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LEIS
ESQUEMATIZADAS
Lei n. 8.112/1990
Diogo Surdi
SUMÁRIO
Lei n. 8.112/1990 Comentada .............................................................6
1. Disposições Preliminares .................................................................6
2. Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição ........... 11
2.1. Provimento ..............................................................................11
2.1.1. Disposições Gerais ..................................................................12
2.1.2. Nomeação .............................................................................15
2.1.3. Concurso Público ....................................................................16
2.1.4. Posse ....................................................................................20
2.1.5. Exercício ...............................................................................23
2.1.6. Estágio Probatório ..................................................................26
2.1.7. Estabilidade ...........................................................................29
2.1.8. Readaptação ..........................................................................31
2.1.9. Reversão ...............................................................................32
2.1.10. Reintegração ........................................................................34
2.1.11. Recondução .........................................................................35
2.1.12. Disponibilidade e Aproveitamento ...........................................36
2.2. Vacância ..................................................................................37
2.3. Remoção .................................................................................40
2.4. Redistribuição ...........................................................................43
2.5. Substituição .............................................................................45
3. Direitos e Vantagens ....................................................................47
3.1. Vencimento e remuneração ........................................................47
3.2. Vantagens ................................................................................55
3.2.1. Indenizações .........................................................................57
3.2.1.1. Ajuda de custo ....................................................................58
3.2.1.2. Diárias ...............................................................................61
3.2.1.3. Indenização de transporte ....................................................63
3.2.1.4. Auxílio-moradia ...................................................................64
3.2.2. Gratificações e adicionais ........................................................67
3.2.2.1. Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e 
assessoramento ..............................................................................68
3.2.2.2. Gratificação Natalina ............................................................69
3.2.2.3. Adicionais de Insalubridade, Periculosidade e de Atividades 
Penosas .........................................................................................71
3.2.2.4. Adicional por Serviço Extraordinário .......................................73
3.2.2.5. Adicional noturno ................................................................73
3.2.2.6. Adicional de férias ...............................................................74
3.2.2.7. Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso .......................75
3.3. Férias ......................................................................................78
3.4. Licenças ..................................................................................81
3.4.1. Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família ...................82
3.4.2. Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge ..........................84
3.4.3. Licença para o Serviço Militar ...................................................85
3.4.4. Licença para Atividade Política ..................................................86
3.4.5. Licença para Capacitação ........................................................87
3.4.6. Licença para Tratar de Interesses Particulares ............................87
3.4.7. Licença para o Desempenho de Mandato Classista ......................88
3.5. Afastamentos ...........................................................................89
3.5.1. Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade ...................89
3.5.2. Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo ..........................93
3.5.3. Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior ..........................94
3.5.4. Afastamento para servir em organismo internacional de que o 
Brasil participe ou com o qual coopere ................................................95
3.5.5. Afastamento para Participação em Programa de Pós-Graduação 
Stricto Sensu no País .......................................................................96
3.6. Concessões ..............................................................................99
3.7. Tempo de serviço .................................................................... 101
3.8. Direito de petição .................................................................... 106
4. Regime Disciplinar ..................................................................... 110
4.1. Introdução ............................................................................. 110
4.2. Deveres ................................................................................. 110
4.3. Proibições .............................................................................. 113
4.4. Acumulação ........................................................................... 120
4.5. Responsabilidades ................................................................... 123
4.6. Penalidades ............................................................................ 127
5. Processo Administrativo .............................................................. 138
5.1. Disposições gerais ................................................................... 138
5.2. Sindicância ............................................................................. 141
5.3. Afastamento preventivo ........................................................... 143
5.4. Processo disciplinar ................................................................. 143
5.4.1. Revisão do processo ............................................................. 165
5.5. Processo administrativo sumário ............................................... 169
6. Seguridade Social do Servidor ..................................................... 174
6.1. Disposições gerais ................................................................... 174
6.2. Benefícios .............................................................................. 180
6.2.1. Aposentadoria ...................................................................... 180
6.2.2. Auxílio-Natalidade ................................................................ 188
6.2.3. Salário-Família ..................................................................... 189
6.2.4. Licença para Tratamento de Saúde ......................................... 191
6.2.5. Licença à Gestante, à Adotante e Licença-Paternidade ............... 194
6.2.6. Licença por Acidente em Serviço ............................................ 196
6.2.7. Pensão ................................................................................ 198
6.2.8. Auxílio-funeral ..................................................................... 208
6.2.9. Auxílio-reclusão ................................................................... 209
6.3. Assistência à Saúde ................................................................. 210
Prof. Diogo Surdi
Lei n. 8.112/1990
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A Lei n. 8.112/1990é a norma responsável por estabelecer o regime ju-
rídico dos servidores públicos civis da União. 
Consequentemente, seu estudo é imprescindível para todos aqueles que 
almejam a aprovação em um cargo público no âmbito federal. 
Sendo assim, como forma de facilitar a compreensão dos inúmeros artigos 
que, em conjunto, formam o regime funcional dos servidores federais, 
todo o texto da lei foi comentado e detalhado. 
O objetivo do presente material, dessa forma, é auxiliar na preparação, 
proporcionando condições para que todos possam gabaritar questões rela-
cionadas com a Lei n. 8.112/1990. 
Boa leitura a todos e ótimos estudos!
Diogo
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Lei n. 8.112/1990
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LEI N. 8.112/1990 COMENTADA
1. Disposições Preliminares
Art. 1º- Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos 
Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e 
das fundações públicas federais.
A Lei n. 8.112/1990 institui o regime jurídico dos servidores públicos ci-
vis da União, das autarquias federais (inclusive as em regime especial) e das 
fundações públicas federais. 
Você já se questionou qual a importância de um regime jurídico 
para determinada classe de servidores? 
É por meio do regime jurídico que os servidores, regidos pela norma, en-
contram todos os direitos e garantias que têm direito, bem como os requisitos 
para o exercício do cargo público. 
No entanto, as disposições da Lei n. 8.112/1990 não se aplicam a todos 
os agentes públicos, mas sim apenas aos servidores públicos civis federais, o 
que implica em dizer que os empregados públicos federais, regidos pela CLT, 
não estão compreendidos dentro do campo de atuação do estatuto federal. 
Da mesma forma, a norma não se aplica aos servidores públicos estatutá-
rios dos demais entes federativos, tal como os Estados e os Municípios. Ainda 
que estes servidores sejam regidos por um estatuto, caberá ao respectivo 
ente federativo, por meio de lei, a sua edição.
A Lei n. 8.112/1990 é aplicada A Lei n. 8.112/1990 não é aplicada
aos servidores estatutários da administração 
direta federal
aos empregados públicos federais, que são 
regidos pelas disposições da CLT
aos servidores das autarquias (inclusive as 
em regime especial) federais
aos servidores públicos dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Municípios
aos servidores das fundações públicas federais aos militares
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Lei n. 8.112/1990
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Nota-se, dessa forma, que não são todos os agentes públicos da Admi-
nistração Indireta federal que estão abrangidos pelas disposições da Lei n. 
8.112/1990. 
E isso ocorre na medida em que as empresas públicas e as socieda-
des de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado, de 
forma que os seus agentes não são considerados servidores públicos em sen-
tido restrito, mas sim empregados públicos, regidos pelas disposições da CLT.
Em sentido oposto, as autarquias e as fundações públicas são pessoas 
jurídicas de direito público. Seus agentes são servidores públicos, regidos, 
consequentemente, pelas disposições do regime estatutário.
Autarquias e 
Fundações Públicas 
Federais
• São pessoas jurídicas de direito público
• Agentes regidos pelas disposições da Lei n. 8.112/1990 
Empresas Públicas 
e Sociedades de 
Economia Mista 
Federais
• São pessoas jurídicas de direito privado
• Agentes regidos pelas disposições da CLT
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente 
investida em cargo público.
