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Contestação É a resistência à pretensão e ao pedido do autor. O réu exerce o direito de ação através da contestação -> é puramente processual, pois mesmo sem amparo comprovado do direito material, sempre se assegura ao réu o direito de formular sua contestação. Princípio do contraditório. O réu pode dispor livremente do ônus da defesa, escolhendo se o usará ou não. Porém, quando o direito em litígio é indisponível, o réu não pode renunciar à defesa, cabendo ao Ministério Público assumir o papel de autor. O réu, após a citação, poderá permanecer inerte, ou responder à petição, ou reconhecer a procedência do pedido. Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I ; III - prevista no art. 231 , de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos. Prazos: → Em regra, o réu tem 15 dias, a contar do primeiro dia útil seguinte à citação ou à realização da audiência de conciliação. → No litisconsórcio passivo, o prazo de defesa é comum a todos os réus, EXCETO se os litisconsortes passivos manifestarem seu desinteresse em petições distintas. → Ou seja, se as audiências não forem realizadas a pedido dos réus, o prazo de resposta INDIVIDUAL começará a correr após a apresentação de seus respectivos pedidos de cancelamento da audiência. → O prazo será dobrado para 30 dias quando os litisconsortes estiverem representados por advogados diferentes e de escritórios distintos (art. 229) → Sem a audiência de conciliação, o prazo de resposta só se inicia após a citação do último litisconsorte. Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. Petição escrita, subscrita por advogada e endereçada ao juiz da causa (art. 335) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art334%C2%A74i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art231 Princípio da eventualidade ou da concentração: toda matéria de defesa, mesmo que contraditória, deve ser apresentada na contestação, sob pena de preclusão do direito de invocar posteriormente tal matéria. • Se alguma arguição defensiva for omitida, o réu estará impedido de levantá-la posteriormente, salvas as hipóteses do art. 342: a. Se for relativa a direito ou fato superveniente; b. Se a matéria arguida puder ser conhecida de ofício pelo juiz; c. Se, por expressa autorização legal, a matéria puder ser formulada em qualquer tempo e juízo. Ônus da defesa especificada: Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: I - não for admissível, a seu respeito, a confissão; II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato; III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial. → Em regra, existe o ônus da impugnação específica -> deve-se negar especificamente cada um dos fatos arrolados pelo autor. → Ou seja, NÃO é cabível a contestação por negativa geral -> “tudo que está na inicial não é verdadeiro”. → Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados precisamente, dispensando apresentação de provas a seu respeito. → Não se aplica ao defensor público, advogado dativo ou curador especial, pois, normalmente, esses profissionais não possuem a mesma relação com seu cliente que advogados normalmente contratados. → Exceções: a. Se não for possível a confissão a respeito das alegações, como em caso de direitos indisponíveis; b. Se a petição não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar essencial ao ato; c. Se, considerando o seu conjunto, estiver em contradição com a defesa -> a impugnação de apenas alguns dos fatos arrolados implica na rejeição dos demais fatos, pois não há compatibilidade lógica na situação. → Mesmo se o réu não impugnar determinado fato, o juiz não pode simplesmente ignorar as provas que venham a negar a veracidade desse acontecimento. Comumente, pode apresentar 04 tópicos: preliminar, mérito, intervenção de terceiros e reconvenção. Preliminar Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: I - inexistência ou nulidade da citação; II - incompetência absoluta e relativa; III - incorreção do valor da causa; IV - inépcia da petição inicial; V - perempção; VI - litispendência; VII - coisa julgada; VIII - conexão; IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; X - convenção de arbitragem; XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. - Defesa do processo. - Indireta, pois inutiliza o processo, o instrumento do qual o autor se vale para buscar a tutela jurisdicional, sem que haja resolução de mérito. - Vícios processuais sanáveis e insanáveis. - Opõe ao autor aspectos formais-burocráticos da causa que podem vir a prejudicar o julgamento do mérito. - Pode acarretar em: extinção do processo sem resolução de mérito; possibilidade de correção da falha sob pena de extinção; alteração do juízo que julgará a causa. - Peremptória: provoca a extinção do processo por vício insanável. IV - inépcia da petição inicial; V - perempção; (quando o autor dá ensejo a três extinções do