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CÉLULAS ÓSSEAS - Osteoblasto: síntese de matriz óssea orgânica. - Osteoclasto: remodelação/reabsorção da matriz óssea. - Osteócitos: manutenção da matriz óssea e sua morte é responsável pela reabsorção da matriz. DOENÇAS CONGÊNITAS ● As manifestações clínicas são heterogêneas e incluem baixa estatura, malformações e deformidades ● Mutações em genes homeobox específicos que podem afetar ossos individuais ou um grupo de ossos. As lesões mais comuns incluem aplasia, formação de ossos extras e fusão anormal de ossos. - Para que a doença congênita aconteça é necessário que tenha uma mutação, e nem toda mutação é uma neoplasia → maioria é causada por fatores de crescimento. OSTEOCONDRODISPLASIAS ● Mudanças no desenvolvimento e no crescimento do tecido ósseo e/ou cartilaginoso, ou na manutenção dos componentes normais da matriz, com organização anormal dos tecidos por defeitos em genes expressos no período pré-natal e que continuam a se expressar após o nascimento. ● Alterações são predominantemente simétricas; o nanismo é comum. A expressão genética pode estar restrita ou variar quantitativamente → formas desproporcionais de baixa estatura (espinhais, rizomélicas, mesomélicas, acromélicas) ● São causadas por defeitos moleculares que resultam em transtornos na proliferação e diferenciação celulares que continuam a se manifestar no período pós-natal, ocasionando alterações no crescimento e no desenvolvimento esqueléticos. Algumas ocorrem por erros em genes envolvidos no processo de sinalização; outras estão relacionadas com mutações em genes que regulam a função ou a estrutura celulares. Erros podem associar-se a funções celulares específicas (como a produção ou degradação da matriz, como em genes que codificam o colágeno). Diferentes mecanismos intracelulares de transporte, síntese e degradação de moléculas podem estar relacionados com algumas displasias. ACONDROPLASIA ● Manifesta-se por nanismo, em razão de alterações na cartilagem de crescimento; forma mais frequente de nanismo com membros curtos (rizomélicos – afetando a região proximal dos membros). ● Nos casos de transmissão hereditária, a acondroplasia tem herança autossômica dominante e é causada por mutação no gene que codifica o receptor do fator de crescimento 3 de fibroblastos (FGFR-3). ● Lesão: adelgaçamento das placas de crescimento dos ossos de desenvolvimento endocondral por retardo na maturação dos condrócitos. A matriz cartilaginosa fica com aspecto fibrilar e degeneração mucóide, sendo a zona que une a metáfise e epífise invadida por faixas fibrosat6s provenientes do periósteo → alterações explicam a redução do crescimento longitudinal dos ossos longos, a espessura excessiva das diáfises e a distorção das extremidades por crescimento aposicional exagerado a partir do pericôndrio nas metáfises ● A coluna vertebral cresce desproporcionalmente em relação aos outros membros → lordose lombar exagerada, cifose dorsal e, às vezes, gibosidade e pressão sobre a medula e as raízes espinhais. ● Os principais centros de ossificação da base do crânio, que normalmente se ossifica na idade adulta, ossifica-se na criança ou in utero → crânio relativamente aumentado e base craniana pequena → obriga o encéfalo a crescer para a frente e para cima. Forma-se também nariz em sela. ● O forame magno pode estar reduzido e causar hidrocefalia. ● Prognatismo resulta do crescimento aparentemente normal da mandíbula. O crescimento exagerado dos metacarpianos em relação às falanges induz desvio do primeiro dedo e do indicador na direção do rádio, e do anular e do quinto dedo na da ulna, caracterizando a mão em tridente. NANISMO TANATOFÓRICO ● Ocorre como consequência da ativação constitutiva do FGFR3, resultando na síntese defeituosa de cartilagem nas placas epifisárias. ● Incompatível com a vida, devido à associação de platispondilia e hipoplasia do tórax, levando à morte por insuficiência respiratória nas primeiras horas de vida OSTEOGÊNESE IMPERFEITA ● Grupo de doenças causadas por mutações nos genes para o colágeno do tipo I que interferem na sua produção normal, com resultante fragilidade óssea e suscetibilidade a fraturas, e alterações nas articulações, ligamentos, pele, olhos e ouvidos. ● É rara, e podem ser divididas em 4 subtipos. O subtipo II, não é compatível com a vida, sendo quase sempre fatal no período perinatal. Os subtipos I, III e IV, são compatíveis com sobrevida longa. ● Alterações morfológicas: adelgaçamento da cortical óssea, alargamento dos canais de Havers, rarefação das trabéculas e canal central amplo, configurando osteopenia. Periósteo, ligamentos e tendões estão, quase sempre, adelgaçados → permite hipermobilidade das articulações. ● Quadro clínico: ossos são frágeis, quebradiços e, facilmente fraturáveis, nos locais de fratura podem surgir calos hiperosmóticos exuberantes, com possibilidade de confusão, escleróticas frequentemente são azuladas (escleróticas azuis), devido a sua fina transparência e consequente visibilidade do plexo vascular da coróide subjacente. ● Podem ocorrer, ainda, anormalidades dentárias e hipoacusia por alterações ósseas nos ouvidos médio e interno OSTEOPETROSE ● Causada por mutações que interferem na função dos osteoclastos e está associada a ossos densos, porém instáveis sob o ponto de vista arquitetural, devido a defeitos na reabsorção óssea. ● Falta de reabsorção da cartilagem calcificada e do tecido ósseo primário → em hiperprodução de osso cortical e obliteração total do canal medular. ● A forma autossômica recessiva (MIM n. 259700; osteopetrose infantil maligna) manifesta-se no útero ou na primeira