Buscar

13-Direito Cibernético

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 276 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 276 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 276 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Page 2 of 2
Contents
UNIDADE 1 - Ética e política	2
Aula 1 Por que pensar sobre a ética?	2
Introdução da unidade	2
UNIDADE 1 - Fundamentos de Engenharia de software	3
Aula 1 - Introdução à Engenharia de software: aspectos gerais, objetivos, evolução do software e crise do software	3
Introdução da unidade	3
Introdução da aula	5
Conceito de Engenharia de software	5
Pilares e categorias de software	5
Crise do Software	5
Conclusão	5
Aula 2 - Fundamentos dos processos de desenvolvimento de software	6
Aula 3 - Modelos e etapas do processo de software	6
Aula 4 - Modelos dos processos de software: aplicabilidade e evolução	6
UNIDADE 2 - Desenvolvimento ágil de software	7
Aula 1 - Introdução a metodologias ágeis e comparações com a tradicional	7
Aula 2 - Métodos ágeis - Extreme Programming (XP): valores e práticas	7
Aula 3 - Práticas do Extreme Programming e suas contra-indicações	7
Aula 4 - Metodologia Scrum, suas características e aplicações	7
UNIDADE 3 - Gerenciamento de qualidade de software	8
Aula 1 - A gestão da qualidade no processo de desenvolvimento de software	8
Aula 2 - A garantia da qualidade do software	8
Aula 3 - As normas de qualidade aplicadas no desenvolvimento de software	8
Aula 4 - As verificações necessárias na engenharia de software	8
UNIDADE 4 - Os testes de software	9
Aula 1 - Testes de software	9
Aula 2 - O Test-Driven Development (TDD)	9
Aula 3 - Os testes de release e de usuário	9
Aula 4 - A manutenção e evolução de software	9
UNIDADE 1 - Direito, Tecnologia e Inovação
Aula 1 Compliance e Governança Digital
Introdução da aula
Olá, estudante! Nesta disciplina vamos conhecer as áreas de direito, tecnologia e inovação pelo viés do direito cibernético. 
Com a evolução tecnológica vivenciada ao longo da segunda metade do século XX, com especial ênfase para este primeiro quarto do século XXI, com o avanço da internet e da indústria 4.0, as questões vinculadas à governança, sustentabilidade e responsabilidade social são incontestes. 
O direito, derivado do fato social e dos avanços culturais, históricos e tecnológicos, deve acompanhar esta evolução, sendo uma necessária competência ao profissional do direito o seu conhecimento, bem como saber transitar nas mais variadas frentes do direito cibernético. Neste sentido é que convidamos você a estudar os temas de direito, tecnologia e inovação.
Ao longo desta aula você verá os conceitos e aplicações da governança corporativa, do compliance, concorrência desleal e fundamental defesa da proteção da informação. Você é o nosso convidado especial para embarcar nesta jornada desafiadora. Vamos lá?
Introdução à tecnologia e inovação sob a ótica do compliance e governança 
corporativa digital. Legislação aplicável.
Afinal, o que é governança corporativa?
É uma forma de gerenciar as informações e ações de uma empresa e seus dirigentes, garantindo transparência, procedimentos claros e objetivos de uma empresa. De acordo com o Relatório Cadbury, a governança é "o sistema pelo qual as empresas são dirigidas e controladas".
Fatos marcantes no cenário mundial, como os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, nos EUA, o escândalo financeiro de Wall Street em 2002, levaram à necessidade de uma regulamentação mais específica e efetiva para gerir os riscos a que algumas instituições estão sujeitas. 
Sob a ótica do direito cibernético (também conhecido por direito digital), são muitos desafios para a implementação de boas práticas de governança digital nas empresas. É neste sentido que segue o posicionamento de Palhares, Prado e Vidigal (2021, p. 329), para quem:
Ao longo dos últimos anos, as mudanças sociais e tecnológicas vêm sendo sentidas de forma cada vez mais intensa e acelerada, com a propagação de novos métodos, formas e conceitos, em todas as searas do conhecimento humano. A pandemia de Covid-19, ao forçar a digitalização acentuada de muitas organizações, também tem contribuído para a adoção ampla de novas tecnologias e para a visualização de uma realidade inovadora. 
No Direito, esse movimento também é sentido com vigor. Desde 2020, o trabalho remoto se tornou um aspecto incontornável para empresas, escritórios de advocacia e até mesmo para órgãos do Poder Judiciário, que passaram a conduzir a maior parte de suas atividades de forma não presencial, com a realização de sessões de julgamento e despachos virtuais, com a ajuda da tecnologia. 
Com isso, as empresas iniciaram um ciclo de mudanças que no decorrer dos anos foi sofrendo alterações para evitar fraudes. As empresas de auditoria tiveram uma grande importância no contexto empresarial, e devem seguir os princípios de governança corporativa de acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), que são:
· Transparência.
· Equidade.
· Prestação de contas.
· Responsabilidade corporativa. 
 
O compliance, fundamental para a eficácia da governança dentro de uma empresa, é um conjunto de esforços que atuam em conformidade com as leis e regras da empresa. Estar em compliance é estar em conformidade com a ética, com o sistema legal e com o que é esperado por mercado, sócios, acionistas e todos aqueles que se relacionam com a empresa.
O estudo feito em 1976 por Jensen e Meckling originou a teoria do agente principal, que defende a ideia de que os administradores agem de acordo com os próprios interesses, criando, assim, algumas medidas para garantir que os interesses da empresa não sejam afetados pelos interesses pessoais. Em linhas gerais, é a busca de uma proteção coletiva sobre a proteção individual, a qual encontra respaldo em toda a teoria da função social da empresa, da boa-fé objetiva e da ética empresarial.
 Qual a importância do compliance na era digital?
Como estamos percebendo, a era digital está cada vez mais avançada; novos produtos e ferramentas estão sendo criados e atualizadas constantemente. As evoluções que verificaremos em um futuro muito próximo, com a internet 5G e a computação quântica, são novos marcos históricos para a sociedade. Alcançaremos um avanço tecnológico jamais imaginado pela sociedade ou por qualquer filme de ficção científica. 
Assim, por que não aplicar essas vantagens tecnológicas também no âmbito empresarial, visando à melhoria em seus modelos de negócio, eficiência, controle, automatização de processos e muito mais? Certamente é uma excelente opção ao gestor e à diretoria das empresas. 
Mesmo com tantas vantagens, também é necessário conhecer desafios como violação de dados, ameaças internas e vazamentos de dados. Logo, é de suma importância estar em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o Marco Civil da Internet, que serão tratados mais a fundo no decorrer do programa.
Concorrência desleal. Segurança, fiscalização e boas práticas.
O homem sempre buscou soluções e aprimoramentos nas funções básicas da vida, e essa busca resulta na criação de indústrias as quais geram uma concorrência para garantir o direito de propriedade do criador, protegendo os interesses privados. Conforme José Roberto D’Affonseca Gusmão ensina: 
Devemos convir que a natureza imaterial desses bens implica necessariamente a adoção de um regime jurídico próprio, em vista de sua proteção adequada. É uma categoria de bens à parte, que foi ignorada do direito romano. As sequelas são sentidas até hoje. (GUSMÃO, 1990)
Mas, afinal, o que é concorrência desleal? 
É uma prática ilícita para ganhar mais clientes, prejudicando os concorrentes. Em regra, a concorrência é livre e pode ser exercida por qualquer pessoa, entretanto, se essa pessoa usa a concorrência de má-fé, configura-se concorrência desleal e a lei é obrigada a reprimir o abuso do poder econômico, conforme artigo 195, III, da Lei nº 9.279/96: 
Notadamente, no que se refere ao princípio da livre concorrência (art. 170, IV, CF/1988), encontra-se nele o fundamento da economia de mercado, no qual os agentes econômicos devem travar suas disputas, das quais o melhor, o mais apto, conseguirá a vitória, sobrepondo-se aos seus rivais. Desse ambiente de livre concorrência, tende-se a resultados mais eficientes,com inovações tecnológicas, aumento na qualidade de produtos e serviços, reduções de custos – e consequentemente de preços -, que contribuem efetivamente para o desenvolvimento e trazem ganhos ao bem-estar econômico do consumidor. […]
Já ciente de tal realidade, o constituinte estabeleceu a garantia da competição leal, isenta de práticas anticoncorrenciais e de utilização abusiva do poder econômico, assegurada pelo Estado, sobretudo por meio dos órgãos de defesa da concorrência. […]
Também outro aspecto relevante da questão concorrencial é que uma política de concorrência bem estruturada contribui para o desenvolvimento socioeconômico. Política de concorrência é o conjunto de leis e políticas que garantem que a competição nos mercados não é limitada de modo a reduzir o bem-estar social. (BAGNOLI, 2017, p. 272-273)
Exemplificando o que o texto constitucional e o sistema de proteção da concorrência preveem, imaginemos a seguinte situação: o dono de um restaurante, em sua rede social, fala que um restaurante concorrente usa gordura suja para fritar batata. Esse fato é considerado concorrência desleal? Com certeza, pois está havendo difamação de concorrente em sua rede social, gerando uma concorrência desleal e contrária à ética. 
