Buscar

e-book ozonioterapia Rafael Ferreira

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 186 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 186 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 186 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

OZONIOTERAPIA 
APLICADA NA ESTÉTICA
Rafael Ferreira
2020
OZONIOTERAPIA 
APLICADA NA ESTÉTICA
Rafael Ferreira
OZONIOTERAPIA 
APLICADA NA ESTÉTICA
São Paulo
2020
Instituto Rafael Ferreira
6
Ozonioterapia Aplicada na Estética
1ª edição
Autor
Rafael Ferreira
Projeto Gráfico
Fernando Tassinari
Revisão
Impressão e Acabamento
Ficha Catalográfica
Proibida a reprodução dos textos originais, mesmo parcial
e por qualquer processo, sem autorização do 
Instituto Rafael Ferreira
Ferreira, Rafael 
 Ozonioterapia Aplicada na Estética /
Rafael Ferreira - 1. ed. - São Paulo, SP : 2020.
 175 p. ; 29 cm.
 ISBN: 978-65-992532-0-1 
 1. Ozonioterapia. 2. Estética. I. Título.
CDD 000.00
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
7
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 8
 A ozonioterapia no mundo 11
 Ozonioterapia nas práticas integrativas no brasil 12
 Produção de ozônio medicinal 14
 O que seria o ozônio? 15
 Princípios básicos em ozonioterapia 17
 A terapêutica com ozônio 18
 Regulação do sistema Antioxidante 21
 Melhora no metabolismo do oxigênio 28
 Modulação do sistema imunológico 30
 Amplo espectro bactericida, viricida e fungicida do ozônio 
 Regulação do metabolismo 36
 Intervenção na liberação de autacoides 38
 Vias de administração da ozônioterapia 40
 Entendendo as vias de administração 42
 Materiais ozonizados na prática clínica 46
 Contraindicações da ozonioterapia 48
MANUAL DE PROTOCOLOS ESTÉTICOS 51
 Preparo de água ozonizada 53
 Preparo de óleo ozonizado 57
 Preparo de bolsa salina ozonizada 61
 Preparo para bag de ozônio 65
 Ozoinsuflação	 69
 Tratamento para alopecia 73
 Tratamento para acne ativa 77
Instituto Rafael Ferreira
8
 Tratamento	para	flacidez	e	estria	 85
 Tratamento para rejuvenescimento facial		 89
 Tratamento para gordura localizada e	celulite		 93
 HLCO	–	hidro	lipo	clasia	ozonizada	 98
 Eletrolipo ozonização 102
 Jato de plasma com ozônio para as mãos 106
 Harmonização facial 110
 Lifting facial (rádio frequência + ozônio) 115
 Peeling ozonizado (ativação fotônica) 
 Protocolo	validado	brigth	essence	 119
 Lifting com jato ozonizado 123
 Harmonização facial – efeito cinderela 127
 Microagulhamento ozonizado - Protocolo	validado	fler	–	ozoncare	 133
 Pré - op 137
 Pós - op 141
 Modelagem ozonizada 145
 Cavitação ozonizada 152
 Detox ozonizado 156
 Modelagem de bumbum ozonizada 160
 Modelagem	de	alta	definição	 165
 Ambulatório da dor 170
 Relaxamento muscular ozonizado 173
PROTOCOLOS 175
 Protocolo sistêmico para produção de colágeno e rejuvenescimento 175
 Protocolo sistêmico para ajuste intestinal 177
 Protocolo sistêmico para melhora da rinite 178
BIBLIOGRAFIAS	 179
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
9
 A Ozonioterapia vem ganhando destaque dentro do cenário médico in-
ternacional e já demonstra vertentes de tratamento interessantes no Brasil, 
pela sua versatilidade na abordagem dermatológica ela acabou ganhando des-
fechos dentro da prática estética com resultados promissores.
 A Ozonioterapia vem ganhando destaque dentro do cenário médico in-
ternacional e já demonstra vertentes de tratamento interessantes no Brasil, 
pela sua versatilidade na abordagem dermatológica ela acabou ganhando des-
fechos dentro da prática estética com resultados promissores.
 Poderíamos citar como benefícios da integração da técnica dentro do 
atendimento estético pelos seguinte motivos:
• A Ozonioterapia é uma proposta de tratamento que visa reequilibrar 
as funções de trabalho ideal do organismo.
• Terapêutica de Baixo Custo com grande possibilidade de interação 
com outros recursos da estética.
• Muito mais que um simples ativo, sua versatilidade se dá pela concen-
tração utilizada e via de administração escolhida.
• Baixo índice de intercorrências.
• Otimizador de recursos eletroterápicos, cosméticos e manuais.
• Trata uma grande variedade de disfunções estéticas.
• Abre portas para pensar na estética holística.
INTRODUÇÃO
Instituto Rafael Ferreira
10
 Mas antes de começar a aplicação técnica deste recurso é importante 
saber da sua evolução histórica até as abordagens modernas, e a Associação 
Brasileira de Ozonioterapia organiza o seguinte relato histórico:
• 1840: O gás ozônio foi descoberto pelo alemão Dr. Christian Friedrich 
Schoenbein, que observou um odor característico quando o oxigênio 
era submetido a uma descarga elétrica, inclusive seu nome veio desta 
abservação, ele o chamou de “ozein”, que em grego significa “aquilo 
que cheira”;
• 1857: O físico Dr. Werner Von Siemes desenvolveu o Gerador de Alta 
Frequência, um aparelho que gerava gás ozônio a partir de descargas 
elétricas;
• 1896: Nicola Tesla patenteou seu primeiro gerador de ozônio e criou 
a Tesla Ozone Co. Comercializava máquinas e óleo ozonizado. Este uso 
ativo da ozonioterapia antecede a criação de FDA em 1906;
• 1914-1918: Durante a primeira guerra mundial, médicos alemães e 
ingleses usavam o ozônio para o tratamento de feridas nos soldados, 
e registraram este relato revista The Lancet, nos anos de 1916 e 1917. 
Desde o século XIX, a ozonioterapia médica era usada na Alemanha 
para combater a ação de bactérias e germes na pele humana.
• 1916: Publicado na revista THE LANCET, nos anos 1916 e 1917;
• 1935: Erwin Payr, importante cirurgião austríaco,experienciou o tra-
tamento com ozônio por seu dentista, E. A Fisch. Apresentou uma 
publicação de 290 páginas intitulada “O tratamento com ozônio na 
cirurgia”; 
• 1950: Edward Fisch primeiro odontólogo a usar a prática em 1950 
(FERREIRA et al. Revista Odontológica de Araçatuba, v.34, n.1, p. 36-
38, Janeiro/Junho, 2013);
• 1975: No Brasil o médico Heinz Konrad iniciou a prática em sua clí-
nica em São Paulo, aonde trabalha até hoje, Em meados dos anos 90, 
Dr. Edison de Cezar Philippi introduziu a prática em Santa Catarina e 
a difundiu em inúmeros cursos e congressos;
• 1979: Hans H. Wolff, publicou seu livro “O Ozônio Medicinal” onde 
apresenta sua pesquisa e prática;
• Fundou a Sociedade Médica Alemã de Ozônio (Sociedade Médica para 
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
11
Aplicação Preventiva e Terapêutica do Ozônio);
• 2018: Ministério da Saúde reconhece a ozonioterapia no Brasil pela 
portaria no. 702 em 21 de março de 2018 como uma prática integrativa 
e complementa.
Instituto Rafael Ferreira
12
A OZONIOTERAPIA 
NO MUNDO
 
 
 Alemanha é responsável por mais de sete milhões de procedimentos 
anuais, sendo que os seguros-saúde do país já cobrem a sua utilização desde a 
década de 1980!
 Na Ucrânia, a prática também conta com o aval do Ministério da Saúde, 
assim como na Rússia, que a utiliza em praticamente todos os hospitais do go-
verno.
 A Itália é um belo exemplo de como este reconhecimento governamen-
tal é capaz de trazer resultados positivos para toda a população! Lá, as taxas de 
recuperação de tratamentos para lombalgias e hérnias de disco variam entre 
60% e 95%, evitando procedimentos cirúrgicos mais caros e complexos.
 Nos hospitais públicos da Espanha, a técnica está sendo implantada 
gradativamente no auxílio de pacientes com câncer.
 Em pouco mais de vinte anos, o Centro de Investigaciones del Ozono, 
na capital Cubana, tem realizado uma série de estudos e publicações, em que o 
método é amplamente testado e relatado nos quase quarenta Centros Médicos 
Clínicos de Ozonioterapia cubanos.
 Ainda é possível citar Suíça, Grécia, Israel, Áustria, Austrália e Egito 
como países em que os procedimentos com o Ozônio Medicinal são reconhe-
cidos pelos Sistemas de Saúde. Como se não bastasse, nos Estados Unidos já 
existe o reconhecimento em 13 estados.
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
13
OZONIOTERAPIA NAS 
PRÁTICAS INTEGRATIVAS 
NO BRASIL
 
 Em 21 de março de 2018 o Ministério da Saúde pública a portaria no. 
702, considerando que a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza o 
reconhecimento e incorporação das Medicinas Tradicionais e Complementa-
res nos sistemas nacionaisde saúde, denominadas pelo Ministério da Saúde do 
Brasil como Práticas Integrativas e Complementares.
 Nas quais no Art. 1º ficam incluídas, na Política Nacional de Práticas 
Integrativas e Complementares - PNPIC, as seguintes práticas: 
• aromaterapia, apiterapia, bioenergética, constelação familiar, cromo-
terapia, geoterapia, hipnoterapia, imposição de mãos, medicina an-
troposófica/antroposofia aplicada à saúde, ozonioterapia, terapia de 
florais e termalismo social/crenoterapiaapresentadas
 Segundo a descrição da portaria a ozonioterapia é pratica integrativa e 
complementar de baixo custo, segurança comprovada e reconhecida, que utili-
za a aplicação de uma mistura dos gases oxigênio e ozônio, por diversas vias de 
administração, com finalidade terapêutica, já utilizada em vários países como 
Itália, Alemanha, Espanha, Portugal, Rússia, Cuba, China, entre outros, há dé-
cadas.
 Há algum tempo, o potencial terapêutico do ozônio ganhou muita aten-
ção através da sua forte capacidade de induzir o estresse oxidativo controlado 
e moderado quando administrado em doses terapêuticas precisas. A molécula 
Instituto Rafael Ferreira
14
de ozônio é molécula biológica, presente na natureza e produzida pelo organis-
mo sendo que o ozônio medicinal (sempre uma mistura de ozônio e oxigênio), 
nos seus diversos mecanismos de ação, representa um estimulo que contribui 
para a melhora de diversas doenças, uma vez que pode ajudar a recuperar de 
forma natural a capacidade funcional do organismo humano e animal.
