Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Introdução ao Recurso 1 Introdução ao Recurso Created Tags Processual Civil II Conceito Início da fase recursal; Objetiva a revisão do ato impugnado; (…) meio de impugnação de decisões judiciais, voluntário, interno ao processo em que se forma o ato judicial atacado, apto a obter a sua reforma, anulação ou o seu aprimoramento. MARINONI, p. 1 do material disponibilizado no classroom. NEVES (p. 750 determina que estas são as cinco características essenciais do recurso: a) Voluntariedade; b) Expressa previsão em lei federal; c) Desenvolvimento do próprio processo no qual a decisão impugnada foi proferida; March 24, 2024 331 PM Introdução ao Recurso 2 d) Manejável pelas partes, terceiros prejudicados e Ministério Público; e) Com o objetivo de reformar, anular, integrar ou esclarecer decisão judicial. Para que o recurso seja caracterizado, basta que exista a possibilidade de revisão do ato judicial, de maneira interna ao processo e por iniciativa voluntária do interessado. Importante recordar que a identidade de processo não significa necessariamente a identidade de autos, considerando-se que o recurso pode se desenvolver em autos próprios – por exemplo, agravo de instrumento –, mas continuará a fazer parte do mesmo processo no qual a decisão impugnada foi proferida. NEVES, p. 1542. Sucedâneos recursais → demais formas de impugnação da decisão judicial que não se encaixam no conceito de recurso. Ex. Mandado de segurança, reclamação, ação rescisória, incidente de inconstitucionalidade, etc. Os Sucedâneos Recursais podem ser classificados como: a) Sucedâneos Recursais Internos → desenvolvem-se dentro do próprio processo no qual a decisão foi proferida; b) Sucedâneos Recursais Externos → desenvolvem-se num processo diferente daquele no qual a decisão impugnada foi proferida Quando a sentença proferida for prejudicial à União, aos Estados, ao DF, e/ou aos Municípios, estará sujeita ao reexame necessário → seus efeitos ficarão suspensos até que seja confirmada pelo tribunal. NEVES (p. 753 entende que, na realidade, o reexame necessários impede a geração do trânsito em julgado, e não a eficácia da sentença. Introdução ao Recurso 3 ⚖ CPC Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: I proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público; § 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á. § 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1º, o tribunal julgará a remessa necessária. § 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a: I 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; II 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; III 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público. § 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em: I súmula de tribunal superior; II acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. Introdução ao Recurso 4 Este reexame também será necessário quando houver sentença de procedência proferidas em embargos do executado opostos contra a execução de dívida ativa. ⚖ CPC Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: II que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal. A doutrina entende que o reexame necessário não possui natureza recursal Quintino sinaliza que, por conta da ausência de voluntariedade, esse recurso obrigatório não é visto como um recurso. Registre-se que, apesar de não poder ser considerado uma espécie de recurso, aplica-se ao reexame necessário um instituto tipicamente recursal: a proibição da reformatio in pejus. Dessa forma, a Fazenda Pública não poderá ter sua situação no processo piorada em decorrência do julgamento do reexame necessário, sendo que, na pior das hipóteses para a Fazenda Pública, sua situação manter-se-á inalterada. NEVES, p. 754. Se o recurso não é interposto, o juiz deve ordenar, de ofício ou a requerimento, a remessa dos autos ao tribunal ou, em caso negativo, o tribunal deve avocá-los; Correição Parcial Natureza Administrativa → não é um tipo de recurso; Trata-se de instrumento cabível diante da inversão da ordem na prática dos atos procedimentais, gerando como consequência uma confusão procedimental. NEVES, p. 1547. Introdução ao Recurso 5 Pedido de Reconsideração Construção jurisprudencial → não está previsto em lei; Não possui natureza recursal; Não interrompe nem suspende o prazo recursal; Embargos Infringentes → espécie de pedido de reconsideração da sentença, mas com natureza recursal. ⚖ LEF Art. 34 Das sentenças de primeira instância proferidas em execuções de valor igual ou inferior a 50 (cinquenta) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional ORTN, só se admitirão embargos infringentes e de declaração. Impugnação e Embargos à Execução Durante o cumprimento de sentença, o executado pode realizar sua defesa por meio da impugnação, a qual é entendida como um incidente processual; Caso as alegações sejam acolhidas, a sentença será anulada. Reforma → error in judicando. Gera nova decisão; Invalidação → error in procedendo. Causa Madura. O despacho não admite recurso. ⚖ CPC Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso. A decisão que põe fim a execução é sentença → cabe apelação; Legitimidade para impetrar recurso: a) Parte que sucumbiu; b) Terceiro prejudicado; c) MP. Introdução ao Recurso 6 ⚖ CPC Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica. Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual. Decisões interlocutórias são agraváveis; A interposição de embargos declaratórios gera efeito interruptivo. Classificação Quanto à Finalidade Recursos Ordinários → visam à justiça de decisão. Direcionam-se à interpretação e à aplicação do direito no caso concreto. Voltam-se para o direito subjetivo. Ex. Apelação e Agravo de Instrumento. Sempre que o objetivo do legislador não consistir em preservar o ordenamento jurídico, ou ainda, o direito objetivo, mas proteger o interesse particular da parte (direito subjetivo) no caso concreto, o recurso será classificado como ordinário. (… É evidente que, nesses casos, também se obterá uma preservação do direito objetivo por meio de uma melhor aplicação da lei, mas essa é uma mera consequência do provimento do recurso, cuja existência se justifica na proteção do direito subjetivo da parte. NEVES, p. 1556. Recursos Extraordinários/Excepcionais → voltam-se para a unidade do direito, para a interpretação do direito a partir do caso concreto. Introdução ao Recurso 7 Voltam-se para o direito objetivo (a lei). Ex. Recurso Extraordinário, Recurso Especial, Agravo em RecursoExtraordinário ou em Recurso Especial, Embargos de Divergência. Essa espécie de recurso é prevista no ordenamento processual com o objetivo de viabilizar no caso concreto uma melhor aplicação da lei federal e constitucional, permitindo que por meio deles se preservem tais normas legais. O objetivo, como se nota, não é a proteção do direito subjetivo da parte no caso concreto, mas a proteção do direito objetivo, entendendo-se a sua preservação como significativa para toda a sociedade, e não só para a parte sucumbente. NEVES, p. 1555. Quanto à Abrangência Recursos Totais → abrangem toda a decisão recorrida; Recursos Parciais → abrangem somente alguns capítulos ou parcelas da decisão. São chamados de recursos totais os recursos que têm por objeto a integralidade da parcela da decisão que tenha gerado sucumbência à parte recorrente, enquanto os recursos parciais são aqueles nos quais somente uma parcela da decisão que gerou a sucumbência da parte recorrente é objeto do recurso. Utilizando-se a ideia de capítulos de sentença, que pode na verdade ser aplicada para qualquer espécie de decisão, o recurso total é aquele que impugna a totalidade dos capítulos da decisão que geraram sucumbência à parte, enquanto o recurso parcial é aquele no qual somente um, ou alguns dos capítulos que geraram sucumbência são objeto do Introdução ao Recurso 8 recurso, havendo no caso concreto capítulo que, apesar de gerar sucumbência à parte, não é objeto de impugnação. NEVES, p. 1557. 💡 Tantum devolutum quantum appellatum. Quanto à Autonomia Recurso Autônomo → recurso principal oferecido por uma das partes; Recurso Adesivo → nos casos de sucumbência recíproca, uma das partes pode beneficiar-se do recurso interposto por seu adversário, contrapondo-se a ele a favor do seu próprio interesse. ⚖ CPC Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais. § 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro. § 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte: I será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder; II será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial; III não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível. Recurso independente é aquele oferecido pela parte dentro do prazo recursal sem importar a postura Introdução ao Recurso 9 adotada pela parte contrária diante da decisão impugnada. Recurso subordinado é aquele interposto no prazo de contrarrazões de recurso apresentado pela parte contrária, motivado não pela vontade originária de impugnar a decisão, mas como contraposição ao recurso oferecido pela outra parte. O recurso independente condiciona-se exclusivamente ao preenchimento de seus próprios pressupostos de admissibilidade para que seja decidido no mérito, enquanto o recurso subordinado está condicionado ao conhecimento do recurso independente e ao preenchimento de seus próprios pressupostos de admissibilidade para que seja decidido no mérito. - NEVES, p. 1557. Assim, por exemplo, sendo vencidos autor e réu, relativamente a certa sentença e interposta a apelação no prazo regular (quinze dias) apenas pelo autor, poderá o réu, no prazo que tem para apresentar as contrarrazões, oferecer também apelação adesiva, em que apresentará seus motivos para a reforma (ou anulação) da sentença em seu próprio benefício. - MARINONI. p. 3. Se a parte desiste do recurso principal, o recurso adesivo “morreˮ junto; Quanto às custas no caso de desistência do recurso principal: a) Parte autora do recurso principal fica devendo custas; b) Parte autora do recurso adesivo não deve custas → considera-se, neste caso, que o recurso nem foi conhecido, podendo-se, inclusive, pensar em pedir as custas de volta caso tenham sido pagas. Introdução ao Recurso 10 ⚖ CPC Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso. Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos. ⚖ CPC Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte. Quanto à Fundamentação Recursal Em decorrência do princípio da dialeticidade, todo o recurso deverá ser devidamente fundamentado, expondo o recorrente os motivos pelos quais ataca a decisão impugnada e justificando seu pedido de anulação, reforma, esclarecimento ou integração. NEVES, p. 1556. Recursos de Fundamentação Vinculada → a fundamentação do recurso está vinculada às matérias expressamente previstas em lei. Suas espécies são: a) Recurso Especial; b) Recurso Extraordinário; c) Embargos de Declaração. Recursos de Fundamentação Livre → o recorrente dispõe de uma gama de matérias que podem ser alegadas na sua fundamentação recursal, devendo respeitar os limites objetivos da demanda. Efeitos Recursais Efeito Obstativo/Impeditivo Introdução ao Recurso 11 Entende-se que o ingresso de qualquer recurso impede a preclusão temporal e, por conseguinte, o trânsito em julgado; De qualquer maneira, qualquer que seja a corrente doutrinária adotada, é uníssono o entendimento de que, durante o trâmite recursal, não é possível falar em preclusão da decisão impugnada, afastando-se no caso concreto durante esse lapso temporal o trânsito em julgado e eventualmente a coisa julgada material (decisão de mérito). Em razão de tal efeito do recurso, não se admite uma execução definitiva enquanto pendente recurso de julgamento, porque inexiste nesse caso o necessário trânsito em julgado a permitir tal espécie de execução. NEVES, p. 1563. Só acontece se o recurso for admitido pelo Tribunal (juízo ad quem). Efeito Devolutivo Este efeito prevê que, após prolatar a decisão impugnada, o órgão prolator devolve o processo para o órgão julgador; (…) sendo o recurso julgado pelo mesmo órgão prolator da decisão (por exemplo, embargos de declaração), haverá efeito devolutivo? Apesar de importante corrente doutrinária entender que somente haverá efeito devolutivo em recursos dirigidos a outro órgão jurisdicional, diferente daquele que prolatou a decisão, não parece ser tal requisito exigido para a configuração do efeito devolutivo. O essencial desse efeito é tão somente a transferência de matéria decidida para que seja novamente analisada e decidida, pouco importando qual o órgão jurisdicional que fará tal reexame. NEVES, p. 1563. Introdução ao Recurso 12 ⚖ CPC Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. § 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado. § 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais. Divide-se em: a) Devolutivo Horizontal ou Em Extensão → o Tribunal só examina aquela matéria que foi impugnada pela parte. 💡 Tantum devolutum quantum apellatum. b) Devolutivo Vertical ou Em Profundidade → o Tribunal, desde que se atenha ao pedido formulado pelo recorrente, pode examinar todos os fundamentos do pedido. Efeito Suspensivo O efeito suspensivo diz respeito à impossibilidade de a decisão impugnada gerar efeitos enquanto não for julgado o recurso interposto. NEVES, p. 1566. É a recorribilidade que suspende a eficácia da decisão, e não o recurso em si; Havendo aprevisão em lei de recurso a ser "recebido com efeito suspensivo ,ˮ a decisão recorrível por tal recurso já surge no mundo jurídico ineficaz, não sendo a interposição do recurso que gera tal suspensão, mas Introdução ao Recurso 13 a previsão legal de efeito suspensivo. NEVES, p. 1568. Caso o recurso previsto em lei não tenha a previsão de efeito suspensivo, a decisão, ao ser prolatada, já gera efeitos; Efeito Suspensivo Próprio → aquele que está previsto em lei, que não depende de nada para ser gerado. Neste caso, a decisão que recebe o recurso possui efeitos ex tunc; Efeito Suspensivo Impróprio → aquele que está previsto no caso concreto, que será gerado se preenchidos certos requisitos. Neste caso, a decisão que recebe o recurso possui efeitos ex nunc; ⚖ CPC Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso. Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso. O p. ú. do art. 995 traz os critérios para conceder o efeito suspensivo do recurso no caso concreto, a saber: a) Risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, gerado pelo geração imediata de efeitos da decisão; b) Ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso; c) NEVES (p. 1569 salienta que, ainda que não esteja previsto expressamente, o pedido expresso do recorrente também é um requisito para a concessão de efeito suspensivo pelo relator. Introdução ao Recurso 14 ⚖ CPC Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. § 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: I homologa divisão ou demarcação de terras; II condena a pagar alimentos; III extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; IV julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; V confirma, concede ou revoga tutela provisória; VI decreta a interdição. § 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação. Como se pode notar da leitura do dispositivo legal, a concessão de efeito suspensivo não está exclusivamente condicionada aos requisitos da tutela de urgência, como ocorre no art. 995, parágrafo único, do Novo CPC, mas também aos requisitos da tutela de evidência, já que basta ao apelante provar a probabilidade de provimento do recurso para que o efeito suspensivo seja concedido. - NEVES, p. 1569. Quanto