Importante destacar que a expressão “servidores públicos” pode ser ana-
lisada tanto em sentido amplo quanto em sentido restrito.
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, servidores públicos, em sentido 
amplo, “são as pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às entidades 
da Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remunera-
ção paga pelos cofres públicos”. 
Temos, dessa forma, que o conceito de servidor público em sentido amplo 
abrange três categorias distintas:
a) Estatutários ou servidor público em sentido estrito
b) Empregados públicos
c) Temporários 
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Lei n. 8.112/1990
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Em sentido restrito, a expressão “servidores públicos” compreende os 
agentes públicos que estão sendo regidos por um estatuto funcional.
Observa-se que o sentido da expressão, no texto da Lei n. 8.112/1990, é 
o de servidor público em sentido estrito. 
Dessa forma, sempre que a expressão for utilizada pela mencionada nor-
ma, abrangerá apenas as pessoas que estejam ligadas à Administração Públi-
ca federal por meio de um vínculo estatutário. Tal vínculo, na esfera federal, 
é disciplinado pela Lei n. 8.112/1990.
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilida-
des previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas 
a um servidor.
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasi-
leiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento 
pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou 
em comissão.
Os cargos públicos podem ser conceituados como o conjunto de atribui-
ções, responsabilidades, direitos e obrigações que são atribuídas aos servido-
res públicos para o desempenho das suas atividades funcionais. 
Ressalta-se que a criação de cargos públicos deverá ser feita por inter-
médio de lei, sendo que a iniciativa para propor a norma caberá ao chefe do 
respectivo Poder em que os cargos estão sendo criados. 
Os cargos públicos podem ser divididos em cargos isolados, em cargos 
de carreira e em cargos em comissão.
Os cargos isolados são aqueles que são formados apenas por uma clas-
se, sendo que o seu ocupante, com o passar do tempo, não possui o direito 
de progredir na carreira. 
Os cargos em carreira, em sentido oposto, são aqueles que são organi-
zados em classes, de forma que os servidores ocupantes, após um intervalo 
de tempo e desde que atendidas as demais condições previstas em lei, pro-
gridem na carreira. 
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Lei n. 8.112/1990
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COMENTárIO:�
Exemplificando
Se tomarmos como exemplo a estrutura de cargos do Poder Judiciário da 
União, veremos que estes são organizados em três classes (A, B e C), sendo 
que cada classe é composta por diversos padrões. Representam os padrões, 
dessa forma, uma subdivisão das classes.
No âmbito do Poder Judiciário da União, as Classes A e B possuem 5 padrões 
e a Classe C, 3 padrões.
Assim, ao entrar em exercício, o servidor público pertence à Classe A e ao 
padrão 1. Após o intervalo de um ano, passará ele, desde que atendidos todos 
os requisitos legais, ao padrão 2, mas ainda estará dentro da mesma classe. 
O processo de mudança de padrão é chamado de progressão.
Quando o servidor chegar ao último padrão da Classe A (A5), passará ele, após 
o período de 1 ano, para o primeiro padrão de uma nova Classe (no caso, a B). 
Nessa hipótese, não ocorre a progressão, mas sim a promoção do servidor.
Os cargos em comissão são aqueles destinados às funções de direção, 
chefia e assessoramento. Em virtude dessa condição, são considerados de 
livre nomeação e exoneração por parte da autoridade competente, o que 
implica em dizer que a sua nomeação independe da realização de concurso 
público, requisito imprescindível para a admissão dos servidores estatutários 
e dos empregados públicos.
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De acordo com a Constituição Federal (art. 37, V), os cargos em comissão 
podem ser providos tanto por servidores já ocupantes da carreira funcional 
(e que foram aprovados em concurso público) quanto por terceiros que ainda 
não possuam vínculo funcional com o respectivo Poder Público. 
Entretanto, como forma de evitar que todo os cargos de direção, chefia e 
assessoramento fossem providos exclusivamente por pessoas alheias ao ser-
viço público, a Constituição Federal estabeleceu que as leis organizadoras de 
cada carreira deverão determinar que seja observado um percentual mínimo de 
servidores de carreira para as nomeaçõesdestinadas aos cargos em comissão.
COMENTárIO:�
Exemplificando
Caso um parlamentar resolva nomear um assessor para chefiar o respectivo 
gabinete, poderá ele optar entre realizar a nomeação de um servidor de car-
reira ou de um terceiro que não possua vínculo com o órgão público.
No entanto, o total geral das nomeações para cargos em comissão deverá 
observar um percentual mínimo de servidores de carreira. Tal percentual 
deverá constar na lei que regulamenta a carreira dos servidores.
Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos 
previstos em lei.
Como regra, é vedada a prestação de serviços, por parte os agentes es-
tatais, de forma gratuita. 
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Em caráter de exceção, e apenas nas hipóteses em que a lei prever, é que 
poderá haver o desempenho de atribuições em favor do Poder Público sem o 
recebimento pecuniário pela sua prestação.
2. Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e 
Substituição
2.1. Provimento
Ainda que a Lei n. 8.112/1990 não apresente uma ordem cronológica de 
fatos, é possível identificar, pela leitura da norma, uma série sucessiva de 
acontecimentos relacionados com a vida funcional do servidor público. 
A linha do tempo do serviço público, dessa forma, é uma forma de 
compreendermos todo o processo de ingresso, desenvolvimento e saída de 
um respectivo servidor no serviço público. Por meio de sua análise, nos será 
permitido ter uma visão global de todas as etapas e facilitará a compreensão 
dos diversos institutos aos quais os servidores federais estão sujeitos.
Assim, a linha do tempo do serviço público compreende, basicamente, as 
seguintes fases: a) concurso, b) provimento, c) posse, d) exercício, e) 
estágio probatório, f) estabilidade e g) vacância. 
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2.1.1. Disposições Gerais
Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o gozo dos direitos políticos;
III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V – a idade mínima de dezoito anos;
VI – aptidão física e mental.
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros 
requisitos estabelecidos em lei.
De acordo com o artigo 5º da norma federal, uma série de requisitos deve 
ser observada para que o particular possa investir-se em cargo público. Tra-
ta-se, como não poderia deixar de ser, de uma lista meramente exempli-
ficativa, de forma que, a depender das atribuições do cargo público, outros 
requisitos possam ser exigidos como condição para a posse.
Merece destaque, dos requisitos apresentados, a questão da nacionalidade 
brasileira. Isso porque a Emenda Constitucional n. 19, de 1998, possibilitou 
que os estrangeiros também passem a ocupar cargos públicos nas hipóteses 
previstas em lei. 
Mas e qual é o momento em que tais requisitos devem ser atendidos? 
De acordo com a norma, os requisitos elencados apenas devem ser aten-
didos no momento da posse. 
Dessa forma, caso o particular não atenda a um dos requisitos apresen-
tados, ainda assim poderá prestar concurso público para o cargo desejado. 
Tendo o procedimento sido homologado, a Administração Pública realizará a 
nomeação do candidato, que deverá tomar posse no prazo de 30 dias.
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É neste momento (na posse no cargo público) que todos os requisitos de-
vem ser atendidos mediante a apresentação da documentação comprobatória 
respectiva.
COMENTárIO:�
Exemplificando 
Rafael, de 17 anos, possui o desejo de exercer o cargo de Técnico Judiciário 
em um Tribunal Regional do Trabalho. Para alcançar seu objetivo, ele estuda, 
diariamente, por aproximadamente 4 horas.
Com a publicação do edital, poderá Rafael prestar o concurso, mesmo não 
tendo atingido a idade legalmente exigida para o exercício de cargo público?
Certamente que sim! E isso porque todos os requisitos exigidos apenas 
devem ser comprovados no momento da posse. Quando esta ocorrer, Rafael 
já deverá ter completado a idade de 18 anos, sob pena de não ser possível o 
seu ingresso como agente estatal.
