Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

SUINOCULTURA E 
AVICULTURA 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Simone Fernanda Nedel Pertile 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Importância econômica, melhoramento genético, sistemas de produção, 
edificações e equipamentos na avicultura 
Chegamos na segunda parte deste estudo. Aqui, estudaremos os 
principais aspectos da produção de frangos de corte e poedeiras, bem como 
abordaremos os aspectos gerais da produção de aves, desde a importância 
econômica para o Brasil, o melhoramento genético, as principais linhagens 
utilizadas, os sistemas de produção, as edificações e os equipamentos utilizados 
em avicultura. Sua missão aqui é aprender o quanto a avicultura é importante 
economicamente para o Brasil, os principais pontos relacionados com o bom 
desempenho dos frangos de corte e das poedeiras, além de conhecer as 
principais características dos sistemas de produção e os equipamentos 
utilizados na produção de aves. 
TEMA 1 – INTRODUÇÃO À AVICULTURA E IMPORTÂNCIA ECONÔMICA 
Os primeiros registros de domesticação da espécie Gallus gallus, na Ásia, 
datam de cerca de 8 milhões de anos (Santos Filho et al., 2011). Já em relação 
ao Brasil, acredita-se que as aves dessa espécie foram trazidas em 1532. Além 
disso, pelos registros, há indícios de que a produção avícola brasileira teve início 
com produtores familiares, os quais criavam principalmente animais rústicos e 
de raças puras, de linhagens conhecidas atualmente como “caipiras”, como 
atividade de subsistência e comercialização da produção excedente. 
A partir de 1930 ocorreu um crescimento dessa atividade, principalmente 
na região Sudeste (De Zen et al. 2014). Na década de 1960, diversas linhagens 
de aves foram disponibilizadas mundialmente por empresas internacionais 
detentoras das marcas (Ledur et al., 2011). 
Na década de 1970, esse crescimento foi acelerado, principalmente 
devido à entrada de agroindústrias processadoras no mercado, além da criação 
do sistema de integração vertical no estado de Santa Catarina, a partir da 
parceria entre indústria e produtores (De Zen et al. 2014). 
Na década de 1990, a importação de material genético avícola no Brasil 
foi intensificada; com isso, foram finalizados alguns programas de melhoramento 
genético desenvolvidos pelas empresas integradoras, como a Sadia e a 
 
 
3 
Perdigão (Ledur et al., 2011). Assim, a genética utilizada na produção de frangos 
e poedeiras atualmente são linhagens comercializadas pelas empresas de 
melhoramento genético avícola, as quais detêm esses materiais genéticos. 
Além do melhoramento genético, houve um grande desenvolvimento 
tecnológico da atividade, a partir de muitas pesquisas na área e da intensificação 
do processo de produção de aves, sendo que os pilares de desenvolvimento 
avícola são a utilização de genética avançada, alimentação compatível para 
cada fase de produção, sanidade, instalações e modernas técnicas de manejo 
(Pereira, 2012). 
1.1 Cadeia produtiva brasileira de aves 
O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo. As 
exportações brasileiras de carne de frango foram expressivas no ano de 2021, 
com 4.610 mil toneladas exportadas, sendo o maior valor da série histórica a 
partir de 2011 (Tabela 1). 
Nosso país exporta carne de frango para 151 países, sendo que do 
volume total exportado de carne de frango em 2021, 70,79% foram cortes, 
23,31% frango inteiro, 3,59% salgados e 2,32% industrializados (ABPA, 2022). 
O Brasil é o segundo maior produtor de carne de frango do mundo. Em 
2018, os Estados Unidos da América produziram 19.568 mil toneladas de carne 
de frango, isso corresponde a 17,12% do total de carne de frango produzida no 
mundo neste ano e, por esse volume, é o maior produtor de carne de frango do 
mundo, seguido pelo Brasil, o qual teve uma produção de 14.915 mil toneladas 
e 13,05% da produção mundial no mesmo ano; e da China, com uma produção 
de 14.579 mil toneladas e 12,75% da produção mundial em 2018 (FAO, 2020). 
Em 2021, nosso país produziu 14,329 milhões de toneladas de carne de 
frangos, sendo 67,83% desse valor destinado ao mercado interno e 32,17% 
exportado. Pela série histórica de consumo de carne de frango no Brasil, entre 
os anos de 2010 e 2021 (Figura 1), é possível perceber que o consumo de carne 
de frango por habitante/ano variou muito nessa última década. Assim, pode-se 
concluir que o consumo de carne de frango pelos brasileiros pode crescer nos 
próximos anos, assim como a produção dessa carne no Brasil. 
Os estados do Brasil que mais abateram frangos em 2021, de acordo com 
a ABPA (2022), foram: Paraná (35,54%), Santa Catarina (14,89%) e Rio Grande 
do Sul (13,65%). 
 
 
4 
Tabela 1 – Número de matriz alojada, produção e exportações brasileiras de 
carne de frango nos anos de 2010 a 2021 
Fonte: ABPA, 2022. 
Figura 1 – Consumo de quilogramas de carne de frango por habitante por ano 
no Brasil 
 
Fonte: ABPA, 2022. 
Nossa nação também tem lugar de destaque na produção de ovos, sendo 
o quinto maior produtor de ovos do mundo, além de a produção brasileira ter 
crescido nos últimos anos. Em relação a ranking de produção de ovos, em 2018 
a China foi o país com maior produção de ovos do mundo, com 35% da produção 
mundial, seguido pelos Estados Unidos (8%), Índia (7%), México (4%), Brasil 
44,09
47,38
45
41,8
42,78
43,25
41,1
42,07 41,99
42,84
45,27
45,56
40
41
42
43
44
45
46
47
48
2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
C
on
su
m
o 
de
 c
ar
ne
 d
e 
fra
ng
o 
(k
g/
ha
bi
ta
nt
e/
an
o)
Ano
Ano Matriz alojada Produção (Mil ton) Exportações (Mil ton) 
2010 46.556.070 12.230 - 
2011 50.043.524 13.058 3.943 
2012 46.545.837 12.645 3.918 
2013 46.142.775 12.309 3.892 
2014 49.333.326 12.691 4.099 
2015 50.704.776 13.140 4.304 
2016 50.524.652 12.900 4.384 
2017 50.182.696 13.050 4.320 
2018 48.426.232 12.855 4.101 
2019 51.526.181 13.245 4.214 
2020 55.334.975 13.845 4.231 
2021 55.632.929 14.329 4.610 
 