Considere então os números da PNAD contínua do IBGE, que apontam que entre 2018 e 2019 o percentual de pessoas que têm telefone móvel para uso pessoal subiu de 79,3% para 81,0%. E se essas pessoas começassem a utilizar as redes sociais para aplicar a concorrência desleal? Seria um abuso de poder econômico, por isso a concorrência desleal é considerada crime, com pena de 3 meses a 1 ano ou multa a quem praticar uma das condutas tipificadas no artigo 195 da Lei nº 9.279/96. Além disso, o praticante do ato está sujeito a uma série de punições pelos órgãos de controle, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e o Procon, entre outros.
Considere, neste momento, outra situação: se os representantes de uma pessoa jurídica descobrirem a identidade visual de um produto (trade dress) que o concorrente pretende lançar, onde o novo produto, mesmo que seja de outro segmento, utiliza a mesma identidade visual? Havia abuso sob a ótica da concorrência? Especialmente considerando que o produto que será lançado, mesmo que de outro segmento, irá se valer da boa reputação que o seu produto possui. Tal prática é igualmente abusiva.
Nesse caso falamos de aproveitamento parasitário, conforme imagem a seguir: 
Figura 1 | Exemplo de aproveitamento parasitário - Fonte: Oliveira (2020, [s. p.]). 
É uma violação ainda mais grave, por utilizar um conjunto de elementos gráficos, visuais e/ou fonéticos, o que chamamos de trade dress. A violação de trade dress nos ambientes virtuais é ainda mais fácil de ocorrer, e de consumar práticas anticoncorrenciais. Daí a grande importância do tema para o direito cibernético. 
Você pode pesquisar os autos do processo deste caso – processo nº 1093251-56.2017.8.26.0100 – no sítio do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, e observar que a empresa Muriel Cosméticos foi condenada a pagar uma indenização equivalente a 20% sobre o faturamento com as vendas do produto “Alisena”.
Por essas e outras razões o Estado deve monitorar as atividades empresariais que caracterizem potenciais atos de abuso do poder econômico por meio de concorrência desleal, além da relevante importância da proteção de dados e informações das empresas, especialmente quando falamos de segredos industriais e comerciais.
Proteção da informação e proteção da liberdade de expressão na internet
Quantas vezes você já ouviu notícias de vazamento de dados pessoais do cidadão comum? 
E quantas vezes você já ouviu notícias de vazamento de informações privilegiadas de uma empresa, ou ainda de segredos comerciais e industriais? 
Certamente a resposta para as perguntas é diferente, já que tradicionalmente há muito mais notícias tratando de vazamento de dados pessoais do cidadão comum. Você já se perguntou a respeito da razão disso? 
A resposta é razoavelmente simples. O vazamento de informações privilegiadas de uma empresa, ou de seus segredos industriais e comerciais, resulta em um prejuízo à reputação da própria empresa, de forma que ela não tem interesse que a informação caia no domínio público. Tais apurações são, na maioria das vezes, realizadas de forma sigilosa, em segredo de justiça e até mesmo de forma administrativa ou por meios alternativos de conflitos. Tal medida visa justamente preservar a reputação da empresa e garantir uma severa punição àqueles que eventualmente tenham violado os direitos de proteção à informação. 
Segurança da informação é um processo para proteger as suas informações e as informações de sua empresa, e é aplicada em qualquer área da empresa, não só na parte de tecnologia. É a área responsável por analisar os riscos que podem afetar alguma informação dentro de uma organização. 
Neste terceiro bloco também veremos outro ponto interessante e que gera muitos questionamentos. Qual é o limite da liberdade de expressão na internet? É um universo sem lei?
Trataremos primeiro da segurança da informação.
Algumas características da segurança da informação são:
· Confidencialidade: limita o acesso das informações realmente autorizadas pelo proprietário.
· Integridade: garante que a informação mantenha todas as características originais.
· Disponibilidade: garante que as informações estejam sempre disponíveis para aqueles autorizados pelo proprietário da informação. 
E qual a importância da segurança da informação (SI)?
Digamos que todos os dados de uma empresa estão sendo salvos na nuvem. Com as informações salvas na internet, se a empresa não conta com um sistema de proteção, prevenção e segurança destes dados, poderá sofrer um ataque hacker ou até mesmo uma ação maliciosa de algum funcionário, facilmente causando transtorno e prejuízo para a empresa. 
Ter o processo de segurança da informação claro e definido, além de um protocolo de proteção e prevenção de dados e da informação, é, hoje em dia, crucial para as empresas e para a melhor segurança de suas informações. Uma pesquisa realizada pela IBM apontou que o custo médio de violação de dados em 2021 chegou a 4.24 milhões de dólares norte-americanos. 
E o que exatamente a segurança de informação analisa?
Acesso não autorizado, divulgação, gravação, interrupção de informações, para prevenir informações de roubos e acessos maliciosos. Protege a rede de ataques virtuais, internos e externos.
A liberdade de expressão na internet e seus limites
Não tem como falarmos de liberdade de expressão sem adentrar no Marco Civil da Internet, a Lei nº 12.965/14 que assegura direitos e garantias ao usuário de rede. Esta lei, logo no seu artigo 2º, deixa evidente que seu fundamento é o respeito à liberdade de expressão, também assegurada pela Constituição Federal. Entretanto, mesmo assegurando o exercício da liberdade de expressão, devemos observar alguns limites, como a proteção à instituição família e aos princípios gerais constitucionais, e a proteção aos direitos humanos. 
E quais são os limites para a liberdade de expressão?
O filósofo inglês Herbert Spencer diz que "a liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro". O Código Penal trata dos crimes contra a honra, calúnia, difamação, fake news e discursos de ódio, enquadrados nos limites da liberdade de expressão.
Videoaula: Compliance e Governança Digital
Caro estudante, vamos conhecer os conceitos de compliance e governança corporativa digital, seus impactos da sociedade da informação e do direito cibernético, além dos principais pontos e cuidados que devem ser verificados pelo profissional do direito.
Ao longo da presente aula, pudemos compreender melhor os conceitos e os impactos da tecnologia e da inovação sob a ótica do compliance e governança corporativa digital. Também identificamos a legislação aplicável aos casos e avançamos para conceitos de concorrência desleal, segurança da informação (SI), fiscalização e boas práticas.
Ao final da aula, avaliamosa importância da proteção da informação e o próprio conceito e proteção da liberdade de expressão na internet, identificando seus principais limites e aplicações. 
Ao longo da aula, esperamos ter gerado curiosidade e reflexão a respeito de temas tão importantes para o avanço da vida em sociedade no século XXI.
Saiba mais
Vamos conhecer um pouco mais do que aprendemos nesta aula?
É importante que você tenha outras fontes de pesquisa para pensar nos conceitos e impactos do compliance e da governança digital. 
Recomendamos que você dedique um tempo de seus estudos para refletir acerca da seguinte questão: O que é governança digital para você? Certamente você vai relembrar diversos conceitos aprendidos nesta aula, além de perceber o quanto você já entende do tema. 
Indicamos o artigo de Marcelo Bechara de Souza Hobaika, “Aspectos da governança da Internet”, publicado na Revista de Direito das Comunicações –  v. 7, p. 231-264, jan.-jun. 2014, DTR\2014\8225. Está disponível na base eletrônica da Revista dos Tribunais Online. 
O artigo traz uma boa referência do cenário nacional e internacional da governança na internet e a sua importância para a segurança das transações e dos negócios jurídicos firmados pela rede.
Além desse texto, recomendamos, caso você tenha oportunidade, as seguintes séries e/ou documentários que tratam dos temas que foram vistos nesta aula:
Mr. Robot. A série trata da invasão de sistemas e dispositivos conectados à nuvem. 
Privacidade Hackeada. Célebre documentário que trata das ações da Cambridge Analytica e da possibilidade de manipulação de informações, eleições e demais decisões que impactam toda a sociedade.
Onisciente. Série nacional de ficção científica que trata justamente de uma parceria público-privada, e todas as pessoas da sociedade são monitoradas por sistemas.
Referências
Arruda, G. S. de, Madruga, S. R., & Freitas Junior, N. I. de. (2009). A governança corporativa e a teoria da agência em consonância com a controladoria. Revista De Administração Da UFSM, 1(1). Disponível em: https://doi.org/10.5902/19834659570. Acesso em: 06 dez. 2022.
BAGNOLI, V. Direito econômico e concorrencial. 7. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais; Thomson Reuters, 2017. 
BARBUTO, J. L. C. Concorrência Desleal no século XXI. Jusbrasil, [s. d.]. Disponível em: https://drbarbuto.jusbrasil.com.br/artigos/185076266/concorrencia-desleal-no-seculo-xxi. Acesso em: 18 nov. 2022.
BLOK, M. Compliance e Governança Corporativa. 3. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2020. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=c6Z5EAAAQBAJ&lpg=PA1&ots=ubu73mcMrE&dq=Compliance%20e%20governan%C3%A7a&lr&hl=pt-BR&pg=PA8#v=onepage&q=Compliance%20e%20governan%C3%A7a&f=false. Acesso em: 18 nov. 2022.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília/DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 18 nov. 2022. Art.  5º e 220.
