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Saúde e Bem-estar Psicológico

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Saúde e Bem-estar Psicológico
Psicologia do 
Esporte
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
JESSICA DE ASSIS
SHEILA SOMA
AUTORIA
Jessica Assis
Sou doutora em Psicologia pelo Departamento de Psicologia 
Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), 
mestre em Psicologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), 
especialista em Terapia Comportamental e Cognitiva pela USP e 
graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Tenho 
experiência nos seguintes temas: análise comportamental, subjetividade, 
saúde do trabalhador, validação e análise de instrumentos, prevenção a 
violência contra a criança e adesão ao tratamento. Por isso fui convidada 
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
Sheila Soma
Tenho graduação em Psicologia pelo Centro de Estudos Superiores 
de Londrina. Sou especialista em Gestão Pessoas pela Universidade Norte 
do Paraná (Unopar), mestre em Psicologia pela Universidade Federal de 
São Carlos (UFSCar), doutora em Psicologia pela UFSCar, pesquisadora 
do Laboratório de Estudos e Prevenção da Violência (Laprev) e escritora 
dos livros O segredo da Tartanina, O segredo da Tartanina: manual do 
adulto e O tesouro da Tartanina. Tenho experiência na área de Psicologia 
com ênfase em Intervenção Terapêutica, docência e capacitação de 
profissionais, atuando, principalmente, nos seguintes temas: prevenção e 
intervenção nos casos de abuso sexual infantojuvenil e demais violências. 
Atualmente, sou psicóloga clínica, atuando, também, com supervisão 
profissional, cursos e pesquisas na área. Por isso fui convidada pela Editora 
Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito 
feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte 
comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Autoconfiança e Concentração ............................................................ 12
Autoconfiança .................................................................................................................................... 12
Benefícios da Autoconfiança ............................................................................... 15
Modelo de Confiança Esportiva ........................................................................ 16
Concentração ..................................................................................................................................... 17
Focalização nos Sinais Ambientais Relevantes ..................................... 18
Manutenção do Foco de Atenção .................................................................. 20
Focos de Atenção: Três Processos ..................................................................................... 21
Atenção Seletiva ........................................................................................................... 21
Capacidade de Atenção ..........................................................................................22
Atenção Vigilante .........................................................................................................22
Exercícios para o Bem-Estar Psicológico .........................................24
Compreendendo o Efeito do Exercício no Bem-Estar Psicológico ...........24
Modificando Personalidade e Funcionalidade Cognitiva com 
Exercícios ..............................................................................................................................................27
Personalidade .................................................................................................................27
Exercício e Desenvolvimento do “Eu”............................................................28
Exercício e Resiliência ..............................................................................................29
Funcionamento Cognitivo ..................................................................................... 30
Reduzindo a Ansiedade e a Depressão com Exercícios .................................... 31
Exercícios na Redução da Ansiedade ...........................................................32
Exercício na Redução da Depressão .............................................................35
Lesões Esportivas e Psicológicas: Comportamentos 
Dependentes e Patológicos ...................................................................38
Entendendo a Lesão .................................................................................................................... 38
Causas das Lesões .................................................................................................... 39
Fatores Físicos ............................................................................................................... 39
Fatores Sociais ............................................................................................................... 40
Fatores Psicológicos ................................................................................................. 40
Fatores de Personalidade ...................................................................................... 41
Níveis de Estresse .......................................................................................................42
Papel da Psicologia do Esporte na Reabilitação de Lesões ...........................44
Psicologia de Recuperação ..................................................................................45
Aplicações para o Tratamento e a Recuperação da Lesão ..........47
Efeitos do Treinamento Excessivo e a Síndrome de Burnout ... 51
Treinamento Excessivo................................................................................................................ 51
Síndrome de Burnout ....................................................................................................................55
Modelos de Burnout .....................................................................................................................57
Modelo Afetivo Cognitivo de Estresse .........................................................57
Modelo de Resposta Negativa de Estresse e Treinamento ........ 58
Modelo de Desenvolvimento de Identidade Unidimensional e 
Controle Externo .......................................................................................................... 59
Teoria do Compromisso e do Aprisionamento ......................................60
Teoria da Autodeterminação ...............................................................................61
Modelo Integrado de Burnout Atlético ........................................................629
UNIDADE
04
Psicologia do Esporte
10
INTRODUÇÃO
Por meio da área de Psicologia Esportiva é possível aprofundar 
conceitos a respeito das habilidades psicológicas, bem como aplicar 
questionamentos acerca do bem-estar psicológico. Ademais, pode-se 
conhecer as lesões esportivas e psicológicas que acometem os atletas, 
além de possibilitar a avaliação de treinamento excessivo e como podem 
acontecer os agravos negativos e positivos para o estado do atleta e a 
possibilidade de compreender a síndrome de burnout. Entendeu? Ao 
longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
Psicologia do Esporte
11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o 
término desta etapa de estudos:
1. Definir os conceitos de algumas habilidades psicológicas, como 
autoconfiança e poder de concentração, aplicando técnicas e 
ferramentas cognitivas para o desenvolvimento dessas habilidades 
em atletas de alta performance.
2. Aplicar exercícios para o bem-estar psicológico, compreendendo 
os motivos para se exercitar e os fatores determinantes para a 
adesão ao exercício dessas atividades.
3. Discernir sobre lesões esportivas e psicológicas, identificando 
atletas que apresentem riscos de lesão, comportamentos 
dependentes e patológicos.
4. Avaliar os efeitos do treinamento excessivo, compreendendo 
a síndrome de burnout, seus sintomas, tratamento e formas de 
prevenção.
Psicologia do Esporte
12
Autoconfiança e Concentração 
OBJETIVO:
Ao término deste Capítulo você será capaz de 
compreender e definir conceitos como autoconfiança e 
concentração, além de aplicar técnicas e ferramentas para 
o aprimoramento dessas competências em um atleta de 
alta performance. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!.
Autoconfiança
A autoconfiança pode ser definida como a convicção em que é 
possível concretizar com êxito um comportamento almejado, bem como 
ser estabelecida como o construto intelectual sociável, podendo conter 
mais de um traço ou estado, conforme a organização de alusão temporária 
empregada (WEINBERG, 2017). 
Figura 1 – A autoconfiança pode ser expressada no “você acredita que vai conseguir”
Fonte: Freepik
Psicologia do Esporte
13
A confiança pode ser caracterizada de modo distinto se analisada 
em comparação à competição atual versus a confiança relacionada 
à temporada que está por acontecer versus o grau de confiança que, 
normalmente, a pessoa demonstra (WEINBERG, 2017). 
Geralmente, a confiança pode ser o sentimento que o indivíduo 
sente hoje, podendo ser de caráter instável, estado de autoconfiança ou 
uma parcela da sua personalidade, sendo, então, algo estável, como um 
traço de autoconfiança (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013). 
A confiança pode ser afetada pela cultura estrutural própria ou, 
ainda, pelas forças socioculturais gerais que envolvem o esporte. Atletas 
podem obter retorno positivo do seu técnico, que o auxilia a fortalecer a 
confiança, sem que haja comparação de retorno ou retornos negativos, 
que pode vir a desestruturar a sua confiança. No meio esportivo, o 
desempenho de algumas atividades é visualizado como apropriado para 
sujeitos do sexo masculino; enquanto outras, para o sexo feminino, por 
exemplo, a luta greco-romana e a patinação artística, respectivamente. 
Esse tipo de classificação pode interferir diretamente na confiança desses 
atletas (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013).
Figura 2 – A patinação é tida como um esporte próprio para mulheres
Fonte: Freepik
Psicologia do Esporte
14
No momento em que um atleta espera que algo não saia como 
o esperado, forma-se o que é possível conhecer como “profecia 
autorrealizável”. Dessa maneira, anseia-se que alguma coisa aconteça para 
amparar o que ocorre. Lamentavelmente, esse acontecimento é habitual 
para programas esportivos que envolvem competições. As profecias 
autorrealizáveis designadas como negativas são obstáculos desfavoráveis 
que desencadeiam ciclos viciosos, e a possibilidade de derrota pode 
provocar a derrota real, que é capaz de reduzir a autoimagem e elevar as 
probabilidades de um fracasso que possa existir no futuro (WEINBERG, 
2017). 
