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Aglomerantes Prof.ª Ana Carolina Marques Aula baseada no cap. 2 e 3 do livro Materiais de Construção – Falcão Bauer vol.1 Introdução • Definição: • É um material ligante, cuja principal função é formar uma pasta que possibilita a união entre os grãos dos agregados Pasta Água + Aglomerante Introdução • São pouco usadas devido aos efeitos secundários causados pela retração • Podem ser utilizadas nos rejuntamentos de azulejos e ladrilhos • As natas são pastas preparadas com excesso de água – natas de cal são utilizadas em pintura – natas de cimento sobre argamassas para obtenção de superfícies lisas Classificação dos aglomerantes • Quanto ao mecanismo de ação: • Inertes – não sofrem reações químicas. Endurecem por simples secagem. Ex: asfalto, argila • Ativos – Sofrem reações químicas. Ex: cimento, cal e gesso Classificação dos aglomerantes • Quanto à origem • Inorgânicos – Compostos fundamentalmente de Si, Ca, Mg, Al. (Ex.: cal, gesso, cimento Portland, cimento aluminoso e outros cimentos) • Orgânicos – Composição básica: carbono (Ex.:asfaltos e resinas) Classificação dos aglomerantes • Quanto ao princípio ativo • Aéreos – Endurecem pela ação química do CO2 no ar Ex.: gesso, cal virgem e cal hidratada < resistência mecânica < resistência à ação prolongada da água uso em ambientes secos Classificação dos aglomerantes • Quanto ao princípio ativo • Hidráulicos – Endurecem pela ação da água Ex.: a cal hidráulica, o cimento Portland, cimentos de escória, etc. > resistência à ação prolongada da água uso em ambientes externos Classificação dos aglomerantes • A solubilidade à água dos produtos endurecidos é o principal critério para a classificação dos aglomerantes inorgânicos. Aglomerantes solúveis em água •Não endurecem se mantidos em água •Não podem ser utilizados em ambientes úmidos ou externos Aglomerantes hidráulicos •Baixa solubilidade em água •Endurecem até mesmo submersos Pega • Período inicial de solidificação da pasta. – Quando água é adicionada a um aglomerante hidráulico, por exemplo, ocorrem reações químicas de hidratação. Tais reações originam compostos, que diminuem gradativamente a fluidez da pasta, até que esta deixe de ser deformável para pequenas cargas, tornando-se rígida Pega • Início de pega: • Período inicial de solidificação da pasta (momento que ela começa a endurecer) • Fim de pega: • Momento que a pasta está completamente sólida • Endurecimento: • Período que o material ganha resistência, mesmo após o final da pega Aglomerantes abordados na disciplina • Cal • Gesso • Cimento Cal - Introdução • Definição: • Aglomerante aéreo resultante da calcinação de rochas calcárias Calcinação da rocha calcária pura Óxido de cálcio puro • Também é encontrado o carbonato de magnésio • Impurezas: • óxidos de ferro e de alumínio e a sílica Ciclo de produção da cal Calcinação Hidratação ou extinção Carbonatação Cal virgem ou cal viva Carbonatação • Reação lenta que ocorre de fora para dentro • Porosidade que permita a evaporação da água em excesso e a penetração do gás carbônico do ar Propriedades • Plasticidade – é a facilidade na aplicação da argamassa. – A cal atua como um “lubrificante” dos grãos de areia em razão da sua finura e retenção de água – cal magnesiana produz argamassas mais trabalháveis Propriedades • Retração – Redução de volume causada pela carbonatação do hidróxido – Aparecimento de trincas nos revestimentos – Proporção de pasta na argamassa influencia na retração • Endurecimento – Como depende do ar atmosférico lento – Camadas espessas permanecem fracas no seu interior por longo período de tempo – Argamassa para revestimento camadas a cada 10 dias Propriedades • Resistência – aproximadamente 3 MPa • Retenção de água – Retarda a secagem, regulando a perda de água por evaporação ou para o sucção da superfície • Capacidade de absorver deformações – a cal proporciona capacidade de absorver deformações impostas, dentro de certos limites, sem se romper Cal hidratada • Tipos de cal hidratada • CH I – cal hidratada especial • CH II – cal hidratada comum • CH III – cal hidratada comum com carbonatos Aplicação da cal • Argamassas – Argamassas de cal (cal + areia) – Argamassas mistas ( cimento + cal + areia) – Assentamento de tijolos ou revestimento de alvenarias – A cal confere maior plasticidade às pastas e argamassas, permitindo que elas tenham maiores deformações, sem fissuração, do que teriam com cimento Portland somente. Aplicação da cal • Pintura – Dissolvida em água para pinturas. A esta solução chama-se nata de cal e sua utilização é conhecida como caiação • Estabilização de solos • Solo cal – melhoria da capacidade de suporte dos solos finos ou granulares (destinados a servir como base) Aplicação da cal • Fabricação de compostos • Tijolos de solo/cal Tratamento de água correção de pH e esterilização Celulose e papel branquear as polpas de papel Gesso - Produção CaSO4.2H2O 1,5 a 2H2O CaSO4xH2O 150 ~ 350 oC Gesso químico