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Direito do Trabalho, Tecnologia, Fraternidade e OIT

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DIREITO DO TRABALHO, TECNOLOGIA, FRATERNIDADE E OIT:
Compilação de verbetes
Coordenadores
Fernando Fita
Thereza Nahas
Yone Frediani
Luciane Cardoso Barzotto
Autores
Vários autores
Thomson Reuters Brasil
Juliana Mayumi Ono
Diretora responsável
© desta edição [2020]
Av. Dr. Cardoso de Melo, 1855 – 13º andar - Vila Olímpia
CEP 04548-005, São Paulo, SP, Brasil
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, especialmente por
sistemas gráficos, microfílmicos, fotográficos, reprográficos, fonográficos, videográficos. Vedada a memorização e/ou a recuperação
total ou parcial, bem como a inclusão de qualquer parte desta obra em qualquer sistema de processamento de dados. Essas proibições
aplicam-se também às características gráficas da obra e à sua editoração. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184
e parágrafos, do Código Penal), com pena de prisão e multa, conjuntamente com busca e apreensão e indenizações diversas (arts. 101 a
110 da Lei 9.610, de 19.02.1998, Lei dos Direitos Autorais).
O autor goza da mais ampla liberdade de opinião e de crítica, cabendo-lhe a responsabilidade das ideias e dos conceitos emitidos em seu
trabalho.
Central de Relacionamento Thomson Reuters Selo Revista dos Tribunais
(atendimento, em dias úteis, das 09h às 18h)
Tel. 0800.702.2433
e-mail de atendimento ao consumidor: sacrt@thomsonreuters.com
e-mail para submissão dos originais: aval.livro@thomsonreuters.com
Conheça mais sobre Thomson Reuters: www.thomsonreuters.com.br
Visite nosso site: www.livrariart.com
Fechamento desta edição: [05.05.2020]
ISBN 978-65-5065-428-3
mailto:sacrt@thomsonreuters.com
mailto:aval.livro@thomsonreuters.com
mailto:www.thomsonreuters.com.br
http://www.livrariart.com
Direito do Trabalho, Tecnologia, Fraternidade e OIT - (1.º Edição)
CAPA
Expediente
Diretora de Conteúdo e Operações Editoriais
Juliana Mayumi Ono
Gerente de Conteúdo
Milisa Cristine Romera
Editorial: Aline Marchesi da Silva, Diego Garcia Mendonça, Karolina de Albuquerque Araújo e Quenia Becker
Gerente de Conteúdo Tax: Vanessa Miranda de M. Pereira
Direitos Autorais: Viviane M. C. Carmezim
Assistente de Conteúdo Editorial: Juliana Menezes Drumond
Analista de Projetos: Camilla Dantara Ventura
Estagiários: Alan H. S. Moreira, Ana Amalia Strojnowski e Bárbara Baraldi
Produção Editorial
Coordenação
Andréia R. Schneider Nunes Carvalhaes
Especialistas Editoriais: Gabriele Lais Sant’Anna dos Santos e Maria Angélica Leite
Analista de Projetos: Larissa Gonçalves de Moura
Analistas de Operações Editoriais: Alana Fagundes Valério, Caroline Vieira, Damares Regina Felício, Danielle Castro de Morais,
Mariana Plastino Andrade, Mayara Macioni Pinto e Patrícia Melhado Navarra
Analistas de Qualidade Editorial: Ana Paula Cavalcanti, Fernanda Lessa, Thaís Pereira e Victória Menezes Pereira
Designer Editorial: Lucas Kfouri
Estagiárias: Maria Carolina Ferreira, Sofia Mattos e Tainá Luz Carvalho
Capa: Linotec
Equipe de Conteúdo Digital
Coordenação
Marcello Antonio Mastrorosa Pedro
Analistas: Gabriel George Martins, Jonatan Souza, Maria Cristina Lopes Araujo e Rodrigo Araujo
Gerente de Operações e Produção Gráfica
Mauricio Alves Monte
Analistas de Produção Gráfica: Aline Ferrarezi Regis e Jéssica Maria Ferreira Bueno
Estagiária de Produção Gráfica: Ana Paula Evangelista
Ficha catalográfica
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Direito do trabalho, tecnologia, fraternidade e OIT [livro eletrônico] : compilação de verbetes / Fernando Fita, Thereza Nahas, Yone
Frediani ; Luciane Cardoso Barzotto, coordenadores. -- 1. ed. – São Paulo : Thomson Reuters Brasil, 2020.
6 Mb ; ePub
1. ed. em e-book baseada na 1. ed. impressa.
Vários autores. Bibliografia
ISBN 978-65-5065-428-3
1. Direito do trabalho 2. Direitos fundamentais 3. Direitos humanos 4. Organização Internacional do Trabalho 5. Tecnologia e direito I.
Nahas, Thereza. II. Frediani, Yone. III. Barzotto, Luciane Cardoso. IV. Título.
20-36159 CDU-34:331:342.7
Índices para catálogo sistemático:
1. Direito do trabalho e direitos humanos
34:331:342.7
Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964
Agradecimentos
“A história da humanidade é uma redescoberta, lenta e penosa, desta fraternidade universal.”
Chiara Lubich
James Murray, editor do Oxford English Dictionary (OED), um dos maiores e mais completos dicionários do período não digital, utilizou
o método colaborativo, para organizar seu dicionário. A partir de cidadãos comuns, pessoas do povo, pediu para que estes indicassem o
significado das palavras usadas na língua inglesa e a partir daí compilou os verbetes de seu gigantesco dicionário.
A história do método colaborativo de construção de glossário de James Murray pode ser revisitada na bela história de Simon Winchester,
no livro intitulado “The Professor and the Madman” ou no filme com o mesmo nome, de 2019.
Portanto, a ideia de comunhão entre palavras e pessoas, significados e sentidos não é nova, e ainda mais presente na sociedade
colaborativa atual.
A ideia deste dicionário de verbetes de Direito do Trabalho, tecnologia, fraternidade e OIT surgiu da necessidade de entendermos novos
termos que surgem das transformações no mundo do trabalho e da produção. A OIT- Organização Internacional do Trabalho nos inspira,
em seu centenário, para que se pense sobre as transformações no mundo do trabalho em que o ser humano deve ocupar a centralidade. A
expressão fraternidade acena para um uso humano da tecnologia, em todos os ramos e em especial no mundo do trabalho.
Por isso reunimos estudiosos de diversas áreas do saber e de várias etapas de pesquisa, a iniciar pela graduação, para compilar extratos
destas novas terminologias da sociedade do trabalho, da informação e da tecnologia, que nos afeta.
A partir de uma abordagem multidisciplinar e em diversos níveis de pesquisa e experiências (graduandos e pós-graduandos, professores,
doutores, pós-doutores, pesquisadores), busca-se elaborar e publicar um Glossário de verbetes sobre o tema das novas tecnologias e suas
influências nas relações laborais. Revisitam-se temas novos e antigos com o privilégio do olhar da OIT e sob o prisma da fraternidade,
princípio que emerge neste novo momento como princípio jurídico ao lado da igualdade e da liberdade. Com a participação de
graduandos de diversos cursos e de pós-graduandos do PPGD da UFRGS e de outros renomados programas no Brasil e no exterior, o
livro na forma digital e gratuita (e-book) contribuirá para a compreensão de como esses conceitos se relacionam dentro das diferentes
áreas do conhecimento com ênfase no Direito do Trabalho. A ideia é inserir o leitor num primeiro contato com as transformações do
mundo do trabalho na era digital trazendo alguns conceitos ou definições de forma despretensiosa.
A metodologia utilizada foi a elaboração de verbetes.
O que é um verbete?
Verbete é o nome que se dá a cada um dos artigos, também chamados entradas, de um dicionário, de uma enciclopédia ou de outro livro
ou obra de referência que organiza informações dessa maneira. Uma lista telefônica tem entradas, mas não tem verbetes1. Verbete em
um dicionário, enciclopédia ou glossário é “cada uma das palavras que aparecem definidas, com suas acepções e exemplos”2. “Em
lexicografia, o conjunto das acepções, exemplos e outras informações pertinentes contido numa entrada de dicionário, enciclopédia,
glossário etc.”3.
Aqui está o nosso trabalho inicial e espero que o leitor aproveite.
Agradeço muito ao apoio inicial dos mestrandos e doutorandos do PPGD/UFRGS. Depois aos que acreditaram e se engajaram
positivamente neste projeto coletivo que nos alegra a todos.
Obrigada em especial ao Emerson Douglas Neves, Bibliotecário da Faculdade de Direito da UFRGS, o qual nomino assessor técnico por
ter me auxiliado com a ideia inicial por conta de seu interesse em terminologia.
Luciane Cardoso Barzotto
Professora da UFRGS, dagraduação e do PPGD
Juíza do Trabalho do TRT4 - Organizadora
Porto Alegre, agosto de 2019
1
VERBETE. In: WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. Wikimedia, 2019. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Verbete. Acesso em:
23 maio 2019.
2
AMORA, Antônio Soares. Minidicionário Soares Amora da língua portuguesa. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 762.
3
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, 2009, p. 1933.