infância por grande densidade óssea e obliteração progressiva da cavidade medular. Envolvidos na reabsorção óssea, os osteoclastos degradam os componentes orgânicos e inorgânicos do osso; tal degradação depende da acidificação da lacuna de reabsorção, possível graças à ativação de uma anidrase carbônica e dessa bomba de prótons tipo vacuolar. ● Ocorrem hepatoesplenomegalia com mielopoese extramedular, anemia mielotísica, plaquetopenia e hemorragias. ● A atividade osteoclástica deficiente resulta, também, em estreitamento dos forames dos nervos cranianos, com atrofia do nervo óptico, cegueira, surdez e paralisia facial. ● Mesmo tendo densidade óssea aumentada, há maior tendência a fraturas, pois a estrutura óssea é anormal. ● Podem ocorrer também hipocalcemia por distúrbio na homeostase mineral e hiperparatireoidismo secundário. DOENÇAS ADQUIRIDAS ● Desordens nutricionais, endócrinas e sistêmicas afetam o desenvolvimento do sistema esquelético. ● Formação/quantidade inadequada do osteóide (osteopenia). OSTEOPOROSE ● Redução quantitativa da massa óssea, sem alteração histológica qualitativa da matriz. ● Alto risco de fraturas + diminuição da densidade de massa óssea + alterações na microarquitetura histológica. ● As trabéculas ósseas ficam mais delgadas, isoladas, perdendo a conexão umas com as outras. Os espaços intertrabeculares ficam alargados, com redução da densidade óssea. Os ossos ficam mais frágeis e vulneráveis a fraturas. ● Osteoporose ocorre tanto em homens como em mulheres (Nas mulheres, o processo de perda da massa óssea acelera-se no período após a menopausa. Em homens, a perda óssea é observada em idade mais avançada, em torno de 10 anos a mais do que na população feminina) ● As fraturas são consideradas de baixo impacto, como as associadas a queda da própria altura. - Primária: a perda óssea é a doença básica, a causa é algo que age diretamente no osso. - Secundária: a perda óssea é atribuída a várias condições clínicas, uso de medicamentos e outras. Algumas dessas causas podem ser apenas fatores que agravam a perda óssea natural da osteoporose de involução. ● FATORES DE RISCO: baixo peso corporal, baixo percentual de gordura corporal e baixo índice de massa corporal. Vida sedentária, tabagismo e ingestão de álcool. Fatores genéticos também contribuem, tendo interesse várias vias de sinalização celular que atuam na regulação da massa óssea. Uso de glicocorticóidesé causa frequente de osteoporose, uma vez que esses hormônios reduzem a massa óssea por aumentarem a reabsorção e reduzirem a formação óssea. ● QUADRO CLÍNICO: as regiões de maior teor de osso trabecular são mais suscetíveis a fraturas. A manifestação é dor aguda no dorso devida a fratura por compressão de uma vértebra torácica ou lombar, em muitos casos precipitada por atividades rotineiras. Com o tempo, os corpos vertebrais colapsados levam a cifose progressiva e a diminuição da estatura ● PATOGÊNESE: alteração básica na doença é o descompasso na remodelação óssea (aumento da reabsorção em relação à formação óssea) → deterioração estrutural e aumento da fragilidade óssea → perda óssea progressiva, diminuição do número e da largura das trabéculas e aumento da porosidade cortical. - Movimentos ósseos estimulam a atividade de osteoblastos. Assim, a redução da atividade física que acompanha a idade ou que ocorre em outras situações contribui para a perda óssea. - No climatério, há redução dos níveis de estrógenos. Nesta condição, a remodelação óssea é acelerada, e a taxa de reabsorção óssea supera a de formação. Parece que a baixa de estrogênio aumenta a síntese de citocinas, as quais aumentam a disponibilidade de RANKL, ativam osteoclastos e reduzem os níveis de osteoprotegerina, favorecendo a formação e a ativação de osteoclastos ● MORFOLOGIA: osso esponjoso + trabéculas finas, espaçadas e desconectadas. - Região cortical: aumento da porosidade e dilatação dos canais de Havers. - Espaços areolares: estendidos, delimitados por septos ósseos incompletos - Aumento dos aspectos da adiposidade medular, associado com a diminuição do intertrabecular. - Menos osteoblasto, dependendo da região observada tem mais ou menos osteócitos, maior número de osteoclasto. - De acordo com com a atividade de remodelação, a osteoporose pode ser ativa e inativa: ativa é quando há evidências de absorção e produção óssea aumentadas alta remodelação. Já a inativa apresenta formação óssea reduzida e baixa atividade osteoclástica, predominando a atividade reabsortiva contínua - baixa remodelação. DOENÇA DE PAGET ● Enfermidade crônica caracterizada por reabsorção óssea seguida de remodelação excessiva e desordenada ● O osso destruído é substituído por osteóide (matriz óssea formada a partir de osteoblastos ativos e que ainda não foi calcificada) → aumento de volume e a deformidades ósseas; há, pois, osteólise (redução da massa óssea) e osteoesclerose simultâneas. ● Manifesta-se após 40 anos de idade e é mais comum em homens. ● Apresenta-se de duas formas: (a) localizada ou monostótica, que atinge um só osso ou parte dele e ocorre preferencialmente na tíbia, em vértebras ou na mandíbula; (b) generalizada ou poliostótica, que compromete vários ossos, como sacro, ilíaco, crânio, vértebras, tíbia, fêmur e escápula. - Na forma poliostótica, podem surgir distúrbios hemodinâmicos em virtude de hipervascularização óssea, com aumento da temperatura local, eritema e, às vezes, insuficiência cardíaca de alto débito. Perda auditiva relaciona-se com comprometimento do osso temporal. A complicação mais temida é a transformação sarcomatosa ● A patogênese parece estar relacionada primariamente com aumento da atividade de