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Audiência de Instrução e Julgamento Audiência: ato processual solene que visa colher provas orais e ouvir pessoalmente as partes e seus procuradores. Presente no procedimento comum e em todos os demais procedimentos, desde que haja necessidade de prova oral ou esclarecimento pericial a ser colhido antes da decisão da causa. • Fora esses casos, há o julgamento antecipado da lide, que prescinde da solenidade da audiência. Princípios da oralidade e concentração do processo moderno. O juiz deve designar a AIJ na decisão de saneamento e organização do processo, na qual deferirá as provas que serão produzidas (art. 357). Características: 1) Publicidade Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as exceções. − Em regra, todos os atos processuais são públicos, salvo em caso de segredo de justiça (art.189). 2) O juiz possui poder de polícia − Na presidência dos trabalhos da audiência, o juiz exerce o poder de polícia, de forma a (art. 360): i. Manter a ordem e o decoro na audiência; ii. Ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente; iii. Requisitar, quando necessário, força policial; iv. Tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do MP e da DP e qualquer pessoa que participe do processo; v. Registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência. 3) Direção formal do processo − Compete ao juiz, também, a direção formal do processo, ou seja: a. Dirigir os trabalhos da audiência; b. Proceder direta e pessoalmente à colheita das provas; c. Estimular, “exortar” os advogados, defensores e promotores a discutirem a causa com elevação e urbanidade, de forma que eles não podem intervir ou apartear sem licença do magistrado durante depoimentos de partes, peritos e testemunhas. 4) Audiência una e contínua Art. 365. A audiência una e contínua, podendo ser excepcional e justificadamente cindida na ausência de perito ou de testemunha, desde que haja concordância das partes. − Será realizada em data e horário designados pelo juiz, e as partes deverão ser previamente intimadas. − Se não for possível concluir em um só dia, o juiz deverá marcar o seu prosseguimento para a data mais próxima possível, em pauta preferencial (art. 365, parágrafo único). Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da instrução, do debate e do julgamento no mesmo dia, o juiz marcará seu prosseguimento para a data mais próxima possível, em pauta preferencial. − Porém, a audiência será tratada como única, ou seja, mesmo que esteja dividida em mais de um dia, o que acontecer em um afetará os outros por ser considerado com parte da audiência como um todo. Em suma, as características se resumem a: I. Publicidade; II. Solenidade; III. Essencialidade; IV. Presidência do juiz; V. Finalidade, complexa e concentrada de instrução, discussão e decisão da causa; VI. Unidade e continuidade. A audiência é composta por 04 atos: Atos preparatórias: designação de data e horário para a audiência, intimação das partes e outras pessoas que participarão, depósito do rol de testemunhas em cartório, pregão das partes e advogados. Atos de tentativa de conciliação das partes: quando a lide versa sobre direitos patrimoniais privados. Atos de instrução: esclarecimento do perito e assistentes técnicos, depoimentos pessoais, inquirição de testemunhas, acareação das partes e testemunhas. Ato de julgamento: debate oral e sentença. Adiamento da audiência Art. 362. A audiência poderá ser adiada: I – por convenção das partes; II – se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva necessariamente participar; III – por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário marcado. • Durante a abertura, o juiz poderá suspender os trabalhos e adiar a audiência por: a) Convenção das partes; b) Ausência justificada de qualquer das pessoas que DEVAM participar; - Nesse caso, poderá haver o adiamento apenas dos atos que dependem do ausente. c) Atraso injustificado do início da audiência em tempo superior a 30 minutos. • O interessado deverá comprovar o impedimento do seu comparecimento até a abertura da audiência -> sem a comprovação, o juiz poderá dar sequência à audiência e proceder à instrução. (§1º) • Na ausência do juiz, não há abertura da audiência. • Na ausência de um dos advogados ou defensores, a audiência será realizada, mas o juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas em nome da parte cujo representante está ausente. (§2º) • Na ausência de ambos os advogados, o juiz poderá dispensar toda a instrução e proferir o julgamento conforme o estado do processo. • Se a parte que prestaria depoimento pessoa não comparece de modo injustificado, o juiz irá considerar como confesso, ou seja, uma confissão ficta, desde que a parte tenha sido advertida dessa sanção na intimação. - Se a causa não