BRASIL. Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016. Dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Brasília/DF: Presidência da República, 2016. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13303.htm. Acesso em: 18 nov. 2022. 
BRASIL. Lei nº 12.846, de 1º agosto de 2013. Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências. Brasília/DF: Presidência da República, 2013. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm. Acesso em: 18 nov. 2022.
BRASIL. Decreto nº 9.203, de 22 de novembro de 2017. Dispõe sobre a política de governança da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Brasília/DF: Presidência da República, 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/d9203.htm. Acesso em: 18 nov. 2022. 
BRASIL. Lei nº 13.848, de 25 de junho de 2019. Dispõe sobre a gestão, a organização, o processo decisório e o controle social das agências reguladoras, […]. Brasília/DF: Presidência da República, 2019. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13848.htm. Acesso em: 18 nov. 2022. 
BRASIL. Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992. Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de atos de improbidade administrativa, de que trata o § 4º do art. 37 da Constituição Federal; e dá outras providências. Brasília/DF: Presidência da República, 1992. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8429.htm. Acesso em: 18 nov. 2022.
BRASIL. Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. Brasília/DF: Presidência da República, 2000. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm. Acesso em: 18 nov. 2022.
BRASIL. Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014. Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. Brasília/DF: Presidência da República, 2014. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm. Acesso em: 18 nov. 2022. 
BRASIL. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Brasília/DF: Presidência da República, 2018. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm. Acesso em: 18 nov. 2022. 
BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. Brasília/DF: Presidência da República, 1990. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm#:~:text=Disp%C3%B5e%20sobre%20a%20prote%C3%A7%C3%A3o%20do%20consumidor%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.&text=Art.,Art. Acesso em: 18 nov. 2022. Art. 6º, III e IV, 36,37 e 38.
BRASIL. Lei nº 9279, de 14 de maio de 1996. Regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. Brasília/DF: Presidência da República, 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9279.htm. Acesso em: 18 nov. 2022. Art. 196, I e II.
Brasil Escola. Liberdade. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/consciencia-e-liberda-humana-texto-2.htm. Acesso em 30.nov.2022
CONAR. Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária. Disponível em: http://www.conar.org.br/pdf/codigo-conar-2021_6pv.pdf. Acesso em 30.nov.2022  
CORTES, A. Governança na era digital: entenda o que é e sua importância. Remessa Online, 7 dez. 2020. Disponível em: https://www.remessaonline.com.br/blog/governanca-na-era-digital/. Acesso em: 18 nov. 2022.
G2 Consulting. Disponível em: https://www.g2consulting.com.br/governanca-ti-governanca-corporativa/. Acesso em: 30.11.2022
GUSMÃO, J. R. d'A. Natureza jurídica do direito de propriedade intelectual. Apud. RODRIGUES ALVES, Joyce Ruiz. Condições para a caracterização de infrações contra a ordem econômica envolvendo direitos de propriedade intelectual no Brasil. Dissertação de Mestrado PUC/SP. Disponível em: https://tede2.pucsp.br/bitstream/handle/21792/2/Joyce%20Ruiz%20Rodrigues%20Alves.pdf  Acesso em: 30.nov.2022
HOFRIMANN, S. Governança corporativa na era digital: entenda a importância. Holmes, 20 maio 2022. Disponível em: https://holmesdoc.com.br/blog/governanca-corporativa/. Acesso em: 18 nov. 2022.
IBM. Relatório do custo de uma violação de dados. IBM Security, 2021. Disponível em: https://www.ibm.com/downloads/cas/RBJ6BJVN#:~:text=O%20custo%20médio%20por%20registro,registro%20foi%20de%20US%24%20141. Acesso em: 18 nov. 2022.
IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Conheça os quatro princípios da Governança Corporativa. Disponível em: https://www.ibgc.org.br/blog/principios-de-governanca-corporativa. Acesso em 30.11.2022
KIRCHHOFF, P.; SCRIVANI, V. Os limites da liberdade de expressão nas redessociais. Bem Paraná, 7 mar. 2022. Disponível em: https://www.bemparana.com.br/noticia/os-limites-da-liberdade-de-expressao-nas-redes-sociais#.YuA8OkXMLIU. Acesso em: 18 nov. 2022.
OLIVEIRA, L. G. M. Marcas famosas e aproveitamento parasitário. Ricci Propriedade Intelectual, 4 jun. 2020. Disponível em: https://riccipi.com.br/marcas-famosas-e-aproveitamento-parasitario/#:~:text=O%20aproveitamento%20parasitário%20ocorre%20quando,-imagem)%20das%20marcas%20famosas. Acesso em: 18 nov. 2022.
PALHARES, F.; PRADO, L. F.; VIDIGAL, P. Compliance Digital e LGPD. Coleção Compliance. V. 5.Coordenação: Irene P. D. Nohara e Luiz E. de Almeida. São Paulo: Revista dos Tribunais; Thomson Reuters, 2021.
PARTIDO NOVO. Quais são os limites da liberdade de expressão? Novo.org.br, c2020. Disponível em: https://novo.org.br/explica/quais-sao-os-limites-da-liberdade-de-expressao/. Acesso em: 18 nov. 2022.
TUTIDA, D. O que é segurança da informação. Encontre Um Nerd S/A, 10 ago. 2021. Disponível em: https://encontreumnerd.com.br/blog/o-que-e-seguranca-da-informacao#:~:text=Na%20segurança%20da%20informação%2C%20confidencialidade,números%20de%20cartões%20de%20crédito. Acesso em: 18 nov. 2022.
da Internet. In: DE LUCCA, Newton; SIMÃO FILHO, Adalberto; LIMA, Cíntia Rosa Pereira de (coord.). Direito & Internet III: Marco Civil da Internet. Tomo II. São Paulo: Quartier Latin, 2015, p. 377 - 408
 
Aula 2 Do Blockchain, Criptomoedas e NFT
Introdução da aula
Caro estudante, 
Como já tivemos a oportunidade de entender um pouco de direito cibernético pelo viés do direito, da tecnologia e da inovação, vamos abordar a temática de evolução da própria internet pelas atuais redes descentralizadas e pelas redes distribuídas. 
Quando falamos em redes distribuídas nem sempre as associamos ao termo blockchain, e é disso que trataremos.
As redes distribuídas – uma delas é a blockchain, pois existem outras tecnologias e formas de redes distribuídas – representam o novo estágio da internet e de transações eletrônicas com segurança e confiabilidade. 
Sem a existência de uma rede distribuída como a blockchain não haveria como falarmos de criptomoedas, NFTs, token e muito mais. 
É justamente essa estrutura de rede de confiança, por meio de uma comunicação direta – também chamada ponto a ponto –, que torna possível a implementação de novos meios de pagamento eletrônico, de transações pela internet e até mesmo de negócios jurídicos firmados no Metaverso.
Vamos lá?
Considerações Iniciais e Conceitos
Afinal, o que é uma rede distribuída?
Vivemos, entre o final do século XX e primeiro quarto do século XXI, em meio a um processo histórico de evolução tecnológica sem precedentes na história. 
Uma evolução tecnológica, entre os diversos significados que contempla, pode ser caracterizada pela utilização de melhores técnicas, ferramentas e instrumentos que buscam melhorar a vida do ser humano. 
No caso específico de nosso programa (Direito Cibernético), vamos olhar a evolução da internet, a qual está caminhando para o que é conhecido como web 3.0. Ou seja, é a terceira fase de evolução da internet. 
A primeira fase foi marcada pelo surgimento da internet durante a Guerra Fria, quando seu desenho e sua arquitetura eram puramente centralizados, inicialmente para fins militares e bélicos. Buscava-se preservar informações e arquivos que estavam situados fisicamente em um único centro de informações. Assim, foi criado o conceito para replicar a mesma informação e/ou arquivo de forma randômica em diversos outros polos de armazenamento de dados e informações. 
O segundo momento, o descentralizada, representa a fase que estamos vivenciando e que é mais popularmente conhecida. A arquitetura atual da internet (descentralizada) foi inicialmente utilizada no meio acadêmico e posteriormente para fins comerciais, quando passamos a ter diversos centros de informações (provedores) e diversos polos de armazenamento até chegar no usuário final. Vale observar que no Brasil a internet teve seu início em escala comercial (uso comercial) entre os anos de 1995 e 1996. 
O terceiro momento, o da rede distribuída, é representado por redes como a blockchain, cujo início foi em 31 de outubro de 2008, com destaque à ausência de grandes centros de controle – a internet passa a ser utilizada de forma distribuída e ponto a ponto.
É descentralizada na medida em que prescinde de um registro central ou de um responsável único (ou hierarquicamente superior) pelos dados introduzidos e armazenados no sistema, assentando antes na distribuição de responsabilidade pelos respetivos participantes, como característica essencial. Com efeito, cada participante é responsável pela manutenção e atualização de uma parte (ou da totalidade) da base de dados, e a validade dos registros decorre da coerência entre as inscrições individuais de cada membro, ao invés de assentar num critério hierárquico. Este carácter (necessária e intencionalmente) multilateral evita que a base de dados possa ser corrompida por um único participante, ou que um ou mais participantes exerçam uma posição dominante, tornando os demais reféns.