EXEMPLO:
Quando um jogador de beisebol, na posição de batedor, em uma 
fase ruim de sua carreira, tende a gerar expectativas de que vai rebater 
a bola para fora, ele eleva a ansiedade e reduz a concentração, o que, 
normalmente, resulta em perspectivas mais baixas e uma má performance.
Estudos revelam que em pontos específicos de personalidade, a 
autoconfiança é algo multidimensional. Assim, existem vários tipos de 
autoconfiança no mundo esportivo. Que tal vermos a seguir algum desses 
pontos. Vamos lá?
 • Confiança na capacidade particular do sujeito em desenvolver 
competências físicas.
 • Confiança na capacidade particular do sujeito em empregar 
capacidades psicológicas. Exemplo: desenvolver mentalização e 
criar diálogo com seu interior.
 • Confiança na capacidade particular do sujeito em utilizar suas 
capacidades de percepção. Exemplo: realizar tomada de decisões 
e adaptar-se a situações.
 • Confiança pessoal no grau de condicionamento físico e na 
possibilidade de treinamentos.
 • Confiança pessoal no potencial particular de aprendizado ou na 
capacitação em aprimorar as próprias competências. 
Psicologia do Esporte
15
A avaliação dos tipos de autoconfiança em atletas de alta 
performance concebe o conhecimento de outros modos de autoconfiança, 
como a acreditação na capacidade particular que se tem em alcançar o 
objetivo (vencer e aprimorar a execução das atividades), e a confiança 
na superação do oponente. Esse tipo de avaliação intensifica o conceito 
de que atletas de alta performance necessitam acreditar em sua própria 
capacidade particular, sendo, portanto, harmônico com a acreditação em 
si próprio (WEINBERG, 2017). 
Benefícios da Autoconfiança
A autoconfiança é determinada como a expectativa elevada em 
alcançar o sucesso, podendo auxiliar o sujeito a estimular sentimentos 
positivos, contribuir para a concentração, definir objetivos, elevar o 
esforço, agrupar estratégias de jogos e preservar o embalo. Contudo, 
a confiança pode interferir no afeto, nas ações comportamentais e no 
comportamento cognitivo da pessoa (FERNANDES et al., 2021). Vejamos a 
seguir cada aspecto benéfico da autoconfiança.
Tabela 1 – Aspectos da autoconfiança
Aspectos Caracterização
Confiança inicia 
sentimentos positivos
O indivíduo sente-se confiante, tendo mais chances 
de manter-se calmo e relaxado diante da pressão. 
Confiança oportuniza a 
concentração
O sujeito sente-se confiante, portanto, sua mente 
apresenta-se livre para exercer a concentração nas 
ações que está a desenvolver.
Confiança interfere nas 
metas
A pessoa confiante determina metas altamente 
desafiadoras e persiste para alcançá-las ativamente.
Confiança eleva o esforço O indivíduo empenha-se e persiste para atingir o objetivo.
Confiança interfere nas 
estratégias de jogo
Sujeitos confiantes, normalmente, jogam para ganhar, 
e não apresentam receios quanto a correr riscos, 
assumindo o controle competitivo em busca de 
vantagens.
Confiança interfere o 
embalo psíquico
Alterações de embalo são visualizadas como 
preditoras para derrotas ou vitórias.
Confiança interfere no 
desempenho
Atletas visualizam essa relação como indispensável 
entre confiança e desempenho.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Weinberg (2017).
Psicologia do Esporte
16
Modelo de Confiança Esportiva
O modelo de confiança esportiva tem quatro unidades formadoras, 
que se diferem da autoconfiança esportiva. Vejamos a seguir quais são 
esses elementos componentes:
 • Construtos de confiança esportiva: tem organização 
multidimensional, agrega confiança nas habilidades físicas, 
psíquicas e perceptivas, habilidades de adaptação, grau de 
condicionamento e treino, capacidadede aprendizado e tomada 
de decisões.
 • Fontes de confiança no esporte: várias fontes são capazes de 
interferir na autoconfiança esportiva, podendo ser categorizadas 
como centradas na atmosfera social, autorregulação e realização.
 • Consequências da confiança esportiva: as consequências fazem 
menção ao afeto, ao comportamento e às cognições do indivíduo 
em posição atlética, conhecido como “triângulo ABC”. O grau de 
confiança esportiva compõe, de modo ininterrupto, esses três 
segmentos.
Figura 3 – O afeto pode ser atingido por uma consequência esportiva
Fonte: Freepik
Psicologia do Esporte
17
 • Fatores que influenciam a confiança esportiva: características 
demográficas e de personalidade podem influenciar a confiança.
Concentração
A atenção de um sujeito e a atribuição no desempenho humano 
tem objetivos de análises e discussões ao longo dos tempos. As pessoas 
sabem que a atenção pode ser definida pela mente, de modo claro e 
evidente, de um ou inúmeros objetos ou pensamentos ao mesmo tempo. 
O foco e a concentração de pensamento são indispensáveis, demandam 
o desligamento de algumas coisas para enfrentar com êxito outras 
(FERNANDES et al., 2021).
A concentração é focalizada em aspectos individuais, podendo ser 
considerada, ainda, como o esforço mental a respeito dos acontecimentos 
mentais e sensoriais. A concentração pode ser definida como a capacidade 
de um indivíduo em executar esforço mental decidido a respeito do que 
é mais importante em qualquer circunstância (FERNANDES et al., 2021).
IMPORTANTE:
Outra caracterização sobre concentração no âmbito do 
esporte tem quatro componentes elementares, sendo elas:
1. Foco nos sinais importantes do ambiente.
2. Preservação do foco de atenção em todo o período.
3. Consciência da circunstância e dos erros na performance.
4. Alteração do foco de atenção sempre que preciso.
Psicologia do Esporte
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Figura 4 – O foco deve ser modificado sempre que houver necessidade
Fonte: Freepik
Focalização nos Sinais Ambientais Relevantes
Uma parcela da concentração representa o foco nos aspectos 
ambientais pertinentes, ou na atenção seletiva. Aspectos irrelevantes 
devem ser descartados. Em uma partida, depois de iniciada, o foco 
dos atletas precisa estar centrado na defesa, nos recebedores e no 
desenvolvimento das jogadas da melhor maneira preferível; barulhos 
e princípios que desencadeiam a distração devem ser mantidos em 
segundo plano (WEINBERG, 2017). 
O conhecimento e a prática podem ser fatores que auxiliam 
no desenvolvimento da atenção seletiva; um atleta não precisa, 
necessariamente, deter atenção em todas as especificidades das 
habilidades, pois com a realização constante, tendem a tornar-se 
automáticas. Quanto mais conhecedor de suas competências for o 
jogador, este portará aspectos automatizados, dominando atenção em 
vários aspectos do jogo e demais jogadores (FERNANDES et al., 2021).
Psicologia do Esporte
19
REFLITA:
A focalização externa, aspectos externos ao corpo, podem 
ser mais eficazes que os aspectos internos, dentro do corpo. 
O enfoque distal externo é capaz de criar acentuação no 
desempenho quando comparado ao enfoque externo. 
Quando maior for o foco empregado em si mesmo ou 
em questões próximas a si, menor será o desempenho 
na performance atlética. O foco externo pode, ainda, 
ajudar a economizar movimentos por meio da elevação da 
efetividade do gasto de oxigênio (WEINBERG, 2017).
Figura 5 – O foco em questões externas ao indivíduo eleva o desempenho
Fonte: Freepik
O enfoque externo eleva o desempenho, a efetividade de 
movimentos e a cinemática das movimentações. O resultado alcançado 
no desempenho e na biomecânica emprega uma diversidade de 
circunstâncias de instrução e habilidade, além de indivíduos com graus 
distintos de conhecimentos sobre competências. Desse modo, a eficiência 
de um foco externo revela que inúmeros fatos e pontos de performance, 
docentes e técnicos, necessitam instruir atletas com atribuições de 
enfoque externo (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013).
