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10/07/2020 Versão para impressão
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Técnico em Administração
Noções de contabilidade
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Conceitos e princípios contábeis
Introdução
Se perguntassem a você o que é contabilidade, qual seria a sua
resposta?
Bem, talvez você já esteja no mercado de trabalho e já tenha tido a
oportunidade de realizar atividades que envolvam rotinas contábeis. Para
quem não teve essa vivência, o termo “contabilidade” pode ser algo novo e
um pouco indefinido.
Vamos pensar na estrutura de uma empresa, em tudo relacionado a ela.
Ela tem um prédio, veículos, equipamentos, salas, móveis, estoque, materiais
para consumo, conta em banco, dinheiro em caixa e, provavelmente, contas
para pagar aos seus fornecedores, salários a pagar aos empregados,
impostos a pagar. Talvez também tenha feito empréstimos em bancos para
comprar equipamentos. Além disso, alguém deve ter iniciado o negócio,
colocando dinheiro para que se iniciasse. Então, a empresa deverá em algum
momento retornar ao investidor alguma remuneração.
Pois bem, todos os itens que compõem a estrutura da empresa devem
ser registrados em documento, e esse registro é a função principal da
contabilidade. É possível perceber então como a contabilidade está presente
na nossa vida.
Inicialmente, estudaremos o conceito de contabilidade, seus princípios, o
conceito de patrimônio, os resultados e os principais custos das entidades. Ao
fim, será possível compreender a lógica contábil, que pode impactar de forma
positiva ou negativa um negócio.
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Segundo José Carlos Marion (2010):
“Uma empresa sem boa contabilidade é
como um barco à deriva ao sabor dos ventos.”
Esse argumento é verídico, pois a contabilidade é considerada um sistema
de informação cujo objetivo é fornecer informações e avaliações úteis aos seus
usuários, de forma a dar-lhes apoio para a tomada de decisões de natureza
econômica ou na formação de suas avaliações dentro e fora da empresa.
Os usuários da contabilidade são classificados em dois tipos:
Internos
São representados pelas pessoas internas da entidade, como é o caso dos
gestores e da diretoria. Os usuários internos utilizam a contabilidade para auxiliá-
los no processo de tomada de decisão. Exemplo da utilização da contabilidade
para usuários internos da entidade: análise da viabilidade de uma nova filial, ou de
um novo produto, a partir do parecer contábil; sendo possível decidir pelo
fechamento ou não da filial, ou pelo lançamento ou não do novo produto.
Externos
São representados pelas pessoas que utilizam as informações contábeis
para seu processo decisório, mas que são externas à entidade. O acesso às
informações da empresa é mais limitado, por haver uma menor possibilidade de
obter informações sobre a entidade (exceto se as demonstrações financeiras
forem publicadas, o que é obrigatório para determinada classificação de empresa).
Alguns exemplos de usuários externos são:
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Governo: para a arrecadação de tributos, mas também para
licitações referentes à prestação de serviços ou à compra de
produtos e mercadorias.
Investidores: são aqueles que aplicam ou que aplicarão seus
recursos na empresa. Esses usuários têm interesse em fazer isso por
empréstimos ou pela compra de parte do capital da empresa.
Fornecedores e clientes: são pessoas jurídicas que fazem negócios
com a entidade. Para esses usuários, a informação contábil pode ser
importante para determinar o nível e a profundidade no
relacionamento comercial. Fornecedores desejarão receber, e
clientes desejarão ter um fornecedor com garantias e
sustentabilidade.
A contabilidade é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a
tomarem decisões. Com o passar do tempo, o governo começou a utilizar-se dela
para arrecadar impostos, tornando-a obrigatória para a maioria das empresas.
Mas, a principal função dela é ser uma ciência que estuda e controla o
patrimônio mediante o registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos
fatos, com o fim de oferecer informações sobre sua composição e suas variações,
bem como sobre o resultado econômico decorrente da forma de gestão.
Considera-se “pessoa”, juridicamente falando, todo ser ao qual se atribuem
direitos e obrigações, separado em pessoa física (é a pessoa natural, o ser
humano, o indivíduo) e pessoa jurídica, como as de fins lucrativos (empresas
industriais, comerciais etc.) ou não (cooperativas, associações culturais, religiosas
etc.).
Na contabilidade, o patrimônio é composto por bens, direitos e obrigações.
Bens
Conjunto de bens capazes de satisfazer as necessidades das pessoas e das
empresas.