osteoclastos e seus precursores. ● Evolução geralmente lenta e benigna ● QUADRO CLÍNICO: dor consequente a fraturas, lombalgia, sintomas resultantes de compressão de nervos que passam por forames ósseos, compressão medular, paraplegia e osteoartrose secundária. A doença é assintomática em muitos pacientes, sendo descoberta por acaso por radiografia ou alta taxa sérica de fosfatase alcalina, resultante da grande atividade osteoblástica, principalmente na forma poliostótica ● MORFOLOGIA: : As lesões são divididas em três fases: (1) de reabsorção, osteolítica ou “quente”; (2) mista, osteolítica-osteoblástica; (3) osteo esclerótica, inativa ou “fria”. Padrão em mosaico do tecido ósseo lamelar. Trabécula óssea espessada. FRATURAS ● Perda de continuidade óssea. ● Rompimento de vasos sanguíneos associados; o processo inflamatório resultante ativa células progenitoras ósseas e, dentro de uma semana, o tecido envolvido se apresenta preparado para nova síntese de matriz. ● Calo de tecido mole pode sustentar as extremidades do osso fraturado em aposição, mas não se apresenta calcificado e não pode suportar peso. - Calo provisório: lesão exuberante, que envolve a área fraturada e faz saliência para os tecidos moles adjacentes (músculo esquelético). O calo cartilaginoso leva no mínimo 15 dias ● O primeiro achado histopatológico de uma fratura é a necrose, caracteriza-se pela falta de osteócitos. (áreas de sequestro são as necrose ósseas e esse espaço é preenchido primeiro com matriz óssea orgânica que vai se modelando e calcificando. A mobilização é feita justamente para que a matriz óssea nova/ frágil seja modelada) - No corte histológico, em volta tem presença de osteoblastos, não tem núcleo e não tem cor ● Osso neoformado: mais claro, + rosinha - tem presença de cartilagem. ● Osso velho: mais escuro - o tom mais arroxeado. ● Aspecto anárquico dos condrócitos, que não estão orientados em fileiras como na cartilagem epifisária normal. Vários condrócitos têm aspecto ativo, com núcleos maiores que o habitual. ● Na fratura há geralmente necrose de fragmentos ósseos por ruptura de vasos. Esses fragmentos, chamados sequestro, caracterizam-se pela falta de osteócitos. ● No fragmento ósseo há uma parte de osso viável, e outra onde não há núcleos, constituindo portanto osso necrótico. Os sequestros são removidos a partir da periferia pela ação de osteoclastos. ● Rima de osteoblasto: é a forma em que ele se organiza para produzir matriz óssea. OSTEONECROSE ● Morte do tecido ósseo e da medula óssea, sem relação com doença infecciosa. ● Lesão: osteócitos desaparecem, e as lacunas ficam vazias e aumentadas de volume. A gordura medular necrótica sofre saponificação e calcificação distrófica. ● Causada por: (a) traumatismos, incluindo fraturas, deslocamentos e cirurgias; (b) tromboêmbolos, como em cardiopatias e aterosclerose; (c) doenças sistêmicas, como artrite reumatoide, lúpus eritematoso, policitemia, anemia falciforme, doença de Gaucher e histiocitose de células de Langerhans; (d) corticoterapia; (e) pancreatite e alcoolismo; (f) autoenxertos e aloenxertos (receptores de transplante renal); (g) radiações ionizantes. - A principal causa é a isquemia. E em alguns casos podem ser liquefativas e coagulantes. ● As áreas de necrose no corte histológico são mais rosadas, são mais eosinofílicas. ● Com o tempo, os osteoclastos reabsorvem algumas das trabéculas ósseas necróticas; quaisquer fragmentos de tecido ósseo morto que permanecem atuam como armação para a formação de novo tecido ósseo, um processo denominado substituição rastejante. OSTEOMIELITE ● Inflamação que acomete a medula óssea e o tecido ósseo esponjoso e compacto, podendo ou não se estender aos tecidos vizinhos. Na grande maioria dos casos, osteomielite resulta de infecção por bactérias piogênicas (osteomielite purulenta); outras formas são tuberculose, sífilis e osteomielite por fungos. ● QUADRO CLÍNICO: sinais e sintomas vagos, como dor e febre baixa, às vezes durante meses. Crianças podem apresentar irritabilidade, febre e sintomas locais de infecção OSTEOMIELITE PURULENTA AGUDA ● Mais comum em crianças e adolescentes (5 a 15 anos) e acomete qualquer parte do esqueleto, preferindo ossos longos, como tíbia, fêmur, úmero e rádio, sobretudo a extremidade superior da tíbia e a inferior do fêmur. ● Agentes: estafilococos coagulase-positivos e, em menor frequência, estreptococos, pneumococos, Escherichia coli, gonococo, pseudômonas, klebsiela, salmonela. ● Os microrganismos alcançam o osso: (1) pela corrente sanguínea; (2) por contiguidade de foco infeccioso; (3) por via direta, em traumatismos, fraturas expostas, feridas penetrantes e cirurgias. ● MORFOLOGIA: infiltrado de neutrófilos, começa geralmente na região metafisária. Necrosee destruição do osso esponjoso. As alterações morfológicas na osteomielite dependem da cronicidade e da localização da infecção. As bactérias causadoras proliferam, induzindo uma reação inflamatória aguda, com consequente morte celular. O tecido ósseo envolvido rapidamente se torna necrótico; esse tecido ósseo não viável é denominado sequestro. ● Trabéculas ósseas necróticas e exsudato purulento. OSTEOMIELITE CRÔNICA ● MORFOLOGIA: presença de linfócitos, plasmócitos e tentativas de cicatrização. O quadro histopatológico depende da fase do processo. Em geral, apresenta supuração com infiltrado de neutrófilos, às vezes com predomínio de plasmócitos ou de macrófagos espumosos (osteomielite de células plasmáticas e xantogranulomatosa), osteonecrose e alterações reparativas com fibrose e neoformação óssea ● A reação inflamatória crônica acompanha-se de deposição de osso novo. Nestas