Assim, a introdução de novos dados na base depende da validação da nova informação pelos demais participantes, sendo por isso assente num consenso multilateral. Uma vez atingido esse consenso multilateral, a nova informação é acrescentada à base de dados, e a partir daí não pode ser alterada ou eliminada, senão com base num novo consenso.
Como terceiro aspecto distintivo, cumpre assinalar que a maioria das tecnologias assentes em Blockchain utiliza métodos de encriptação de dados e de validação temporal (através da aposição de selos temporais nos momentos-chave de introdução, alteração e eliminação de dados). (CORREIA, 2017, p. 69-74) 
Nos blocos seguintes, analisaremos em maior profundidade a blockchain, o conceito de criptomoedas, NFT e token.
Blockchain, criptografia e criptomoedas
O que é blockchain? Será que ele é mais importante que o próprio bitcoin?
O blockchain foi idealizado em 1991, cerca de 20 anos antes do bitcoin, por Stuart Haber e Scott Stornetta, que imaginaram blocos com informações ligados uns aos outros de forma imutável. Em 1992 foram incluídos registros nos blocos, e em 2008 ele ainda não tinha nome e nenhum caso de uso. O bitcoin foi a primeira aplicação do Blockchain, conforme verificamos no artigo publicado por Satochi Nakamoto (pseudônimo utilizado pelo seu real autor, que até hoje é desconhecido) “Bitcoin: A Peer-to-Peer Cash System” (em tradução livre, “Bitcoin: um sistema de pagamento ponto-a-ponto”). 
O primeiro bloco foi minerado em 3 de janeiro de 2009, cuja mensagem criptografada de Satochi Nakamoto diz: “The Times 03/Jan/2009 Chancellor on brink of second bailout for banks” (Chanceler à beira do segundo resgate aos bancos, em tradução livre).
A principal diferença entre blockchain e os bancos de dados tradicionais é que ele não é controlado por autoridades; qualquer pessoa pode ver as entradas de outros usuários, sem, no entanto, poder alterá-las. Além da sua publicidade e transparência, não há necessidade de centros de controle, pois a comunicação se dá ponto a ponto, de forma direta entre os usuários.
Blockchain refere-se a blocos de informação e dados em cadeia. Serve também como uma linha do tempo em que cada informação incluída no bloco permanece aumentando a transparência em todo o sistema. 
Como funciona?
Figura 1 | Funcionamento do blockchain -  Fonte: Lamounier (2018, [s. p.]). 
Todo bloco criado pelo blockchain carrega uma informação do bloco anterior, formando uma cadeia de blocos. Cada transação é mantida nesse bloco e não pode ser apagada ou alterada: é um rastro, um histórico de todas as suas transições que são visíveis a todos os usuários – por isso é considerado um sistema transparente. Para manter essas estruturas, temos os mineradores que validam as transações dos usuários por meio de problemas matemáticos complexos. E como pagamento, eles ganham bitcoin. 
A segurança do blockchain
Já percebemos que o blockchain não funciona da maneira tradicionalcomo os outros bancos, e hackear esse sistema não é algo tão fácil, pois estamos falando de uma vasta quantidade de computadores interligados. Para derrubar ou entrar nesse sistema será necessário entrar em todos os computadores conectados no sistema, um processo extremamente complicado. 
Por isso o blockchain é considerado uma das tecnologias mais seguras da internet até agora, uma vez que além da ligação ponto a ponto sua segurança também é preservada por regras de criptografia. Tais fatos sociais derivados da tecnologia possibilitaram a criação de moedas virtuais desvinculadas de governos e órgãos centralizadores. São as criptomoedas. 
Criptomoedas, o que são?
São moedas digitais descentralizadas (não controladas por órgão ou país) criadas pela rede blockchain que podem ser convertidas em outras moedas – por exemplo, a Ethereum (ETH), que pode ser convertida em dólar.
Para que serve? 
As criptomoedas são um meio de troca; são moedas virtuais que podem ser trocadas por produtos de consumo e serviços, além de serem uma forma de investimento. 
Quando falamos de criptomoedas é comum lembrarmos apenas do bitcoin, mas devemos observar que o mercado de criptomoedas está se expandindo e aumentando a diversidade dos ativos. Outros exemplos de criptomoedas são:
· Ethereum (Ether).
· Dogecoin (DOGE).
· Litecoin (LTC).
· Stablecoins.
NFT e tokenização
Vamos começar este bloco explicando o que é um token, um certificado digital que por meio do blockchain é um registro único e exclusivo. Pode representar um comprovante de que algo é seu, portanto, passível de ser transferido para outras pessoas, sendo um meio de circulação de riquezas. Em outras palavras, é um registro de um produto em uma plataforma digital, conferindo ao ativo uma autenticação virtual, e uma de suas principais características é impedir a adulteração desse produto, deixando mais seguras e autênticas as transações financeiras. 
Por exemplo, uma pessoa faz um desenho digital, e cria um certificado para esse desenho. Assim, ela tem a prova de que o desenho é dela por meio de um token, e pode vender digitalmente esse desenho uma única vez. 
Segundo Revoredo (2019, p. 197), “Token no contexto de um Blockchain são unidades que representam algo. Ao contrário de uma moeda, eles não servem apenas como troca e pagamento. Eles retratam um objeto, físico ou virtual, nesta unidade digital. ” 
Ao contrário das criptomoedas, os tokens são criados em blockchains já existentes, e podem ir além de servir como uma moeda digital: o token não está necessariamente ligada ao pagamento, ele é apenas a representação de um ativo. Alguns benefícios do token são: maior segurança, agilidade e acessibilidade, já que as plataformas digitais fazem todo o processo de verificação e armazenamento de informações. 
Existem alguns tipos de token, e os quatro principais são:
· Token utilitário: o token que pode ser comprado e usado dentro de um sistema único, e com uma finalidade específica.
· Token de pagamento: mais usado para transações monetárias.
· Token de segurança: código gerado no momento de realizar certas movimentações na conta bancária.
· NFT: uma autenticidade digital única a um arquivo. 
Como os tokens são criados?
Cada plataforma tem suas regras para a criação, entretanto, os tokens carregam um contrato inteligente em sua formação: quando envolvem um valor monetário, as transações são feitas na criptomoeda à qual estão vinculadas. Sua criação demanda conhecimento técnico, e algumas plataformas oferecem esses serviços
Exemplos do que pode ser representado por um código de identificação – token:
· Imóveis.
· Equipamentos.
· Propriedades intelectuais e obras com direitos autorais.
· Fundo de investimentos.
· Títulos.
· Ações.
Quase tudo hoje em dia pode virar um token. O seu valor é baseado no ativo real, e pode sofrer variações de acordo com o mercado. 
Tokens não fungíveis (NFTs), sendo únicos e insubstituíveis, são representações ou certificados digitais de qualquer coisa digital única, ou ainda colecionáveis digitais, como uma foto, um vídeo, uma música, itens de um jogo ou mesmo cards colecionáveis. 
Sua principal função é transformar algo que é único no mercado, abrindo possibilidades para que colecionadores comecem a comprar essas obras digitais.
Videoaula: Do Blockchain, Criptomoedas e NFT
Caro estudante, nesta aula tratamos da evolução da internet, desde a sua origem durante a Guerra Fria até a chamada web 3.0, que representa o estágio atual das redes distribuídas, como a blockchain. Esta e outras tecnologias que representam as redes distribuídas permitiram a criação e disseminação de conceitos que hoje já são de conhecimento geral, como bitcoin, criptomoedas, NFT e mesmo tokens. 
Além disso, por ser uma rede de confiança e com dados imutáveis, a blockchain gera mais segurança para os negócios jurídicos contratuais, como os próprios contratos eletrônicos e os chamados Smart Contracts, os quais serão objeto de análise ao longo de nossas aulas.
Saiba mais
Estamos vivendo um novo salto tecnológico, potencialmente sem precedentes na história. O potencial do blockchain e todas as consequências derivadas ainda estão sendo desvendados, como o próprio conceito de Estado e a soberania dos países tal como conhecemos desde Montesquieu.
Para você que busca se aprofundar na temática e ter um olhar sobre o potencial de democratização de acesso à rede e aos meios financeiros, recomendamos o estudo do artigo de José Humberto Fazano Filho, “A remessa de valores através da tecnologia blockchain como ferramenta de inclusão financeira”, publicado na Revista de Direito Bancário e do Mercado de Capitais – v. 84, p. 153-172, abr.-jun. 2019, DTR\2019\34697 – disponível na base eletrônica da Revista dos Tribunais Online.
Além disso, caso tenha disponibilidade, para entender um pouco mais deste tema, indicamos o documentário “Cryptopia: Bitcoin, Blockchains and The Future of the Internet”.
Referências
CORREIA, F. M. A tecnologia descentralizada de registro de dados (Blockchain) no sector financeiro. In: MENEZES CORDEIRO, A.; OLIVEIRA, A. P. de; DUARTE, D. P. FinTech: desafios da tecnologia financeira. Coimbra: Almedina, 2017. p. 69-74.