Desenvolvimento tecnológico
1. Accelerator (Aceleradora) + Incubator (Incubadora)
(Autor)
KISSY LACERDA DA SILVEIRA
Graduanda em Ciências Contábeis UFRGS
Aceleradoras e incubadoras são organizações especializadas para dar suporte as empresas que já se encontram no mercado e querem um
desenvolvimento mais rápido, bem como para empresas que ainda estão iniciando no mercado e precisam de um desenvolvimento para
se manter ou se destacar mantendo assim o equilíbrio.
Aceleradoras são empresas cujo objetivo principal é apoiar e investir no desenvolvimento e rápido crescimento de startups, ajudando-as a
obter novas rodadas de investimento ou atingir seu ponto de equilíbrio. As Aceleradoras apostam mais em uma boa ideia sem ser
necessária burocracia, são geridas por investidores experientes e baseiam-se na organização de sessões de apoio e incentivo as pessoas na
sua aprendizagem.
Já a incubadora é um projetou uma empresa que tem como objetivo a criação ou o desenvolvimento de pequenas empresas ou
microempresas, apoiando-as nas primeiras etapas de suas vidas. Incubadoras precisam de um plano de negócios mais estruturado para o
desenvolvimento das suas ideias, são lideradas por gestores com experiência em mediar poder público, universidades e empresas, sendo
baseadas no modelo tradicional de consultorias.
Para Felipe Massami (2017) as incubadoras e aceleradoras buscam as melhores oportunidades disponíveis no momento, sem seguir um
padrão ou linearidade de instrumentos pois para atingir o objetivo são necessárias ferramentas e mecanismos que podem ser inseridos em
variados recursos de diferentes etapas. Independentemente de qual empresa seja escolhida é importante saber que este tipo de apoio pode
trazer a solução de um problema por meio da captação dos elementos e relações adequadas para o negócio, além dos investimentos e
todas possibilidades de expansão relacionadas.
Relacionando o Direito do trabalho às incubadoras e às aceleradoras, podemos dizer que ambas direta ou indiretamente contribuem para
geração de emprego e renda, pois trabalham em desenvolvimento e manutenção de empresas. Logo, o modelo certo para cada empresa
dependerá dos objetivos propostos para o negócio, se a empresa visa um desenvolvimento, uma inovação mais radical é aconselhável
procurar uma aceleradora, mas se a empresa procura um desenvolvimento mais tradicional é aconselhável procurar uma incubadora.
Sendo assim, pode-se dizer que aceleradoras e incubadoras possuem o mesmo objetivo, diferenciando-se somente pelo que a empresa
procura naquele momento. Ambas geram fontes de renda com sua expansão, são empresas criadas com o intuito de desenvolver e
expandir outra empresa, destacando esta da melhor forma possível para seguir seu crescimento ou então começara crescer gerando assim
mais empregos e oportunidades relacionados também às pesquisas.
NA PRÁTICA.ORG - Disponível na URL: https://www.napratica.org.br/o-que-e-aceleradora/. Acesso em 03/06/2019.
WIKIPÉDIA. Incubadora de empresa. Disponível na URL: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Incubadora_de_empresas. Acesso em
03/06/2019.
MARUYAMA, Felipe Massami. Incubar ou acelerar? Disponível na URL: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3136/tde-
12032018-103531/publico/FelipeMassamiMaruyamaOrig17.pdf. Acesso em 03/06/2019.
Direitos fundamentais
2. Acceso a Internet (derecho humano/derecho fundamental)
(Autor)
FERNANDO FITA ORTEGA
Profesor de Derecho del Trabajo y de la Seguridad Social. Universitat de València
El impacto de internet en la sociedad resulta incuestionable, habiendo transformado profundamente los mecanismos de información y
comunicación de los ciudadanos, permitiendo a las personas ejercer no solo su derecho a la libertad de opinión y expresión, sino también
muchos otros derechos humanos. Las relaciones del ciudadano con la administración también han experimentado una considerable
evolución con la incorporación de las nuevas tecnologías a la vida cotidiana, surgiendo lo que viene denominándose como
“administración digital”.
Para este nuevo sistema de relación humana se hace indispensable el acceso a internet (tanto a la herramienta como a sus contenidos) de
tal modo que la conectividad se ha convertido en una demanda básica de la ciudadanía, surgiendo nuevos conceptos, como el de “brecha
digital”, que permiten identificar la existencia de los colectivos inmersos en lo que se ha venido a denominar como “pobreza digital”,
ahondando -o, cuando menos, consolidando- la diferencia entre ricos y pobres.
Este estado de cosas ha hecho necesario adoptar medidas idóneas para adaptar el derecho a la realidad actual consistiendo, la primera de
ellas, en el reconocimiento del acceso a internet como un derecho fundamental junto al catálogo tradicional de derechos fundamentales.
Solamente así se conseguirá acompañar la metamorfosis del “ciudadano analógico” al “ciudadano digital”. Así pues, como señala el
Informe del Relator Especial sobre la promoción y protección del derecho a la libertad de opinión y de expresión (Frank La Rue)
presentado al Consejo de Derechos Humanos de Naciones Unidas el 16 de mayo de 2011, en vista de que Internet se ha convertido en un
instrumento indispensable para ejercer diversos derechos humanos, luchar contra la desigualdad y acelerar el desarrollo y el progreso
humano, la meta del acceso universal a Internet ha de ser prioritaria para todos los Estados.
En este mismo sentido, como reconociese el Juez del Tribunal Europeo de Derechos Humanos, Pinto de Albuquerque, en su opinión
discrepante en la sentencia Barbulescu v. Rumanía (12 enero 2016) los Estados tienen la obligación de promover y facilitar el acceso
universal a Internet, incluyendo la creación de la infraestructura necesaria para la conectividad digital. Así lo ha reconocido ya el
Tribunal Constitucional francés (Conseil constitutionnel) en su decisión n. 2009-580 de 10 de junio de 2009 que, aludiendo al derecho a
la libre comunicación de pensamiento y opiniones reconocida en el artículo 11 de la Declaración de los Derechos del Hombre y del
Ciudadano de 1789, señala que en el estado actual de los medios de comunicación, y teniendo en cuenta el desarrollo generalizado de los
servicios de comunicación pública en línea, así como la importancia adquirida por estos servicios para la participación de la vida
democrática y la expresión de las ideas y opiniones, este derecho implica la libertad de acceso a estos servicios. También el Consejo de
Derechos Humanos de Naciones Unidas se ha pronunciado a favor de los derechos humanos on-line condenando la disrupción y cierres
de acceso a internet (trigésimo-octava sesión, 4 de julio de 2018, A/HRC/38/L.10/Rev.1)
Por otra parte, el derecho al acceso a internet y las nuevas tecnologías de comunicación posee una clara repercusión en el mundo laboral,
donde las asambleas de trabajadores y el uso del tablón de empresa, como herramienta de comunicación entre los trabajadores y sus
representantes, están quedando como una reminiscencia de la situación industrial de principios del s. XX. De este modo, se han venido
pronunciando sentencias -como la del Tribunal Constitucional español (sentencia núm. 281/2005, de 7 noviembre)- que reconocen el
derecho del sindicato a comunicarse a través del correo electrónico de la empresa, y se ha extendido el uso de las redes sociales como
herramientas de comunicación de los trabajadores.
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BARRIO ANDRÉS, M.: "El acceso a Internetcomo elemento cardinal del servicio universal de telecomunicaciones", en PAREJO
ALFONSO, L. y VIDA FERNÁNDEZ, J. (coords.): Los retos del Estado y la Administración en el siglo XXI. Libro homenaje al
profesor Tomás de la Quadra-Salcedo Fernández del Castillo. Editorial Tirant Lo Blanch, Valencia, 2017.
LUCENA CID, I. V.: “El derecho de acceso a internet y el fortalecimiento de la democracia” Revista Internacional de Pensamiento
Político – 1ª Época; vol. 9, 2014.
LUCCHI, N.: “Access to network services and protection of constitutional rights: recognizing the essential role of internet access for the
freedom of expression” Cardozo Journal of International and Comparative Law, Vol. 19, 2011, nº. 3.
MIRANDA BONILLA, H.: “El acceso a internet como derecho fundamental” Revista Jurídica IUS, Doctrina. n. 15, 2016.
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Analfabetismo
Economia
3. Analfabetismo digital
(Autor)
EDUARDO RIBEIRO CHOAIRI DOS SANTOS
Estudante de Ciências Econômicas
O analfabetismo digital deve ser entendido como o desconhecimento da informática e da tecnologia, seja por falta de acesso a
equipamentos como computadores e smartphones ou por falta de instrução sobre seu manuseio. Segundo o IBGE, em 2017 o percentual
de domicílios com acesso à internet no Brasil era de 74,9%, porém ainda assim existe uma parcela enorme da população com pouco ou
nenhum acesso à informática.
Esta falta de conhecimento de mídias sociais, programas de computador, e-mail e aplicativos de celular impõe um obstáculo quase que
intransponível para os trabalhadores que disputam lugar no mercado, principalmente quando das classes C e D. Na maior parte das vezes
as classes sociais menos favorecidas, sem poder aquisitivo acabam não tendo condições de acompanhar o desenvolvimento tecnológico e
têm ainda mais dificuldades para se colocar no mercado de trabalho.
Outro fator importante é o fato de que os postos de trabalho existentes atualmente são muito diferentes daqueles que existiam há décadas.