versar sobre direitos indisponíveis, o juiz poderá dispensar as demais provas. • A testemunha previamente intimada que faltar sem justificativas será conduzida forçada à presença do juiz. • A parte que der causa ao adiamento deverá arcar com as despesas acrescidas com a realização da nova audiência. (§3º) Antecipação de audiência Art. 363. Havendo antecipação ou adiamento da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinará a intimação dos advogados ou sociedade de advogados para ciência da nova designação. • Por conveniência da Justiça ou a requerimento de uma das partes. • O juiz determinará a intimação dos advogados, o que poderá ser feito através da publicação na imprensa. Instrução e julgamento Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará concilliar as partes, independentemente do emprego anterior de outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem. • Após a conciliação, quando o juiz não obtiver êxito na tentativa de autocomposição do litígio ou quando não couber a medida. • A colheita da prova oral obedecerá à seguinte ordem, de preferência, art. 361 1º) Peritos e assistentes técnicos prestarão esclarecimentos necessários que ainda não tenham sido respondidos anteriormente por escrito. Não podem ser transformados em testemunhas, ou seja, formular perguntas fora da sua alçada. 2º) Depoimentos pessoais, primeiro do autor e depois do réu. 3º) Depoimentos das testemunhas do autor e do réu, completando a instrução. • O magistrado poderá alterar essa sequência caso ache pertinente. - No caso de ausências, o juiz poderá colher as provas possíveis e adiar a audiência para a produção de provas pelas pessoas que justificadamente não puderam comparecer. • Os advogados e o MP NÃO podem intervir ou apartear, sem a licença do juiz, enquanto estiverem ocorrendo os depoimentos. (Parágrafo único) Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 minutos para cada um, prorrogável como 10 minutos, a critério od juiz. • Ao fim da instrução, há os debates orais: ao advogado do autor e, em seguida ao advogado do réu, ou membro do Ministério Público se for caso de sua intervenção, pelo prazo de 20 minutos. - Caso necessário, o juiz poderá ampliar esse tempo para 30 minutos. §1º Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo, que formara com o da prorrogação um só todo, dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso. • Havendo litisconsorte ou intervenção de terceiros, o prazo para o debate oral será obrigatoriamente de 30 minutos para cada grupo. §2º Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, sefor o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 dias, assegurada vista dos autos. Em casos que apresentarem questões complexas de fato ou de direito, o debate oral será substituído pela apresentação dos memoriais, produzidor pelo autor, pelo réu e pelo MP, em prazos sucessivos de 15 dias. • O juiz suspende a audiência após a instrução e aguarda o oferecimento das alegações escritas. Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença em audiência ou no prazo de 30 dias. • Na mesma audiência em que forem oferecidas as razões finais, o juiz irá proferir a sentença e ditá-la ao escrivão. • Se não puder sentenciar de imediato, terá o prazo de 30 dias para fazê-lo. DEBATE ORAL = RAZÕES FINAIS ALEGAÇÕES ESCRITAS = MEMORIAIS Os atos praticados na audiência deverá ser documentos em livro próprio e nos autos do processo. Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo, o ocorrido na audiência, bem como, por exemplo, os despachos, as decisões e a sentença, se proferida no ato. No livro da audiência, haverá o termo, que contém o relato de tudo o que ocorreu durante a audiência: a. Presenças registradas na abertura da audiência; b. Todos os requerimentos formulados ao longo; c. As decisões do juiz acerca dos requerimentos; d. Debate oral; e. Sentença. Admite-se para fins de documentação o uso de folhas soltas sempre que não houver registro eletrônico -> as folhas serão rubricadas e encadernadas. §1º O termo de audiência físico será subscrito pelo juiz, pelos advogados e órgãos do MP e pelo escrivão ou chefe de secretaria. §2º Se o advogado se retirar injustificadamente antes do fim da audiência, o fato será registrado e o termo lavrado sem sua assinatura será nulo. Sentença, quando proferida oralmente, será transcrita por inteiro no termo da audiência. Os depoimentos das partes e testemunhas, os esclarecimentos dos peritos e assistentes técnicos constarão em termo separado. A audiência poderá ser gravada integralmente em imagem ou áudio, desde que as partes e os órgãos julgadores possam acessá-la com facilidade. Além disso, a audiência também pode ser gravada pelas próprias partes, independentemente de autorização judicial. §§5º e 6º
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