regiões, há síntese de novas trabéculas pelos osteoblastos, constituindo uma forma de reparo. As novas trabéculas são mais irregulares e mais celulares que as normais (contêm mais osteócitos). A matriz óssea neoformada não mostra as laminações características do osso maduro, sendo as fibras colágenas orientadas mais ou menos ao acaso. Observação -> na osteomielite aguda a cor é bem mais clara. NEOPLASIAS ● Produção de osso por células neoplásicas. O tumor ósseo usualmente é depositado na forma de trabéculas trançadas (exceto os osteomas) com mineralização variável. ● Podem ser benignos ou malignos: - Benigno: crescimento lento, expansivo, circunscrito, semelhante à célula. - Maligno: crescimento rápido e desordenado, infiltrativo, angiogênese, pleomorfismo, forma irregular. ● As neoplasias mais comuns são condrossarcoma, osteossarcoma ● Os tumores podem ocupar o canal medular (encondroma), a superfície óssea (osteocondroma) ou a cavidade articular (condromatose sinovial). Alguns tumores são caracteristicamente epifisários (condroblastoma) e outros, como o fibroma condromixoide, são metafisários. O osteocondroma e o condroblastoma originam-se caracteristicamente no esqueleto em crescimento (notar a placa de crescimento). OSTEOMA OSTEÓIDE ● Tumor ósseo benigno, pequeno, de crescimento limitado e que se manifesta com dor. ● Mais comum no sexo masculino, surge mais em jovens e tem pico na segunda década de vida. ● MORFOLOGIA: Trabéculas irregulares de osso, com formação de borda osteoblástica proeminente. O estroma interveniente mostra um rico tecido conectivo vascular. Não há atipia citológica. O tecido entre as trabéculas é fibroso, com células gigantes multinucleadas do tipo osteoclasto. ● As células tumorais variam de tamanho e de formato, e frequentemente apresentam grandes núcleos hipercromáticos; células gigantes tumorais bizarras são comuns, assim como também figuras mitóticas. OSTEOSSARCOMA ● Neoplasia maligna em que as células produzem matriz osteóide identificada ao exame histológico de rotina, mesmo que em quantidade mínima. É muito semelhante ao osteoma osteóide ● A produção de tecido ósseo mineralizado ou não mineralizado (osteóide) por células malignas é essencial para o diagnóstico do osteossarcoma. ● O tecido ósseo neoplásico tipicamente é grosseiro e entrelaçado, mas também pode ser depositado em amplas camadas. A diferenciação em células cartilaginosas e em fibroblastos também pode estar presente em quantidades variadas. Quando uma cartilagem maligna se apresenta abundante, o tumor é denominado osteossarcoma condroblástico. ● Invasão vascular é comum, assim como a necrose tumoral espontânea ● MORFOLOGIA: Aparência histológica, com padrão grosseiro e emaranhado de tecido ósseo neoplásico (seta) produzido por células tumorais anaplásicas. Observe as figuras mitóticas extremamente aberrantes (cabeças de seta). A lesão é infiltrativa, destrói e permeia as trabéculas ósseas vizinhas. As células são epitelioides, fusiformes ou globosas, pleomórficas e com núcleos grandes e atípicos. A. Osteossarcoma convencional, com proliferação atípica de células osteoblásticas, formando matriz osteoide parcialmente mineralizada. B. Osteossarcoma extensamente mineralizado (esclerótico), ilustrando aspecto permeativo da lesão, que ocupa os espaços intertrabeculares, ainda delimitados por trabéculas ósseas não neoplásicas. C. Osteossarcoma com áreas de diferenciação cartilaginosa (condroblástico). D. Aspectos nucleares característicos de malignidade, com pleomorfismo, hipercromasia e figuras de mitose. DOENÇAS DO MÚSCULO ESQUELÉTICO ● Possuem características estruturais, celulares e moleculares únicas, então eles possuem padrões únicos de lesão e reparo. ATROFIA DO MÚSCULO ESQUELÉTICO ● Característica de muitas síndromes. ● Perda da inervação, desuso, caquexia, idade avançada e miopatias primárias podem resultar em atrofia muscular, e, se a atrofia for grave, perda de massa muscular. MIOPATIAS INFLAMATÓRIAS ● Doenças que afetam o músculo esquelético o fazem danificando diretamente as miofibrilas (lesão miopática). ● A polimiosite, a dermatomiosite e a miosite por corpúsculos de inclusão são consideradas as três principais miopatias inflamatórias primárias. - Dermatomiosite: é uma doença sistêmica autoimune que tipicamente se apresenta com fraqueza dos músculos proximais e alterações cutâneas. A dermatomiosite é uma doença imunológica em que os danos aos vasos sanguíneos pequenos contribuem para as lesões musculares. B - O aspecto histológico do músculo mostra inflamação e atrofia perifascicular das fibras musculares. C - Miosite por corpúsculos de inclusão mostrando um vacúolo dentro de um miócito - Polimiosite: miopatia inflamatória contraída na vida adulta que tem a mialgia e a fraqueza em comum com a dermatomiosite, mas não tem características cutâneas distintas, sendo, um diagnóstico de exclusão - Miosite por corpúsculos de inclusão: doença da idade adulta avançada que geralmente afeta pacientes com mais de 50 anos, sendo a miopatia inflamatória mais comum em pacientes com mais de 65 anos. A maioria dos indivíduos afetados apresenta-se com fraqueza muscular progressiva lenta que tende a ser mais grave nos quadríceps e na extremidade muscular superior distal. MIOPATIAS TÓXICAS ● Causadas por fármacos prescritos, drogas recreacionais ou por certos desequilíbrios hormonais. ● Entre os fármacos prescritos, as estatinas (são medicamentos que diminuem o colesterol) estão entre as principais culpadas. ● A cloroquina e a hidroxicloroquina eram usadas originalmente como agentes antimaláricos e atualmente são ministradas como terapia de longo prazo para pacientes