Psicologia do Esporte
20
Manutenção do Foco de Atenção
Preservar o foco de atenção no decorrer de toda a competição 
faz parte da composição do processo de concentração. Manter-se 
concentrado pode ser algo difícil. Os indivíduos que se detêm a algo 
apresentam cerca de 4 mil pensamentos diferentes em um dia, uma 
média de 16 horas. Portanto, controlar o pensamento não é algo fácil e 
simples. Diversos atletas têm momentos de imensidade, entretanto, 
poucos são capazes de manter elevado o nível esportivo no decurso das 
competições (FERNANDES et al., 2021).
IMPORTANTE:
Manter-se centrado por períodos extensos não é algo fácil, 
uma simples distração momentânea é capaz de fazer o 
atleta perder o foco no jogo e migrar para o lado oposto 
das jogadas anteriormente traçadas nos treinos.
Figura 6 – A concentração para algumas pessoas pode ser algo difícil
Fonte: Freepik
Psicologia do Esporte
21
Alguns atletas tendem a apresentar-se mais exaustos mentalmente 
do que fisicamente após um jogo ou campeonato, isso acontece pelo fato 
de que a concentração é algo exaustivo, porém necessária ao jogador. 
Os intervalos que acontecem durante um tempo de jogo pode ser algo 
dificultoso, tendo em vista que a recuperação da concentração após esse 
período pode ser defasada (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013).
Focos de Atenção: Três Processos
As concepções a respeito da atenção visam explicar o papel da 
atenção e atuação diante da abordagem de informações. A habilidade 
de atenção é tida como uma distribuição por todo o sistema nervoso 
de um indivíduo. Na atuação de informações, três processos podem 
ser destacados acerca do elevado enfoque em esclarecer a associação 
atenção-desempenho de um sujeito (WEINBERG, 2017). Veja a seguir.
Atenção Seletiva
A atenção seletiva aborda o manter algumas informações de um 
conjunto de processamento de informações, e averiguar ou ignorar 
outras. Não diz respeito, especificamente, ao tempo de foco, e sim o que 
é focado para, assim, desenvolver o bom desempenho (WEINBERG, 2017).
VOCÊ SABIA?
Na atenção seletiva, três erros podem ser cometidos, 
sendo eles:
1. Falha em focar a concentração nos componentes 
relevantes para o desenvolvimento da atividade.
2. Distrair-se do que de fato é relevante e focar em algo 
irrelevante.
3. Incapacidade em fragmentar a concentração entre todos 
os indicadores relevantes que necessitam ser processados 
juntos.
Psicologia do Esporte
22
Figura 7 – A distração é algo comum de acontecer e precisa ser trabalhada
Fonte: Freepik
Capacidade de Atenção
A capacidade de atenção aborda o fato de que a atenção é algo 
limitado, ou seja, um indivíduo só consegue verificar e se deter a uma única 
informação por vez. Entretanto, atletas aparentam ter sua concentração 
em mais de uma situação por vez, e isso acontece pelo fato de que 
eles atravessam o processamento de informações controladas para o 
processamento automatizado, à medida que tornam-se mais habilidosos 
(WEINBERG, 2017).
Atenção Vigilante
A atenção vigilante aborda a ideação de que a elevação da ativação 
emocional diminui o campo de atenção, pois desencadeia o estreitamento 
sistemático na gama de evidências de execução de competências 
do atleta. A ativação pode provocar a eliminação da sensibilidade das 
evidências centradas no campo visual periférico (WEINBERG, 2017).
Psicologia do Esporte
23
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
Capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter 
aprendido que a autoconfiança pode ser definida como 
a convicção em que é possível concretizar com êxito um 
comportamento almejado. Além disso, também pode 
ser estabelecida como o construto intelectual sociável 
que pode conter mais de um traço ou estado, conforme 
a organização de alusão temporária empregada. Assimcomo deve ter aprendido que a autoconfiança pode auxiliar 
o sujeito a estimular sentimentos positivos, contribuir para 
a concentração, definir objetivos, elevar o esforço, agrupar 
estratégias de jogos e preservar o embalo. Aprendido, 
também, que a atenção de um sujeito e a atribuição 
no desempenho humano tem objetivos de análises e 
discussões ao longo dos tempos. As pessoas sabem que 
a atenção pode ser definida pela mente, de modo claro 
e evidente, de um ou inúmeros objetos ou pensamentos 
ao mesmo tempo, assim como alguns atletas tendem 
a apresentar-se mais exaustos mentalmente do que 
fisicamente após um jogo ou campeonato, isso acontece 
pelo fato de que a concentração é algo exaustivo, porém 
necessária ao jogador.
Psicologia do Esporte
24
Exercícios para o Bem-Estar Psicológico 
OBJETIVO:
Ao término deste Capítulo você será capaz de entender e 
aplicar exercícios em prol do bem-estar psicológico, além 
de ser capaz de compreender os motivos para se exercitar 
e os fatores determinantes para a realização de exercícios 
e atividades. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!.
Compreendendo o Efeito do Exercício no 
Bem-Estar Psicológico
Existe uma associação positiva entre o exercício e o bem-estar 
psíquico. Inúmeros exercícios têm relação com os níveis mais elevados de 
auto eficácia e habilidades notadas, melhores índices de motivação para 
o desenvolvimento e desejo de se exercitar, grau mais alto de instrução 
voltada para a atividade e níveis menores de quadros depressivos 
(FRADES et al., 2020). 
IMPORTANTE:
Diversas possibilidades, sendo elas físicas ou psicológicas, 
são capazes de esclarecer como o exercício eleva o bem-
estar do sujeito, embora nenhuma destas apresentem 
suporte como o mecanismo essencial e isolado para a 
criação de mudanças positivas em quem pratica esportes 
(WEINBERG, 2017). 
Psicologia do Esporte
25
Figura 8 – O bem-estar pode estar atrelado a diversos fatores
Fonte: Freepik
É muito provável que as mudanças positivas no bem-estar 
psicológico sejam decorrentes da relação entre fatores fisiológicos e 
psicológicos. Desse modo, vejamos a seguir os principais aspectos 
capazes de responder por meio do efeito positivo diante do bem-estar 
psicológico:
Explicações fisiológicas
 • Fluxo sanguíneo cerebral elevado.
 • Modificações nos neurotransmissores cerebrais.
 • Aumento do gasto de oxigênio e liberação de oxigênio em direção 
aos tecidos cerebrais.
 • Diminuição da tensão muscular.
 • Modificações na estrutura cerebral.
 • Elevação na concentração sérica de receptores endocanabinóides.
Psicologia do Esporte
26
Explicações psicológicas
 • Elevação do sentimento de controle.
 • Sensação de auto eficácia e competência.
 • Comunicações sociais positivas.
 • Melhora nos padrões de autoconceito e autoestima.
 • Ocasiões de lazer e prazer.
Figura 9 – O lazer é algo que contribui positivamente para o estado psicológico de um 
indivíduo
Fonte: Freepik
Psicologia do Esporte
27
Modificando Personalidade e 
Funcionalidade Cognitiva com Exercícios
Além de analisar as relações existentes entre o exercício e a 
ansiedade, quadros depressivos e humor, é possível indagar se o 
exercício pode alterar a personalidade e/ou o desempenho cognitivo de 
um indivíduo (CONDE, 2020). 
Personalidade
Percentuais mais altos de autoconfiança, maiores sentimentos de 
controle, melhorias na imaginação e elevação do entendimento sobre 
a autossuficiência são pontos que podem ser visualizados em análises 
sobre o condicionamento físico e as alterações de personalidade, além 
de aprimorar a performance física e destacar os efeitos psicológicos dos 
sujeitos (CONDE, 2020). 
Figura 10 – A autoconfiança eleva todos os outros sentimentos
Fonte: Freepik
Psicologia do Esporte
28
Os exercícios aeróbios podem elevar os níveis de autossuficiência 
e intelecto, bem como reduzir o padrão de insegurança de uma pessoa. 