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São classificados em:
Bens tangíveis: têm forma física, são palpáveis. Ex.: veículos,
imóveis, estoque de mercadorias, dinheiro, móveis e utensílios,
ferramentas etc.
Bens intangíveis: não são palpáveis, não são constituídos de
matéria. Ex.: marcas (Unilever, Gerdau, Coca-Cola) e patentes de
invenção (direito exclusivo de explorar uma invenção).
Direitos
Trata-se do poder de exigir alguma coisa. São os valores a receber, títulos a
receber, contas a receber etc. Exemplos de pessoas físicas: salários a receber
(após o mês de trabalho), dinheiro depositado em algum banco (direito a sacá-lo)
e aluguéis a receber. Já como exemplos de pessoas jurídicas, temos: a venda a
prazo – clientes ou duplicatas a receber; títulos a receber (referentes a notas
promissórias); aluguéis a receber e depósitos em conta bancária.
Obrigações
São dívidas com outras pessoas. Em contabilidade, tais dívidas são
denominadas obrigações exigíveis. Como exemplos, nas empresas, temos: as
obrigações com salários a pagar, fornecedores a pagar, aluguéis a pagar, impostos
a pagar, empréstimos a pagar e dividendos (para os sócios).
Classificação e registro de contas patrimoniais
Agora que sabemos o patrimônio da empresa, precisamos saber como elas
aparecem na estrutura patrimonial, chamadas de contas patrimoniais.
Ativo
São todos os bens e direitos de propriedade da empresa, mensuráveis
monetariamente, que representam benefícios presentes ou benefícios futuros para
a empresa.
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As suas contas patrimoniais são registradas de acordo com sua rapidez de
conversão em dinheiro, chamado de grau de liquidez (a capacidade de se
transformar em dinheiro mais rapidamente). Veja as principais contas classificadas
como ativo na tabela abaixo:
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Conta
patrimonial Explicando a liquidez
Caixa Já é dinheiro e está sob minha posse.
Bancos conta
movimento É dinheiro, mas está no banco.
Estoque de
mercadorias
É dinheiro, mas está em forma de
mercadorias. Tenho que vendê-las.
Aluguéis a
receber
É dinheiro que tenho direito de receber
dentro do prazo estipulado em contrato.
Duplicatas a
receber
É dinheiro que tenho direito de receber
dentro do prazo estipulado em contrato.
Empréstimos
a receber
É dinheiro que tenho direito de receber
dentro do prazo estipulado em contrato.
Títulos a
receber
É dinheiro que tenho direito de receber
dentro do prazo estipulado em contrato.
Veículos
É dinheiro em forma de ativo (veículo). Pode
ser convertido em dinheiro pela venda desse
ativo.
Móveis e
utensílios
É dinheiro em forma de ativo (móveis e
utensílios). Pode ser convertido em dinheiro
pela venda desse ativo.
Máquinas e
equipamentos
É dinheiro em forma de ativo (máquinas e
equipamentos). Pode ser convertido em
dinheiro pela venda desse ativo.
Terrenos
É dinheiro em forma de um ativo imobilizado.
Pode ser convertido em dinheiro, mas isso
demora.
Edifícios
É dinheiro em forma de um ativo imobilizado.
Pode ser convertido em dinheiro, mas isso
demora.
Marcas e
patentes
É dinheiro em forma de ativo (marcas e
patentes). Pode ser convertido em dinheiro
pela venda da marca.
Passivo
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O passivo evidencia toda a obrigação (dívida) que a empresa tem comterceiros: contas a pagar, fornecedores de matéria-prima, impostos a pagar,
financiamentos, empréstimos etc.
As suas contas patrimoniais estão ordenadas de acordo com o prazo de
liquidação dessas obrigações, do menor prazo para o maior, chamado de grau de
exigibilidade (tempo de exigência para quitar uma obrigação), como mostra o
exemplo abaixo:
Conta
patrimonial Explicação do prazo de liquidação
Contas a
pagar
Uma obrigação que devo cumprir no prazo
estipulado a curto prazo (até 12 meses).
Salários a
pagar
Uma obrigação que devo cumprir no prazo
estipulado a curto prazo (até 12 meses).
Impostos a
pagar
Uma obrigação que devo cumprir no prazo
estipulado a curto prazo (até 12 meses).