com doenças autoimunes sistêmicas. Esses fármacos interferem na função lisossômica normal e podem causar uma miopatia lisossômica de acúmulo que se apresenta com lenta fraqueza muscular progressiva. ● Disfunções da tireoide podem desencadear vários tipos de miopatias. A miopatia tireotóxica apresenta-se mais frequentemente como uma fraqueza muscular proximal aguda ou crônica que pode preceder outros sinais de hipertireoidismo. DISTROFIAS MUSCULARES ● Doenças hereditárias do músculo esquelético que têm em comum os danos musculares progressivos que geralmente se manifestam entre a infância e a idade adulta. ● Histologicamente, nos casos mais avançados, as fibras musculares sofrem degeneração e são substituídas por tecido fibroadiposo e colágeno. Distrofia muscular de Duchenne (DMD) mostrando variação no tamanho da fibra muscular, aumento do tecido conjuntivo do endomísio e regeneração de fibras. DOENÇAS DA JUNÇÃO NEUROMUSCULAR ● Doenças que comprometem a função das junções neuromusculares tendem a se apresentarem como fraquezas indolores. ● As afecções neuromusculares são: miastenia gravis, síndrome miastênica de lambert-eaton, neuromiotonia adquirida e miastenias congênitas MIASTENIA GRAVE ● Doença autoimune que geralmente está associada com auto anticorpos direcionados contra receptores de acetilcolina, o que resulta em deficiência desta na placa terminal motora (defeito pós-sináptico). ● Mulheres, com idade entre 20 e 30anos. ● HISTOLOGIA: hipotrofia das fibras tipo 2 e focos ocasionais de infiltrado linfocitário, além de alterações no padrão da junção neuromuscular à microscopia eletrônica, como simplificação das pregas pós-sinápticas e redução do número de receptores de acetilcolina na membrana sarcoplasmática. SÍNDROME MIASTÊNICA DE LAMBERT-EATON ● Doença de natureza autoimune, deve-se a auto anticorpos que causam anormalidades nos canais de cálcio sensíveis à voltagem nas terminações nervosas motoras (defeito pré-sináptico). ● HISTOLOGIA: hipotrofia e degeneração nas pregas do terminal pré-sináptico. NEOPLASIAS MUSCULARES ● Benignas (leiomiomas) e malignas (leiomiossarcoma). ● HISTOLOGIA: atipias, figuras mitóticas e necrose coagulativa - Atipia inclui pleomorfismo ou hipercromasia nuclear. Atipia em geral é subjetivamente estratificada nos graus leve, moderado e grave. RABDOMIOMA ● Neoplasia benigna, pode ser cardíaca ou extracardíaca. ● As lesões localizam-se na região da cabeça e pescoço e no trato urogenital. ● A forma extracardíaca pode ser subdividida nos tipos fetal e adulto, dependendo do grau de diferenciação celular ● Tipo adulto: região cefálica, em indivíduos com idade média de 60 anos, e é mais comum em homens. As manifestações são obstrutivas. O tumor é circunscrito, lobulado ou nodular, sendo formado por células musculares volumosas, com limites nítidos e citoplasma vacuolado, granular ou eosinofílico; os núcleos são centrais ou periféricos, uniformes, sem mitoses; não há necrose. ● Tipo fetal: mais raro e acomete preferencialmente a região cefálica, principalmente a área pós-auricular, ou mucosas; pacientes com quatro anos; meninos. A lesão é acastanhada e úmida, sendo constituída por células fusiformes primitivas esboçando miotúbulos fetais, imersas em matriz mixóide. Células maiores, que lembram rabdomioblastos, são também encontradas. Não há atipias nucleares,mitoses ou necrose RABDOMIOSSARCOMA ● sarcoma de tecido mole mais comum da infância e adolescência, ● Pode surgir em qualquer local, contudo a maioria ocorre na cabeça e pescoço ou no trato geniturinário, onde existe pouca quantidade de musculatura esquelética. ● O rabdomioblasto – a célula diagnóstica em todos os tipos – contém citoplasma eosinofílico, rico em filamentos espessos e finos. Podem ser arredondados ou alongados (girino). RABDOMIOSSARCOMA EMBRIONÁRIO ● Tipo mais comum. ● Lesões: crescimento rápido, tendência a recidiva precoce e metástases pela via sanguínea. ● HISTOLOGIA: áreas densamente celulares intercaladas com regiões frouxas e mixóides. As células neoplásicas são pequenas, redondas e indiferenciadas, por vezes detectando-se rabdomioblastos com citoplasma eosinofílico abundante. ● Existem 3 subtipos: - Fusiforme: as células são alongadas, dispostas em feixes ou novelos, com mínima diferenciação muscular e raros rabdomioblastos. - Botrióide: as células dispõem-se em faixas justa epiteliais com uma camada de transição ou câmbio, compondo inúmeros nódulos polipoides com estroma mixóide. - Anaplásico: células grandes, com núcleos hipercromáticos e mitoses atípicas. RABDOMIOSSARCOMA ALVEOLAR ● Formado por ninhos celulares com grande número de células isoladas e multinucleadas, separadas por septos fibrovasculares e intercalados com focos de padrão sólido. - É atravessado por uma rede de septos fibrosos que divide as células em grupos ou agregados, os quais criam uma semelhança com alvéolos pulmonares. ● Mais comuns em jovens e adultos; ● Lesão: crescimento rápido e grande, células pequenas, arredondadas e bem pigmentadas comum surgir na musculatura profunda das extremidades. ● Possui saculações, espaços. RABDOMIOSSARCOMA PLEOMÓRFICO ● Sarcoma de alto grau de malignidade que acomete preferencialmente os membros inferiores de adultos, ao redor da sexta década. ● Tumor raro e constituído por células poligonais, atípicas, redondas ou alongadas, com diferenciação muscular e sem componente embrionário ou alveolar detectável. ● É caracterizado por inúmeras células tumorais eosinofílicas estranhas e grandes, algumas vezes multinucleadas. Essa variante rara, com tendência a surgir nos tecidos moles profundos de adultos. NEOPLASIAS MUSCULARES LISAS ● LEIOMIOMA - tumores benignos da musculatura lisa, geralmente não são maiores do que 1 a 2 cm na sua maior dimensão e são compostos por fascículos de células fusiformes que tendem a fazer intersecções entre si em ângulos retos. As células tumorais apresentam um núcleo alongado e demonstram mínima atipia e poucas figuras mitóticas. (ps: mioma não é só do útero, pode ser do esôfago também). - Nem sempre é pequeno, nem sempre o crescimento é lento, não é invasivo, não causa metástase, é bem diferenciado (diferenciação celular ● LEIOMIOSSARCOMA - tumores malignos, que em sua maioria se desenvolvem na pele e tecidos moles profundos das extremidades e retroperitôneo. Apresentam-se como massas firmes e indolores. Os tumores retroperitoneais podem ser grandes e volumosos, causando sintomas abdominais. ● Histologia: células fusiformes malignas com núcleos em formato de charuto, dispostos em fascículos entrecruzados. - Não tem maturidade histológica, pois ele é uma célula que se divide tão rápido que não completa o processo de diferenciação celular. - Nem sempre é grande, pode vir acompanhado de hemorragia e necrose central (pode acontecer no leiomioma dependendo do tamanho dele). DOENÇAS ARTICULARES ● As articulações são classificadas em em sólida (não sinovial) e cavitada (sinovial). ● Atuam ativando as enzimas catabólicas e reduzindo a produção de inibidores, acelerando a destruição da matriz. ● A maioria relacionada ao dano à superfície articular que pode ocorrer via mecanismos degenerativos ou como resultado de um processo inflamatório ● A inflamação pode ser secundária à deposição de cristal na articulação ou ao redor dela, a infecção ou a distúrbio autoimune. ● As principais doenças são: osteoartrite, artrite reumatóide, artrite infecciosa, espondiloartropatias, artrites induzidas por cristais (gota), neoplasias OSTEOARTRITE ● Doença articular caracterizada clinicamente por dor e perda funcional. Embora a inflamação local das articulações envolvidas seja comum, a osteoartrite (OA) não está associada a um processo inflamatório sistêmico, ao contrário de outras artrites. ● Processo degenerativo doloroso que envolve deterioração progressiva de todas as estruturas articulares e da remodelação do osso subcondral que não é essencialmente inflamatório. ● Podem ser primárias ou secundárias (distúrbios pró-inflamatórios, pós traumáticos, anatômicos, metabólicos, entre outros). FISIOPATOLOGIA: lesão condrocítica + envelhecimento + fatores genéticos e bioquímicos. ● A cartilagem articular não é estática, ela sofre renovação e seus componentes de matriz “desgastados” são continuamente degradados e substituídos. Esse volume é mantido pelos condrócitos, que não só sintetizam a matriz, mas também secretam enzimas que degradam a matriz. ● A sinóvia e os condrócitos sintetizam e liberam citocinas e fatores de crescimento. ● O estresse osmótico e mecânico sobre os condrócitos induz essas células a alterarem a expressão gênica e aumentarem a produção de citocinas inflamatórias e enzimas de degradação da matriz - As enzimas cruciais na degradação da matriz são as metaloproteinases matriciais (MPMs) (particularmente colagenases e ADAMTS-5). ● A sinóvia, a cartilagem e o osso influenciam o desenvolvimento da doença por meio de citocinas, quimiocinas e até mesmo ativação do complemento, que, por sua vez, atuam sobre os receptores de superfície celular dos condrócitos. - As enzimas na matriz são mantidas sob controle por inibidores da ativação, como o inibidor tecidual da metaloproteinase (TIMP). Os fatores de crescimento também fazem parte dessa complexa rede, em que a proteína morfogênica do osso 2 (BMP-2, de bone morphogenetic protein 2) e o fator de crescimento transformador β (TGF-β, de transforming growth factor β) desempenham papéis proeminentesna estimulação do desenvolvimento dos osteófitos. ● QUADRO CLÍNICO: rigidez articular menor que 30 min; nódulos de Heberden; nódulos de Bouchard; desvio em varo; dor que piora ao descer escadas (na patela) ● MACROSCOPICAMENTE: cápsula branca diminuída, perda da cartilagem (intenso dano celular -> muitas células morrendo). - Haverá tentativa de cicatrização/reparo. - Presença de infiltração. - Coloração mais eosinofílica. - Vasos espessos e dilatados. - Área de fibrose (processo inflamatório anterior/necrose) GOTA ● Doença metabólica que atinge uma ou mais articulações. Trata-se de um tipo de artrite. É caracterizada pela elevação de ácido úrico no sangue, o que leva a um depósito de cristais de monourato de sódio nas articulações. ● Patogenia: aumento dos níveis totais de urato no corpo. Isso é evidenciado por hiperuricemia. - O ÁCIDO ÚRICO ALTO NÃO SIGNIFICA QUE TEM GOTA - GOTA ASSINTOMÁTICA, MAS SE CONTINUAR A AUMENTAR PODE SE MANIFESTAR. ● Homens na quarta década de vida FISIOPATOLOGIA ● A hiperuricemia, definida por nível sérico de urato maior que 6,8mg/dL. ● A precipitação de cristais continua a formar agregados cristalinos cada vez maiores. A crise de gota começa depois que os monócitos e os sinoviócitos fagocitam cristais de urato → cristais de urato livres são fagocitados e ativamos monócitos → nessas células os cristais são processados pelos receptores toll-like resultando na síntese de pré-IL-1 → ativam outras células, moléculas de aderência e fatores quimiotáticos → inflamação aguda da articulação ● A reação inflamatória aguda regride espontaneamente entre 10 a 14 dias. Isso porque os monócitos sofrem processo de maturação para macrófagos, então eles deixam de produzir citocinas pró-inflamatórias e começam a secretar citocinas anti-inflamatórias. Além de proteínas grandes terem acesso ao líquido sinovial e entram no espaço