 Alguns setores de saúde adotam regularmente esta prática em seus pro-
tocolos de atendimento, como a odontologia, a neurologia e a oncologia, den-
tre outras especialidades.
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
15
PRODUÇÃO DE 
OZÔNIO MEDICINAL
 O ozônio é um gás altamente instável, portanto ele deve ser produzido 
no momento da sua utilização a partir do oxigênio, que é um gás estável e fácil 
de trabalhar.
 Para isso é necessário um equipamento para a produção, sendo a forma 
mais utilizada pelos geradores médicos na produção do ozônio é pela descarga 
corona. Onde ocorre uma descarga elétrica pela diferença de potencial de dois 
eletrodos em um fluxo gasoso de oxigênio medicinal. O campo elétrico fornece 
energia suficiente aos elétrons para que ocorra o rompimento das duplas liga-
ções da molécula de oxigênio (O2), gerando dois átomos isolados. Esses áto-
mos de oxigênio reagem com outra molécula de O2 formando o O3 (LAPOLLI 
et al., 2003). 
Figura 1: Esquema do gerador de ozônio medicinal
Instituto Rafael Ferreira
16
O QUE SERIA 
O OZÔNIO?
 O ozônio é uma molécula gasosa natural feita de três átomos de oxigê-
nio, todavia existem condições especiais para sua formação, como a incidência 
de radiações e campos eletromagnéticos. 
 A ideia de usar o ozônio na medicina foi desenvolvida vagarosamente 
durante o último século e seu uso foi estimulado devido às suas propriedades 
desinfetantes e antibióticas, alias o que fazia dele um recurso fundamental em 
uma época sem antibióticos e antivirais, como no tratamento dos feridos da 
primeira guerra mundial. 
 Entre os agentes oxidantes, o ozônio é o terceiro mais forte, após o flúor 
e o persulfato, fato esse que explica sua alta reatividade e também instabilida-
de. 
 Em condições normais ele é preferencialmente encontrado na estratos-
fera, a aproximadamente 22 km da superfície terrestre, há uma camada de 
ozônio que pode chegar à máxima concentração de 10 ppm, que equivale a 
0,02 micrograma/mL (Totolici, 2017)
 A manutenção dessa camada é muito importante, devido à sua capa-
cidade de absorver a maior parte dos raios ultravioletas pelas suas bandas B 
e C. Quando há falha nessa absorção, a incidência das radiações pode atingir 
a superfície da terra, portanto, entrar em contato com o organismo humano, 
estas radiações ionizantes podem desencadear problemáticas como alterações 
da idade da pele e carcinogênese (Barreira, 2015).
 Em grandes cidades, o ozônio, misturado com outros componentes tó-
xicos e acrescido da ação solar e do oxigênio do ar, torna-se tóxico para os 
pulmões, em particular a mucosa pulmonar, os olhos, o nariz e a pele (Devlin 
et al., 1991; Aris et al., 1993; Broeckaert et al., 1999). 
 Isso leva ao conceito errado que se tem de que o ozônio é um gás tóxico, 
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
17
mas no local certo e na dose certa ele possui uma ação medicamentosa muito 
boa. O corpo humano, mediante a ativação de leucócitos, pode produzir ozô-
nio, que vai ser importante em situações normais e patológicas (Babior et al., 
2003; Nieva e Wentworth, 2004).
 A ozonioterapia não se baseia em um conceito homeopático, onde qual-
quer traço será ativado, mas sim em uma base farmacológica firme, a de que o 
ozônio significa e age como uma droga real, e como tal deve ser quantitativa-
mente concisa (Bocci et al., 2005).
 A Declaração de Madri, aprovada em 2010, reforça este entendimen-
to nas quais define que as indicações terapêuticas para o uso do ozônio estão 
fundamentadas no conhecimento que baixas concentrações de ozônio podem 
desempenhar funções importantes dentro da célula. 
 Tem-se demonstrado a nível molecular diferentes mecanismos de ação, 
que suportam as evidências clínicas desta terapia. Existem concentrações pla-
cebo, terapêuticas e tóxicas. Tem-se demonstrado que concentrações de 10 ou 
5 µ/ml ou ainda doses mais pequenas exercem efeitos terapêuticos com uma 
ampla margem de segurança, por isso atualmente se aceita concentrações te-
rapêuticas que variam dos 5-60 µ g/ml. 
 Para esta escala de doses incluímos tanto técnicas de aplicação local 
como sistémica. Devemos realçar que cada via de aplicação tem doses mínimas 
e máximas; assim como concentrações e volumes a administrar. 
 As doses terapêuticas são divididas em três tipos segundo o seu meca-
nismo de ação: 
a) Dose baixa: estas doses têm um efeito imunomodulador e utilizam-se 
nas doenças onde há suspeitas de comprometimento do sistema imuno-
lógico. 
b) Dose média: são imunomoduladoras e estimuladoras do sistema enzi-
mático de defesa antioxidante e de grande utilidade nas doenças crónico-
-degenerativas tais como diabetes, arteriosclerose, doença de Parkinson, 
Alzheimer e demência senil. 
c) Doses altas: se utilizam especialmente em úlceras ou feridas infectadas. 
Também para ozonizar azeite e água. 
Instituto Rafael Ferreira
18
PRINCÍPIOS BÁSICOS 
EM OZONIOTERAPIA
 Os três princípios básicos que se deve ter em conta antes de iniciar qual-
quer procedimento com ozônio terapêutico, são os seguintes: 
a) Primum non nocere: em primeiro lugar não fazer mal.
b) Escalonar a dose: em geral, começar sempre com doses baixas e ir su-
bindo lentamente, exceto em úlceras ou feridas infectadas, nestas proce-
der-se-á de forma inversa (começar com altas concentrações e ir dimi-
nuindo em função da melhoria clínica). 
c) Aplicar a concentração necessária: maiores concentrações de ozônio 
não são necessariamente melhores, de igual forma como ocorre em medi-
cina com todos os fármacos. 
 Se você não conhece o balanço redox (antioxidantes/pro-oxidantes) e o 
paciente encontra-se em stress oxidativo, uma dose inicial média ou alta, você 
pode lesar os mecanismos antioxidantes celulares e agravar o quadro clínico. É 
preferível começar com doses baixas e subi-las lentamente segundo a resposta 
do paciente.
 Por isso é fundamental entender qual seria o ajuste de concentração e a 
via de administração preferencial para se alcançar os resultados terapêuticos 
do tratamento.
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
19
A TERAPÊUTICA 
COM OZÔNIO
 A terapêutica com o ozônio se dá pelo enriquecimento de veículos, como 
a água ou óleos, ou mesmo pela sua resposta nos mecanismos fisiológicos, de 
maneira direta, já agindo de imediato na região, como na descontaminação de 
feridas, ou indireta, ativando sinalizadores de processos fisiológicos.
 Quando se pensa na entrega sistêmica direta a mistura entre oxigênio e 
ozônio é que vai desencadear os processosterapêuticos. Ambos os gases se dis-
solvem na água do plasma, observa-se que enquanto o oxigênio prontamente 
se equilibra, o ozônio não pode se equilibrar porque ele reage com biomolécu-
las (PUFA, antioxidantes) presentes no plasma. 
 O rendimento da reação entre peróxido de hidrogênio (entre outras 
possibilidades, os ROS, espécies reativas de oxigênio) e produtos de peroxida-
ção lipídica (LOP) leva a um súbito aumento da concentração de peróxido de 
hidrogênio, gerando um gradiente que acarreta sua rápida transferência para 
dentro das células, onde em poucos segundos serão ativados vários processos 
bioquímicos e simultaneamente sofrerá redução para água pelo eficiente siste-
ma antioxidante intracelular (GSH, catalase, GSH-Px). 
 Essa etapa crítica corresponde a um estresse oxidativo controlado, agu-
do e transitório, necessário para ativação biológica, sem toxicidade concomi-
tante, provando que a dose de ozônio é compatível com a capacidade antioxi-
dante do sangue (Mendiratta et al., 1998 a, b). 
 Enquanto as ROS são responsáveis pelos efeitos biológicos imediatos, 
os LOPs são importantes por seu efeito tardio. Os LOPs podem chegar a qual-
quer órgão após se ligarem ao receptor, suscitando a adaptação para repetidos 
estresses oxidativos agudos. Os LOPs ativarão a regulação das enzimas antio-
xidantes e, provavelmente, a liberação de célula-tronco (Bocci et al., 2005).
Instituto Rafael Ferreira
20
Figura 2: Sangue ozonizado e interação de da geração de LOP 
com diversos órgãos (Bocci, 2005)
 Por isso se faz tão fundamental o entendimento de qual via de admi-
nistração utilizar para atingir as propostas terapêuticas e como as combinar 
dentro de um protocolo clínico focando a otimização de resultados, uma vez 
que se entende que dependendo da região de entrega se espera uma resposta 
fisiológica diferente do ozônio.
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
21
Figura 3: Efeitos do ozônio mediante suas reações com moléculas mediadoras. A. Em 
locais específicos do organismo. B. Por meio de seus subprodutos (De Bocci, 2006).
 Poderíamos subdividir as respostas fisiológicas da ozonioterapia nas se-
guintes classes:
• Regulação do sistema antioxidante
• Melhora do metabolismo do oxigênio
• Modulação do sistema imunológico
• Função amplo espectro bactericida, viricida e fungicida
• Regulação do metabolismo
• Intervenção na liberação de autacoides
Instituto Rafael Ferreira
22
REGULAÇÃO DO SISTEMA 
ANTIOXIDANTE
 
 A otimização dos sistemas oxidantes e antioxidantes do organismo é um 
dos efeitos biológicos fundamentais da interação sistêmica da ozonioterapia, 
que se realiza por meio da influência nas membranas celulares e consiste na 
normalização do balanço dos níveis de produtos da peroxidação lipídica e o 
sistema de defesa antioxidante. 
 Desta forma é fundamental avaliar previamente a condição clínica do 
paciente para não induzir um estresse fisiológico acima da capacidade de nor-
malização do sistema, para isso sempre seguir a proposta de iniciar a tera-
pêutica com menor dosagem e ir subindo até a dosagem ideal e balanço redox 
fisiológico.
 Como resposta imediata à aplicação do ozônio nos tecidos e órgãos, se 
produz um aumento compensador sobre toda a atividade das enzimas antio-
xidantes, como a superóxido dismutase, a catalase e a glutationa peroxidase, 
amplamente representadas nos músculos cardíacos, fígado, eritrócitos e ou-
tros órgãos, justificando a observação de melhora clínica rápida em pacientes 
submetidos à metodologia (Barreira, 2005)
 A restauração do sistema antioxidante é um processo complexo e re-
quer a ativação das reações metabólicas, que permite o acúmulo de NADH 
e NADPH do ciclo de Krebs e da via da pentose fosfato, que são doadores de 
prótons para a redução dos componentes oxidativos do sistema antioxidante 
(glutationa, vitamina E, acido ascórbico e outros) (Barreira, 2005)
 É importante ressaltar que durante o tratamento com ozônio é necessá-
rio suspender todos os suplementos de antioxidantes que contém vitamina C e 
vitamina E. A presença destes compostos em concentrações elevadas interfere 
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
23
com a ação do ozônio como agente oxidante, e, portanto, intervindo no bom 
curso normal da terapia. É importante comunicar ao paciente que não deve 
ingerir quantidades excessivas de alimentos que contenham estas vitaminas. 
