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1 JEAN LUQUE | UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO Emergências Hiperglicêmicas do Diabetes Recordando sobre a insulina • A insulina, quando em ação, será responsável por diminuir o nível de glicose sérica; • Produção de glicogênio ocorre no fígado e músculo, já que as células irão notar a falta de glicose; • Produção de tecido gorduroso, por meio da lipogênese, nessa situação a insulina irá abaixar e aumentará a produção de glucagon; • O glucagon aumenta em pacientes com DM1, pois precisa quebrar glicogênio visto que entende que as células não têm glicose, e esse cenário piora a hiperglicemia do paciente. Quando cai glicose no individuo normal, aumenta glucagon, e isso repõe o estado de hipoglicemia. • Hormônico anabólico: o Insulina; o Síntese. • Hormônio catabólico; o Glucagon o Cortisol; § Quebra@ Sobre as emergências hiperglicêmicas do diabetes: • Representam um importante problema de saúde pública nas unidades de emergência, tanto em nosso meio como em âmbito mundial; • A cetoacidose diabética tem sido registrada como frequência significativa e crescente nas últimas décadas; • As mortalidades relacionadas com essas complicações agudas têm diminuído. A cetoacidose diabética (CAD) e o estado hiperglicêmico hiperosmolar (EHH) são duas das complicações agudas mais graves do diabetes. 1. CETOACIDOSE DIABÉTICA (CAD) E OS FATORES PRECIPITANTES: • Dm1 de início recente; • Infecção, como pneumonia ou infecção do trato urinário; o O estresse faz com que aumente os hormônios contrarreguladores. Além disso, esses hormônios aumentam a resistência a insulina. Isso vale também para situações emocionais. • Parada ou diminuição da dose de insulina ou obstrução do cateter da bomba de insulina; • Estresse cirúrgico ou emocional; o Aumento dos hormônios contrarreguladores, podem piorar a DM. • Uso de diuréticos como tiazídicos, inibidor do SGLT2; o Inibidor do tipo SGLT2 não pode passar para paciente do tipo diabetes do tipo I, apenas dois.; • Uso de drogas como cocaína. O paciente que não sabe que é diabético do tipo I pode aparecer no hospital em cetoacidose, e muitas vezes descobre na emergência. Existem algumas doenças na área da endocrinologia que aumenta os hormônios, e isso pode piorar o quadro e piorar a situação de cetoacidose. • Os antipscóticos podem piorar, visto que agem contra a insulina, fazendo uma resistência contra aquela pouca insulina ou quase nada. • OS DIABÉTICOS DO TIPO 2 TAMBÉM PODEM TER A CETOACIDOSE, em situações muito graves como em pancreatite aguda, AVC e IAM. Aumento na quebra do glicogênio, aumento da quebra do tecido adiposo em ácidos graxos e glicerol; O aumento de ácidos graxos no fígado sofre a beta oxidação, e seus componentes de oxidação é o acetil-coa, e esse acetil-coa no ciclo de Krebs desvia a produção de 2 ácidos fortes: Beta Oh-butírico e acetoacético. Esses dois ácidos se transformam em cetonas. A fisiopatologia da CAD: No músculo também ocorre a neoglicogenese, e isso aumenta ainda mais a glicose no vaso, e isso tudo leva a mais hiperglicemia. O quadro clínico: • Poliúria e Polidipsia; • Náuseas e vômitos (que se persistem piora a desidratação); • Desconforto abdominal; o O paciente está tão desidratado que pode ter atrito das alças; o Aumento de citocinas inflamatórias como a prostaglandina, que aumentam a vasoconstrição dos vasos esplênicos e pode dar dor; o • Respiração de kussmaul, isso é, ampla e acelerada; 2 JEAN LUQUE | UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO • Hálito cetônico; • Desidratação; o Turgor diminuído; o Taquicardia; o Hipotensão; • Hipotermia (até 34 graus); o Aqui devemos lembrar que ele pode estar tendo algum tipo de infecção. A evolução da CAD ocorre em 24 horas, os primeiros sintomas são: poliúria, polidpsia e perda de peso. A progressão pode ser para sintomas neurológicos (letargia, sinais focais, obnubilação e coma.) Hiperventilacao e dor abdominal. A anamnese e a suspeita de CAD: • Devemos analisar alguns fatores: A primodescompensação é quando o paciente não sabe que tem a doença e surge em uma emergência hospitalar. No exame físico, iremos encontrar: Exames laboratoriais: • Glicemia, capilar e depois no sangue; • Eletrólitos séricos (com cálculo do anion GAP), ureia e creatinina; Sódio menos somatório cloro mais do bicarbonato. • Hemograma; • Cetonas urinárias e séricas; • Osmolaridade plasmática; • Gasometria arterial; • Rx de tórax; • Eletrocardiograma. Alguns exames podem ser pedidos, no caso devemos individualizar o atendimento: • Urocultura; • Cultura de escarro; • Hemocultura; • Lipase e amilase; • Rx de tórax. A avaliaçao diagnóstica: • Teste de nitroprussiato: o Tudo amarelo, está normal; o Púrpura para cima, existe grau de cetonúria. Como iremos classificar o grau de gravidade da cetoacidose? • Podemos graduar em 3 graus; o Leve; o Moderada; o Grave. A avaliaçao diagnóstica: • Medição direta de beta-hidroxibutirato sérico; • Acidose metabólica e ânion gap elevado; • Osmolaridade plasmática; • Glicemia: que geralmente é inferior a 800; • Hemoglobina glicada; • Sódio sérico, que pode estar diminuído, normal ou aumentado; • Potássio, usualmente normal, em cerca de 1/3 dos casos é aumentado; o Lembrar que a terapia com insulina induz e transfere K+ para as células. Isso pode causar hipocalemia grave; • A amilase e a lipase podem estar elevados, principalmente em casos de pancreatite; o A fonte inespecífica de amilase é frequentemente salivar e da lipase não é conhecida. A avaliação do hemograma também pode ser feita, e quando existe um desvio a esquerda fica claro que essa cetoacidose pode ter ocorrido por um processo infeccioso. 3 JEAN LUQUE | UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO A CAD: TRÍADE: • Hiperglicemia entre 300-350; • Acidose metabólica; • Cetonemia: leve, moderada ou grave. O tratamento: • O objetivo é: o Reposição volêmica; Dependendo do livro, tem gente que coloca de um jeito ou outro. Mas geralmente 1000 mL para correr por uma hora, a solução é de NaCl. o Correção dos distúrbios metabólicos; o Correção dos distúrbios eletrolíticos; 1,6 para cada 100 mg/dl acima da expectativa de glicemia. Exemplo: paciente com glicemia de 300, irei somar 1.6 x 2 de sódio a mais, ou seja, 3.2 Se o sódio calculado e corrigido, irei dar soro ao meio, ou seja, metade de soro e o restante de água destilada. Se o sódio menor ou igual a 135, irei fazer a terapia normal de soro. • A reposição de potássio: K estimado= k encontrado – (6x7,3-PHencontrado); 6 vezes a diferença de 7,3-PHencontrado. o Detecção e tratamento dos fatores precipitantes. Insulina: Devemos pensar na insulina por meio da bomba de efusão, e depois para manter. A reposiçao de bicarbonato: • Só repomos em último caso; • Será feito apenas em casos graves; Sempre que for corrigir o bicarbonato, devemos analisar o potássio, pois pode cair. O bicarbonato é perigoso, pois ele pode: • Induzir a hipocalemia; • Acidose paradoxal no SNC; • Alcalose metabólica; • Aumento da afinidade da Hb pelo oxigênio; • Piora da acidose intracelular. O paciente, na resoluçao, deverá: • Glicemia menor que 200 mg/dl; • Normalização do anion gap; o Menor que 12; • Normalização dos níveis sanguíneos de cetonas; • Normalização do ph venoso; • Normalização do bicarbonato. As complicações da CAD: • Hipoglicemia durante o tratamento; • Hiperglicemia pela interrupção precoce pela bomba de insulina; • Hipopotassemia; • Edema cerebral; • Congestão e anasarca; • Hipopoxemia; • Síndrome da angústia respiratória aguda (SARA); • IRA, pela desidratação. 2. Estado hiperglicêmico hiperormolar: 4 JEAN LUQUE | UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO • Geralmente é uma condição mais comum em DM2; • Ocorre mais em idosos; • Desidratação grave, ausência de cenonúria, níveisglicêmicos muito elevados, sinais e sintomas neurológicos; • Alta taxa de letalidade; Os fatores precipitantes: • Infecções; • Fármacos hiperglicemiantes; • IAM; • AVC; • Pancreatite; • Endocrinopatias de hiperfunção. Nesse caso, iremos ter níveis glicêmicos muito altos, que diferencia da CAD, a hiperglicemia resulta na incapacidade de eliminação de glicose renal, que se encontra no espaço extracelular por conta da intensa desidratação. Os primeiros sintomas sao: • Poliúria; • Polidipsia; • Perda de peso. A progressão com sintomas neurológicos. Como tratamento: • Aqui não faremos a administração de bicarbonato; • Não usar bicarbonato nesses casos, lembrar prova. Jean Luque 5 JEAN LUQUE | UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 6 JEAN LUQUE | UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
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