INFOMONEY. O que é blockchain? Conheça a tecnologia que torna as transações com cripto possíveis. InfoMoney, 14 out. 2022. Disponível em: https://www.infomoney.com.br/guias/blockchain/. Acesso em: 18 nov. 2022.
INVESTNEWS. Tokens: o que são e qual a diferença para criptomoedas. InvestNews, 28 fev. 2022. Disponível em: https://investnews.com.br/guias/tokens-o-que-sao/?gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN32ZDnKOiKQKUop1GHixwJfOLI0JLVVTYDxnH-3JO2r7rIDgYfNkxwaAsGZEALw_wcB. Acesso em: 18 nov. 2022.
LAMOUNIER, L. O guia definitivo da tecnologia blockchain: uma revolução para mudar o mundo. 101 Blockchains, 12 set. 2018. Disponível em: https://101blockchains.com/pt/tecnologia-blockchain-guia/. Acesso em: 18 nov. 2022.
LAMOUNIER, Lucas. A História da Tecnologia Blockchain. Disponível em: https://101blockchains.com/pt/historia-da-tecnologia-blockchain/#:~:text=Como%20surgiu%20a%20blockchain%3F,data%20e%20hora%20dos%20documentos. Acesso em 18.nov.2022
MOIP SUPORTE. O que é Token de segurança e para que serve? Moip By PagSeguro, 27 out. 2021. Disponível em: https://suporte.moip.com.br/hc/pt-br/articles/360049653233-O-que-é-o-Token-de-segurança-e-para-que-serve-. Acesso em: 18 nov. 2022.
NAKAMOTO, Satochi. A Peer-to-Peer Cash System. Disponível em: https://bitcoin.org/bitcoin.pdf. Acesso em 30.nov.2022
PANORAMA CRYPTO. Tokens não fungíveis (NFTs) podem ser futuro das obras de arte. Panorama Crypto, 10 mar. 2021. Disponível em: https://panoramacrypto.com.br/o-que-sao-tokens-nao-fungiveis-e-como-eles-podem-pegar-carona-no-defi/?gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN3QwCn9ePB5m8qtGy600MfhIe01IrP-a7st-MVvzcaFoGYyB2qMES8aAkAPEALw_wcB. Acesso em: 18 nov. 2022.
REBOUÇAS, R. F. Contratos Eletrônicos: formação e validade. 2. ed. rev. e ampliada. São Paulo: Almedina, 2018.
REVOREDO, T. Blockchain: tudo o que você precisa saber. [S. l.]: The Global Strategy, 2019.
RICONNECT.Criptomoedas: o que são, como funcionam e como investir? XP Investimentos, 27 set. 2022. Disponível em: https://riconnect.rico.com.vc/blog/criptomoedas?campaignid=316171546&adgroupid=55392294370&feeditemid=&targetid=aud-437331571629:dsa-19959388920&loc_interest_ms=&loc_physical_ms=9100423&matchtype=&network=g&device=c&devicemodel=&ifmobile=&ifmobile=0&ifsearch=1&ifsearch=&ifcontent=0&ifcontent=&creative=340508776295&keyword=&placement=&target=&utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_term=&utm_campaign=GGLE_PESQ_DSA&hsa_tgt=aud-437331571629:dsa-19959388920&hsa_net=adwords&hsa_kw=&hsa_grp=55392294370&hsa_acc=7134496929&hsa_ver=3&hsa_ad=340508776295&hsa_cam=316171546&hsa_mt=&hsa_src=g&gclid=Cj0KCQjw852XBhC6ARIsAJsFPN3Ww6fQK4QabGK3PGxztGJQuyy6yLGZT-RlpIi1pQHzMEblbTntAYcaArnMEALw_wcB. Acesso em: 18 nov. 2022.
SEU DINHEIRO. O que é token: como funciona, vantagens e desvantagens. Seu Dinheiro, 13 abr. 2022. Disponível em: https://www.seudinheiro.com/conteudo-de-marca/o-que-e-token-como-funciona-vantagens-e-desvantagens/. Acesso em: 18 nov. 2022.
SERRANO, Rafael. Genesis Block: Chancellor on Brink of Second Bailout for Banks. Disponível em: https://monnos.com/en/blog/genesis-block-chancellor-on-brink-of-second-bailout-for-banks/. Acesso em 30.nov.2022.
Aula 3 Da Internet das Coisas (IoT) e Cidades Inteligentes
Introdução da aula
Olá, estudante! 
Ao longo desta aula vamos verificar conceitos, aplicações, potencialidades e reflexões a respeito de internet das coisas, cidades inteligentes e o olhar do capitalismo consciente. Também teremos a oportunidade de conhecer e debater a Rede Blockchain Brasil e os potenciais benefícios aos controles de contratos administrativos (contratos públicos).
A internet das coisas ganha um potencial sem precedentes na história com o avanço da tecnologia 5G e os avanços em hardwares, equipamentos conectados, sensores em roupas, veículos, câmeras e tudo o mais que podemos pensar em conectar. 
Intimamente vinculado ao avanço da internet das coisas temos o avanço das chamadas cidades inteligentes, as quais, muito além de tecnologia, dependem de um avanço de questões vinculadas à sustentabilidade, saúde pública, segurança e educação, além do cuidado com todo o ecossistema dos municípios e comunidades ao seu redor – a falta de atenção a esse tópico pode resultar em uma migração entre cidades e suas consequências. 
Conforme preceitos da teoria do capitalismo consciente, devemos cuidar de todos os pontos das relações (orientação para os stakeholders) por meio de uma liderança consciente, a qual será capaz de gerar uma cultura consciente em busca de um propósito maior.
Internet das Coisas e Cidades Inteligentes
O que é internet das coisas (loT)?
É uma rede de objetos físicos com sensores cujo objetivo é a conexão entre dispositivos para troca de dados. 
Algumas tecnologias que fazem parte desse sistema são:
· Sensores.
· Conectividade.
· Acesso à nuvem.
· Machine Learning.
· Inteligência artificial.
Um exemplo de algo criado com a loT é o drone que realiza voos de modo autônomo, que pode ser utilizado em áreas de construção civil, por exemplo. 
Cidades inteligentes (smart cities)
Smart city (cidade inteligente) é um conceito que se refere a lugares onde redes e serviços se tornam ainda mais eficientes com o uso de tecnologia, para benefício dos negócios e dos habitantes. A cidade inteligente não se relaciona com o uso de inteligência artificial.
O termo surgiu em 1997 para o Protocolo de Kyoto, quando foram discutidas algumas soluções para tornar as cidades mais sustentáveis, e uma das soluções foi tornar a cidade inteligente, com uso de softwares. Então, ao tratarmos de cidades inteligentes, não falamos apenas de tecnologia, mas também de qualidade de vida. 
Não podemos falar de cidades inteligentes sem mencionar o capitalismo consciente.
Propósito elevado representa a razão de ser de uma organização, considerando os seus objetivos organizacionais, a geração de valor compartilhado, o modelo de negócio focado no bem comum e a identificação de oportunidades de negócios focados no propósito elevado da organização. […] 
A liderança consciente deve ser capaz de influenciar o comportamento dos demais colaboradores para alcançar os objetivos da companhia com o propósito elevado e com a integridade, justiça e ética. […] 
A cultura consciente representa os valores essenciais da organização em coordenação com os propósitos elevados e os stakeholders. É a direção, ou o Norte, quanto à condução da organização, seus vínculos, seus negócios jurídicos e sociais alinhados a razão de ser da organização ao seu propósito elevado. […]
Já o último pilar do capitalismo consciente é a atuação orientada para os stakeholders (integração de stakeholders), de forma que a organização mantenha o seu foco em todos os interessados, positiva e negativamente, nos resultados organizacionais, tais como o governo, concorrentes, mídia, parceiros, colaboradores, consumidores etc. O respeito e a orientação para os stakeholders favorece a perenidade da organização. (REBOUÇAS, 2017, p. 134-139)
Para um município receber o título de cidade inteligente ele deve se apoiar em três pilares:
· Conectividade.
· Dados.
· Envolvimento governamental. 
A cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, pretende ser a primeira cidade histórica do Brasil a ser reconhecida como uma cidade inteligente. Uma cidade inteiramente tecnológica no Brasil, construída do zero, é a Smart City Laguna, em Croatá, distrito de São Gonçalo do Amarante, no Ceará.
Benefícios e riscos econômicos estatais, empresariais e civis sob a ótica do Capitalismo Consciente e Sustentabilidade
O desenvolvimento de tecnologias como a internet das coisas e das próprias cidades inteligentes acaba por gerar algumas ambiguidades. 
Naturalmente é mais comum identificarmos os benefícios que poderemos usufruir por meio da internet das coisas, como:
· A telemetria disponível em caminhões, automóveis e outros veículos, em busca de maior eficiência dos motores e da estrutura do veículo, durabilidade e economia de energia, consequentemente, redução de emissão de gases poluentes. 