Desta forma, as vitaminas e antioxidantes devem ser administrados antes ou 
depois da ozonioterapia, mas nunca durante o tratamento.
 A ozonioterapia está muito vinculada ao conceito de equilíbrio oxida-
ção-redução (ambiente redox) devido ao fato de, como parte de seu mecanismo 
de ação, gerar um efeito antioxidante indiretamente, pois na verdade ela é um 
tratamento oxidativo, empregado em enfermidades que intervêm no processo 
de estresse oxidativo. Ademais, o mecanismo geral pelo qual atua a ozoniote-
rapia sistêmica é a produção de um pequeno e controlado estresse oxidativo, 
que vai promover a ativação do nosso sistema de defesa e antioxidante. 
 A abordagem do tratamento intenciona uma repetição sistêmica desse 
estímulo induz no organismo diversas respostas terapêuticas. A ozoniotera-
pia está, portanto, estreitamente ligada ao processo biológico conhecido como 
estresse oxidativo, a ideia é tentar regularizar as funções fisiológicas normais, 
trabalhando de forma otimizada (Martinez-Sanchez e Re, 2011).
 A reatividade química do ozônio gera subprodutos, que desenvolvem 
atividade local e sistêmica, dentre os principais produtos que se originam na 
ozonização de lipídios e proteínas podemos destacar: 
• ozonídeos de Criegee
• hidróxi-hidroperóxidos
• peróxido de hidrogênio 
• aldeídos
 Como são elementos radicalares, o organismo desenvolveu defesas para 
sua neutralização, os ozonídeos de Criegee são catabolizados pela enzima GST 
(glutationa S transferase), que usa a glutationa (GSH) como agente redutor 
para gerar aldeídos e glutationa oxidada (GSSH). Os aldeídos são metaboliza-
dos pela enzima aldeído desidrogenase (ALDH), utilizando como cofator o di-
nucleotídeo oxidado da nicotinamida adenina (D+). Dentre os fatores ativados 
observa-se que a ozonioterapia leva ao estímulo significativo da enzima GSH.
 Também se observa que decorrente desta reatividade o ozônio é capaz 
de induzir a liberação de espécies reativas do oxigênio, que quando em concen-
trações controladas estimularão a produção de antioxidantes, regularizando a 
liberação dos eicosanoides, que são elementos importantes no processo infla-
Instituto Rafael Ferreira
24
matório. 
 Sabe-se que o ozônio reage imediatamente com determinado número 
de moléculas presentes dos fluidos biológicos, chamadas de antioxidantes, 
proteínas e carboidratos (mais especificamente os ácidos graxos poliinsatura-
dos) (BOCCI, 1996). 
 Para o melhor conhecimento da ação do ozônio sobre os fluidos celu-
lares e fluidos corpóreos é importante lembrar que a respiração celular está 
baseada na presença do oxigênio, como consequência do processo metabólico 
existe a liberação de espécies reativas do oxigênio (ERO). 
São consideradas espécies reativas do oxigênio o ânion superóxido (O2- ), pe-
róxido de hidrogênio (H2O2), o radical hidroxila (OH-), o oxigênio singleto (1 
O2) entre outras. 
 As EROs podem atacar e lesionar várias moléculas biologicamente im-
portantes como proteínas, ácido desoxirribonucléico (DNA) e membranas, in-
duzindo a várias doenças crônicas, câncer e o envelhecimento. O radical hidro-
xila é um dos componentes mais destrutivos (BOCCI, 1996). 
 Alguns autores descreveram a aplicação controlada do ozônio como um 
pré-condicionamento oxidativo que previne o dano hepatocelular mediado por 
radicais livres. A terapia com ozônio demonstrou preservar a integridade do fí-
gado induzindo enzimas ou ativando caminhos para manter o equilíbrio redox. 
A dose neste caso utilizada para ratos foi de 1mg/kg e sugerida em humanos 
0,25mg/kg. Um alto índice da enzima superóxido desmutase e glutationa, bai-
xo índice de peroxidaçãoe homeostase normal do Ca2+ indicam o sucesso do 
tratamento (LEÓN et al., 1998). 
 Concentrações elevadas de ozônio produzem efeito agravante nos pro-
cessos de peroxidação lipídica na membrana celular das mesmas células fago-
cíticas, com o acúmulo de produtos tóxicos de peroxidação lipídica (malon de-
aldeído e bases Shiff), que inibem a síntese de citocinas e eliminam a ativação 
de Linfócitos T auxiliares, visando a regulação da geração de imunoglobulinas 
pelos linfócitos B, portanto promovendo um efeito imunodepressor. Este efei-
to é utilizado no tratamento de pacientes com patologia auto-imune (doença 
reumatóide, esclerose disseminada, esclerodermia) sem a administração de 
tratamento medicamentoso.
 
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
25
 A ação do ozônio, portanto, implica em dois tipos de processos: 
• Reação inicial com ozônio: quando o oxigênio é reduzido de forma uni-
valente, deixando um elétron livre em sua órbita externa, o que promove 
a produção das espécies reativas do oxigênio (ERO), que algumas vezes 
constituem os radicais livres, que desencadeiam as reações bioquímicas 
no sangue (BOCCI, 1996). 
• Peroxidação lipídica: É o processo pelo qual as EROs agridem os ácidos 
graxos poliinsaturados, desintegrando as membranas celulares promo-
vendo a perda da permeabilidade. A peroxidação lipídica também gera 
EROs, mais especificamente o peróxido de hidrogênio (H2O2) e uma va-
riedade de aldeídos conhecidos como produtos da peroxidação lipídica, 
tais como malondialdeído, 4-hidroxinonenal e isoprostanos que são in-
clusive utilizados para avaliação do estado de estresse oxidativo de um 
organismo (LIMA e ABDALLA, 2001; NAOUM, 2001). 
 Al-Dalain et al. (2001) constataram que o uso do ozônio como agente 
terapêutico, reduziu os danos provocados pelas espécies reativas do oxigênio, 
refutando o pensamento que o sistema de oxidação controlado estimula a de-
fesa antioxidante do organismo, também se observou que o uso em doses bai-
xas promove controle da diabetes e seus agravos clínicos, como por exemplo, o 
pé diabético. 
 O nosso sistema de neutralização radicalar é mediato por agentes en-
zimáticos, que são o foco da ativação da terapêutica, destacando a superóxido 
dismutase (SOD), glutationa peroxidase/ redutase, glutaredoxina, tioredoxina 
e catalase. Já os sistemas não enzimáticos são compostos por algumas vitami-
nas lipossolúveis, hidrossolúveis, e os oligoelementos. A concentração destes 
elementos no organismo varia individualmente de acordo com sexo, idade, 
dieta, época do ano e metabolismo (BOCCI, 2005). 
 A produção de sinalizadores radicalares, principalmente na liberação 
do H2O2, garantem as propriedades terapêuticas do ozônio. O peróxido de 
hidrogênio quando em contato com o sangue rapidamente passa para o inte-
rior dos eritrócitos, leucócitos e plaquetas, onde sofre ação dos antioxidantes 
endógeno, o produto da neutralização é a água. Por passar para o interior das 
células, e desencadear reações bioquímicas, torna-se o principal mensageiro 
Instituto Rafael Ferreira
26
que ativará a todo o processo (BOCCI et al., 2005). 
 Com o tempo os antioxidantes que já sofreram a oxidação retornam a 
sua forma reduzida com o auxílio da NADPH (fosfato de dinucleótido de ni-
cotinamida e adenina). Um exemplo é o que ocorre com a glutationa redutase 
(GSH-Rd) que utiliza a NADPH para retornar a sua fase de glutationa oxidada 
(GSSH) para a original (GSH), esse mecanismo seria como uma reciclagem das 
enzimas antioxidantes, que estavam sem capacidade de neutralizar radicais 
livre e resgatam seu potencial anti-radicalar. 
 O NADP utilizado torna-se oxidado e é reduzido pelo ciclo da pentose 
fosfato, onde a glicose 6-fosfato desidrogenase é a enzima chave. Com isso há 
um aumento da glicólise com aumento dos níveis de ATP. 
 Os eritrócitos que estiverem em contato com o ozônio, em um curto 
período de tempo, tornam-se capazes de aumentar a distribuição de oxigênio. 
Isso se dá pelo aumento da 2,3 difosfoglicerato (2,3 DPG) que atua na glicólise 
anaeróbica, responsável pela dissociação da oxihemoglobina, que promove um 
aumento da oxigenação tecidual, ou seja, o processo de liberação de oxigênio 
do eritrócito para o tecido fica facilitado, favorecendo o metabolismo celular.
 Como consequência há um aumento da adenosina trifosfato (ATP) tam-
bém responsável por estabilizar o potencial de membrana celular, justificando 
o aumento do metabolismo celular (BOCCI, 2005).
 Nos linfócitos o H2O2 ativa a tirosina quinase que desprende a IκB, 
fator de inibição que não permite a ativação da NFκB. Esta é um fator de trans-
crição, que quando ativada permite a migração para o núcleo resultando na 
síntese de proteínas. Pode estar envolvida na produção de enzimas, como óxi-
do nítrico sintetase e ciclooxigenase-2, superóxido dismutase, interleucinas, 
fator de necrose tumoral (TNF), moléculas de superfície-1 de adesão de célula 
intracelular e Eselectina. Nas plaquetas estimula a liberação de fatores de cres-
cimento e nas células endoteliais aumenta a produção de óxido nítrico (BOC-
CI, 2005). 
 Esse é um dos fatores importante na justificativa da terapêutica cutânea 
com alterações no processo de circulação local ou estase tissular, como no caso 
da hidrolipodistrofia ginoide (HLDG), popularmente chamada de “celulite”.
Segundo Zamora et al. (2005) o uso do ozônio, como uma adaptação a libera-
ção de radicais livres, pode diminuir a liberação sérica do TNF-α. No modelo 
experimental de choque séptico induzido em ratos, com a aplicação pela via 
intraperitonial, autores indicaram aumento da atividade dos antioxidantes por 
meio da estimulação hepática, mantém a IκB inibindo a NF-κB, desta forma 
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
27
não ocorre liberação de citocinas e enzimas como o TNF-α e GSH-Px, que estão 
envolvidas na indução e desenvolvimento do choque séptico. 