§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direi-
to de se inscrever em concurso público para provimento de cargo 
cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são 
portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por 
cento) das vagas oferecidas no concurso.
§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnoló-
gica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos 
e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedi-
mentos desta Lei. 
Estabelece o princípio da isonomia que as pessoas iguais devem ser trata-
das de forma igualitária. Ao mesmo passo, os desiguais devem ser tratados 
de forma desigual, na medida de suas desigualdades. 
Com base na isonomia, e objetivando incluir as pessoas portadoras de de-
ficiência nos quadros funcionais do Estado é que o Poder Público tem o dever 
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de assegurar, em cada concurso realizado, um percentual de vagas para os 
portadores de deficiência. 
Importante frisar, contudo, que a Lei n. 8.112/1990 não estabeleceu 
um percentual fixo de vagas que devem ser destinadas às pessoas com 
deficiência, apenas asseverando que tal percentual deve ser de até 20%. 
Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da 
autoridade competente de cada Poder.
Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.
Art. 8º São formas de provimento de cargo público:
I – nomeação;
II – promoção;
V – readaptação;
VI – reversão;
VII – aproveitamento;
VIII – reintegração;
IX – recondução.
A Lei n. 8.112/1990 estabelece diversas formas de provimento de cargo 
público, sendo elas a nomeação, a promoção, a readaptação, a reversão, o 
aproveitamento, a reintegração e a recondução. 
Destas, apenas a nomeação é considerada forma originária de pro-
vimento, sendo que todas as demais são classificadas como forma de pro-
vimento derivadas. 
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, as formas de provimento 
derivado previstas no estatuto federal podem ser classificadas em vertical, 
horizontal ou por reingresso. 
Nesta classificação, a forma de provimento derivado vertical seria aquela 
em que o servidor, já atuando na Administração Pública, passa para um cargo 
de nível mais elevado na carreira. Trata-se, em nosso ordenamento, da pro-
moção.
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O provimento derivado horizontal, por sua vez, ocorre quando o servidor 
não ascende nem é rebaixado profissionalmente, mas sim posicionado em um 
cargo com as mesmas atribuições e responsabilidades do anteriormente ocu-
pado. Das hipóteses da Lei n. 8.112/1990, apenas a readaptação se enquadra 
em tal classificação.
Por fim, temos as formas de provimento derivado por reingresso, que são 
aquelas em que o servidor retorna para o serviço público após ter sido dele 
desligado. São classificadas nesta categoria a reversão, a recondução, a rein-
tegração e o aproveitamento.
2.1.2. Nomeação
Art. 9º A nomeação far-se-á:
I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provi-
mento efetivo ou de carreira;
II – em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de 
confiança vagos. 
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de 
natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, interi-
namente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribui-
ções do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela 
remuneração de um deles durante o período da interinidade. 
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Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de pro-
vimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso público 
de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classifica-
ção eo prazo de sua validade.
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvol-
vimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão esta-
belecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na 
Administração Pública federal e seus regulamentos.
Trata-se a nomeação do modo clássico de prover o servidor no cargo pú-
blico, podendo ocorrer tanto para os cargos efetivos quanto para os cargos 
em comissão. 
No caso dos cargos efetivos, também chamados de cargo isolado de pro-
vimento efetivo ou cargo de carreira, a nomeação, necessariamente, precisa 
de aprovação em concurso público anteriormente realizado.
Para os cargos em comissão, uma vez que são considerados como de 
livre nomeação e exoneração, tal característica nem sempre está presente. 
E isso ocorre porque os cargos em comissão são destinados às funções 
de direção, chefia e assessoramento, podendo, por isso mesmo, ser li-
vremente escolhidos pela autoridade nomeante, que pode optar por provê-los 
com um servidor de carreira ou com uma pessoa até então estranha aos qua-
dros funcionais do serviço público.
2.1.3. Concurso Público
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo 
ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regu-
lamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição 
do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indis-
pensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele 
expressamente previstas.
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Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, 
podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período.
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua reali-
zação serão fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial 
da União e em jornal diário de grande circulação.
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato apro-
vado em concurso anterior com prazo de validade não expirado.
O concurso público pode ser entendido como o procedimento adminis-
trativo instaurado pelo Poder Público com o objetivo de selecionar os 
candidatos mais aptos para o exercício de cargos e empregos públicos.
E qual o fundamento para a realização de concurso público? 
O fundamento está na vedação às contratações pautadas em critérios sub-
jetivos, tal como o apadrinhamento e a nomeação de pessoas conhecidas em 
troca de benefícios escusos. 
Identifica-se, assim, que a realização de concurso público está pautada 
na observância dos princípios da impessoalidade, da moralidade, da 
isonomia e da legalidade.
A regra geral é que todas as pessoas possam participar do concurso públi-
co, que deverá ser amplamente divulgado como forma de encontrar interes-
sados. Nesse ponto, merece destaque o fato da publicidade oficial do edital 
de concurso público ser condição imprescindível para a produção de 
efeitos perante terceiros. 
No entanto, não é de qualquer forma que tal processo pode ser realizado. 
Caso assim o fosse, seria muito fácil para administradores mal-intencionados 
fraudar as regras previstas e conceder certos favorecimentos para determina-
dos candidatos, desrespeitando gravemente a impessoalidade, princípio basi-
lar de toda a atividade administrativa. 
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Por isso mesmo é que a Lei n. 8.112/1990 se preocupou em estabelecer 
diversas regras a serem observadas pela Administração Pública quando da rea-
lização de concurso público. Tais regras, salienta-se, devem observar as dispo-
sições constitucionais sobre a forma de realização dos concursos públicos, dis-
posições estas de observância obrigatória para toda a Administração Pública.
Percebam que o concurso público poderá ser de provas ou de provas e tí-
tulos, mas nunca, para os servidores regidos pela Lei n. 8.112/1990, poderá 
ser exclusivamente de títulos.
Da mesma forma, o concurso terá validade de até dois anos, e a sua 
prorrogação, que poderá ocorrer uma única vez, deverá ser pelo mesmo pra-
zo inicialmente previsto para a validade do certame.
COMENTárIO:�
Exemplificando
Poderá a administração, por exemplo, realizar concurso com prazo de valida-
de de 1 ano, estabelecendo no edital que o prazo ali estabelecido poderá ser 
prorrogado uma única vez, por igual período.
Assim, vencido o prazo do concurso, pode a administração (trata-se de uma 
faculdade) prorrogar a validade do mesmo por mais 1 ano ou realizar um 
novo concurso.
E poderá a administração publicar edital de concurso com o prazo de 
validade de 2 anos, improrrogáveis?
Perfeitamente, pois nenhuma regra foi desrespeitada. O que houve apenas foi 
que a administração, discricionariamente, optou por não estabelecer a possi-
bilidade de prorrogação.
E se fosse publicado um edital com prazo de 1 ano, estabelecendo a 
possibilidade de prorrogação por 3 vezes e estando, por isso mesmo, 
com prazo total inferior a 4 anos, seria válido?
Ainda que o prazo total de 4 anos não tenha sido superado (2 + 2), foi desres-
peitada a regra de uma única prorrogação, devendo o edital ser considerado 
nulo neste aspecto.
Prof. Diogo Surdi
Lei n. 8.112/1990
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E se tivemos um edital regulamentando um concurso e estabelecendo 
como prazo de validade 2 anos, com a possibilidade de prorrogação 
por 1 ano. Estaria a administração, nessa situação, respeitando a Lei 
n. 8.112/1990? 
Aqui, temos uma situação interessante: uma única prorrogação e o prazo 
total respeitado. No entanto, além dessas regras, não podemos nos esque-
cer de que a prorrogação, em todos os casos, deve ser pelo mesmo período 
inicialmente previsto no edital: 1 ano + 1 ano, 2 anos + 2 anos, 6 meses + 
6 meses.