processo, sobre a mesma lide, por abandono da causa) VI - litispendência; (existência de uma ação anterior igual à atual e que ainda esteja em curso, pendendo julgamento -> mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido) VII - coisa julgada; (já houve sentença transitada em julgado, sem possibilidade de recurso ou alteração, em ação sobre o mesmo tema e entre as mesmas partes) X - convenção de arbitragem; XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; - Dilatória: suspende ou dilata o processo por vício sanável; paralisação temporária do curso normal do procedimento. I - inexistência ou nulidade da citação; (o comparecimento do réu supre a citação) II - incompetência absoluta e relativa; (absoluta: em razão da matéria ou hierarquia; relativa: em razão do valor ou do território) III - incorreção do valor da causa; VIII - conexão; IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. - Art. 337, §5º -> a convenção de arbitragem e a incompetência relativa devem ser reconhecidas por provocação da parte – o juiz não pode reconhecer de ofício, pois, segundo a literatura, essas duas hipóteses dizem respeito ao particular. - Uma defesa meramente dilatória adquire força de peremptória quando a parte deixa de cumprir a diligência saneadora no prazo estabelecido. Alegação de ilegitimidade ad causam: → Pode ser feita tanto em relação ao autor, como em relação ao réu. Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu. Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procuradordo réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º . → O réu poderá alegar ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo causado. → Facultará ao autor realizar a alteração da inicial para substituição do demandado no prazo de 15 dias. → Se ele realizar a substituição, deverá reembolsar as despesas do réu excluído e pagar os honorários advocatícios do procurador da parte ilegítima, que serão fixados de 3% a 5% do valor da causa. Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. § 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338 . § 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu. → Sempre que tiver conhecimento disso, o réu deverá indicar o sujeito passivo legítima da relação jurídica, sob pena de arcar com as despesas processuais e indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes. → Se o autor aceitar a indicação, terá o prazo de 15 dias para substituir o réu, reembolsando as despesas e pagando os honorários advocatícios do procurador. → Se o autor não aceitar a alegação de ilegitimidade, poderá alterar a petição para incluir o sujeito indicado pelo réu como litisconsorte na lide discutida, e o processo prosseguirá contra todos os réus indicados pelo autor. Alegação de incompetência do juízo: Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico. § 1º A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido citado por meio de carta precatória, juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo da causa. § 2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a contestação ou a carta precatória será considerado prevento. § 3º Alegada a incompetência nos termos do caput , será suspensa a realização da audiência de conciliação ou de mediação, se tiver sido designada. § 4º Definida a competência, o juízo competente designará nova data para a audiência de conciliação ou de mediação. I. Alegação por réu residente fora da comarca da causa: - Incompetência absoluta ou relativa do juízo. - Indicar a prevalência do foro do seu domicílio. - Princípio da economia processual: evitar as despesas do deslocamento do réu até o foro para se defender. II. Réu citado por carta precatória; III. Réu citado por outro meio; IV. Prevenção da competência do juízo em que foi protocolada a contestação; V. Suspensão da audiência de conciliação ou de mediação designada pelo juiz da causa: - A audiência de conciliação ou mediação designada pelo juiz que ordenou a citação do réu será suspensa. - A data para a audiência será redefinida pelo juiz agora competente pela causa. Mérito - Impugna os fatos apresentados, a causa petendi do autor -> atinge o próprio fato ou as consequências jurídicas dele. - Direta: o réu nega os fatos apresentados; resistência às alegações da inicial. - Indireta: o réu apresenta novos fatos que podem ser impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor, ou seja, afasta a pretensão do autor. Réplica ou impugnação do autor: Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova. Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337 , o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova. - Sempre que houver defesa de mérito, o juiz mandará ouvir o autor sobre a resposta no prazo de 15 dias -> o mesmo acontecerá caso o réu alegue alguma das hipóteses do art. 337. - Em ambos os casos, é facultada ao autor a produção de provas.
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