Buscar

Dos crimes contra a administração pública

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ana Luiza Bittencourt 
DIREITO PENAL IV – PARTE ESPECIAL II 
Título XI - Crimes contra a administração pública 
CAPÍTULO I 
DOS CRIMES PRATICADOS 
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
PECULATO 
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, 
de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: 
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, 
ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a 
qualidade de funcionário. PECULATO FURTO/IMPRÓPRIO 
Peculato culposo 
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; 
se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. 
Objetividade jurídica: moralidade e patrimônio da administração pública. 
Sujeito ativo: crime próprio > só pode ser cometido pelo funcionário público. O particular que, sabendo da qualidade 
funcional do agente, concorre, de qualquer modo, para o evento, responde como partícipe do peculato. 
ATENÇÃO: se comprovado que o particular desconhecia a qualidade funcional do agente, responde por apropriação 
indébita. 
Obs.: o STJ – baseando-se na jurisprudência do STF – decidiu que os conselhos de fiscalização profissionais exercem a 
função típica do Estado, razão pela qual é possível o cometimento do crime de peculato envolvendo os representantes 
de tais entidades. 
Sujeito passivo: será o Estado. Se o bem apropriado for de propriedade particular, também este será vítima do crime 
(secundário). 
Conduta: o caput do art. 312 pune o que a doutrina chama de peculato próprio. 
• Primeira parte do caput: pune-se o peculato APROPRIAÇÃO > o agente se apodera de coisa que tem sob sua 
posse legítima, passando, arbitrariamente, a comportar-se como se dono fosse. 
• Segunda parte do caput: pune-se o peculato DESVIO > o funcionário confere destinação diversa à coisa, em 
benefício próprio ou alheio, com a obtenção de proveito material ou moral, auferindo vantagem outra que não 
necessariamente a de natureza econômica. 
ATENÇÃO: se há desvio de verba a tipificação é do art. 315. 
Obs.: o STJ considera que o servidor público que recebe seus vencimentos mas não presta o serviço não comete o 
crime de peculato, que pressupõe APROPRIAÇÃO ou no DESVIO ou SUBTRAÇÃO. A conduta do servidor é atípica, 
embora possa ensejar punições disciplinares e por improbidade administrativa. 
Tipo subjetivo: conduta dolosa, existindo também o peculato culposo. 
Consumação e tentativa: na primeira modalidade (apropriação), consuma-se o delito no momento em que o 
funcionário se apropria do dinheiro, valor ou bem móvel de que tem posse em razão do cargo. Na segunda modalidade 
(desvio), ocorre a consumação quando o funcionário se apropria do dinheiro, valor ou bem móvel de que tem posse 
em razão do cargo. Tentativa é admissível. 
ATENÇÃO: não é necessário que o agente vise lucro e pouco importa se a vantagem visada é conseguida ou não. 
PECULATO FURTO (§1º): caracteriza-se não pela apropriação ou desvio, mas pela subtração de coisa sob guarda ou 
custódia da administração. Nessa hipótese o agente não tem a posse da coisa, mas se vale da facilidade que a condição 
de funcionário lhe concede para subtrair (ou concorrer para que seja subtraída) a coisa do ente público ou de particular 
sob custódia da administração. 
PECULATO CULPOSO (2º): através de manifesta negligência, imperícia ou imprudência infringe dever de cuidado 
objetivo e cria condições favoráveis à prática do peculato doloso, em qualquer de suas modalidades. 
REPARAÇÃO DO DANO (§3º): livra-se totalmente da pena o negligente, se ressarcir o dano antes que sobrevenha 
sentença condenatória irrecorrível. Se a indenização é efetuada pelo funcionário quando já está definitivamente 
condenado, a pena se reduz à metade. 
Ação penal: pública incondicionada. 
PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM 
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
Objetividade jurídica: moralidade e patrimônio da administração. 
Sujeito ativo: funcionário público. Se ele ocupar cargo em comissão ou de função de direção ou assessoramento de 
órgão da administração direta e indireta a pena sofrerá aumento de um terço. 
Sujeito passivo: Estado (mais especificamente a administração pública). Particular que sofra prejuízo em virtude do 
comportamento criminoso também será vítima. 
Conduta: pune-se a conduta do agente que inverter, no exercício de seu cargo, a posse de valores recebidos por erro 
de terceiro. O bem apoderado, ao contrário do que ocorre no peculato apropriação, não está naturalmente na posse 
do agente, derivando de erro alheio. 
ATENÇÃO: o erro do ofendido deve ser espontâneo, pois, se provocado pelo funcionário, poderá configurar o crime de 
estelionato. 
Consumação e tentativa: se consuma no momento em que o agente percebe o erro de terceiro e não o desfaz. A 
tentativa é admissível. 
Ação penal: pública incondicionada. 
INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente 
dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter 
vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
Objetividade jurídica: tutela-se a administração pública no que concerne à guarda de dados nos sistemas. 