· Roupas e acessórios conectados à internet, como relógios inteligentes capazes de emitir sinais de risco de morte do usuário, ou simplesmente de colaborar no processo de verificação da saúde de pessoas com doenças crônicas.
· Acompanhamento e monitoramento do transporte de cargas e valores.
· Melhoria no processo produtivo do agronegócio e conexão com equipamentos do tipo drone.
· Monitoramento e acompanhamento da atividade de segurança pública. 
Também podemos identificar benefícios ao Estado na prática de políticas públicas, como em educação, saúde, segurança, limpeza pública, saneamento e distribuição de energia e água a empresas e cidadãos. 
Com tais ferramentas tecnológicas, o Estado consegue, por exemplo, acompanhar em tempo real o desenvolvimento dos estudantes e professores de cada uma das escolas públicas, implementando correções, adequações e ajustes para o bem-estar social e desenvolvimento educacional de uma nação. 
No mesmo sentido segue o monitoramento e a implementação de melhorias em todas as demais áreas vinculadas à gestão pública, como o controle de medicamentos e atendimentos na rede pública de saúde, entre outras inúmeras possibilidades. 
E os riscos ao cidadão?
Como qualquer tecnologia disponível e/ou desenvolvida pelo ser humano, trata-se de um instrumento para ser utilizado, em tese, na melhoria da condição de vida das pessoas. 
No entanto, todo instrumento (no caso, tecnologia) pode ser utilizado para o bem, como os exemplos apresentados, como também com objetivos duvidosos e obscuros. 
O primeiro e mais imediato que podemos referenciar é o próprio monitoramento e manipulação das ações do cidadão e das empresas. A origem da chamada sociedade do consumo se dá justamente pela possibilidade de coleta de informações privadas e geração de demandas personalizadas conforme os interesses de cada pessoa. Quem nunca buscou um produto na internet e depois recebeu inúmeras mensagens de publicidadedo mesmo produto por diversas lojas e comerciantes que não conhece? 
Há, ainda, a possibilidade de pessoas, governos e empresas assumirem o controle dos poderes de gestão e de política sobre o cidadão. Situação semelhante é desenvolvida na série de ficção científica da Netflix “Onisciente”, em que o governo de determinada cidade, por meio de uma política pública-privada, realiza o constante e ininterrupto monitoramento de todas as pessoas e empresas ali estabelecidas. Nenhum movimento pode ser feito sem o conhecimento de um “Big Brother”, na expressão de George Orwell em sua clássica obra 1984. 
Figura 1 | Divulgação da série “Onisciente” - Fonte: Netflix Brasil (2020, [s. p.]). 
Aliás, a própria trama desenvolvida na série busca antever essa sociedade para a qual estamos caminhando a passos largos.
Devemos ficar atentos e em constante busca da manutenção da democracia, das liberdades civis e individuais, do respeito à privacidade e ao direito de personalidade, e não menos importante, atentos aos potenciais abusos e ações praticadas de forma antiética por meio de novas tecnologias.
Blockchain Brasil e os contratos com a administração pública e circulação de 
recursos públicos
Conforme vimos anteriormente, o blockchain é um conjunto de tecnologias que geram um bloco de informações inseridas em uma rede. Esse bloco é validado por mineradores que aprovam a transação, e o bloco torna-se o blockchain, não sendo mais possível sua edição ou exclusão. Ele fica visível para qualquer usuário, funcionando como uma linha do tempo que contém todo seu histórico, proporcionando ao sistema total transparência e segurança. 
A Rede Blockchain Brasil e benefícios aos contratos públicos
Lançada em 30 de maio de 2022, por uma iniciativa conjunta do Tribunal de Contas da União (TCU) com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Rede Blockchain Brasil funcionará como uma base de dados públicos sem fins lucrativos – atualmente opera apenas em caráter experimental. Para que um documento seja incluso na rede é necessário o consenso de ambas as partes e, uma vez publicado, não pode ser modificado ou excluído. O objetivo é trazer inovação, eficiência e transparência aos atos e contratos da administração pública.
Esse sistema contará com três tipos de participantes:
· Os patronos, com poder de voto e veto.
· Os participantes associados com voto, responsáveis pela validação dos dados.
· Os parceiros, que podem realizar transações, mas sem participar da validação. 
O blockchain tem a possibilidade de melhorar substancialmente o serviço não só para o nosso cliente final, que é o cidadão brasileiro, mas trazer mais segurança para todos os servidores públicos envolvidos em qualquer processo de contratação e registro de operações do estado brasileiro em todos os níveis. Falamos de inovação, eficiência, transparência e integridade. Fala do presidente do BNDES, Gustavo Montezano.
O combate à fraude, a hiperconexão do governo e a otimização dos serviços são apenas alguns exemplos de melhorias que a Rede Blockchain Brasil pode proporcionar. 
Como uma transformação digital, a utilização do blockchain faz parte da estratégia de transformação da Corte de Contas, conforme conta a titular da Secretaria de Soluções de Tecnologia da Informação (STI), Fabiana Ruas. O acordo deve estimular instituições públicas ou de interesse público: “Esse acordo de cooperação técnica casa perfeitamente com a missão do TCU de aprimorar a administração pública em benefício da sociedade, por meio do controle externo”, destacou a secretária.
Roberto Reis, presidente da Prodemge, empresa de tecnologia da informação do governo de Minas Gerais que auxiliou no desenvolvimento do projeto, afirmou o que segue:
Estamos analisando a expansão do uso da tecnologia em diversos serviços do estado. Vamos acompanhar exemplos de outros países que estão à frente no uso do blockchain e, junto com os outros parceiros da rede, avançar no desenvolvimento de soluções e na transformação digital em prol de melhores serviços ao cidadão.
Videoaula: Da Internet das Coisas (IoT) e Cidades Inteligentes
Caro estudante, nesta aula tratamos de conceitos, desenvolvimento e aplicações práticas de novas tecnologias como internet das coisas e a Rede Blockchain Brasil. Buscamos também desenvolver os conceitos e potenciais das chamadas cidades inteligentes, cujas características extrapolam a pura tecnologia para alcançar sustentabilidade, segurança e educação, entre outras necessidades. 
Também tratamos de alguns dos potenciais benefícios e riscos inerentes à implementação de tais tecnologias e respectivas ferramentas.
Saiba mais
Este é o momento de aprofundar seu aprendizado, e trazemos uma reflexão interessante apontada no artigo de Joseane Suzart Lopes da Silva: “Internet das coisas: os benefícios, os riscos e a (des)humanização das relações de consumo convergem para a necessária atualização da Lei 8.078/90 em prol da segurança, privacidade e qualidade”. Publicado na Revista de Direito do Consumidor – v. 143, p. 315-348, set.-out. 2022, DTR\2022\16289 –, está disponível na base eletrônica da Revista dos Tribunais Online. 
Neste artigo, a professora traz uma importante reflexão acerca da necessidade de atualização do Código de Defesa do Consumidor diante das relações negociais que são automatizadas, especialmente pelo implemento da internet das coisas (IoT).
Além disso, caso você tenha disponibilidade, recomendamos o filme Minority Report (2002). Trata-se de uma sociedade que vive em 2054 em uma cidade integralmente conectada, e todas as pessoas são rastreadas e identificadas em tempo real por meio do reconhecimento individual. Foi desenvolvido um sistema segurança pública por meio de uma tecnologia preditiva que é capaz de antever um crime e até mesmo prender pessoas e julgá-las antes da realização efetiva do crime. 
Esse filme traz uma importante reflexão a respeito dos riscos e potencialidades de uma cidade totalmente interconectada e a utilização de tecnologia para monitorar a vida privada das pessoas e mesmo de privar tais pessoas de seus direitos básicos. Recomendamos assistir ao filme com um olhar voltado a esta reflexão e preocupação jurídica.
Referências
Agência Minas. Disponível em: https://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/prodemge-participa-do-lancamento-da-rede-blockchain-brasil. Acesso em 30.nov.2022
BUSINESS 2 COMMUNITY. Rede Blockchain Brasil (RBB): o que é e como funciona? Business 2 Community, 17 jun. 2022. Disponível em: https://www.business2community.com/br/2022/06/17/rede-blockchain-brasil-rbb-o-que-e-e-como-funciona. Acesso em: 18 nov. 2022.
CONVERGÊNCIA DIGITAL. Rede Blockchain Brasil: primeira aplicação descentralizada em 2023. Convergência Digital, 3 jun. 2022. Disponível em: https://www.convergenciadigital.com.br/Inovacao/Rede-Blockchain-Brasil%3A-primeira-aplicacao-descentralizada-em-2023-60488.html. Acesso em: 18 nov. 2022.
NETFLIX BRASIL. Onisciente. Netflix Brasil, 2020. Disponível em: https://www.netflix.com/title/80220334. Acesso em: 18 nov. 2022.
Portal G1. https://gq.globo.com/Noticias/Tecnologia/noticia/2020/09/ouro-preto-deve-se-tornar-primeira-cidade-historica-inteligente-do-brasil.html. Acesso em 30.nov.2021
REBOUÇAS, R. F. Autonomia privada e a análise econômica do contrato. São Paulo: Almedina, 2017.