Empréstimos
bancários
Uma obrigação que devo cumprir no prazo
estipulado a curto prazo ou longo (até 12
meses ou mais).
Patrimônio líquido
Para que a empresa comece a operar de fato, ela precisa de capital
(dinheiro, bens e recursos).
Os sócios da empresa estão dispostos a conceder uma quantia inicial,
normalmente em dinheiro, para dar início e constituição para a empresa. Essa
quantia é o capital, ou o capital social (pois se origina de uma sociedade).
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O patrimônio líquido, ou PL, é uma conta patrimonial que evidencia recursos
dos proprietários aplicados no empreendimento. A aplicação inicial dos
proprietá¬rios denomina-se de capital, como já vimos. E se houver outras
aplicações por parte dos proprietários teremos então acréscimo de capital.
Em termos legais, a empresa não é obrigada a devolver o capital ao sócio,
caso contrário sua continuidade poderia ser interrompida. Por isso, o patrimônio
líquido também é conhecido como passivo não exigível, pois essa dívida não
poderá ser cobrada. Em caso de falência da empresa, o sócio perde o dinheiro
investido (investimento de risco).
O PL não só é acrescido aos novos aumentos de capital, é também
adicionado aos rendimentos resultantes do capital aplicado, este denominamos de
lucro.
Do lucro obtido em determinado período pela atividade empresarial,
normalmente uma parte é distribuída para os sócios e a outra parte fica retida na
empresa em contas de reservas legais do PL. Caso a empresa apresente prejuízo,
o valor será também registrado no PL na conta prejuízos acumulados.
Contas de resultado
Como vimos anteriormente, no PL estão contemplados os lucros e prejuízos
financeiros que a empresa apresentou no período. Mas, de que forma são
apurados esses valores?
As contas de resultado, que correspondem as receitas e despesas da
empresa, são aquelas que representam o movimento da situação líquida da
empresa, o que de fato ficará como resultado.
Como receita, tem-se os aumentos nos benefícios econômicos durante o
período, como as vendas efetuadas. Despesa, por sua vez, é o decréscimo
desses benefícios, o salário do funcionário, é um exemplo de despesa.
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A lógica é simples. Para apurar o resultado final, basta diminuir as receitas
pelas despesas do período, sendo que:
Se as receitas forem maiores que as despesas, haverá lucro no
período.
Se as despesas forem maiores que as receitas, haverá prejuízo no
período.
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As receitas e despesas podem ser classificadas de duas maneiras:
operacionais e não operacionais.
Receitas e despesas operacionais
A receita bruta, ou receita operacional, se constitui pela venda de produtos
(na indústria), de merca¬dorias (no comércio) e prestação de serviços (empresa
prestadora de serviços).
Já as despesas operacionais são aquelas necessárias para vender os
produtos, administrar a empresa e financiar as operações. Ou seja, são todas as
despesas que contribuem para a manutenção da atividade operacional da
empresa, sendo que os principais grupos são os seguintes:
Despesas de vendas: abrangem desde a promoção do produto até
sua disposição para o consumidor (comercialização e distribuição).
São despesas com o pessoal da área de venda, comissões sobre
vendas, propaganda, publicidade etc.
Despesas administrativas: são as necessárias para administrar a
empresa. De maneira geral, são gastos nos escritórios visando a
direção ou a gestão da empresa. Como exemplos temos: honorários
administrativos, salários e encargos sociais do pessoal da
administração, materiais de escritório, aluguéis de escritório etc.
Despesas financeiras: são as remunerações - as obrigações com
terceiros - tais como: juros pagos, comissões e despesas bancárias,
descontos concedidos, juros de mora pagos etc.
Receitas e despesas não operacionais
As receitas e despesas não relacionadas diretamente com o objetivo do
negócio da empresa são classificadas como não operacionais. Normalmente,
trata-se de ganhos ou perdas, isto é, são aleatórias. Observe os exemplos:
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Ganhos e perdas de capital: são os lucros ou prejuízos na venda
bens que não estão ligados à operação da empresa: venda de um
veículo, venda de máquinas e equipamentos, venda de ações etc.
Perdas e ganhos: as características de perdas e ganhos são de itens
extraordinários, anormais e não orçáveis. Por exemplo, perdas com
geadas, chuvas com granizo na agricultura.
