Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Doenças Congênitas • Mutações em genes homeobox específicos que podem afetar ossos individuais ou um grupo de ossos. As lesões mais comuns incluem aplasia, formação de ossos extras e fusão anormal de ossos. • Mutações que interferem na formação e no crescimento do tecido ósseo e do tecido cartilaginoso e/ou na manutenção dos componentes normais da matriz têm efeitos mais difusos; tais doenças são chamadas de displasias — mais especificamente, osteodisplasias e condrodisplasias. • Outras doenças metabólicas genéticas não normalmente consideradas como doenças esqueléticas primárias (p. ex., mucopolissacaridoses, como a síndrome de Hurler) também afetam a matriz óssea. • EXEMPLOS o A acondroplasia e o nanismo tanatofórico ocorrem como consequência da ativação constitutiva do FGFR3, resultan-do na síntese defeituosa de cartilagem nas placas epifisárias. o A osteogênese imperfeita (doença dos ossos frágeis) é um grupo de doenças causadas por mutações nos genes para o colágeno do tipo I que interferem na sua produção normal, com resultante fragilidade óssea e suscetibilidade a fraturas. o A osteopetrose é causada por mutações que interferem na função dos osteoclastos e está associada a ossos densos, porém instáveis sob ponto de vista arquitetural, devido a defeitos na reabsorção óssea Doenças Adquiridas • Muitas doenças nutricionais, endócrinas e sistêmicas afetam o desenvolvimento do sistema esquelético. • Essas doenças são caracterizadas pela formação/quantidade inadequada do osteoide, também caracterizado como osteopenia o A osteopenia mais importante sob o ponto de vista clínico é a osteoporose OSTEOPOROSE • Podem ser primárias ou secundárias. Anormalidades na organogênese do tecido ósseo ou da cartilagem são chamadas de displasias; elas podem ser causadas por mutações que afetam vias de transdução de sinais ou componentes da matriz extracelular • A patogenia envolve: alterações relacionadas à idade, influências hormonais, sedentarismo, fatores genéticos, metabolismo do cálcio e causas secundárias • A osteoporose é uma doença adquirida caracterizada pela massa óssea reduzida, o que leva à fragilidade óssea e à suscetibilidade a fraturas. • Alterações na arquitetura óssea • Perda de material ósseo • Nas áreas de reabsorção do osso trabecular ocorre afinamento dessas trabéculas • Espaços areolares são estendidos, delimitados por septos ósseos incompletos • Aumento dos aspectos da adiposidade medular, associado com a diminuição do intertrabecular • O aumento da adiposidade pode ser explicado pela diminuição da diferenciação do osteoblastos em favor de diferenciação adipocitária DOENÇA DE PAGET - osteíte deformante • Caracterizada por repetidos episódios de atividade osteoclástica e reabsorção óssea regionais e frenéticas (estágio osteolítico), seguidos por exuberante formação óssea (estágio osteoclástico-osteoblástico misto) e, finalmente, por uma aparente exaustão da atividade celular (estágio osteoesclerótico). • O efeito líquido desse processo é um ganho na massa óssea; entretanto, o tecido recém-formado é desordenado e fraco, de modo que os ossos possam se tornar aumentados e deformados. • Patogenia o Se manifesta como uma lesão solitária (monostótica) ou pode ocorrer em múltiplos locais (poliostótica) o O tecido ósseo recém-formado pode ser entrelaçado (primário) ou lamelar (secundário) • Padrão Mosaico o Patognomônico (semelhante a um quebra-cabeças) devido às proeminentes linhas cimentantes organizadas aleatoriamente Fraturas O trauma da fratura óssea provoca o rompimento de vasos sanguíneos associados; o processo inflamatório resultante ativa células progenitoras ósseas e, dentro de uma semana, o tecido envolvido se apresenta preparado para nova síntese de matriz. Esse calo de tecido mole pode sustentar as extremidades do osso fraturado em aposição, mas não se apresenta calcificado e não pode suportar peso O calo provisório é uma lesão exuberante, que envolve a área fraturada e faz saliência para os tecidos moles adjacentes (músculo esquelético). O calo cartilaginoso leva no mínimo 15 dias Aspecto anárquico dos condrócitos, que não estão orientados em fileiras como na cartilagem epifisária normal. Vários condrócitos têm aspecto ativo, com núcleos maiores que o habitual Osteonecrose • Necrose isquêmica com resultante infarto ósseo. Os mecanismos que contribuem para a isquemia óssea incluem: o Compressão ou ruptura vascular o Administração de esteroides o Doença tromboembólica o Doença vascular primária o Crise da anemia falciforme Na fratura há geralmente necrose de fragmentos ósseos por ruptura de vasos. Esses fragmentos, chamados sequestro, caracterizam-se pela falta de osteócitos. No fragmento ósseo há uma parte de osso viável, e outra onde não há núcleos, constituindo, portanto, osso necrótico. Os sequestros são removidos a partir da periferia pela ação de osteoclastos • O tecido ósseo morto com lacunas vazias se encontra entremeado com áreas de necrose gordurosa e sabões de cálcio insolúvel. • O córtex usualmente não é afetado, devido ao suprimento sanguíneo colateral; • Com o tempo, os osteoclastos podem reabsorver algumas das trabéculas ósseas necróticas; quaisquer fragmentos de tecido ósseo morto que permanecem atuam como armação para a formação de novo tecido ósseo, um processo denominado substituição rastejante Osteomiel i te Inflamação do tecido ósseo e da medula óssea, mas, no uso comum. Pode ocorrer secundária a uma infecção sistêmica, mas ocorre mais frequentemente como foco isolado primário da doença; ela pode ser um processo agudo ou uma doença crônica debilitante. Os agentes etiológicos mais comuns são bactérias piogênicas e Mycobacterium tuberculosis OSTEOMIELITE PURULENTA AGUDA As alterações morfológicas na osteomielite dependem da cronicidade e da localização da infecção. As bactérias causadoras proliferam, induzindo uma reação inflamatória aguda, com consequente morte celular. O tecido ósseo envolvido rapidamente se torna necrótico; esse tecido ósseo não viável é denominado sequestro OSTEOMIELITE CRÔNICA OSTEOMIELITE CRÔNICA (FASE AVANÇADA) Neoplasias • Inflamação do tecido ósseo e da medula óssea, mas, no uso comum. • Pode ocorrer secundária a uma infecção sistêmica, mas ocorre mais frequentemente como foco isolado primário da doença; ela pode ser um processo agudo ou uma doença crônica debilitante. • Os agentes etiológicos mais comuns são bactérias piogênicas e Mycobacterium tuberculosis • As células tumorais variam de tamanho e de formato, e frequentemente apresentam grandes núcleos hipercromáticos; células gigantes tumorais bizarras são comuns, assim como também figuras mitóticas. • A produção de tecido ósseo mineralizado ou não mineralizado (osteoide) por células malignas é essencial para o diagnóstico do osteossarcoma. Se há cronificação da osteomielite, há substituição do infiltrado neutrofílico por reação inflamatória crônica inespecífica, com predomínio de plasmócitos. Estes se caracterizam pelo citoplasma fortemente basófilo e núcleo excêntrico. Posteriormente, ocorrerá fibrose dos espaços medulares A reação inflamatória crônica acompanha-se de deposição de osso novo. Nestas regiões, há síntese de novas trabéculas pelos osteoblastos, constituindo uma forma de reparo. As novas trabéculas são mais irregulares e mais celulares que as normais (contêm mais osteócitos). A matriz óssea neoformada não mostra as lamelações características do osso maduro, sendo as fibras colágenas orientadas mais ou menos ao acaso A deposição de matriz óssea estimulada pelo processo inflamatório crônico ocorreu por mais tempo, levando a grande espessamento das trabéculas e correspondenteredução dos espaços medulares (hiperostose). A interface entre a medula óssea e a trabécula frequentemente mostra fileiras de osteoblastos, que estão sintetizando matriz nova. A medula óssea neste fragmento não apresenta mais exsudato purulento. Há tecido de granulação evoluindo para fibrose, o que indica a cronificação do processo • O tecido ósseo neoplásico tipicamente é grosseiro e entrelaçado, mas também pode ser depositado em amplas camadas. A diferenciação em células cartilaginosas e em fibroblastos também pode estar presente em quantidades variadas. Quando uma cartilagem maligna se apresenta abundante, o tumor é denominado osteossarcoma condroblástico. • A invasão vascular é comum, assim como a necrose tumoral espontânea Osteoma osteoide. Trabéculas irregulares de osso, com formação de borda osteoblástica proeminente. O estroma interveniente mostra um rico tecido conectivo vascular. Não há atipia citológica Osteossarcoma. Aparência histológica, com padrão grosseiro e emaranhado de tecido ósseo neoplásico (seta) produzido por células tumorais anaplásicas. Observe as figuras mitóticas extremamente aberrantes (cabeças de seta). Caso Clinico Caso 1 Um jovem de 18 anos queixa-se de dor na perna direita. Os exames de imagem mostraram uma ampla massa na região femoral distal, com destruição cortical. Os cortes histológicos mostram células sarcomatosas produzindo osteoide. Por definição, isso é consistente com osteossarcoma. Em algumas áreas, o tumor exibia morfologia condroblástica Células de sarcoma atípicas produzindo osteoide rosa amorfo. Outras áreas de tumor mostram morfologia condroblástica ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------------------------- Caso 2 Um paciente de 30 anos apresenta uma lesão medular bem circunscrita na região proximal do fêmur. Os exames radiográficos mostram uma aparência de vidro fosco. Displasia fibrosa (esquerda) composta por trabéculas irregulares de osso circundadas por uma proliferação celular fusiforme. Não há formação de borda osteoblástica nas trabéculas --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Caso 3 Um paciente de 15 anos apresenta uma massa na região proximal do fêmur. Os exames de imagem mostraram uma lesão intramedular destrutiva, infiltrante e pouco definida, com proeminente reação periosteal em camadas múltiplas. Os cortes histológicos mostram uma neoplasia. Os achados clínicos, morfológicos e moleculares são consistentes com sarcoma de Ewing Displasia osteofibrosa (direita). Os cortes histológicos mostram uma lesão fibro-óssea composta por trabéculas irregulares de osso circundadas por proliferação celular fusiforme. Há formação de borda de osteoblastos das trabéculas Vista em menor aumento (A) mostrando uma neoplasia de células pequenas redondas e azuis, composta por células uniformes. Vista em maior aumento (B) mostrando padrão de cromatina nuclear finamente granular e formação de roseta focal. (C) Imunoistoquímica para CD99 (MIC2) mostrando um padrão de positividade de membrana consistente com SE
Compartilhar