 
5 
(4%), Japão (3%), Rússia (3%) e Indonésia, com 2% da produção mundial de 
ovos (FAO, 2020). No Brasil, o número de matrizes alojadas cresceu 58% entre 
2010 e 2021, enquanto o número de poedeiras alojadas aumentou 46% entre 
estes, passando, aproximadamente, de 78 milhões de poedeiras para 114 
milhões de poedeiras alojadas (Tabela 2). 
Em relação ao número de ovos produzidos, entre os anos de 2010 e 2021 
o Brasil passou de uma produção de aproximadamente 29 bilhões de unidades 
do ano de 2010 para um pouco menos do que 55 bilhões em 2021, e assim a 
produção de ovos aumentou em torno de 90% nesse intervalo de tempo, sendo 
resultado do maior número de aves alojadas e de melhorias na produção das 
aves. 
Tabela 2 – Número de cabeças de aves alojadas e número de ovos produzidos 
no Brasil entre 2010 e 2021 
Ano Matriz de postura Poedeira Ovos 
2010 866.945 78.227.672 28.851.931.850 
2011 928.234 79.549.312 31.554.292.134 
2012 907.412 85.587.540 31.775.108.157 
2013 976.985 91.101.977 34.120.752.431 
2014 1.073.184 94.010.361 37.245.133.102 
2015 981.788 91.272.925 39.511.378.639 
2016 1.339.457 92.777.402 39.181.839.294 
2017 1.086.976 105.592.179 39.923.119.357 
2018 1.372.651 115.556.495 44.487.496.586 
2019 1.353.096 118.498.994 49.055.709.215 
2020 1.441.548 124.317.339 53.533.542.389 
2021 1.368.391 114.637.958 54.973.807.551 
Fonte: ABPA, 2022. 
Entre os estados do Brasil, o maior produtor de ovos é o estado de São 
Paulo (29,63%), seguido por Minas Gerais (10,54%) e Espírito Santo (9,17%). 
Da produção total de ovos no Brasil, 99,54% são destinados ao consumo interno, 
e apenas 0,46% é exportado. Assim, além do aumento da produção de ovos, o 
consumo de ovos no Brasil aumentou nos últimos anos (Figura 2), de 148 
unidades por habitante no ano de 2021 para 257 unidades em 2021. Porém, é 
importante ressaltar que o consumo de ovos no Brasil deve crescer nos próximos 
anos, assim como sua produção (ABPA, 2022). 
As exportações de ovos cresceramentre 2020 e 2021 no Brasil, de 6250 
toneladas para 11346 toneladas, respectivamente. Das exportações brasileiras 
 
 
6 
de ovos em 2021, 69,70% foram ovos in natura, e 30,30% industrializados 
(ABPA, 2022). 
Figura 2 – Consumo de unidades de ovos por habitante por ano no Brasil 
 
Fonte: ABPA, 2022. 
TEMA 2 – MELHORAMENTO GENÉTICO DE AVES 
A partir deste tópico, vamos aprender sobre o melhoramento genético de 
aves de corte e das poedeiras. 
2.1 Principais características de poedeiras e frangos de corte 
As características mais importantes para a produção de aves de postura, 
de acordo com Pereira (2012), são: 
• Produção de ovos: é definida como uma relação entre o número de ovos 
produzidos por dia em relação ao número de galinhas alojadas; 
• Maturidade sexual: é a idade ao primeiro ovo; 
• Intensidade de postura: é determinada pela relação do número de ovos 
produzidos em determinado período; 
• Ausência de choco: quando há o aparecimento do choco, as galinhas 
cessam a produção e iniciam a incubação dos ovos. Nas linhagens 
comerciais, é realizada a seleção genética para ausência de choco, com 
a finalidade de não ocorrer essa pausa na produção de ovos; 
148
162 161 168
182 191 190 192
212
230
251 257
0
50
100
150
200
250
300
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
C
on
su
m
o 
de
 o
vo
s 
(u
ni
da
de
/h
ab
ita
nt
e/
an
o)
Ano
 
 
7 
• Persistência: é determinada pelo número de dias em produção, ou seja, 
o período desde o primeiro ovo até a parada na produção; 
• Tamanho ou peso do ovo: característica relacionada com a tipificação 
dos ovos pelo peso, em que o mercado consumidor valoriza um ovo com 
tamanho maior; 
• Espessura da casca do ovo: está diretamente relacionada com a 
resistência do ovo a manuseios; 
• Qualidade do albúmen: medida da qualidade interna do ovo, podendo 
ser avaliada pelas unidades Haugh (relação entre peso do ovo e altura do 
albúmen). 
Nos frangos de corte, de acordo com Pereira (2012), as principais 
características de interesse econômico são: 
• Taxa de crescimento: número de dias necessários para se atingir 
determinado peso ao abate; 
• Conversão alimentar: quantidade de ração necessária para produzir 1 
kg de peso vivo (ou de ovos, no caso das galinhas de postura). Assim, a 
conversão alimentar é obtida a partir da divisão do quanto de ração o 
animal consumiu por quanto o animal ganhou de peso, ambos 
mensurados em kg e em um período de interesse. Essa característica é 
de suma importância para a rentabilidade, pois estima-se que mais de 
70% dos custos de produção são devidos à alimentação dos animais. A 
eficiência alimentar é o contrário da conversão alimentar, mensurando a 
eficiência na qual o alimento fornecido às aves é convertido em carne ou 
ovos. Assim, quanto maior a eficiência alimentar, o animal consumirá 
menos ração para produzir a mesma quantidade de produto (carne ou 
ovos); 
• Rendimento de carcaça ou partes da carcaça: obtidos a partir do peso 
da carcaça após a evisceração em relação ao peso do animal antes do 
abate, ou do peso dos cortes em relação ao peso do animal antes do 
abate; 
• Gordura abdominal: a redução da gordura abdominal está relacionada 
com uma maior aceitação do mercado consumidor, além de aves que 
apresentam menor gordura abdominal apresentarem melhor eficiência 
alimentar e maior resistência ao calor; 
 
 
8 
• Características reprodutivas: maturidade sexual e percentual de ovos 
incubáveis. 
2.2 Melhoramento genético de aves 
Os índices produtivos das aves de corte e de postura tiveram grande 
melhoria nos últimos 100 anos, e essa evolução foi devida, principalmente, ao 
melhoramento genético das aves. Estima-se que 85 a 90% das melhorias na 
taxa de crescimento dos frangos de corte são pelo melhoramento genético 
(Havenstein et al., 2003). 
A taxa de crescimento dos frangos foi triplicada nas últimas décadas, com 
diminuição nos dias necessários para o abate, aumento do peso ao abate e 
diminuição da conversão alimentar (Figura 3). O número de ovos produzidos 
pelas poedeiras por ano cresceu significativamente, assim como a conversão 
alimentar diminuiu (Figura 4). 
Figura 3 – Evolução na produção de frangos de corte em relação ao peso 
corporal, conversão alimentar e idade ao abate entre os anos de 1930 e 2008 
 