Modificações positivas em diversos âmbitos podem acontecer juntamente 
com o ajuste de personalidade (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013).
Exercício e Desenvolvimento do “Eu”
O autoconceito, a autoestima e a autoeficácia de um atleta podem 
ser os aspectos do “eu” que se relacionam e fazem referência a como os 
sentimentos se expressam diante das próprias capacidades (WEINBERG, 
2017). 
O autoconceito agrega todas as referências daquilo que acreditamos 
ser, é algo indispensável à nossa vitalidade consciente. Desse modo, 
inúmeras pessoas acreditam que esta é a mensuração mais significativa 
do bem-estar psicológico (CONDE, 2020). 
VOCÊ SABIA?
Alterações positivas na autoestima são percebidas, 
normalmente, durante o período de tempo de, pelo 
menos, um ano, podendo ser percebidas em pessoas 
consideradas normais, que se encontram em processo 
de emagrecimento, reabilitação de transtornos etc. A 
autoestima saudável é um componente indispensável para 
a saúde mental, e existem resultados que indicam que a 
realização de atividades físicas desponta efeitos positivos 
e consecutivos na autovalorização de autoestima das 
pessoas (CONDE, 2020). 
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Figura 11 – A autoestima pode ser elevada diante de diversas situações
Fonte: Freepik
De modo consistente, o exercício é atrelado a constantes 
modificações psicológicas positivas envolvendo autoconceito, autoestima 
e imagem corporal, componentes indispensáveis para o funcionamento 
necessário e adequado dos quadros psicológicos (WEINBERG, 2017).
Exercício e Resiliência
A resiliência faz referência a como um sujeito suporte situações de 
alto estresse. Este desencadeia efeitos extenuantes e pequenos em um 
indivíduo com personalidade resiliente. Para ser considerada uma pessoa 
resiliente, normalmente, os sujeitos tendem a apresentar alguns traços 
(CONDE, 2020). Vejamos a seguir quais são esses traços:
 • Ter senso de controle particular diante dos acontecimentos 
externos.
 • Possuir senso de compreensão, compromisso e determinação na 
vida habitual.
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 • Maleabilidade em se adaptar a alterações inesperadas, 
entendimento acerca das adversidades e possibilidades de 
crescimento.
Os exercícios atrelados à resiliência são capazes de diminuir efeitos 
negativos que possam ser desencadeados por estresse. De modo geral, 
a associação do exercício com a personalidade resiliente é efetiva para 
manter a saúde (CONDE, 2020). 
Figura 12 – A capacidade em superar obstáculos deve ser trabalhada
Fonte: Freepik
Funcionamento Cognitivo
Por um longo período de tempo, acreditou-se que o crescimento 
motor era algo imprescindível para o progresso intelectual das crianças, 
e que a capacidade de aprender se diferenciava a depender do grau de 
condicionamento físico delas (CONDE, 2020). 
IMPORTANTE:
O exercício agudo aumenta o funcionamento cognitivo por 
meio da memória de trabalho somente para os indivíduos 
que apresentam baixo grau de memória de trabalho. 
Desse modo, as divergências particulares das pessoas se 
destacam por meio dos efeitos causados pela prática de 
exercícios na função cognitiva (WEINBERG, 2017).
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De maneira singular, exercícios de intensidade moderada 
apresentam associação com a elevação do desempenho da função 
executiva, acerca da memória de trabalho e da agilidade de concentração, 
conforme o exercício de intensidade elevada aprimora a rapidez do 
processamento de informações (CONDE, 2020). 
Figura 13 – Exercícios de intensidade moderada elevam a concentração
Fonte: Freepik
Reduzindo a Ansiedade e a Depressão com 
Exercícios
Os problemas relacionados à saúde mental englobam, em média, 
aproximadamente, 30% das hospitalizações nos Estados Unidos, e são 
gastos, em média, 10% dos gastos médicos gerais. Entre os agravos à 
saúde mental, os que recebem destaque são a ansiedade e a depressão 
(PORTAL EDUCAÇÃO, 2013). 
IMPORTANTE:
Nem todos os pacientes portadores dessas patologias 
apresentam sintomas psicopatológicos,alguns relatam 
sentir somente angústia relativa, algo que é englobado 
na categoria aberta acerca de sentimentos desagradáveis 
(CONDE, 2020). 
Psicologia do Esporte
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Para esse tipo de paciente, a realização regular de exercícios 
demonstra ter validade terapêutica na diminuição dos sentimentos 
percebidos em quadros de ansiedade e depressão. Desenvolver atividades 
com certa regularidade em prol do bem-estar psicológico é algo que 
pode ser visualizado em diferentes sujeitos, de distintas nacionalidades 
(CONDE, 2020).
IMPORTANTE:
A realização de exercícios demonstra associação às 
modificações positivas no humor das pessoas e na 
diminuição dos níveis de ansiedade e depressão. Esses 
efeitos podem ser denominados, ainda, como agudos ou 
crônicos. 
Os efeitos agudos são os causados no momento imediato, não 
sendo, obrigatoriamente, temporários, mas que se manifestam decorrente 
da execução de uma única fração de exercício; enquanto os efeitos 
crônicos focam em alterações na ansiedade e na depressão ao passar do 
tempo (CONDE, 2020). 
Exercícios na Redução da Ansiedade
Os efeitos do exercício na diminuição da ansiedade, normalmente, 
são concentrados nos efeitos de curto prazo. Os efeitos crônicos 
abrangem exercícios que duram um período de tempo de, em média, 
dois a quatro meses, com a aplicação de exercícios de, no mínimo, duas 
vezes por semana (CONDE, 2020). 
A maior parte dos estudos a respeito dos efeitos agudos do exercício 
são direcionados para a diminuição do estado ansioso, em que o índice 
de tranquilidade se mantém elevado e a ansiedade reduzida. Exercícios 
com intensidade moderada produzem efeitos positivos maiores acerca 
das relações efetivas (CONDE, 2020). 
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Figura 14 – A tranquilidade é elevada quando a ansiedade é reduzida
Fonte: Freepik
Vejamos a seguir o consenso acerca dos exercícios e dos seus 
efeitos positivos na redução da ansiedade a níveis agudo e crônico:
 • Programas mais extensos de treino demonstram maior eficácia 
quando comparados a programas menores para desencadear 
alterações positivas no bem-estar.
 • Diminuição de cerca de 30 a 70% do quadro ansioso e depressivo 
depois da realização de exercícios aeróbicos; se anaeróbico, 30 a 
50%.
 • A realização de exercícios é especialmente eficiente para sujeitos 
com grau elevado de ansiedade, diminuindo-os.
 • Qualquer duração de exercício pode reduzir a ansiedade, 
entretanto, os maiores efeitos são visualizados em períodos de 30 
minutos.
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Figura 15 – Todo exercício é capaz de diminuir a ansiedade e relaxar o indivíduo
Fonte: Freepik
 • O grau de ansiedade regressa ao percentual de ansiedade pré-
exercício em 24 horas.
 • A realização de exercícios está atrelada à diminuição da tensão 
muscular.
 • Diminuição da ansiedade não é totalmente associada a ganhos 
físicos desencadeados pela realização do exercício.
 • Diminuição da ansiedade depois do exercício sem ligação com a 
intensidade, tempo de duração e modelo de exercício.
 • Exercícios aeróbios são capazes de diminuir a ansiedade com 
grau parecido com o alcançado por meio das demais formas 
terapêuticas para a ansiedade.
 • Diminuição da ansiedade depois do exercício acontece em todas 
as pessoas.
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Exercício na Redução da Depressão
A depressão está relacionada ao sofrimento humano. Em média, um 
em cada quatro indivíduos sofre de depressão em alguma fase da vida. 
Estudos demonstram que a maior prevalência de quadros depressivos 
acontece em pessoas do sexo feminino, atingindo cerca de 6% da faixa 
etária dos adolescentes (WEINBERG, 2017). 
Figura 16 – O quadro depressivo pode atingir as diferentes fases da vida
Fonte: Freepik
VOCÊ SABIA?