 As espécies reativas do oxigênio também irão resultar na liberação de 
citocinas, termo genérico para designar as moléculas envolvidas na emissão 
de sinais entre células durante a resposta imune. Estão entre elas os interfe-
rons (IFN-α, IFN-β e IFN-γ), moléculas importantes na limitação da infecção 
viral. Produzidos na fase inicial da infecção constituem a primeira linha de 
resistência a muitas doenças virais. As interleucinas (IL-2, IL-6; IL-8) produ-
zidas principalmente por células T, mas também sintetizadas por macrófagos 
e células teciduais, atuam em células que possuem receptores específicos para 
cada uma delas, promovendo entre suas funções: ativação, proliferação, dife-
renciação e migração celular. Lembrando que durante essa ativação a liberação 
da interleucina 10 e TGF-β1 coordena esta ação não permitindo que seja exage-
rada (BOCCI et al., 2005). 
 Existem vários protocolos dentro das escolas modernas de ozoniotera-
pia que tomam como base essa informação para justificar a indicação na abor-
dagem de distúrbios virais, dentro da prática clínica estética a manifestação 
herpética é um dos distúrbios virais comuns de acontecerem, em pacientes que 
já tem histórico da problemática a abordagem de ozonioterapia pode ser indi-
cada até mesmo na profilaxia para condução de técnicas de perfil inflamatório, 
como peeling ou microagulhamento, ou na terapêutica de tratamento em caso 
de manifestação. 
 Martinéz-Sanchez et al. (2005) descreveram que a adaptação ao estres-
se oxidativo induzida através da aplicação do ozônio via insuflação retal, na 
diabetes tipo dois, repetidamente em doses não tóxicas aparece controlando a 
curva glicêmica, normalizando a liberação de peróxidos e ativando a superóxi-
do desmutase.
 A diminuição do açúcar livre faz com que o organismo esteja menos 
sujeito aos processos de glicação não enzimática mediada pela glicose livre. 
Com foco na prática estética isso favoreceria os resultados de bioestimulação 
em pacientes com histórico hiperglicêmicos e nas propostas estéticas correla-
cionadas com o emagrecimento e redução de gordura localizada.
 Ozônio atua preservandoe induzindo a concentração dos antioxidantes 
endógenos e bloqueando a xantina oxidase (enzima que produz ácido úrico), 
caminho para geração de espécies reativas do oxigênio. O ozônio também pode 
apresentar um efeito benéfico na circulação sanguínea aumentando a concen-
tração de eritrócitos, taxa de hemoglobina, diapedese e fagocitose e age esti-
Instituto Rafael Ferreira
28
mulando o sistema reticulo-histiócitos. Esses efeitos são mais visíveis em pe-
quenos vasos e capilares (AGRILLO et. al., 2006). 
 A otimização do funcionamento da rede capilar indica potencial favorá-
vel para disfunções estéticas congestivas, como a HLDG ou de baixo suporte 
nutricional e oxigenativo, como em alguns casos de alopecia.
Inflamações crônicas típicas virais, doenças auto-imunes, diabetes, arteroscle-
rose e câncer liberam excessivamente espécies reativas do oxigênio que podem 
acelerar o desenvolvimento destas doenças. Hoje já se sabe que estes media-
dores inflamatórios também são aumentados no caso de estresse, alimentação 
irregular e hábitos como o fumo.
 Por este motivo, a indução do estresse oxidativo com duração por dois 
a três minutos, e utilizando concentrações “fisiológicas”, não pode ser equacio-
nada como um estresse patológico (BOCCI, 2007). 
 Chen et al. (2008) observaram a supressão pelo ozônio da liberação da 
endotelina-1 após a reperfusão do rim após transplante. Acreditam que o me-
diador que induz a liberação dos antioxidantes neste caso é o óxido nítrico. 
Em pacientes que receberam transplante de fígado que foram submetidos ao 
pré-condicionamento oxidativo, determinou-se uma maior capacidade de pro-
teção ao órgão contra dano isquêmico. 
 No quadro de hipercromia cutânea também se observa a endotelina 
como importante sinalizador para início do processo de melanogênese, mais 
estudos são necessários para entender sua real aplicabilidade clínica nos tra-
tamentos clareadores, mas mostra-se uma interessante proposta coadjuvante 
no processo de clareamento tissular, até mesmo pelo fato de diminuir a in-
flamação sistêmica, que intensifica o processo de melanogênese e diminui o 
resultado dos tratamentos clareadores.
 O ozônio também reduziu a expressão da p65, diminuiu a produção do 
TNF-α e promoveu uma redução da imunoreatividade da proteína HSP-70. O 
que significa que preservou o equilíbrio redox, a função mitocondrial e os pools 
de glutationa, bem como a regulação do NFκB e HSP-70 (LEÓN-HERNAN-
DEZ et al., 2008).
 O ozônio pode aumentar o nível da proteína Nrf2, que promove as en-
zimas antioxidantes e desintoxicantes da fase II da metabolização enzimática 
de drogas, sendo sugerido que o ozônio pode ser uma ferramenta útil para 
complementar e integrar a terapia farmacológica de controle do estresse oxi-
dativo, presente em inúmeras enfermidades e distúrbios estéticos. (Martinez-
-Sanchez, 2014)
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
29
Melhora no Metabolismo 
do Oxigênio
 O uso do ozônio levando a uma reação de peroxidação sobre os fosfo-
lipídios de membrana determinará um aumento da carga elétrica negativa na 
membrana eritrocitária, evitando um empilhamento ou roleaux, o que torna 
os eritrócitos mais deformáveis, aumentando assim sua flexibilidade (Barreira, 
2015).
 Como já vimos o 2,3-DPG exerce um papel importante na funcionalida-
de dos eritrócitos, pois a afinidade da hemoglobina pelo O2 depende do 2,3-
DPG. Este, de fato, adentra o centro da estrutura quaternária da hemoglobina, 
liberando quatro moléculas de O2 . O aumento da velocidade da glicólise no 
eritrócito é acompanhado de um significativo aumento no intercâmbio de íons 
sódio e potássio, os quais são responsáveis por manter o potencial elétrico de 
membrana. A normalização da troca de íons pelo ozônio e seus produtos favo-
rece a restauração do potencial ao normal (Bocci, 2005).
 Alias o ajuste do potencial de membrana é fundamental para otimização 
das atividades celulares, pois dá suporte as proteínas de membranas e canais 
de abertura associada ao mecanismo de despolarização e repolarização.
As doenças arteriais oclusivas estão relacionadas com a perda do potencial 
normal da membrana. Foi observado, também, que, de acordo com a forma do 
eritrócito (discoide bicôncavo tem maior coeficiente do que o eritrócito plano 
e esferoide), que determina seu coeficiente de esfericidade, observou-se que, 
quanto maior esse coeficiente, maior era o grau de hipóxia (Barreira, 2015).
 Em um trabalho para determinar o coeficiente de esfericidade, um es-
tudo com amostra de 78 pessoas (Barjotkina TM et al., National Polytechnic 
University, Medical Center, Ucrânia, Cracóvia), foi mostrado que os eritrócitos 
discoides bicôncavos eram muito afetados com a inflamação e hipóxia (13% e 
Instituto Rafael Ferreira
30
17%) e, após o uso do ozônio, foi observada a melhora da sua população, ha-
vendo maior entrega de oxigênio (81% e 79%), enquanto os eritrócitos planos 
(75% e 69%) estavam aumentados nas patologias e, após o ozônio, voltavam 
a ter seu formato mais fisiológico, que é discoide bicôncavo (Mendez, 2011). 
Podemos observar esta variação na figura 4.
 Estas constatações demonstram que alterações na estrutura conforma-
cional, bem como na capacidade de liberação do oxigênio diminuem a oxige-
nação tecidual e consequentemente a capacidade metabólica, desacelerando o 
metabolismo e diminuindo a produtividade intrínseca celular.
Figura 4: A. Microscopia eletrônica do sangue que mostra agregação dos eritrócitos 
em “pilha de moedas”. B. A mesma amostra depois do tratamento com ozônio. 
(Mendez, 2008)
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
31
Modulação do Sistema 
Imunológico
 Os primeiros a relatarem os efeitos da regulação imunológica por parte 
do ozônio foram Winkler (1989) e Bocci (1997). Em longos anos de estudo, de-
monstrou-se sua propriedade de induzir a produção de citocinas. As citocinas 
que são peptídios biologicamente ativos possibilitam a ativação de sistemas 
inespecíficos (aumento da temperatura corporal, produção hepática de prote-
ínas da fase aguda) e ativação da imunidade celular (Barreira, 2015).
 Os efeitos são dependentes da dose de ozônio e, em concentrações te-
rapêuticas, há um acúmulo nas membranas das células fagocíticas de monóci-
tos e linfócitos T, os quais, induzidos, liberam pequenas quantidades de pra-
ticamente todas as citocinas de forma endógena, particularmente o interferon 
gama. Há também um aumento da liberação de antagonistas das citocinas, 
como a IL-10 e TGF-b1, capazes de suprimir a citotoxicidade autorreativa, por-
tanto a indução de citocinas não ultrapassa níveis maiores do que o necessário, 
uma vez que se ativem os contrarreguladores (Schulz, 1982; De Ville, 1986; 
Viebahn, 1985).
 Lembrando que concentrações elevadas de ozônio produzem efeito 
agravante nos processos de peroxidação lipídica na membrana celular das 
mesmas células fagocíticas com o acúmulo de produtos tóxicos de peroxidação 
lipídica (malon dealdeído e bases Shiff), que inibem a síntese de citocinas e 
eliminam a ativação de Linfócitos T auxiliares, visando à regulação da geração 
de imunoglobulinas pelos linfócitos B. Este efeito é utilizado no tratamento 
de pacientes com patologia auto-imune (doença reumatóide, esclerose disse-
minada, esclerodermia) sem a administração de tratamento medicamentoso, 
aonde a proposta é diminuir a capacidade fisiológica do sistema imune.
 Ou seja, quando o pensamento for otimizar processos imunológicos de-
Instituto Rafael Ferreira
32
vemos pensar em dosagens que variem de pequenas até médias, para não ini-
ciar a ativação do sistema contrarreguladores ou danos nas estruturas celula-
res, já se o foco for minimizar a atividade imunológica, já partir para dosagens 
altas, sempre avaliando se a condição fisiológica e bases de Redox do paciente 
assim permitirem.
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
33
Amplo espectro bactericida, 
viricida e fungicida do ozônio
 Entre os efeitos biológicos do ozônio, o primeiro a ser descoberto foi o 
efeito bactericida,na I Guerra Mundial. Essa ação direta do ozônio se manifes-
ta de forma geral quando aplicado por uma via externa, seguindo as diversas 
modalidades terapêuticas, principalmente em concentrações elevadas. 