Questão bastante interessante é a possibilidade de aplicação de exame 
psicotécnico ou avaliação psicológica como etapa eliminatória do concurso. 
Durante muito tempo, tivemos diversos impasses nas decisões dos tribunais 
superiores, até que o STF, no julgamento do AI 758.533/MG, estabeleceu que 
“O exame psicotécnico pode ser estabelecido para concurso público 
desde que por lei, tendo por base critérios objetivos de reconhecido 
caráter científico, devendo existir, inclusive, a possibilidade de ree-
xame”.
Posteriormente, o entendimento foi sedimentado por meio da Súmula 686, 
de seguinte teor:
Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a 
cargo público.
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Nota-se, dessa forma, que é plenamente possível o estabelecimento de 
exame psicotécnico como uma das fases do concurso público. 
Para isso, a previsão deverá estar expressa em lei, não sendo possível a 
sua determinação, exclusivamente, por meio da edição de ato administrativo. 
Além disso, deverá a administração pautar a avaliação por critérios objetivos, 
bem como possibilitar ao particular o reexame da avaliação.
2.1.4. Posse
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no 
qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilida-
des e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser 
alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os 
atos de ofício previstos em lei.
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publica-
ção do ato de provimento. 
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação 
do ato de provimento, em licença prevista nos incisos I, III e V do 
art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas 
“a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do art. 102, o prazo será contado do 
término do impedimento. 
§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica.
§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação.
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§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens 
e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao 
exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.
§ 6º Será tornado sem efeito o atode provimento se a posse não 
ocorrer no prazo previsto no § 1º deste artigo.
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção 
médica oficial.
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado 
apto física e mentalmente para o exercício do cargo.
Ocorrendo a nomeação, que deve ser publicada no Diário Oficial da União, 
o nomeado tem o prazo de 30 dias para tomar posse. Caso não tome posse no 
prazo legal, o ato de nomeação será declarado sem efeito, uma vez que 
a pessoa nomeada ainda não é considerada servidor público, fato que apenas 
ocorre com a posse.
Constitui a posse, dessa forma, o momento em que os candidatos aprova-
dos e anteriormente nomeados têm o primeiro contato com a administração 
pública, passando, a partir de então, à condição de servidores públicos e es-
tando legalmente investidos em cargo público.
A posse é materializada pela assinatura de um documento, que deve apre-
sentar, dentre outros aspectos, as atribuições, os deveres, os direitos e as 
responsabilidades do futuro servidor.
A assinatura do termo de posse poderá ser feita por intermédio de pro-
curador, com a ressalva de que a procuração deve ser específica e com po-
deres para tanto. No entanto, a participação do procurador legalmente 
constituído pelo futuro servidor limita-se à assinatura do respectivo 
termo, não ensejando nenhum tipo de direito relacionado com as atribuições 
do cargo público.
Como anteriormente apresentado, diversas são as formas de provimento 
de cargo público na órbita federal. Destas, apenas a nomeação, que é a única 
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forma de provimento originário, é que admite a posse. Nas demais formas 
de provimento, já existe um vínculo do particular com o Poder Público, não 
havendo motivos para a utilização da posse.
COMENTárIO:�
Exemplificando
Márcio é nomeado Analista Tributário da Receita Federal do Brasil. Dentro do 
prazo de 30 dias, deve tomar posse, sob pena do ato de nomeação ser tor-
nado sem efeito.
Nesse caso, como não havia vínculo entre Thiago e o Poder Público, é neces-
sário que haja a assinatura de um termo de posse.
Caso, posteriormente, Márcio sofra uma limitação em sua capacidade física 
ou mental, deverá ele ser readaptado em um cargo de atribuições e respon-
sabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido.
Nessa hipótese, como Márcio já era servidor público, é notório que já havia 
um vínculo estabelecido entre ele e o Poder Público, não havendo, como con-
sequência, necessidade de uma nova posse quando da ocorrência da readap-
tação (forma de provimento derivado).
Como forma de evitar a ocorrência de possíveis atos de improbidade admi-
nistrativa, a Lei n. 8.112/1990 determina que, no momento da posse, o servidor 
apresente uma declaração de bens e valores que constituem o seu patrimônio.
Anualmente, a declaração de bens deverá ser renovada, possibilitando 
que o Poder Público verifique se a soma dos valores recebidos, pelo servidor, 
a título de remuneração dos cofres públicos, é compatível com o novo patri-
mônio apresentado.
COMENTárIO:�
Exemplificando
Caio toma posse em cargo público, oportunidade em que apresenta sua decla-
ração de bens e valores no valor total de R$ 30 mil.
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Se considerarmos que o total dos valores recebidos, no primeiro ano de exer-
cício de Caio, totaliza R$ 60 mil, bem como que a declaração apresentada por 
ele, após o término do primeiro ano de exercício funcional, totaliza R$ 500 
mil, é inegável (a menos que algum fato estranho devidamente comprovado 
tenha ocorrido) que a evolução patrimonial de Caio não é condizente com a 
remuneração por ele recebida dos cofres públicos.
2.1.5. Exercício
Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo 
público ou da função de confiança.
§ 1º É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo 
público entrar em exercício, contados da data da posse.
§ 2º O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito 
o ato de sua designação para função de confiança, se não entrar em 
exercício nos prazos previstos neste artigo, observado o disposto 
no art. 18.
§ 3º À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for 
nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício.
§ 4º O início do exercício de função de confiança coincidirá com a 
data de publicação do ato de designação, salvo quando o servidor 
estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, 
hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do 
impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação.
Ocorrendo a posse, temos a investidura de mais um servidor para os qua-
dros funcionais da Administração Pública federal. E como forma do servidor 
conhecer o local da repartição para onde foi nomeado e se organizar-se me-
lhor com relação a mudanças, hospedagem e demais procedimentos, a Lei n. 
8.112/1990 faculta ao servidor o prazo de 15 dias, contados da posse, para 
a entrada em exercício.
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Caso o servidor anteriormente empossado não entre em exercício no pra-
zo legal, teremos, ao contrário do que ocorre com a nomeação, a exoneração 
do servidor, uma vez que, conforme anteriormente mencionado, a posse é o 
momento em que o particular passa a constar nos assentamentos funcionais 
da administração, sendo considerado, a partir de então, servidor público.
Constitui o exercício o efetivo desempenho do cargo público ou da 
função de confiança.
É durante o exercício do servidor que todos os demais institutos se fazem 
presentes, de forma que passa ele a contar com uma série de direitos e de 
obrigações, submetendo-se a um período de estágio probatório e adquirindo, 
caso cumpra os requisitos previstos em lei, a estabilidade.
Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercí-
cio serão registrados no assentamento individual do servidor.
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresentará 
ao órgão competente os elementos necessários ao seu assenta-
mento individual.
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é 
contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de 
publicação do ato que promover o servidor.
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em 
razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou 
posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo, 
trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retoma-
da do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse 
prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.
§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado 
legalmente, o prazo a que se refere este artigo será contado a partir 
do término do impedimento.
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no 
caput.
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Todas as movimentações do servidor serão registradas nos seus assenta-
mentos funcionais, que nada mais é do que o registro de todas as eventuais 
funções desempenhadas pelo agente.
Importante questão refere-se ao servidor que tiver que desempenhar suas 
atividades em outro município em razão de ter sido removido, redis-
tribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório. Nesse 
caso, será concedido a ele um período de tempo de, no mínimo, 10 dias, e 
de, no máximo, 30 dias para a retomada das atividades.