Custos
As contas de resultado que merecem destaque diferenciado são as de
custos, pois representam os gastos relativos aos bens e serviços utilizados
diretamente na produção, na disponibilidade de mercadoria para venda ou na
prestação do serviço, como:
Matéria-prima
Mão-de-obra empregada na produção
Embalagens
Aluguéis das instalações de produção
Não faça confusão: custo não é despesa!
Enquanto que o custo está ligado diretamente com a receita da empresa,
exercendo um papel importante na precificação do produto, mercadoria ou serviço,
as despesas estão associadas à operação da empresa e não diretamente à
produção, à disponibilidade de mercadoria para venda ou à prestação do serviço.
Entendida a diferenciação entre custos e despesas, agora, verificaremos as
suas relações com a produção.
No que se refere à associação dos custos com:
Os produtos fabricados
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Temos custos diretos e indiretos.
Custos diretos
São aqueles diretamente identificados com o processo produtivo, não
necessitando de qualquer procedimento de rateio, pois são atribuídos de
modo objetivo, como por exemplo: matéria-prima utilizada no processo de
produção e mão-de-obra diretamente envolvida com o processo (executa a
transfor¬mação da matéria-prima no produto acabado).
Custos indiretos
São gastos incorridos que vão beneficiar mais de uma linha de produtos, não
é possível uma associação direta e objetiva ao produto produzido, devem ser
alocados segundo algum critério de rateio que permita sua distribuição entre os
diferentes produtos fabricados. Exemplo: gastos com seguros e com pessoal de
supervisão.
O volume de produção
Temos custos fixos e variáveis.
Custo fixo
São considerados fixos aqueles em que o montante não varia
acompanhando o volume de produção. Dito de outra forma, mesmo que não se
produza uma única unidade, esses custos (e despesas) existirão. Alguns
exemplos muitos citados de custos fixos são: mão-de-obra, aluguéis, depreciação
etc.
Custos variáveis
São aqueles cujo montante se altera, acompanhando as mudanças que
acontecem no volume produzido. Assim, se o volume produzido aumenta, os
custos variáveis aumentam também; se o volume diminui, o custo variável também
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diminui. Um exemplo de custo variável é a matéria-prima, pois quanto mais
produzimos e comercializamos, mais matéria-prima utilizaremos.
Plano de contas e lançamentos contábeis
Sabemos que os acontecimentos numa empresa podem ou não alterar o seu
patrimônio. Aos acontecimentos que não alteram o patrimônio, chamamos de atos
administrativos. Portanto, atos administrativos são aqueles que ocorrem na
empresa e que não provocam alterações no patrimônio. Sendo assim, não são
contabilizados, pois, uma vez quenão alteram o patrimônio da empresa, não
necessitam de contabilização.
Exemplos:
Admissão de funcionários.
Assinatura de um contrato de seguro contra incêndio.
Envio de duplicatas a receber para cobrança simples etc.
Por outro lado, temos os fatos administrativos, ou fatos contábeis. Eles
representam todos os acontecimentos que provocam alterações qualitativas e/ou
quantitativas no patrimônio da empresa. Exemplos:
Pagamento de salário de funcionários.
Pagamento de seguro contra incêndio.
Recebimento de duplicatas através de cobrança bancária simples
etc.
Sabendo dessas informações, podemos dizer que o plano de contas é o
conjunto de rubricas criado pelo contador, para atender as neces¬sidades de
registro dos fatos administrativos, de forma a possibilitar a construção dos
principais relatórios contábeis e atender todos os usuários com relação à
informação contábil.
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Para cada bem ou agrupamento de bens e direitos (ativo), obrigações
(passivo) ou situação líquida (patrimônio líquido), há uma conta específica. Da
mesma forma, as modificações do patrimônio, positivas (receitas) ou negativas
(despesas e custos), são repre¬sentadas por contas de resultado.
O plano de contas de uma empresa consiste numa relação padronizada de
contas a serem utilizadas no registro das operações pelos profissionais da área de
contabilidade. Como todos, eles se sujeitam a regras estabelecidas num mesmo
plano de contas, a consequência é a uniformida¬de nos procedimentos contábeis
adotados.
Entretanto, o plano deve ser flexível, de forma a poder ser adaptado,
mediante inclusão ou exclusão de contas, em virtude da ocorrência de fatos
contábeis ini¬cialmente não previstos e da dinâmica própria da atividade
empresarial. Tendo em vista a estrutura desenvolvida pela lei societária brasileira,
um plano de contas analí¬tico poderia ter a seguinte estrutura de 1º nível:
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Logo, o código 6111.0003 representa os registros dos valores das horas
extras pagas nos salários dos funcionários em um período.