A depressão é tratada, na maioria das vezes, por meio de 
terapia e introdução medicamentosa, entretanto, pode 
ser associada com a realização de exercícios. Ademais, a 
inatividade física pode estar atrelada a níveis mais elevados 
de depressão (CONDE, 2020). 
É possível salientar que a relação existente entre o exercício e a 
depressão pode ser associada, isto é, o exercício está relacionado com, 
mas não desenvolve modificações na depressão (WEINBERG, 2017). A 
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relação existente entre o exercício e o quadro depressivo pode incluir os 
seguintes pontos:
 • Os resultados positivos podem ser visualizados em todas as faixas 
etárias, situações de saúde, raça, cor e circunstâncias sociais e 
econômicas.
 • O exercício é eficiente, assim como a psicoterapia, para diminuir a 
depressão.
 • O exercício gera efeitos antidepressivos mais acentuados quando 
o treino é estendido por, no mínimo, nove semanas de duração.
 • Exercícios anaeróbicos e aeróbicos são relacionados à diminuição 
da depressão.
Figura 17 – Os exercícios aeróbicos são associados ao estímulo antidepressivo
Fonte: Freepik
 • A diminuição da depressão depois do exercício físico independe 
do grau de condicionamento físico.
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RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste Capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que existe uma associação positiva entre o exercício e o 
bem-estar psíquico, além de diversas possibilidades, sendo 
elas físicas ou psicológicas, que são capazes de esclarecer 
como o exercício eleva o bem-estar do sujeito, embora 
nenhuma dessas possibilidades apresentem suporte 
como o mecanismo essencial e isolado para a criação 
de mudanças positivas em quem pratica esportes. Deve 
ter aprendido que é possível indagar se o exercício pode 
alterar a personalidade e/ou o desempenho cognitivo de 
um indivíduo, bem como a realização regular de exercícios 
demonstra ter validade terapêutica, desenvolvendo a 
diminuição dos sentimentos percebidos pelos sujeitos na 
presença dos quadros de ansiedade e depressão.
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Lesões Esportivas e Psicológicas: 
Comportamentos Dependentes e 
Patológicos
OBJETIVO:
Ao término deste Capítulo você será capaz de entender 
e discernir as lesões esportivas e psicológicas que 
acometem o atleta, além de identificar os atletas que 
apresentam traço de risco para o desenvolvimento de 
lesões, comportamentos dependentes e patológicos. E 
então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá. Avante!
Entendendo a Lesão
A lesão significa trauma corporal que tem como consequência a 
incapacidade física ou a perda temporária das funções corpóreas. A lesão 
conhecida como algo multifacetado, atua em conjunto da dor, de maneira 
que a dor ou a lesão precisem de atenção mental; a dor ou a lesão 
agregam alguma espécie de perda de funcionalidade ou modificação da 
função que atinge de modo direto as competências de desempenho; o 
indivíduo lesionado necessita definir se começa ou prossegue com sua 
participação, se apresenta dor ou lesão (PENATTI, 2018).
Figura 18 – As lesões, normalmente, desencadeiam dores que podem ir de leve a intensa
Fonte: Freepik
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O desconforto ou dor aguda é, normalmente, um indício da existência 
de lesão, no mais, não é de toda verdade que a dor ou a presença de 
desconforto imediato seja causado por uma lesão. Um indivíduo pode 
apresentar contusão ou inchaço depois de sofrer uma queda ou executar 
excessivamente uma sequência de exercícios, ainda que não apresente 
lesão ou necessite sair da atividade (PENATTI, 2018). 
Causas das Lesões
A maioria das lesões são de natureza física, entretanto, podem 
também sofrer influências do meio social, psicológico e de personalidade, 
bem como dos fatores estressantes. Esses aspectos podem causar 
influência não somente da causa da lesão, mas na recuperação 
(WEINBERG, 2017).
Figura 19 – Os fatores estressores podem agravar a incidência de lesões
Fonte: Freepik
Fatores Físicos
Os fatores físicos podem ser interpretadoscomo os principais 
causadores de lesões por meio do esporte e da prática de exercícios. 
Psicologia do Esporte
40
Entre esses fatores podem ser associados aspectos como colisões 
ocasionadas durante velocidades elevadas, desequilíbrio muscular, 
excesso de treinamento e exaustão física (WEINBERG, 2017). 
IMPORTANTE:
Aspectos psicológicos têm papel nesses fatores, pois 
desempenham função indispensável na recuperação das 
lesões. Portanto, é necessário compreender a relação 
existente entre as reações psicológicas das lesões e a 
maneira com que as intervenções psíquicas podem agilizar 
a recuperação do indivíduo (PENATTI, 2018). 
Fatores Sociais
Os fatores sociais podem ser entendidos como causadores de 
lesões esportivas. Um desses fatores pode ser associado ao entendimento 
de que os atletas necessitam jogar, ainda que com a presença de dor 
e lesões. Alguns jogadores visualizam um jogador lesionado como 
possuidor de um acontecimento pretendido por outros, como colegas de 
equipe, treinadores, amigos e familiares (PENATTI, 2018). 
VOCÊ SABIA?
Frequentemente, os atletas demonstram suportar a dor 
e a lesão em busca do cumprimento de objetivos, como 
participar de uma maratona ou ser classificado para um 
jogo posterior, além de descreverem lesões como um risco 
ou perigo assumido ao desenvolver certas atividades.
Fatores Psicológicos
A associação entre as lesões esportivas e os fatores psicológicos 
focam no estresse. As circunstâncias esportivas, sejam elas competições, 
treinos ou desempenho, são fatores estressantes que podem colaborar 
para o acontecimento de lesões (WEINBERG, 2017).
Psicologia do Esporte
41
Uma situação caracterizada como ameaçadora eleva o grau 
de ansiedade, causa inúmeras alterações no foco, atenção ou tensão 
muscular, o que eleva as possibilidades de lesões. Entretanto, o estresse 
não é o elemento principal para controlar as lesões esportivas. Aspectos 
de personalidade, histórico de estresse e fatores de enfrentamento 
interferem no procedimento de estresse, que, por sua vez, eleva as 
chances de lesão (WEINBERG, 2017). 
Após sofrer uma lesão, esses fatores contribuem para o nível de 
estresse desenvolvido e a recuperação do sujeito. Os indivíduos que 
manifestam capacidades psicológicas enfrentam melhor o estresse, 
diminuindo a possibilidade de lesão (PENATTI, 2018).
O método estresse-lesão pode ser aumentado de maneira a 
esclarecer não somente as lesões de causas físicas, mas também as 
patologias físicas que podem ser decorrentes da associação de treino 
físico pesado e modificações psicossociais (PENATTI, 2018). 
Fatores de Personalidade
Os traços de personalidade são associados desde os primeiros 
aspectos psicológicos atrelados a lesões esportivas. Os traços de 
personalidade como autoconceito, determinação e extroversão-
introversão são associados às lesões (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013). 
IMPORTANTE:
A personalidade implica vínculo com os índices de lesões, 
entretanto, não é possível assimilar com eficiência as 
particularidades da personalidade que podem ter ligação 
com as lesões esportivas. De modo amplo, alguns aspectos 
pessoais como autoestima, audácia, ansiedade-traço e 
otimismo executam papel nas lesões. Esse papel é algo 
profundo, pois as condições de personalidade têm em vista 
amenizar a relação estresse-lesão (PENATTI, 2018). 
Psicologia do Esporte
42
Desse modo, quando um indivíduo é definido como possuidor de 
elevado traço de personalidade, a vinculação de vida em meio ao estresse 
e a lesão tendem a apresentar-se mais fortificadas do que um sujeito que 
apresenta baixo traço de ansiedade (PENATTI, 2018).
Figura 20 – O baixo traço de ansiedade não fortalece o surgimento de lesões
Fonte: Freepik
Níveis de Estresse
Os níveis de estresse podem ser denominados como premissas 
relevantes de lesões esportivas. As mensurações de estresse são 
incrementadas a significativas modificações de vida ou, ainda, fatores 
estressantes menores no dia a dia (WEINBERG, 2017).