Sujeito ativo: crime próprio > funcionário público AUTORIZADO. Aquele que não está autorizado será, ainda assim 
punido, mas pelo art. 299, parágrafo único (falso ideológico). 
Sujeito passivo: Estado > administração pública. Secundariamente, a particular que sofra prejuízo. 
Conduta: são duas (ambas o agente deve agir prevalecendo-se do acesso privilegiado inerente ao seu cargo): 
• Inserir ou facilitar a inserção de dados falsos; 
• Alterar ou excluir indevidamente dados corretos 
Tipo subjetivo: dolo > fim específico de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano. 
Consumação e tentativa: consuma-se com a prática de qualquer um dos núcleos do tipo, independentemente da 
obtenção da indevida vantagem ou danos. Admite tentativa. 
Ação penal: pública incondicionada. 
MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES 
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização 
ou solicitação de autoridade competente: 
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano 
para a Administração Pública ou para o administrado. 
Objetividade jurídica: administração pública > sistemas de informação ou programas de informática. 
Sujeito ativo: crime próprio > funcionário público. Não importa se é autorizado ou não. É possível a participação de 
particular, desde que saiba, por ocasião dos fatos, da condição especial ostentada pelo funcionário público. 
Sujeito passivo: Estado > administração pública. Secundariamente, particular que sofreu prejuízo. 
Conduta: neste crime o funcionário altera a própria programação do sistema de modo a modificar o meio e modo de 
geração e criação de arquivos e dados. No crime anterior o agente falsifica os arquivos do programa, sem de fato 
ingressar no sistema operacional (software). 
Tipo subjetivo: dolo. A forma culposa é indiferente penal, mas o funcionário público pode responder 
administrativamentepelo descuido praticado. 
Consumação e tentativa: se consuma com a prática de um dos núcleos. A tentativa é teoricamente possível. 
Obs.: a existência de dano serve como aumento de pena. 
Ação penal: pública incondicionada. 
EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO 
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-
lo, total ou parcialmente: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave. 
*não vai cair na prova. 
EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS 
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
Objetividade jurídica: verbas da administração pública. 
Sujeito ativo: crime próprio > apenas funcionário público que tenha o poder de administração de verbas ou rendas 
públicas (se for prefeito tem lei especial). 
Sujeito passivo: Estado e particular atingido. 
Conduta: emprego irregular de fundos públicos, contrariando a destinação prevista. A palavra “lei” não comporta 
interpretação extensiva, excluindo-se decretos e quaisquer atos administrativos. 
Tipo subjetivo: dolo, sendo irrelevante a finalidade. 
Consumação e tentativa: efetiva aplicação irregular de verbas ou rendas em finalidade outra que não especificada em 
lei. A simples destinação, sem posterior aplicação, constitui tentativa. 
Obs.: note-se que pouco importa que os órgãos administrativos fiscalizadores tenham aprovado as contas 
apresentadas pelo governante, sendo, mesmo assim, possível a responsabilização penal e civil. 
Ação penal: pública incondicionada. 
CONCUSSÃO 
Art. 316 - EXIGIR, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, 
mas em razão dela, vantagem indevida: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
Excesso de exação 
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, 
emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres 
públicos: 
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
Objetividade jurídica: moralidade administrativa e secundariamente o patrimônio do particular constrangido pelo ato 
criminoso do agente. 
Sujeito ativo: crime próprio > funcionário público, no sentido amplo. O particular poderá concorrer para a prática 
delituosa, desde que conhecedor da circunstância subjetiva elementar do tipo, ou seja, estar colaborando com a ação 
criminosa de autor funcionário público. 
Sujeito passivo: administração pública, concomitantemente com a pessoa constrangida. 
Conduta: se consubstancia em EXIGIR o agente, por si ou por interposta pessoa, explícita ou implicitamente, vantagem 
indevida, abusando da sua autoridade pública como meio de coação. Trata-se de uma forma especial de extorsão, 
executada pelo funcionário público. O agente impõe, ordena, de forma intimidativa ou coativa, a vantagem que almeja 
e a que não faz jus. 
ATENÇÃO: deve o agente contar com competência para a prática do mal prometido. Faltando-lhe poderes para tanto, 
mesmo que servidor, outro será o crime (extorsão). Na concussão o agente exige a vantagem (e exigir é impor como 
obrigação, reclamar imperiosamente), mas não constrange com violência ou grave ameaça. O funcionário impõe à 
vítima a prestação da vantagem indevida e esta cede-lhes às exigências, não premido por promessas de violência ou 
de algum mal futuro. 
ROUBO EXTORSÃO CONCUSSÃO CORRUPÇÃO 
PASSIVA 
CORRUPÇÃO 
ATIVA 
Subtrair 
(Violência) 
(Grave Ameaça) 
Constranger 
(Violência) 
(Grave Ameaça) 
Exigir 
(Grave Ameaça) 
Solicitar 
Receber 
Aceitar promessa 
Oferecer 
Prometer 
 
Tipo subjetivo: dolo de exigir vantagem indevida. 