Extração Gipsita Moagem Calcinação Gesso Ciclo do gesso CaSO4.2H2O CaSO4.xH2O (2-x)H2O Processo industrial << Energia Estado natural Tempo disponível para moldagem Propriedades Retardadores: • serragem fina • cola • Temperatura e tempo de calcinação • finura do gesso • água/gesso • Impurezas e aditivos Interferência mecânica • Pega Tempo de pega x desperdício Foto: Artemária C. Andrade Resistência mecânica • Resistência à compressão • Pastas entre 5 a 15MPa • Cubos 5 x 5 cm Aderência • Boa aderência • Tijolo • Pedra • Ferro (permite a corrosão do metal) • Má aderência • Madeira Outras propriedades • Resistência ao fogo – 120oC – libera H2O – resfriamento • Bom isolamento térmico e acústico – Condutibilidade térmica = 1/3 do tijolo comum Empregos do gesso • Forros de gesso • Decoração • Revestimentos – pastas e argamassas • Paredes divisórias – gesso acartonado – gesso reforçado com fibras • Bloco Empregos do gesso • Gesso acartonado – Chapas Standard (ST) brancas • indicadas para uso geral normalmente utilizadas em paredes, tetos e revestimentos de áreas secas. – Chapas resistentes à umidade (RU) verdes • Indicadas para áreas úmidas banheiros e cozinhas (não usar em ambiente externo) adição de aditivos hidrofugantes à base de silicone, o que reduz a taxa de absorção de água do material – Chapas resistentes ao fogo (RF) rosa • Indicado para paredes corta-fogo e salas de espetáculo, por exemplo levam fibra de vidro em sua composição Cimento Definição: O cimento é um aglomerante hidráulico, obtido pela pulverização de clínquer. • Clínquer: constituído essencialmente de silicatos hidráulicos de cálcio, sulfato de cálcio natural, contento, eventualmente, adições – Produto granuloso, resultado da calcinação de seus materiais até a temperatura de fusão incipiente Fabricação ~0,95 clínquer ~0,05 Gipsita Armazenamento • Evitar risco de hidratação – Local coberto e fechado – Colocado em soalho bem acima do nível do solo • Quando iniciada a hidratação, após peneirado, seu uso deve ser apenas para serviços secundários. Aglomerantes inorgânicos Cimento Pasta Moldagem sólido Água Endurecimento Propriedades químicas Resistência aos agentes agressivos • Concreto em contato com água e solo – Cal hidratada (15 a 20% peso) ponto vulnerável • Água pura dissolução da cal • Água ácida com CO2 dissolvido • Água do mar (numerosos sais em solução) sulfato de cálcio, magnésio e cloreto de sódio (aumenta a solubilidade da cal). -Concentração baixa => carbonato de cálcio -Concentração alta => bicarbonato Propriedades físicas Massa específica – cálculo do consumo do produto – Le Chatelier = m/v Aglomerante Massa específica (t/m³, kg/l ou g/cm²) Massa unitária (t/m³, kg/l ou g/cm²) Cimento Portland 3,00 a 3,15 ≈1,42 Cal hidratada 2,25 a 2,30 0,48 a 0,64Gesso 2,55 a 2,60 0,65 a 0,80 Propriedades físicas Tempo de pega • Tempo disponível para trabalhar com o material – Início e fim de pega agulha de Vicat Resistência • Determinada por ensaios com argamassa – Cilindros 5x10cm Exsudação • Afloramento do excesso de água na pasta – Ocorre antes do início da pega – Prejudica a uniformidade, resistência e durabilidade do concreto – Segregação nas pastas de cimento Fonte: Mariano (2007) Adições ao Cimento Portland • Cinza volante pó proveniente de fornos que queimam carvão mineral (termoelétricas) – Retardam o ganho de resistência mecânica – Reduzem o calor de hidratação – Melhoram a trabalhabilidade – Minimizam a permeabilidade do concreto – Diminuem ocorrência de reações álcali- agregado Adições ao Cimento Portland • Escória de alto forno – Resíduo do alto forno siderúrgico – Presença de C2S e C3S – Consome resíduo industrial nocivo ao meio ambiente – Grãos com 45 µm – Reduz custos – Não prejudica resistência mecânica – Aumenta a resistência à sulfatos Adições ao Cimento Portland • Filer calcário – Pó de calcário – Inerte quimicamente – Melhora a trabalhabilidade e o acabamento – Reduz custos – 5 a 10% do cimento Classificação • CPI cimento Portland comum • CPI-S cimento Portland comum com adição Usados em trabalhos de construção civil em geral. Não comercializado Classificação • CPII cimento Portland composto (uso em concreto e argamassas) • CPII-E CP composto com escória • CPII-Z CP composto com pozolana • CPII-F CP composto com filer Cimento Limites em % de massa Sigla Classe Clínker + sulfato de cálcio Escória Pozolana Filer CPII-E 25/32/40 94 a 56 6 a 34 - 0 a 10 CPII-Z 25/32/40 94 a 76 - 6 a 14 0 a 10 CPII-F 25/32/40 94 a 90 - - 6 a 10 Resistência a sulfatos Menor liberação de calor Classificação • CPIII cimento Portland de alto-forno • CPIV Cimento Portland pozolânico • CPV-ARI cimento Portland de Alta Resistência Inicial Cimento Limites em % de massa Sigla Classe Clínker + sulfato de cálcio Escória Pozolana Filer CPIII 25/32/40 65 a 25 35 a 70 – 0 a 5 CPIV 25/32 85 a 55 15 a 40 15 a 40 0 a 5 CPV 100 a 95 – – 0 a 5 Mais utilizados em pré-moldados e pré-fabricados.
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