A indústria tradicional está se reinventando constantemente para incluir a tecnologia nas linhas de produção e, além disso, a indústria da
tecnologia lidera a economia global recente e é responsável pela maior parte das vagas de emprego em diversos países. A consolidação
da indústria de tecnologia, com empresas bilionárias como Google, Microsoft, Netflix e até mesmo startups menores, mas
completamente ancoradas na tecnologia requerem da sociedade profissionais capazes de liderar essa revolução tecnológica acontecendo
nas empresas em todo o mundo. Isto significa que os profissionais necessitam não somente do curso superior, como também domínio do
Inglês, e-mail, softwares de produtividade, programação, mídias sociais, entre outros.
É importante destacar a importância de termos um plano robusto para combater o analfabetismo digital, caso contrário encontraremos um
crescimento vertiginoso no número de desempregados nas próximas décadas. Segundo Silva, “A inclusão digital deveria ser fruto de
uma política pública com destinação orçamentária a fim de que ações promovam a inclusão e equiparação de oportunidades a todos os
cidadãos. Neste contexto, é preciso levar em conta indivíduos com baixa escolaridade, baixa renda, com limitações físicas e idosas. Uma
ação prioritária deveria ser voltada às crianças e jovens, pois constituem a próxima geração.”
Mesmo que este seja um problema no foco das políticas públicas, uma mudança considerável demanda tempo e investimentos grandes
em infraestrutura, cursos profissionalizantes, computadores em escolas, treinamentos para professores, entre outros. Além disso, é
imprescindível que o investimento seja constante dado que o mercado de trabalho e a indústria estão sempre em desenvolvimento,
criando tecnologias e utilidades para aumentar a produtividade dos seus colaboradores.
................................................................................................................................
A tecnologia, a exclusão digital, social e o mercado de trabalho. Disponível em:
https://deisemenezesadv.jusbrasil.com.br/artigos/333404375/a-tecnologia-a-exclusao-digital-social-e-o-mercado-de-trabalho.
SILVA, Antonio. Os três pilares da inclusão digital. Revista Espaço Acadêmico, 24 ed, 3º ano, maio de 2003.
Impacto da Exclusão Digital na Sociedade e no Mercado de Trabalho, Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia – SEGeT’2005
IBGE PNAD TIC 2017. Disponível em: https:/agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-
noticias/releases/23445-pnad-continua-tic-2017-internet-chega-a-tres-em-cada-quatro-domicilios-do-pais.
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Assédio moral
Bullying
Cyberbullying
4. Assédio moral
(Autor)
LANDIAL MOREIRA JÚNIOR
Mestre em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS; Pesquisador do Programa Universitário de Apoio às
Relações de Trabalho e à Administração da Justiça - PRUNART/UFMG.
Os estudos sobre assédio moral iniciaram em 1980, quando o alemão Heinz Leymann realizou uma pesquisa em diversas organizações na
Suécia e encontrou o fenômeno psicológico definido por ele de psicoterror ou mobbing. Ressalta-se que referido pesquisador preferiu o
uso de mobbing ao termo bullying, pois essa expressão foi originalmente empregada para se referir a situações de ameaça e agressão
física comum em escolas. Contudo, para a legislação brasileira, qual seja, Lei Federal n. 13.185, de 06 de novembro de 2015, que institui
o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying), este termo é mais amplo e pode abranger relação de trabalho e coação
moral – inclusive, quando tal ação é praticada na rede/internet, a lei nacional o conceitual como cyberbulling.
Existe uma diversidade de terminologias usadas para descrever este fenômeno, podendo citar: bullying, mobbing, assédio moral,
violência moral, terror psicológico, psicoterror, abuso emocional, comportamentos hostis, agressão no local de trabalho, comportamentos
aversivos. Uma das principais autoras sobre assédio moral na atualidade, a francesa Marie-France Hirigoyen, define assédio moral
laboral como “toda e qualquer conduta abusiva manifestando-se, sobretudo por comportamentos, palavras, atos, gestos, escritos que
possam trazer danos a personalidade, a dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa, pôr em perigo seu emprego ou
degradar o ambiente de trabalho”. Já para a brasileira Margarida Barreto, o assédio moral no trabalho acontece quando trabalhadores são
expostos a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas
funções. Sendo comum em relações hierárquicas autoritárias, nas quais predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de
longa duração, de um ou mais chefes dirigidas a um subordinado, desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a
organização. De acordo com Rosemary Gonçalves o assédio moral não é um processo mecânico e estático, ele é um fenômeno dinâmico
que se modifica e se desenvolve no tempo. O assédio moral é um acontecimento social complexo caracterizado por sua multi
casualidade, envolvendo aspectos psicológicos, interpessoais, organizacionais e ambientes. Ele pode advir de diferentes direções, como
por exemplo: vertical descendente (superior hierárquico ao subordinado), horizontal (entre pessoas do mesmo nível hierárquico), misto e
vertical ascendente (subordinado ao superior). Diversos são os focos para explicar da ocorrência do assédio moral no ambiente de
trabalho. Existem pesquisadores que focam nas características da personalidade dos agressores e vítimas, outros enfatizam a deficiência
no ambiente organizacional. Ou seja, não existe apenas a relação entre assediado e assediador (assédio moral interpessoal), há também
fatores organizacionais quepredispõem a ocorrência do assédio moral.
Referido assunto tomou tamanha proporção na sociedade que a Organização Internacional do Trabalho (OIT), no dia 21 de junho de
2019, em sua Conferência do Centenário, adotou a Convenção sobre Violência e Assédio com 439 votos a favor, 7 contrários e 30
abstenções, relembrando que a última Convenção aprovada pela OIT foi a Convenção de Trabalhadores Domésticos, em 2011.A
Convenção reconhece que a violência e o assédio no mundo do trabalho “podem constituir uma violação ou abuso dos direitos humano é
uma ameaça à igualdade de oportunidades, é inaceitável e incompatível com o trabalho decente”. Ainda, conceitua ‘’violência e assédio
no mundo do trabalho’’ como uma série de ‘’comportamentos e práticas inaceitáveis, ou ameaças, manifestadas uma ou repetidas vezes,
que visam, resultam ou provavelmente resultarão em problemas físicos, psicológicos, dano sexual ou econômico’’, e inclui violência
baseada em gênero e assédio. A nova norma internacional de trabalho visa proteger os trabalhadores e empregados, independentemente
de seu status contratual, e inclui ‘’pessoas em treinamento, estagiários e aprendizes, trabalhadores cujo emprego foi encerrado,
voluntários, candidatos a emprego e candidatos a emprego’’. Reconhece que “os indivíduos que exercem a autoridade, deveres ou
responsabilidades de um empregador” também podem ser sujeitos a violência e assédio. Ademais, deixa fica claro que a Convenção se
aplica à violência e ao assédio que ocorre no local de trabalho, sejam instituições públicas ou privadas, bem como quando o ato lesivo
ocorrer através de comunicações relacionadas com o trabalho pelo uso de tecnologias de comunicação, um grande avanço ponderando as
necessidades frente a Revolução Industrial 4.0.
.............................................................................................................................................
BARRETO, Margarida Maria Silveira. Assédio moral: risco não visível no ambiente de trabalho. 2008. Disponível em:
<http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1935&sid=3>. Acesso em: 10 de março de 2018.
GONÇALVES, Rosemary Cavalcante. O assédio moral no Ceará: naturalização dos atos injustos no trabalho. 2006. 109f. Dissertação
(Mestrado em Psicologia) – Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade de Fortaleza, Fortaleza, 2006,
HIRIGOYEN, Marie-France. Assédio moral: a violência perversa no cotidiano. 10. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008, p. 65.
LEYMANN, Heinz. The Mobbing Encyclopaedia: Psychological terrorization - the problem of terminology. 1996, p. 01. Disponível em:
<http://www.leymann.se/English/11130E.HTM>. Acesso em: 10 de março de 2018
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT). Convention Concerning the Elimination of Violence and Harassment in
the World of Work. Conferência Internacional do Trabalho, 108ª Sessão, 2019. Genebra.
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Autogestão
5. Autogestão
(Autor)
Tobias Hopf de Souza
Autogestão é a administração de um organismo pelos seus participantes, em regime de democracia direta. Em autogestão, não há a figura
do patrão, mas todos os empregados participam das decisões administrativas em igualdade de condições. Em geral, os trabalhadores são
os proprietários da empresa autogestionada. A autogestão não pode ser confundida com controle operário, que mantém a hierarquia e o
controle externo do organismo (ou da fábrica) por algum organismo ou instância superior (como um partido político).
Os conceitos de autogestão variam de acordo com as posições políticas ou sociais. O conceito anarquista de autogestão se caracteriza por
eliminar a hierarquia e os mecanismos capitalistas de organização envolvidos. Para outra concepção de autogestão, esta se caracteriza
como as relações de produção da sociedade comunista.
Para Abraham Guillén, um dos escritores revolucionários mais prolíficos da América Latina durante a década de 1960 e mentor
intelectual do revolucionário Movimento de Libertação Nacional do Uruguai, a autogestão só era realmente concretizada em sistemas
econômicos que se diferem do capitalismo, apontamento que deixa claro em sua passagem do livro Autogestão Hoje – Teorias e Práticas
Contemporâneas.