Consumação e tentativa: basta a exigência > a percepção do proveito do crime é mero exaurimento. Admite tentativa 
na exigência por escrito. 
EXCESSO DE EXAÇÃO (§§1º E 2º): 
• Cobrança de tributo que o agente SABE (dolo) ou DEVERIA SABER (dolo eventual) indevido. 
• Cobrança de tributo devido por meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza. 
Ação penal: pública incondicionada. 
CORRUPÇÃO PASSIVA 
Art. 317 - SOLICITAR ou RECEBER, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes 
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou ACEITAR promessa de tal vantagem: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou 
deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. 
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a 
pedido ou influência de outrem: CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
Objetividade jurídica: moralidade administrativa. 
Sujeito ativo: crime próprio > funcionário público. 
Sujeito passivo: Estado > administração pública, bem como a pessoa vítima que leva prejuízo. 
ATENÇÃO: o particular só será vítima se a corrupção partir do funcionário corrupto. Se o particular oferecer ou 
prometer vantagem, responderá por corrupção ativa. 
Conduta: são três condutas: SOLICITAR (pedir), explícita ou implicitamente, vantagem indevida; RECEBER referida 
vantagem; e ACEITAR promessa de tal vantagem, anuindo com futuro recebimento. Existe corrupção ainda que a 
vantagem seja entregue ou prometida não diretamente ao funcionário, mas a um familiar seu. 
Obs.: para a existência do crime deve haver um nexo entre a vantagem solicitada ou aceita e a atividade realizada 
exercida pelo corrupto. Nessa caso, se for funcionário público, mas sem esse nexo, o crime seria de exploração de 
prestígio, estelionato etc. 
Tipo subjetivo: dolo. 
Consumação e tentativa: nas modalidades solicitar e aceitar promessa de vantagem, o crime é de natureza formal, 
consumando-se ainda que a gratificação não se concretize. Já na modalidade de receber, o crime é material, exigindo 
efetivo enriquecimento ilícito do autor. Admite tentativa apenas na modalidade de solicitar, quando formulada por 
meio escrito (carta interceptada). 
MAJORANTE (§1º): aumento de 1/3 se o corrupto retarda ou deixa de praticar ato de ofício ou o pratica com infração 
do dever funcional. 
CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA (§2º): pratica, deixa de praticar ou retarda de ofício, com infração do dever 
funcional. Cedendo o pedido, pressão ou influência de outrem, não percebendo qualquer vantagem indevida. 
ATENÇÃO: se a violação praticada pelo agente público constitui, por si só, um novo crime, haverá concurso formal ou 
material (a depender do caso) entre a corrupção passiva e a infração dele resultante. 
Ação penal: pública incondicionada. 
FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO 
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334): 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
Objetividade jurídica: administração pública. 
Sujeito ativo: crime próprio > funcionário público incumbido de impedir a prática do contrabando ou descaminho. 
Caso não ostente essa atribuição funcional, responderá pelo crime de descaminho ou pelo de contrabando, conforme 
o caso, na condição de partícipe. Compete à Justiça Federal. 
Sujeito passivo: administração pública. 
Conduta: FACILITAR, por ação ou omissão, o contrabando (entrada ou saída do país de mercadorias proibidas) ou o 
descaminho (fraude empregada para elidir o pagamento de impostos de importação, exportação ou consumo). 
Tipo subjetivo: dolo. 
Consumação e tentativa: com a efetiva facilitação, ciente o agente de estar infringindo o seu deverfuncional, pouco 
importando se completou ou não o contrabando ou o descaminho (crime formal ou de consumação antecipada). A 
tentativa é possível na modalidade comissiva. 
Ação penal: pública incondicionada. 
PREVARICAÇÃO 
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, 
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Objetividade jurídica: administração pública. 
Sujeito ativo: crime próprio > funcionário público. Admite a participação de terceiro não qualificado, desde que 
conhecedor da condição funcional do agente público. 
Sujeito passivo: ente público, atingido com a conduta irregular do funcionário, podendo ofender, ainda, interesses de 
particulares. 
Conduta: “consiste essencialmente no fato de espontaneamente o funcionário se desgarrar do sentido de finalidade 
pública que deve ser a de toda a sua vida funcional, para em vez disto, ter a sua ação norteada para o que se lhe afigure 
o seu interesse ou lhe pareça condizente com sentimento seu, pessoal.” > RETARDAR (atrasar); DEIXAR DE PRATICAR 
(omissão). 
É norma penal em branco > o ato tem que ser praticado contra disposição expressa em lei. 
Tipo subjetivo: dolo, com elemento subjetivo do tipo de: intuito de satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
Consumação e tentativa: com o retardamento, a omissão ou a prática do ato, sendo dispensável a satisfação do 
interesse visado pelo servidor. Tentativa apenas na modalidade comissiva. 
Ação penal: pública incondicionada. 
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso 
a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: 
CHAMADO PELA DOUTRINA DE PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA. 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
Objetividade jurídica: administração pública. 
