Buscar

Patologia mt1 (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CÉLULAS ÓSSEAS
- Osteoblasto: síntese de matriz óssea orgânica.
- Osteoclasto: remodelação/reabsorção da matriz óssea.
- Osteócitos: manutenção da matriz óssea e sua morte é responsável pela reabsorção da matriz.
DOENÇAS CONGÊNITAS
● As manifestações clínicas são heterogêneas e incluem baixa estatura, malformações e deformidades
● Mutações em genes homeobox específicos que podem afetar ossos individuais ou um grupo de ossos. As
lesões mais comuns incluem aplasia, formação de ossos extras e fusão anormal de ossos.
- Para que a doença congênita aconteça é necessário que tenha uma mutação, e nem toda
mutação é uma neoplasia → maioria é causada por fatores de crescimento.
OSTEOCONDRODISPLASIAS
● Mudanças no desenvolvimento e no crescimento do tecido ósseo e/ou cartilaginoso, ou na manutenção
dos componentes normais da matriz, com organização anormal dos tecidos por defeitos em genes
expressos no período pré-natal e que continuam a se expressar após o nascimento.
● Alterações são predominantemente simétricas; o nanismo é comum. A expressão genética pode estar
restrita ou variar quantitativamente → formas desproporcionais de baixa estatura (espinhais, rizomélicas,
mesomélicas, acromélicas)
● São causadas por defeitos moleculares que resultam em transtornos na proliferação e diferenciação
celulares que continuam a se manifestar no período pós-natal, ocasionando alterações no crescimento e
no desenvolvimento esqueléticos. Algumas ocorrem por erros em genes envolvidos no processo de
sinalização; outras estão relacionadas com mutações em genes que regulam a função ou a estrutura
celulares. Erros podem associar-se a funções celulares específicas (como a produção ou degradação da
matriz, como em genes que codificam o colágeno). Diferentes mecanismos intracelulares de transporte,
síntese e degradação de moléculas podem estar relacionados com algumas displasias.
ACONDROPLASIA
● Manifesta-se por nanismo, em razão de alterações na cartilagem de crescimento; forma mais frequente de
nanismo com membros curtos (rizomélicos – afetando a região proximal dos membros).
● Nos casos de transmissão hereditária, a acondroplasia tem herança autossômica dominante e é causada
por mutação no gene que codifica o receptor do fator de crescimento 3 de fibroblastos (FGFR-3).
● Lesão: adelgaçamento das placas de crescimento dos ossos de desenvolvimento endocondral por retardo
na maturação dos condrócitos. A matriz cartilaginosa fica com aspecto fibrilar e degeneração mucóide,
sendo a zona que une a metáfise e epífise invadida por faixas fibrosat6s provenientes do periósteo →
alterações explicam a redução do crescimento longitudinal dos ossos longos, a espessura excessiva das
diáfises e a distorção das extremidades por crescimento aposicional exagerado a partir do pericôndrio
nas metáfises
● A coluna vertebral cresce desproporcionalmente em relação aos outros membros → lordose lombar
exagerada, cifose dorsal e, às vezes, gibosidade e pressão sobre a medula e as raízes espinhais.
● Os principais centros de ossificação da base do crânio, que normalmente se ossifica na idade adulta,
ossifica-se na criança ou in utero → crânio relativamente aumentado e base craniana pequena → obriga o
encéfalo a crescer para a frente e para cima. Forma-se também nariz em sela.
● O forame magno pode estar reduzido e causar hidrocefalia.
● Prognatismo resulta do crescimento aparentemente normal da mandíbula. O crescimento exagerado dos
metacarpianos em relação às falanges induz desvio do primeiro dedo e do indicador na direção do rádio,
e do anular e do quinto dedo na da ulna, caracterizando a mão em tridente.
NANISMO TANATOFÓRICO
● Ocorre como consequência da ativação constitutiva do FGFR3, resultando na síntese defeituosa de
cartilagem nas placas epifisárias.
● Incompatível com a vida, devido à associação de platispondilia e hipoplasia do tórax, levando à morte por
insuficiência respiratória nas primeiras horas de vida
OSTEOGÊNESE IMPERFEITA
● Grupo de doenças causadas por mutações nos genes para o colágeno do tipo I que interferem na sua
produção normal, com resultante fragilidade óssea e suscetibilidade a fraturas, e alterações nas
articulações, ligamentos, pele, olhos e ouvidos.
● É rara, e podem ser divididas em 4 subtipos. O subtipo II, não é compatível com a vida, sendo quase
sempre fatal no período perinatal. Os subtipos I, III e IV, são compatíveis com sobrevida longa.
● Alterações morfológicas: adelgaçamento da cortical óssea, alargamento dos canais de Havers, rarefação
das trabéculas e canal central amplo, configurando osteopenia. Periósteo, ligamentos e tendões estão,
quase sempre, adelgaçados → permite hipermobilidade das articulações.
● Quadro clínico: ossos são frágeis, quebradiços e, facilmente fraturáveis, nos locais de fratura podem surgir
calos hiperosmóticos exuberantes, com possibilidade de confusão, escleróticas frequentemente são
azuladas (escleróticas azuis), devido a sua fina transparência e consequente visibilidade do plexo vascular
da coróide subjacente.
● Podem ocorrer, ainda, anormalidades dentárias e hipoacusia por alterações ósseas nos ouvidos médio e
interno
OSTEOPETROSE
● Causada por mutações que interferem na função dos osteoclastos e está associada a ossos densos,
porém instáveis sob o ponto de vista arquitetural, devido a defeitos na reabsorção óssea.
● Falta de reabsorção da cartilagem calcificada e do tecido ósseo primário → em hiperprodução de osso
cortical e obliteração total do canal medular.
● A forma autossômica recessiva (MIM n. 259700; osteopetrose infantil maligna) manifesta-se no útero ou na
primeira infância por grande densidade óssea e obliteração progressiva da cavidade medular. Envolvidos
na reabsorção óssea, os osteoclastos degradam os componentes orgânicos e inorgânicos do osso; tal
degradação depende da acidificação da lacuna de reabsorção, possível graças à ativação de uma
anidrase carbônica e dessa bomba de prótons tipo vacuolar.
