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Educação Básica e Suas Práticas Pedagógicas - Unidade 1

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Educação básica e suas 
práticas pedagógicas
Unidade 1
Professora Dra Cássia Regina Dias 
Pereira
[...] a existência de um direito, seja em sentido forte ou
fraco, implica sempre a existência de um sistema
normativo, onde por "existência" deve entender-se tanto o
mero fator exterior de um direito histórico ou vigente quanto
o reconhecimento de um conjunto de normas como guia da
própria ação. A figura do direito tem como correlato a figura
da obrigação (BOBBIO,1992, p. 79-80).
Quando falamos em educação, não estamos falando apenas em
formação, mas sim numa condição formadora necessária ao próprio
desenvolvimento das pessoas e da sociedade.
O Direito Humano à Educação se Encontra Respaldado
• Constituição Federal – CF/1988.
• Convenção dos Direitos da Criança – CDC/198
• Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA/1
• Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB/1996
A educação ativa formal é dada pela escola. Porém, a
educação global é feita a oito mãos: pela escola, pais e o
próprio adolescente. Se a escola exige o cumprimento de
regras, mas o aluno indisciplinado tem o apoio dos pais, acaba
funcionando como um casal que não chega a um acordo
quanto à educação da criança. O filho vai tirar lucro da
discordância pais/escola da mesma forma que se aproveita
das divergências entre o pai e a mãe (TIBA, 1996, p. 140).
Direito à educação
CF/1988
Art. 208 – O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de:
I. Educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete)
anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que
a ela não tiverem acesso na idade própria;
II. progressiva universalização do ensino médio gratuito;
III. atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV.educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos
de idade;
V. acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
artística, segundo a capacidade de cada um;
VI.oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII.atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por
meio de programas suplementares de material didático escolar,
transporte, alimentação e assistência à saúde;
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público, ou sua
oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino
fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou
responsáveis, pela frequência à escola.
Emenda
14 (1996)
• Criou o FUNDEF
• Acabou com a destinação obrigatória de 
recursos para as políticas de alfabetização
Emenda
53 (2006)
• Criou o FUNDEB
• Constitucionalizou o EF de 9 anos
Emenda
59 (2009)
• Ampliou a obrigatoriedade escolar
• Aumentou a obrigação de gastos com o 
ensino (fim da DRU)
Educação: Reformas da CF de 88
Estatuto da Criança e do Adolescente 
ECA/1990
• A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao
pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício
da cidadania e qualificação para o trabalho, (ART. 53).
• Determina prioridade absoluta à garantia dos direitos de crianças
e adolescentes e garante, por exemplo, o direito a igualdade de
condições para o acesso e permanência na escola e o acesso à
escola pública e gratuita próximo de sua residência.
Ensino Fundamental
Acesso à Educação
Direito à educação
Constituição Federal de 1988
Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional de 1996
Educação Básica
Ensino Superior
Educação Infantil
Ensino Médio
4 a 17 
anos
Educação especial
Educação de Jovens e Adultos
Ensino Profissionalizante
Graduação
Pós-Graduação
A Evolução do direito á 
Educação no Brasil
Organização Escolar no Contexto Colonial 
Reino Unido (1500 – 1822)
• 1549 – Criação da primeira escola jesuíta.
• propósitos missionários (catequese).
• política colonizadora 1759 – Expulsão dos jesuítas de Portugal e
do Brasil.
• Surgimento das aulas régias (aulas avulsas) 1808 – Chegada da
Corte Portuguesa no Brasil.
• Início do Ensino Superior (criação de escolas superiores).
• Modelo franco-napoleônico (organização não universitária,
profissionalizante para a formação de burocratas para o
desempenho das funções do Estado).
Organização Escolar no Período Imperial 
(1822 – 1888)
• 1822 – Independência do Brasil.
• não modificou a situação de ensino no Pais. Ato Adicional de
1834 – Educação escolarizada não era prioridade para o
Império.
• educação primária e secundária – províncias.
• educação superior – poder central (supremacia dos cursos de
direito). Proliferação das aulas avulsas e particulares.
• falta de uma política educacional integrada entre centro e
províncias.
Organização Escolar no Contexto Primeira 
República (1889 – 1930)
Constituição da República de 1891 – Sistema federativo de
governo. (descentralização do ensino e dualidade do sistema).
Várias Reformas Educacionais – sem êxito para solucionar os
problemas educacionais.
Especificação 1890 1900 1920
Total 14.333.915 17.388.434 30.635.605
Sabem ler e escrever 2.120.559 4.448.681 7.493.357
Não sabem ler e escrever 12.213.356 12.939.753 23.142.248
% analfabetos 85 75 75
Índices de analfabetismo da população brasileira 
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Anuário Estatístico do Brasil, ano II, 1936, p. 43.
A Constituição de 1937 e a centralização da 
educação
• Retrocessos na educação: reforçou a dualidade entre a escola
de ricos e pobres.
• A Competência da União não é apenas traçar diretrizes para a
educação, mas “fixar as bases e determinar os quadros da
educação”.
• Manter a liberdade de ensino.
• Dever do Estado em segundo plano: para aqueles a quem
“faltarem recursos necessários”.
• Não se refere a gratuidade do ensino posterior ao primário.
• Ensino religioso ganha maior espaço.
• Primeiro dever do Estado: ensino pré-vocacional e profissional.
Lei 4.024/61 Duração Lei 5.692/71 Duração
Ensino Primário 4 anos
Ensino de Primeiro Grau 8 anos
Ciclo Ginasial do Ensino Médio 4 anos
Ciclo Colegial do Ensino Médio 3 anos Segundo Grau 3 a 4 anos
Ensino Superior Variável Ensino Superior Variável
Aprovação da Lei 5692/71
• Propõe profundas transformações do ensino de 1º e 2º graus,
pressupostos da proposta de criação das Escolas Polivalentes.
• Objetivos gerais de “auto-realização do educando”; “qualificação
para o trabalho” e “preparo para o exercício consciente da
cidadania” (Art. 1º).
• Parte de formação especial do currículo que tem “o objetivo de
sondagem de aptidões e iniciação para o trabalho, no ensino de
1º grau, e de habilitação profissional, no ensino de 2º grau”.
• Profissionalização no ensino médio como intenção de inserir o
jovem no mercado de trabalho após o ensino médio sem a
necessidade de um curso superior.
A Educação Básica
• A Constituição Federal de 1988, no capítulo próprio da
educação, criou as condições para que a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, assumisse
esse conceito já no § único do art. 11 ao assinalar a
possibilidade de o Estado e os municípios se constituírem como
um sistema único de educação básica.

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