Fonte: Santos Filho et al., 2011. 
 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1
1,5
2
2,5
3
3,5
1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000
Peso corporal (kg) Conversão alimentar Idade ao abate (dias)
 
 
9 
Figura 4 – Evolução na produção de poedeiras em relação à produção de ovos 
por ano (Ovos/ano), conversão alimentar (CA) e peso do ovo (PO) entre os anos 
de 1930 e 2010 
 
Fonte: Santo Filho et al., 2011. 
No melhoramento genético de aves, os conceitos envolvidos e as 
estratégias utilizadas são muito semelhantes ao que é feito na suinocultura. 
Dessa maneira, os principais conceitos foram abordados em suinocultura, e aqui 
serão passados apenas de forma sucinta. As principais ferramentas do 
melhoramento genético são a seleção e o cruzamento. Na avicultura, o principal 
tipo de cruzamento utilizado é com 4 raças ou 4 linhagens, produzindo ao final 
os animais duplo-híbridos. Nesse tipo de cruzamento, são aproveitadas a 
heterose, a complementariedade, a especificidade e a segurança do material 
genético (Pereira, 2012). 
A complementariedade ocorre quando acasalamos galinhas de maior 
produção de ovos com galos de potencial genético para maior ganho de peso, e 
como resultado temos progênies com boas características de crescimento e 
reprodutivas (Figueiredo, 2022; Pereira, 2012). 
A segurança do material genético está relacionada com a comercialização 
dos produtos híbridos e/ou duplo-híbridos para os produtores de ovos e frangos 
de corte, impossibilitando a obtenção do material genético utilizado na base do 
programa de seleção a partir do acasalamento entre esses animais e nem 
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
0
50
100
150
200
250
300
350
400
1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
Ovos/ano PO (g) CA
 
 
10 
animais com desempenhos satisfatórios quando o acasalamento não é realizado 
seguindo o fluxograma de produção. 
As linhas fêmeas são desenvolvidas separadamente das linhas macho, 
com seleção genética para a melhoria de características reprodutivas. As linhas 
fêmeas são selecionadas para produzir grande quantidade de ovos, que 
eclodem bem, além de produzirem pintinhos grandes e com boa capacidade de 
crescimento. As linhas macho são linhagens de aves com seleção genética para 
características de desempenho, como ganho de peso, idade ao abate e 
conversão alimentar. 
Para as aves de postura, nas linhas macho há seleção para a conversão 
alimentar. Provavelmente, todas as linhas machos usadas para produção de 
carne incorporaram alguns genes das raças Cornish. Essas variedades 
conferiram a amplitude de peito, pernas curtas e a carcaça arredondada. 
As linhas de aves selecionadas para a produção de carne apresentam 
excepcional conformação da carcaça, têm tamanho grande, crescimento rápido 
e apresentam excelente conversão alimentar (Figueiredo, 2022). 
No melhoramento genético de aves, a pirâmide que relaciona os elos da 
cadeia produtiva é muito bem delineada, sendo que no topo da pirâmide de 
produção estão as empresas de melhoramento genético, que são as 
responsáveis pelo desenvolvimento das linhagens. Na sequência, estão os 
criadores multiplicadores, os quais multiplicam o material genético fornecido 
pelas empresas, sendo fornecedores dos híbridos ou duplo-híbridos para os 
produtores comerciais. 
Por fim, há a base da pirâmide, que representa o maior número de 
criadores, os quais são chamados de criadores comerciais, sendo estes os que 
fazem a produção das aves para o abate e das aves para a postura de ovos para 
consumo (Pereira, 2012). 
TEMA 3 – RAÇAS E LINHAGENS 
Asraças de galinhas são aves puras que formaram a base do trabalho, 
enquanto as linhagens puras são selecionadas geneticamente para algumas 
características, pois quando uma linhagem é selecionada para alta quantidade 
de carne, a produção de ovos diminui muito. Além disso, o cruzamento entre 
raças e linhas puras dão origem às linhagens híbridas, que podem ser obtidas a 
partir do cruzamento entre duas raças, das quais os produtos são chamados de 
 
 
11 
híbridos; ou por quatro raças, a partir das quais o produto final é chamado de 
duplo-híbrido, sendo este a poedeira ou frango de corte comercial (Figueiredo, 
2022). 
Dessa maneira, nos próximos tópicos serão apresentadas as principais 
raças e linhagens de frangos de corte e de poedeiras. 
3.1 Raças 
As raças de galinhas são aves puras que formaram a base do trabalho 
que originou as galinhas híbridas (Avila et al., 2017). As principais raças 
utilizadas na formação das linhagens híbridas de galinhas poedeiras e frangos 
de corte são a Leghorn, Rhode Island Red, Plymouth Rock Barrada, New 
Hampshire, entre outras. 
Vejamos, segundo Figueiredo et al. (2003), algumas das principais raças: 
• Plymouth Rock: raça americana de pele amarela, crista serra e ovos de 
casca marrom. Quando adultos, os machos pesam em média 4,313 e as 
fêmeas 3,405 kg. As galinhas produzem em média 180 ovos no primeiro 
ciclo de postura, que pesam em média 55g; 
• Plymouth Rock Branca: as aves dessa variedade foram muito utilizadas 
nos primeiros cruzamentos para produção de frangos de corte. 
Atualmente, os animais dessa raça são utilizados como material básico 
na formação de muitas linhagens cruzadas e a maioria das linhas 
disponíveis é de empenamento rápido, pois as linhagens mais antigas 
eram de empenamento tardio, o que prejudica a produção de frangos de 
corte; 
• Plymouth Rock Barrada: as aves dessa variedade apresentam penas 
com barras brancas e pretas no sentido transversal, dando uma aparência 
cinzenta às aves. O gene barrado, ligado ao sexo, por meio de sua 
dosagem de melanina, resulta em diferenças entre os sexos. Atualmente, 
vem sendo mais utilizada como linha fêmea nos cruzamentos com galos 
Rhode Island Red para produzir pintos de postura autossexados, que 
quando adultos produzem ovos de casca marrom. Esse tipo de 
cruzamento tem tornado a raça mais popular; 
• Rhode Island: é uma raça americana de pele amarela com ovos de casca 
marrom. Quando adultos, os machos pesam em média 3,859 e as fêmeas 
 