Evidências apontam que atletas com altos níveis de estresse sofrem 
mais lesões quando comparados a atletas que apresentam menores 
índices de estresse. O estresse e as lesões se conectam como complexo, 
sendo assim, esportistas e profissionais de condicionamento físico devem 
analisar as alterações e os estressores significativos no cotidiano e na 
vivência dos atletas. No dado momento em que as modificações surgem 
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43
é necessário acompanhar e regular de modo cuidadoso a disciplina de 
treino, de modo, também, a ofertar suporte psicológico (WEINBERG, 2017).
VOCÊ SABIA?
Quando um atleta com baixas capacidades de 
enfrentamento e baixo suporte social passa por alterações 
consideráveis em sua vida, isso eleva o risco de lesão. De 
modo parecido, os atletas que apresentam baixa autoestima 
são pessoas pessimistas ou que demonstram graus mais 
elevados de traço de ansiedade, desencadeando mais 
lesões esportivas ou passando um período de tempo maior 
com o feedback dessas lesões (PENATTI, 2018).
Figura 21 – Em pessoas pessimistas, aparentemente, as lesões demoram mais tempo para 
se recuperar
Fonte: Freepik
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Papel da Psicologia do Esporte na 
Reabilitação de Lesões
No decorrer dos últimos anos, aconteceram enormes avanços 
voltados para a reabilitação e a recuperação de lesões associadas ao 
esporte e ao exercício. Maneiras de recuperação ativas, minimização das 
técnicas invasivas por meio cirúrgico e treinamentos realizados com peso 
estão englobados nos avanços de reabilitação (PENATTI, 2018). 
IMPORTANTE:
A invocação de métodos psicológicos também favorece 
os modos de recuperação das lesões, os profissionais 
empregam cada vez mais formas holísticas de terapias 
para restabelecer a saúde não só do corpo físico, mas 
também da mente. Compreender a psicologia em prol do 
restabelecimento de lesões é indispensável para todas as 
partes envolvidas com o exercício e o esporte (WEINBERG, 
2017). 
Figura 22 – As inovações precisam ser aplicadas em prol de melhorias
Fonte: Freepik
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Psicologia de Recuperação
A avaliação de atitude e perspectiva, diálogo consigo mesmo, apoio 
social, estresse, controle do estresse, positividade em relação à cura, 
estabelecimento de crenças e objetivos, tudo isso demonstra que atletas 
lesionados com esses aspectos positivos e competências psicológicas 
obtêm a cura das lesões de modo mais rápido, em um período inferior 
a cinco semanas; enquanto atletas que não se detêm a esses fatores 
passam pelo processo de recuperação de forma lenta, em média, mais 
de 16 semanas para curar uma lesão (WEINBERG, 2017). 
IMPORTANTE:
As intervenções psicológicas interferem positivamente na 
recuperação de lesões esportivas, ou seja, a positividade 
diante à recuperação, o bom enfrentamento da situação 
e a confiança são elementos efetivos no processo 
de recuperação. A recuperação física não implica na 
obrigatoriedade psicológica em voltar às atividades 
esportivas (PENATTI, 2018). 
Os desafios encontrados no retorno esportista agregam ansiedade 
sobre o receio de novas lesões, elevação da ansiedade acerca do 
desempenho físico, dúvida em relação a alcançar as expectativas 
projetadas em si pelos outros, diminuição da eficiência física, bem como 
a aflição em atingir o mesmo desempenho que tinha antes da lesão 
(PENATTI, 2018).
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Figura 23 – O receio é algo muito visto no retorno de atletas após a lesão
Fonte: Freepik
A metodologia de motivação para retornar aos jogos é algo que 
parece ser essencial. Atletas que demonstram graus elevados de 
motivação intrínseca para voltar a suas atividades representam maior 
valorização esportiva, endurecimento mental e motivação para o êxito. 
Atletas com motivação extrínseca apresentam menor percentual de 
confiança, desempenho inadequado e grau de ansiedade elevado 
(WEINBERG, 2017). 
VOCÊ SABIA?
O treinamento e os aspectospsicológicos são capazes de 
interferir na aceitação dos acordos dos meios terapêuticos, 
e a automotivação é um predicado relevante para a 
aceitação da realização dos exercícios em casa. Além disso, 
a definição de objetivos e a conversação positiva e interior 
são associadas de modo positivo ao desenvolvimento de 
exercícios de reabilitação e aceitação de métodos em casa 
(WEINBERG, 2017). 
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Segundo os treinadores, os atletas que encaram melhor as lesões 
se diferem de atletas com sucesso mais baixo em diversos aspectos: 
desenvolvem melhor suas tarefas terapêuticas e de cura; manifestam 
atitude positiva diante das circunstâncias da lesão e a vida como um 
todo; têm maiores índices de motivação, determinação e dedicação; 
realizam mais indagações; e possuem maior grau de instrução a respeito 
das lesões. Em média, 90% dos treinadores dizem ser muito importante 
cuidar dos fatores psicológicos das lesões. Desse modo, procedimentos 
psicológicos devem ser inseridos para aumentar a recuperação e a cura 
(PENATTI, 2018). 
Figura 24 – O conhecimento das lesões ajuda o atleta a encará-las de modo positivo
Fonte: Freepik
Aplicações para o Tratamento e a Recuperação da 
Lesão
Uma abordagem holística deve ser implementada para a psicologia 
do esporte, devendo complementar a fisioterapia, portando intervenções 
psicológicas para propiciar a recuperação das lesões. O primeiro ponto 
para ofertar esse modo de conduta voltada para a recuperação é 
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compreender o procedimento de recuperação e reabilitação psicológica 
(PENATTI, 2018). 
Diferentes estágios de recuperação exibem dificuldades próprias 
para o atleta. Desse modo, normalmente, as diversas abordagens a 
psicologia à recuperação são determinadas. No estágio inicial da lesão é 
essencial focar no auxílio ao atleta para enfrentar a perturbação emocional 
que surge junto ao surgimento da lesão, entender a lesão é imprescindível 
nesse momento (PENATTI, 2018).
REFLITA:
No estágio de reabilitação e recuperação, o profissional 
de saúde deve agrupar esforços para auxiliar o atleta 
a preservar a motivação e a aceitação dos modos de 
reabilitação. Definir objetivos e preservar atitude positiva, 
em especial em retrocessos, é algo elementar nesta fase 
(WEINBERG, 2017).
Figura 25 – Manter-se centrado nos objetivos é algo positivo para a recuperação das lesões
Fonte: Freepik
Psicologia do Esporte
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No estágio de retorno à atividade total, mesmo que o atleta 
apresente liberação física para participar, a recuperação só é finalizada 
quando volta à função normalmente desenvolvida na sua área esportiva. 
Ademais, fatos demonstram que a volta da funcionalidade competitiva 
normal é relativamente mais difícil do que se imagina, podendo estender-
se por um período de tempo notável, em média, cerca de seis semanas a 
um ano (PENATTI, 2018). 
O entendimento dos aspectos psicológicos na reabilitação das 
lesões surge da compreensão sobre as reações que essas lesões causam. 
Portanto, compreender somente a continuação da reação é o suficiente. 
Diversos procedimentos e normas psicológicas permitem a facilitação 
dos métodos de reabilitação, incluindo o estabelecimento de relação de 
interação junto com o atleta lesionado, orientação a respeito da lesão e 
sistema de recuperação, além de apontar competências psicológicas 
de confrontação própria e preparar o atleta para encarar os retrocessos, 
estimular o suporte social e desenvolver o aprendizado com outros atletas 
lesionados ou que sofreram o mesmo tipo de lesão (PENATTI, 2018).