● Ocorrem hepatoesplenomegalia com mielopoese extramedular, anemia mielotísica, plaquetopenia e
hemorragias.
● A atividade osteoclástica deficiente resulta, também, em estreitamento dos forames dos nervos cranianos,
com atrofia do nervo óptico, cegueira, surdez e paralisia facial.
● Mesmo tendo densidade óssea aumentada, há maior tendência a fraturas, pois a estrutura óssea é
anormal.
● Podem ocorrer também hipocalcemia por distúrbio na homeostase mineral e hiperparatireoidismo
secundário.
DOENÇAS ADQUIRIDAS
● Desordens nutricionais, endócrinas e sistêmicas afetam o desenvolvimento do sistema esquelético.
● Formação/quantidade inadequada do osteóide (osteopenia).
OSTEOPOROSE
● Redução quantitativa da massa óssea, sem alteração histológica qualitativa da matriz.
● Alto risco de fraturas + diminuição da densidade de massa óssea + alterações na microarquitetura
histológica.
● As trabéculas ósseas ficam mais delgadas, isoladas, perdendo a conexão umas com as outras. Os espaços
intertrabeculares ficam alargados, com redução da densidade óssea. Os ossos ficam mais frágeis e
vulneráveis a fraturas.
● Osteoporose ocorre tanto em homens como em mulheres (Nas mulheres, o processo de perda da massa
óssea acelera-se no período após a menopausa. Em homens, a perda óssea é observada em idade mais
avançada, em torno de 10 anos a mais do que na população feminina)
● As fraturas são consideradas de baixo impacto, como as associadas a
queda da própria altura.
- Primária: a perda óssea é a doença básica, a causa é algo que
age diretamente no osso.
- Secundária: a perda óssea é atribuída a várias condições
clínicas, uso de medicamentos e outras. Algumas dessas causas
podem ser apenas fatores que agravam a perda óssea natural
da osteoporose de involução.
● FATORES DE RISCO: baixo
peso corporal, baixo percentual de
gordura corporal e baixo índice de
massa corporal. Vida sedentária,
tabagismo e ingestão de álcool.
Fatores genéticos também
contribuem, tendo interesse várias
vias de sinalização celular que
atuam na regulação da massa
óssea. Uso de glicocorticóidesé
causa frequente de osteoporose,
uma vez que esses hormônios
reduzem a massa óssea por aumentarem a reabsorção e reduzirem a formação óssea.
● QUADRO CLÍNICO: as regiões de maior teor de osso trabecular são mais suscetíveis a fraturas. A
manifestação é dor aguda no dorso devida a fratura por compressão de uma vértebra torácica ou lombar,
em muitos casos precipitada por atividades rotineiras. Com o tempo, os corpos vertebrais colapsados
levam a cifose progressiva e a diminuição da estatura
● PATOGÊNESE: alteração básica na doença é o descompasso na remodelação óssea (aumento da
reabsorção em relação à formação óssea) → deterioração estrutural e aumento da fragilidade óssea →
perda óssea progressiva, diminuição do número e da largura das trabéculas e aumento da porosidade
cortical.
- Movimentos ósseos estimulam a atividade de osteoblastos. Assim, a redução da atividade física que
acompanha a idade ou que ocorre em outras situações contribui para a perda óssea.
- No climatério, há redução dos níveis de estrógenos. Nesta condição, a remodelação óssea é
acelerada, e a taxa de reabsorção óssea supera a de formação. Parece que a baixa de estrogênio
aumenta a síntese de citocinas, as quais aumentam a disponibilidade de RANKL, ativam osteoclastos
e reduzem os níveis de osteoprotegerina, favorecendo a formação e a ativação de osteoclastos
● MORFOLOGIA: osso esponjoso + trabéculas finas, espaçadas e desconectadas.
- Região cortical: aumento da
porosidade e dilatação dos canais de Havers.
- Espaços areolares: estendidos,
delimitados por septos ósseos incompletos
- Aumento dos aspectos da adiposidade
medular, associado com a diminuição do
intertrabecular.
- Menos osteoblasto, dependendo da
região observada tem mais ou menos osteócitos,
maior número de osteoclasto.
- De acordo com com a atividade de
remodelação, a osteoporose pode ser ativa e inativa:
ativa é quando há evidências de absorção e produção óssea aumentadas alta remodelação. Já a
inativa apresenta formação óssea reduzida e baixa atividade osteoclástica, predominando a
atividade reabsortiva contínua - baixa remodelação.
DOENÇA DE PAGET
● Enfermidade crônica caracterizada por reabsorção óssea seguida de remodelação excessiva e
desordenada
● O osso destruído é substituído por osteóide (matriz óssea formada a partir de osteoblastos ativos e que
ainda não foi calcificada) → aumento de volume e a deformidades ósseas; há, pois, osteólise (redução da
massa óssea) e osteoesclerose simultâneas.
● Manifesta-se após 40 anos de idade e é mais comum em homens.
● Apresenta-se de duas formas: (a) localizada ou monostótica, que atinge um só osso ou parte dele e ocorre
preferencialmente na tíbia, em vértebras ou na mandíbula; (b) generalizada ou poliostótica, que
compromete vários ossos, como sacro, ilíaco, crânio, vértebras, tíbia, fêmur e escápula.
- Na forma poliostótica, podem surgir distúrbios hemodinâmicos em virtude de hipervascularização
óssea, com aumento da temperatura local, eritema e, às vezes, insuficiência cardíaca de alto
débito. Perda auditiva relaciona-se com comprometimento do osso temporal. A complicação mais
temida é a transformação sarcomatosa
● A patogênese parece estar relacionada primariamente com aumento da atividade de osteoclastos e seus
precursores.