 
12 
2,951 kg. As galinhas produzem em média 180 ovos no primeiro ciclo de 
postura, os quais são grandes e pesam 60 g em média; 
• Rhode Island Red: apresenta plumagem marrom com algumas penas 
pretas na cauda, pescoço e asas. Atualmente, grande parte dos híbridos 
comerciais de postura resulta de cruzamentos específicos entre 
indivíduos Rhode Island Red e Plymouth Rock Barrado, bem como 
produzem grande quantidade de ovos de casca marrom. Os animais 
dessa raça também são utilizados para a criação de aves em sistemas 
alternativos; 
• New Hampshire: raça americana de pele amarela com ovos de casca 
marrom. Foi utilizada por muitos anos para a produção de frangos de 
corte, sendo, atualmente, mais utilizada em cruzamentos para a produção 
de híbridos de frangos de corte. As fêmeas apresentam habilidade de 
produção de grande quantidade de ovos com alta eclosão, com média 220 
ovos no primeiro ciclo de postura, e peso do ovo de 55g em média. O peso 
dos animais adultos em média são 3,632 e 2,951 kg, para machos e 
fêmeas, respectivamente; 
• Leghorn: é uma raça utilizada nos cruzamentos para obtenção de 
galinhas de postura que produzem ovos brancos. Apresenta pele amarela 
e produz ovos com casca branca. As aves são de tamanho pequeno, com 
peso adulto de 2,043 kg para as galinhas e 2,724 kg para os galos. As 
galinhas produzem grande número de ovos por ciclo de postura (em 
média 200), com casca saudável e peso médio de 55. 
3.2 Linhagens 
Os híbridos de postura são aves obtidas a partir do cruzamento de raças 
e/ou linhagens selecionadas, resultando em linhagens de postura com melhores 
índices zootécnicos, ou seja, com maior produção e qualidade dos ovos (Avila et 
al., 2017). 
As principais linhagens de postura são a Hisex (branca e marrom), 
Lohmann (branca e marrom), Isa (branca e marrom), Hy-Line (branca e marrom), 
Shaver (branca e marrom), Nick Chick (H&N) (branca e marrom), Dekalb White, 
Tetra, Harco, Embrapa 011 (branca), Embrapa 031 (marrom) e a Embrapa 051 
(Figueiredo et al., 2003). 
 
 
13 
As principais linhagens de frangos de corte são Ross, Cobb-Vantress, 
Hybro, Isa Vedette, MPK, Hubbard, Arbor Acress, Avian, Shaver e Embrapa 021 
(Figueiredo et al., 2003), sendo que as mais criadas no Brasil são a Ross, 
produzida e comercializada pela empresa Aviagen e a Cobb-Vantress. 
TEMA 4 – SISTEMAS DE PRODUÇÃO 
Nesta temática, vamos tratar dos sistemas de produção voltados para os 
frangos de corte e para as poedeiras. 
4.1 Frangos de corte 
Para a criação de frangos de corte, podem ser utilizados galpões abertos 
ou fechados. Os primeiros são chamados de convencionais, nos quais são 
utilizadas cortinas para controlar a ventilação e a temperatura dentro do galpão. 
Os galpões com as laterais fechadas são conhecidos como “Dark house”, e tem 
como finalidade oferecer melhores condições de temperatura, umidade e 
ventilação para as aves, especialmente importantes quando a criação de frango 
será realizada com linhagens geneticamente melhoradas e em regiões de clima 
tropical (Rovaris et al., 2014). 
Os sistemas do tipo “Dark house” permitem melhor uniformização das 
condições ambientais dentro dos galpões. Além disso, ainda há sistemas de 
criação de frangos de corte em que as aves têm acesso a piquetes externos, 
como o sistema free range, o qual favorece o bem-estar das aves por permitir 
que estas expressem seus comportamentos normais, além de permitir o banho 
de sol e o pastejo, sendo utilizado especialmente em sistemas alternativos de 
produção. O sistema free range também é utilizado para a produção de 
poedeiras, conforme veremos a seguir. 
Os produtores de frangos de corte são, predominantemente, cooperados 
ou integrados, mas também podem ser independentes, sendo que estes 
sistemas funcionam de forma semelhante aos da suinocultura. 
4.2 Poedeiras 
Dentre os sistemas de produção de poedeiras utilizados no Brasil estão a 
criação em gaiolas convencionais, em gaiolas melhoradas, cage free e free 
range. 
 
 
14 
O sistema de produção de poedeiras predominante no Brasil é a criação 
em gaiolas, principalmente pela maior rentabilidade desse sistema. Além disso, 
a grande maioria dos produtores é independente, com porte entre pequeno e 
médio, os quais preparam a própria ração na propriedade, e os galpões utilizados 
são abertos (UBA, 2008). Esse sistema de produção possui várias vantagens, 
como o maior número de ovos produzidos por galpão, menor custo de produção, 
menor custo com ração e menor necessidade de mão de obra, além de um bom 
controle sanitário, pois as aves não ficam em contato direto com suas excretas, 
facilitando o controle de parasitas, mas tem como principal ponto negativo o bem-
estar animal. Geralmente, nesse sistema as gaiolas são dispostas em dois ou 
três andares, formando fileiras (Figura 5); assim, é possível criar um maior 
número de aves por área (Baggio, 2017; Cabrelon, 2016). 
Figura 5 – Galinhas criadas no sistema de gaiolas 
 
Crédito: Anas-Mohammed/Shutterstock. 
Apesar das vantagens da criação de galinhas em gaiolas convencionais, 
o espaço por galinha é muito limitado, impossibilitando a expressão de 
comportamentos naturais das aves, como banho de areia e bater as asas. A fim 
de atender o bem-estar das aves, surgiram outros sistemas, como as gaiolas 
melhoradas ou enriquecidas, as quais possuem algumas das vantagens do 
sistema tradicional, como a prevenção de doenças.Também possuem maior 
https://www.shutterstock.com/g/Abed+Rahim+Khatib
 
 
15 
área por animal e enriquecimento das gaiolas com equipamentos como poleiros, 
local para o banho de areia, ninhos e esponjas abrasivas para o bico e lixa de 
unhas. O número de aves por gaiola varia de 40 a 110, sendo que quanto mais 
aves, há mais competição por alimento e água, podendo levar a problemas 
comportamentais como bicagem de penas e amontoamentos (Hy-Line, 2019; 
Mazzuco, 2008). 
Em relação à taxa de lotação animal, considerada nesse sistema, a 
Comission of the European Communities publicou, em 1999, a Diretiva 
1999/74/CE com normas para a produção de poedeiras em gaiolas, pela qual as 
gaiolas convencionais devem ter área de pelo menos 550 cm² por galinha, 
enquanto as gaiolas melhoradas devem ter uma área mínima de 750 cm² por 
galinha. Além disso, na diretiva foi incluída a proibição definitiva desse tipo de 
criação a partir de 2012. No Brasil, ainda não há normativas relacionadas com a 
proibição da criação de poedeiras em gaiolas, e o espaço recomendado por 
galinha é de 375 cm²/ave para aves brancas, e 450 cm²/ave para aves 
vermelhas, sendo que a densidade de alojamento deve permitir o movimento das 
aves, com espaço para que todas possam se deitar ao mesmo tempo sem haver 
o amontoamento de uma sobre a outra, e com livre acesso a comedouros e 
bebedouros. 
A recomendação para o comedouro tipo calha é de no mínimo 10 cm por 
ave, e para bebedouro tipo nipple é de um bebedouro para cada seis aves. Para 
o piso das gaiolas, a recomendação é de que a inclinação seja menor do que 
13% (UBA, 2008). A Figura 6 mostra galinhas criadas em gaiolas tradicionais 
com bebedouros tipo nipple e comedouros tipo calha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
Figura 6 – Gaiola com bebedouro tipo nipple e comedouro tipo calha 
 
