na RCP quanto oacesso central.A relação 
compressão e ventilação deve ser coordenada 
 Efetividade: presença de pulso periférico, pressão arterialmédia ou verificação 
de onda no monitor cardíaco. 
 
5. CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTE A REANIMAÇÃO 
 
 Manter VAS desobstruídas; 
 Oxigenar corretamente o paciente; 
 Auxiliar a intubação do paciente; 
 Providenciar acesso venoso; 
 Preparar e infundir drogas de suporte prescritas pelo médico(identificação de 
cada droga/diluição); 
 Instalar ou manter monitorização cardíaca 
 
5.1 Após reanimação 
 
 Registrar todos eventos e checar medicações administradas; 
 Reposição dos materiais utilizados; 
 Observação rigorosa e contínua do paciente; 
 Sondagem gástrica; 
 Promover balanço hídrico rigoroso; 
 Promover suporte à família; 
 Registro de enfermagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5.2 Priorizar 
 
 Via aérea segura 
 Acesso venoso 
 Reposição de volume e drogas 
 Manter temperatura 
 Tratamento específico 
 Monitorização 
 Transporte 
 
 
6. NECESSIDADES EMOCIONAIS 
 
Amor e Afeto 
Sentir-se amada significa, para a criança, a certeza deque ela é um ser singular 
e que, através desse amor, ela podetranspor todas as barreiras que poderão ameaçar 
suaestabilidade como ser humano. 
A criança deve sentir que é amada pelo que é e não comodecorrência de suas 
ações. Este é o amor incondicional,indispensável para o desenvolvimento de uma 
personalidadesaudável, que o auxilia na aquisição de segurança e de 
umaautoimagem sadia e positiva, as quais persistirão por toda a vida. 
Segurança 
Durante o processo de desenvolvimento, a criança vivência situações diversas 
que 
podem representar uma ameaça à sua segurança, tais como mudanças 
ambientais físicas eoutras, as quais somente poderão ser superadas com o apoio das 
pessoas que lhe são maispróximas. Em crianças menores estas ameaças podem 
manifestar-se através de mudanças decomportamento. 
 
 
 
 
 
 
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Disciplina e Autoridade 
Por pertencer a um contexto social, desde cedo a criança deve aprender a 
aceitar 
restrições e regras em seu comportamento. Este processo, que geralmente é 
iniciando pelos pais,deve estar veiculado ao sentimento de amor, mas como 
orientações seguras e claras, visandodesenvolver na criança autonomiade 
pensamento e ação. 
 
Dependência e Independência 
As crianças tornam-se capazes de direcionar suas próprias atividades e de 
tomardecisões independentes à medida que crescem e se desenvolvem. Todas tem 
o impulso decrescer e movimentar-se em direção à maturidade, mas a independência 
deve crescer a seupróprio ritmo. Cumpre salientar que a liberdade e o controle são 
necessários para o processo dacriança de se tornar um adulto maduro e 
autoconfiante. 
 
Autoestima 
É o julgamento que a criança tem a respeito de seu próprio valor resultante 
daautoavaliação e da aceitação social. 
Para desenvolver e preservar sua autoestima é imprescindível que a criança 
sinta esaibaque é um ser ímpar dotado de valores próprios. Os pais e outras figuras 
de autoridade podemauxiliá-la a desenvolver uma autoestima sadia e positiva através 
de estímulo e reconhecimentopelas suas realizações e a censura pelos 
comportamentos não adequados. Isso é fundamentalpara que a criança se torne um 
adulto seguro e produtivo.O atendimento das necessidades biológicas, físicas e 
emocionais em todas as suasdimensões possibilita à criança, atingir uma maturidade 
equilibrada e produtiva. Não esqueçamos,contudo, de que no mundo conturbado da 
atualidade, dada a complexidade da criança existir e sedesenvolver como um 
indivíduo singular, neste mesmo mundo, a responsabilidade e ocompromisso dos pais 
e responsáveis, incluindo também a equipe de saúde, tornam-se cada vezmais 
necessários para que as crianças possam alcançar um crescimento pleno e 
harmonioso. 
 