● Evolução geralmente lenta e benigna
● QUADRO CLÍNICO: dor
consequente a fraturas,
lombalgia, sintomas resultantes
de compressão de nervos que
passam por forames ósseos,
compressão medular,
paraplegia e osteoartrose
secundária. A doença é
assintomática em muitos
pacientes, sendo descoberta
por acaso por radiografia ou
alta taxa sérica de fosfatase
alcalina, resultante da grande
atividade osteoblástica,
principalmente na forma
poliostótica
● MORFOLOGIA: : As lesões são divididas em três fases: (1) de reabsorção, osteolítica ou “quente”; (2) mista,
osteolítica-osteoblástica; (3) osteo esclerótica, inativa ou “fria”. Padrão em mosaico do tecido ósseo lamelar.
Trabécula óssea espessada.
FRATURAS
● Perda de continuidade óssea.
● Rompimento de vasos
sanguíneos associados; o processo
inflamatório resultante ativa células
progenitoras ósseas e, dentro de uma
semana, o tecido envolvido se
apresenta preparado para nova
síntese de matriz.
● Calo de tecido mole pode
sustentar as extremidades do osso
fraturado em aposição, mas não se
apresenta calcificado e não pode
suportar peso.
- Calo provisório: lesão
exuberante, que envolve a área
fraturada e faz saliência para os
tecidos moles adjacentes (músculo esquelético). O calo cartilaginoso leva no mínimo 15 dias
● O primeiro achado histopatológico de uma fratura é a necrose, caracteriza-se pela falta de osteócitos.
(áreas de sequestro são as necrose ósseas e esse espaço é preenchido primeiro com matriz óssea orgânica
que vai se modelando e calcificando. A
mobilização é feita justamente para que a
matriz óssea nova/ frágil seja modelada) - No
corte histológico, em volta tem presença de
osteoblastos, não tem núcleo e não tem cor
● Osso neoformado: mais claro, + rosinha - tem
presença de cartilagem.
● Osso velho: mais escuro - o tom mais
arroxeado.
● Aspecto anárquico dos condrócitos, que não
estão orientados em fileiras como na
cartilagem epifisária normal. Vários condrócitos têm aspecto
ativo, com núcleos maiores que o habitual.
● Na fratura há geralmente necrose de fragmentos
ósseos por ruptura de vasos. Esses fragmentos, chamados
sequestro, caracterizam-se pela falta de osteócitos.
● No fragmento ósseo há uma parte de osso viável, e
outra onde não há núcleos, constituindo portanto osso
necrótico. Os sequestros são removidos a partir da periferia
pela ação de osteoclastos.
● Rima de osteoblasto: é a forma em que ele se
organiza para produzir matriz óssea.
OSTEONECROSE
● Morte do tecido ósseo e da medula óssea, sem relação com doença
infecciosa.
● Lesão: osteócitos desaparecem, e as lacunas ficam vazias e
aumentadas de volume. A gordura medular necrótica sofre saponificação e
calcificação distrófica.
● Causada por: (a) traumatismos, incluindo fraturas, deslocamentos e
cirurgias; (b) tromboêmbolos, como em cardiopatias e aterosclerose; (c)
doenças sistêmicas, como artrite reumatoide, lúpus eritematoso, policitemia,
anemia falciforme, doença de Gaucher e histiocitose de células de
Langerhans; (d) corticoterapia; (e) pancreatite e alcoolismo; (f) autoenxertos e
aloenxertos (receptores de transplante renal); (g) radiações ionizantes.
- A principal causa é a isquemia. E em alguns casos podem ser
liquefativas e coagulantes.
● As áreas de necrose no corte histológico são mais rosadas, são mais eosinofílicas.
● Com o tempo, os osteoclastos reabsorvem algumas das trabéculas ósseas necróticas; quaisquer
fragmentos de tecido ósseo morto que permanecem atuam como armação para a formação de novo
tecido ósseo, um processo denominado substituição rastejante.
OSTEOMIELITE
● Inflamação que acomete a medula óssea e o tecido ósseo esponjoso e compacto, podendo ou não se
estender aos tecidos vizinhos. Na grande maioria dos casos, osteomielite resulta de infecção por bactérias
piogênicas (osteomielite purulenta); outras formas são tuberculose, sífilis e osteomielite por fungos.
● QUADRO CLÍNICO: sinais e sintomas vagos, como dor e febre baixa, às vezes durante meses. Crianças
podem apresentar irritabilidade, febre e sintomas locais de infecção
OSTEOMIELITE PURULENTA AGUDA
● Mais comum em crianças e adolescentes (5 a 15
anos) e acomete qualquer parte do esqueleto, preferindo
ossos longos, como tíbia, fêmur, úmero e rádio, sobretudo
a extremidade superior da tíbia e a inferior do fêmur.
● Agentes: estafilococos coagulase-positivos e, em
menor frequência, estreptococos, pneumococos,
Escherichia coli, gonococo, pseudômonas, klebsiela,
salmonela.
● Os microrganismos alcançam o osso: (1) pela
corrente sanguínea; (2) por contiguidade de foco
infeccioso; (3) por via direta, em traumatismos, fraturas
expostas, feridas penetrantes e cirurgias.
● MORFOLOGIA: infiltrado de neutrófilos, começa
geralmente na região metafisária. Necrosee
destruição do osso esponjoso. As alterações
morfológicas na osteomielite dependem da
cronicidade e da localização da infecção. As
bactérias causadoras proliferam, induzindo uma
reação inflamatória aguda, com consequente
morte celular. O tecido ósseo envolvido
rapidamente se torna necrótico; esse tecido ósseo
não viável é denominado sequestro.
● Trabéculas ósseas necróticas e exsudato
purulento.
OSTEOMIELITE CRÔNICA
● MORFOLOGIA: presença de linfócitos, plasmócitos
e tentativas de cicatrização. O quadro
histopatológico depende da fase do processo.
Em geral, apresenta supuração com infiltrado
de neutrófilos, às vezes com predomínio de
plasmócitos ou de macrófagos espumosos
(osteomielite de células plasmáticas e
xantogranulomatosa), osteonecrose e
alterações reparativas com fibrose e
neoformação óssea
● A reação inflamatória crônica acompanha-se
de deposição de osso novo. Nestas regiões, há
síntese de novas trabéculas pelos
osteoblastos, constituindo uma forma de
reparo. As novas trabéculas são mais
irregulares e mais celulares que as normais
(contêm mais osteócitos). A matriz óssea
neoformada não mostra as laminações
características do osso maduro, sendo as
fibras colágenas orientadas mais ou menos ao acaso.