Caso ele se encontre, quando da informação da necessidade de exercício 
em outro município, no gozo de alguma licença ou afastamento, os prazos 
mínimo e máximo apenas terão início após o término do impedimento, sendo 
facultado ao servidor declinar desses prazos e retomar o desempenho de suas 
atividades, no novo município, antes do período de tempo a ele assegurado.
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em 
razão das atribuições pertinentes aosrespectivos cargos, respei-
tada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas e 
observados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas 
diárias, respectivamente.
§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança 
submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, observado 
o disposto no art. 120, podendo ser convocado sempre que houver 
interesse da Administração.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica a duração de trabalho 
estabelecida em leis especiais.
A jornada de trabalho do servidor público federal é de 40 horas semanais, 
observados os limites mínimo e máximo de 6 e 8 horas diárias. Tal limite não 
se aplica, contudo, ao servidor ocupante de cargo em comissão ou função de 
confiança.
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Para tais agentes, e considerando que estes recebem um adicional pelo desem-
penho de suas atribuições, o regime de serviço é de integral dedicação, podendo ser 
convocado, nos termos legais, sempre que houver interesse da Administração.
Os limites de jornada estabelecidos pela norma não se aplicam aos servi-
dores públicos que trabalham sob condições diferenciadas, tais como os mé-
dicos de saúde pública e os médicos do trabalho.
2.1.6. Estágio Probatório
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo 
de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por perí-
odo de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e 
capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, 
observados os seguintes fatores:
I – assiduidade;
II – disciplina;
III – capacidade de iniciativa;
IV – produtividade;
V – responsabilidade.
§ 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio proba-
tório, será submetida à homologação da autoridade competente a 
avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão cons-
tituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o 
regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da con-
tinuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do 
caput deste artigo.
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§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será exonera-
do ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, 
observado o disposto no parágrafo único do art. 29.
§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer 
cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia 
ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e somente 
poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de 
Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo-
-Direção e Assessoramento Superiores – DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou 
equivalentes.
A partir da data em que entra em exercício, inicia-se, para o servidor ocu-
pante de cargo efetivo, o estágio probatório, período de avaliação em que 
diversos fatores são levados em conta para a verificação da aptidão e da ca-
pacidade do agente público.
O instituto do estágio probatório está intimamente ligado ao princípio da 
eficiência, sendo um dos momentos em que a administração pode verificar se 
o servidor atende às condições por ela exigidas.
Tais condições, de acordo com a Lei n. 8.112/1990, são as seguintes: a) 
assiduidade; b) disciplina; c) capacidade de iniciativa; d) produtivida-
de; e) responsabilidade.
Ainda que o texto da Lei n. 8.112/1990 afirme que o período de estágio 
probatório é de 24 meses, deve-se ressaltar que, com a entrada em vigor da 
Emenda Constitucional n. 19, ocorrida em 1998, o período para aquisição da es-
tabilidade (e, consequentemente, de estágio probatório) passou a ser de 3 anos.
A avaliação do servidor que se encontra em estágio probatório deve ser 
periódica e de acordo com a periodicidade prevista em regulamento de cada 
órgão. Quatro meses antes de findo o período do estágio, a avaliação 
de desempenho do servidor, que será realizada por comissão constituída para 
esta finalidade, será submetida à homologação da autoridade competente.
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Tendo o servidor sido aprovado no estágio probatório, passa a adquirir a 
estabilidade, que, ressalta-se, vale para todo o serviço público, e não apenas 
para o cargo público que o servidor eventualmente ocupa.
Caso não seja aprovado, os efeitos, para o servidor, poderão ser dois:
a) caso o servidor já seja estável, terá ele direito de retornar ao cargo 
anteriormente ocupado. Nessa hipótese, caso o cargo anteriormente ocupado 
já esteja preenchido por outra pessoa, o servidor inabilitado será aproveitado 
em outro, a critério da administração.
b) caso o servidor não seja estável, a inabilitação no estágio probatório 
acarreta a exoneração do cargo público, oportunidade em que o vínculo com 
o Poder Público é rompido.
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser con-
cedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81, inci-
sos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar 
de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para 
outro cargo na Administração Pública federal.
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os 
afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1º, 86 e 96, bem assim 
na hipótese de participação em curso de formação, e será retomado 
a partir do término do impedimento.
Será que o servidor em estágio probatório tem direito a usufruir 
de todas as licenças e afastamentos previstos no estatuto funcional?
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De acordo com a lei, durante o estágio probatório, o servidor faz jus a uma 
grande quantidade de direitos, licenças e afastamentos. No entanto, não são 
todas as licenças e afastamentos que podem ser usufruídos pelos servidores 
em estágio.
Vejamos, dessa forma, quais as licenças e os afastamentos que podem ou 
não ser usufruídos pelos servidores públicos federais que se encontrem em 
estágio probatório.
Licenças e afastamentos passíveis de 
utilização no estágio probatório
Licenças e afastamentos que não podem 
ser utilizados no estágio probatório
Licença por motivo de doença em pessoa da 
família
Licença para capacitação
Licença por motivo de afastamento do côn-
juge ou companheiro
Licença para tratar de interesses particulares
Licença para o serviço militar Licença para desempenho de mandato clas-
sista
Licença para atividade política
Afastamento para exercício de mandato ele-
tivo
Afastamento para estudo ou missão no exte-
rior
Afastamento para servir em organismo inter-
nacional de que o Brasil participe ou com o 
qual coopere
Uma forma bastante conhecida de memorizar as situações apresentadas 
é por meio das licenças e afastamentos que não podem ser concedidos ao 
servidor, que, em conjunto, formam o mnemônico “MA-TRA-CA”, ou seja, 
mandato classista, tratamento de interesses particulares e capacitação.
2.1.7. Estabilidade
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empossado 
em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço 
público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício.
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Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sen-
tença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo 
disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
A estabilidade constitui uma das principais garantias dos servidores pú-
blicos estatutários. Por meio dela, objetiva-se proporcionar que o servidor 
desempenhe suas atribuições sem a coação das autoridades superiores, que, 
não fosse a estabilidade, poderiam condicionar determinados comportamen-
tos dos servidores à exoneração do cargo público.
Não se trata a estabilidade, no entanto, de uma regra absoluta, uma vez 
que não existem direitos e garantias com essa qualidade. Caso assim o fosse, 
estaríamos diante de um sério risco de engessamento do serviço público, com 
a possibilidade surreal de termos servidores praticando faltas graves contra a 
Administraçãosem a possibilidade de demissão.
Além das hipóteses elencadas pela Lei n. 8.112/1990, temos duas outras 
possibilidades de perda do cargo público para os servidores estáveis. Tais si-
tuações são extraídas do texto da Constituição Federal, sendo elas o procedi-
mento de avaliação periódica e a redução de despesas quando os entes 
federativos não observarem o limite máximo de gastos com pessoal.
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2.1.8. Readaptação
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atri-
buições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha 
sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção 
médica.
§ 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será 
aposentado.
§ 2º A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, 
respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalên-
cia de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o 
servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrên-
cia de vaga.
A readaptação ocorre quando o servidor sofre uma limitação em sua ca-
pacidade física ou mental, mas ainda pode trabalhar, não sendo o caso de 
aposentadoria.
Como exemplo, podemos citar um acidente no qual o servidor ficou im-
possibilitado de digitar. Se, anteriormente, tal servidor era responsável pela 
confecção das intimações e citações no órgão em que atuava, não há, com 
a limitação ocorrida, a possibilidade de o servidor continuar exercendo tais 
atividades.
Mas percebam que o servidor não está impossibilitado para o serviço pú-
blico, podendo perfeitamente exercer atividades que não exijam o esforço 
repetitivo de digitação.