Figura 26 – O conhecimento de pessoas que superaram lesões iguais encoraja os atletas 
em relação à recuperação
Fonte: Freepik
Psicologia do Esporte
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RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
Capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter 
aprendido que a lesão significa um trauma corporal que 
tem como consequência a incapacidade física ou a perda 
temporária das funções corpóreas, sendo conhecida 
como algo multifacetado; já o desconforto ou a dor aguda 
é, normalmente, um indício da existência de lesão, no 
mais, não é de toda verdade que a dor ou a presença de 
desconforto imediato seja causado por uma lesão. Deve 
ter aprendido, também, que a maioria das lesões são de 
natureza física, entretanto, podem sofrer influências do 
meio social, psicológico e de personalidade, bem como 
dos fatores estressantes. Também deve ter aprendido 
que a invocação de métodos psicológicos favorece os 
modos de recuperação das lesões, e que os profissionais 
empregam cada vez mais formas holísticas de terapias para 
restabelecer a saúde não só do corpo físico, mas da mente.
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Efeitos do Treinamento Excessivo e a 
Síndrome de Burnout 
OBJETIVO:
Ao término deste Capítulo você será capaz de entender 
que é possível avaliar os efeitos causados pelo treinamento 
excessivo, além de compreender a síndrome de burnout, os 
sintomas que a caracterizam, os meios de tratamento e as 
formas de prevenir esta síndrome. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Treinamento Excessivo
O treino definido por período é a técnica determinada para aplicar 
aos atletas treinamentos de alto volume e intensidade, desenvolvidas por 
uma baixa leva de treinamento, denominado como fase de polimento 
ou descanso. A meta do treino periódico é preparar atletas com o intuito 
de que o desempenho apresentado por ele seja o máximo em uma 
data definida ou prazo que anteceda campeonatos ou competições 
(WEINBERG, 2017). 
Figura 27 – O treino é intensificado de forma proposital
Fonte: Freepik
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Os treinadores, de forma intencional, intensificam, sobrecarregam e 
diminuem os treinos para os atletas. Desse modo, o desafio é elevar, de 
maneira gradativa, a carga de treino para acumular as adequações ideais 
e a anulação de efeitos adversos negativos, como o surgimento de lesões 
(WEINBERG, 2017).
O treino excessivo faz menção ao ciclo curto de treino, tendo duração 
de dias ou, no máximo, algumas semanas. Durante esse treinamento os 
atletas são expostos à carga alta e excessiva de treinos a fim de atingir sua 
capacidade máxima naquela atividade (WEINBERG, 2017). 
IMPORTANTE:
Sobrecarregar é tido como um processo normal do treino 
de desenvolvimento para o preparo físico dos atletas. 
Sendo assim, de acordo com os fundamentos da fisiologia 
do exercício, a sobrecarga, de maneira intencional, 
proporciona aos atletas volumes de treinos elevados. E, 
depois do período de descanso e recuperação, o corpo 
do atleta se adéqua à sobrecarga, ficando mais fortalecido 
ou condicionado, e as alterações dos treinos implicam 
melhorias no desempenho (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013).
Figura 28 – Após o repouso, os atletas se adaptam à sobrecarga de treino
Fonte: Freepik
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Lamentavelmente, o método de sobrecarga está longe de ser algo 
perfeito, entretanto, ao buscar sobrecarregar de maneira intencionada 
os atletas, essa sobrecarga pode gerar consequências negativas. O 
dimensionamento do treino pode ser amplo demais ou, ainda, os atletas 
podem não repousar, bem como ter estressores físicos ou psicológicos, 
e acabar por desencadear apropriações problemáticas. O exagero nos 
treinos pode levar a uma performance desgastada (PORTAL EDUCAÇÃO, 
2013). 
A síndrome do treino excessivo negativo é determinada como a 
carga excessiva, normalmente, de aspecto físico empregada a um atleta 
sem a utilização correta do descanso, e desencadeia pior performance 
e inabilidade para desenvolver os treinos a níveis habituais (WEINBERG, 
2017). 
A metodologia de sobrecarregar o próprio corpo pode desencadear 
acomodações positivas e melhorias nas habilidades ou, ainda, em uma 
má acomodação e o declínio no desempenho. O processo desobrecarga 
é implementado por meio do excesso em um atleta, na busca por atingir o 
melhor desempenho, decorrente do treino excessivo. Esse procedimento 
pode gerar habilidades defasadas em um curto período de tempo, que 
pode se distinguir em torno de 72 horas até cerca de duas semanas, 
denominado, portanto, de “estado de exagero” (WEINBERG, 2017). 
Figura 29 – A sobrecarga de exercícios pode surtir efeitos positivos ou negativos
Fonte: Freepik
Psicologia do Esporte
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Quando os treinos excessivos e o modo de exagero são 
demasiadamente excessivos e o corpo não se adéqua, o retorno agrega 
má adaptação ou treino focalizado em aspectos negativos, gerando, por 
consequência, performance insatisfatória (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013). 
VOCÊ SABIA?
O treino excessivo negativo, quando estabelecido por 
um período de tempo sem repouso ou recuperação 
necessária, pode levar ao estado mais acentuado e 
agravado da síndrome de burnout. Embora seja possível 
que a implementação de treino excessivo não aprimore 
nem deteriore a performance atlética, só a conserve 
(PORTAL EDUCAÇÃO, 2013). 
A desigualdade entre o treino periodizado e o excesso são 
dependentes das habilidades e competências particulares do atleta. O 
treino intenso e prejudicial para um atleta pode ser o treino adequado e 
positivo para outro atleta (WEINBERG, 2017). 
VOCÊ SABIA?
O atleta de natação Mark Spitz nunca desenvolvia treino 
diário maior que 9 mil metros, e bateu o recorde mundial de 
natação sete vezes, além de ganhar sete medalhas de ouro 
nos Jogos Olímpicos do ano de 1972. Enquanto Vladimir 
Salnikov, o campeão soviético de natação olímpica, nadava 
em seus treinos até 20 mil metros por dia em um programa 
de duas semanas denominado de “mesociclos de ataque”. 
Essas distâncias seriam determinadas como excessivas 
para inúmeros nadadores de alto padrão, mas, no que se 
pode ver, agilizava o seu desempenho.
Psicologia do Esporte
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Figura 30 – Os nadadores, assim como nas demais categorias esportivas, podem ter 
excesso como preditores negativos ou positivos
Fonte: Freepik
As evidências apontam que o excesso de treino não engloba 
somente volumes e intensidades nos treinamentos físicos para os atletas. 
Os estressores sociais e psicológicos, associados à fração e ao modo 
de repouso do atleta interferem no treino excessivo e nos meios de 
periodização (WEINBERG, 2017). 
Síndrome de Burnout
Ainda não existe uma definição concreta de aceitação universal para 
a síndrome de burnout. Esta pode ser estabelecida como o afastamento 
emocional, físico e social de uma tarefa esportista antes tida como 
prazerosa. O afastamento se dá por meio da exaustão emocional e física, 
sendo limitada à realização e diminuição do esporte. Além do mais, o 
burnout acontece em decorrência do estresse crônico e das instruções 
motivacionais, bem como das modificações no atleta (LYRA; SOARES; 
LIMÃO, 2020).
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Vejamos a seguir as perspectivas que são características no burnout.
Tabela 2 – Aspectos caracterizadores da síndrome de burnout
Aspecto Caracterização
Exaustão emocional e física
A exaustão desencadeia perda de 
confiança, energia e interesse.
Sensação de baixa 
autoestima, depressão, 
fracasso e realização pessoal
Sensações visualizadas em baixa 
produtividade laboral ou queda no 
grau de desempenho.
Despersonalização e 
desvalorização
A despersonalização define 
o burnout em profissionais de 
auxílio, como técnicos, docentes 
e conselheiros. Enquanto a 
desvalorização é enxergada como 
o comportamento impessoal e 
insensível da pessoa. 
Fonte: Elaborado pela autora com base em Weinberg (2017).
IMPORTANTE:
No âmbito esportivo, a síndrome de burnout se diferencia 
do simples fato de desistir, pois agrega fatores como a 
exaustão emocional e psicológica, retorno negativos aos 
demais, depressão e diminuição da autoestima. Existem 
diversos motivos que fazem o atleta desistir da participação 
em esportes, o burnout é somente uma das razões. 