Salientamos que o plano de contas retratará a identidade da empresa, tendo
tantos níveis quanto for necessário para a devida identificação do lançamento e
para posterior sistema de informações e tomada de decisões.
Entretanto, o modo como devem ser registrados os valores nessas contas,
no plano de contas, é feito pelo método das partidas dobradas, nele registramos
todos os acontecimentos que se verificam no patrimônio. O valor de cada
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componente do patrimônio, suas variações e os resultados, positivos ou negativos
da atividade econômica podem ser acessados a qualquer momento.
Esse método de escrituração é de uso universal e foi divulgado no séc. XV
(1494) na Itália, e consiste no seguinte:
“Não há devedor sem que haja credor e
não há credor sem que haja devedor, sendo
que a cada débito corresponde um crédito de
igual valor.”
Para entender melhor esse conceito, devemos entender que as contas
possuem dois lados (esquerdo e direito); dessa forma, os aumentos podem ser
registrados em um lado, e as diminuições,no outro. A natureza da conta é que irá
determinar o lado a ser utilizado para os aumentos e o lado para as diminuições.
A premissa básica das partidas dobradas é que, para toda transação
contábil, há no mínimo dois registros (origens e destinos). Esses registros são
denominados débito e créditofuncionam como as ações contábeis, uma vez que
os atos de debitar e de creditar alteram os saldos das contas e,
consequentemente, geram as variações patrimoniais.
Portanto, debitar e creditar são os verbos da contabilidade: todas as
transações contábeis que ocorrem são registradas utilizando essas duas ações.
Mas, antes de iniciar o entendimento de como se debita e se credita, é necessário
entender a natureza dos grupos de contas. Para facilitar a compreensão,
apresentamos o seguinte esquema:
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DÉBITO CRÉDITO
+ Ativo 
- Passivo 
- Patrimônio líquido 
- Ativo 
+ Passivo 
+ Patrimônio líquido 
A tabela acima mostra que, se o ativo é de natureza devedora, para
aumentá-lo, há de se fazer um débito; e para reduzi-lo, há de se fazer um
crédito. O mesmo raciocínio serve para os demais grupos: como o passivo e o
patrimônio líquido são de natureza credora, para aumentá-los, faz-se um crédito,
e, para reduzi-los, um débito.
Essa natureza dos grupos de contas gera ao iniciante neste estudo alguma
confusão, pois ele pode questionar-se sobre:
Se ativo são os bens e direitos de uma empresa, como isso pode ser um débito?
Essa dúvida surge porque estamos acostumamos a pensar que débito implica
estar em falta de algo, ou seja, seria algo negativo; em contabilidade, no entanto,
não é bem assim. Veja a origem das palavras: 
Débito: do latim debes = devido a mim (pertencente a mim).
Crédito: do latim credo = confiança, crença.
Portanto, a palavra “débito” significa “devido a mim”; logo, o ativo é de
natureza devedora, pois os bens e direitos pertencem à empresa, ou seja, são
devidos a ela.
A palavra “crédito”, por sua vez, significa “confiança”; quem vende a prazo,
portanto, tem confiança na empresa, ou seja, acredita que ela vá pagar a dívida e,
conforme já visto, as dívidas e as obrigações são lançadas no passivo, daí esse
grupo ser de natureza credora. O mesmo ocorre com o patrimônio líquido, pois o
investidor (proprietário) colocou recursos na empresa, acreditou nela.
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Contas do Ativo Contas do passivo PL
Qualquer conta do ativo Qualquer conta do passivo ePL
Débito Crédito Débito Crédito
Aumento
de conta
do ativo
Diminuição
de conta do
ativo
Diminuição de
conta do
passivo e PL
Aumento de
conta do
passivo e PL
As receitas, os custos e as despesas, pertencentes as contas de resultado,
posteriormente, de forma resumida (pelo saldo – lucro ou prejuízo), são
transferidos para a conta de lucros acumulados no patrimônio líquido. Então, o
raciocínio para essas contas é o seguinte:
A receita é de natureza credora (crédito), pois aumenta o lucro,
aumentando consequentemente a conta de reservas de capital,
sendo de mesma natureza do patrimônio líquido.
Os custos e despesas são de natureza devedora (débito), pois
diminui o lucro ou causa prejuízo, diminuindo a conta de reservas de
capital ou aumentando a de prejuízos acumulados no PL.
