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O acesso à justiça

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O ACESSO À JUSTIÇA 
 
No sistema da tripartição de poderes, cabe ao Poder Legislativo elaborar 
as normas jurídicas que preveem direitos e deveres; ao Poder Executivo, 
elaborar e executar políticas públicas para sua efetivação; e ao Poder Judiciário 
atuar, quando provocado, quando houver descumprimento ou violação das 
referidas normas. 
Ao reconhecer crianças e adolescentes como sujeitos de Direito, a 
Constituição Federal judicializou seus direitos. Isto implica que o não 
atendimento ou a violação dos direitos de crianças e adolescentes podem ser 
demandados e assegurados por via de procedimentos específicos. Significa 
ainda que o procedimento de apuração da prática de ato infracional e a aplicação 
de medida socioeducativa deverão ser realizados por procedimentos judiciais, 
respeitados os princípios processuais constitucionais da legalidade, da ampla 
defesa e do contraditório. Diante desse paradigma instituído pela Constituição, 
o art. 141 do ECA prevê o direito de acesso à Justiça nos seguintes termos: 
 
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou 
adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público e 
ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos. 
 
O Título VI do Estatuto trata do acesso à Justiça da Infância e da 
Juventude, trazendo disposições gerais sobre aspectos relativos às ações que 
tramitam perante a Vara da Infância e da Juventude, bem como sobre 
procedimentos e recursos, Ministério Público, Advogados e tutela coletiva de 
direitos. 
A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem, 
através de defensor público ou advogado nomeado. As ações judiciais da 
competência da Justiça da Infância e da Juventude são isentas de custas e 
emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé (art. 141, ECA). 
A assistência e a representação são formas de integração da capacidade 
processual. Os menores de dezesseis anos serão representados em juízo, ao 
passo que os menores de dezoito serão assistidos. Note-se que a regra existente 
no Estatuto encontra-se superada desde o advento do Código Civil de 2002, pelo 
qual a maioridade é atingida aos dezoito anos. 
A autoridade judiciária dará curador especial à criança ou adolescente, 
sempre que os interesses destes colidirem com os de seus pais ou responsável, 
ou quando carecer de representação ou assistência legal ainda que eventual 
(art. 142, ECA) 
E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que 
digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato 
infracional (art. 143, ECA). A inobservância dessa regra importa na sanção 
prevista no art. 247 do Estatuto, considerando-se a conduta como infração 
administrativa. 
 
 
A Justiça da Infância e Juventude 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que deve haver uma 
autoridade judiciária específica para tratar das questões afeitas às crianças e 
aos adolescentes, que consiste no Juiz da Infância e da Juventude, sendo esta 
competência material geral definida nos termos do art. 146: “A autoridade a que 
se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa 
função, na forma da lei de organização judiciária local”.1 
A Justiça da Infância e da Juventude integra a Justiça dos Estados, e a 
criação de varas especializadas obedecerá às necessidades de cada comarca, 
nos termos das leis judiciárias locais. 
 
Art. 147. A competência será determinada: 
I – pelo domicílio dos pais ou responsável; 
II – pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, 
à falta dos pais ou responsável. 
 
Nos termos do art. 148 do ECA, a Justiça da Infância e da Juventude terá 
competência exclusiva para atuar: 
 
1 Pode-se dizer que a origem/inspiração está nas Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração 
da Justiça da Infância e da Juventude, também conhecidas por Regras de Beijing ou Regras de Pequim, que 
são recomendações proferidas, quando do 7.º Congresso das Nações Unidas, sobre prevenção de delito e 
tratamento de seu autor, realizado em Milão, no ano de 1985, e adotadas pela Assembleia Geral no mesmo 
ano. 
• nas ações socioeducativas (cabendo-lhes conhecer das 
representações promovidas pelo Ministério Público e conceder 
remissão), 
• pedidos de adoção, 
• ações civis para defesa de interesses individuais, difusos ou 
coletivos, 
• ações para apurar irregularidades em entidades de atendimento; 
• aplicação de penalidades administrativas nas infrações 
administrativas, e 
• casos do Conselho Tutelar. 
 