 
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7. A CRIANÇA HOSPITALIZADA 
 
O hospital infantil tornou-se um complexo deequipes de especialistas que 
trabalham para a melhoriade saúde da criança. Profissional importante dessasequipes 
é o enfermeiro, que além de prestar assistênciadireta, funciona como elo de ligação 
entre a criança, omédico, os pais e outros profissionais envolvidos. 
ação de adultos. Uma unidade pediátrica precisa ser “montada” de forma a atender às 
necessidades próprias de cada fase da criança, tanto em material físico como 
humano. 
Material físico 
 Sala de recepção e admissão (com ante-sala e instalações sanitárias para 
crianças eadultos). Enfermarias com diversas capacidades, a serem utilizadas de 
acordo com os diversosgrupos etários e condições específicas (no máximo 8 leitos; 
no mínimo 4 leitos; quartos com 1 ou2 leitos). 
 Refeitório e sala de recreação. 
 Copa anexa ao refeitório. 
 Sala de orientação sanitária aos pais e para reuniões. 
 Posto de enfermagem. 
 Banheiros. 
 Sala de utilidades e despejo. 
 Rouparia. 
 Unidade de isolamento. 
 Instalações sanitárias para funcionários. 
 Lactário. 
 Unidades de Internação 
 Para recém nascidos e lactentes: localizada o mais próximo possível do posto 
de 
Enfermagem, para facilitar a observação. Conterá berços de tamanhos e 
formas diferentes,dispostos de forma a possibilitar boa circulação do pessoal e área 
de 3,5 a 4 m2 por berço. 
As enfermarias de pré-escolares e escolares, para facilitar o trabalho de 
enfermagem, 
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deverão ter instalações sanitárias que incluam banheira, chuveiro, vasos 
sanitários e pias comalturas diversas, na proporção de 1 para cada grupo de 15 a 20 
crianças. 
Banheiros 
Cada enfermaria de 8 leitos para crianças menores de 2 anos deverá dispor de 
área paraasseio da criança, com o seguinte material: 
Banheira esmaltada ou inoxidável. 
Balcão com acolchoado. 
Balança. 
Prateleiras com material de uso durante o banho. 
Coletor de roupa suja. 
Rouparia 
Local destinado ao controle centralizado de toda a roupa da unidade para 
lavagem,desinfecção, reparos e manutenção. 
Os encarregados da rouparia terão estreita relação com o pessoal de 
enfermagem, comvistas ao bom andamento do controle da roupa de toda a unidade. 
O pessoal de enfermagem éresponsável pela previsão de roupas para as crianças em 
cada turno, durante às 24 horas,guardando-as em ordem no próprio setor, a fim de 
facilitar o trabalho. 
Unidade de Isolamento 
A cada unidade pediátrica deve corresponder uma área destinada ao 
isolamento decrianças com suspeita ou diagnosticadas como portadoras de doenças 
infecciosas. 
Material Humano 
A assistência pediátrica necessita da ação de uma equipe multidisciplinar 
integrada, enessa equipe a enfermagem desempenha papel de importância 
fundamental. Muito pouco seencontra publicado a respeito do valor e da importância 
da enfermagem em pediatria. Estaenfermagem apresenta particularidades que a 
diferencia das demais. Dela se exige umaexcelente formação profissional, 
competência técnica, excelente aptidão para educadora eprofundo sentido social. 
 
 
 
 
22 
 
 
8. REQUISITOS DO PESSOAL DE ENFERMAGEM 
 
 Saúde física e mental. 
 Gostar de trabalhar com criança. 
 Bom aspecto. 
 Boa aparência. 
 Alegre. 
 Poder de observação. 
 Delicadeza de gestos. 
 Grande senso de responsabilidade. 
 
9. ADMISSÃO DA CRIANÇA NO HOSPITAL 
 
O 1º contato da criança no hospital deve constituir-senuma experiência 
agradável. O preparo para internação sempreé feito levando-se em conta o seu grau 
de compreensão, quecomeçara pelos familiares, os quais darão explicações simples 
eclaras sempre valorizando a importância da contribuição dacriança para o êxito do 
tratamento. 
A permanência do pai ou da mãe junto à criança,participando dos cuidados 
prestados, permite obter melhoresresultados no tratamento. 
A unidade de internação pediátrica representa o local onde ficam hospitalizadas 
as crianças de 0-12 anos, agrupadas de acordo com as diferentes faixas etárias. A 
unidade de pediatria deverá estar montada para atender as necessidades próprias a 
cada fase da infância. 
 Apresente-se aos pais ou responsáveis e pergunte seus nomes e o nome da 
criança. 
 Caso a criança seja mais crescida, apresente-se a ela e apresente-a ao pessoal 
da enfermaria. 
 Mostre as dependências da unidade à criança e/ou aos pais. 
 Converse com os pais e acolha as informações que são solicitadas pela 
instituição. 
 Informe-se junto aos pais sobre os hábitos da criança em casa. 
 Após este primeiro contato identifique a criança com pulseira ou conforme 
rotinas. 
23 
 