Crédito: Passakorn Umpornmaha/Shutterstock. 
Nos sistemas de criação de aves em piso são utilizados materiais para 
composição da cama, semelhante ao sistema de produção de frangos de corte. 
Nesses sistemas, preconiza-se que todas as aves devem dispor de espaço 
suficiente para se movimentar, bater asas, empoleirar ou deitar-se sem 
dificuldade, bem como os comedouros e bebedouros devem estar acessíveis e 
em quantidades suficientes, sem induzir competição entre animais. A densidade 
recomendada é de 8 a 10 aves/m², variando entre aves brancas e vermelhas, 
respectivamente. As proporções recomendadas para comedouros ou 
bebedouros tipo calha é de 8 a 10 cm/ave; para comedouro tubular é de 1 para 
20 aves; para bebedouros pendulares é de 1 para 50 aves; e para bebedouro 
tipo nipple é de 1 para 8 aves (UBA, 2008). 
Dentre as vantagens da criação de aves em piso em relação às gaiolas, 
estão menor investimento inicial por poedeira e maior conforto das aves, 
enquanto as desvantagens são os piores índices de conversão alimentar; 
maiores riscos de asfixia, por amontoamentos; maior risco de contágio com 
parasitas internos e externos; necessidade do uso de anticoccidianos em função 
do contato permanente da ave com o piso; maior número de ovos sujos 
https://www.shutterstock.com/g/Passakorn+Umpornmaha
 
 
17 
comparado com a criação em gaiolas; e custos pela obtenção de materiais 
adequados para a cama (Mazzuco et al., 1997). 
Dentre os sistemas de aves criadas em piso, destacam-se o cage free, no 
qual as aves são criadas em piso coberto com cama, mas não têm acesso à área 
externa; e o free range, no qual as aves são criadas em piso com cama de 
maravalha com acesso a piquetes. Os piquetes devem ter gramíneas adaptadas 
para a região, com boa resistência ao pisoteio, boa produção de massa verde e 
valor nutricional, e devem ter sombra, para propiciar um ambiente de maior 
conforto para as aves (Lima et al., 2019), e devem ser cercados com telas de 
arame, bambu, entre outros materiais. 
O sistema de criação de galinhas livres de gaiolas pode ser feito em um 
único nível, o qual é o mais comum no Brasil, podendo ser feito também em 
múltiplos níveis. No sistema free range, nas fases de cria e recria as aves podem 
ser criadas em galpões fechados e terem acesso a áreas externas, e as aves 
em fase de produção deverão ter acesso à área externa durante o período entre 
manhã e o final da tarde, com lotação conforme a Tabela 3 (Silva et al., 2020). 
Tabela 3 – Densidade do alojamento no sistema cage free e free range 
Sistema Lotação (ave/m²) 
Nível único 7 
Nível múltiplo 11 
Área externa 2 
Fonte: Silva et al., 2020. 
Nos sistemas de criação de aves em piso, deve-se fazer o correto manejo 
da cama, pois as aves devem ser mantidas em cama de boa qualidade e 
capacidade de absorção. O material de cama utilizado no piso dos aviários deve 
proporcionar conforto e higiene às aves, devendo ser mantido seco (umidade até 
35%), solto e limpo, retirando as partes da cama com excesso de umidade. O 
material utilizado para cama deve ser de fonte aprovada, pois deve ser livre de 
materiais estranhos e contaminantes. Além disso, deve-se monitorar 
constantemente a cama e providenciar a retirada de aves mortas, para evitar 
contaminações (Ávila et al., 2017; UBA, 2008). 
Os principais materiais utilizados para a cama são a maravalha, casca de 
arroz, sabugo de milho triturado, casca de café, casca de amendoim e feno de 
gramíneas picado (capim napier). A cama deve ser distribuída uniformemente 
 
 
18 
com altura entre 8 e 10 cm (Mazzuco et al., 1997). O manejo da cama será visto 
com mais detalhes em conteúdo posterior. 
Em relação aos equipamentos específicos para o sistema de criação em 
piso, este local deve ser enriquecido com ninhos em número adequado, de 
acordo com a linhagem alojada, com no mínimo um ninho para quatro aves, no 
qual podem ser colocadas camas que proporcionem conforto e higiene às aves; 
e poleiros, os quais devem ser distribuídos adequadamente e com espaço 
mínimo por ave de 15 cm, além de serem posicionados de forma a evitar que 
fezes das aves nos níveis superiores caiam sobre as aves dos níveis inferiores 
(UBA, 2008). 
TEMA 5 – EDIFICAÇÕES E EQUIPAMENTOS 
Este tópico trata das edificações e dos equipamentos utilizados nos 
galpões para a criação de aves. 
5.1 Edificações 
As especificações dos galpões para a criação das aves são muito 
semelhantes com as utilizadas na suinocultura. De forma geral, o ambiente deve 
ser projetado considerando as necessidades das aves, de forma que lhe sejam 
fornecidas proteção, bem como prevenção de estresse físico e térmico. Além 
disso, a forma como as edificações são construídas tem como objetivo aproveitar 
ao máximo dos recursos naturais. A localização dos galpões é semelhante ao 
que vimos em suinocultura, sendo recomendado que estes sejam posicionados 
com o eixo longitudinal no sentido Leste-Oeste, com recomendações 
semelhantes às apresentadas para a suinocultura em relação ao telhado, pé-
direito, largura, plantio de árvores ao redor do galpão e distância entre galpões 
para aproveitar a ventilação natural (Abreu, 2003). 
Outras recomendações, segundo Abreu (2003), são: 
• Comprimento do galpão: o comprimento do aviário deve ser 
estabelecido para evitar problemas com terraplanagem, comedouros e 
bebedouros automáticos; por isso, não deve ultrapassar 200m, sendo que 
os comprimentos de 100 a 125m são os mais recomendados; 
• Piso do galpão: a finalidade do piso é proteger o interior do aviário contra 
a entrada de umidade e facilitar o manejo. Assim, o material deve ser 
 