Nesse sentido, o ordenamento jurídico pressupõe a existência do Sistema 
de Justiça da Infância e da Juventude, composto não só pela Vara da Infância e 
da Juventude, mas também pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública, 
além de outros órgãos que forem responsáveis pelo acesso à justiça. 
Assim, o Sistema de Justiça não é formado unicamente pela Vara da 
Infância e da Juventude, muito embora a especialização desse órgão 
jurisdicional seja fundamental para a tutela dos direitos fundamentais de crianças 
e adolescentes. 
Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do art. 982, é 
também competente a Justiça da Infância e da Juventude para o fim de: 
 
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela; 
b) conhecer de ações de destituição do pátrio poder poder 
familiar , perda ou modificação da tutela ou guarda; 
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o 
casamento; 
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna 
ou materna, em relação ao exercício do poder familiar; 
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando 
faltarem os pais; 
f) designar curador especial em casos de apresentação de 
queixa ou representação, ou de outros procedimentos 
judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança 
ou adolescente; 
g) conhecer de ações de alimentos; 
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento 
dos registros de nascimento e óbito. 
 
2 Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos 
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados: 
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; 
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; 
III - em razão de sua conduta. 
O Juiz da Infância e Juventude terá, além dessas atribuições judiciais 
típicas, outras atribuições atípicas, caso em que atuará como administrador 
público, dentro dos limites da lei: é o caso das portarias que pode emitir para 
autorização de entrada de crianças e adolescentes em estabelecimentos, ou sua 
participação em atividades artísticas, nos termos do art. 149, ECA. 
 
Equipe interprofissional (serviços auxiliares) 
 
Trata-se de órgão de assessoramento à Justiça da Infância e Juventude, 
mantido pelo orçamento do Poder Judiciário, e que tem por atribuição emitir 
opiniões técnicas que auxiliem na formação do livre convencimento da 
autoridade judiciária em relação às manifestações que envolvem direitos das 
pessoas em desenvolvimento. 
A necessidade de investigação social que pudesse fornecer subsídios 
para a decisão judicial está prevista nas Regras Mínimas das Nações Unidas 
para a Administração da Justiça da Infância e da Juventude. Por sua vez, a 
Constituição Federal, no art. 96, I, b, determinou que compete privativamente 
aos tribunais organizar os serviços auxiliares. O Estatuto da Criança e do 
Adolescente, nos arts. 150 e 151, indicou que a equipe interprofissional presta 
serviços necessários ao bom funcionamento da Vara da Infância e da Juventude. 
 
Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras 
atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, 
fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou 
verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver 
trabalhos de aconselhamento, orientação, 
encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata 
subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre 
manifestação do pontode vista técnico. 
 
Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de 
servidores públicos integrantes do Poder Judiciário 
responsáveis pela realização dos estudos psicossociais ou 
de quaisquer outras espécies de avaliações técnicas 
exigidas por esta Lei ou por determinação judicial, a 
autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de 
perito, nos termos do art. 156 da Lei no 13.105, de 16 de 
março de 2015 (Código de Processo Civil)3 
 
 
ALGUNS PROCEDIMENTOS 
 
Aos procedimentos regulados no ECA aplicam-se subsidiariamente as 
normas gerais previstas na legislação processual pertinente e é assegurada, sob 
pena de responsabilidade, prioridade absoluta na tramitação dos processos e 
procedimentos previstos naquela lei, assim como na execução dos atos e 
diligências judiciais a eles referentes. 
 
Os prazos estabelecidos no ECA e aplicáveis aos seus procedimentos são 
contados em dias corridos, excluído o dia do começo e incluído o dia do 
vencimento, vedado o prazo em dobro para a Fazenda Pública e o Ministério 
Público. 
 
Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar 
 
O procedimento para a perda ou a suspensão do poder familiar terá início 
por provocação do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse (art. 
155, ECA). O necessário à petição inicial está inserido no art. 156, ECA. 
 
A autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, pode decretar essa 
suspensão de forma temporária até o julgamento definitivo da causa. Nesse 
caso, a criança ou adolescente será confiada a uma pessoa idônea mediante 
termo de responsabilidade. 
 
 
3 Veja a Lei n. 13.431/2017 que se ocupa do Sistema de Garantia de Direitos da Criança ou Adolescente 
Vítima ou Testemunha de Violência e, entre outras previsões, detalhou os procedimentos de escuta 
especializada e de depoimento especial. 
Após receber a petição inicial, a autoridade judiciária determinará a 
realização de estudo social ou perícia por uma equipe interprofissional ou 
multidisciplinar para comprovar a presença de uma das causas de suspensão ou 
destituição do poder familiar. Essa determinação pode ocorrer 
independentemente de requerimento do interessado. É importante observar as 
disposições da Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017. 
 