Nessa situação, a Administração coloca o servidor em um cargo compatí-
vel com a limitação sofrida. No entanto, para que isso seja possível, devem 
ser observadas algumas características:
a) as atribuições do novo cargo devem ser afins com o cargo anteriormen-
te ocupado;
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b) a habilitação exigida e o nível de escolaridade devem ser os mesmos 
exigidos para a investidura no cargo anteriormente ocupado;
c) deve haver equivalência de vencimentos;
Caso o servidor seja considerado incapaz para o serviço público, ocorrerá 
a aposentadoria do respectivo agente público.
2.1.9. Reversão
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:
I – por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsisten-
tes os motivos da aposentadoria; ou
II – no interesse da administração, desde que:
a) tenha solicitado a reversão;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à soli-
citação;
e) haja cargo vago.
§ 1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de 
sua transformação.
§ 2º O tempo em que o servidor estiver em exercício será conside-
rado para concessão da aposentadoria.
§ 3º No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor 
exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.
§ 4º O servidor que retornar à atividade por interesse da adminis-
tração perceberá, em substituição aos proventos da aposentadoria, 
a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as van-
tagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à aposen-
tadoria.
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§ 5º O servidor de que trata o inciso II somente terá os proventos 
calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos 
cinco anos no cargo.
§ 6º O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo.
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 
70 (setenta) anos de idade.
Reversão é o retorno à atividade do servidor anteriormente aposentado, 
desde que atendidas as regras estabelecidas pelo Poder Executivo e desde 
que o servidor não tenha atingido a idade de 70 anos.
Tal forma de provimento pode ocorrer de duas formas:
a) por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os 
motivos da aposentadoria.
b) no interesse da administração, desde que, nesse caso, o servidor obe-
deça a uma série de regras:
a) tenha solicitado a reversão;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago;
Como não poderia deixar de ser, a reversão será feita para o mesmo car-
go anteriormente ocupado pelo servidor, ou então para o cargo resultante de 
uma possível transformação.
Com a reversão, o servidor volta a receber a remuneração que anterior-
mente recebia, com todas as vantagens de caráter pessoal eventualmente 
existentes.
No caso de reversão por invalidez, tendo a junta médica declarado que os 
motivos alegados pelo servidor, para se aposentar, são insubsistentes, deverá 
ele retornar para o serviço público ainda que não haja cargo vago, em plena 
sintonia com o princípio da indisponibilidade do interesse público. Nessa situ-
ação, deverá o servidor exercer suas atribuições como excedente.
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2.1.10. Reintegração
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no 
cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua trans-
formação, quando invalidada a sua demissão por decisão adminis-
trativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em 
disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31.
§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será 
reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou apro-
veitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.
A reintegração consiste no retorno do servidor anteriormente demitido ao 
cargo anteriormente ocupado ou no cargo resultante de sua transformação, 
com ressarcimento de todas as vantagens. Para isso, a demissão deverá ter 
sido invalidada por decisão administrativa ou judicial.
Grande controvérsia reside nos efeitos da reintegração para o servidor 
eventualmente ocupante da vaga decorrente de demissão. Isso porque a Lei 
n. 8.112/1990 determina que “encontrando-se provido o cargo, o seu even-
tual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização 
ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade”.
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2.1.11. Recondução
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo ante-
riormente ocupado e decorrerá de:
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II – reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, 
o servidor será aproveitado em outro, observado o disposto 
no art. 30.
Recondução é a forma de provimento em que ocorre o retorno do servi-
dor ao cargo anteriormente ocupado. Duas são as situações que ensejam a 
recondução do servidor, sendo que ambas decorrem da estabilidade por ele 
alcançada no serviço público:
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II – reintegração do anterior ocupante;
Nas duas situações apresentadas, o servidor público federal já é estável 
no serviço público, de forma que uma possível inabilitação em estágio proba-
tório relativo a outro concurso por ele prestado não possui o efeito, por si só, 
de acarretar a exoneração do servidor.
Da mesma forma, caso ele passe a exercer as atribuições de um cargo 
até então ocupado por um servidor demitido, e este, posteriormente, consiga 
anular a sua demissão na justiça, sendo reintegrado ao cargo que ocupava, 
não poderá o servidor estável ser exonerado, devendo ser reconduzido ao 
cargo onde adquiriu a estabilidade.
Ressalta-se que a possibilidade de recondução não é um direito extensí-
vel, por analogia, aos servidores estatutários das demais esferas federativas. 
Dessa forma, para que a recondução seja possível, deverão os entes esta-
belecer talprevisão nos respectivos estatutos funcionais de seus servidores, 
conforme entendeu o STJ no julgamento do RMS 46.438, realizado em 2015:
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Não é possível a aplicação, por analogia, do instituto da recondução previsto 
no art. 29, I, da Lei n. 8.112/1990/1990 a servidor público estadual na hipó-
tese em que o ordenamento jurídico do estado for omisso acerca desse direi-
to. Isso porque a analogia das legislações estaduais e municipais com a Lei n. 
8.112/1990/1990 somente é possível se houver omissão no tocante a direito de 
cunho constitucional autoaplicável que seria necessário para suprir a omissão da 
legislação estadual, bem como que a situação não dê azo ao aumento de gastos.
2.1.12. Disponibilidade e Aproveitamento
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-
-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições 
e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará 
o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga 
que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Públi-
ca federal.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3º do art. 37, o ser-
vidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabi-
lidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Administra-
ção Federal – SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em outro 
órgão ou entidade.
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a dis-
ponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, 
salvo doença comprovada por junta médica oficial.
Caso ocorra a extinção ou a declaração de desnecessidade de um cargo 
público, o servidor até então ocupante, e desde que já seja estável, será posto 
em disponibilidade. Como consequência, receberá proventos proporcionais ao 
tempo de serviço e aguardará, durante esse período, um novo “chamado” da 
Administração.
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Esse chamado acontecerá por intermédio do aproveitamento, que se cons-
titui em forma de provimento derivada dos cargos públicos federais. Com o 
aproveitamento, o servidor até então em disponibilidade deve retornar para 
as suas atribuições. No entanto, como o cargo anterior foi extinto ou declara-
do desnecessário, o aproveitamento deverá ocorrer em cargo de atribuições 
e vencimentos compatíveis com o até então ocupado.
Tendo sido publicado o ato de aproveitamento, o servidor deve entrar em 
exercício dentro do prazo legalmente previsto. Caso assim não processa, o 
aproveitamento é tornado sem efeito e a disponibilidade do servidor é cassada.
2.2. Vacância
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
I – exoneração;
II – demissão;
III – promoção;
VI – readaptação;
VII – aposentadoria;
VIII – posse em outro cargo inacumulável;
IX – falecimento.
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As diversas hipóteses de vacância são situações em que o servidor público 
deixa o cargo público anteriormente ocupado. Tais situações podem ser de 
caráter definitivo, oportunidade em que o agente estatal rompe o seu vínculo 
com o Poder Público, ou então tratar-se de hipóteses em que ocorre a simples 
troca dos cargos ocupados pelo servidor.
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do 
servidor, ou de ofício.
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
I – quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
II – quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em 
exercício no prazo estabelecido.
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função 
de confiança dar-se-á:
I – a juízo da autoridade competente;
II – a pedido do próprio servidor.
A exoneração não se trata de uma forma de punição do agente público, 
mas sim do rompimento do vínculo mantido entre o servidor e a Administra-
ção Pública federal. Tal forma de vacância pode ocorrer de maneira voluntária 
ou involuntária.
É voluntária quando a exoneração ocorre a pedido do servidor. Tratando-
-se de exoneração de ofício, de iniciativa do Poder Público, estaremos diante 
da exoneração involuntária.
De acordo com a Lei n. 8.112/1990, apenas em duas situações teremos 
a exoneração involuntária (de ofício) do servidor público ocupante de cargo 
efetivo:
a) Quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
b) Quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercí-
cio no prazo estabelecido, que é de 15 dias.