 Com relação a muitos antissépticos conhecidos, o ozônio não irrita nem 
destrói os tecidos protetores das pessoas, porque existe um potente sistema 
antioxidante, em pacientes que tem pele sensível ou irritada por traumas e 
processos inflamatórios crônicos, como na rosácea, ele é uma alternativa inte-
ressante para descontaminação da pele.
 A primeira ação do ozônio é na membrana plasmática das células. As 
modificações induzidas pelo ozônio no conteúdo intracelular (oxidação de 
proteínas citoplasmáticas e alteração das funções das organelas) se produzem 
provavelmente pela ação dos oxidantes secundários, produtos da ozonólise 
dos lipídios das membranas. 
 A causa direta da destruição das bactérias pela ação do ozônio é a de-
terioração das membranas plasmáticas ou das bases do seu DNA, fazendo as 
células bacterianas perderem sua capacidade de viver e/ou se reproduzir, é 
praticamente o mesmo foco de ataque dos antibióticoterapia.
 Scott e Lesher (1962) indicaram que o ozônio atuava sobre a Escheri-
chia coli, atacando a estrutura dos ácidos nucléicos no interior das células. 
 Segundo Wickramanayake et al. (1984) o ozônio tem ação estudada es-
pecificamente sobre os microrganismos, neste estudo os autores compararam 
o ozônio com o cloro e demonstraram que a ação do ozônio é de longe mais 
efetiva que a do cloro sobre cistos de Giardia lamblia. Este estudo também 
comprovou a ação do ozônio sobre cepas de E. coli, ressaltando maior sensi-
Instituto Rafael Ferreira
34
bilidade quando em comparação com a giárdia. Este protozoário apresentou 
maior sensibilidade ao ozônio do que a G. muris; a concentração da água utili-
zada (0,05M), para este experimento foi mensurada com espectrofotometria, 
e o tempo de exposição foi de dois a cinco minutos, em temperatura de 22º C 
(FINCH et al., 1993).
 É importante assinalar que as moléculas do ozônio não só interagem 
com os componentes da superfície da membrana, mas também, ao terem va-
riada sua permeabilidade, produzem a destruição das organelas intracelulares 
em 10–20 minutos (Barreira, 2015).
 O ozônio se mostrou capaz de destruir todos os tipos conhecidos de 
bactérias Gram-positivas e Gram-negativas (Carpendale e Griffis, 1993).
A experimentação sobre as propriedades bactericidas in vitro da água destila-
da ozonizada com uma concentração do ozônio de 4 µg/mL tem demonstrado 
que se produz uma inibição total do crescimento das colônias de estafilococos, 
bacilos intestinais, Pseudomonas aeruginosa, Proteus e Klebsiella. Em con-
centrações que oscilam entre 1 µg/mL e 5 µg/mL, o ozônio destruiu 99,9% 
de E. coli, Enterococcus faecalis, Mycobacterium tuberculosum, Cryptospori-
dium parvum, Varavium e outros, em um intervalo de 4–20 minutos (Barrei-
ra, 2015).
 Pensando em vias sistêmicas ele tem interessante atividade associativa, 
em casos de choque séptico, o pré-condicionamento com ozônio tem sido ca-
paz de resguardar o animal contra a depleção de glicogênio e prevenir sua de-
gradação até lactato, inibindo a acidose intracelular. Mantém também estável 
a concentração intracelular de Ca2+ (GALLARDO et al., 2008).
 Além da expressão do efeito bactericida do ozônio na microbiota Gram-
-positiva das feridas supurantes e das úlceras tróficas, unido à diminuição 
dinâmica da resistência dos micro-organismos diante do ozônio, se observa, 
também, um aumento da sensibilidade aos antibióticos (Barreira, 2015).
 Young e Setlow (2004) mais recentemente, demonstraram que o ozônio 
é capaz de eliminar esporos, e isto não ocorre por dano no DNA da célula; os 
autores sugerem que pode ser por produzir defeitos na germinação, talvez por 
acometimento da membrana interna. A aplicação é importante quando sua 
ação é confirmada sobre microorganismos presentes nas infecções hospitala-
res. 
 A aplicação na dose de 25ppm por um período de 20 minutos apre-
sentou significativa redução e eliminação em alguns casos para Acinetobacter 
baumannii, Clostridium difficile, Staphylococcus aureus resistentes a meticili-
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
35
na, altamente patogênicos (SHARMA; HUDSON, 2008).
Murray et al. (2008) com ozônio em meio líquido, descreveram a inativação de 
vírus, entre eles herpesvírus, adenovírus e influenza por peroxidação lipídica 
sobe os quais promove dano irreversível.
 O ozônio mostrou ser capaz de inativar o vírus da Hepatite A, quan-
do aplicado sob partículas suspensas em solução salina, com concentração de 
1mg/l em 60 segundos (VAUGHN et al., 1990). 
Agindo nas proteínas celulares e nos ácidos nucléicos, a resistência dos mi-
crorganismos ao ozônio ou a qualquer agente de desinfecção será influenciada 
pela espécie e forma com que aparecem no meio (LAPOLLI et al., 2003).
 Segundo os dados de Bolton (1982), os vírus encapsulados são mais 
sensíveis à ação do ozônio que os não encapsulados, muito provável a caracte-
rística molecular do capsídeo aumenta a interação de ataque do ozônio. 
 O efeito bactericida do azeite vegetal ozonizado se deve à presença de 
ozonídeos e hidroxiperóxidos, que se formam nas reações do ozônio com as 
duplas pontes de lipídios. Supõe-se que o ozonídeo do óleo se acopla no recep-
tor para os micro-organismos e o bloqueia (Barreira, 2015).
 Como os produtos ozonizados não ganham irritabilidade, mas só adi-
cionam as suas propriedades as pertinentes ao ozônio, o tratamento de feridas 
ganha um espaço interessante, como formas de higienização e lavagem de zo-
nas de sutura, diminuindo a deiscência de pontos ou no tratamento de feridas 
abertas.
 A ação germicida de amplo espectro do ozônio permite que a ozonio-
terapia seja um valioso tratamento para a limpeza e a desinfecção das feridas 
infectadas, assim como nos processos sépticos locais. Essa forma de aplicação 
pode se combinar com outros procedimentos também derivados das aplica-
ções do gás (ozonioterapia sistêmica, água ozonizada, azeites vegetais ozoni-
zados), sem o perigo de resistência dos microrganismos nem de toxicidade ou 
efeitos colaterais (Barreira, 2015).
 A prática estética pode incorporar dentro do próprio protocolo de tra-
tamento múltiplas aplicações saneantes de ozônio, trocando a água dos borri-
fadores por água ozonizada, promovendo a remoção de máscaras cosméticas 
e outros produtos com algodão ou gaze enriquecidos em água ozonizadas, na 
abordagem da pele acneica com alto grau de inflamação é uma conduta que 
otimiza os resultados do protocolo clínico de superfície.
 As “bags” se mostram uma interessante abordagem terapêutica tópica 
para complementar técnicas estéticas que induzam a formação te feridas ou 
Instituto Rafael Ferreira
36
ameacem a integridade da função barreira, como nos protocolos de jato de 
plasma para remoção dos lentigos senis, logo após a formação das crostas as 
mãos podem ser ozonizadas no sistema fechado das bags para favorecer a des-
contaminação de superfície e já favorecer o processo de reparo tecidual.
 Podemos ver um exemplo da aplicabilidade da bag de ozônio e da res-
posta clínica ao tratamento combinado com a bag figura 5 (Barreira, 2015).
Figura 5: Esquema de aplicação da Bag de ozônio e resultado da terapêutica de 
18 sessões de hidro-ozonioterapia com bag.
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
37
REGULAÇÃO DO 
METABOLISMO
 Diversas observações pré-clínicas e clínicas realizadas têm permitido 
observar a ação reguladora do ozônio sobre indicadores metabólicos, tendo-
-se detectado, em geral, uma modulação dos indicadores (glicose, creatinina, 
hemoglobina, hematócrito, proteínas totais, lactato desidrogenase, colesterol, 
triglicerídios, lipoproteínas, enzimas hepáticas, bilirrubinas, ácido úrico, áci-
do láctico, cálcio, entre outros), inicialmente alterados para valores normais, 
levando vários autores entenderem que este ajuste se dá pelo equilíbrio do sis-
tema Redox (Hernandez,1995; Martinéz, 2005; Al Dalain 2001; Hernandez, 
2005; Barreira 2015).
 Observou-se uma atividade lipolítica interessante atribuída ao ozônio, 
que se liga a dupla ligação de carbono dos ácidos graxos (Cardoso, 2018).
 O incremento no metabolismo do oxigênio também favorece o aumento 
do metabolismo basal, observa-se melhora das alterações lipídicas teciduais e 
também sistêmicas. Ativação de processos dependentes de oxigênio são favo-
recidas pelo ozônio, por menores que sejam as dosagens, causam o aumento 
do conteúdo de oxigênio livre e dissolvido no sangue com a rápida intensifica-
ção de enzimas que catalisam a oxidação aeróbica de carboidratos, lipídeos e 
proteínas com formação de substrato energético de ATP. De grande importân-
cia é a ativação mitocondrial de Н -АТP-ase, responsável pela conjugação de 
processos respiratórios e fosforilação oxidativa, resultando na síntese de ATP.
 A qualidade e a funcionalidade do HDL, mais que a quantidade, pa-
recem ser preditores importantes das propriedades antiaterogênicas dessas 
partículas. Em um estudo com 22 pacientes com cardiopatia isquêmica, se 
observou uma diminuição estatisticamente significativa do colesterol total e 
do LDL no plasma no quinto dia de tratamento (diminuíram 5,5% e 15,4%, 
Instituto Rafael Ferreira
38
respectivamente) e no 15º dia (diminuição de 9,7% e 19,8%, respectivamente) 
com a ozonioterapia venosa a uma concentração de 50 mg/L com 200 mL de 
gás, sem modificação do HDL colesterol e dos triglicerídios. Houve uma dimi-
nuição maior nos pacientes que receberam uma quantidade maior de sessões 
de ozonioterapia (Barreira, 2015).
 Também se relata um efeito desintoxicante do ozônio pela otimização 
do sistema microssômico dos hepatócitos e pelo reforço da filtração hepática. 
O ozônio também altera o metabolismo dos hepatócitos. Durante o tratamen-
to, observou-se que, nas células hepáticas, há acúmulo de enzimas do sistema 
do citocromo P450 e catalase, o que aumenta o número de moléculas de gli-
cogênio e dos antioxidantes mais importantes, que por sua vez aumentam a 
produção de ATP (Barreira, 2015)
 A reorganização do metabolismo se baseia também nas trocas morfo-
funcionais dos hepatócitos, na hiperplasia pelos peróxidos, na normalização 
das estruturas dos elementos do retículo endoplasmático liso e na diminuição 
do nível de mudanças distróficas. Graças à ação recíproca desses mecanismos, 
muitas funções hepáticas, entre elas a antitóxica, melhoram (Peretiagin, 1991; 
Boiarinov, 1999).
