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A INTERFERENCIA DAS REDES SOCIAIS NO EXERCÍCIO DA ODONTOLOGIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO 
BACHARELADO EM ODONTOLOGIA 
 
 
RAYANNE DE MESQUITA BARBOSA 
 
 
 
 
 
 
 
A INTERFERENCIA DAS REDES SOCIAIS NO EXERCÍCIO DA ODONTOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE 
2021 
A INTERFERENCIA DAS REDES SOCIAIS NO EXERCÍCIO DA ODONTOLOGIA 
Nos últimos anos, as redes sociais tornaram-se uma febre mundial por sua 
capacidade de aproximar os distantes. Entretanto, em pouco tempo, pela facilidade 
de acesso e o alcance de grande número de pessoas, esse meio tornou-se ferramenta 
de divulgação e trabalho para os mais diversos profissionais. 
Primeiramente, a cada dia que se passa o número de profissionais cirurgiões-
dentistas à ingressarem nas redes sociais vem aumentando. Como reflexo disso, 
tornou-se comum se deparar com divulgações, propagandas e anúncios, na área, 
enquanto navegamos na internet. Porém, até que ponto vão os benefícios desse ato? 
Outrossim, é evidente que propagandas em redes sociais auxilia o cirurgião-
dentista em sua inserção no mercado de trabalho, além de ajudar na captação de 
novos clientes, o que possibilita aumento da lucratividade. Mas, o uso indiscriminado 
desse meio pode representar um grande risco tanto para o profissional, quanto para 
o paciente. 
Melo, et al. (2012) acusou a prática de oferta de serviços odontológicos na 
internet, mediante pagamento prévio e sem consulta para identificação de problemas 
e construção de plano de trabalho; este comportamento põe em risco a saúde do 
paciente, o qual solicita e paga por um serviço que pode ou não ser necessário, além 
de não ser informado sobre os riscos, precauções e contraindicações do procedimento 
contratado. Por outro lado, o profissional que faz a oferta do serviço, pode sofrer com 
as consequências legais por seu ato que fere o Código de Ética Odontológica (CEO) 
e o Código de Defesa do Consumidor. 
Além disso, um estudo realizado a partir da análise de páginas de clínicas 
odontológicas no Facebook, constatou que a imensa maioria, das incluídas na 
pesquisa, infringia o CEO ao divulgar imagens de antes e depois e/ou não utilizar os 
itens obrigatórios na divulgação e comunicação, por exemplo (GARBIN; et al., 2017); 
assim como, em outro trabalho foi-se identificada a divulgação por cirurgiões-dentistas 
de casos clínicos em seus perfis, de forma indevida, na mesma rede social 
(MARTORELL; NASCIMENTO; GARRAFA, 2016). 
Ademias, o assunto da publicidade negativa está tão presente na profissão que 
recentemente o CRO PE abordou a temática em sua revista, alertando sobre a 
descredibilização profissional causada por este ato, além de expor algumas postagens 
que foram denunciadas à ele (MORAIS, 2019, p. 50). 
Tais usos indevidos das redes sociais, passam ao público uma imagem de 
mercantilização da odontologia, além de gerar concorrência desleal e até mesmo 
infligir o direito de privacidade do paciente. Ademais, o crescente número de casos de 
profissionais que fazem uso da internet para autopromoção, chamou atenção do 
Conselhos Federal de Odontologia, e este por sua vez tomou uma providência em 
relação à implementação de normas para divulgações em redes sociais. 
A Resolução CFO 196/2019, regulariza a postagem de autorretratos, com ou 
sem pacientes, além de imagens de diagnósticos e resultados finais de tratamentos 
odontológicos, pelos cirurgiões-dentistas, desde que estes respeitem o uso das 
informações obrigatórias que devem estar presentes nas publicações, possuam a 
permissão do paciente e sigam as instruções referentes às proibições. 
Por sua vez, com a divulgação dessa Resolução espera-se a implementação 
do uso positivo das redes sociais, as quais podem servir como meio para promover a 
educação em saúde, através de postagens direcionadas à propagação de 
informações sobre profilaxia, reconhecimento de anormalidades e estimulação ao 
acompanhamento odontológico, além de valorizar a odontologia como ciência e 
profissão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA. Resolução CFO 196, de 29 de janeiro de 
2019. Brasília (DF), 29 jan. 2019. Disponível em: 
https://sistemas.cfo.org.br/visualizar/atos/RESOLU%C3%87%C3%83O/SEC/2019/196. 
Acesso em: 22 out. 2021. 
GARBIN, C. A. S. et al. O uso das redes sociais na odontologia: uma análise dos aspectos 
éticos de páginas de clínicas odontológicas. Revista Brasileira de Odontologia Legal - 
RBOL, São Paulo - SP, 14 jun. 2017. Disponível em: 
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-912605. Acesso em: 22 out. 2021. 
MARTORELL, L. B.; NASCIMENTO, W. F; GARRAFA, V. Redes sociais, privacidade, 
confidencialidade e ética:: a exposição de imagens de pacientes no facebook. Scielo: saúde 
pública, Brasília, Jan-Mar 2016. Disponível em: 
https://www.scielosp.org/article/icse/2016.v20n56/13-23/#. Acesso em: 22 out. 2021. 
MELO, A. U. C. et al. Publicidade odontológica na internet: considerações éticas e 
legais. Scielo: Rev Odonto, Passo Fundo, Mai-Ago 2012. Disponível em: 
http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-40122012000200021. 
Acesso em: 22 out. 2021. 
MORAIS, Igor. Profissional: Seja ético e valorize a profissão!. Revista do CRO PE, [s. l.], ed. 
27 e 28, p. 50-51, dez/2019 - jul/2020 2019. Disponível em: https://www.cro-
pe.org.br/site/adm_syscomm/publicacao/foto/JORNAL_CROPE_27_E_28.pdf. Acesso em: 
22 out. 2021.

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