 
 Verifique o peso da criança e as medidas de estatura, perímetro torácico, 
abdominalou cefálico. 
 Registre estes dados no prontuário. 
 Prepare a criança para o exame físico, se necessário faça a higiene corporal 
antes doexame. 
Observação: O choro da criança muitas vezes é inevitável, pois ela não tem 
condições decompreender o que está acontecendo. Mesmo assim devemos ter 
certeza de que fizemos tudopara diminuir o sofrimento desta criança. Estes passos 
não são suficientes para eliminar o traumaocasionado pela internação, mas 
certamente irão diminuir a intensidade destes, através de umatendimento carinhoso e 
honesto. 
 
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS 
Figura 8 
 
 
A rotina de medidas antropométricas em uma unidade pediátrica é de 
relevanteimportância, pois fornece parâmetros para avaliação do estado nutricional, 
condições de saúde,base para cálculos da dieta, medicação, infusões intravenosas, 
dentre outras. 
CONTROLE DE PESO 
 
 
 
 
 
24 
 
 
Figura 9 
 
O controle de peso serve de subsídio para avaliar o estado nutricional e de 
saúde dacriança, bem como base para cálculos da dosagem medicamentosa e 
necessidades nutricionais. 
Esse procedimento deve ser executado diariamente, de preferência pela 
manhã antesdodesjejum ou da primeira mamada e sempre que necessário. 
A criança deverá ser pesada sempre na mesma balança, e de preferência pela 
mesma 
pessoa, a fim de não haver interferência de resultado e leitura. As balanças 
podem ser do tipodigital ou de correr e todo o equipamento deverá ser zerado ou 
“tarado” antes de iniciar oprocedimento. 
Crianças de até 15Kg deverão ser pesadas em balança infantil e maiores em 
balança 
antropométrica.CONTROLE DE ESTATURA 
Figura 10 
 
A estatura, medida fiel do crescimento da criança, é estável e regular. 
A medida da estatura deve ser realizada com precisão, sendo que a alteração 
doposicionamento do corpo da criança pode alterar o resultado obtido. 
25 
 
 
Até mais ou menos doisanos, a criança é medida na posição supina, utilizando-
se régua antropométrica, que tem umaplaca fixa no zero e um cursor, e são 
necessárias duas pessoas para a execução doprocedimento. Após essa idade, a 
medida é realizada na posição vertical com réguaantropométrica inserida na balança. 
 
 
 
 
 
Figura 11 
 
Balança com régua para crianças maiores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
PERIMÉTRO CEFÁLICO 
Figura 12 
 
O aumento rápido do cérebro, principalmente no primeiro ano devida, é um dos 
principais fatores para o controle da evolução do perímetrocefálico, e tem como 
objetivo detectar possíveis anomalias. 
 
 
CONTROLE DOS SINAIS VITAIS 
Dentre os procedimentos básicos essenciais, o controle dos sinais vitais é de 
fundamentalimportância para a manutenção ou estabelecimento de terapias. 
Os sinais vitais refletem uma situação de momento das funções orgânicas, e a 
qualquerdesequilíbrio dessas funções, de origem física ou psíquica, imediatamente a 
alteração dessesparâmetros nos permite um pronto diagnóstico, garantindo rápida 
intervenção. 
Esses dados são obtidos através do controle da temperatura, frequência 
respiratória,frequência cardíaca, do pulso e da pressão arterial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
TEMPERATURA 
Figura 13 
 
A temperatura corporal de um indivíduo pode variar conforme atemperatura 
ambiente, atividade física, alteração emocional, ritmocircadiano (ao acordar, a 
temperatura é mais baixa do que à noite),uso inadequado de roupas e processos 
patológicos, dentre outros. Oequilíbrio entre a produção e a perda de calor determina 
a temperatura 
do corpo.A temperatura da criança altera-se com mais rapidez do que ado 
adulto, principalmente no primeiro ano de vida, devido aimaturidade do sistema 
termorregulador, com a temperatura apresentando maior variação conforme a 
temperatura ambiente.O controle da medida de temperatura pode ser realizado por 
via oral, retal ou axilar. Atécnica com a qual se obtém o valor mais próximo da 
temperatura interna do organismo é averificação da temperatura oral, nunca utilizada 
em crianças menores que cinco anos. 
A verificação da temperatura retal está indicada em crianças pequenas, 
porémextremamente traumática. 
Temperaturas porregião do corpo / Local demedida / Temperatura(ºC) 
Axilar 36,4 
Oral 36,9 
Retal 37,2 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
Variações térmicas 
Figura 14 
 