Sujeito ativo: não pode ser qualquer funcionário público > deve ser aquele que tem o dever de evitar o acesso do 
preso aos aparelhos de comunicação proibidos. 
Obs.: o particular que oferece o aparelho para o preso comete o crime do art. 349-A do C P (favorecimento real). 
Sujeito passivo: Estado e secundariamente a sociedade. 
Conduta: é omissivo puro e consiste em DEIXAR (omitir, não cumprir) o agente seu dever funcional de VEDAR (proibir, 
impedir) ao preso o acesso (alcance) a aparelho que possibilite comunicação. 
Tipo subjetivo: dolo. 
Consumação e tentativa: se consuma com a omissão do dever legal, sendo dispensável o efetivo acesso do preso ao 
aparelho de comunicação. A tentativa não é admitida. 
Ação penal: pública incondicionada. 
CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA 
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do 
cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
Objetividade jurídica: tutela-se o regular andamento das atividades administrativas. 
Sujeito ativo: crime próprio > funcionário público hierarquicamente superior ao servidor infrator. 
Sujeito passivo: Estado > administração pública 
Conduta: DEIXAR (tolerar) o funcionário público a prática, por parte de seu subordinado, de infração administrativa ou 
penal, no exercício do cargo, deixando de responsabilizá-lo ou, faltando-lhe tal atribuição, não comunicando a violação 
à autoridade competente para aplicar a sanção. 
Indulgência: disposição para perdoar culpas ou erros; clemência, misericórdia. 
Obs.: se o superior hierárquico se omite por sentimento outro que não indulgência, espírito de tolerância ou 
concordância, o crime poderá ser outro, como prevaricação ou corrupção passiva. 
Tipo subjetivo: dolo > exige-se que o autor tenha conhecimento não apenas da infração ocorrida, mas também da sua 
autoria. 
Consumação e tentativa: o crime se consuma no momento em que o funcionário superior, depois de tomar 
conhecimento da infração, suplanta prazo legalmente previsto para a tomada de providências contra o subordinado 
infrator. Não havendo prazo, consuma-se com o decurso de prazo juridicamente relevante, a ser visto no caso concreto. 
Ação penal: pública incondicionada. 
ADVOCACIA ADMINISTRATIVA 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da 
qualidade de funcionário: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. 
Objetividade jurídica: moralidade administrativa. 
Sujeito ativo: funcionário público na ampla definição do art. 327 (crime próprio). Admite-se o concurso de terceiro não 
qualificado, na modalidade de coautoria ou participação, desde que conhecedor da condição funcional do agente 
público. 
Sujeito passivo: administração pública. 
Conduta: PATROCINAR (defender, pleitear, advogar junto a companheiros ou superiores hierárquicos) interesse privado 
perante a Administração Pública valendo-se da qualidade de funcionário, ainda que não no exercício do caro, emprego 
ou função. É indispensável que o agente pratique a ação aproveitando-se das facilidades de sua condição de 
funcionário. 
Tipo subjetivo: dolo. 
Consumação e tentativa: consuma-se com a prática do ato revelador do patrocínio, que ofenda a moralidade 
administrativa. Independe da obtenção de qualquer vantagem. Admite tentativa. 
Ação penal: pública incondicionada. 
VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA 
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência. 
*não vai cair na prova. 
ABANDONO DE FUNÇÃO 
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
*não vai cair na prova. 
EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO OU PROLONGADO 
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem 
autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
Objetividade jurídica: regular desenvolvimento das atividades administrativas. 
Sujeito ativo: funcionário público que antecipa ou prolonga o exercício de suas funções. 
ATENÇÃO: é exatamente a qualidade do agente – pessoa direta ou indiretamente ligada aos quadros da Administração 
Pública – que acaba por distinguir este crime daquele previsto no art. 328 (usurpação de função pública), cometido 
por particular inteiramente alheio à função pública. 
Sujeito passivo: Estado. 
Conduta: a primeira conduta punível se consubstancia em antecipar-se o agente no exercício de função pública, 
deixando de observar, por completo, as exigências legais (diplomação, posse, inspeção médica etc). Na segunda 
modalidade, o agente prolonga o exercício da função pública, mesmo depois de dela exonerado, removido, substituído 
ou suspenso. Trata-se aqui de decisão tomada na órbita administrativa, pois, se judicial, o crime é do art. 359 
(desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito). 
Para a caracterização do crime, é imprescindível a comunicação pessoal ao funcionário, advinda da autoridade superior, 
não bastando a mera notificação via Diário Oficial, a menos que reste comprovado que o funcionário, por qualquer 
forma, teve conhecimento dela. 
É norma penal em branco. 
Tipo subjetivo: dolo. Não se pune a conduta culposa, podendo ser tida apenas como ilícito administrativo. 
Consumação e tentativa: consuma-secom a prática, pelo agente, de atividade que só poderia ser praticada por quem 
estivesse regularmente investido em função pública. A tentativa é admitida na hipótese em que o agente é impedido 
de praticar atos que configurem o tipo penal. 
Ação penal: pública incondicionada. 
VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL 
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a 
revelação: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave. 
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: 
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso 
de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública; 
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. 
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
Objetividade jurídica: tutela o sigilo das informações inerentes à administração. 
Sujeito ativo: funcionário público, na ampla acepção do art. 327. A doutrina diz que mesmo o funcionário aposentado 
ou afastado de sua função pode praticar o crime. 
Sujeito passivo: ente público que teve seu segredo revelado e o particular lesado por isso. 
Conduta: REVELAR ou FACILITAR segredo que sabia em razão do cargo ou função que exerce, isto é, deve estar entre 
as suas atribuições o conhecimento do fato secreto. 
Obs.: se a ciência do segredo não se der em razão de cargo público ou função que exerce, poderá haver outro crime 
(art. 154). 
Tipo subjetivo: dolo de transmitir a outrem informação sigilosa. Não é punível por culpa. 
Consumação e tentativa: consuma-se no momento em que o terceiro não autorizado conhecer do segredo. Trata-se 
de crime forma, cuja caracterização independe da ocorrência do prejuízo, bastando a potencialidade do dano. Não 
admite tentativa. 
FIGURAS EQUIPARADAS (§1º): procurou o legislador proteger a regularidade da administração pública no que se refere 
ao sigilo que deve existir quanto aos dados de sistema de informação ou baco de dados dos serviços públicos. Nessa 
hipótese o sujeito ativo é o funcionário público que opera o sistema ou banco de dados dos serviços públicos. O sujeito 
passivo é o Estado. 
FORMA QUALIFICADA (§2º): causar dano à administração ou a outrem. O resultado que seria mero exaurimento do 
crime tornou-se uma figura criminosa mais gravosa 
ATENÇÃO: aplicando-se o princípio da especialidade, a violação de sigilo funcional envolvendo certames de interesse 
público não se caracteriza o crime do art. 325, mas sim art. 311-A do CP. 
Ação penal: pública incondicionada. 
VIOLAÇÃO DO SIGILO DE PROPOSTA DE CONCORRÊNCIA 
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: 
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. 
- Esse dispositivo foi implicitamente revogado pela Lei de Licitações Públicas. 
FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
Art. 327 - Considera-se funcionário público, PARA OS EFEITOS PENAIS, quem, embora transitoriamente ou sem 
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem 
trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da 
Administração Pública. 
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes 
de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de 
economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. 
CAPÍTULO II 
DOS CRIMES PRATICADOS POR 
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA 
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. 
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
Objetividade jurídica: tutela-se o normal e regular funcionamento das atividades administrativas. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum), inclusive o servidor público, desde que a função usurpada não esteja 
entre as atribuições do cargo que ocupa. 
Sujeito passivo: administração pública e eventual vítima. 
Conduta: USURPAR (assumir, exercer ou desempenhar indevidamente) uma atividade pública, de natureza civil ou 
militar, gratuita ou remunerada, permanente ou temporária, executando atos inerentes ao ofício arbitrariamente 
ocupado. 
Tipo subjetivo: dolo. 
Consumação e tentativa: consuma-se com a prática de ato exclusivo, que só pode ser praticado por pessoa legalmente 
investida no ofício usurpado. A tentativa pode ocorrer na hipótese de o agente ser impedido de executar ato de ofício 
por circunstâncias alheias à sua vontade. 
QUALIFICADORA (parágrafo único): se o agente aufere vantagem (não só as patrimoniais). 
Ação penal: pública incondicionada. 
RESISTÊNCIA 
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo 
ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. 
Objetividade jurídica: preservação do prestígio e da autoridade inerentes às atividades desempenhadas pelos 
funcionários da Administração Pública. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum). ATENÇÃO: o sujeito ativo pode ser pessoa alheia à execução do ato 
legal. Ex.: pai que procura resistir à prisão ilegítima do filho mediante violência ou ameaça. 
Sujeito passivo: a vítima direta será o Estado e secundariamente o funcionário público agredido ou ameaçado pela 
resistência e também eventual particular que o auxilie. 
Conduta: se consubstancia em se opor, positivamente, à execução de ato legal, mediante violência (emprego de força 
física) ou ameaça (constrangimento moral, não necessariamente grave), contra a pessoa do funcionário executor ou 
terceiro que o auxilia, representantes da força pública. A oposição deve ser positiva, não se considerando crime a 
“resistência passiva”, destituída de qualquer conduta agressiva por parte do agente. 
Tipo subjetivo: dolo de se opor a execução de ato legal. 
Consumação e tentativa: consuma-se com o ato (ação) que caracterize a oposição, sendo esta contra a pessoa do 
funcionário executor ou terceiro que o auxilia. É crime formal. 
FORMA QUALIFICADA (§1º): o sucesso do opositor que seria mero exaurimento redunda em pena qualificada. 
CONCURSO DE CRIMES (§2º): as penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência (lesão 
corporal ou homicídio). Seria concurso formal impróprio, caso em que o agente, mediante uma só conduta, porém 
com desígnios autônomos, provoca dois ou mais resultados, cumulando-se as reprimendas. 