aos recursos extraordinários e especiais, tem-se que: a) Se compreendidos entre a publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, o pedido de efeito suspensivo deve ser formulado por meio de simples requerimento, com peça destinada ao Tribunal Superior Respectivo; b) Se já distribuído, o pedido de efeito suspensivo deve ser formulado por meio de simples requerimento, com peça destinada ao relator; Introdução ao Recurso 15 c) Se compreendidos entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, o pedido de efeito suspensivo deve ser formulado por meio de simples requerimento, com peça destinada ao presidente ou vice-presidente do Tribunal recorrido. ⚖ CPC Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal , serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão: I a exposição do fato e do direito; II a demonstração do cabimento do recurso interposto; III as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida. § 5º O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido: I ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo; II ao relator, se já distribuído o recurso; III ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037 . A apelação pode ou não possuir efeito suspensivo. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1037 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1037 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1037 Introdução ao Recurso 16 ⚖ CPC Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. § 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: I homologa divisão ou demarcação de terras; II condena a pagar alimentos; III extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; IV julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; V confirma, concede ou revoga tutela provisória; VI decreta a interdição ⚖ CPC Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. § 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. Efeito Translativo Por efeito translativo entende-se a possibilidade de o tribunal conhecer determinadas matérias de ofício no julgamento do recurso. Tradicionalmente associado às matérias de ordem pública (processuais e materiais), também se aplica o princípio ora analisado àquelas matérias que, apesar de não serem propriamente de ordem pública, contam com expressa previsão legal no sentido de poderem ser conhecidas de ofício pelo juiz. É o caso, por exemplo, da prescrição, que, apesar de não ser uma matéria de ordem pública - afinal, pode ser Introdução ao Recurso 17 objeto de renúncia nos termos do art. 191 do CC , pode ser conhecida de ofício no julgamento de recurso em razão da previsão contida nos arts. 332, § 1° e 487, parágrafo único, ambos do Novo CPC. NEVES, p. 1572. Efeito Expansivo Será gerado o efeito expansivo sempre que o julgamento do recurso ensejar decisão mais abrangente do que a matéria impugnada - ou ainda quando atingir sujeitos que não participaram como partes no recurso, apesar de serem partes na demanda. NEVES, p. 1575. Efeito Expansivo Objetivo → a decisão atinge matéria mais abrangente que a impugnada. Divide-se em: a) Efeito Expansivo Objetivo Interno → o julgamento do recurso atinge capítulos que até então não tinham sido impugnados na decisão recorrida; b) Efeito Expansivo Objetivo Externo → o julgamento do recurso atinge outros atos processuais que não a decisão recorrida. Ocorre com os recursos que não têm efeito suspensivo. Aline pediu a produção de uma prova pericial em primeiro grau de jurisdição, pedido indeferido pelo juiz, tendo Aline interposto agravo de instrumento contra essa decisão, Como o recurso não tem efeito suspensivo, houve o julgamento antecipado da lide, em decisão devidamente recorrida por apelação. Durante o trâmite da apelação, o agravo de instrumento foi provido, determinando-se que Aline tinha o direito à produção da prova pericial. Nesse caso, pelo efeito expansivo objetivo externo do recurso, a sentença será anulada como Introdução ao Recurso 18 consequência o provimento do agravo. NEVES, p. 1576. Efeito Expansivo Subjetivo → o recurso atinge um sujeito processualque não fazia parte do recurso. ⚖ CPC Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses. Significa dizer que, havendo um litisconsórcio, nem todos os litisconsortes recorrem, e ainda assim o recurso beneficia a todos. Na aplicação desse princípio, a doutrina majoritária interpreta o art. 1.005 do Novo CPC, que determina o aproveitamento do recurso pelos litisconsortes que não recorreram, nos termos do art. 117 do Novo CPC. Dessa forma, limita-se ao litisconsórcio unitário a aplicação do efeito expansivo subjetivo, ou, como prefere parcela da doutrina, da dimensão subjetiva do recurso. NEVES, p. 1576. Efeito Substitutivo ⚖ CPC Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido objeto de recurso. Efeito Regressivo Faz com que, por meio do recurso, a causa volte ao juízo que prolatou a decisão para ser conhecida. Ex. Sentença de indeferimento da petição inicial. Efeito Diferido Introdução ao Recurso 19 O conhecimento do recurso depende de recurso a ser interposto contra outra decisão ou contra a mesma decisão. Ex. Recurso Adesivo → só será julgado se o recurso principal for conhecido e julgado em seu mérito.
Compartilhar