 
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA 
Figura 15 
 
A respiração é caracterizada pela expansão e retração dacaixa torácica, em 
movimentos rítmicos, inconscientes, que podemse apresentar alterados até por 
situações afetivas. 
Nos recém-nascidos e lactentes, a respiração é predominantemente abdominal 
ou diafragmática, e apenas porvolta dos seis a sete anos de idade é que a respiração 
torna-seprogressivamente torácica. 
Durante a verificação da frequência respiratória éimportante observar o ritmo, 
a frequência, a profundidade, asimetria da expansibilidade pulmonar e possíveis 
ruídos audíveis que podem resultar de obstruçãodas vias aéreas, alta (laringe, 
traqueia) ou baixa (brônquios, bronquíolos ou alvéolos). 
29 
 
 
Os movimentos respiratórios podem ser definidos como: 
 Rítmicos ou arrítmicos; 
 Eupnéico (respiração normal) ou dispneico (dificuldade na respiração); 
 Bradipnéico (frequência respiratória diminuída) ou taquipnéico (frequência 
respiratóriaaumentada) 
 Respiração profunda (boa expansibilidade pulmonar) ou respiração superficial 
(pequenaamplitude na expansibilidade pulmonar); 
 Apnéia (ausência de movimentos respiratórios). 
O fato de a respiração ser caracterizada por movimentos torácicos e 
abdominais permite ocontrole da frequência respiratória, contando-se esses 
movimentos durante um minuto, a fim dese constatar a existência de alguma arritmia. 
O controle deve ser realizado com a criança calma. 
Os valores normais da frequência respiratória para crianças em um minuto são: 
 Prematuro – 50 rpm 
 Lactentes – 30 – 40 rpm 
 Um ano de idade – 25 – 30 rpm 
 Pré-escolares – 20 a 25 rpm 
 10 anos de idade – mais ou menos 20 rpm 
 
FREQUÊNCIA CARDIACA 
Figura 16 
 
A contração do ventrículo esquerdo bombeia sangue para acirculação arterial 
sistêmica, fenômeno sentido como pulso, o qual épalpado a partir do batimento de 
uma artéria sobre uma saliênciaóssea. O controle do pulso pode ser verificado através 
da palpaçãodas artérias radial, braquial, femoral, carotídea, temporal, pediosa ou 
poplítea. 
 
30 
 
 
A ausculta da contração do coração verificada na altura de seu ápice é 
denominada frequência cardíaca (FC) ou pulso apical, e corresponde ao seu 
pontomáximo de impulso.A escolha da verificação do pulso ou da FC vai depender da 
idade da criança. Em recémnascidos e lactentes, a verificação da FC é mais precisa, 
em razão da dificuldade em se palpar aartéria radial, embora seja possível a palpação 
da artéria femoral, temporal ou pediosa. Emcrianças maiores é possível utilizar a 
técnica da verificação do pulso. 
 
Ao se controlar o pulso deve-se verificar: 
- Frequência (número de batimentos por minuto); 
- Ritmo (tipos de batimentos); 
- Tamanho ou amplitude (volume de sanguecirculante na artéria após a 
contração do coração); 
- Tensão ou elasticidade (compressibilidade daparede arterial). 
 
PRESSÃO ARTERIAL 
Figura 17 
 
É a pressão exercida pelo sangue nas paredes das artérias. 
Depende da força de contração do coração, de quantidade de sanguecirculante 
e da resistência das paredes dos vasos. 
Cabe destacar, que no nosso meio o procedimento da medidade PA (pressão 
arterial), apesar da sua relevância, é realizadosomente em crianças com problemas 
específicos que alteram a PA; ascrianças em estado de alto risco e mesmo as que se 
encontram emunidades de emergência ou de cuidados intensivos não tem sua 
PAverificada rotineiramente. 
31 
 