Normalmente, de modo geral, poucos atletas e treinadores 
“abrem mão” por completo do esporte somente pelo 
diagnóstico do burnout, mas, diversas vezes, apresentam 
características desse processo (WEINBERG, 2017).
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Modelos de Burnout 
Existem seis modelos de síndrome de burnout especialmente 
voltadas para o esporte, que foram implementadas para auxiliar na 
compreensão desse fenômeno. Cada modelo tem características 
relevantes e fundamentais a respeito dos diversos aspectos que interferem 
no burnout, do mesmo modo que são individuais a seus respectivos 
modelos (LYRA; SOARES; LIMÃO, 2020).
Modelo Afetivo Cognitivo de Estresse
Nesse modelo, o burnout é um segmento que aborda elementos 
fisiológicos, comportamentais e psicológicos que evoluem para estágios 
esperados. De modo isolado, cada um dos segmentos é influenciado pelo 
grau de motivação e personalidade (LYRA; SOARES; LIMÃO, 2020). 
VOCÊ SABIA?
O estágio um é definido como os acontecimentos 
situacionais, elevadas demandas são empregadas ao 
atleta, elevadas cargas de exercício físico ou pressão pela 
necessidade de ser vitorioso. Geralmente, as necessidades 
da situação ultrapassam os recursos disponíveis, 
desencadeiam o estresse e podem tornar-se burnout 
(LYRA; SOARES; LIMÃO, 2020). 
O estágio dois é a avaliação cognitiva, os sujeitos compreendem e 
analisam a situação, considerando-a ameaçadora ou não. O estágio três 
evidencia as respostas fisiológicas, ou seja, se uma análise destaca uma 
situação como ameaçadora, com o passar do tempo o estresse começa 
a gerar mudanças físicas, como a elevação da tensão muscular, fadiga e 
irritabilidade (WEINBERG, 2017).
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Figura 31 – A fadiga pode ser percebida no estágio três
Fonte: Freepik
No estágio quatro, as respostas de comportamento e os retornos 
fisiológicos desencadeiam alguns métodos de enfrentamento e 
atividade, como diminuição do desempenho, dificuldades interpessoais e 
afastamento das atividades rotineiras (LYRA; SOARES; LIMÃO, 2020).
Modelo de Resposta Negativa de Estresse e 
Treinamento
Nesse modelo, o burnout é centrado nas respostas advindas no 
treino físico, ainda que conheça a significância dos aspectos psicológicos. 
O modelo sugere que o treino físico gera estresse de modo físico e 
psicológico para o atleta, sendo capaz de desencadear efeitos positivos e 
negativos (LYRA; SOARES; LIMÃO, 2020).
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IMPORTANTE:
Os efeitos positivos são os retornos esperados do treino, 
porém um treino com sobrecarga excessiva pode criar 
resultados negativos. A intensificação do treinamento 
associada a uma ampla gama de estresse psicológico e 
social, associado a aspectos de recuperação, devem ser 
considerados (LYRA; SOARES; LIMÃO, 2020).
Modelo de Desenvolvimento de Identidade 
Unidimensional e Controle Externo
Esse modelo aborda o estresse como fator associado a um sintoma 
para o surgimento do burnout, entretanto, defende que a causa é atrelada 
à organização social de esportes de alto rendimento e as causas a respeito 
da identidade e do controle pessoal (WEINBERG, 2017). 
Figura 32 – Exercícios de alto rendimento são vistos como causas do burnout
Fonte: Freepik
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Esse modelo defende que o burnout surge porque a modalidade 
de esportes competitivos não possibilita que jovens atletas criem uma 
identidade normal, ou seja, eles não são capazes de passar uma parte 
do seu tempo com familiares e amigos em ambientes que não seja o 
esportivo. Desse modo, os atletas mantêm-se centrados e voltados quase 
que unicamente para o êxito esportivo. Quando são acometidos por uma 
lesão ou fracassam, o estresse atrelado a esses fatores pode desencadear 
a síndrome de burnout (WEINBERG, 2017).
Teoria do Compromisso e do Aprisionamento
Atletas que apresentam propensão ao desenvolvimento da 
síndrome de burnout têm sentimentos de “aprisionamento” ao esporte e, 
na verdade, não desejamfazer parte dele, entretanto, acreditam na ideia 
que devem preservar o seu envolvimento com a modalidade esportiva 
que desempenham (WEINBERG, 2017). 
Figura 33 – O sentimento de aprisionamento pode ser identificado em muitos atletas
Fonte: Freepik
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VOCÊ SABIA?
Atletas que continuam no esporte mesmo não tendo 
vontade em desenvolvê-lo por diversos motivos, não 
visualizam modalidade atrativas ao esporte ou acreditam 
que empregaram tempo e energia para interromper 
a participação. O burnout acontece, portanto, quando 
os atletas apresentam sensação de aprisionamento ao 
esporte e não apresentam motivação, ainda que sejam 
participantes do esporte (LYRA; SOARES; LIMÃO, 2020).
Teoria da Autodeterminação
Quando as necessidades básicas psicológicas como a autonomia, 
competência e relacionamentos são atendidos, o bem-estar e a 
motivação são maximizados, deixando o indivíduo menos suscetível 
ao desenvolvimento de burnout. Dessa maneira, indivíduos que não 
apresentam essas necessidades básicas atendidas apresentam mais 
propensão ao surgimento de burnout (LYRA; SOARES; LIMÃO, 2020). 
Figura 34 – Pessoas com bem-estar e motivação apresentam menos risco para desenvolver 
burnout
Fonte: Freepik
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Modelo Integrado de Burnout Atlético
Como o nome já diz, esse modelo se integra aos demais para 
elaborar, de forma facilitada, um conceito completo sobre a síndrome 
de burnout. Os primeiros indícios do surgimento do burnout aparecem 
como uma perturbação de humor e diminuição da motivação, com 
manifestações físicas ou emocionais. As sensações de realização são 
diminuídas e desvalorizadas no meio esportivo, de modo final, as 
consequências do burnout, como a retração parcial ou total do esporte e 
a parcela imune, são prejudicadas (WEINBERG, 2017). 
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste Capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que o treino é definido por período, a técnica é determinada 
para aplicar aos atletas treinamentos de alto volume e 
intensidade e sobrecarregar é tido como um processo 
normal do treino para o preparo físico dos atletas. De 
acordo com os fundamentos da fisiologia do exercício, a 
sobrecarga, de maneira intencional, proporciona aos atletas 
volumes de treinos elevados. Além disso, deve ter aprendido 
que a síndrome de burnout pode ser estabelecida como 
o afastamento emocional, físico e social de uma tarefa 
esportista antes tida como prazerosa. O afastamento se dá 
por meio da exaustão emocional e física, sendo limitada à 
realização e à diminuição do esporte.
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REFERÊNCIAS
CONDE, E. Psicologia do esporte e do exercício: modelos teóricos, 
pesquisa e intervenção. São Paulo: Pasavento, 2020.
FERNANDES, M. G. et al. Fatores influenciadores da autoconfiança 
robusta. Psicologia Argumento, Curitiba, v. 39, n. 104, p. 261-276, 2021.
FRADES, L. J. et al. Adoecimento psíquico em atletas de alto 
rendimento: a importância da psicologia do esporte. Revista Educação, 
Psicologia e Interfaces, [s. I.], v. 4, n. 3, p. 1-16, 2020.
LYRA, L. M.; SOARES, R. C.; LIMÃO, J. I. A Influência da síndrome 
de burnout no rendimento de jogadores de futebol profissional. Revista 
MotriSaúde, Jaú, v. 2, n. 1, p. 1-10, 2020. 
PENATTI, I. P. Lesão no contexto esportivo: a importância da 
psicologia do esporte. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado 
em Educação Física) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita 
Filho, Rio Claro, 2018.
PORTAL EDUCAÇÃO. Psicologia do Esporte. Campo Grande: Portal 
Educação, 2013. Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/. 
Acesso em: 21 dez 2021.
WEINBERG, R. S. Fundamentos da psicologia do esporte e do 
exercício. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
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https://www.portaleducacao.com.br/
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