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Rede Blockchain Brasil vai garantir mais segurança a atos e contratos públicos. Secom TCU, 5 maio 2022. Disponível em: https://portal.tcu.gov.br/imprensa/noticias/rede-blockchain-brasil-vai-garantir-mais-seguranca-a-atos-e-contratos-publicos.htm. Acesso em: 18 nov. 2022.
TCU – Tribunal de Constas da União. Disponível em: https://portal.tcu.gov.br/imprensa/noticias/tcu-e-bndes-lancam-rede-blockchain-brasil-e-definem-proximos-passos.htm. Acesso em 30.nov.2022
XP EDUCAÇÃO. Internet das Coisas (IoT): entenda o conceito e suas aplicações. XP Educação, 2 maio 2022. Disponível em: https://blog.xpeducacao.com.br/internet-das-coisas/?gclid=CjwKCAjwlqOXBhBqEiwA-hhitHNKW4GI5HrSxMQpPxtzzxTLW4F9pxebVN6_XKJv5t4AAJRTXFLq0BoC2gAQAvD_BwE.Acesso em: 18 nov. 2022.
Aula 4 A Inteligência Artificial e Metaverso
Introdução da aula
Olá, estudante! 
Ao longo desta aula vamos verificar conceitos, aplicações, potencialidades e reflexões acerca dos avanços de pesquisas e aplicações da inteligência artificial, partindo de um conceito geral, e a reflexão a respeito das potenciais aplicações no direito, as quais são capazes de trazer relevantes facilidades e novas potencialidades ao profissional do da referida área.
Na sequência nos debruçaremos no metaverso, para demonstrar que não é algo tão novo assim, porém, diante dos atuais avanços tecnológicos, voltou a ter grande relevância, com potencial aplicação nos negócios e relações sociais em um futuro muito próximo.
Encerraremos a aula tratando da tendência de fusão entre os mundos digital e físico. Para determinadas atividades e negócios jurídicos, é possível afirmar que não teremos mais uma fronteira clara e/ou uma divisão entre os negócios jurídicos firmados no mundo digital e/ou no mundo físico, criando o conceito de um Universo “FiGital”, termo este originado da fusão das palavras “físico” e “digital”.
Introdução à Inteligência Artificial (AI) e suas aplicações
As ideias relacionadas ao conceito de inteligência artificial têm origem antes mesmo do surgimento da tecnologia para torná-la possível. Os estudos começaram depois da Segunda Guerra Mundial. 
O que é Inteligência artificial? 
É uma reprodução (ou simulação) de forma artificial da tomada de decisão com base na inteligência cerebral humana. Surgiu com o objetivo de ser possível realizar as tarefas sem a interferência humana. 
Por ser uma solução realizada de forma automatizada, tendencialmente haverá a probabilidade de redução de eventuais erros e desvio da solução por meio de viés humano. 
Tais soluções podem ser extremamente vantajosas para empresas, uma vez que sua utilização diminui o tempo gasto para realizar uma tarefa, ou mesmo possibilitando a automação de ações repetitivas que originalmente eram realizadas por humanos. 
Como forma de redução de eventuais riscos contra o ser humano por atos que venham a ser praticados por robôs pelo emprego da inteligência artificial, foram desenvolvidas as três Leis da Robótica de Isaac Asimov, as quais servem de base para as pesquisas da IA desde a década de 1950. São elas:
· Um robô não pode, intencionalmente ou por omissão, permitir ou ferir um ser humano.
· Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por humanos, desde que tais ordens não entrem em conflito com a Primeira Lei.
· Um robô deve zelar e proteger por sua própria existência, desde que não entre em conflito com a Primeira e/ou Segunda Leis.
“Cada aspecto de aprendizado ou outra forma de inteligência pode ser descrita de forma tão precisa que uma máquina pode ser criada para simular isso” é a máxima do setor, definida em 1956. 
São duas as grandes áreas pertencentes à IA:
· Inteligência artificial simbólica, ligada à forma como os seres humanos raciocinam.
· Inteligência artificial conexionista, ligada à simulação de componentes do cérebro – ou seja, redes neurais.
A inteligência artificial conta com três componentes principais:
· Machine Learning (aprendizado da máquina): por meio dela é que a máquina aprende com os dados anteriores e ações anteriores, procurando por padrões nos dados para tomar as decisões. 
· Deep Learning (aprendizado profundo): é a tecnologia usada nos carros sem motorista, por exemplo, e está ligada à função do cérebro com os nódulos de Ravier nos neurônios.
· Reinforcement Learning (aprendizado por reforço): mais utilizado para tarefas com objetivos, como carros autônomos ou robôs jogando futebol. 
Simplificando: um exemplo atual de IA é o corretor automático do celular. 
E como funciona a IA?
Podemos dividir em hardware, que é a parte física, e em software, que é a sua programação. A programação é a cabeça, é ela que comanda o hardware, então o segredo não está nas peças em si, mas na sua programação. 
Com a ajuda da IA podemos superar limitações de risco, como a exploração de partes mais profundas de um oceano, o desarme de uma bomba e a mineração, e em casos de desastres naturais. 
A aplicação da IA para o direito conta com inúmeras funcionalidades, as quais vão de um software mais simples que automatiza o procedimento de coleta de dados dos sites dos tribunais, até soluções mais complexas, como a leitura e classificação de demandas em um processo, com a respectiva sugestão de linhas de argumentação. 
Até onde tem-se conhecimento, no início do ano de 2022 mais de 40 tribunais pelo país, incluindo os tribunais superiores, já usam soluções de inteligência artificial que envolvem a categorização de demandas, sugestões de jurisprudência e potenciais linhas da futura decisão judicial.
Metaverso
O que é o metaverso?
O metaverso ainda é um conceito em desenvolvimento e com potencial de rápida evolução. É possível definirmos o metaverso como uma plataforma virtual que busca integrar o mundo real no mundo digital, por meio de tecnologias como a realidade virtual, tendo experiências mais reais. O objetivo é conectar várias plataformas em um espaço 3D que conecta os usuários e os aspectos da vida cotidiana. Cada pessoa será representada por um avatar, desenvolvido e criado pela própria pessoa “real”. O avatar é uma representação de uma pessoa para o mundo virtual. 
Entre as potenciais utilizações e aplicações do metaverso, podemos citar a própria educação no metaverso. A plataforma permite simulações de laboratórios, fazendo com que o aluno tenha uma experiência mais real e interativa. 
Para o comércio, o objetivo é que haja lojas com uma melhoria na experiência do cliente, que pode experimentar roupas ou acessórios de forma virtual. Então, o metaverso é um ambiente (ou plataforma) em que pessoas podem interagir virtualmente de qualquer lugar do mundo com outras pessoas. 
De acordo com Edward Castronova, existem três regras/características básicas indispensáveis no metaverso:
· Interatividade.
· Incorporeidade.
· Persistência.
Metaverso é um jogo virtual?
Não, é realmente uma forma de viver em duas realidades ao mesmo tempo, o mundo real e o mundo virtual. É possível que você faça as mesmas coisas que faz com um computador, como estudar, trabalhar, jogar; porém em um ambiente tridimensional. Seu conceito foi baseado na ficção científica Snow Crash, de Neal Stephenson, que apresenta ao personagem Hiro, um entregador de pizza que no mundo virtual é um guerreiro – trazendo também o conceito de avatar para a representação de uma pessoa. 
Veja, a seguir, algumas experiências que podem ser vividas no metaverso:
Figura 1 | Atividades do metaverso - Fonte: Iberdrola ([s. d.], [s. p.]). 
A ideia de metaverso aparece em outras obras como Neuromancer, Jogador nº 1 e Matrix. 
Uma aplicação criada em 2003 chamada “Second Life” é uma realização do metaverso, que contém lugares e experiências do mundo real e mesmo o primórdio das criptomoedas, com a existência de uma moeda própria, porém, sem a tecnologia blockchain. Entretanto, por causa da realidade da internet no início do século XXI e a própria tecnologia existente na época, a plataforma “Second Life” não foi perene. 
A maneira mais imersiva que conhecemos hoje para esse tipo de experiência são os óculos de realidade virtual, que estimulam os sentidos do mundo real com um mundo virtual. As empresas que mais investem nessa tecnologia são o Facebook (Meta) e a Microsoft. De acordo com Zuckerberg, o metaverso é a próxima fronteira da tecnologia, uma quebra de paradigma.
Algumas empresas que estão investindo fortemente no metaverso são:
· Epic Games, criadora do jogo Fortnite, anunciou em 13 de abril de 2021 um investimento de cerca de um bilhão de dólares para a construção de uma “visão a longo prazo do Metaverso”.
· A empresa Facebook, que recentemente mudou o nome para “Meta”, dirigida por Mark Zuckerberg, comprou a empresa Óculos, especialista em óculos de realidade virtual, a qual investiu 50 milhões de dólares para esse novo segmento, e que nos próximos doisanos deve testar e desenvolver aplicações de multiverso.
Como o setor de cripto se encaixaria no metaverso?