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Quando se tratar de cargo em comissão, tendo em vista que este é de livre 
nomeação e exoneração e possui a característica da transitoriedade, a exone-
ração poderá ocorrer, a qualquer tempo, a pedido do servidor (voluntária) ou 
de ofício, no interesse da administração (involuntária).
Vejamos as demais formas de vacância do serviço público fede-
ral...
Demissão
Ao contrário da exoneração, que é a saída não punitiva do servidor, as situa-
ções que acarretam a demissão são hipóteses previstas em lei em que o servi-
dor comete alguma infração disciplinar ou não observa determinadas normas 
previstas no estatuto funcional.
A depender da gravidade da conduta, conforme será visto oportunamente, 
a demissão acarretará a impossibilidade de o servidor retornar ao serviço 
público dentro do prazo de 5 anos ou até mesmo indefinidamente.
Aposentadoria
Trata-se da forma de vacância natural, em que o servidor, após atender 
às condições previstas na Constituição Federal, rompe o seu vínculo com 
o Poder Público, passando a receber proventos decorrentes da inatividade.
Falecimento
Com o falecimento, ocorre a vacância no cargo público, que será, após a 
publicação no diário oficial, objeto de preenchimento por novo servidor 
público.
Posse em cargo 
inacumulável
A posse em cargo inacumulável trata-se da hipótese de vacância em 
que o servidor público deixa de ocupar um cargo público para ingressar, 
sem quebra de vínculo com o Poder Público, em outro órgão ou entidade 
do mesmo ente federativo.
Como exemplo, podemos apresentar um particular que tenha sido apro-
vado para o cargo de Técnico Judiciário de um tribunal do Poder Judici-
ário federal.
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Posteriormente, o servidor é aprovado para o cargo de Auditor-Fiscal 
da Receita Federal do Brasil, cargo que, ainda que integrante do Poder 
Executivo, pertence à mesma esfera federativa.
Nessa situação, como forma de não perder o tempo de serviço público 
prestado como Técnico Judiciário, bem como utilizar os dias trabalhados 
na contagem de férias e demais verbas acessórias, o servidor solicita 
vacância no órgão de origem com base em posse em cargo inacumulável.
Caso, em sentido oposto, ele apenas tivesse solicitado exoneração, 
haveria a quebra do vínculo com Poder Público, sujeitando-se o servidor 
às eventuais regras instituídas antes da sua investidura no novo cargo.
Promoção
Como vimos nas hipóteses de provimento, com a promoção, o servidor 
é alçado a uma nova classe na carreira, de forma que o cargo anterior-
mente ocupado fica vago.
Por isso mesmo, esta é uma das hipóteses em que ocorre, simultanea-
mente, um provimento e uma vacância.
Readaptação
Da mesma forma como ocorre com a promoção, a readaptação é uma 
forma tanto de provimento quanto de vacância.
Vejamos: se o servidor sofreu uma limitação (física ou mental) e tem 
de ser aproveitado em um cargo compatível com a limitação sofrida, é 
certo que o cargo anteriormente ocupado pelo servidor ficará vago.
Dessa forma, a administração coloca o servidor em um cargo compatí-
vel com a limitação sofrida (provimento), ao passo que o cargo anterior-
mente ocupado fica vago para ser ocupado por outra pessoa (vacância).
Das hipóteses apresentadas pela Lei n. 8.112/1990 como situações de 
vacância, duas delas constituem, da mesma forma, hipóteses de provimento, 
sendo elas a readaptação e a promoção.
2.3. Remoção
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou deofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se 
por modalidades de remoção:
I – de ofício, no interesse da Administração;
II – a pedido, a critério da Administração;
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III – a pedido, para outra localidade, independentemente do inte-
resse da Administração:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor 
público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no inte-
resse da Administração;
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou depen-
dente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento fun-
cional, condicionada à comprovação por junta médica oficial;
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que 
o número de interessados for superior ao número de vagas, de 
acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em 
que aqueles estejam lotados.
A remoção pode ser entendida como o “deslocamento do servidor, a pedi-
do ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede”, 
conforme determinação da Lei n. 8.112/1990.
Do conceito legal, nota-se que a remoção (que não é uma forma de provi-
mento em cargo público), pode ocorrer tanto por iniciativa do servidor quan-
to por iniciativa do Poder Público. Nesse mesmo sentido, poderá a remoção 
dar-se com ou sem a mudança da sede onde o servidor desempenha suas 
atribuições.
Na remoção de ofício, é o interesse da administração que é levado em 
conta, sem margem de opção para a análise da vontade do servidor.
Na remoção a pedido, em sentido oposto, é a vontade do servidor que é 
levada em conta, tratando-se de um ato, via de regra, discricionário do Poder 
Público. Por isso mesmo, a administração deve levar em conta a conveniência 
e a oportunidade para deferir ou não o pedido de remoção.
Em determinadas situações, no entanto, teremos a remoção por iniciativa 
do servidor sem que possa a administração analisar o mérito da questão, tra-
tando-se, por isso mesmo, de um ato vinculado e que deve, obrigatoriamen-
te, ser deferido pelo Poder Público.
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Três são as situações, de acordo com a Lei n. 8.112/1990 (art. 36, III), 
que ensejam o deferimento da remoção independente da vontade da admi-
nistração:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público 
civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração;
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente 
que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicio-
nada à comprovação por junta médica oficial;
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o nú-
mero de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas 
preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.
Da análise das hipóteses de remoção, verifica-se que, quando a admi-
nistração, de ofício, resolve remover o servidor, o que está sendo levado em 
conta é apenas a vontade do próprio poder estatal, independentemente de o 
servidor concordar ou não com tal procedimento.
Já na remoção a pedido, temos duas possibilidades: o pedido ter sido for-
mulado pelo servidor e haver a possibilidade de a Administração aceitar ou 
não tal situação, com base no interesse desta, e a situação em que o pedido 
de remoção ocorre por parte do servidor, não restando alternativa para a Ad-
ministração Pública que não seja o seu deferimento.
Nessa última hipótese, ou seja, quando a Administração se encontra vin-
culada ao pedido do servidor público, princípios basilares como a saúde e a 
manutenção do núcleo familiar são levados em conta.
COMENTárIO:�
Exemplificando
Na hipótese da remoção para acompanhar cônjuge, também servidor, que 
tenha sido removido no interesse da administração, objetiva-se assegurar a 
manutenção do núcleo familiar, evitando-se que uma remoção de iniciativa do 
Poder Público torne inviável a relação até então existente.
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2.4. Redistribuição
Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento 
efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, 
para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia aprecia-
ção do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos:
I – interesse da administração;
II – equivalência de vencimentos;
III – manutenção da essência das atribuições do cargo;
IV – vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade 
das atividades;
V – mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação pro-
fissional;
VI – compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades 
institucionais do órgão ou entidade.
§ 1º A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação 
e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos 
casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade.
§ 2º A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante ato 
conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e entidades da 
Administração Pública federal envolvidos.
§ 3º Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, 
extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou enti-
dade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado em 
disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31.
§ 4º O servidor que não for redistribuído ou colocado em disponibi-
lidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do 
SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até 
seu adequado aproveitamento.
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A redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, esteja 
ou não ele ocupado, e desde que tal deslocamento ocorra para outro órgão ou 
entidade, mas sempre no âmbito do mesmo Poder.
Para que a redistribuição seja feita, faz-se necessário, ainda, que alguns 
requisitos sejam atendidos, sendo eles:
I – interesse da administração;
II – equivalência de vencimentos;
III – manutenção da essência das atribuições do cargo;
IV – vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das 
atividades;
V – mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;
VI – compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institu-
cionais do órgão ou entidade;
A redistribuição também poderá ocorrer com a finalidade de ajuste 
de lotação ou nos casos de reorganização e extinção do órgão ou en-
tidade. Tratando-se de cargos efetivos que se encontrem vagos, a realização 
da redistribuição deverá ser realizada em conjunto entre o SIPEC (Sistema de 
pessoal civil da administração pública) e os órgãos ou entidades envolvidos.