 
Figura 18 
 
Figura 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
Figura 20 
 
 
BANHO NO LEITO 
 
É o banho da criança acamada, sem condições dereceber banho de imersão 
ou aspersão. 
A técnica utilizada para o banho no leito em criança emfase escolar e 
adolescente é semelhante ao do adulto, porémdo lactente ao pré-escolar não 
podemos utilizar a mesmatécnica, pelas diferenças próprias entre a criança e o adulto. 
A indicação do banho no berço será feita segundo oestado geral da criança e 
particularidades das patologias nostratamentos que exijam repouso no leito. 
As situações mais frequentes em pediatria, que requerem este procedimento, 
são: criançasem oxigenoterapia, cirurgia recente, inconscientes, em tratamentos 
ortopédicos, com paralisiacerebral, etc 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
10. EMERGÊNCIA EM NEONATOLOGIA 
 
Figura 21 
 
Período Neonatal: Do nascimento até 28 dias de vida. 
1975----- Primeiro exame na subespecialidade Medicina Neonatal (The American 
Board of Pediatrics). 
 
IDENTIFICANDO O RN (recém-nascido) DE RISCO: 
CONDIÇÕES MATERNAS 
 Idade: 
 Menor de 16 anos, maior de 40. 
 
Fatores Sociais: 
 Pobreza, Tabagismo, Abuso de drogas, 
 Alcoolismo. 
 Má nutrição 
 
História Clínica: 
 Diabetes materna, Doença tireoidiana, 
 Doença renal, Doença cardíaca e/ou 
 pulmonar, Hipertensão arterial, Anemia, 
34 
 
 
 Isoimunização, Trombocitopenia. 
 
História Obstétrica: 
Infertilidade, História prévia de icterícia, DMH,ou Anomalias, Medicações 
maternas, 
Sangramento no início da gestação, Hipertermia, Sangramento no 
últimotrimestre, Rotura prematura de membranas,Febre e Infecção. 
 
CONDIÇÕES FETAIS 
 
 Gestação múltipla, RCIU, Macrossomia,Anomalia de ritmo ou FC,Posição fetal 
anômala e Acidose. 
O nascimento é o evento isolado mais perigoso que qualquer um de nós 
enfrenta durante todo o decorrer da vida. 
O organismo necessita fazer ajustesfisiológicos imediatos e radicais. 
Em mais de 90% essa transição acontece sem nossa ajuda. 
Quando necessária, a reanimação habilidosa é geralmente bem sucedida e 
extremamente importante. 
A mortalidade infantil é uma medida crítica da saúde e bem estar de uma 
população. 
 As maiores causas de morte: Asfixia ao nascer, Sepsis, Pneumonia e 
Prematuridade. 
Há 1 milhão de mortes neonatais por ano por causa de asfixia que representam 
20 a 40% de todas as mortes neonatais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
Figura 22 
 
FATORES ANTENATAIS DE RISCO PARA ANIMAÇÃO 
Diabetes materna 
 DHEG 
 Hipertensão arterial crônica 
 Anemia fetal ou isoimunização 
 Óbito fetal ou neonatal anterior 
 Sangramento no segundo ou terceiro trimesters 
 Infecção materna 
 Doença maternal: cardíaca, tireoidiana ou neurológica 
 Polidrâmnio 
 Oligodrâmnio 
 Rotura prematura de membranas 
 Pós-maturidade 
 Gestação múltipla 
 PIG ou GIG 
 Uso de medicamentos maternos 
 Uso nocivo de drogas 
 Malformação ou anomalia fetal 
 Diminuição da atividade fetal 
 Ausência de cuidado pré-natal 
 Menor que 16 anos ou maior de 35 anos 
 Hidropsia 
 Parto Cesário de emergência 
 Parto taquitocito 
36 
 
 
 Corioamnionite 
 Rotura prolongada de membranas (maior que 18 horas) 
 Segundo estágio de parto prolongado (maior que 2 horas) 
 Trabalho de parto prolongado (maior que 2 horas) 
 Macrossomia fetal 
 Bradicardia fetal 
 Padrão anormal de FC fetal 
 Uso de anestesia geral 
 Tetania uterina 
 Uso materno de opioides nas 4 horas que antecedem o parto 
 Liquido amniótico meconial 
 DPP 
 Placenta previa 
 Grande Sangramento intraparto 
 
