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Aula 03 Liberdade e limitação ao direito de testar, herdeiros necessários, art. 1789; sucessão do companheiro revogação art. 1790, herança e sua administração, art. 1791, 1792 do CC, legitimidade para suceder, disposição em favor de prole eventual Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança. 1. O legislador optou pela livre disposição limitada da herança. 2. Herdeiros necessários são aqueles que o direito sucessório atribui certa especialidade. Ex.: descendentes. 3. Herdeiros necessários são aqueles que têm direito à herança por força de lei e que não podem ser excluídos da sucessão. 4. Os herdeiros necessários são os descendentes, ascendentes e o cônjuge nessa ordem (art. 1845). É nessa ordem que estão vocacionados a herdar, ou seja, os descendentes possuem uma primazia pra herdar, seguida pelos ascendentes. 5. O testador só pode testar metade da herança. Ou seja, 50% o autor da herança pode dispor da forma como quiser, mas 50% vão para os herdeiros necessários. Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes: I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho; II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles; III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança; IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança. 6. O artigo foi declarado inconstitucional, pois trás uma discriminação entre companheiro e cônjuge. Ou seja, antes se tinha formas distintas de sucessão para os cônjuges e para os companheiros (ou seja, o companheiro não herdava da mesma forma que o cônjuge). Hoje o companheiro herda da mesma forma que o cônjuge, pois tanto pode ter pacto de convivência escolhendo o regime e, caso não tenha, use-se o regime de comunhão parcial de bens. Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros. Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio. Um dos efeitos do saisine é a formação do condomínio a partir da abertura da sucessão (1791, caput). Dentre os que são herdeiros comuns terão que exercitar o condomínio ideal, que só será desconstituído com a partilha dos bens no final do processo de inventário (parágrafo único). Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demostrando o valor dos bens herdados. Se o de cujus só deixou dívidas, os herdeiros respondem por essas dívidas? A resposta é dada pelo art. 1792. Daí o testamento negativo, que faz-se para testar que não herdou bens (o herdeiro terá que provar que o patrimônio que ele tem não foi oriundo da herança – isso será visto depois). Legitimidade para suceder (vocação hereditária) Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão. 1. O sujeito tem que nascer com vida (obviamente). 2. Imagine o seguinte caso: A engravida de B; B morre durante a gravidez de A. Os pais de B querem a herança, mas A diz que o nascituro é quem deve herdar. Se o nascituro nasce com vida, ganha a legitimidade sucessória (a lei põe ao salvo os direitos do nascituro). Se nasce, respira e morre, passará sua legitimidade para herdar para os seus ascendentes (no caso para sua mãe, A). Prole eventual A prole eventual é uma forma excepcional de sucessão que se dá exclusivamente na sucessão testamentária. Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder: I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão; II - as pessoas jurídicas; III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de fundação. Inciso I: se refere a prole eventual de determinada pessoa. Nota sobre o inciso II e III: podem suceder ainda pessoa jurídica (inciso II); e no que diz respeito ao inciso III, se for fundação, e se a fundação deixou de ser fundação, até a abertura da sucessão (falecimento), vai caducar a disposição testamentária.
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