Se vamos trabalhar, socializar e comprar itens, também vamos precisar de uma maneira segura para comprovar a propriedade. E para isso, a tecnologia blockchain fornece uma maneira transparente e prática para lidar com essas transações.
Universo FiGital
Conforme vimos anteriormente, a inteligência artificial é uma reprodução (ou simulação) de forma artificial da tomada de decisão com base na inteligência cerebral humana. Surgiu com o objetivo de ser possível realizar as tarefas sem a interferência humana.
Embora o metaverso ainda é um conceito em desenvolvimento e com potencial de rápida evolução, é possível definirmos o metaverso como uma plataforma virtual que busca integrar o mundo real ao mundo digital, por meio de tecnologias como a realidade virtual, tendo experiências mais reais. O objetivo é conectar várias plataformas em um espaço 3D que conecta os usuários e os aspectos da vida cotidiana. Cada pessoa será representada por um avatar, desenvolvido e criado pela própria pessoa “real”. O avatar é uma representação de uma pessoa para o mundo virtual. 
E o conceito de Universo FiGital?
O conceito de um “Universo FiGital” deriva justamente da fusão das mais diversas tecnologias que tratamos até o momento, com especial ênfase à evolução da internet, das tecnologias da internet das coisas, das tecnologias descentralizadas como a blockchain, e mesmo da inteligência artificial e do metaverso. 
Ou seja, os avanços derivados da atual fase da Revolução Tecnológica, também designada como 4ª Revolução Industrial, busca a fusão de dois mundos que até então eram tratados de forma absolutamente separadas. É a fusão do mundo físico com o mundo digital (FiGital). 
Algumas previsões pela doutrina especializada esclarecem que a vida dos seres humanos seguirá cada vez mais interativa e conectada entre o mundo físico e digital. 
Se você tem um relógio inteligente ou um telefone celular inteligente (smartphone), pense o quanto sua vida virtual já é conectada com o mundo físico. O seu aparelho celular (ou o seu relógio) vai mostrar se você atingiu determinada meta de caminhada diária, informar as questões de saúde e até mesmo o controle de sua agenda, rotas, destinos etc. 
Muitas pessoas não ouvem mais o rádio, mas assistem ao rádio por meio dos mais diversos aplicativos e plataformas. Outras pessoas são dominadas pelas redes sociais como verdadeiro vício – para elas, o que vale é a impressão que transmite aos outros por meio de seus perfis. 
Com os avanços do metaverso, as pessoas realizariam reuniões, negociações de contratos etc. por meio da plataforma do metaverso, substituindo as atuais videoconferências por uma reunião em que cada pessoa está fisicamente em um lugar diferente do mundo, porém, todos reunidos pelos seus avatares em uma sala de reunião virtual, fechando negócios que serão executados e concretizados no mundo real e/ou no mundo virtual. 
Haverá um momento em que será difícil separar o que ocorre no mundo virtual do que ocorre no mundo físico. Tal como hoje. Não se pergunta mais se uma informação está na internet: as pessoas simplesmente buscam a informação (ou o conteúdo) na internet sem realizar a referência de que foi localizado na internet. Tal informação já é considerada óbvia. 
A grande questão que fica para os próximos anos que virão é o quanto as pessoas estão conscientes de tal realidade – o quanto estão conscientes deste Universo FiGital. 
A consciência, o estar presente e não representado, é fundamental para que se mantenha o controle de nossas ações. É a distinção de usar a tecnologia como uma ferramenta em benefício do ser humano e não o contrário; ou seja, o avanço da tecnologia apesar do ser humano. 
Nesse sentido e para concluir a presente aula, trazemos o pensamento interessante do historiador e escritor de best-sellers Yuval Harari (2018) em sua obra 21 Lições para o Século 21: 
A tecnologia não é uma coisa ruim. Se você souber o que deseja na vida, ela pode ajudá-lo a conseguir. Mas se você não sabe, será muito fácil para a tecnologia moldar por você seus objetivos e assumir o controle da sua vida. 
Tal pensamento e lição de vida já era apresentado na clássica obra de Lewis Caroll, Alice no País das Maravilhas. Entre as inúmeras lições de vida e da razão de viver que podemos extrair da obra, uma delas tem total referência com o que estamos tratando. É a passagem em que Alice está perdida no País das Maravilhas e para em uma bifurcação da estrada. Em reprodução livre, Alice, perdida e sem rumo, pergunta-se em voz alta sobre qual caminho deveria tomar. Neste momento aparece o Sr. Gato, que de forma enigmática responde à pergunta da Alice com uma nova pergunta: “Minha querida Alice, para onde você está indo? ”. Alice responde: “Eu não sei para onde estou indo, estou apenas indo e quero sair daqui.”. O Sr. Gato responde dizendo: “Se você não sabe para onde vai, qualquer caminho serve, pois você está perdida e sem destino, sem um objetivo. Você não está consciente de suas escolhas. ” 
É justamente isso que Harari busca nos mostrar. Temos que ter consciência do uso da tecnologia como ferramenta. Temos que saber nossos objetivos e a razão de ser. Temos que ter consciência do mundo físico e do mundo digital. Principalmente, temos que ter consciência de um Universo FiGital, sem nos alienarmos. Do contrário, seremos dominados pela tecnologia.
Videoaula: A Inteligência Artificial e Metaverso
Caro estudante, ao longo desta aula tratamos dos conceitos de desenvolvimento e aplicações práticas de tecnologias como inteligência artificial e metaverso, e a fusão dos mundos físico e digital por meio do chamado Universo FiGital. Nesta videoaula, você verá os conceitos e aplicações da inteligência artificial e a sua potencialidade de aplicação no direito, além das situações já praticadas em diversos tribunais pelo país. 
Quanto ao metaverso, buscaremos trazer um conceito mais próximo do estágio atual de desenvolvimento, bem como o impacto às relações jurídicas que já estão sendo praticadas no citado ambiente. Finalmente, traremos uma série de reflexões e uma conscientização acerca da fusão dos mundos físico e digital, para a criação do conceito de Universo FiGital. 
Esperamos que essa jornada seja de muito aprendizado!
Saiba mais
Para aprofundar o seu conhecimento a respeito dos impactos da aplicação de inteligência artificial e da convivência por plataformas como o metaverso, recomendamos o importante texto das professoras Débora Gozzo e Elizabeth Nantes Cavalcante sob o título “Vida artificial”: novo paradigma e limites tecnológicos”, publicado na Revista dos Tribunais – v. 1003, p. 263-274, maio 2019, DTR\2019\26161 – e disponível na base eletrônica da Revista dos Tribunais Online. 
Além disso, caso você tenha disponibilidade, confira o filme “Eu Robô” (2004). Segue a sinopse: 
Em 2035, é comum robôs serem usados como empregados e assistentes dos humanos. Para manter a ordem, esses robôs possuem um código de programação que impede a violência contra humanos, a Lei dos Robóticos. Quando Dr. Miles aparece morto e o principal suspeito é justamente um robô, acredita-se na possibilidade de que os robôs tenham encontrado um meio de desativar a Lei dos Robóticos.
A “Lei dos Robóticos” é baseada nas três Leis da Robóticas de Isaac Asimov, que vimos ao longo da aula. Relembrando, tais leis servem de base para as pesquisas da IA (Inteligência Artificial) desde a década de 1950. São elas:
· Um robô não pode, intencionalmente ou por omissão, permitir ou ferir um ser humano.
· Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por humanos, desde que tais ordens não entrem em conflito com a Primeira Lei.
· Um robô deve zelar e proteger por sua própria existência, desde que não entre em conflito com a Primeira e/ou Segunda Leis.
Se aplicarmos essa lógica ao uso de inteligência artificial no direito e pelo Poder Judiciário, será que os robôs, munidos de inteligência artificial, terão capacidade de violara própria Lei de Isaac Asimov? Até que ponto o uso de inteligência artificial no direito pode expor o ser humano a riscos? Até que ponto pode expor o ser humano a novas barbáries, como aquelas vivenciadas ao longo da Segunda Guerra Mundial? Poderemos deixar a tomada de decisão ser realizada por uma máquina? Esses são alguns dos potenciais pontos de reflexão para você. 
Bons estudos!
Referências
BINANCE ACADEMY. O que é Metaverso? Binance Academy, 21 set. 2021. Disponível em: https://academy.binance.com/pt/articles/what-is-the-metaverse?utm_campaign=googleadsxacademy&utm_source=googleadwords_int&utm_medium=cpc&ref=HDYAHEES&gclid=CjwKCAjwi8iXBhBeEiwAKbUofcA5y64uFMH-c3XTVXqosrVdoit-DkuxXQP5Fnu6dSB3mH8RBRo34BoCwegQAvD_BwE. Acesso em: 18 nov. 2022.
Blog 10/30. Disponível em: https://www.onzetrinta.com/single-post/metaverso-e-o-futuro-da-comunica%C3%A7%C3%A3o. Acesso em 30.nov.2022
FISCAL. O que realmente é Inteligência Artificial? Dr. Fiscal, 8 jul. 2020. Disponível em: https://drfiscal.com.br/empreendedorismo-e-inovacao/o-que-realmente-e-inteligencia-artificial/. