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processo civil 1 - contestação

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CONTESTAÇÃO 
A CONCENTRAÇÃO DA DEFESA NA CONTESTAÇÃO. 
PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE 
Deve-se concentrar na contestação tudo que se tem de 
argumentos de defesa contra o autor, quanto ao mérito e quanto 
aos fatos. Também deve-se apresentar as provas que pretende 
produzir. 
Isto deve ocorrer conforme o princípio da eventualidade: 
Princípio da eventualidade - o processo possui momentos 
oportunos para a prática de determinadas condutas, com o 
propósito de que o processo não possua avanços e retrocessos. 
REGRA: 
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria 
de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que 
impugna o pedido do autor e especificando as provas que 
pretende produzir. 
EXCEÇÃO: 
SALVO as hipóteses do seguinte artigo: 
Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas 
alegações quando: 
I - relativas a direito ou a fato superveniente; 
Ou seja, não se pode compreender preclusa a hipótese de invocar 
a NORMA SUPERVENIENTE OU FATO SUPERVENIENTE APÓS A 
CONTESTAÇÃO. 
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; 
Entende-se que o momento oportuno era na contestação, mas 
NUNCA PRECLUI AO RÉU QUE INFORME ALGO QUE COMPETE 
AO JUIZ CONHECER DE OFÍCIO. 
III - por expressa autorização legal, puderem ser 
formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição. 
Este último inciso também se refere ao inciso II, pois relata que 
por se tratar de situações que devem ser analisadas de ofício 
PODEM SER APRECIADAS A QUALQUER TEMPO. 
CLASSIFICAÇÃO DAS DEFESAS 
DEFESA PROCESSUAL: 
Ao ser chamado para fazer sua defesa, o réu dispõe de vários 
instrumentos, consoante art. 297 do CPC, a saber: 
CONTESTAÇÃO, RECONVENÇÃO E EXCEÇÃO. 
Importa mencionar que, apesar de o Código expressamente 
relatar que as defesas do réu são somente as mencionadas acima, 
o demandado também pode se valer de AÇÃO DECLARATÓRIA 
INCIDENTAL, PREVISTA NO ART. 5.º DO CPC . 
Na CONTESTAÇÃO, especialmente, o réu tem a faculdade de 
fazer dois tipos de defesa, isto é, duas formas de ilidir a pretensão 
do autor: com DEFESA DE MÉRITO DIRETA E INDIRETA. 
DEFESA DE MÉRITO DIRETA: 
Ocorre quando o réu nega a existência do direito do autor por 
inexistência de fato(s) constitutivo(s) de tal direito ou, ainda, pode 
reconhecer o fato, mas nega as consequências atribuídas a esse 
acontecimento. 
É exemplo a negativa geral, permitida a realização para os 
advogados dativos, curadores especiais e membros do Ministério 
Público, consoante § único do art.302 do CPC. 
DEFESA DE MÉRITO INDIRETA: 
Ocorre quando o réu, apesar de reconhecer o direito sob o qual se 
funda o direito do autor, alega fato modificativo, extintivo ou 
impeditivo deste. 
AS PRELIMINARES DA CONTESTAÇÃO 
O propósito do réu é impedir que o argumento do autor seja 
sequer analisado. 
As preliminares são argumentadas na própria contestação, mas 
antes de discutir o mérito.) 
SÃO PRELIMINARES DA CONTESTAÇÃO DO RÉU: 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I - inexistência ou nulidade da citação; II - incompetência 
absoluta e relativa; III - incorreção do valor da causa; IV - 
inépcia da petição inicial; V - perempção; VI - 
litispendência; VII - coisa julgada; VIII - conexão; IX - 
incapacidade da parte, defeito de representação ou falta 
de autorização; X - convenção de arbitragem; XI - 
ausência de legitimidade ou de interesse processual; XII - 
falta de caução ou de outra prestação que a lei exige 
como preliminar; XIII - indevida concessão do benefício de 
gratuidade de justiça. 
Trata-se de argumentos de ordem processual cujo objetivo é 
impedir que o processo avance. 
Se o juiz determinar que o autor deve emendar a inicial para 
corrigir determinado impedimento e o autor não o fizer, o juiz 
pode determinar a extinção do processo sem a resolução do 
mérito. 
Quase todas as alegações do artigo mencionado cabem ao juiz 
decidir de ofício, portanto podem ser trazidas a qualquer tempo. 
No entanto, destaca-se 2 incisos em que, a falta da arguição na 
contestação, impede que seja arguido a outro tempo processual: 
II - Incompetência relativa do juízo. Neste caso, se o réu 
não invoca a regra que estaria a seu favor, a lei entende 
que o seu silêncio significa que esta incompetência 
relativa não gera prejuízo a ele. Diante deste silêncio, 
ocorre a prorrogação da competência do juízo. 
OBS: se o argumento é de incompetência absoluta, não 
depende da alegação da parte ré, é uma matéria a ser 
julgada de ofício. 
 X - Convenção de arbitragem. Neste caso, se porventura, 
uma das partes arrepender-se da convenção de 
arbitragem e postular judicialmente ao invés de recorrer 
ao arbitro, caberá ao réu, na contestação, informar a 
existência da convenção de arbitragem, tendo sucesso no 
impedimento processual. No entanto, se não o fizer, 
ficará subentendido que o réu concorda com o 
desfazimento da convenção, trata-se de uma desistência 
tácita. 
ALEGAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA 
Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou 
absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro 
de domicílio do réu, fato que será imediatamente 
comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio 
eletrônico. 
§ 1º A contestação será submetida a livre distribuição ou, 
se o réu houver sido citado por meio de carta precatória, 
juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua 
imediata remessa para o juízo da causa. 
§ 2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo 
réu, o juízo para o qual for distribuída a contestação ou a 
carta precatória será considerado prevento. 
§ 3º Alegada a incompetência nos termos do caput, será 
suspensa a realização da audiência de conciliação ou de 
mediação, se tiver sido designada. 
§ 4º Definida a competência, o juízo competente 
designará nova data para a audiência de conciliação ou 
de mediação. 
ALEGAÇÃO DE ILEGITIMIDADE PASSIVA 
Se a alegação de ilegitimidade passiva vier na contestação, o CPC 
estabelece algumas consequências, como o ônus ao réu e 
oportunidades de conduta do autor. 
Toda vez que o réu alegar a ilegitimidade passiva e souber quem é 
a pessoa que deveria estar na condição de réu no processo, ele 
tem a OBRIGAÇÃO DE INDICAR. O descumprimento deste dever 
pode implicar na indenização pelos prejuízos de demora etc. Este 
fundamento tem base no princípio da boa-fé e princípio da 
lealdade processual. 
Diante disso, quando o autor for intimado poderá ter 3 condutas 
diferentes: 
1 - DISCORDAR- refutar as alegações trazidas, cabendo ao juiz 
decidir sobre o caso. 
2 - CONCORDAR COM A ALEGAÇÃO DE ILEGITIMIDADE E 
REQUERER A SUBSTITUIÇÃO DO RÉU/POLO PASSIVO. Ainda, 
como estímulo a que o autor reconheça, os honorários serão 
fixados entre três e cinco porcento: 
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte 
ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, 
o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração 
da petição inicial para substituição do réu. 
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor 
reembolsará as despesas e pagará os honorários ao 
procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e 
cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, 
nos termos do art. 85, § 8º. 
3 - AMPLIAR O POLO PASSIVO, incorporando ao polo passivo 
também o sujeito indicado pelo réu. 
Art. 339 - § 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode 
optar por alterar a petição inicial para incluir, como 
litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu. 
O ÔNUS DE IMPUGNAR ESPECIFICAMENTE AS 
AFIRMAÇÕES FÁTICAS DO AUTOR 
Quando o réu faz sua contestação possui a responsabilidade de 
impugnar cada uma das afirmações fáticas do autor. Se não o fizer 
as alegações serão PRESUMIDAS VERDADEIRAS. 
Se as afirmações forem CONTRAPOSTAS, aí então há a 
necessidade de PROVA. Pois há uma alegação fática controversa. 
A limitação do réu à uma contestação fática genérica, possuia 
mesma consequência do que uma eventual revelia do réu. Ou 
seja, as afirmações fáticas do autor são presumidas verdadeiras. 
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente 
sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, 
presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: 
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão; 
Este inciso é relativo aos direitos indisponíveis. Nota-se que, 
mesmo o réu confessando em sua manifestação os fatos alegados 
na inicial, se, porventura, tratasse de direito indisponível, esta 
confissão não implicaria na dispensa do autor do ônus de provar 
suas alegações. O embasamento está no impedimento do réu 
dispor sobre um direito indisponível. 
II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento 
que a lei considerar da substância do ato; 
Quando a lei considerar imprescindível que conste no processo 
determinado documento, a apresentação deste considerar-se-á 
essencial. Neste sentido, se o documento em questão não constar 
no processo, não há de ser somente o silêncio do réu que vá 
comprovar que a alegação do autor é verídica. Pois continua a 
faltar aquele documento que a lei diz ser imprescindível – 
Exemplo: em uma ação de inventário/partilha de bens deixados 
por alguém que morreu. A morte de alguém só se prova por uma 
certidão de óbito. Não há de ser a mera ausência de impugnação 
dos demais litigantes nesta ação suficiente para que o juiz tenha 
por verdadeira a morte e leve adiante a partilha de bens. 
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada 
em seu conjunto. 
Este terceiro inciso trata sobre uma contestação genérica. Nota-se 
que, a ausência de afirmações controvertidas torna-a incapaz de 
fazer controvertidas as afirmações do autor. 
Exemplo: em uma ação de reparação de danos por acidente de 
trânsito. Se o autor alega que o réu realizou um cruzamento a 
noite com os faróis apagados e embriagado e o réu afirma que 
nada é verdadeiro, pois neste dia encontrava-se na cidade do Rio 
de Janeiro, comprovando com passagens, fotos, etc. Torna-se 
evidente que o réu não precisa contestar cada alegação levantada 
na inicial, uma vez que seus argumentos são completamente 
incompatíveis com as linhas de acusações do autor. 
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos 
não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao 
curador especial. 
Quando se trata de um defensor público, advogado dativo e 
curador especial, entende-se que são pessoas NOMEADAS PELO 
JUIZ para realizar a defesa de um réu que provavelmente sequer 
conhecem. Ou seja, provavelmente também desconhecem dos 
fatos e talvez sequer possam ter contato com o réu para indagá-lo 
sobre a veracidade das afirmações. 
Neste caso a lei admite essa contestação genérica como sendo 
suficiente para a contestação dos fatos aduzidos pelo autor. 
Exemplo: se o réu é citado por edital e não contesta, não se tem 
certeza de que a notícia do processo chegou a ele, assim a lei 
procura protegê-lo nomeando um curador especial e faz com que 
as eventuais alegações genéricas dele sejam suficientes para 
proteger os direitos deste réu que talvez sequer tenha ciência do 
processo. 
Assim, quando o advogado dativo faz esta contestação geral, 
MANTÉM-SE SOBRE OS OMBROS DO AUTOR A 
RESPONSABILIDADE DE COMPROVAR AS SUAS ALEGAÇÕES.

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