Vamos a alguns exemplos práticos para a compreensão do método das
partidas dobradas:
Exemplo 1
Depósito de R$ 280,00 em dinheiro na conta corrente do banco.
Contas alteradas:
Dinheiro em caixa: é um bem, portanto, ativo, saldo devedor. Logo, o fato
diminui o saldo de caixa, tudo o diminui. Um saldo devedor é um crédito, portanto,
é um crédito na conta dinheiro em caixa.
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Banco – conta corrente: é um direito, portanto, ativo e todo ativo tem saldo
devedor. Logo, o fato está aumentando o saldo da conta banco. Tudo o que
aumenta um saldo devedor é um débito, portanto, é um débito na conta banco –
conta corrente.
Lançamentos a serem efetuados:
D (débito) – Banco – Conta corrente: 280,00
C (crédito) – Dinheiro em caixa: 280,00
Exemplo 2
Compra de roupas para estoque do fornecedor XY no valor de R$ 18.000,00,
a prazo.
Contas alteradas:
Estoque de roupas: é um bem, portanto, ativo, saldo devedor. Logo, o fato
está aumentando o saldo da conta banco. Tudo o que aumenta um saldo devedor
é um débito, portanto, é um débito na conta estoque de mercadorias.
Fornecedor XY: é uma obrigação, portanto, passivoe todo passivo tem saldo
credor. Logo, o fato está aumentando o saldo da conta. Tudo o que aumenta um
saldo credor é um crédito, portanto, é um crédito na conta fornecedor XY.
Lançamentos a serem efetuados:
D – Estoques de roupas: 18.000,00
C – Fornecedor XY: 18.000,00
Exemplo 3
Pagamento, a vista, no valor de R$ 15,00, de cópias autenticadas em
cartório, dos documentos dos sócios da empresa, para enviarao contador.
Contas alteradas:
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Dinheiroemcaixa: é um bem, portanto, ativo, saldo devedor. Logo, o fato
diminui o saldo de caixa. Tudo o diminui, um saldo devedor é um crédito, portanto,
é um crédito na conta dinheiro em caixa.
Despesas de cartórios: é uma despesa e todo despesa tem saldo devedor.
Logo, o fato está aumentando o saldo da conta. Tudo o que aumenta um saldo
devedor é um débito, portanto, é um débito na conta despesas de cartórios.
Lançamentos a serem efetuados:
D – Despesas de cartório: 15,00
C – Dinheiro em caixa: 15,00
Como vimos, não há débitos sem créditos correspondentes, podendo os lançamentos serem
feitos das seguintes formas: 
Primeira forma: 1 débito + 1 crédito
Segunda forma: 1 débito + vários créditos
Terceira forma: vários débitos + 1 crédito
Quarta forma: vários débitos + vários créditos
Compreendendo como devem ser escritos os lançamentos contábeis,
podemos entender os conteúdos que estão inseridos nos principais livros
contábeis obrigatórios por leis comerciais e fiscais. Listamos a seguir os principais:
Livro diário
Livro obrigatório usado na escrituração contábil para reunir, em ordem
cronológica, as ocorrências representativas dos fatos patrimoniais de uma
entidade. No livro diário, devem ser lançados, dia a dia, todos os fatos contábeis,
todas as ocorrências que modifiquem ou que possam vir a modificar a situação
patrimonial da empresa. Exemplo de registro das transações do livro diário:
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DATA HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO
10/03/2006
D – Caixa
C – Bancos
Suprimento de caixa
efetuado nesta data.
5.000 5.000
Livro-razão
Livro obrigatório de escrituração contábil destinado ao registro sistemático
dos fatos ocorridos nas contas patrimoniais e de resultados da empresa. Sua
escrituração se processa pela transcrição, conta por conta, em ordem de data,
para cada conta das operações registradas cronologicamente no livro diário. O
livro-razão acaba sendo o livro, por excelência, do contador, já que por meio dele é
que se consegue apurar o saldo de cada item patrimonial, ou seja, o saldo de cada
conta.