“Sem participação dos trabalhadores na gestão de suas empresas, sem intervenção dos consumidores nos mercados, sem que a
autoadministração una-se à cooperação e à autogestão, sem que os produtores diretos tenham direito de dispor do lucro de suas empresas,
não pode haver socialismo, mas outra forma de capitalismo, porém com menos acesso à divisão da mais-valia que sob o capitalismo, o
qual dá aos trabalhadores o direito de greve e a liberdade sindical, coisa que lhes foi negada nos países de socialismo de Estado (…). A
autogestão econômica, política e social, os autogovernos locais, regionais, integrados em uma Federação superior, as coletividades na
agricultura, a pequena e média empresa, as organizações de consumidores; constituiriam uma alternativa de modelo de desenvolvimento
econômico, tecnológico, cultural e social, superior ao capitalismo monopolista (…) e ao capitalismo de Estado (…). Uma proposta de
mudança (autogestionária, comunitária, cooperativa) é, sem dúvida, a criação de uma sociedade comunitária, onde prevaleça a liberdade,
a igualdade, a dignidade humana, o direito de o homem decidir tudo: em sua empresa, em sua localidade, em sua região, em seu país, em
uma sociedade auto-organização e não programada por tecnocratas, burgueses ou burocratas (…).”
Qual a importância da Autogestão no mundo do trabalho?
Tradicionalmente, as empresas têm considerado os colaboradores elementos passivos — isso é: trabalhadores que baseiam sua
contribuição na realização exclusiva das tarefas que são confiadas a eles. Entretanto, no atual mundo globalizado, o conceito de
autogestão representa as organizações que esperam algo mais de cada funcionário.
Tais instituições desejam que seus profissionais demonstrem iniciativa e sejam audaciosos ao proporem novas ideias ou enfrentarem
desafios.
Sendo assim, a autogestão é uma das melhores ferramentas de produtividade com as quais uma empresa pode contar. Ela simplifica as
tarefas de gerenciar a carga de trabalho e canalizar o possível estresse gerado na equipe (e, em última instância, no dia a dia da
organização).
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https://www.bellunotec.com.br/blog/o-que-e-autogestao-e-por-que-investir-na-autonomia-dos-seus-times/
https://editorafaisca.wordpress.com/varios-autores-autogestao-hoje-teorias-e-praticas-contemporaneas-2/
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Contrato de trabalho
Contrato de trabalho especial
6. Automatização
(Autor)
LEONARDO HENRIQUE SCHMITT
Ciências Econômicas.
A automatização nada mais é que a execução automática de tarefas industriais ou científicas sem intervenção humana intermediária,
podendo contemplar o mais simples processo ou o mais complexo. O intuito da automatização de processos é fazer com que os métodos
de trabalho sejam mais fáceis, sem a necessidade de execução manual, abrindo caminho para uma atuação automática, padronizada e
eficiente.
De acordo com Zuboff (1994, p. 82), escritora da revista de administração contemporânea, o processo de automatização acaba por
desencadear um entendimento ainda mais avançado sobre o processo em si.
“Uma vez automatizadas, as informações sobre os dispositivos próprios que aumentam o controle ou a continuidade geram novos fluxos
de dados que proporcionam uma oportunidade para desenvolver uma compreensão ainda mais profunda da operação.”
O âmbito do trabalho foi impactado diretamente a partir do avanço da eletrônica e dos sistemas computadorizados e robóticosque
passaram a ser automatizados. Um exemplo real, relacionado a automatização, que está prestes a mudar toda dinâmica do trabalho são os
Smart Contracts. Com a automatização dos contratos será possível agilizar os processos em diversas áreas, além de reduzir a mão de obra
até então necessária.
A crescente automatização dos processos produtivos, gerenciais e até mesmo no âmbito da tomada de decisão, com a evolução da
inteligência artificial, acabam ameaçando extinguir diversas profissões. Um estudo dos autores Frey e Osborne corroboram com essa
possibilidade, tendo em vista o surgimento de novos mecanismos automatizados.
Frey e Osborne (2013, p. 44) são incisivos nesse aspecto: "advanced robots are gaining enhanced senses and dexterity, allowing them to
perform a broader scope of manual tasks". Os autores convergem a essa concepção defendendo que, segundo Frey e Osborne (2013, p.
45): “more surprisingly, we find that a substantial share of employment in service occupations, where most US job growth has occurred
over the past decades (Autor and Dorn, 44 2013), are highly susceptible to computerization”.
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Zuboff. Automatizar/Informatizar: As duas faces da Tecnologia Inteligente. São Paulo: Revista de Administração de Empresas, 1994.
Associação Brasileira de Automação. Página institucional. Disponível em: <https://blog.gs1br.org/o-que-e-automatizacao-
https://blog.gs1br.org/o-que-e-automatizacao-de-processos/de-processos/>, Acesso em: 15 jun. 2019.
FREY, C. B.; OSBORNE, R. R. The Future of Employment: How Susceptible are jobs to computerisation? p.44, 2013.
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Profissional autônomo
7. Autônomo exclusivo
(Autor)
FERNANDA CABRAL DE ALMEIDA
Mestranda em Direito do Trabalho e Direito Previdenciário pela UERJ.
A figura do autônomo exclusivo ingressou na CLT por meio da Lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), através do artigo 442-B que
prevê “a contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou
não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º desta Consolidação”.
O trabalhador autônomo já era definido pela doutrina como aquele trabalhador que se diferencia do empregado especialmente pela
ausência da subordinação (DELGADO, M., 2015) e que se caracteriza como aquele trabalhador que organiza a forma de prestação do
labor mediante o uso de seus próprios instrumentos de trabalho e assumindo os riscos de sua atividade, com ou sem pessoalidade.
À luz do novo artigo 442-B da CLT, o trabalhador autônomo pode ser exclusivo ou não, pode prestar serviços contínuos ou não.
Portanto, o trabalhador autônomo exclusivo difere-se do autônomo clássico, na medida em que presta seu trabalho a apenas um tomador,
de forma contínua ou não.
O modelo toyotista de organização do trabalho, que nos acompanha desde a década de 1970, ao contar com as recentes inovações
tecnológicas e de comunicação, é o meio propício para a inserção de trabalhadores autônomos na estrutura organizacional das empresas,
sem que seja necessário aquele clássico modelo vertical de hierarquização. Em outras palavras, os trabalhadores recebem tarefas a
cumprir e são cobrados pelos frutos e pela qualidade do trabalho desenvolvido, tornando-se desnecessária a fiscalização imediata de sua
atuação.
Esta forma de organização do trabalho, regida pela ideia do just in time e fundamentada na produção enxuta, com a diminuição dos
estoques e a redução dos custos (DELGADO, G., 2015), favorece o trabalho autônomo.
O dispositivo celetista foi recebido com inúmeras críticas, que podem ser sintetizadas em três principais questões. Primeiramente, o
artigo valeu-se de conceito indeterminado, sem, contudo, se preocupar com a extensão de direitos e garantias a esses trabalhadores. Em
segundo lugar, o legislador perdeu a oportunidade de resolver o problema atinente à zona cinzenta que existe entre o trabalho e o
emprego, que é mais visível justamente no trabalho autônomo. E, por fim, valeu-se de um critério meramente formal para caracterizar
esta relação jurídica, a exemplo do que já havia feito, em 1994, quando inseriu o parágrafo único no artigo 442 da CLT, para determinar
que a simples associação à sociedade cooperativa exclui a existência de vínculo de emprego entre os cooperados e as cooperativas, ou
mesmo, entre os cooperados e os tomadores de serviços das cooperativas.
Ao se limitar a formalmente admitir a existência de um trabalhador autônomo exclusivo que preste serviços contínuos ou não a um único
tomador, o legislador acaba por excluir esses trabalhadores da proteção trabalhista, muito embora reconheça, pelos traços característicos
da exclusividade e da continuidade, por exemplo, que se tratam de trabalhadores que apresentam uma maior dependência econômica em
face daquele que toma seus serviços.
A proteção previdenciária também é afetada, pois, embora o contribuinte individual seja um filiado obrigatório da Previdência Social
(artigo 12, V, da Lei n. 8.212/91), a falta de mecanismos de controle dessa filiação leva a um cenário que revela uma baixa adesão desses
trabalhadores à segurança social. Dados da PNAD Contínua do IBGE revelam que, em 2017, 64,7% dos trabalhadores por conta própria
não contribuíam para a Previdência Social (DIEESE, 2018). Nada foi feito, na Reforma Trabalhista, para minorar esta adversidade.
Quanto ao problema da chamada zona grise ou zona cinzenta, não enfrentada pelo legislador, o que ocorre é que a subordinação em sua
acepção clássica, assim considerada como o controle do trabalhador através do comando e supervisão diretos do modo de trabalho, talvez
esteja anacrônica para capturar os novos modelos organizacionais. Ao rejeitar uma revisitação a este conceito, o legislador simplesmente
coloca à margem do estatuto protetivo uma camada significativa dos trabalhadores. Dados do IBGE demonstram que, em 2017, havia
aproximadamente 23 milhões de pessoas enquadradas como “trabalhadores por conta própria” (DIEESE, 2018).
Já a autonomia, que aparece como o oposto da subordinação, também em sua acepção mais clássica, é cada vez menos encontrada na
vida real. Gradativamente, os serviços são padronizados e controlados por sofisticados algoritmos, o que retira parte da autonomia dos
trabalhadores.