 
19 
lavável, impermeável, além de ter inclinação transversal de 2% do centro 
para as extremidades do aviário. 
5.2 Equipamentos de resfriamento e aquecimento 
O resfriamento dos galpões avícolas é realizado com o uso de 
equipamentos de ventilação e aspersão, além de recursos naturais nos galpões 
abertos. A ventilação é um meio eficiente de redução da temperatura dentro das 
instalações avícolas, por aumentar as trocas térmicasdas aves por convecção, 
resultando em melhor desempenho dos animais, visto que o desconforto térmico 
causa a queda de desempenho, devido ao estresse dos animais. Além disso, a 
ventilação é utilizada para eliminar o excesso de umidade do ambiente e da 
cama, proveniente da água liberada pela respiração das aves e da água contida 
nas fezes; para melhorar a qualidade do ar dentro das instalações, pela 
renovação do ar e melhora o nível de oxigênio necessário às aves, com a 
diminuição dos níveis de gás carbônico e gases de fermentação dentro do 
galpão. 
Os tipos de ventilação são a natural ou espontânea e a ventilação artificial, 
mecânica ou forçada. A ventilação artificial pode ocorrer por pressão negativa ou 
positiva, utilizando ventiladores e exaustores, conforme vimos no conteúdo de 
suinocultura (Abreu, 2003). A nebulização pode ser feita por linhas de bicos de 
aspersores instalados no forro do galpão, os quais são utilizados em associação 
com os ventiladores ou exaustores (Tinôco, 2004). Além disso, o resfriamento 
evaporativo do ar pode ser feito utilizando placas evaporativas (pad cooling), as 
quais possibilitam maior resfriamento com menor incremento na umidade relativa 
do ar (Tinôco, 2004; Sartor et al., 2001). 
O aquecimento do galpão é fundamental para os primeiros dias de vida 
dos pintinhos, principalmente pela temperatura ambiente adequada que varia de 
29 e 33ºC nos primeiros 7 dias de vida destes. Nesse período, as aves estão 
com o sistema termorregulatório em desenvolvimento, o qual estará 
completamente desenvolvido quando as aves atingirem 14 dias de idade (COBB, 
2018); consequentemente, vão utilizar boa parte da energia consumida para 
manter a temperatura corporal. Assim, quando as aves sofrerem estresse por 
frio utilizarão pouca energia com o crescimento e muito com a manutenção da 
temperatura corporal, em que a magnitude dependerá de quão baixa estará a 
temperatura ambiental, podendo chegar a até 80% de energia ingerida sendo 
 
 
20 
gasta na manutenção da temperatura corporal (Albino et al., 2017). Os 
equipamentos utilizados para a elevação e manutenção da temperatura de 
dentro dos galpões são as cortinas, os forros e os aquecedores. 
As cortinas são utilizadas para proteger as aves das correntes de ar, além 
da radiação solar e de chuvas (Albino et al., 2017). O sistema de abertura pode 
ser manual ou automático, com a extremidade interior fixa e regulando a 
extremidade superior (Silva; Nääs, 2004), sempre considerando que a abertura 
ou fechamento das cortinas favoreçam o conforto térmico das aves (Albino et al., 
2017). 
Os forros devem ser utilizados para diminuir o calor que é irradiado do 
telhado para o interior do galpão, formando um bolsão de ar entre o forro e o 
telhado. O forro também serve como uma segunda barreira para o calor que 
chega no telhado do galpão. Além disso, o uso dos forros aumenta a eficiência 
do sistema de climatização do galpão, contribuindo para a melhoria no conforto 
térmico das aves (Albino et al., 2017). 
Os aquecedores têm como finalidade aquecer o galpão próximo ao piso, 
no nível das aves, sendo principalmente utilizados no inverno e para pintinhos 
de até 15 a 20 dias de idade (Silva; Naas, 2004; Albino et al., 2017). O sistema 
mais utilizado é a campânula a gás, a qual possibilita a regulação da sua 
potência, podendo ser utilizada nas zonas de aquecimento (círculos de 
proteção). As campânulas aquecem o ar, os pintinhos e o piso, contribuindo para 
a eficiência desse sistema de aquecimento (Silva; Naas, 2004). 
5.3 Bebedouros e comedouros 
Os comedouros têm como finalidade fornecer a ração para os animais na 
quantidade adequada de acordo com a idade da ave e de forma uniforme por 
todo o galpão de produção (Abreu; Avila, 2022; Cony; Zocche, 2003). Deve ser 
fornecida uma água fresca, tratada, livre de patógenos e sem restrição de 
quantidade. Em períodos de temperaturas ambiente maiores, a água auxilia nos 
mecanismos de perda de calor, devendo-se ter o cuidado com a temperatura da 
água fornecida às aves, especialmente nos dias mais quentes (Cony; Zocche, 
2003). 
Dentre os tipos de bebedouros utilizados para as aves estão o copo de 
pressão, nipple e pendular. 
 
 
21 
• Copo de pressão: pode ser utilizado nos primeiros dias, em que a 
capacidade do bebedouro deve ser de três litros de água, sendo 80 
pintinhos para cada bebedouro. Os bebedouros devem ser lavados duas 
vezes por dia. A partir do 3º ou 5º dia de idade, esses bebedouros deverão 
ser substituídos gradativamente pelos que permanecerão até o final da 
criação do lote, devendo ser totalmente substituído até o 8º dia (Abreu; 
Avila, 2022; Cony; Zocche, 2003); 
• Pendulares: apresenta uma borda na qual as aves têm acesso à água 
(Figura 7), além da regulagem da quantidade de água pelo peso do 
bebedouro, evitando o extravasamento de água. A regulagem da altura 
do bebedouro deve ser feita de acordo com o tamanho das aves, e deve 
garantir que elas possam beber confortavelmente evitando o desperdício 
de água, empastamento e apodrecimento da cama. De 15 a 20 dias de 
idade, a base superior do bebedouro deve estar à altura de 5 cm do dorso 
da ave. A proporção deve ser 1 bebedouro para 80 aves, e a limpeza deve 
ser feita diariamente, devido ao acúmulo de ração e cama na borda do 
bebedouro (Abreu; Avila, 2022). 
Figura 7 – Bebedouro tipo pendular para aves 
 
Crédito: Unclesam/Adobe stock. 
https://stock.adobe.com/br/contributor/295896/unclesam?load_type=author&prev_url=detail
 
 
22 
• Nipple: é o mais utilizado nos galpões de frangos de corte e para 
pintainhas (pintinhos) criadas em galpões semelhantes aos de frangos de 
corte, podendo ser usados em todas as fases de criação (Figura 8). 
Apresenta custo de implantação mais alto quando comparados com 
outros tipos de bebedouros. Pode ser utilizada uma taça coletora logo 
abaixo do nipple. Os bebedouros são acionados pelas próprias aves, e a 
regulagem de altura deve ser realizada considerando isso, conforme a 
Tabela 4 (Abreu; Avila, 2022). 
Figura 8 – Bebedouro tipo nipple para aves 
 
