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Ana Luiza Bittencourt DIREITO EMPRESARIAL Microempresa – Lei Complementar 123/06; empresário rural e perda da qualidade de empresário Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes. Esse tratamento é previsto na Lei Complementar 123/06 eu institui o Estatuto da Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP) e define quem é pequeno empresário. Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. § 2º É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970. Microempresa é modalidade. DEFINIÇÃO: • PEQUENO EMPRESÁRIO: Art. 68 LC 123. Considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação do disposto nos arts. 970 e 1.179 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), o EMPRESÁRIO INDIVIDUAL caracterizado como microempresa na forma desta Lei Complementar que aufira receita bruta anual até o limite previsto no § 1º do art. 18-A. Hoje esse valor é até R$81.000,00. • MICROEMPRESAS (ME): Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a SOCIEDADE EMPRESÁRIA, a SOCIEDADE SIMPLES, e o EMPRESÁRIO a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 • EMPRESA DE PEQUENO PORTE (EPP): Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a SOCIEDADE EMPRESÁRIA, a SOCIEDADE SIMPLES, a EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA e o EMPRESÁRIO a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: II - no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). ATENÇÃO: o empresário tem a faculdade de optar a aderir ao regime, assim como desistir a qualquer momento. O motivo de aderir a um desses regimes são os benefícios que veem com ele. ATENÇÃO: independentemente de receita bruta, não se encaixam nessa regra, dentre outras hipóteses previstas no art. 3º da LC 123/06: ▪ Pessoa jurídica constituída em forma de S/A. ▪ Pessoa jurídica que tenha por sócio outra pessoa jurídica. ▪ Pessoa jurídica de cujo capital participe de pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento da LC 123/06. ▪ Cooperativas, salvo as de consumo. GARANTIAS E VANTAGENS (tanto às ME quando às EPP) - Administrativo: facilidades de constituição, funcionamento e baixa (art. 4º) + poderão participar de licitações públicas, mesmo sem a documentação referente à regularidade fiscal e mesmo que haja restrições fiscais (somente para efeito da assinatura do contrato será a comprovação de regularidade exigível). - Facilitações nas aquisições governamentais, dentre as quais destacam-se: ❖ A condição de ME ou EPP será critério de desempate nas licitações públicas, podendo a ME ou EPP dar novo lance (empate ficto); ❖ A nova disposição do art. 47 impõe como obrigatória (um dever) a concessão de tratamento diferenciado às microempresas e empresas de pequeno porte nas contratações públicas, independentemente de regulamentação na legislação do respectivo ente; ❖ Para o cumprimento do benefício da ‘habilitação tardia’ (quando da existência de alguma restrição na comprovação da regularidade fiscal – art. 43, § 3º, LC 123) é concedido o prazo de 5 dias, contados a partir do momento em que o licitante (ME e EPP) for declarado vencedor (uma prerrogativa dada ao beneficiário para que pendências fiscais possam ser regularizadas num prazo mais dilatado); ❖ A Administração Pública deverá realizar processo licitatório destinado exclusivamente à participação de microempresas e empresas de pequeno porte nos itens de contratação cujo valor seja de até R$80.000,00. - Tributário/Previdenciário/Judiciário: ❖ Institui o Regime Especial de Arrecadação de Tributos (o SIMPLES NACIONAL); ❖ Faculdade de propor ações junto aos juizados especiais (somente pode propor ação no juizado pessoas físicas, pessoas enquadradas como microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte); - Trabalhista/Judicial: dispensa da afixação de quadro de horário, da anotação de férias em livro ou fichas de registro de empregados etc. - Creditício e de desenvolvimento empresarial: as instituições financeiras recebem estímulos para que mantenham linhas de crédito específicas. INCLUSÃO DA DESIGNAÇÃO DE PORTE AO NOME Art. 2º A partir de 1º de janeiro de 2018, não é passível de registro o nome empresarial que traga designação de porte ao seu final ou, quando do uso de denominação, que não informe o objeto social. (Redação do artigo dada pela Instrução Normativa DREI Nº 46 DE 25/05/2018) > antes de 2018, ao final do nome, ficava registrado “ME” e “EPP”, ou seja, apenas ao ver o nome empresarial já se identificava se era ME ou EPP. DESENQUADRAMENTO E REENQUADRAMENTO (sai automaticamente do regime) a. EPP reenquadrou-se como empresa normal; b. ME reenquadrou-se como EPP; c. EPP reenquadrou-se como ME; d. Quando usa da faculdade de desistir de se enquadrar como ME. BAIXA DO REGISTRO - A ME ou EPP poderá solicitar a baixa nos registros público federais, estaduais e municipais independentemente do pagamento dos débitos tributários, previdenciários e trabalhistas (inclusive INSS, FGTS), principais ou acessórios. - Se há baixa do registro na sociedade e ainda existem débitos (já tendo liquidado o patrimônio), os sócios responderão solidariamente (eles só não respondem quando a pessoa jurídica ainda existe) por meio de processo administrativo ou judicial. Microempreendedor Individual - MEI - É uma das formas do exercício de atividade individual em que o empresário optou pelo regime de microempresa, ou seja, todos os benefícios referentes à microempresa também são benefícios do MEI. - Empreendedores informais: profissionais autônomos que exercem serviços simples (sapateiros, manicures, costureiras, pintores, mecânicos, encanadores). CLASSIFICAÇÃO/ENQUADRAMENTO - Empresário individual ou empreendedor que exerça as atividades de industrialização, comercialização e prestação de serviços no âmbito rural; - Optante pelo simples nacional; - Que tenha auferido receita bruta de até R$81.000,00; - Que possua um único empregado que receba: salário mínimo; piso da carreira profissional; - Que não participe de outra empresa como: titular, sócio, administrador. - Que não possua mais de um estabelecimento; - Que exerça somente atividades permitidas para o MEI. REGRAS APLICÁVEIS AO MEI - Poderá utilizar sua residência como sede do estabelecimento, quando não for indispensável lugar próprio. - Goza de benefício do INSS e de fomento empresarial. - É modalidade de microempresa; - Pode participar de licitações; - Abertura gratuita; inscrição online pelo site “portal do empreendedor”; - Alvará de funcionamento provisório; - Recolhimento de tributos em valores fixos: • INSS empresário: 5% do salário mínimo, em 2023 corresponde a R$66,00. • ICMS se envolve comércio: R$1,00 se devido; • ISS se envolve prestação de serviços: R$5,00 sedevido. - Não é exigida contabilidade formal, bastando que preencha o relatório mensal descrevendo a receita e declaração anual do simples nacional. EIRELI – extinta pela lei nº 14.195 de 26/08/2021 - Empresa Individual de Responsabilidade Limitada: criada para evitar “sociedade de faz de conta”, devido à limitação patrimonial (o que não existe para empresários individuais.) > pessoas com 99% do capital social e outra com 1% > traz uma pessoa para o corpo social apenas para fugir das regras em relação ao patrimônio, pois em uma sociedade, os patrimônios do sócio não respondem. - Era o patrimônio da EIRELI que respondia > tinha uma série de exigências de difícil acesso a pequenos empresários. - Foi extinta e transformada em SLU (SOCIEDADE LIMITADA UNIPESSOAL): é a mesma sociedade limitada, mas ao invés de ser constituída por 2 ou mais pessoas, é constituída por apenas uma pessoa, não precisando de 100 salários mínimos > pode abrir com capital de 10 mil, por exemplo. - TODAS as EIRELI’s se transformaram, automaticamente, em SLU. Empresário rural - Fatores: terra, trabalho, capital, tecnologia. - Atividades de agricultura, extrativismo, criação de insetos e animais, seja para corte ou extração de subprodutos (leite, ovo, pele, mel...). - FACULDADE DE INSCRIÇÃO: art. 971 CC • Se inscrito: torna-se empresário por equiparação, sujeito a todas as obrigações e tributações próprias da atividade. • Não inscrito: atividade rural será regulada pelo direito civil > mantém a sua atuação à margem do sistema empresário comum, sujeitando-se somente a regramentos de pessoa natural e à tributação peculiar da atividade agrícola. ATENÇÃO: pode emitir nota fiscal, mesmo que esteja irregular. - Ser empresário rural independe de faturamento. Perda da qualidade de empresário - Morte; - Interdição judicial, salvo quando autorizado e mediante representação; - Falência: até extinção de suas obrigações; - Desistência: pedido de baixa na Junta Comercial. - Revogação de autorização para menor – art. 974 CC.
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