Entre esses dois extremos está a zona cinzenta entre o trabalho e o emprego, na qual
Trafegam as questões tormentosas da dependência econômica, da coordenação da atividade do trabalhador com a demanda ou
necessidade econômica do tomador de serviços, da exclusividade e pessoalidade do trabalho, porém distanciada dos centros produtivos,
do controle remoto, não menos rigoroso, seja da qualidade da produção, sejam dos métodos de trabalho, dentre outros. (DINIZ;
VARELA, 2017, p. 15).
O trabalhador autônomo exclusivo, portanto, é potencialmente mais exposto à dependência econômica, no que se distingue, por exemplo,
do autônomo clássico que presta serviços intelectuais ou artísticos. Deste modo, uma vez que se observa, na realidade, uma gama de
sujeitos que apresentam características variadas quanto ao grau de dependência em relação a um ou a poucos tomadores de trabalho,
também seria de se esperar que a proteção desses trabalhadores obedecesse a certa variação de garantias, em um esquema do tipo “maior
dependência / mais direitos” e “menor dependência / menos direitos”. A manutenção, portanto, da zona cinzenta entre o trabalho e o
emprego como tal apenas impede avanços neste sentido.
Um exemplo que poderia ter sido seguido pelo legislador brasileiro foi o que fez a Espanha, em 2007, ao promulgar o seu Estatuto do
Trabalho Autônomo (Ley 20, de 11.07.2007) que estabeleceu uma diferença entre o trabalhador autônomo comum (no qual se inclui o
empreendedor) e o trabalhador autônomo economicamentedependente (TRADE), garantindo a estes últimos um leque maior de direitos
trabalhistas, tais como o direito a férias (artigo 14), indenização pela extinção contratual (artigo 15), hipóteses de interrupção justificada
do trabalho (artigo 16) e submissão dos conflitos aos órgãos jurisdicionais sociais (artigo 17).
Finalmente, a última crítica a que nos referimos, a que diz respeito a ter o legislador se valido de um critério meramente formal para a
caracterização do trabalho autônomo, pode levar ao aumento no número de casos fraudulentos, sob a falsa percepção pelo tomador de
que a simples elaboração de um contrato escrito enquadrará automaticamente determinada relação em uma relação de trabalho autônomo.
Como se sabe, informa o direito do trabalho o princípio da primazia da realidade, segundo o qual o efetivo modo de prestação do trabalho
prevalece sobre a forma de contratação. Portanto, admitir um autônomo exclusivo que execute seu trabalho com subordinação jurídica
levará ao reconhecimento do vínculo de emprego mediante a aplicação do artigo 9º da CLT, segundo o qual “serão nulos de pleno direito
os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação”.
Portanto, conclui-se que, ao prever a figura do trabalhador autônomo exclusivo, quis o legislador trazer segurança jurídica para aquele
que contrata este trabalhador, mediante a expressa previsão legal de que o mesmo não se enquadraria como empregado. Contudo,
passaram ao largo da discussão eventuais medidas que poderiam garantir a esses trabalhadores, economicamente mais frágeis, justamente
por se filiarem a um único tomador, o acesso ao trabalho digno, o que inclui a Previdência Social, constitucionalmente previsto (artigos
1º, III e IV, e 6º, da Constituição Federal).
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DELGADO, Gabriela Neves. Direito fundamental ao trabalho digno. 2ª. Ed. São Paulo: LTr, 2015.
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho. 14ª ed. São Paulo: LTr, 2015.
DIEESE, Boletim Emprego em Pauta . Número 08 – julho 2018. Disponível em:
<https://www.dieese.org.br/boletimempregoempauta/2018/boletimEmpregoEmPauta8.html>. Acesso em: 20 jun., 2019.
DINIZ, Ana Paola Santos Machado; VARELA, Maria da Graça Bellino de; DE ANTUNES, Athayde. Doutor, por que sou trabalhador
autônomo? In: Revista Eletrônica do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia: ano V, n. 9, out. de 2017.
RIVAS VALLEJO, Pilar. O estatuto do trabalho autônomo: uma revolução na regulamentação do trabalho dependente na Espanha. In:
Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, Belo Horizonte, MG, v. 46, n. 76, p. 155-196, jul./dez. 2007.
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Economia
Globalização
Rede social
8. Big Data
(Autor)
MARINA SANCHO LÓPEZ
Doctora en Derecho por la Universitat de València.
Denominamos Big data al almacenamiento, tratamiento y transferencia de datos a gran escala a través de las tecnologías de Internet. En
la globalización del siglo XXI, las innovaciones tecnológicas junto con el nuevo modelo económico y social, han hecho proliferar
enormes cantidades de bases de datos físicos, pero también de datos intangibles a priori, pero convertidos mediante algoritmos en
información digital.
Las nuevas tecnologías inteligentes funcionan a partir de datos y metadatos –los metadatos son datos sobre los propios datos, además de
qué y quién, dan respuesta al cuándo, cómo, dónde… permitiendo crear catálogos de ficheros de datos con el objetivo de explotarlos
posteriormente, por ejemplo, para fines publicitarios–. Estos datos y metadatos se consiguen, generalmente, a través de las App que se
descargan en los dispositivos inteligentes que cada vez exigen con más frecuencia acceso a información personal para proceder a la
instalación.
Asimismo, los metadatos también pueden inferirse de la interacción del usuario en redes sociales (como ejemplo, los botones de “me
gusta” en Facebook o los “like” de Instagram), lo que se ha denominado como “información de la información” (seguimiento de las
páginas consultadas por el usuario, la geolocalización o sus hábitos de consumo) cuyo valor de mercado ha crecido exponencialmente en
los últimos años, ya que permite trazar un perfil digital de la persona.
La información surgida del Big Data se recoge en bancos de datos (data bank) que contienen información relativa a nuestra identidad
(nombres, lugar de residencia, profesión, estado civil, propiedades…) así como otra información personal tan diversa como la religión,
ideología, clase social, salud… La información, en el primer caso, se obtiene de registros públicos o privados y por ello podría decirse
que es “real” mientras que, en el segundo caso, se obtiene a través de otros parámetros -no siempre fiables- como las pautas de
comportamiento, preferencias culturales o patrones de consumo.
Por ello, puede diferenciarse entre los datos estructurados (aquellos que provienen de fuentes de información conocidas y que, por tanto,
son fáciles de medir y analizar en los sistemas tradicionales) y los datos no estructurados (aquellos que, pese a no contar con una
organización interna identificable, pueden aportar mucha más información relevante). Y, entre los unos y los otros hay un gran número
de datos de carácter personal, pues contienen información que permiten identificar a un sujeto.
En cuanto a los datos personales, normalmente se sigue una triple clasificación que distingue, en primer lugar, los Smart data, en
referencia a los datos masivos que han sido previamente procesados y analizados para responder a una necesidad particular. En segundo
lugar, encontramos los Identity data, cuya importancia es mayor dado su uso comercial, en tanto que contienen información personal de
la ciudadanía y permiten desarrollar modelos predictivos. Esta modalidad de datos viene a describir la personalidad del ciudadano en el
mundo digital, incluyendo contenido de redes sociales, hábitos comerciales, análisis de su comportamiento online, etc. Finalmente,
relacionados con estos últimos, aparecen los People data, creados a partir de su agregación continuada y progresiva a lo largo de un
espacio de tiempo concreto.
Los distintos tipos de información privada permanecen almacenados en enormes bases de datos con el objeto de interrelacionarlos entre
sí para lograr aumentar exponencialmente la información a obtener y, de ese modo, obtener un mayor rendimiento económico. Es lo que
llamamos agregación: conformar el perfil de una persona a través de la triangulación y organización de la información que se ha
obtenido sobre ella, generando nuevos datos sobre un individuo.
Denominamos data mining al proceso empleado para la filtración de los datos para el cuál se emplean softwares específicos que se
encargan de cruzarlos atendiendo a los parámetros idóneos de acuerdo con una finalidad concreta, quedando almacenados nuevamente
con la información obtenida (y así sucesivamente). Así pues, unos mismos datos pueden clasificarse según distintos parámetros y, en
consecuencia, pueden formar parte de infinidad de bases de datos.
Sin duda la proliferación de Internet ha jugado un papel esencial en la configuración del Big Data en tanto que ha logrado aumentar
exponencialmente el tráfico de información a través de la interconexión mundial de bases de datos. Hoy en día puede afirmarse que los
datos se han convertido en una materia prima para el Mercado, en un factor trascendental capaz de crear una nueva forma de valor
económico. Y esto parece ser sólo en principio, en tanto que el cambio de paradigma representado por el Big data puede rivalizar en
significación con otras etapas de cambio de signo histórico, como por ejemplo la atribuida a la denominada revolución industrial. Ello,
no obstante, puede comportar peligrospara algunos derechos fundamentales, como, por ejemplo, la intimidad (de ahí que se haya
acuñado el término Dataveillance) o la libertad de participación en los asuntos democráticos (como demostró el escándalo de Cambridge
Analytica). En cuanto al Derecho del Trabajo, el Big Data está empezando a desempeñar un cuestionable papel en este campo,
principalmente por lo que respecta a las decisiones automatizadas en relación a la contratación, despidos, ascensos, etc., con la única
interacción de los algoritmos y la inteligencia artificial, pudiendo comportar situaciones injustas y hasta discriminatorias.
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HARCOURT, Bernard. “Governing, Exchanging, Securing: Big Data and the production of a digital knowledge”, Public Law and Legal
Theory Working Paper Group, Columbia Law School, 2014, p. 20.