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
39
INTERVENÇÃO NA LIBERAÇÃO 
DE AUTACOIDES
 A palavra autacoide deriva do grego autos (próprio) e do vocábulo akos 
(agente medicinal ou remédio), esses sinalizadores desenvolvem diversas fun-
ções no organismo, dependendo da sua classe e estrutura química. Geralmente 
desenvolvem sua função na região em que foram produzidos, até mesmo por 
apresentarem uma meia vida útil relativamente curta. 
 Das famílias diferentes de autacoides derivadas dos fosfolipídios de 
membranas celulares, têm sido identificados os eicosanoides formados a partir 
de certos ácidos graxos poli-insaturados (principalmente o ácido araquidôni-
co), incluindo as prostaglandinas, prostaciclinas, tromboxano A, leucotrienos 
e outros fosfolipídios modificados, representados pelo fator de ativação das 
plaquetas. Esses compostos têm grande importância biológica e têm sido de-
tectados em quase todos os tecidos e fluidos do corpo (Barreira, 2015).
 Podemos ainda citar como exemplos de autacoides a serotonina, hista-
mina e outros sinalizadores do processo inflamatório. 
 O ozônio parece promover um ajuste nos níveis de sinalizadores, a quem 
de também produzir sinalizadores pró-inflamatórios observa-se um ajuste en-
tre os níveis ideais, mediando o processo inflamatório para que se mantenha 
com sinalização suficiente para manter processo de comunicação celular, mas 
com níveis controlados, principalmente dos elementos responsáveis pela dor, 
no processo inflamatório.
 Isso acaba conferindo ao tratamento um efeito anti-inflamatório, reve-
lado pela capacidade do ozônio em oxidar os compostos contendo ligações du-
plas, como o ácido araquidônico (20: 4) e seus derivados - prostaglandinas, em 
particular. Estas substâncias biologicamente ativas participam no desenvolvi-
mento e sustentação do processo inflamatório. Além disso, o ozônio regula as 
Instituto Rafael Ferreira
40
reações metabólicas nos tecidos no local da inflamação ajustando o pH para os 
níveis de homeostasia tissular.
 Ele também apresenta um efeito analgésico proporcionado pela oxida-
ção dos produtos da albuminólise, os chamados algopéptidos. Eles agem nas 
terminações nervosas do tecido danificado e determinam a intensidade da res-
posta à dor. Além disso, o efeito analgésico também é causado pela normaliza-
ção do sistema antioxidante e, consequentemente, pela diminuição da quanti-
dade de produtos moleculares tóxicos da peroxidação lipídica nas membranas 
celulares, que modificam a função das enzimas integradas à membrana, que 
participam da síntese de ATP. 
 O sistema detox atribuído ao ozônio também acaba sendo parte do pro-
cesso, pois a desintoxicação promove correção e ativação de processos meta-
bólicos nos tecidos hepático e renal, garantindo assim sua principal função de 
neutralização e evacuação dos compostos tóxicos dos órgãos.
 Observa-se um efeito desintoxicante do ozônio pela otimização do siste-
ma microssômico dos hepatócitos e pelo reforço da filtração hepática. O ozônio 
também altera o metabolismo dos hepatócitos. Durante o tratamento, obser-
vou-se que, nas células hepáticas, há acúmulo de enzimas do sistema do cito-
cromo P450 e catalase, o que aumenta o número de moléculas de glicogênio e 
dos antioxidantes mais importantes, que por sua vez aumentam a produção de 
ATP (Barreira, 2015).
 A reorganização do metabolismo se baseia também nas trocas morfo-
funcionais dos hepatócitos, na hiperplasia pelos peróxidos, na normalização 
das estruturas dos elementos do retículo endoplasmático liso e na diminuição 
do nível de mudanças distróficas. Graças à ação recíproca desses mecanismos, 
muitas funções hepáticas, entre elas a antitóxica, melhoram (Peretiagin, 1991; 
Boiarinov, 1999). 
 Nos rins, o ozônio intensifica os processos de utilização da glicose, da 
glicose 6-fosfato, da lactato e do piruvato, mantendo uma atividade elevada de 
gliconeogênese (Barreira, 2015).
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
41
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
DA OZÔNIOTERAPIA
 Escolher a via de administração correta é um dos pontos fundamentais 
na abordagem da ozonioterapia. 
 A via tópica foi o primeiro método de aplicar o ozônio na história da 
prática médica. Deve-se notar que altas concentrações são usadas para desin-
fecção, enquanto baixas concentrações promovem a epitelização e a cicatriza-
ção. 
 A via tópica, ou de administração externa inclui:
• O uso de salinas anti-sépticas ozonizadas
• Aplicação de pomadas ozonizadas e óleo vegetal ozonizado
• Aplicação de água ozonizada
• Sacos de plástico aerados com ozônio (Bag) 
• Balneoterapia 
• Hidro-ozoneoterapia (consiste em um peeling suave, com debrida-
mento não cruento e gradativo, que retira o odor fétido das feridas 
abertas e do pé diabético, alivia a dor do local e mantém a melhora em 
longo prazo, diminui o edema extravascular, promove redifusão capi-
lar e higienização ampliadas).
 Métodos parenterais incluem: 
• Autohemoterapia maior e menor com sangue ozonizado 
• Plasma extracorpóreo e tratamento linfático 
• Injeções subcutâneas de ozônio em pontos biologicamente ativos 
• Injeções intramusculares paravertebrais 
Instituto Rafael Ferreira
42
• Infusões intravenosas de solução fisiológica ozonizada
 Em 1997, o professor Sergey D. Razumovsky, um conhecido químico, 
completou a investigação do efeito do ozônio na solução fisiológica isotônica 
padrão. Verificou-se que com o uso do ozônio não ocorrem reações químicas 
na solução, nem síntese de novos compostos (tipos de derivadosativos de clo-
ro). 
 O método enteral da mistura de oxigênio de ozônio é recomendado na 
patologia gastrintestinal e para ajuste do sistema Redox e demais benefícios 
atribuídos à entrega sistêmica do ozônio, dentre eles estão:
• ingestão de água destilada ozonizada; 
• irrigação intestinal com água destilada ozonizada; 
• insuflações retais com misturas de oxigênio com ozônio.
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
43
ENTENDENDO AS VIAS 
DE ADMINISTRAÇÃO
Autohemoterapia maior (O3-AHT)
 Refere-se ao tratamento do sangue de forma extracorpórea de uma mis-
tura de oxigênio e ozônio, e reinfusão lenta. A lavagem dos eritrócitos com 
solução salina previamente à ozonização não é indicada porque torna os eri-
trócitos mais vulneráveis, aumentando a hemólise. Em humanos há descrição 
de bem estar com duração de 4 a 5 dias, no entanto, não existem comprovações 
científicas que diferenciam essa sensação do efeito placebo (BOCCI, 1996). 
 Para a manipulação do sangue faz-se necessário o uso de anticoagulan-
te, evitando alterações da coagulação ou características da hemácia. O citrato 
de sódio não induz a agregação plaquetária, mas o Ca2+ é quelado induzindo 
hipocalcemia transitória (IULIANO et al., 1997). 
 Na prática de autohemoterapia maior é realizada uma coleta de grande 
volume sanguíneo, com reinfusão de até 225 ml, com concentração variando 
de 40 e 80 µg/ml. Devemos atentar a concentração do ozonio na mistura, pois 
quando essa supera os 100 µg/ml observa-se hemólise progressiva de 0,5-7% 
das células. 
 Com atuação principalmente do H2O2 (VALACCHI; BOCCI, 1999), há 
um aumento do metabolismo das hemácias e crescimento da 2,3-difosfoglice-
rato (2,3 DPG) e adenosina trifosfato (ATP), bem como a liberação de citocinas 
imunocompetentes que liberam citocinas, interferons e interleucinas. 
 Este procedimento induz estresse oxidativo calculado e transitório, uti-
lizando como mensageiro principal os peróxidos, ativando o sistema redox. Os 
níveis de metahemoglobina e hematócrito se mantêm normais, há uma míni-
ma perda de potássio que rapidamente volta ao normal e o sistema antioxidan-
Instituto Rafael Ferreira
44
te do sangue é capaz de proteger adequadamente enzimas como Na/K-ATPase, 
acetilcolinesterase quando a concentração é de até 80 µg/ml (BOCCI, 2004). 
 Sugerem-se tratamentos semanais, por longo período de tempo. O san-
gue não deve ser tratado em bolsas de transfusão, para que não ocorram rea-
ções químicas. O indicado são frascos estéreis de vidro com 3,8% de citrato de 
sódio, que segundo o autor apresenta melhores resultados que com o uso da 
heparina (BOCCI, 2005).
 De acordo com Bocci (2006) a utilização da autohemoterapia, nunca foi 
por objetivo substituir os tratamento médicos instituídos. O que se propõe é a 
utilização como um coadjuvante, para potencializar efeitos, em casos onde o 
tratamento convencional não apresentou bons resultados.
Autohemoterapia menor:
 A autohemoterapia menor trabalha com a ozonização de 5 a 10ml de 
sangue de forma extracorpórea. Neste caso são utilizadas seringas estéreis e a 
homogeneização do sangue com oxigênio-ozônio é feito manualmente em se-
ringas adequadas acopladas a transferidos. Essa quantidade reinfundida pela 
via intravascular mistura-se rapidamente com o volume total de sangue (Boc-
ci, 2005)
 Sugere-se a reaplicação pela via intramuscular, todavia é um procedi-
mento doloroso, sendo que a intensidade de desconforto aumenta conforme se 
aumenta o volume depositado.
 Ainda existem algumas controvérsias em relação à eficácia clínica desta 
prática para algumas indicações, mas ela deixa a viabilidade de preparo mais 
facilitada.
Obs: as práticas integrativas não deixam claro que procedimentos de auto-he-
moterapia e infusão de bolsas de soro podem ser administrados por qualquer 
profissional ou sem a necessidade de prescrição do procedimento por profis-
sional habilitado. Para diminuir conflitos de ordem legal sugere-se que para 
respostas sistêmicas da ozonioterapia se utiliza a via retal ou a ingesta de água 
ozonizada (tem menor performance na eficácia clínica). Já para a aplicação 
subcutânea não existe este entrave, uma vez que já se tem claro a prática de 
trabalhos com gazes medicinais, como o dióxido de carbono utilizado na car-
boxiterapia, na prática estética, solicitando ao profissional base de formação 
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
45
na área e curso de capacitação na técnica de aplicação. 
Insuflação retal
 É a via preferencial para terapêutica sistêmica do profissional da esté-
tica, encontra certa resistência ideológica por parte do estigma social, mas é 
a de mais fácil acesso e de resultados otimizados para controle sistêmico da 
ozonioterapia.
 É a aplicação intra-retal do gás, capaz de ativar do metabolismo das he-
mácias sistemicamente, melhorando as propriedades reacionais, promovendo 
aumento da 2,3-difosfoglicerato, ATP (adenosina trifosfato) e alterando o ba-
lanço oxigênio/hemoglobina. É capaz de liberar IL-1, IL-2, IFN-γ, TNF-α e TG-
F-β. Além disso, acredita-se que a hiperoxigenação possa acelerar os processos 
de cicatrização tecidual, conceitualmente pode produzir um efeito imunomo-
dulador local e generalizado, podendo ser usado em casos de colites ulcerativas 
e proctites (processo inflamatório que acomete o reto). 
 A aplicação de até 750ml de gás pode ser tolerada, usando uma cânula 
para a aplicação. A concentração não deve ser superior a 40µg/ml. Mas sugere-
-se sempre iniciar a terapia com doses menores, 10µg/ml em 150ml e aumen-
tar gradativamente (BOCCI, 1996).
 Esta via possibilita atingir todos os resultados sistêmicos da ozonio-
terapia descritos anteriormente com alguns benefícios extras como ajuste da 
flora bacteriana e fluxo intestinal. A normalização do intestino hoje se torna 
de grande interesse para a prática estética, pois suas disfunções demonstram 
exacerbar problemáticas de ordem estética, pela produção de produtos tóxicos 
e radicalares, interferir na qualidade de absorção dos macro e micronutrientes 
e comprometer a produção de neurotransmissores.
 Os procedimentos são feitos com a seringa Janet ou com a ajuda de 
sonda. A sonda não precisa ser de grande calibre, facilitando o trabalho do 
profissional e a resistência do paciente.
 A sonda permite que se conduza um procedimento de maior discrição, 
pois ela pode ser introduzida pelo próprio paciente antes do início da sessão, 
deixando a ponta de administração de fácil acesso ao profissional, de maneira 
que o paciente poderia estar até mesmo vestido para realizar o tratamento.
 Para a aplicação colocar o paciente deitado do lado esquerdo com os 
joelhos flexionados. O enema purgativo deve ser feito duas horas antes do pro-
cedimento. Insuflações retais são feitas com concentração de ozônio na mis-
Instituto Rafael Ferreira
46
tura de ozônio / oxigênio de 10-60mg / l, o volume varia de 150ml a 1000ml, 
dependendo da patologia, seu curso e estágio. Para recém-nascidos o volume é 
20-50ml, para crianças -50-100ml.
 As insuflações intestinais podem ser administradas, em primeiro lugar, 
como remédio antiinflamatório e desinfetante para restaurar a flora bacteria-
na desequilibrada por microorganismos patogênicos. Em segundo lugar, pode 
ser administrado como uma alternativa à autohemoterapia principal, porque 
a mistura de ozônio / oxigênio ao ser absorvida instantaneamente produz um 
efeito metabólico geral. Este procedimento pode ser utilizado nos casos em que 
as injeções intravenosas são difíceis de tratar, ou no caso da estética, aonde se 
tem dúvidas ainda sobre qual profissional pode realizar este procedimento.
 A dose terapêutica usual para produzir efeito metabólico é de 75mcg 
por 1kg de peso do paciente, por exemplo, para um paciente de 80 kg, a dose de 
ozônio deve ser de 75 x 80 = 6000 mcg. O curso do tratamento deve ser inicia-
do com uma meia dose e um volume mínimo de mistura de ozônio / oxigênio 
(150-200ml), que é gradualmente aumentada para o necessário.
Ozonioterapia Aplicada na Estética47
MATERIAIS OZONIZADOS 
NA PRÁTICA CLÍNICA
 Água ozonizada: esta mistura de oxigênio/ ozônio é feita em gar-
rafas de vidro com concentração de 5mg / l (O3 / O2), duração que depende 
do volume de água a ser ozonizada (3 litros - 30 min; 5 litros - 46 minutos; 10 
litros - 60 minutos), dependendo da finalidade a concentração de ozonização 
também pode variar. Ela pode ser amplamente utilizada na prática clínica para 
lavagens, preparo de máscaras, como diluente tópico de uso imediato, para 
descontaminação de bancadas e utensílios. Ao ser ozonizada a água deve ser 
utilizada em até 30 minutos.
 Olho Vegetal Ozonizado: As propriedades desinfetantes do ozô-
nio são bem reveladas no uso de óleo vegetal ozonizado. Descobriu-se que o 
óleo ozonizado tem atividade anti-séptica várias centenas maior em compa-
ração com a solução salina com ozônio. É utilizado para administração oral e 
em forma de aplicações ozonizadas. Para a ozonização utilizamos óleo vegetal 
refinado e poliinsaturados (girassol, oliva, milho etc.).
 
 O preparo é feito com diferentes concentrações e duração dependendo 
da finalidade:
• Para administração oral 100ml de óleo é ozonizado por 10 min com 
concentração de ozônio de 20mg / l (O3 / O2), 5 min - concentração 
de ozônio 40mg / l (O3 / O2).
• Para uso externo, 100ml de óleo é ozonizado por 15 min com con-
centração de ozônio de 20mg / l (O3 / O2), 30 min - concentração de 
ozônio 10mg / l (O3 / O2). 
• Para administração externa em micose, 100ml de óleo é ozonizado por 
Instituto Rafael Ferreira
48
15 min com concentração de ozônio de 24mg / l (O3 / O2), 8 min - con-
centração de ozônio 50mg / l (O3 / O2). 
 O óleo ozonizado deve ser mantido em um frasco de vidro escuro. De 
acordo com os dados mais recentes, ele pode preservar suas propriedades por 
4 meses, quando mantido em temperatura ambiente, quando mantido na gela-
deira, pode ser usado por 2 anos. Quando administrado para uso oral, o trata-
mento inicia com uma colher de chá de 20 a 30 minutos antes das refeições, 2 
a 4 vezes por dia, aumentando gradualmente a dose para uma colher de sopa, 
2 a 4 vezes por dia.
 Soro fisiológico ozonizado para infusões: Solução salina ozo-
nizada é administrada variando de 400 a 100000mcg / l de misturas de ozônio 
/ oxigênio na saída do gerador de ozônio. A concentração de ozônio é calculada 
em 40 mcg por kg de peso corporal, por exemplo, se o peso do paciente é de 80 
kg, então a concentração de ozônio é de 40x80 = 3200mcg na saída do gerador 
de ozônio.
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
49
CONTRAINDICAÇÕES DA 
OZONIOTERAPIA
1. Todos os casos com falha de coagulação sanguínea 
2. Órgãos Sangrentos 
3. Trombocitopenia 
4. Alergia ao Ozônio 
5. Trauma hemorrágico ou apoplético 
6. Intolerância ao Ozônio 
7. Flavismo 
8. Hipertiroidismo
9. Por via inalatória
10. Gravidez
Obs: Sabe-se que o ozônio em baixas concentrações produz um efeito mode-
rado de hipocoagulação, de modo que todas as drogas que diminuem a coagu-
lação sangüínea (anticoagulantes, aspirina, etc.) devem ser suspensas durante 
a terapia com ozônio. Nas mulheres, o tratamento deve ser interrompido por 
períodos menstruais.
 Para tratamento com agulha é fundamental escolher a agulha adequada 
para a profundidade escolhida e o plano de aplicação ideal, para as aplicações 
com foco na musculatura a angulação será sempre de 90º, já para as aplica-
ções cutâneas a angulação depende da camada alvo da terapêutica, conforme 
demonstrado na figura.
Instituto Rafael Ferreira
50
 Devemos estar sempre bem atentos para que a dosagem ideal seja esco-
lhida para o tratamento levando em conta a resposta esperada dentro da janela 
terapêutica da ozonioterapia.
Figura 6: Técnica de aplicação com agulha para atingir diferentes camadas cutâneas
Figura 7: Janela terapêutica dos tratamentos estéticos com ozonioterapia.
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
51
Instituto Rafael Ferreira
52
MANUAL DE 
PROTOCOLOS 
ESTÉTICOS
OZONIOTERPIA APLICADA NA ESTÉTICA
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
53
MANUAL DE PROTOCOLOS 
ESTÉTICOS
Preparo de água ozonizada
Preparo de óleo ozonizado
Preparo de bolsa salina ozonizada
Preparo da Bag de Ozônio
OzoInsuflação
Tratamento para alopecia
Tratamento para Acne ativa
Tratamento para Flacidez Tissular
Tratamento para Estria
Tratamento para celulite
Tratamento para Gordura Localizada
HLCO – Hidro Lipo Clasia Ozonizada
Eletrolipo Ozonização
Jato com Ozônio para as mãos
Harmonização Facial
Instituto Rafael Ferreira
54
PREPARO DE 
ÁGUA OZONIZADA
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
55
Preparo de Água Ozonizada
Objetivo 
Ozonizar a água por borbulhamento para solubilizar o ozônio na solução.
Indicações 
• Eliminação de vírus e bactérias mais de 3 mil vezes mais rápido que o 
cloro;
• Ótimo para ser utilizado na limpeza e purificação de alimentos, elimi-
nando os agrotóxicos e bactérias de frutas, legumes e verduras, uma 
vez que é mais rápido e menos nocivo que o cloro;
• Tem propriedades antivirais e é efetiva no combate a vírus em baixa 
concentração;
• Auxilia no metabolismo, respiração, circulação, digestão, entre outras 
funções básicas do organismo;
• Ajuda a purificar o sangue, livrando-o de impurezas, bactérias e vírus;
• Melhora a circulação sanguínea;
• Para lavar frutas, verduras e legumes;
• Deixar carnes frescas e salgadas de molho para destruir toxinas, além 
de camarão e lagosta;
• Para regar plantas e flores, exceto botões de rosa;
• Lavar peixes e aves diariamente;
• Beber um copo para tirar odores de bebidas e fumo e diminuir a acidez 
no organismo, aliviando sintomas da azia;
• Lavar as mãos após o uso de cebola, alho e água sanitária;
• Fazer bochechos bucais diários para evitar halitose;
• Deixar os pés de molho por 15 minutos para eliminar odores;
• Higienizar a pele antes e durante o atendimento;
• Preparar máscaras com cosméticos, como a argila;
Instituto Rafael Ferreira
56
• Higienizar bancadas e utensílios.