articular porque há vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular em consequência da resposta inflamatória aguda. ● Nos intervalos entre as crises, os cristais continuam a crescer e ficam circundados por uma cobertura de macrófagos, que secretam citocinas e enzimas → reação crônica é responsável pela erosão dos ossos e das cartilagens e causa a doença articular degenerativa secundária ● CLASSIFICAÇÃO Dividida em 3 estágios: hiperuricemia assintomática, gota aguda e intermitente (ou intercrítica), gota tofácea crônica. HIPERURICEMIA ASSINTOMÁTICA ● Pacientes que têm ácido úrico > 6,8-7 mg/dL. Nessa fase, não há doença propriamente dita, mas há um maior risco de desenvolver a doença (esse risco acompanha os valores de ácido úrico). GOTA AGUDA ● Alguns pacientes tem apenas uma ou duas crises de artrite aguda durante toda sua vida, mais de 80% tem um segundo episódio nos primeiros dois anos depois do primeiro. ● O primeiro episódio geralmente acontece cerca de 10 a 30 anos depois de iniciar a hiperuricemia assintomática. ● Pode-se apresentar sintomas prodrômicos de desconforto brando, desenvolvimento súbito de dor intensa associada ao aumento da temperatura local, ao edema e ao eritema da articulação afetada. ● Primeira crise acontece na articulação metatarsofalangiana (podagra). ● Outras articulações são a da região intermediária do pé, tornozelo, calcanhar e joelho. ● Denso infiltrado neutrofílico que permeia a sinóvia e o fluido sinovial GOTA TOFÁCEA CRÔNICA ● Articulações como a dos punhos, dos dedos e dos cotovelos são acometidas quando a doença está mais avançada. ● Começa 10 anos ou mais depois do início da gota intermitente aguda. A transição para gota crônica é concluída quando os períodos intercríticos passam a ser sintomáticos. ● As articulações afetadas tornam-se persistentemente dolorosas e podem edemaciar. ● Evolui a partir da precipitação repetida de cristais de urato durante o ataque agudo. ● A sinóvia se torna hiperplástica, fibrótica e espessada pelas células inflamatórias → forma um pannus → destrói a cartilagem subjacente provocando uma erosão óssea justa-articular. NEOPLASIAS CARTILAGINOSAS ● Encondroma (benigno) e o condrossarcoma (maligno). ● Lesões cartilaginosas apendiculares (mãos/pés) são quase sempre benignas, enquanto os tumores axiais (costelas, escápula, pelve) são quase sempre malignos ● As lesões cartilaginosas benignas frequentemente são assintomáticas. O condrossarcoma, todavia, muitas vezes causa dor. ● HISTOLOGIA: celularidade, engolfamento de osso hospedeiro, alteração de matriz mucoide e achados citológicos. A degeneração de matriz mucoide e o engolfamento de osso hospedeiro são os dois achados de maior utilidade para fins de classificação de tumores cartilaginosos centrais em benignos ou malignos. CONDROBLASTOMA ● Tumor de cartilagem benigno raro que, de modo característico, envolve as epífises dos ossos longos de pacientes esqueleticamente imaturos. Essas lesões são compostas por células de formato redondo a poligonal apresentando uma fenda longitudinal. ● HISTOLOGIA: células mononucleares representam condroblastos. Células gigantes multinucleadas dispersas costumam estar presentes. Uma matriz cartilaginosa distinta em geral pode ser encontrada, embora o nível de diferenciação cartilaginosa seja variável. CONDROSSARCOMA ● Tumor maligno primário do osso, originado de células cartilaginosas, ou seja, inexiste a formação de osteóide a partir das células neoplásicas. TUMORES DE CÉLULAS GIGANTES TENOSSINOVITE INTRARTICULARES ● Neoplasias benignas intimamente relacionadas que se desenvolvem no revestimento sinovial das articulações, bainhas dos tendões e bursas. ● TIPOS: tipo difuso (anteriormente conhecido como sinovite vilonodular pigmentada), e a forma localizada (também conhecida como tumor de células gigantes de bainha do tendão). Enquanto a forma difusa tende a envolver grandes articulações, o tipo localizado geralmente ocorre como um nódulo evidente ligado à bainha de um tendão, geralmente na mão ● QUADRO CLÍNICO: dor, inchaço articular e limitação do movimento. ● MACROSCÓPIO: projeções papilares marrons irregulares cobrindo toda a superfície sinovial ● HISTOLOGIA: bastante similares às lesões extraarticulares. ARTRITE REUMATÓIDE ● Doença sistêmica crônica que afeta principalmente a sinóvia, resultando em inflamação e proliferação sinovial, destruição da cartilagem articular e erosão do osso justa-articular ● Simétrica e bilateral ● Predisposição genética, ambiental e autoimunidade ● FISIOPATOLOGIA: na AR, ela começa com uma inflamação no líquido sinovial, que é chamada de sinovite, onde será formado um tecido inflamatório sinovial que é chamado de Pannus. O pannus começa a recobrir estruturas intra-articulares e estruturas vizinhas, como a cartilagem articular e o tecido ósseo subjacente. Tendo isso, o indivíduo terá uma resposta autoimune, liberando linfócito TCD4+ que irá estimular os macrófagos e os linfócitos B. Os linfócitos B se transformam em plasmócitos que irão secretar anticorpos, então o indivíduo começa a produzir uma série de anticorpos, como o fator reumatóide e os auto anticorpos contra peptídeos citrulinados como o anti-CCP. Além de ocorrer uma produção de citocinas, como o TNF-alfa. Quimiocinas, fatores quimiotáticos, o leucotrieno B4 e componentes do sistema complemento (C3a, C5a), atraem neutrófilos. ● QUADRO CLÍNICO: acometimento inicial das pequenas articulações (nos casos clássicos, articulações IFPs, MCFs e MTFs), ao passo que o envolvimento das grandes articulações como punhos, joelhos, tornozelos, quadris e ombros é mais tardio. Os sinais e sintomas incluem dor, edema e