MAYER-SCHÖNBERGER, Victor.; CUKIER, Kenneth. Big data. La revolución de los datos masivos, Turner, Madrid, 2015, p. 18.
MORENO MUÑOZ, Miguel. “Privacidad y procesado automático de datos personales mediante aplicaciones y bots”, Dilemata, n. 24,
2017, p. 9.
TRONCOSO REIGADA, Antonio. La protección de datos personales. En busca del equilibrio, Tirant lo Blanch, Valencia, 2010, p. 43.
SOLOVE, Daniel. “A Taxonomy of Privacy”, University of Pennsylvania Law Review, Vol. 154, nº 13, pp. 477 ss.
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Identificação biométrica
9. Biometria
(Autor)
GUILHERME CARCUCHINSKI FEIJÓ
Graduando em Ciências Contábeis – UFRGS.
A biometria é uma ciência que estuda maneiras de identificar padrões nos seres vivos e adquirir dados e, consequentemente estatísticas
concretas e aplicá-las nos mais diversos métodos, atualmente ela é majoritariamente usada para o reconhecimento automatizado, quando
estamos nos referindo a identificação facial ou a certificação biométrica, que atualmente são os modos mais eficientes de se identificar
uma pessoa e é utilizado principalmente no processo de eleições e na segurança em geral.
Este estudo, diferente do que habitualmente se pensa, não se resume ao estudo das digitais, incluindo a geometria da mão, as veias do
corpo, o formato da face, a retina, o DNA, os batimentos cardíacos, o odor, e muitos destes traços biológicos já foram estudados e
aplicados em outras funções como por exemplo a termografia que é utilizada em procedimentos médicos, detectores de mentira e até
radares de uso militar.
A palavra biometria vem do latim (bio + metria) e significa, literalmente, medição da vida. Este estudo tecnicamente ocorre deste o
início da sociedade pois até mesmo ao identificar um familiar ou amigo ao reconhecer seu rosto, porém sua aplicação tecnológica
começou pouco antes do século XX através do estudo das digitais, quando Francis Galton através de seu estudo sobre gêmeos idênticos
verificou que uma das poucas discrepância entre eles eram suas digitais, e em pouco tempo este modo de identificação se popularizou e
consequentemente, se tornou utilizado por departamentos de polícia ao redor do mundo.
Hoje em dia a certificação digital é utilizada nas eleições presidenciais, o que representa a sua alta confiabilidade e precisão. A mesma
coisa pode ser observada no reconhecimento facial que é muito utilizado pela polícia quando deseja identificar um suspeito em uma
gravação de dias, trabalho este que seria inviável se feito manualmente.
Apesar de tudo, a aplicação mais cotidiana e usual da biometria se faz presente, através da certificação digital que é muito utilizada por
médias e grandes empresas para controlar o ponto eletrônico de seus funcionários, garantindo que o mesmo se faça presente no horário
adequado mesmo que não haja nenhum superior por perto. Este sistema de identificação é barato e totalmente seguro pois é impossível
de ser enganado, visto que ele identifica uma medida biológica do ser, e não pode ser furtado como uma chave ou cartão. Empresas que
lidam com informações confidenciais ou bens preciosos também utilizam esta verificação, bem como leitores de retina para controlar o
acesso de visitantes ou funcionários sem permissão.
A biometria é uma área muito pouco explorada e suas aplicações são infinitas de modo que assim como hoje conseguimos utilizar o
reconhecimento facial, em questão de anos pode se tornar possível identificar o dia em que foi tirado uma foto através do
reconhecimento da posição dos astros no céu ou até o tempo de vida restante de uma pessoa, pois "não existem dois eventos exatamente
iguais se medidos com um grau suficiente de precisão" (PEARL, 1923, p. 264)
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Artigo da Sinfic S.A. sobre a história da biometria: Disponível em: http://www.sinfic.pt/SinficWeb/displayconteudo.do2?numero=25030
PEARL, Raymond. Introduction to medical biometry and statistics. Philadelphia and London, W. B. Saunders company, 1923.
PDF sobre a certificação digital por Marco César Chau; Neokoros Brasil LTDA: Disponível em: http://neokoros.com/home/wp-
content/uploads/2013/08/biometria.pdf
Definição de biometria pelo dicionário Aurélio, Disponível em: https://dicionariodoaurelio.com/biometria
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Blockchain
Moeda eletrônica
10. Blockchain
(Autor)
Henrique Goulart Brauner
O termo “Blockchain” (protocolo de segurança) surgiu por volta de 2008, junto com a criação do bitcoin, a partir do artigo Bitcoin, um
sistema financeiro eletrônico. Embora o bitcoin não tenha popularizado, o sistema por trás chamou a atenção, visto com muito potencial
disruptivo. É uma tecnologia baseada em registros distribuídos, principalmente de transações de moedas virtuais (normalmente), visando
a descentralização dos dados como medida de segurança e funcionando como um livro razão público. Através do blockchain é possível
extrair informações de quem enviou ou recebeu bitcoins, sua quantia, etc.
O blockchain é uma rede interligada por blocos seguros, que carregam dados consigo e possuem uma impressão digital própria. O bloco
seguinte criado, possui as informações contidas no bloco anterior, mais os próprios dados, formando então um novo conjunto de
informações e nova impressão digital.
O blockchain possui características essenciais para “seu bom funcionamento, são eles:
-Distribuído: como dito anteriormente, o blockchain se baseia na descentralização da informação, através do armazenamento de dados
em milhares de dispositivos, comumente chamados de nodes. Cada node é capaz de fazer cópias desses dados, caso haja falha em um
desses nodes, por exemplo ficar off-line, não afeta a rede no geral por haver cópias deste dado.
-Estabilidade: uma vez registrados no blockchain, estes dados dificilmente serão removidos ou alterados. Desse modo, torna-se um bom
meio para registros, principalmente financeiros (bitcoins na maioria das vezes), uma vez que toda informação contida no blockchain é
rastreada e permanentemente registrada, impedindo quase que todas possíveis ações fraudulentas.
-Sistema Trustless: através do blockchain, as transações não necessitam de um mediador, como os bancos, visto que a rede distribuída de
nodes utiliza o processo de “mineração”.
-Outras vantagens: maior controle pelos usuários, banco de dados completos e consistentes, menor custo por transações, uma vez que
elimina intermediários…
Apesar de estar ligado ao surgimento de criptomoedas, o blockchain possui diversos usos, por tratar-se de um grande banco de dados,
como sua utilização na área da saúde, cartórios e no compartilhamento de dados na esfera da administração pública
Com o crescimento dessa nova tecnologia, cresceu junto a oferta de vagas em profissionais da área de TI,software de computador e site
de Internet, tendo como mais buscados àqueles com habilidades em criptomoedas e node.js, por exemplo. Cabe destacar que este
mercado aumentou cerca de 33 vezes no ano de 2018, visto que é um mercado ainda novo, mas que busca expandir-se cada vez mais.
Em suma, o blockchain é uma tecnologia nova que tende a facilitar as trocas, principalmente financeiras, fora do limite organizacional,
além disso, como uma ferramenta de minimização de custos, uma vez que elimina intermediários, dentre diversas outras utilizações que
transpassam o imaginário. Além disso, tem como características principais a imutabilidade dos dados, segurança e descentralização das
informações. Vale lembrar que é uma tecnologia muito nova e em fase de desenvolvimento, ou seja, não há formas simples de serem
implantadas e ainda é pouca conhecida pelas pessoas, para que possa fazer seu uso e até mesmo incentivar seu desenvolvimento.
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https://www.researchgate.net/publication/327060805_Desmistificando_Blockchain_Conceitos_e_Aplicacoes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Blockchain. Acessado em:
https://tecnoblog.net/227293/como-funciona-blockchain-bitcoin/
https://foxbit.com.br/o-que-e-blockchain/
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Acidente de trabalho
Doença do empregado relacionada ao trabalho
11. Burnout, oms e trabalho digital
(Autor)
BEATRIZ PEREIRA DOS SANTOS
Mestranda em Direito do Trabalho e Previdenciário pelo PPGD-UERJ.
A Síndrome de Burnout foi detalhada na 11ª Revisão da Classificações Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da
Saúde (OMS). Segundo este protocolo de doenças, burnout é uma “síndrome conceituada como resultante do estresse crônico no local de
trabalho que não foi gerenciado com sucesso”. Em razão da inclusão desta doença, a OMS declarou estar prestes a iniciar o
desenvolvimento de diretrizes baseadas em evidências sobre o bem-estar mental no local de trabalho.
A Síndrome de Burnout pode ser definida como a exaustão emocional que ocorre frequentemente entre indivíduos que trabalham com
pessoas, marcados por sentimentos crescentes de exaustão emocional (MASLACH; JACKSON, 1980). Outros autores dão maior ênfase
à síndrome estar vinculada à persistência do estresse vinculado a situações laborais, resultante da “constante e repetitiva pressão
emocional associada com o intenso envolvimento com pessoas por longos períodos de tempo” (CARLOTTO, 2002, p. 21). 