Observação -> na osteomielite aguda a cor é bem mais clara.
NEOPLASIAS
● Produção de osso por células neoplásicas. O tumor ósseo usualmente é depositado na forma de
trabéculas trançadas (exceto os osteomas) com mineralização variável.
● Podem ser benignos ou malignos:
- Benigno: crescimento lento, expansivo, circunscrito,
semelhante à célula.
- Maligno: crescimento rápido e desordenado, infiltrativo,
angiogênese, pleomorfismo, forma irregular.
● As neoplasias mais comuns são condrossarcoma,
osteossarcoma
● Os tumores podem ocupar o canal
medular (encondroma), a superfície óssea
(osteocondroma) ou a cavidade articular
(condromatose sinovial). Alguns tumores
são caracteristicamente epifisários
(condroblastoma) e outros, como o
fibroma condromixoide, são metafisários. O osteocondroma e o condroblastoma originam-se
caracteristicamente no esqueleto em crescimento (notar a placa de
crescimento).
OSTEOMA OSTEÓIDE
● Tumor ósseo benigno, pequeno, de crescimento limitado e que se
manifesta com dor.
● Mais comum no sexo masculino, surge mais em jovens e tem pico na
segunda década de vida.
● MORFOLOGIA: Trabéculas irregulares de osso, com formação de
borda osteoblástica proeminente. O estroma interveniente mostra um rico
tecido conectivo vascular. Não há atipia citológica. O tecido entre as
trabéculas é fibroso, com células gigantes multinucleadas do tipo
osteoclasto.
● As células tumorais variam de tamanho e de formato, e
frequentemente apresentam grandes núcleos hipercromáticos; células
gigantes tumorais bizarras são comuns, assim como também figuras
mitóticas.
OSTEOSSARCOMA
● Neoplasia maligna em que as células produzem matriz osteóide identificada ao exame histológico de
rotina, mesmo que em quantidade mínima. É muito semelhante ao osteoma osteóide
● A produção de tecido ósseo mineralizado ou não mineralizado (osteóide) por células malignas é essencial
para o diagnóstico do osteossarcoma.
● O tecido ósseo neoplásico tipicamente é
grosseiro e entrelaçado, mas também pode ser
depositado em amplas camadas. A diferenciação
em células cartilaginosas e em fibroblastos
também pode estar presente em quantidades
variadas. Quando uma cartilagem maligna se
apresenta abundante, o tumor é denominado
osteossarcoma condroblástico.
● Invasão vascular é comum, assim como a necrose
tumoral espontânea
● MORFOLOGIA: Aparência histológica, com
padrão grosseiro e emaranhado de tecido ósseo
neoplásico (seta) produzido por células tumorais
anaplásicas. Observe as figuras mitóticas
extremamente aberrantes (cabeças de seta). A
lesão é infiltrativa, destrói e permeia as
trabéculas ósseas vizinhas. As células são
epitelioides, fusiformes ou globosas, pleomórficas
e com núcleos grandes e atípicos.
A. Osteossarcoma convencional, com proliferação atípica de células osteoblásticas, formando matriz osteoide parcialmente mineralizada.
B. Osteossarcoma extensamente mineralizado (esclerótico), ilustrando aspecto permeativo da lesão, que ocupa os espaços
intertrabeculares, ainda delimitados por trabéculas ósseas não neoplásicas. C. Osteossarcoma com áreas de diferenciação cartilaginosa
(condroblástico). D. Aspectos nucleares característicos de malignidade, com pleomorfismo, hipercromasia e figuras de mitose.
DOENÇAS DO MÚSCULO ESQUELÉTICO
● Possuem características estruturais, celulares e moleculares únicas, então eles possuem padrões únicos de
lesão e reparo.
ATROFIA DO MÚSCULO ESQUELÉTICO
● Característica de muitas síndromes.
● Perda da inervação, desuso, caquexia, idade
avançada e miopatias primárias podem resultar em atrofia
muscular, e, se a atrofia for grave, perda de massa muscular.
MIOPATIAS INFLAMATÓRIAS
● Doenças que afetam o músculo esquelético o fazem danificando diretamente as miofibrilas (lesão
miopática).
● A polimiosite, a dermatomiosite e a miosite por corpúsculos de inclusão são consideradas as três
principais miopatias inflamatórias primárias.
- Dermatomiosite: é uma doença sistêmica
autoimune que tipicamente se apresenta com fraqueza
dos músculos proximais e alterações cutâneas. A
dermatomiosite é uma doença imunológica em que os
danos aos vasos sanguíneos pequenos contribuem para
as lesões musculares.
B - O aspecto histológico do músculo mostra inflamação e atrofia
perifascicular das fibras musculares.
C - Miosite por corpúsculos de inclusão mostrando um vacúolo
dentro de um miócito
- Polimiosite: miopatia inflamatória
contraída na vida adulta que tem a mialgia e a fraqueza
em comum com a dermatomiosite, mas não tem
características cutâneas distintas, sendo, um diagnóstico de exclusão
- Miosite por corpúsculos de inclusão: doença da idade adulta avançada que geralmente afeta
pacientes com mais de 50 anos, sendo a miopatia inflamatória mais comum em pacientes com
mais de 65 anos. A maioria dos indivíduos afetados apresenta-se com fraqueza muscular
progressiva lenta que tende a ser mais grave nos quadríceps e na extremidade muscular superior
distal.
MIOPATIAS TÓXICAS
● Causadas por fármacos prescritos, drogas recreacionais ou por certos desequilíbrios hormonais.
● Entre os fármacos prescritos, as estatinas (são medicamentos que diminuem o colesterol) estão entre as
principais culpadas.
● A cloroquina e a hidroxicloroquina eram usadas originalmente como agentes antimaláricos e atualmente
são ministradas como terapia de longo prazo para pacientes com doenças autoimunes sistêmicas. Esses
fármacos interferem na função lisossômica normal e podem causar uma miopatia lisossômica de acúmulo
que se apresenta com lenta fraqueza muscular progressiva.