rigidez. ● Poupa distal ● Nos estágios mais avançados, a doença crônica também causa muito comumente desvio ulnar dos dedos nas articulações MCF, deformidades em pescoço de cisne (hiperextensão das articulações IFPs e flexão das articulações IFD) e deformidades em botoeira (ou casa de botão) (flexão das articulações IFP e hiperextensão das articulações IFD). ● HISTOLOGIA: zona central de necrose fibrinóide circundada por um bordo proeminente de histiócitos epitelióides e inúmeroslinfócitos e plasmócitos. LÚPUS ● Doença inflamatória crônica, de origem autoimune e caracteriza-se por acometimento multissistêmico e produção de vários autoanticorpos. ● Anticorpos antinucleares ou fatores antinúcleo (FAN). ● Doença crônica, remitente e recidivante, caracterizada principalmente por lesões da pele, das articulações, do rim e das serosas FISIOPATOLOGIA ● Resultado da ação de diversos autoanticorpos produzidos por um desequilíbrio do sistema imunológico. → os auto anticorpos se ligam a seus antígenos (os "autoantígenos") → formam-se imunocomplexos → ativam o sistema complemento → quimiotaxia e inflamação tecidual. ● Os auto anticorpos podem danificar diretamente os tecidos ou combinar-se a antígenos correspondentes para formar complexos imunes prejudiciais aos tecidos. ● Alguns autoanticorpos identificados no LES são anticorpos antinucleares (ANA), incluindo o anticorpo anti ácido desoxirribonucleico (anti-DNA), os anticorpos anti fosfolípidos e os anticorpos anti-Smith (Sm). Além dos ANA, às pessoas com lúpus têm outros auto anticorpos, incluindo aqueles dirigidos contra elementos do sangue (hemácias, plaquetas, linfócitos) e proteínas plasmáticas (fatores de coagulação e do complemento). ● O processo pode começar com a ativação de imunidade inata indutora de autoimunidade, em parte via ligação de DNA/RNA/proteínas por receptores semelhantes ao Toll presentes nas células envolvidas. ● As alterações incluem células dendríticas produtoras de α-interferona (α-IFN); macrófagos ativadores produtores de citocinas/quimiocinas inflamatórias, como as interleucinas (p. ex., IL-12), o fator de necrose tumoral α (TNF-α) e o fator de maturação/sobrevida da célula B (BLys/BAFF); neutrófilos liberadores de redes contendo DNA/proteína; e células natural killer (NK) incapazes de destruir células B e T autorreativas ou de produzir o fator de crescimento transformador β (TGF-β), necessário ao desenvolvimento de células T reguladoras. ● As células T e B são ativadas e conduzidas à apoptose com mais facilidade do que as células normais, provavelmente devido à sua ligação aos autoanticorpos e, adicionalmente, à sinalização anormal após o envolvimento de moléculas de superfície, resultando em uma produção anormalmente baixa de IL-2 (necessária para a sobrevida da célula T). ● O resultado é a persistência de grandes quantidades de autoantígenos e as consequentes quantidades aumentadas de autoanticorpos com números ampliados de células B ativadas e plasmoblastos/plasmócitos, bem como de células T autorreativas que mudam de populações reguladoras para células TH1, TH17 e TFH. ● Enquanto isso, o ataque imune inicial atrai para os tecidos-alvo mais células B e T, monócitos/macrófagos, células dendríticas e plasmócitos. A inflamação também causa liberação de peptídeos vasoativos, lesão oxidativa, além de liberação de fatores de crescimento e fatores fibrosantes. Pode ocorrer esclerose/fibrose com dano tecidual irreversível em múltiplos tecidos, incluindo rins, pulmões, vasos sanguíneos e pele. PADRÃO DE FLUORESCÊNCIA ● O padrão de fluorescência nuclear sugere o tipo de anticorpo presente no soro do paciente. São reconhecidos quatro padrões básicos: - Coloração nuclear homogênea ou difusa geralmente reflete anticorpos contra cromatina, histonas e, ocasionalmente, DNA de cadeia dupla. - Coloração na orla ou periférica são mais frequentemente indicativos de anticorpo contra DNA de cadeia dupla. - Padrão pontilhado refere-se à presença de pontilhados uniformes ou com tamanhos variáveis. Este é um dos padrões de fluorescência mais comumente observados. Reflete a presença de anticorpos contra constituintes nucleares não DNA. - Padrão nucleolar refere-se à presença de alguns pontos distintos de fluorescência no interior do núcleo e representa anticorpos contra o RNA. Este padrão é relatado mais frequentemente em pacientes com esclerose sistêmica. ● MORFOLOGIA: depositos fibrinoides, inflamação, infiltrado de linfocito B e plasmocito, tentativas de reparo e ou cicatrizes ESPONDILITE ANQUILOSANTE ● Inflamação crônica que afeta os tecidos conjuntivos, caracterizando-se pela inflamação das articulações da coluna e das grandes articulações, como quadris, ombros e outras regiões → marco é a lesão da articulação sacroilíaca ● Provoca destruição da cartilagem articular, especialmente das articulações sacroilíaca e apofisária. ● Manifesta sintomas na segunda e terceira décadas de vida. ● Os indivíduos afetados apresentam de modo característico a dor lombar, que frequentemente segue um curso progressivo crônico. ● Coluna axial: O sintoma inicial é a dor lombar inflamatória. - O primeiro sintoma costuma ser a dor lombar (sacroileíte), tipicamente unilateral, de início insidioso e acompanhada por rigidez matinal. - A dor e a rigidez da doença inflamatória geralmente pioram com repouso e melhoram com atividade física. - A dor e a rigidez localizam-se na região lombar baixa ou nas estruturas profundas das nádegas. - O envolvimento das vértebras se faz de forma ascendente e progressiva - e a ossificação das sínfises é conhecida como “coluna em bambu.
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