Crédito: Fernando/Adobe Stock. 
Tabela 4 – Regulagem dos bebedouros tipo nipple de acordo com a idade das 
aves 
Fase Altura dos bebedouros 
Até o 4º dia Os pintinhos bebem água pela lateral do pino, sem esticar 
demais o pescoço, ou seja, nos primeiros dias, o bico fica na 
altura dos olhos do pintinho 
5º dia até a 2ª semana A ave deve beber água com uma inclinação de 45 graus dos 
olhos em relação ao bico 
2ª até 3ª semana A ave deve beber com a cabeça um pouco mais inclinada e o 
bico toca mais abaixo no pino 
3ª até 4ª semana A ave deve beber água quase abaixo do bico, com a cabeça 
ainda mais inclinada 
https://stock.adobe.com/br/contributor/208871102/fernando?load_type=author&prev_url=detail
 
 
23 
4ª semana ou mais A ave deve beber bem debaixo do bico, com a cabeça 
totalmente esticada 
Fonte: Abreu; Avila, 2022. 
Os comedouros têm como principal objetivo fornecer ração, diminuindo o 
desperdício, pois em torno de 70% dos custos de produção são devidos à 
nutrição. Entre os tipos de comedouros estão: 
• Bandeja: é utilizado nos primeiros dias de idade, na proporção de 80 
pintos por comedouro. Alguns cuidados incluem: fornecer pequenas 
porções; mexer a ração várias vezes por dia, para estimular o consumo; 
lavar as bandejas diariamente e peneirar a ração para retirar sujidades, 
pois os pintinhos entram dentro do prato (Abreu; Avila, 2022); 
• Tubular: é composto por um tubo para armazenar ração e um prato para 
as aves se alimentarem, utilizando materiais plásticos e metálicos. Os 
comedouros tubulares devem ser utilizados na proporção de 40 
aves/comedouro. Apesar de estes comedouros poderem ser utilizados por 
todas as aves, deve-se fazer a correta regulagem, e a base dos 
comedouros deve ser mantida na altura do peito das aves a partir da 2ª 
semana (Abreu; Avila, 2022; Cony;Zocche, 2003); 
• Automáticos: possuem custo mais elevado, mas diminuem a 
necessidade de mão de obra, diminuem o desperdício, refletindo em uma 
melhor conversão alimentar. Além disso, permitem uma distribuição 
eficiente e homogênea ao longo do galpão. A Figura 9 apresenta um 
comedouro automático ainda não instalado, pelo qual é possível ver um 
prato grande que permite a alimentação dos pintos desde o primeiro dia 
de criação. O ajuste da altura do comedouro deve ser feito durante toda a 
criação (Abreu; Avila, 2022; Cony; Zocche, 2003). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
Figura 9 – Comedouro automático para aves 
 
Crédito: Photobetulo/Adobe Stock. 
• Calha: pode ser utilizada para galinhas criadas em gaiolas ou em piso, 
considerando um espaço linear mínimo de 5cm/ave, conforme pode ser 
visto na Figura 10. 
 
 
 
 
 
https://stock.adobe.com/br/contributor/207669675/photobetulo?load_type=author&prev_url=detail
 
 
25 
Figura 10 – Comedouro tipo calha para aves criadas em gaiolas 
 
Crédito: Cesar Machado /Adobe Stock. 
FINALIZANDO 
No Brasil, a avicultura foi a área da produção animal que apresentou os 
maiores índices de crescimento nas últimas décadas, e esse crescimento é 
devido a melhorias na genética dos animais, na nutrição, no manejo, na sanidade 
e no ambiente no qual os animais são criados. O Brasil é o segundo maior 
produtor e o maior exportador de carne de frango, além de ser o quinto maior 
produtor de ovos do mundo. O consumo de ovos no Brasil está crescendo, e há 
potencial de crescimento para o consumo de carne de frango e ovos. O 
melhoramento genético de aves é bastante estruturado, baseado na seleção e 
nos cruzamentos para obtenção de animais híbridos, permitindo o 
aproveitamento da heterose, complementariedade e garantindo a segurança do 
material genético pela comercialização dos animais híbridos para as granjas. 
Na produção dos híbridos comerciais são utilizadas quatro raças, das 
quais as aves são selecionadas para diferentes características, sendo que nos 
frangos de corte a linha macho é selecionada para características de produção, 
como ganho de peso e conversão alimentar, e a linha fêmea para características 
reprodutivas, como número de ovos produzidos e taxa de eclosão. 
https://stock.adobe.com/br/contributor/207052087/cesar-machado?load_type=author&prev_url=detail
 
 
26 
Nas poedeiras, a linha macho é selecionada principalmente para 
conversão alimentar, enquanto a linha fêmea é selecionada para características 
relacionadas com a produção de ovos. 
As instalações estão diretamente relacionadas com as questões do bem-
estar animal, e tem como principal finalidade proporcionar um ambiente 
confortável para as aves, além de serem um dos pilares para o bom desempenho 
da avicultura. 
As recomendações para as edificações são bem semelhantes às 
utilizadas na suinocultura, e visam aumentar a eficiência do uso dos recursos 
ambientais para melhorar as condições dentro do galpão. 
Os bebedouros e comedouros mais utilizados são os automáticos, os 
quais podem ser usados em todas as fases de produção, com destaque para o 
bebedouro tipo nipple e o comedouro automático com prato. Nas últimas 
décadas, os galpões de aves se tornaram cada vez mais automatizados, 
aumentando a eficiência, reduzindo o desperdício e diminuindo a mão de obra. 
Posteriormente, abordaremos os aspectos relacionados com a criação e 
abate de frangos de corte, além da produção de poedeiras. 
 