De acordo com Mary Carlotto e Lilian Palazzo (2006), a síndrome se manifesta em três diferentes dimensões. A primeira é a exaustão
emocional, que provoca uma sensação de esgotamento de recursos, falta de energia, de empolgação, a que podem se somar a frustração e
a tensão. A segunda dimensão é a despersonalização, definida por “uma insensibilidade emocional, que faz com que o profissional trate
os clientes, colegas e a organização de maneira desumanizada” (CARLOTTO; PALAZZO, 2006, p. 1018), característica especialmente
perigosa quando a síndrome é desenvolvida no setor de atendimento médico de cuidados intensivos. Por fim, a terceira dimensão é uma
diminuição da realização pessoal no trabalho, marcado por uma autoavaliação negativa, infelicidade e insatisfação profissionais, que
podem se manifestar em queda nos resultados do trabalho e até aumento da rotatividade e absenteísmo na empresa.
Se a desumanização pode ser uma reação provocada pela síndrome de burnout, o trabalho digital proporciona por si só um
distanciamento interpessoal. No entanto, a síndrome também se manifesta em trabalhadores que não tem contato direto com clientes. O
call center, por exemplo, é formado por uma série de telefones automáticos, computadores, bem como por atendentes humanos. Não raro
o operador de telemarketing sofre com respostas agressivas, que se somam a jornadas de trabalho ampliadas, um ambiente de trabalho
muito controlado, autonomia limitada para resolver problemas, além do trabalho ser marcado por atividades monótonas e repetitivas, sob
imposição de regras restritivas e pouca flexibilidade. Assim, podemos notar que o trabalho remoto ou propriamente digital pode
submeter os trabalhadores aos riscos de acometimento da síndrome de burnout, porque os riscos psicossociais do trabalho estão ligados
ao planejamento, organização e gerenciamento do trabalho, seu meio ambiente e aos contextos sociais que podem gerar danos físicos,
sociais ou psicológicos. A forma de trabalho pode gerar um distanciamento da relação com os clientes, mas, ainda assim, estudos
apontam que trabalhadores digitais também desenvolvem a síndrome.
Burnout é uma resposta individual a situações percebidas como intoleráveis: o trabalhador percebe o hiato que existe entre as demandas
dos clientes e os recursos que são colocados à sua disposição e o resultado é uma sensação de impotência, por não poder fazer algo que
possa ajudar ou resolver. Essa sensação é um gatilho para ativar a válvula psicológica de distanciamento (D'ALLEO; SANTANGELO,
2011). O distanciamento provocado pelo meio de trabalho digital, no entanto, não afasta o fato de que ainda se faz presente a relação
entre dois seres humanos na relação de atendimento e, assim, se o meio ambiente de trabalho não promover a saúde dos trabalhadores,
estarão presentes os fatores de risco para desenvolvimento da doença.
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CARLOTTO, Mary Sandra. A síndrome de Burnout e o trabalho docente. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 7, n. 1, p. 21-29, jan./jun.
2002.
CARLOTTO, Mary Sandra; PALAZZO, Lilian dos Santos. Síndrome de Burnout e fatores associados: um estudo epidemiológico com
professores. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 22(5): p. 1017-1026, maio, 2006.
D'ALLEO, Girolamo; SANTANGELO, Antonino. Organizational climate and burnout in call-center operators. Procedia – Social and
Behavioral Sciences 30 (2011). Published by Elsevier Ltd. p. 1608-1615. 
MASLACH, Christina; JACKSON, Susan E. The measurement of experienced burnout. University of California, Berkeley. Journal of
Occupational Behavior 1981; 2:99-113. 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Síndrome de burnout é detalhada em classificação internacional da OMS. ONU Brasil.
Disponível em: <https://nacoesunidas.org/sindrome-de-burnout-e-detalhada-em-classificacao-internacional-da-oms/>. Acesso em: 28 jun.
2019.
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Organização internacional do trabalho
Técnicas organizativas e de produção
12. Cadeias globais de valor
(Autor)
ALDACY RACHID COUTINHO
Doutora em Direito e Professora Titular aposentada na UFPR, Professora da UNIVEL.
Cadeias Globais de Valor (CGVs) se constituem um conjunto de atividades coordenadas e consecutivas assim como de pessoas
envolvidas em um processo de produção de bens ou prestação de serviços destinados ao mercado, empreendido em um ambiente
geograficamente transfronteiriço, abrangendo desde a concepção, o design, os insumos, sua transformação e distribuição até o
consumidor final, com a criação e captura de valor agregado em cada etapa. Será considerada como global por ter suas atividades
desenvolvidas sob a perspectiva de uma economia alocada em nível mundial e não nacional ou regional. A expansão mundial para além
dos limites locais ou regionais e o fatiamento dentro das cadeias de suprimento é facilitada pelas inovações e desenvolvimento da
tecnologia de informação e comunicação.
Cadeia global de valor se distingue da noção conceitual de cadeia produtiva, porquanto esta se restringe a um conjunto de etapas
sequenciais e concatenadas de transformação de insumos em bens e serviços que desconsidera a questãodo valor adicionado durante o
processo produtivo segmentado. Nas cadeias globais de valor há um sistema complexo de valor que vai sendo adicionado em cada
estágio da cadeia produtiva. O produtor de cada segmento ou etapa adquire seus próprios insumos e adiciona valor ao bem intermediário,
assim como a remuneração do trabalho e o lucro, que passam então a compor os custos inseridos e internalizados projetados para a
próxima etapa dentro do processo de integração produtiva.
A cadeia global de valor é integrada por atividades ditas primárias, a exemplo da logística de entrada, as operações, a logística de saída,
marketing e vendas e serviços e, ainda, por atividades de apoio e auxílio direto ou indireto à execução daquelas, como a infraestrutura da
empresa, a gestão de pessoas, o desenvolvimento da tecnologia e a aquisição de matéria-prima, bens e serviços distribuídos e realizados
em distintos lugares ou países.
A cadeia envolve uma rede de firmas que, sob a forma coordenada, se constituem os elos concatenados com repartição de valores ao
longo do processo em busca da maior eficiência e vantagens competitivas. O fenômeno da fragmentação não se reduz exclusivamente a
uma divisão internacional de atividades por especialização ou de estratégia de organização técnica distribuída em distintos países. A
decisão da distribuição geográfica das atividades pode ser tomada a partir de uma estratégia relacionada com o mercado consumidor,
quer por sua localização e proximidade, quer pelo seu tamanho e extensão, ou pela análise do custo de produção e comércio.
Na cadeia produtiva, a gestão da cadeia de suprimentos/cadeia logística ou supply chain management, que engloba cada uma dessas
etapas que abrange todo o processo, desde a extração da matéria prima, passando pela sua transformação, transporte, armazenamento,
embalagem, até a entrega ao consumidor final ou cliente e seu atendimento, incluindo o controle financeiro e o marketing, pressupõe a
atuação e interação de uma empresa, pequena, média ou multinacional, ou mesmo de um grupo de empresas. Na tipologia tem-se cadeias
globais de valor lideradas por compradores, chamadas de buyer-led, ou por produtores, nominadas como producer-led. No tocante à
governança, tem-se a organização em buyers-driven ou demand-driven e supply-driven, ou governança em rede, modular, relacional ou
cativa.
A adoção de políticas de incentivo se voltam para duas perspectivas, não excludentes, nem opostas: uma, considerada como top-down,
voltada à governança e posição das empresas líderes nas cadeias globais de valor; e outra, indicada como bottom-up ou upgrade,
direcionadas à presença de empresas integrantes em busca de melhores resultados dentro da própria cadeia de suprimento,
principalmente as mais vulneráveis à substituição, situação que envolve inclusive a questão da possibilidade de absorção de tecnologia.
Resulta do surgimento das Cadeias Globais de Valor um incremento da exportação de bens intermediários no comércio internacional.
Para a Organização Mundial do Comércio (OMC), Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a
Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNTACD) e o Banco Mundial, as cadeias globais de valor,
geradoras de externalidades positivas, presentificam o modelo paradigmático contemporâneo de organização da produção industrial, do
setor de serviços e do comércio internacional. Dentre os benefícios indicados e comprovados estaria o fato de que a maior participação
dos países nas cadeias globais de valor acarreta um incremento nas suas taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) per capita,
a par de permitir a modernização de métodos de gestão e o incremento da capacidade industrial.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) reconhece igualmente impactos de melhoramento sociais e econômicos no emprego, nas
condições de trabalho, além de incremento das habilidades e competências laborais. Todavia, externaliza preocupação nestas estruturas
complexas e dinâmicas com a qualidade dos postos de trabalho ofertados, com o respeito aos direitos dos trabalhadores e sua efetividade,
de mesmo modo que com a atribuição e assunção de responsabilidade sobre as relações de trabalho nos processos de externalização:
“Estas circunstancias podrían afectar negativamente las condiciones de trabajo decente si las empresas y los países buscan aumentar su
ventaja comparativa presionando a la reducción de costos laborales, en vez de buscar formas de inversión y estrategias orientadas a
aumentar el valor añadido y a fomentar su ventaja competitiva” (OIT, 2016, p.14)
Dependendo da política tributária de cada país, cadeias globais de valor com mais estágios produtivos segmentados e independentes, a
exemplo das industriais, ou cadeias mais enxutas, como a de serviços, se comprarem de diversos fornecedores especializados os insumos
que necessitam - matéria-prima ou bens intermediários - ou se mantiverem a titularidade própria em mais segmentos durante o processo
de produção, poderão ter cargas tributárias mais ou menos onerosas. Cadeias de produção mais longas, ainda que mais eficientes, por
introduzirem e dependerem de um maior número de fornecedores especializados, poderão levar ao mercado produtos ou bens com preços
mais elevados, salvo se a tributação adotada por um país for a de um imposto que anule a cumulatividade de sua incidência.