● Disfunções da tireoide podem desencadear vários tipos de miopatias. A miopatia tireotóxica apresenta-se
mais frequentemente como uma fraqueza muscular proximal aguda ou crônica que pode preceder outros
sinais de hipertireoidismo.
DISTROFIAS MUSCULARES
● Doenças hereditárias do músculo esquelético que têm em comum os
danos musculares progressivos que geralmente se manifestam entre a infância
e a idade adulta.
● Histologicamente, nos casos mais avançados, as fibras musculares
sofrem degeneração e são substituídas por tecido fibroadiposo e colágeno.
Distrofia muscular de Duchenne (DMD) mostrando variação no tamanho da fibra muscular,
aumento do tecido conjuntivo do endomísio e regeneração de fibras.
DOENÇAS DA JUNÇÃO NEUROMUSCULAR
● Doenças que comprometem a função das junções neuromusculares tendem a se apresentarem como
fraquezas indolores.
● As afecções neuromusculares são: miastenia gravis, síndrome miastênica de lambert-eaton, neuromiotonia
adquirida e miastenias congênitas
MIASTENIA GRAVE
● Doença autoimune que geralmente está associada com auto anticorpos direcionados contra receptores
de acetilcolina, o que resulta em deficiência desta na placa terminal motora (defeito pós-sináptico).
● Mulheres, com idade entre 20 e 30anos.
● HISTOLOGIA: hipotrofia das fibras tipo 2 e focos ocasionais de infiltrado linfocitário, além de alterações no
padrão da junção neuromuscular à microscopia eletrônica, como simplificação das pregas pós-sinápticas
e redução do número de receptores de acetilcolina na membrana sarcoplasmática.
SÍNDROME MIASTÊNICA DE LAMBERT-EATON
● Doença de natureza autoimune, deve-se a auto anticorpos que causam anormalidades nos canais de
cálcio sensíveis à voltagem nas terminações nervosas motoras (defeito pré-sináptico).
● HISTOLOGIA: hipotrofia e degeneração nas pregas do terminal pré-sináptico.
NEOPLASIAS MUSCULARES
● Benignas (leiomiomas) e malignas (leiomiossarcoma).
● HISTOLOGIA: atipias, figuras mitóticas e necrose coagulativa
- Atipia inclui pleomorfismo ou hipercromasia nuclear. Atipia em geral é subjetivamente estratificada
nos graus leve, moderado e grave.
RABDOMIOMA
● Neoplasia benigna, pode ser cardíaca ou extracardíaca.
● As lesões localizam-se na região da cabeça e pescoço e no trato urogenital.
● A forma extracardíaca pode ser subdividida nos tipos fetal e adulto, dependendo do grau de diferenciação
celular
● Tipo adulto: região cefálica, em indivíduos com idade média de 60 anos, e é mais comum em homens. As
manifestações são obstrutivas. O tumor é circunscrito, lobulado ou nodular, sendo formado por células
musculares volumosas, com limites nítidos e citoplasma vacuolado, granular ou eosinofílico; os núcleos são
centrais ou periféricos, uniformes, sem mitoses; não há necrose.
● Tipo fetal: mais raro e acomete preferencialmente a região cefálica, principalmente a área pós-auricular, ou
mucosas; pacientes com quatro anos; meninos. A lesão é acastanhada e úmida, sendo constituída por
células fusiformes primitivas esboçando miotúbulos fetais, imersas em matriz mixóide. Células maiores, que
lembram rabdomioblastos, são também encontradas. Não há atipias nucleares,mitoses ou necrose
RABDOMIOSSARCOMA
● sarcoma de tecido mole mais comum da infância e adolescência,
● Pode surgir em qualquer local, contudo a maioria ocorre na cabeça e pescoço ou no trato geniturinário,
onde existe pouca quantidade de musculatura esquelética.
● O rabdomioblasto – a célula diagnóstica em todos os tipos – contém citoplasma eosinofílico, rico em
filamentos espessos e finos. Podem ser arredondados ou alongados (girino).
RABDOMIOSSARCOMA EMBRIONÁRIO
● Tipo mais comum.
● Lesões: crescimento rápido, tendência a recidiva precoce e metástases pela
via sanguínea.
● HISTOLOGIA: áreas densamente celulares intercaladas com regiões frouxas e
mixóides. As células neoplásicas são pequenas, redondas e indiferenciadas, por vezes
detectando-se rabdomioblastos com citoplasma eosinofílico abundante.
● Existem 3 subtipos:
- Fusiforme: as células são alongadas, dispostas em feixes ou novelos, com
mínima diferenciação muscular e raros rabdomioblastos.
- Botrióide: as células dispõem-se em faixas justa epiteliais com uma camada de
transição ou câmbio, compondo inúmeros nódulos polipoides com estroma mixóide.
- Anaplásico: células grandes, com núcleos hipercromáticos e mitoses atípicas.
RABDOMIOSSARCOMA ALVEOLAR
● Formado por ninhos celulares com grande número de células
isoladas e multinucleadas, separadas por septos
fibrovasculares e intercalados com focos de padrão sólido.
- É atravessado por uma rede de septos fibrosos que
divide as células em grupos ou agregados, os quais
criam uma semelhança com alvéolos pulmonares.
● Mais comuns em jovens e
adultos;
● Lesão: crescimento rápido e
grande, células pequenas,
arredondadas e bem pigmentadas
comum surgir na musculatura
profunda das extremidades.
● Possui saculações, espaços.
RABDOMIOSSARCOMA
PLEOMÓRFICO
● Sarcoma de alto grau de
malignidade que acomete
preferencialmente os membros
inferiores de adultos, ao redor da sexta
década.
● Tumor raro e constituído por células poligonais, atípicas,
redondas ou alongadas, com diferenciação muscular e sem
componente embrionário ou alveolar detectável.
● É caracterizado por inúmeras células tumorais eosinofílicas
estranhas e grandes, algumas vezes multinucleadas. Essa variante
rara, com tendência a surgir nos tecidos moles profundos de
adultos.