Materiais
• Cilindro de oxigênio medicinal devidamente regulado e carregado;
• Equipamento de produção de ozônio;
• Filtro catalizador de ozônio;
• Frasco de vidro elernmeyer ou outro adequado à técnica;
• Difusor acoplado a entrada do ozônio no frasco para aumentar o bor-
bulhamento;
• Conectores adequados para a técnica (isentos de látex);
• Água destilada (quantidade suficiente para o preparo desejado);
• Frasco para armazenamento da água ozonizada;
Procedimento
• Prepare previamente a água destilada;
• Certifique-se que todo o cabeamento esteja devidamente conectado, 
evitando possíveis vazamentos de gás;
• Transfira a água destilada para o frasco borbulhador;
• Coloque o difusor abaixo do nível de água;
• Feche o frasco;
• Certifique-se que a saída de vazão de gás esteja acoplada ao filtro cata-
lizador de ozônio;
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
57
• Ligue o equipamento;
• Selecione a parametrização para o preparo da água ozonizada segundo 
o fabricante;
• Abra o cilindro de oxigênio;
• Ajuste o fluxo da saída de gás do cilindro de oxigênio de acordo com as 
especificações do equipamento;
• Esperar o tempo de borbulhamento;
• Desligar a produção de ozônio e realizar a vazão do gás, se necessário, 
segundo as orientações do equipamento;
• Abrir o frasco borbulhador e transferir para o frasco de uso da água 
ozonizada.
Pontos de atenção
• Evitar aquecer a solução preparada;
• Utilizar a solução até 30 minutos após seu preparo;
Parâmetros de Preparo
Líquido 
Ozonizado Concentração Volume
Tempo de 
Borbulhamento
Água para beber 30 mcg 400 ml 10 min.
Água para higienizar 
pele 60 mcg 800 ml 10 min.
Água para limpeza de 
bancada utensílios 100 mcg 3000 ml 30 min.
Instituto Rafael Ferreira
58
PREPARO DE 
ÓLEO OZONIZADO
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
59
Preparo de Óleo Ozonizado
Objetivo
Ozonizar o óleo vegetal instaurado (girassol, oliva) por borbulhamento para 
solubilizar o ozônio no meio.
Indicações
• Acne: o óleoajuda a desintoxicar a pele, melhora a circulação da região 
aplicada, reduz e evita manchas, elimina bactérias e reduz a infecção;
• “Pé de atleta”: o óleo reduz inflamações e possui fortes propriedades 
antifúngicas;
• Caspa ou seborreia: mais uma vez, o óleo possui forte propriedade an-
tifúngica;
• Cortes, feridas e úlceras: tem propriedades antissépticas, pode ser 
considerado um leve anestésico e incentiva a circulação sanguínea na 
área danificada;
• Dermatites e eczemas: melhora circulação sanguínea, reduz manchas 
e inflamações.
• Assaduras: reduz inflamações e estimula circulação sanguínea;
• Dor de ouvido/dores musculares: excelente anti-inflamatório e ajuda 
a reduzir câimbras, espasmos e dores musculares;
• Fungos de unha: graças à sua ação antifúngica;
• Queimaduras: ajuda a proporcionar alívio imediato de brotoejas, quei-
maduras solares e pele inflamada graças à propriedade anti-inflama-
tória e capacidade aumentada de oxigenação da pele. Pode ajudar tam-
bém a evitar formação de bolhas pós-queimaduras
Instituto Rafael Ferreira
60
Materiais
• Cilindro de oxigênio medicinal devidamente regulado e carregado;
• Equipamento de produção de ozônio;
• Filtro catalizador de ozônio;
• Frasco de vidro elernmeyer ou outro adequado à técnica;Difusor aco-
plado a entrada do ozônio no frasco para aumentar o borbulhamento;
• Conectores adequados para a técnica (isentos de látex);
• Óleo Vegetal Insaturado (quantidade suficiente para o preparo dese-
jado);
• Frasco ambar para armazenamento do óleo ozonizado;
Procedimento
• Selecione previamente o óleo vegetal insaturado;
• Certifique-se que todo o cabeamento esteja devidamente conectado, 
evitando possíveis vazamentos de gás;
• Transfira o óleo vegetal insaturado para o frasco borbulhador;
• Coloque o difusor abaixo do nível do óleo;
• Feche o frasco;
• Certifique-se que a saída de vazão de gás esteja acoplada ao filtro cata-
lizador de ozônio;
• Ligue o equipamento;
• Selecione a parametrização para o preparo da água ozonizada/ óleo 
segundo o fabricante;
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
61
• Abra o cilindro de oxigênio;
• Ajuste o fluxo da saída de gás do cilindro de oxigênio de acordo com as 
especificações do equipamento;
• Desligar a produção de ozônio e realizar a vazão do gás, se necessário, 
segundo as orientações do equipamento;
• Abrir o frasco borbulhador e transferir o óleo vegetal insaturado para 
o frasco âmbar.
Pontos de atenção
• Pode preservar suas propriedades por 4 meses, quando mantido em 
temperatura ambiente, quando mantido na geladeira, pode ser usado 
por 2 anos. 
• Sempre avaliar as características primárias do óleo vegetal indicado 
para um tratamento mais assertivo;
• Óleos mais utilizados são o de girassol, de oliva e de coco.
Parâmetros de Preparo
Líquido 
Ozonizado Concentração Volume
Tempo de 
Borbulhamento
Para administração oral 40 mcg20 mcg 100 ml
5 min.
10 min.
Para uso externo 20 mcg10 mcg 100 ml
15 min.
30 min.
Água para limpeza de 
bancada utensílios
24 mcg
50 mcg 100 ml
15 min.
8 min.
 Quando administrado para uso oral, o tratamento inicia com uma co-
lher de chá de 20 a 30 minutos antes das refeições, 2 a 4 vezes por dia, aumen-
tando gradualmente a dose para uma colher de sopa, 2 a 4 vezes por dia.
Instituto Rafael Ferreira
62
PREPARO DE BOLSA 
SALINA OZONIZADA
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
63
Preparo de Bolsa Salina Ozonizada
Objetivo
Ozonizar a bolsa de salina por borbulhamento para solubilizar o ozônio na 
solução.
Indicações
• Modulação do sistema imunológico;
• Otimização da drenagem linfática;
• Efeito lipolítico;
• Liberação de fatores de crescimento, ou regeneração;
• Efeito germicida (bactericida, fungicida e viricida);
• Regulação do metabolismo e das funções hepática, renal e tireoidiana;
• Estímulo da síntese de enzimas antioxidantes intracelulares;
• Balanço do Sistema Redox;
• Melhora da liberação de oxigênio nos tecidos;
• Modulação da cascata inflamatória;
• Para hidrolipoclasia ozonizada.
Materiais
• Cilindro de oxigênio medicinal devidamente regulado e carregado;
• Equipamento de produção de ozônio;
• Filtro catalizador de ozônio;
• Bolsa de NaCl 0,9%;
• Cânula longa de tamanho adequado para a técnica;
• Agulha de aspiração de medicamento:
• Conectores adequados para a técnica (isentos de látex);
Instituto Rafael Ferreira
64
Procedimento
• Selecione uma bolsa com volumetria adequada;
• Certifique-se que todo o cabeamento esteja devidamente conectado, 
evitando possíveis vazamentos de gás;
• Conecte a cânula longa na saída de ozônio do equipamento;
• Introduza a cânula na bolsa de maneira que sua ponta fique abaixo do 
nível do líquido da bolsa;
• Conecte a agulha de aspiração de medicamento no cabeamento do fil-
tro catalizador de ozônio;
• Introduza a agulha de aspiração de medicamento na bolsa de maneira 
que sua ponta fique acima do nível do líquido da bolsa;
• Certifique-se que a saída de vazão de gás esteja acoplada ao filtro cata-
lizador de ozônio;
• Ligue o equipamento;
• Selecione a parametrização para o preparo da água ozonizada segundo 
o fabricante;
• Abra o cilindro de oxigênio;
• Ajuste o fluxo da saída de gás do cilindro de oxigênio de acordo com as 
especificações do equipamento;
• Esperar o tempo de borbulhamento;
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
65
• Desligar a produção de ozônio e realizar a vazão do gás, se necessário, 
segundo as orientações do equipamento;
• Utilizar a bolsa conforme orientação.
Pontos de atenção
• Evitar aquecer a solução preparada;
• Utilizar a solução até 30 minutos após seu preparo;
Parâmetros de Preparo
Líquido 
Ozonizado Concentração Volume
Tempo de 
Borbulhamento
Salina para EV e 
aplicação subcutânea 20 mcg 500 ml 10 min.
Instituto Rafael Ferreira
66
PREPARO PARA 
BAG DE OZÔNIO
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
67
Preparo para Bag de Ozônio
Objetivo
Criar um ambiente saturado de ozônio (Bag) para descontaminação de feridas 
e auxiliar nos processos cicatriciais.
Indicações
• Tratamento de úlceras tróficas;
• Feridas purulentas;
• Úlceras simples e dolorosas; 
• Cicatrização dificultosa; 
• Queimaduras; 
• Tecido subcutâneo irradiados;
• Feridas de pé diabético
Materiais
• Cilindro de oxigênio medicinal devidamente regulado e carregado;
• Equipamento de produção de ozônio;
• Filtro catalizador de ozônio;
• Bag;
• Faixa elástica com velcro.
Procedimento
• Selecione uma bag de tamanho adequado;
• Certifique-se que todo o cabeamento esteja devidamente conectado, 
evitando possíveis vazamentos de gás;
• Coloque a região tratada na Bag;
Instituto Rafael Ferreira
68
• Ligue o equipamento;
• Selecione a parametrização para o tratamento;
• Abra o cilindro de oxigênio;
• Ajuste o fluxo da saída de gás do cilindro de oxigênio de acordo com as 
especificações do equipamento;
• Esperar o tempo de saturação do tratamento;
• Desligar a produção de ozônio e realizar a vazão do gás, se necessário, 
segundo as orientações do equipamento;
• Retirar a região tratada da bag;
• Lavar a bag e a região tratada com água ozonizada.
• Prensa a bag com a faixa elástica com velcro, aplicar pressão suficiente 
para impedir a vazão de gás sem comprometer a circulação local, evi-
tando o perfil torniquete;
Ozonioterapia Aplicada na Estética 
69
Parâmetros de Preparo
Indicações Concentraçãode Ozônio
Formas de
Aplicações
Tempo de
Tratamento
Frequência de
Tratamento
Úlceras de
decúbito
40-60 μg/ml 
no início
Sucção de baixa 
pressão 10 minutos 
Diariamente, de-
pois 1-2x/semana
Gangrena
diabética
60 μg/ml 
no início
Bota de baixa 
pressão ou 
plástico bag
10-20 minutos Diariamente, de-pois 1-2x/semana
Úlcera venosa 60 μg/ml no início
Plástico bag 
(não usar baixa 
pressão)
10-20 minutos Diariamente, de-pois 1-2x/semana
Queimadura
grau 1 e 2 20-30 μg/ml 
Plástico bag + 
compressão en-
xague com água 
ozonizada
10-20 minutos 1-2x/dia
Feridas abertas 40-60μg/ml
Plástico Bag + 
enxague de água 
ozonizada
10 minutos
Inicia-se 3x p/

Outros materiais