A financeirização do capital e, ainda, o estreitamento dos vínculos de comércio e investimento, projeta na estrutura das cadeias globais
de valor uma dimensão de poder dos agentes envolvidos identificado na primazia do resultado de criação de valor destinado aos
acionistas e controladores financeiros que garantem seus ganhos sob a forma de renda.
Muitos desafios se apresentam, sendo o mais importante o de assegurar que a atuação das cadeias globais não seja apenas uma estratégia
de redução de riscos e diminuição dos custos de transação. Isto porquanto não acarretam apenas decisões de tendência de outsourcing ou
offshoring, senão principalmente de interdependência entre os agentes econômicos e mercados, o que representa o acirramento da
exploração existente dentro da própria cadeia e, do mesmo modo, maior competitividade com o deslocamento de parte de sua produção
para outros países, acarretando efeitos no tocante a inserção das economias dos países.
A concorrência no mercado passa a se dar, também, entre cadeias competitivas e não mais entre empresas. Dentro da cadeia, a
distribuição do valor agregado entre os partícipes tende à assimetria, eis que em geral os detentores de ativos intangíveis, tal como a
marca ou a pesquisa, presentes sobretudo em países desenvolvidos, se situam em uma condição mais vantajosa em relação ao valor
adicionado; o resultado é que os países em desenvolvimento (PED), que realizam atividades de menor qualificação, com menos
produtividade e pagando salários mais baixos, sujeitos à maior competitividade, se tornem ainda mais vulneráveis.
Desta forma, o esforço centra-se no sentido de que se deve incorporar pequenas e médias empresas de países em desenvolvimento (PED)
para que participem da cadeia em níveis de sustentabilidade e com transferência e incorporação de tecnologia, conhecimento e níveis de
garantias de direitos aos trabalhadores, alargando standards civilizatórios já conquistados nos países desenvolvidos.
A estratégia de industrialização, de política comercial e de crescimento econômico necessariamente transita por políticas de inserção em
cadeias globais de valor, em um ambiente de abertura de economias em desenvolvimento que leve em conta o impacto na criação de
empregos, na redução da pobreza, na preservação do meio ambiente e com implementação de direitos humanos.
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BENITO, Gabriel R. G.; PETERSEN, Bent; WELCH, Lawrence S. The global value chain and internalization theory. Journal of
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NONNENBERG, Marcelo José Braga. Participação em cadeias globais de valor e desenvolvimento econômico. Boletim de Economia e
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STURGEON, Timothy; GUINN, Andrew; ZYLBERBERG, Ezequiel. A indústria brasileira e as cadeias globais de valor. Rio de Janeiro:
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UNCTAD – UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELOPMENT. Global supply chains: trade and economic
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Software
13. Chatbot
(Autor)
RAFAEL EUCLIDES SEIDEL BATISTA
Especialista em Direito Internacional e Econômico pela UEL e especialista em Relações Internacionais Contemporâneas pela UNILA,
advogado no escritório Bertolucci Torres Advocacia, rafael@bertoluccitorres.advbr
Chatbot é uma expressão em inglês (chat, “papo; conversa”; bot, ou robot, “robô”) que designa um tipo de aplicação de NLP ou NLU
(Natural Language Processing, ou Processamento de Linguagem Natural ou; Natual Language Understanding, ou Compreensão da
Linguagem Natural), campos estes pertencentes aos estudos da Inteligência Artificial e que cuidam em compreender a linguagem
humana aplicada aos computadores.
Dentre as aplicações da NLP, há aquelas que se designam a transformar a linguagem humana em solicitações ou mesmo comandos,
como é o caso do chatbot, que são utilizados para criar uma forma de diálogo entre o usuário humano e o computador. Não há uma
tradução para o português do termo chatbot, o que seria literalmente traduzido para “robô de conversação”.
Nesse sentido, o chatbot nada mais é do que um tipo de software de inteligência artificial que é capaz de simular uma conversação (ou
um chat), especialmente por meio da internet, seja oral ou escrita, com um usuário por meio de linguagem natural seja através de
aplicativos de mensagens, sites, aplicativos móveis ou mesmo por telefone.
Geralmente, na atualidade, os chatbots são utilizados de maneira a otimizar a interação entre usuários e sistemas virtuais, especialmente
dentre aqueles voltados para o comércio de bens e serviços. Entende-se que essas aplicações de inteligência artificial podem trazer um
contato aprofundado entre o consumidor e a plataforma do fornecedor, vez que são capazes de diminuir períodos de espera para
atendimentos, assim como designar, dentro da plataforma, os melhores canais e formas de solucionar demandas trazidas pelos
consumidores.
Assim, os chatbots podem economizar o tempo e esforços, seja do consumidor ou do fornecedor, por meio da automatização de suporte
ao usuário/cliente. De acordo com uma das maiores consultorias empresariais do mundo, estima-se que até 2020, por volta de 25% dos
serviços voltados para o atendimento ao consumidor serão feitos por meios de assistentes virtuais.
Não obstante o massivo uso de chatbots no atendimento a consumidores, essa tecnologia tem tido aplicações desenvolvidas para outros
campos. Coleta de informações, organização e gestão empresarial e gerenciamento de custos, dentre outras aplicações, são alguns
exemplos de maneiras de se utilizar os chatbots atualmente.
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ANADEA. What is a Chatbot and How to Use It for Your Business. Jan. 2018. Disponível em: <https://medium.com/swlh/what-is-a-
chatbot-and-how-to-use-it-for-your-business-976ec2e0a99f>. Acesso em: 21 jul. 2019.
EXPERT SYSTEM. What exactly is a chatbot? Disponível em: <https://www.expertsystem.com/chatbot/>. Acesso em: 21 jul. 2019.
GARTNER. Gartner Says 25 Percent of Customer Service Operations Will Use Virtual Customer Assistants by 2020. Fev. 2018.
Disponível em: <https://www.gartner.com/en/newsroom/press-releases/2018-02-19-gartner-says-25-percent-of-customer-service-
operations-will-use-virtual-customer-assistants-by-2020>. Acesso em: 21 jul. 2019.
STATDOBLER, Juliano. Classificação Natural de Linguagem e chatbots. Out. 2017. Disponível em:
<https://medium.com/@julianostatdlober/classifica%C3%A7%C3%A3o-natural-de-linguagem-e-chatbots-bb43ae5de34e>. Acesso em:
21 jul. 2019.
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Comunicação digital
Meios de comunicação
14. Ciberespaço
(Autor)
DANIEL BERTOLUCCI TORRES
Mestre em Direito pela FDUSP, advogado no escritório Bertolucci Torres Advocacia, daniel@bertoluccitorres.adv.br
Ciberespaço, termo derivado do inglês cyberspace (cyber, “relacionado a computadores e internet”; space, “espaço”), foi cunhado
inicialmente em 1982 pelo autor William Gibson em uma ficção de sua autoria, publicada inicialmente na revista OMNI e
posteriormente em seu livro Neuromancer, de 1984. Nesta história de ficção-científica, o autor icônico do movimento cyberpunk
designou o ciberespaço enquanto uma rede de computadores em um mundo dominado pela inteligência artificial. Popularmente, teve sua
utilização intensificada por volta dos anos de 1990’s quando, pelo senso comum, pessoas designavam este vocábulo enquanto o
ambiente, ou localidade, onde pessoas interagiam enquanto usavam a internet.
Atualmente, designa um espaço amorfo, virtual, constituído por meio de ligações (links) entre computadores e outros dispositivos
eletrônicos (sejam eles servidores de diversos tipos, roteadores e outros componentes da internet) conectados à internet. É neste
“ambiente” virtual, ou seja, não existente no mundo físico, que toda a interação por meio da internet ocorre. Sejam jogos, comunicações
via mensagem, redes sociais, blog, grandes portais de comunicação, dentre outros meios de câmbio de informação da internet, toda a
interação entre usuários da internet ocorre no ciberespaço.
É de se notar que, por sua natureza virtual, o ciberespaço não está presente, ou circunscrito, a nenhuma jurisdição propriamente dita. No
entanto, é possível realizar, por meio de tecnologias diversas, o controle de acesso de usuários da internet de uma determinada jurisdição
em determinado ciberespaço. Isso quer dizer que, usuários da internet podem sofrer restrições de acesso a setores do ciberespaço caso um
determinado governo decida proibir ou banir esse tipo de acesso aos usuários da internet que estão em seu território.
Não é por acaso que, desde 1990, há uma discussão sobre a liberdade individual dentro do ciberespaço. Assim como pontuou John Perry
Barlow, em 1996, no seu célebre manifesto “A Declaração de Independência do Ciberespaço”, governos não deveriam ter qualquer tipo
de controle em meio ao ciberespaço, uma vez que os conceitos tradicionais que vinculam o poder soberano de um Estado não se
adequariam ao que se estabeleceu dentro do ciberespaço. Este, por sua vez, seria um ambiente onde ideias como propriedade, expressão,
identidade e movimento não se aplicariam.
Mais de três décadas após a cunhagem do termo, hodiernamente o ciberespaço é um dos ambientes, se não o mais proeminente, em que a
discussão sócio-política ocorre com mais intensidade. Grandes movimentos populares foram

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