NEOPLASIAS MUSCULARES LISAS
● LEIOMIOMA - tumores benignos da musculatura lisa, geralmente não são maiores do que 1 a 2 cm na sua
maior dimensão e são compostos por fascículos de células fusiformes que tendem a fazer intersecções
entre si em ângulos retos. As células tumorais
apresentam um núcleo alongado e demonstram
mínima atipia e poucas figuras mitóticas. (ps:
mioma não é só do útero, pode ser do esôfago
também).
- Nem sempre é pequeno, nem
sempre o crescimento é lento, não é invasivo, não
causa metástase, é bem diferenciado
(diferenciação celular
● LEIOMIOSSARCOMA - tumores malignos,
que em sua maioria se desenvolvem na pele e
tecidos moles profundos das extremidades e
retroperitôneo. Apresentam-se como massas firmes e indolores. Os tumores retroperitoneais podem ser
grandes e volumosos, causando sintomas abdominais.
● Histologia: células fusiformes malignas com núcleos em formato de charuto, dispostos em fascículos
entrecruzados.
- Não tem maturidade histológica, pois
ele é uma célula que se divide tão
rápido que não completa o processo de diferenciação celular.
- Nem sempre é grande, pode vir acompanhado
de hemorragia e necrose central (pode acontecer no
leiomioma dependendo do tamanho dele).
DOENÇAS ARTICULARES
● As articulações são classificadas em em sólida (não sinovial) e cavitada (sinovial).
● Atuam ativando as enzimas catabólicas e reduzindo a produção de inibidores, acelerando a destruição da
matriz.
● A maioria relacionada ao dano à superfície articular que pode ocorrer via mecanismos degenerativos ou
como resultado de um processo inflamatório
● A inflamação pode ser secundária à deposição de cristal na articulação ou ao redor dela, a infecção ou a
distúrbio autoimune.
● As principais doenças são: osteoartrite, artrite reumatóide, artrite infecciosa, espondiloartropatias, artrites
induzidas por cristais (gota), neoplasias
OSTEOARTRITE
● Doença articular caracterizada clinicamente por dor e perda funcional. Embora a inflamação local das
articulações envolvidas seja comum, a osteoartrite (OA) não está associada a um processo inflamatório
sistêmico, ao contrário de outras artrites.
● Processo degenerativo doloroso que envolve deterioração progressiva de todas as estruturas articulares e
da remodelação do osso subcondral que não é essencialmente inflamatório.
● Podem ser primárias ou secundárias (distúrbios pró-inflamatórios, pós traumáticos, anatômicos,
metabólicos, entre outros).
FISIOPATOLOGIA: lesão condrocítica + envelhecimento + fatores genéticos e bioquímicos.
● A cartilagem articular não é estática, ela sofre renovação e seus componentes de matriz “desgastados” são
continuamente degradados e substituídos. Esse volume é mantido pelos condrócitos, que não só
sintetizam a matriz, mas também secretam enzimas que degradam a matriz.
● A sinóvia e os condrócitos sintetizam e liberam citocinas e fatores de crescimento.
● O estresse osmótico e mecânico sobre os condrócitos induz essas células a alterarem a expressão gênica e
aumentarem a produção de citocinas inflamatórias
e enzimas de degradação da matriz
- As enzimas cruciais na degradação da
matriz são as metaloproteinases matriciais
(MPMs) (particularmente colagenases e
ADAMTS-5).
● A sinóvia, a cartilagem e o osso influenciam o
desenvolvimento da doença por meio de citocinas,
quimiocinas e até mesmo ativação do complemento,
que, por sua vez, atuam sobre os receptores de
superfície celular dos condrócitos.
- As enzimas na matriz são mantidas sob controle por inibidores da ativação, como o inibidor
tecidual da metaloproteinase (TIMP). Os fatores de crescimento também fazem parte dessa
complexa rede, em que a proteína morfogênica do osso 2 (BMP-2, de bone morphogenetic protein 2)
e o fator de crescimento transformador β (TGF-β, de transforming growth factor β) desempenham
papéis proeminentesna estimulação do desenvolvimento dos osteófitos.
● QUADRO CLÍNICO: rigidez articular menor que 30 min; nódulos de Heberden; nódulos de Bouchard; desvio
em varo; dor que piora ao descer escadas (na patela)
● MACROSCOPICAMENTE: cápsula branca diminuída, perda da cartilagem (intenso dano celular -> muitas
células morrendo).
- Haverá tentativa de
cicatrização/reparo.
- Presença de infiltração.
- Coloração mais eosinofílica.
- Vasos espessos e dilatados.
- Área de fibrose (processo inflamatório
anterior/necrose)
GOTA
● Doença metabólica que atinge uma ou mais articulações. Trata-se de um tipo de artrite. É caracterizada
pela elevação de ácido úrico no sangue, o que leva a um depósito de cristais de monourato de sódio nas
articulações.
● Patogenia: aumento dos níveis totais de urato no corpo. Isso é evidenciado por hiperuricemia.
- O ÁCIDO ÚRICO ALTO NÃO SIGNIFICA QUE TEM GOTA - GOTA ASSINTOMÁTICA, MAS SE CONTINUAR
A AUMENTAR PODE SE MANIFESTAR.
● Homens na quarta década de vida
FISIOPATOLOGIA
● A hiperuricemia, definida por nível sérico de urato maior que 6,8mg/dL.
● A precipitação de cristais continua a formar agregados cristalinos cada vez maiores. A crise de gota
começa depois que os monócitos e os sinoviócitos fagocitam cristais de urato → cristais de urato livres são
fagocitados e ativamos monócitos → nessas células os cristais são processados pelos receptores toll-like
resultando na síntese de pré-IL-1 → ativam outras células, moléculas de aderência e fatores quimiotáticos →
inflamação aguda da articulação
● A reação inflamatória aguda regride espontaneamente entre 10 a 14 dias. Isso porque os monócitos sofrem
processo de maturação para macrófagos, então eles deixam de produzir citocinas pró-inflamatórias e
começam a secretar citocinas anti-inflamatórias. Além de proteínas grandes terem acesso ao líquido
sinovial e entram no espaço articular porque há vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular em
consequência da resposta inflamatória aguda.