Conta: 1.1.1.1.1 – Dinheiro em Caixa Período: 01/01/2012 à
31/12/2012
Data Histórico Débito Crédito Saldo
31/12/2011 Saldo anterior 4.000,00
21/01/2012
Pagamento
NF
Empreiteira ZZ
1.000,00 3.000,00
01/02/2012
Recebimento
de cliente
Fulano
2.000,00 5.000,00
Razonete
O razonete nada mais é que um livro-razão simplificado. Com ele, é possível
controlar o movimento de todas as contas utilizadas na escrituração, de maneira
didática e simplificada. No razonete são feitos os registros individuais por conta,
tendo como característica principal a representação gráfica em forma de “T”.
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Princípios contábeis
Agora que aprendemos as noções básicas da contabilidade, precisamos ter
também a noção dos princípios contábeis, determinados pelo Conselho Federal de
Contabilidade.
Esses princípios permitem que os seus usuários sigam padrões de
comparação e de credibilidade, em função do reconhecimento dos critérios
adotados para a elaboração das demonstrações financeiras, que será o conteúdo
a ser visto em seguida. O objetivo é aumentar a utilidade dos dados fornecidos e
facilitar as corretas interpretação e comparação de informações entre empresas do
mesmo setor.
Atualmente, temos seis princípios que devem ser considerados nas
empresas, a saber:
Entidade
Este princípio afirma a autonomia patrimonial, evidenciando que esta não se
confunde com a de seus sócios ou proprietários, no caso de sociedades ou
instituições. A contabilidade é mantida para a empresa como uma entidade
identificada, registrando os fatos que afetam o seu patrimônio, e não o de seus
titulares, sócios ou acionistas.
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Figura 2 - Princípio de entidade
Fonte: adaptado de Caduceu notícias
Continuidade
Pressupõe-se a continuidade indefinida das atividades operacionais de uma
entidade até que haja evidências ou indícios muito fortes em contrário. Por
consequência, como as demonstrações financeiras são estáticas, não podem e
não devem ser desvinculadas de períodos anteriores e subsequentes.
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Figura 3 - Princípio de continuidade
Fonte: adaptado de Caduceu notícias
Oportunidade
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Refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do
patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e
com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.
Envolve o reconhecimento imediato de ativos e de passivos nos registros
contábeis, considerando-se, inclusive, para os casos em que não haja uma prova
documental concreta, a possibilidade de uma estimativa técnica, razoável e
objetiva, visando evitar o liberalismo por parte das pessoas.
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Figura 4 - Princípio de oportunidade
Fonte: adaptado de Caduceu notícias
Registro pelo valor original
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Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais
das transações com o mundo exterior, expressos em valor presente na moeda do
país e mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive
quando configurarem agregações ou decomposições no interior da entidade.
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Figura 5 - Princípio do registro pelo valor original
Fonte: adaptado de Caduceu notícias
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Competência
As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do
período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se relacionarem,
independentemente de recebimento ou pagamento. As receitas e as despesas são
atribuídas aos períodos de acordo com a sua real ocorrência, isto é, de acordo
com a data do fato gerador, e não quando são recebidas ou pagas.
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Figura 6 - Princípio da competência
Fonte: adaptado de Caduceu notícias
Prudência
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Objetiva a prudência na preparação dos registros contábeis, com a adoção
de menor valor para os itens do ativo e da receita, e o de maior valor para os itens
do passivo, despesa e de custos, sempre que se apresentem alternativas
igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o
patrimônio líquido.
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Figura 7 - Princípio da prudência
Fonte: adaptado de Caduceu notícias
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Pronto! Agora você tem uma noção básica de como funciona a contabilidade
nas empresas. Caso queira aprofundamento nesse conteúdo, amplie a sua leitura.
A seguir listamos algumas sugestões:
Assista o vídeo intitulado “História da Contabilidade”, produzido pelo Conselho Federal de
Contabilidade, CFC, disponível gratuitamente na internet. Para compreender o impacto da
contabilidade nas empresas, sugerimos:
“Um Sonho de Liberdade”: filme de 1994, mostra o poder da
contabilidade e do contador tanto para coisas boas quanto ruins. Um
detento (contador) consegue conquistar a confiança das autoridades
do presídio fazendo declaração de IR e controlando as contas
pessoais deles.
Figura 8 – Um sonho de liberdade
Fonte: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-11736/>.
“Trabalho Interno”: documentário de 2010, importante para qualquer
estudante na área de negócios, não somente de contabilidade, pois
mostra o funcionamento das instituições financeiras.
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Figura 9 – Trabalho interno
Fonte: <http://misturanetcapasgratis.blogspot .com.br/2011/06/trabalho-
interno.html>.

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