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Aula 06 Civil VI Direito de representação, ordem de vocação hereditária sucesso dos ascendentes e em concorrência com o cônjuge

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Aula 06 Direito de representação, ordem de vocação hereditária, sucessão dos ascendentes e em concorrência com o cônjuge 
Direito de representação (arts. 1833 e 1835 do CC)
1. Direito de representação é quando o herdeiro morre ou é excluído (por indignidade ou deserdação) e seu descendente é chamado para representá-lo. 
2. O direito de representação sempre se dá pro descendente. 
3. O herdeiro ou os herdeiros tomarão o lugar do falecido vindo a herdar por representação, que é a mesma coisa que herdar por estirpe. 
Sucessão por cabeça e estirpe
· Herdar por cabeça: é estar “cabeça a cabeça”, ou seja, nas mesmas condições em que os demais herdeiros estão herdando.
· Herdar por estirpe: é uma ficção, representação, daquela pessoa ausente. Apenas a quota daquela pessoa será transmitida para quantos herdeiros por representação existam. 
Ex.: João tem 5 filhos. Um deles faleceu antes de João. João faleceu e deixou 500 mil reais como patrimônio. José, o filho falecido de João, possui dois filhos. Os filhos de José herdarão? Sim, herdarão por representação, no lugar de José. Irão dividir entre eles a quota parte que caberia à José.
Direito real de habitação 
Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar.
O direito real de habitação é o direito que tem o cônjuge sobrevivente independentemente do regime de bens de seu casamento, de permanecer residindo na morada do casal após o falecimento de seu consorte, desde que aquele imóvel, que era usado para moradia, seja o único bem de natureza residencial a ser inventariado, não havendo limitações temporais ao exercício do direito aqui assegurado, de tal forma que o cônjuge sobrevivente o detém de maneira vitalícia. 
Sucessão para ascendentes em concorrência com cônjuges 
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: 
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente.
§ 1º Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas.
§ 2º Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna.
Grau é a distância do herdeiro pro autor da herança.
Linhas são: linha materna e linha paterna. 
Classe: ascendentes, descendentes, colaterais.
§2º: sempre se divide o valor pra sucessão por 2, metade para a linha paterna e metade para a linha materna. Então se existe avô e avó paterno e apenas avô materno, o avô materno herdará 50% sozinho. 
Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau.
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.
O art. 1832 estabelece um privilégio quantitativo material em favor do cônjuge sobrevivente e os descendentes, e o art. 1837 estabelece um privilégio quantitativo material em favor do cônjuge em relação aos ascendentes. Ex.: A é casado com B; A possui 4 filhos com B. A morre e deixa um patrimônio de 100 mil reais para seus 4 filhos que estão concorrendo com B pela herança. A priori poder-se-ia pensar que cada qual herdaria 20% da herança. Entretanto, B é ascendente dos herdeiros com que vai concorrer, então deverá ficar com 25% da herança (conforme o art. 1832). 75% restantes será dividido entre os 4 filhos. 
Mas e se a filiação for híbrida (ou seja, B é ascendente apenas de alguns dos filhos)? Enunciado 527 das jornadas de direito civil: “Na concorrência entre o cônjuge e os herdeiros do de cujus, não será reservada a quarta parte da herança para o sobrevivente no caso de filiação híbrida”.
Em relação a concorrência com os ascendentes o valor reservado para o cônjuge será de um terço (33,33%), podendo ser de 50% caso exista apenas um ascendente. 
Diferentemente da sucessão para os descendentes, não importa o regime matrimonial em que o cônjuge seja casado. Independente do regime matrimonial, o cônjuge sempre concorrerá com os ascendentes (mesmo que todo o patrimônio tenha sido objeto de meação).
Agora imagina a hipótese em que o cônjuge falecido não tem pais, mas tem 4 avós. Também possui cônjuge e um patrimônio de 100 mil. Conforme a regra do art. 1837, última parte, o cônjuge terá uma reserva de 50%, enquanto que os outros 50% serão divididos para a linha paterna a materna (25% pra linha materna e 25% pra linha paterna).
Exercício
A falece e deixa herança de 90 mil reais. 
	Linha paterna
	Linha materna
	Bisavô
	Bisavó
	Bisavô
	Bisavó
	Bisavô
	Bisavó
	Bisavô
	Bisavó
	
	Avô
	Avó
	Avô
	Avó
	2º grau 
	Pai
	Mãe
	1º grau 
	A (de cujus)
	
a) Se tem pai e mãe? 45 mil pra cada.
b) se não tem pai? 90 mil pra mãe.
· Avôs paternos não herdam nesse caso? Não, o grau mais próximo exclui o mais remoto (art. 1836, §1º).
c) Se tiver cônjuge? 30 mil pro pai; 30 mil pra mãe; 30 mil pro cônjuge (concorrendo com ascendente de primeiro grau, um terço da herança caberá ao cônjuge, art. 1837).
· E se apenas um dos pais? 45 mil pro pai e 45 mil pro cônjuge (art. 1837, última parte: caberá metade da herança se houver apenas um ascendente).
d) Se tiver cônjuge, não tiver pais, mas tiver ascendentes de 2º grau? 45 mil para o cônjuge (art. 1837, última parte: caber-lhe-á metade da herança se maior for o grau); 45 mil dividida igualmente entre a linha materna e paterna.
· E se tiver apenas 3 avós: igualmente, 45 mil pro cônjuge e 45 mil divididos igualmente entre a linha materna e paterna. Ou seja, na linha paterna, 22,5 mil será dividido entre o avô paterno e avó paterna, ficando cada qual com 11.250 reais; e na linha materna, que só possui um avô, este herdará sozinho 22,5 mil (art. 1836, §2º).

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