● Nos intervalos entre as crises, os cristais continuam a crescer e ficam circundados por uma cobertura de
macrófagos, que secretam citocinas e enzimas → reação crônica é responsável pela erosão dos ossos e
das cartilagens e causa a doença articular degenerativa secundária
● CLASSIFICAÇÃO
Dividida em 3 estágios: hiperuricemia assintomática, gota
aguda e intermitente (ou intercrítica), gota tofácea
crônica.
HIPERURICEMIA ASSINTOMÁTICA
● Pacientes que têm ácido úrico > 6,8-7 mg/dL. Nessa fase, não há doença propriamente dita, mas há um
maior risco de desenvolver a doença (esse risco acompanha os valores de ácido úrico).
GOTA AGUDA
● Alguns pacientes tem apenas uma ou duas crises de artrite aguda durante toda sua vida, mais de 80% tem
um segundo episódio nos primeiros dois anos depois do primeiro.
● O primeiro episódio geralmente acontece cerca de 10 a 30 anos depois de iniciar a hiperuricemia
assintomática.
● Pode-se apresentar sintomas prodrômicos de desconforto brando, desenvolvimento súbito de dor intensa
associada ao aumento da temperatura local, ao edema e ao eritema da articulação afetada.
● Primeira crise acontece na articulação metatarsofalangiana (podagra).
● Outras articulações são a da região intermediária do pé, tornozelo, calcanhar e joelho.
● Denso infiltrado neutrofílico que permeia a sinóvia e o fluido sinovial
GOTA TOFÁCEA CRÔNICA
● Articulações como a dos punhos, dos dedos e dos cotovelos são
acometidas quando a doença está mais avançada.
● Começa 10 anos ou mais depois do início da gota intermitente
aguda. A transição para gota crônica é concluída quando os
períodos intercríticos passam a ser sintomáticos.
● As articulações afetadas tornam-se persistentemente dolorosas e
podem edemaciar.
● Evolui a partir da precipitação repetida de cristais de urato durante
o ataque agudo.
● A sinóvia se torna hiperplástica, fibrótica e espessada pelas células
inflamatórias → forma um pannus → destrói a cartilagem subjacente
provocando uma erosão óssea justa-articular.
NEOPLASIAS CARTILAGINOSAS
● Encondroma (benigno) e o condrossarcoma (maligno).
● Lesões cartilaginosas apendiculares (mãos/pés) são quase
sempre benignas, enquanto os tumores axiais (costelas, escápula,
pelve) são quase sempre malignos
● As lesões cartilaginosas benignas frequentemente são
assintomáticas. O condrossarcoma, todavia, muitas vezes causa dor.
● HISTOLOGIA: celularidade, engolfamento de osso hospedeiro,
alteração de matriz mucoide e achados citológicos. A degeneração de
matriz mucoide e o engolfamento de osso hospedeiro são os dois
achados de maior utilidade para fins de classificação de tumores
cartilaginosos centrais em benignos ou malignos.
CONDROBLASTOMA
● Tumor de cartilagem benigno raro que, de modo característico,
envolve as epífises dos ossos longos de pacientes
esqueleticamente imaturos. Essas lesões são compostas por
células de formato redondo a poligonal apresentando uma fenda
longitudinal.
● HISTOLOGIA: células mononucleares representam condroblastos.
Células gigantes multinucleadas dispersas costumam estar
presentes. Uma matriz cartilaginosa distinta em geral pode ser
encontrada, embora o nível de diferenciação cartilaginosa seja
variável.
CONDROSSARCOMA
● Tumor maligno primário do osso, originado de células
cartilaginosas, ou seja, inexiste a formação de osteóide a partir das células
neoplásicas.
TUMORES DE CÉLULAS GIGANTES TENOSSINOVITE
INTRARTICULARES
● Neoplasias benignas intimamente relacionadas que se desenvolvem
no revestimento sinovial das articulações, bainhas dos tendões e bursas.
● TIPOS: tipo difuso (anteriormente conhecido como sinovite
vilonodular pigmentada), e a forma localizada (também conhecida como
tumor de células gigantes de bainha do tendão). Enquanto a forma difusa
tende a envolver grandes articulações, o tipo localizado geralmente ocorre
como um nódulo evidente ligado à bainha de um tendão, geralmente na
mão
● QUADRO CLÍNICO: dor, inchaço articular e limitação do
movimento.
● MACROSCÓPIO: projeções papilares marrons
irregulares cobrindo toda a superfície sinovial
● HISTOLOGIA: bastante similares às lesões
extraarticulares.
ARTRITE REUMATÓIDE
● Doença sistêmica crônica que afeta principalmente a sinóvia, resultando em inflamação e proliferação
sinovial, destruição da cartilagem articular e erosão do osso justa-articular
● Simétrica e bilateral
● Predisposição genética, ambiental e autoimunidade
● FISIOPATOLOGIA: na AR, ela começa com uma inflamação no líquido sinovial, que é chamada de sinovite,
onde será formado um tecido inflamatório sinovial que é chamado de Pannus. O pannus começa a
recobrir estruturas intra-articulares e estruturas vizinhas, como a cartilagem articular e o tecido ósseo
subjacente. Tendo isso, o indivíduo terá uma resposta autoimune, liberando linfócito TCD4+ que irá
estimular os macrófagos e os linfócitos B. Os linfócitos B se transformam em plasmócitos que irão secretar
anticorpos, então o indivíduo começa a produzir uma série de anticorpos, como o fator reumatóide e os
auto anticorpos contra peptídeos citrulinados como o anti-CCP. Além de ocorrer uma produção de
citocinas, como o TNF-alfa. Quimiocinas, fatores quimiotáticos, o leucotrieno B4 e componentes do sistema
complemento (C3a, C5a), atraem neutrófilos.
● QUADRO CLÍNICO: acometimento inicial das pequenas articulações (nos casos clássicos, articulações IFPs,
MCFs e MTFs), ao passo que o envolvimento das grandes articulações como punhos, joelhos, tornozelos,
quadris e ombros é mais tardio. Os sinais e sintomas incluem dor, edema e rigidez.