Ação penal: pública incondicionada. 
DESOBEDIÊNCIA 
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: 
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. 
Objetividade jurídica: preservação do prestígio e da autoridade inerentes às atividades desempenhadas pelos 
funcionários públicos. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum). 
Sujeito passivo: o Estado, desprestigiado na sua autoridade, e secundariamente o funcionário autor da ordem 
desobedecida. 
Conduta: pune-se a conduta do agente que deliberadamente DESOBEDECE (descumpre, não atende) a ordem legal de 
funcionário público competente para cumpri-la (é a resistência pacífica). É necessário que a ordem seja individualizada, 
substancial e formalmente legal (ainda que injusta), executada por funcionário competente. Além disso, o destinatário 
precisa ter o dever de obedecê-la, podendoa desobediência ser comissiva ou omissiva. 
Tipo subjetivo: dolo, vontade consciente de não atender a ordem. 
Consumação e tentativa: consuma-se com a desobediência da ordem legal. A tentativa só é admitida na forma 
comissiva, ou seja, com a ação proibida. 
Ação penal: pública incondicionada. 
DESACATO 
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
Objetividade jurídica: tutela-se o respeito e prestígio da função pública, assegurando o regular funcionamento das 
atividades administrativas. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum). 
Sujeito passivo: será o Estado e, secundariamente, o servidor ofendido. 
ATENÇÃO: será vítima somente o funcionário público, assim definido no caput do art. 327 do CP, não abrangendo o 
equiparado. 
Conduta: pode ser praticado por ação (ex.: xingamento) ou por omissão (ex.: não responder a cumprimento). 
ATENÇÃO: a ofensa deve ser praticada na presença do servidor vítima, isto é, que o ofendido esteja no lugar do ultraje, 
vendo, ouvindo ou de qualquer outro modo tomando conhecimento direto do que foi dito. Assim, deixa de haver 
desacato (mas apenas delito contra a honra): insulto por telefone; imprensa; por escrito. 
Tipo subjetivo: dolo, consistente na vontade deliberada de desprestigiar a função do sujeito passivo. Obs.: o fato de o 
agente estar nervoso e ter perdido o autocontrole não é suficiente para afastar o dolo do delito. 
Consumação e tentativa: consuma-se no momento em que o funcionário público toma conhecimento (direto) do ato. 
Pouco importa se o funcionário público efetivamente se sentiu menosprezado ou se agiu com indiferença (crime 
formal). Não é possível a tentativa. 
Ação penal: pública incondicionada. 
 
CORRUPÇÃO ATIVA 
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou 
retardar ato de ofício: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou 
omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. 
Objetividade jurídica: probidade administrativa. 
Sujeito ativo: crime comum > qualquer pessoa. 
Sujeito passivo: Estado. 
Conduta: a corrupção ativa verifica-se quando alguém, por meio de promessas, dádivas, recompensas, ofertas ou 
qualquer utilidade, procura induzir um funcionário público, diretamente ou por interposta pessoa, a praticar, ou se 
abster de praticar, ou retardar, um ato de ofício ou cargo, embora seja conforme a lei ou contra ela. O ato de corrupção 
pode ser praticado de forma escrita, oral ou por gestos. 
Tipo subjetivo: dolo > fim especial de conseguir do servidor a prática, omissão ou retardamento do ato de ofício 
(elemento subjetivo). 
Consumação e tentativa: se consuma no momento em que o funcionário público toma conhecimento da oferta ou sua 
promessa, ainda que a recuse (crime formal). A tentativa é admita na forma escrita. 
AUMENTO DE PENA (§1º): aumento de 1/3 se o servidor realiza a pretensão do corruptor. Somente incidirá a 
majorante se o ato praticado possuir natureza ilícita. Se pratica o ato de acordo com seu dever funcional, o agente será 
punido apenas pelo caput. 
Ação penal: pública incondicionada. 
DESCAMINHO 
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo 
consumo de mercadoria. 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
§1º Incorre na mesma pena quem: 
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; 
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; 
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no 
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente 
no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional ou de 
importação fraudulenta por parte de outrem; 
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, 
mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos 
que sabe serem falsos. 
§2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou 
clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências. 
§3º A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial. 
Objetividade jurídica: administração pública > erário público. 
Sujeito ativo: crime comum > qualquer pessoa. O funcionário público encarregado da prevenção (ou repressão) do 
descaminho que auxilia o autor deste delito não será tratado como concorrente do art. 334, mas sim como autor do 
delito previsto no art. 318 (facilitação de contrabando ou descaminho). 
Sujeito passivo: Estado. 
Conduta: 
CRIME OBJETO MATERIAL CONDUTA 
CONTRABANDO Mercadoria proibida Consiste em importar ou exportar mercadorias absoluta ou 
relativamente proibidas de circularem no país. 
DESCAMINHO Bem ilícito Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto 
devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria. 
 
Tipo subjetivo: dolo. 