Caso, no entanto, ocorra a extinção de um órgão ou entidade e os servido-
res não sejam redistribuídos, deverão os mesmos ser mantidos em disponibi-
lidade. Caso não sejam colocados em disponibilidade, deverão ser mantidos 
sob responsabilidade do SIPEC até o seu adequado aproveitamento.
Extinção
Ocorre a 
extinção do 
órgão ou 
entidade
1º
Servidores 
devem ser 
redistribuídos
2º
Servidores 
deverão ser 
postos em 
disponibilidade
3º
Servidores 
serão mantidos 
pelo SIPEC
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Tanto nas situações de remoção quanto de redistribuição, quando ocorrer 
a mudança de Município onde o servidor passe a desempenhar as suas atri-
buições, deverá ser a ele assegurado um prazo de trânsito para a entrada em 
exercício, que, nos termos da Lei n. 8.112/1990, será de no mínimo 10 dias 
e de no máximo 30 dias.
Os institutos da remoção e da redistribuição podem ser diferenciados por 
meio da seguinte tabela:
Remoção Redistribuição
Não se trata de uma forma de provimento Não se trata de uma forma de provimentoNão altera o contingente funcional Não altera o contingente funcional
Trata-se do deslocamento de servidor Trata-se do deslocamento de cargo
Destina-se a assegurar a preservação de 
valores como a saúde do servidor e o núcleo 
familiar
Trata-se de uma forma de organização da 
administração pública
Quando ocorrer a mudança de Município, 
deve ser conferido um prazo de 10 a 30 dias 
para a entrada em exercício
Quando ocorrer a mudança de Município, 
deve ser conferido um prazo de 10 a 30 dias 
para a entrada em exercício
2.5. Substituição
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou 
chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substi-
tutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, pre-
viamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.
§ 1º O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem 
prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de 
direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, 
impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância 
do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um 
deles durante o respectivo período.
§ 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou 
função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos 
casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superio-
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res a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efeti-
va substituição, que excederem o referido período.
Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de uni-
dades administrativas organizadas em nível de assessoria.
A substituição trata-se de instituto decorrente do princípio da continuida-
de dos serviços públicos. Com ela, objetiva-se que o serviço não seja inter-
rompido em razão da ausência do titular da função. Caso assim não fosse, 
a coletividade usuária do serviço prestado é que seria prejudicada pela sua 
interrupção.
Todos os órgãos ou entidades possuem cargos de chefia e funções de di-
reção, sendo que os servidores que ocupam tais funções, além de receber um 
adicional pelo exercício desempenhado, exercem atividades que exigem um 
maior nível de responsabilidade.
Assim, quando os titulares desses cargos se ausentam (como, por exem-
plo, nas férias, licenças ou afastamentos admitidos pela Lei n. 8.112/1990), o 
substituto, que deve ser anteriormente designado, assume cumulativamente, 
ou seja, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício temporário das atri-
buições do titular. Como contrapartida, recebe um adicional durante o 
período em que durar a substituição.
Da análise dos dispositivos referentes à substituição, percebe-se que o 
servidor, quando estiver substituindo o titular, pode, quando o período não 
exceder a 30 dias, optar pela remuneração que deseja receber, se 
aquela do cargo em que originalmente atua ou a do servidor substi-
tuído.
Após o prazo de 30 dias, e tendo continuado a substituição, o ser-
vidor substituto passa a receber a remuneração do titular da função, 
sem a possibilidade de optar por uma das duas remunerações.
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3. Direitos e Vantagens
3.1. Vencimento e remuneração
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de 
cargo público, com valor fixado em lei.
Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido 
das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.
O vencimento e a remuneração são, sem dúvida alguma, duas das mais 
importantes vantagens concedidas aos servidores. E como estamos no âmbito 
da administração pública, em plena consonância com o princípio da legalidade, 
é a própria Lei n. 8.112/1990 que estipula as diversas regras referentes ao as-
sunto, dentre as quais se destaca a que determina que “é proibida a presta-
ção de serviços gratuitos, salvo nos casos estipulados em lei” (art. 4º).
Devemos guardar a diferenciação existente entre vencimento e remunera-
ção. Vencimento é um conceito mais restrito, tratando-se da retribuição pecu-
niária pelo exercício do cargo público. Remuneração, por outro lado, apresen-
ta um conceito mais amplo, compreendendo os vencimentos e as vantagens 
pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.
Vencimento
Vantagens 
permanentes
Remuneração
§ 1º A remuneração do servidor investido em função ou cargo em 
comissão será paga na forma prevista no art. 62.
§ 2º O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou enti-
dade diversa da de sua lotação receberá a remuneração de acordo 
com o estabelecido no § 1º do art. 93.
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Quando o servidor for investido em cargo em comissão ou função de con-
fiança, receberá uma retribuição pelo seu exercício, uma vez que tais atribui-
ções são consideradas estratégicas para o bom andamento da repartição.
Quando o exercício das funções de chefia for em órgão ou entidade diver-
so da lotação do servidor, a remuneração será paga da seguinte forma:
a) Sendo a cessão para órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Fe-
deral e dos Municípios, estes serão os responsáveis pelo pagamento.
b) Sendo a cessão para outro órgão ou entidade federal, a responsabilida-
de pelo pagamento da remuneração continua sendo da União.
§ 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de 
caráter permanente, é irredutível.
§ 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atri-
buições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servido-
res dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter individu-
al e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.
Como decorrência do princípio da irredutibilidade salarial, o vencimento 
dos cargos efetivos, tal como as parcelas de caráter permanente, não poderá 
ser reduzido. Poderá o Poder Público, contudo, reduzir uma parcela recebida 
em caráter eventual ou mediante um determinado período de tempo.
COMENTárIO:�
Exemplificando
Caso um servidor passe a ocupar uma função de chefia, receberá, enquan-
to permanecer no desempenho destas atividades, uma retribuição pelo seu 
exercício.
Perderá o servidor, quando deixar de desempenhar a função, a retribuição 
pelo seu exercício. Não perderá ele, contudo, o vencimento e as demais par-
celas de caráter permanente que já recebia.
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Em sintonia com o princípio da isonomia, a norma estabelece que os ser-
vidores dos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), bem como os 
servidores de um mesmo Poder devem receber vencimentos de mesmo valor 
quando desempenharem atribuições iguais ou assemelhadas.
Exceção à regra são as parcelas de caráter individual (um servidor que 
possui filho terá direito a auxílio pré-escolar, verba não creditada aos servi-
dores que não possuam) e as relativas à natureza e ao local de trabalho (um 
servidor que trabalha em zona de fronteira terá direito ao adicional de peno-
sidade, verba não paga ao servidor que não trabalha em tais localidades).
§ 5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário 
mínimo.
De acordo com o artigo 41, § 5º, da Lei n. 8.112/1990, temos a previsão 
de que “nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo”.
No entanto, a Súmula Vinculante n. 6 do STF criou uma exceção à regra 
geral ao estabelecer que:
Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário 
mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.
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Os praças militares são os indivíduos recém-incorporados ao serviço mili-
tar. Ainda que não sejam abrangidos pela Lei n. 8.112/1990, trata-se de im-
portante entendimento do STF que já foi cobrado diversas vezes em provas 
de concurso.
Frisa-se que o vencimento do servidor público federal pode perfeitamente 
ser inferior ao salário mínimo. Como mencionado, o que não pode ser inferior 
ao salário é a remuneração, conceito que abrange o vencimento e as

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