● Poupa distal
● Nos estágios mais avançados, a doença crônica também causa muito comumente desvio ulnar dos dedos
nas articulações MCF, deformidades em pescoço de cisne (hiperextensão das articulações IFPs e flexão das
articulações IFD) e deformidades em botoeira (ou casa de botão) (flexão das articulações IFP e
hiperextensão das articulações IFD).
● HISTOLOGIA: zona central de necrose fibrinóide circundada por um bordo proeminente de histiócitos
epitelióides e inúmeroslinfócitos e plasmócitos.
LÚPUS
● Doença inflamatória crônica, de origem autoimune e caracteriza-se por acometimento multissistêmico e
produção de vários autoanticorpos.
● Anticorpos antinucleares ou fatores antinúcleo (FAN).
● Doença crônica, remitente e recidivante, caracterizada principalmente por lesões da pele, das articulações,
do rim e das serosas
FISIOPATOLOGIA
● Resultado da ação de diversos autoanticorpos produzidos por um desequilíbrio do sistema imunológico. →
os auto anticorpos se ligam a seus antígenos (os "autoantígenos") → formam-se imunocomplexos → ativam
o sistema complemento → quimiotaxia e inflamação tecidual.
● Os auto anticorpos podem danificar diretamente os tecidos ou combinar-se a antígenos correspondentes
para formar complexos imunes prejudiciais aos tecidos.
● Alguns autoanticorpos identificados no LES são anticorpos antinucleares (ANA), incluindo o anticorpo anti
ácido desoxirribonucleico (anti-DNA), os anticorpos anti fosfolípidos e os anticorpos anti-Smith (Sm). Além
dos ANA, às pessoas com lúpus têm outros auto anticorpos, incluindo aqueles dirigidos contra elementos
do sangue (hemácias, plaquetas, linfócitos) e proteínas plasmáticas (fatores de coagulação e do
complemento).
● O processo pode começar com a ativação de imunidade inata indutora de autoimunidade, em parte via
ligação de DNA/RNA/proteínas por receptores semelhantes ao Toll presentes nas células envolvidas.
● As alterações incluem células dendríticas produtoras de α-interferona (α-IFN); macrófagos ativadores
produtores de citocinas/quimiocinas inflamatórias, como as interleucinas (p. ex., IL-12), o fator de necrose
tumoral α (TNF-α) e o fator de maturação/sobrevida da célula B (BLys/BAFF); neutrófilos liberadores de
redes contendo DNA/proteína; e células natural killer (NK) incapazes de destruir células B e T autorreativas
ou de produzir o fator de crescimento transformador β (TGF-β), necessário ao desenvolvimento de células T
reguladoras.
● As células T e B são ativadas e conduzidas à apoptose com mais facilidade do que as células normais,
provavelmente devido à sua ligação aos autoanticorpos e, adicionalmente, à sinalização anormal após o
envolvimento de moléculas de superfície, resultando em uma produção anormalmente baixa de IL-2
(necessária para a sobrevida da célula T).
● O resultado é a persistência de grandes quantidades de autoantígenos e as consequentes quantidades
aumentadas de autoanticorpos com números ampliados de células B ativadas e
plasmoblastos/plasmócitos, bem como de células T autorreativas que mudam de populações reguladoras
para células TH1, TH17 e TFH.
● Enquanto isso, o ataque imune inicial atrai para os tecidos-alvo mais células B e T, monócitos/macrófagos,
células dendríticas e plasmócitos. A inflamação também causa liberação de peptídeos vasoativos, lesão
oxidativa, além de liberação de fatores de crescimento e fatores fibrosantes. Pode ocorrer esclerose/fibrose
com dano tecidual irreversível em múltiplos tecidos, incluindo rins, pulmões, vasos sanguíneos e pele.
PADRÃO DE FLUORESCÊNCIA
● O padrão de fluorescência nuclear sugere o tipo de anticorpo presente no soro do paciente. São
reconhecidos quatro padrões básicos:
- Coloração nuclear homogênea
ou difusa geralmente reflete anticorpos
contra cromatina, histonas e, ocasionalmente,
DNA de cadeia dupla.
- Coloração na orla ou
periférica são mais frequentemente
indicativos de anticorpo contra DNA de
cadeia dupla.
- Padrão pontilhado refere-se à
presença de pontilhados uniformes ou com
tamanhos variáveis. Este é um dos padrões de
fluorescência mais comumente observados.
Reflete a presença de anticorpos contra
constituintes nucleares não DNA.
- Padrão nucleolar refere-se à
presença de alguns pontos distintos de
fluorescência no interior do núcleo e
representa anticorpos contra o RNA. Este
padrão é relatado mais frequentemente em
pacientes com esclerose sistêmica.
● MORFOLOGIA: depositos fibrinoides,
inflamação, infiltrado de linfocito B e plasmocito, tentativas de reparo e ou cicatrizes
ESPONDILITE ANQUILOSANTE
● Inflamação crônica que afeta os tecidos conjuntivos, caracterizando-se pela inflamação
das articulações da coluna e das grandes articulações, como quadris, ombros e outras regiões →
marco é a lesão da articulação sacroilíaca
● Provoca destruição da cartilagem articular, especialmente das articulações sacroilíaca e
apofisária.
● Manifesta sintomas na segunda e terceira décadas de vida.
● Os indivíduos afetados apresentam de modo característico a dor lombar, que
frequentemente segue um curso progressivo crônico.
● Coluna axial: O sintoma inicial é a dor lombar inflamatória.
- O primeiro sintoma costuma ser a dor lombar (sacroileíte), tipicamente unilateral, de início insidioso e
acompanhada por rigidez matinal.
- A dor e a rigidez da doença inflamatória geralmente pioram com repouso e melhoram com atividade
física.
- A dor e a rigidez localizam-se na região lombar baixa ou nas estruturas profundas das nádegas.
- O envolvimento das vértebras se faz de forma ascendente e progressiva - e a ossificação das sínfises
é conhecida como “coluna em bambu.

Continue navegando