RN PREMATURO: 
Nascimento entre 20 e 37 semanas degestação, com elevada mortalidade 
emorbidade (DMH, HIV, LeucomalaciaPeriventricular, NEC, DBP, PDA, 
Sepsis,Paralisia Cerebral, Retardo Mental e ROP). 
Uso do corticóide ante natal x surfactantepulmonar 
 
OS RN’S PREMATUROS SÃO CONSIDERADOS DE ALTO RISCO: 
 Deficiência de surfactante pulmonar xdificuldade respiratória; 
 Imaturidade do desenvolvimento neurológico x diminuição do estímulo central 
pararespirar; 
 Fraqueza muscular x dificuldade pararespiração espontânea; 
 Pele fina x elevada superfície corporal x perdade calor; 
 Maior risco de infecção; 
 Maior risco de hemorragia intra craniana; 
 Pequeno volume sanguíneo x risco dehipovolemia por perda sanguínea; 
 Imaturidade tecidual x hiperoxia. 
 Maior risco de paralisia cerebral, retardomental e outros danos sensoriais e 
cognitivos. 
 
37 
 
 
 
11. NÍVEIS DE CUIDADOS NEONATAIS 
 
Nível 1: básico 
 Garante a reanimação a todos os nascimentos 
 Garante o cuidado pós-natal aos RNsaudáveis 
 Estabiliza RN entre 35 e 37 semanasfisiologicamente estáveis. 
 Estabiliza RN com menos de 35 semanas atésua transferência a uma Unidade 
Neonatal. 
Nível 2: 
 Reanimar e estabilizar RN prematuros aespera de transferência para UTI 
Neonatal 
 Garantir assistência a RN com menos de 32semanas e peso abaixo de 
1500gramas 
 Garantir assistência a RN provenientes deUTIs Neonatais 
 Garantir assistência respiratória (VentilaçãoMecânica, CPAP) por períodos até 
24h. 
Nível 3: 
 Garantir o cuidado a RN com menos de 28semanas de gestação e peso abaixo 
de 1000g 
 Garantir suporte de vida a RN ventiladosmecanicamente 
 Permitir procedimentos cirúrgicos 
 Permitir diagnósticos por imagem (CT,Ressonância Magnética, Eco) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
 
12. SINTOMAS X ALERTAS 
 
Icterícia 
Taquipnéia-dispnéia-apnéia-cianosepalidez- sopro cardíaco 
Arritmias cardíacas-Isquemia miocárdica 
Hipoglicemia: Níveis séricos de glicose abaixode 40mg/dl 
Necessidade de administração de glicose EV(2ml/kg/min de glicose 10%) 
Manutenção de taxas de administração deglicose entre 6 e 8 mg/kg/min 
Convulsões / Fenobarbital 40 mg/Kg. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS 
 
 
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Pediatria.17°ed.Editora Elsevier.2005. 
 
Pereira,Júnia Sales (2006),História da Pediatria no Brasil de Final de Século XIX a 
meados do Século XX, Tese de doutoramento em História. Minas 
Gerais:Universidade Federal de Minas Gerais. 
 
http://www.sbp.com.br/show_item2.cfm?id_categoria=17&id_detalhe=1967&tipo_det
alhe=s. Acesso em 16 de abril de 2007. 
 
http://www.icr.hcnet.usp.br/destaques.asp?doc=novaped.htm. Acesso em 16 de abril 
de 2007. 
 
American Heart Association. Guidelines CPR-ECC- 2010. Disponível em 
www.heart.org. 
 
Almeida MFB, Guinsburg R. Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade 
Brasileira de 
Pediatria: condutas 2011. Disponível em: http://www.sbp.com.br/pdfs/PRN-
SBPReanimaçãoNeonatalFinal-2011-25mar11.pdf 
 
Berg MD et al. CPR – Whythe new emphasis? PediatrClin North Am. 2008; 55: 861-
872. 
 
Cesar RG et al. Ressucitação cardiopulmonar. In: GUTIERREZ, M.T., et al. Pediatria 
– 
Diagnóstico e terapêutica. 2ª ed. São Paulo: Robe Editorial, 1999. 
 
Collet N, Oliveira BRG. Manual de enfermagem em pediatria. Goiânia: AB, 2002. 
Fagundes U. Parada cardiorrespiratória. In: MORAIS, M.B., et al. Guia de pediatria. 
Barueri – SP: Manole, 2005. 
 
Hickey RW, Nadkarni V. Future directionsoncardiocerebralresuscitation. PediatricClin 
North Am. 2008; 55:1051-1064.

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