Consumação e tentativa: se aperfeiçoa com a liberação pela alfândega, sem o pagamento dos impostos inerentes. 
Admite a tentativa. 
Obs.: os tribunais superiores admitem a aplicação do princípio da insignificância àquelas hipóteses em que as 
mercadorias apreendidas são em pequena quantidade, com valores ínfimos e ausência de destinação comercial. Isto 
porque, em virtude do baixo valor dos tributos incidentes sobre tais bens, o fisco não promove a execução de seus 
créditos. 
FORMAS EQUIPARADAS (§1º): 
• Pratica navegação de cabotagem fora dos casos permitidos em lei: é a navegação costeira, ou entre cabos e portos 
do mesmo país. Será crime se esta se der fora dos casos permitidos em lei (norma penal em branco). 
• Pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho: é o caso do art. 39 do Decreto-lei nº 288/67, que dispõe: 
“será considerado contrabando a saída de mercadorias da Zona Franca sem a autorização legal expedida pelas 
autoridades competentes”. Embora não faça referência expressa, o dispositivo abarca também o descaminho. 
• Vende, expõe à venda...mercadoria de procedência estrangeira... 
• Adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio...: mercadoria com procedência clandestina ou 
fraudulenta. 
CLÁUSULA DE EQUIPARAÇÃO (§2º): equipara-se às atividades comerciais qualquer forma de comércio irregular ou 
clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências. 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA (§3º): utilização de transporte aéreo, marítimo ou fluvial > há o aumento de pena 
porque torna mais difícil a fiscalização e repressão do crime. 
Ação penal: pública incondicionada. 
CONTRABANDO 
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. 
§1º Incorre na mesma pena quem: 
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; 
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise ou autorização de órgão público 
competente; 
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação; 
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no 
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira; 
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, 
mercadoria proibida pela lei brasileira. 
§2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércioirregular ou 
clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências. 
§3º A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial. 
Objetividade jurídica: tutela-se a administração pública, mais especificamente seu bem-estar econômico. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum). 
Sujeito passivo: será o Estado, titular do interesse penalmente protegido. 
Conduta: pune a clandestina importação ou exportação de mercadorias cuja entrada no país, ou saída dele, é absoluta 
ou relativamente proibida. É uma norma penal em branco. A entrada ou saída de mercadoria pode ser fraudulenta 
(contrabando próprio; o agente traz ou exporta o produto valendo-se da repartição alfandegária) ou clandestina 
(contrabando impróprio; o agente faz com que a mercadoria ingresse ou saia do país sem passar pela zona 
alfandegária). Os tribunais não têm admitido o princípio da insignificância no contrabando. 
Tipo subjetivo: dolo. Quem pensa não ser proibida a mercadoria que importa ou exporta, se equivoca sobre dado 
essencial do tipo, agindo sem consciência, descaracterizando o dolo do crime. 
Consumação e tentativa: na importação ou exportação de mercadoria proibida com passagem pelos órgãos 
alfandegários, o delito se consuma quando transporta a barreira fiscal (liberada pela autoridade competente), mesmo 
que a mercadoria não tenha chegado a seu destino. Já na hipótese de ingressar ou sair por meios ocultos, a 
consumação depende da transposição de fronteiras do país. A tentativa pode ocorrer. 
CLÁUSULA DE EQUIPARAÇÃO (§2º): qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, 
inclusive o exercido em residências. 
CAUSA DE AUMENTO DE PENA (§3º): dobro da pena se for por transporte aéreo, marítimo ou fluvial. 
Ação penal: pública incondicionada. 
SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA 
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes 
condutas: 
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação previdenciária 
segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe 
prestem serviços; 
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias descontadas dos 
segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços; 
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos 
geradores de contribuições sociais previdenciárias: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
§1º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as contribuições, importâncias ou 
valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início 
da ação fiscal. 
§2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons 
antecedentes, desde que: 
I – (VETADO) 
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência 
social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. 
§3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, 
quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. 
§4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste 
dos benefícios da previdência social. 
Objetividade jurídica: proteger a fonte de custeio da previdência social. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
Sujeito passivo: administração pública, mais especificamente a Previdência Social. 
Conduta: suprimir (eliminar, deixar de pagar) ou reduzir (diminuir, recolher menos do que é devido) contribuição 
previdenciária ou qualquer acessório, mediante um dos comportamentos dos incisos seguintes. 
Tipo subjetivo: dolo de reduzir ou suprimir o tributo, dispensando-se qualquer finalidade especial. 
Consumação e tentativa: consuma-se com a supressão ou redução (ainda que parcial) da contribuição social. 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE (§1º): se o agente, de forma espontânea, declara e confessa as contribuições. Extingue-
se a punibilidade quando o agente promover o pagamento do tributo ou da contribuição antes do recebimento da 
denúncia. Se o pagamento do tributo sonegado é posterior ao início da ação penal, incidirá somente a circunstância 
atenuante do art. 65, III, B do CP. 
PERDÃO JUDICIAL OU APLICAÇÃO DE MULTA (§2º): réu primário, com bons antecedentes e dívida de pequeno valor, 
não podendo suplantar aquele estabelecido pela previdência social a aplicação do princípio da insignificância. 
CRIME PRIVILEGIADO (§§3º e 4º): diminuição da pena em um terço até a metade nos casos em que o empregador não 
é pessoa jurídica e sua folha de pagamento não ultrapasse R$1.510,00 atualizáveis de acordo com o §4º. 
Ação penal: pública incondicionada. 
CAÍTULO II – B 
Dos crimes em licitações e contratos administrativos 
CONTRATAÇÃO DIRETA ILEGAL 
Art. 337-E - Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das hipóteses previstas em lei: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
Norma penal em branco. 
FRUSTRAÇÃO DO CARÁTER COMPETITIVO DE LICITAÇÃO 
Art. 337-F - Frustrar ou fraudar, com o intuito de obter para si ou para outrem vantagem decorrente da adjudicação 
do objeto da licitação, o caráter competitivo do processo licitatório: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. 
PATROCÍNIO DE CONTRATAÇÃO INDEVIDA 
Art. 337-G. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração Pública, dando causa à 
instauração de licitação ou à celebração de contrato cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. 
MODIFICAÇÃO OU PAGAMENTO IRREGULAR EM CONTRATO ADMINISTRATIVO 
Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, 
em favor do contratado, durante a execução dos contratos celebrados com a Administração Pública, sem autorização 
em lei, no edital da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da 
ordem cronológica de sua exigibilidade: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. 
PERTURBAÇÃO DE PROCESSO LICITATÓRIO 
Art. 337-I. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de processo licitatório: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. 
VIOLAÇÃO DE SIGILO EM LICITAÇÃO 
Art. 337-J. Devassar o sigilo de proposta apresentada em processo licitatório ou proporcionar a terceiro o ensejo de 
devassá-lo: 
Pena - detenção, de 2 (dois) anos a 3 (três) anos, e multa. 
AFASTAMENTO DE LICITANTE 
Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar licitante por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de 
vantagem de qualquer tipo: 
Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 5 (cinco) anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar em razão de vantagem oferecida. 
FRAUDE EM LICITAÇÃO OU CONTRATO 
Art. 337-L. Fraudar, em prejuízo da Administração Pública, licitação ou contrato dela decorrente, mediante: 
I - entrega de mercadoria ou prestação de serviços com qualidade ou em quantidade diversas das previstas no edital 
ou nos instrumentos contratuais; 
II - fornecimento, como verdadeira ou perfeita, de mercadoria falsificada, deteriorada, inservível para consumo ou com 
prazo de validade vencido; 
III- entrega de uma mercadoria por outra; 
IV - alteração da substância, qualidade ou quantidade da mercadoria ou do serviço fornecido; 
V - qualquer meio fraudulento que torne injustamente mais onerosa para a Administração Pública a proposta ou a 
execução do contrato: 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. 
CONTRATAÇÃO INIDÔNEA 
Art. 337-M. Admitir à licitação empresa ou profissional declarado inidôneo: 
Pena - reclusão, de 1 (um) ano a 3 (três) anos, e multa. 
§ 1º Celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidôneo: 
Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 6 (seis) anos, e multa. 
§ 2º Incide na mesma pena do caput deste artigo aquele que, declarado inidôneo, venha a participar de licitação e, na 
mesma pena do § 1º deste artigo, aquele que, declarado inidôneo, venha a contratar com a Administração Pública. 
IMPEDIMENTO INDEVIDO 
Art. 337-N. Obstar, impedir ou dificultar injustamente a inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou 
promover indevidamente a alteração, a suspensão ou o cancelamento de registro do inscrito: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
 
OMISSÃO GRAVE DE DADO OU DE INFORMAÇÃO POR PROJETISTA 
Art. 337-O. Omitir, modificar ou entregar à Administração Pública levantamento cadastral ou condição de contorno 
em relevante dissonância com a realidade, em frustração ao caráter competitivo da licitação ou em detrimento da 
seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública, em contratação para a elaboração de projeto básico, 
projeto executivo ou anteprojeto, em diálogo competitivo ou em procedimento de manifestação de interesse: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. 
§ 1º Consideram-se condição de contorno as informações e os levantamentos suficientes e necessários para a definição 
da solução de projeto e dos respectivos preços pelo licitante, incluídos sondagens, topografia, estudos de demanda, 
condições ambientais e demais elementos ambientais impactantes, considerados requisitos mínimos ou obrigatórios 
em normas técnicas que orientam a elaboração de projetos. 
§ 2º Se o crime é praticado com o fim de obter benefício, direto ou indireto, próprio ou de outrem, aplica-se em dobro 
a pena prevista no caput deste artigo. 
Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes previstos neste Capítulo seguirá a metodologia de cálculo prevista 
neste Código e não poderá ser inferior a 2% (dois por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com contratação 
direta.

Outros materiais