Nos casos em que os pais forem oriundos de comunidades indígenas, 
também é obrigatória a intervenção de representantes do órgão federal 
responsável pela política indigenista junto à equipe interprofissional ou 
multidisciplinar mencionada anteriormente. Isso está de acordo com o disposto 
no art. 28, § 6º desta Lei. 
 
A concessão da liminar, que é a suspensão temporária do poder familiar, 
deve ser precedida de entrevista da criança ou do adolescente perante uma 
equipe multidisciplinar, bem como da oitiva da outra parte, conforme os termos 
da Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017. 
 
Se houver indícios de violação dos direitos da criança ou do adolescente, 
o juiz comunicará o fato ao Ministério Público e encaminhará os documentos 
pertinentes. 
 
O requerido, ou seja, a pessoa contra quem a ação é proposta, será citado 
para, em um prazo de dez dias, oferecer uma resposta escrita. Essa resposta 
deve indicar as provas a serem produzidas e oferecer o rol de testemunhas e 
documentos. 
 
Quando o procedimento de destituição de poder familiar for iniciado pelo 
Ministério Público, não haverá necessidade de nomeação de curador especial 
em favor da criança ou adolescente. 
 
O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120 (cento e 
vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso de notória inviabilidade de manutenção do 
poder familiar, dirigir esforços para preparar a criança ou o adolescente com 
vistas à colocação em família substituta. A sentença que decretar a perda ou a 
suspensão do poder familiar será averbada à margem do registro de nascimento 
da criança ou do adolescente. 
 
Da Destituição da Tutela 
 
 Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimento para a 
remoção de tutor previsto na lei processual civil e, no que couber, o disposto na 
seção anterior (da perda/suspensão do poder familiar) 
 
Da Colocação em Família Substituta 
 
 Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de colocação em família 
substituta: 
I - qualificação completa do requerente e de seu eventual cônjuge, ou 
companheiro, com expressa anuência deste; 
II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu cônjuge, ou 
companheiro, com a criança ou adolescente, especificando se tem ou não 
parente vivo; 
III - qualificação completa da criança ou adolescente e de seus pais, se 
conhecidos; 
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexando, se possível, 
uma cópia da respectiva certidão; 
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendimentos relativos à 
criança ou ao adolescente. 
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão também os 
requisitos específicos. 
 
Com efeito, os pedidos de guarda e tutela somente serão processados 
perante a Vara da Infância e da Juventude se houver situação de risco que assim 
o justifique, regra essa extraída do art. 148, parágrafo único, alínea a, do 
Estatuto. Assim, de regra, a competência para o seu processamento será da 
Vara de Família. 
 
No que se refere à adoção, contudo, a regra é de que o processo judicial 
tenha seguimento perante a Vara da Infância e da Juventude, seja ela nacional 
ou internacional. Contudo, será da Vara de Família quando o adotando for adulto, 
salvo se o procedimento houver sido iniciado perante a Vara da Infância antes 
do mesmo haver atingido a maioridade. 
 
Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou suspensos do 
poder familiar, ou houverem aderido expressamente ao pedido de colocação em 
família substituta, este poderá ser formulado diretamente em cartório, em petição 
assinada pelos próprios requerentes, dispensada a assistência de advogado (art. 
166, ECA). 
 
Na hipótese de concordância dos pais, o juiz na presença do Ministério 
Público, ouvirá as partes, devidamente assistidas por advogado ou por defensor 
público, para verificar sua concordância com a adoção, no prazo máximo de 10 
(dez) dias, contado da data do protocolo da petição ou da entrega da criança em 
juízo, tomando por termo as declarações; e declarará a extinção do poder 
familiar. 
 
O consentimento dos titulares do poder familiar será precedido de 
orientações e esclarecimentos prestados pela equipe interprofissional da Justiça 
da Infância e da Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre a 
irrevogabilidade da medida. 
 
São garantidos a livre manifestação de vontade dos detentores do poder 
familiar e o direito ao sigilo das informações. O consentimento somente terá valor 
se for dado após o nascimento da criança. 
 
Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação de Crimes contra 
a Dignidade Sexual de Criança e de Adolescente 
 
Os artigos 190-A a 190-E, do ECA, tratam da infiltração de agentes de 
polícia na internet para investigar crimes contra a dignidade sexual de crianças 
e adolescentes. A infiltração só pode ocorrer após autorização judicial, que 
estabelecerá os limites da operação, ouvindo o Ministério Público. O pedido de 
infiltração pode ser feito pelo Ministério Público ou pelo delegado de polícia, e 
deve demonstrar a necessidade da medida, incluindo informações sobre os 
investigados. 
 
A infiltração não pode exceder 90 dias, mas pode ser renovada desde que 
o prazo total não ultrapasse 720 dias, comprovada a sua efetiva necessidade. A 
autoridade judicial e o Ministério Público podem solicitar relatórios parciais 
durante a operação. A infiltração não é admitida se a prova puder ser obtida por 
outros meios. 
 
As informações da operação são encaminhadas ao juiz responsável pela 
autorização, que zela pelo sigilo. O acesso aos autos é reservado ao juiz, ao 
Ministério Público e ao delegadode polícia responsável, para garantir o sigilo 
das investigações. 
 
Não configura crime o policial que oculta sua identidade para obter 
indícios dos crimes investigados pela internet. No entanto, o agente infiltrado que 
não observar a finalidade da investigação responderá pelos excessos cometidos. 
 
Os órgãos de registro e cadastro público podem incluir as informações 
necessárias à identidade fictícia criada nos bancos de dados, mediante 
procedimento sigiloso e requisição judicial. 
 
Após a conclusão da investigação, todos os atos eletrônicos praticados 
durante a operação devem ser registrados, gravados, armazenados e 
encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com um relatório 
detalhado. Esses registros são reunidos em autos apartados e apensados ao 
processo criminal, garantindo a preservação da identidade do agente policial 
infiltrado e a intimidade das crianças e adolescentes envolvidos. 
 
 
Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de Proteção à Criança 
e ao Adolescente Arts. 194/197, ECA. 
 
O procedimento para imposição de penalidade administrativa por infração 
às normas de proteção à criança e ao adolescente é iniciado por representação 
do Ministério Público, do Conselho Tutelar ou por um auto de infração. O 
requerido tem um prazo de dez dias para apresentar sua defesa. Se a defesa 
não for apresentada, a autoridade decidirá após vista dos autos ao Ministério 
Público. Caso a defesa seja apresentada, poderá haver uma audiência de 
instrução e julgamento, e, após a colheita da prova oral, o Ministério Público e o 
procurador do requerido terão tempo para se manifestar antes da sentença ser 
proferida. 
 
Do Ministério Público 
 
O artigo 200, ECA, prevê que as funções de competência (art. 201) do 
Ministério Público previstas na Lei serão exercidas nos termos da respectiva lei 
orgânica. Compete ao Ministério Público, por exemplo: I - conceder a remissão 
como forma de exclusão do processo; II - promover e acompanhar os 
procedimentos relativos às infrações atribuídas a adolescentes; III - promover e 
acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos de suspensão e 
destituição do poder familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e 
guardiães, bem como oficiar em todos os demais procedimentos da competência 
da Justiça da Infância e da Juventude... 
Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará 
obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de que 
cuida o ECA (as manifestações deverão ser fundamentadas, art 205, ECA), 
hipótese em que terá vista dos autos depois das partes, podendo juntar 
documentos e requerer diligências, usando os recursos cabíveis. A intimação do 
Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente. 
A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, 
que será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado. 
 
DO ADVOGADO (arts. 206 e 207) 
 
A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qualquer pessoa 
que tenha legítimo interesse na solução da lide poderão intervir nos 
procedimentos de que trata esta Lei, através de advogado, o qual será intimado 
para todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial, respeitado o segredo 
de justiça. 
 
Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda 
que ausente ou foragido, será processado sem defensor. Se o adolescente não 
tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, 
constituir outro de sua preferência. 
 
A ausência do defensor não determinará o adiamento de nenhum ato do 
processo, devendo o juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente, ou para 
o só efeito do ato. 
 
Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de defensor 
nomeado ou, sido constituído, tiver sido indicado por ocasião de ato formal com 
a presença da autoridade judiciária.

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