 
 
27 
REFERÊNCIAS 
ABPA. Associação Brasileira de Proteína Animal. Relatório anual de 2022. São 
Paulo: ABPA, 2022. Disponível em: <https://abpa-br.org/abpa-lanca-relatorio-
anual-2022/>. Acesso em: 3 jun. 2022. 
ABREU, P. G. Instalações. Embrapa Suínos e Aves, Concórdia, 2003. Apostila 
digital. Disponível em: 
<http://www.cnpsa.embrapa.br/SP/aves/Instalacoes.html>. Acesso em: 29 maio 
2022. 
ABREU, V. M. N.; AVILA, V. S. Comedouros e bebedouros. Embrapa Suínos 
e Aves, Concórdia, 2022. Apostila digital. Disponível em: 
<https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/frango_de_corte>. Acesso em: 
5 jun. 2022. 
ALBINO, L. F. T.; BARROS, V. R. S. M.; MAIA, R. C.; TAVERNARI, F. C.; SILVA, 
D. L. Produção e nutrição de frangos de corte. 2. ed. Viçosa: Editora UFV, 
2017. 
ÁVILA, V. S.; KRABBE, E. L.; CARON, L.; SAATKAMP, M. G.; SOARES, J. P. 
G. Produção de ovos em sistemas de base ecológica. Concórdia: Embrapa. 
2017. 
BAGGIO, R. A. Desempenho e bem-estar de galinhas poedeiras submetidas 
a diferentes métodos de debicagem em dois sistemas de criação. 2017. 45f. 
Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade do Estado de Santa 
Catarina, Chapecó, 2017. 
CABRELON, M. A. F. Diferentes densidades de gaiola e suas implicações 
no comportamento de galinhas poedeiras e na qualidade dos ovos 
produzidos. 2016. 68 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Universidade de 
São Paulo, Piracicaba, 2016. 
COBB. Manual de Manejo de Frangos de Corte COBB. Guapiaçu: Cobb-
Vantress, 2018. Disponível em: <https://www.cobb-vantress.com/assets/Cobb-
Files/df5655a7e9/Broiler-Guide-2019-POR-WEB.pdf>. Acesso em: 5 jun. 2022. 
CONY, A. V.; ZOCCHE, A. T. Equipamentos para o fornecimento de ração e 
água. In: MENDES, A. A.; NAAS, I. A.; MACARI, M. Produção de Frangos de 
Corte. Campinas: FACTA, 2004. 
 
 
28 
DE ZEN, S.; IGUMA, M. D.; ORTELAN, C. B.; SANTOS, V. H. S.; FELLI, C. B. 
Evolução da avicultura no Brasil. Informativo CEPEA, 2014. v. 1. Disponível 
em: <https://www.cepea.esalq.usp.br>. Acesso em: 24 maio 2022. 
FAO. Food and Agriculture Organization. World Food and Agriculture - 
Statistical Yearbook 2020. Rome: FAO, 2020. Disponível em: 
<https://www.fao.org/documents/card/en/c/cb1329en>. Acesso em: 31 maio 
2022. 
FIGUEIREDO, E. A. P. et al. Raças e linhagens de galinhas para criações 
comerciais e alternativas no Brasil (Comunicado técnico 347). Concórdia: 
Embrapa, 2003. 
FIGUEIREDO, E. A. P. Raças/Linhas genéticas. Concórdia, 2022. Apostila 
digital. Disponível em: 
<https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/frango_de_corte/arvore/CONT0
00fzh0oawf02wx5ok0cpoo6aby0siwl.html>. Acesso em: 3 jun. 2022. 
HAVENSTEIN, G. B.; FERKET, P. R.; QURESHI, M. A. Growth, livability, and 
feed conversion of 1957 versus 2001 broilers when fed representative 1957 
and 2001 broiler diets, Poultry Science, v. 82, n. 10, p. 1500-1508, 2003. 
HY-LINE. Guia de manejo Hy-Line W80 – Poedeiras Comerciais. 2019. 
Disponível em: <https://www.hyline.com/filesimages/Hy-Line-Products/Hy-Line-
Product-PDFs/W-80/80%20COM%20POR.pdf>. Acesso em: 14 dez. 2022. 
LEDUR, M. C.; FIGUEIREDO, E. A. P.; SCHMIDT, G. S.; ÁVILA, V. S.; 
PEIXOTO, J. O. O melhoramento genético de aves no Brasil e as contribuições 
da Embrapa Suínos e Aves. In: SOUZA, J. C. P. V. B.; TALAMINI, D. J. D.; 
SCHEUERMANN, G. N.; SCHMIDT, G. S. Sonho, desafio e tecnologia: 35 
anos de contribuições da Embrapa Suínos e Aves. Concórdia: Embrapa, 2011. 
LIMA, K. F.; MATOS, M. B.; SOUZA, M. N. Produção de aves em sistema de 
base agroecológica. Vértices (Campos dos Goitacazes), v. 21, 2019. 
MAZZUCO, H. Ações sustentáveis na produção de ovos. Revista Brasileira de 
Zootecnia, v. 37, p. 230-238, 2008. 
MAZZUCO, H. et al. Manejo e produção de poedeiras comerciais. Concórdia: 
Embrapa, 1997. 
 
 
29 
PEREIRA, J. C. C. Melhoramento genético aplicado à produção animal. 6. 
ed., Belo Horizonte: FEPMVZ, 2012. 
ROVARIS, E.; CORRÊA, G. S. S.; CORRÊA, A. B.; CARAMORI JUNIOR, J. G.; 
LUNA, U. V.; ASSIS, S. D. Desempenho de frangos de corte criados em 
aviários dark house versus convencional. PUBVET, v. 8, p. 1778, 2014. 
SANTOS FILHO, J. I.; MIELE, M.; MARTINS, F. M.; TALAMINI, D. J. D. Os 35 
anos que mudaram a avicultura brasileira. In: SOUZA, J. C. P. V. B.; TALAMINI, 
D. J. D.; SCHEUERMANN, G. N.; SCHMIDT, G. S. Sonho, desafio e 
tecnologia: 35 anos de contribuições da Embrapa Suínos e Aves. Concórdia: 
Embrapa, 2011. 
SARTOR, V.; BAÊTA, F. C.; LUZ, M. L.; ORLANDO,R. C. Sistemas de 
resfriamento evaporativo e o desempenho de frangos de corte. Scientia 
Agricola, v. 58, n. 1, p. 17-20, 2001. 
SILVA, A.; NÄÄS, I. A. Equipamentos para aquecimento e refrigeração. In: 
MENDES, A. A.; NAAS, I. A.; MACARI, M. Produção de Frangos de Corte. 
Campinas: FACTA, 2004. 
SILVA, I. J.; ABREU, P. G.; MAZZUCO, H. Manual de boas práticas para o 
bem-estar de galinhas poedeiras criadas em gaiolas livre. Concórdia: 
Embrapa, 2020. 
TINÔCO, I. F. F. A granja de frangos de corte. In: MENDES, A. A.; NAAS, I. A.; 
MACARI, M. Produção de Frangos de Corte. Campinas: FACTA, 2004. 
UBA. União Brasileira de Avicultura. Protocolo de bem-estar para aves 
poedeiras. São Paulo: UBA, 2008. Disponível em: 
<https://agroceresmultimix.com.br/ebook/bem-estar-para-aves-poedeiras>. 
Acesso em: 14 dez. 2022. 
	Conversa inicial
	Crédito: Fernando/Adobe Stock.
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS