Prévia do material em texto
ESTUDO DIRIGIDO – MICROCIRCULAÇÃO 1. Uma unidade microcirculatória é constituída essencialmente de arteríolas, metarteríolas, capilares e vênulas. Diferencie, morfologicamente, estes vasos. Arteríolas são altamente providas de músculo e de diâmetro variável; O fluxo sanguíneo nos capilares é principalmente regulado pela contração das arteríolas (vasos de resistência). O músculo liso, que compõe a maior parte das paredes das arteríolas, contrai-se e relaxa-se em resposta aos estímulos neurais e humorais. Metarteríolas não possuem revestimento muscular contínuo, mas em pontos intermediários do vaso existe fibra muscular lisa circundando o mesmo Vênulas possuem revestimento muscular muito mais fino, apesar de serem maiores que as arteríolas; Capilares tem diâmetro de cerca de 4 a 9 micrômetros, não possuem músculo liso e tem apenas uma camada de células endoteliais altamente permeáveis. Podem suportar uma elevada pressão transmural em virtude do seu pequeno diâmetro. De acordo com a lei de Laplace, T(tensão da parede) = P (pressão transmural) X r (raio do capilar). O endotélio é fonte do óxido nítrico e da prostaciclina, que relaxam os músculos lisos vasculares 2. Quais os mecanismos de regulação do fluxo sanguíneo capilar? Nem todo tecido tem troca gasosa o tempo todo Nível de gases que influencia na necessidade Regulação é por esfincteres pre-capilares Mais sangue = abre Se precisa menos sangue = fecha A auto-regulação do fluxo sanguíneo ocorre na maioria dos tecidos. Este processo é caracterizado por um fluxo constante de sangue em face a uma alteração na pressão de perfusão. Uma explicação lógica para a auto-regulação é o mecanismo miogênico, pelo qual um aumento na pressão transmural deflagra uma contração do músculo liso vascular e uma redução na pressão transmural desencadeia um relaxamento. O marcante paralelismo entre o fluxo sanguíneo tissular e o consumo do oxigênio tissular indica que o fluxo de sangue é regulado em grande parte por um mecanismo metabólico. Uma redução na relação entre o suprimento e a demanda de oxigênio de um tecido libera um metabólito vaso-dilatador que dilata as arteríolas e, portanto, intensifica o suprimento de oxigênio. A regulação neural do fluxo sanguíneo é quase que completamente dada pelo sistema nervoso simpático. Os nervos simpáticos para os vasos sanguíneos são tonicamente ativos; a inibição do centro vaso-constritor no bulbo reduz a resistência vascular periférica. A estimulação dos nervos simpáticos faz a constrição dos vasos de resistência e de capacitância (veias). As fibras parassimpáticas inervam a cabeça, as vísceras e a genitália; elas não inervam a pele e os músculos. O sangue flui através dos capilares de forma intermitente, sendo ativado e desativado a intervalos de alguns segundos ou minutos. A causa dessa intermitência é a vasomoção que significa a contração intermitente das metarteríolas e esfíncteres pré-capilares. A concentração de oxigênio nos tecidos é o fator mais importante que controla a vasomoção. Numa situação de alta utilização de oxigênio, os períodos intermitentes de fluxo sanguíneo ocorrem numa frequência maior e duram mais, possibilitando que o sangue transporte mais oxigênio aos tecidos. 3. Os poros na membrana capilar apresentam características diferentes em alguns tecidos. Quais são esses tecidos e quais as respectivas características na membrana capilar? No cérebro existe a barreira hematoencefálica que permite apenas a passagem de moléculas muito pequenas para os tecidos cerebrais, pois a junção oclusivas entre as células endoteliais capilares são principalmente junções fechadas. No fígado devido a maior largura que existe entre as células endoteliais capilares quase todas as substâncias dissolvidas no plasma podem passar do sangue para o tecido hepático. Gastrointestinais - intermediário para absorção Nos tufos glomerulares renais existe fenestrações que atravessam diretamente bem no meio das células endoteliais o que permite que grande quantidade de substâncias podem ser filtradas pelo glomérulo sem ter que atravessar as fendas entre as células endoteliais. (Proteínas, células… não passam) A água e os pequenos solutos movimentam-se entre os líquidos dos compartimentos vascular e intersticial através dos poros dos capilares principalmente por difusão, mas também por filtração e absorção. 4. A membrana capilar é de natureza lipídica. Portanto, favorece a difusão de substâncias lipossolúveis como gás carbônico, oxigênio e álcool. Como se difundem através dos capilares as substâncias hidrossolúveis como a água, a glicose e o cloreto de sódio? R: Através de poros nas junções intercelulares; através de proteínas; canais vesiculares. Pelo fato de a difusão trans-capilar ser aproximadamente 40 vezes maior que o fluxo sanguíneo nos tecidos, a troca de moléculas pequenas insolúveis em lipídios é limitada por fluxo. Quando maiores foram as moléculas, mas lenta é a sua difusão. As moléculas grandes insolúveis em lipídios são limitadas pela difusão. Moléculas maiores do que aproximadamente 6000 kDa estão essencialmente confinadas ao compartimento vascular. As substâncias lipossolúveis, como o CO2 e o O2, passam diretamente através das membranas lipídicas do capilar e a magnitude da transferência é diretamente proporcional á lipo-solubilidade da substância. As grandes moléculas podem movimentar-se através da parede capilar em vesículas, por um processo denominado pinocitose. As vesículas são formadas a partir da membrana lipídica dos capilares. O líquido e a proteína que escaparam dos capilares sanguíneos penetram nos capilares linfáticos e são transportados, via sistema linfático, de volta para o compartimento vascular sanguíneo. 5. A filtração e a reabsorção capilar são fenômenos que dependem do jogo das pressões presentes dentro e fora dos capilares. Assim, contribuem as pressões de Starling. Quais são essas pressões e como se comportam estas pressões para promoverem a filtração ou a reabsorção capilar? Hidrostática e coloidosmotica Capilar - líquido para fora 1. A pressão hidrostática capilar (Phc), que tende a forçar o líquido para fora, através da membrana capilar. 2. A pressão hidrostática do líquido intersticial (Phli), que tende a forçar o líquido para dentro, através da membrana capilar, quando é positiva, mas para fora quando é negativa. 3. A pressão coloidosmótica plasmática (IIp), que tende a causar a osmose do líquido para dentro, através da membrana. 4. A pressão coloidosmótica do líquido intersticial (LLli) (próxima de 0. Não tem proteínas devido sistema linfático) que tende a causar a osmose do líquido para fora, através da membrana A filtração e a absorção capilar são descritas pela equação de Starling: TEF = P. Hid capi - (P. hid int + p. Coloid cap) A filtração ocorre quando a soma algébrica destes termos é positiva; Ocorre absorção quando ela é negativa. 6. Explique por que a pressão do fluido intersticial em alguns tecidos é negativa ou subatmosférica? O interstício é composto de feixes de fibras de colágeno e filamentos proteoglicanos. A pressão é negativa devido à baixa complacência do interstício e porque como o interstício corresponde ao espaço entre os tecidos, é necessário uma baixa pressão para manter a coesão entre os mesmos. A causa básica da pressão negativa é o bombeamento de líquido pelo sistema linfático. ESTUDO DIRIGIDO – SISTEMA LINFÁTICO 1. Qual a importância do sistema linfático? Qual o destino final da drenagem linfática? Consiste numa via acessória para que os líquidos possam fluir dos espaços intersticiais para o sangue. Entretanto, a principal função é o transporte para fora de proteínas e grandes materiais particulados dos espaços teciduais. O destino final é a circulação sanguínea. 2. Descreva a estrutura e funcionamento dos capilares linfáticos. A estrutura dos capilares linfáticos consiste em células endoteliais presas por filamentos de ancoração ao tecido conjuntivo circundante. Nas junções entre as células endoteliais adjacentes forma-sepequenas válvulas que se abrem para o interior do capilar. O fluxo de linfa pelos capilares linfáticos é facilitado pela presença dessas válvulas, que impedem o refluxo, e pela contração intermitente da musculatura lisa da parede vascular, denominada bomba linfática. Quando um linfático coletor ou vaso linfático maior é estirado pelo líquido que entra, o músculo liso na parede desse vaso contrai-se automaticamente, impulsionando a linfa para o segmento linfático seguinte. Cada segmento linfático (espaço delimitado entre duas válvulas sucessivas) contrai-se por estiramento, impulsionando a linfa para o segmento seguinte, em fluxo unidirecional devido à presença de válvulas. 3. Qual a composição da linfa? Igual ao Líquido intersticial = proteínas, lipídios, e grandes partículas como as bactérias. Não tem hemacias 4. Quais os fatores fisiológicos que aumentam o fluxo de linfa? Ele pode ser infinito? Explique. A pressão do líquido intersticial e o grau de atividade da bomba linfática. Não é infinito, isto porque o aumento da pressão tecidual não só aumenta a entrada de líquido nos capilares linfáticos, como também comprime as superfícies externas dos vasos linfáticos maiores impedindo assim o fluxo linfático. O aumento da pressão do líquido intersticial decorre de pressão capilar elevada, diminuição da pressão coloidosmótica plasmática, aumento das proteínas no líquido intersticial, aumento da permeabilidade dos capilares. 5. Explique o funcionamento intrínseco das bombas linfáticas. Quais os fatores externos que estimulam o bombeamento linfático? Quando um linfático coletor ou vaso linfático maior é estirado pelo líquido que entra, o músculo liso na parede desse vaso contrai-se automaticamente, impulsionando a linfa para o segmento linfático seguinte. Cada segmento linfático (espaço delimitado entre duas válvulas sucessivas) contrai-se por estiramento, impulsionando a linfa para o segmento seguinte, em fluxo unidirecional devido à presença de válvulas. Contração dos músculos, movimentos de partes do corpo, pulsação arterial, compressão dos tecidos por objetos fora do corpo são fatores estimulantes para o bombeamento. 6. O que é edema e quais suas principais causas. É o acúmulo de líquido no interstício. Suas principais causas são má funcionamento do sistema linfático. 7. Quais os fatores que normalmente impedem a formação do edema Pressão negativa do líquido intersticial e atividade da bomba linfática.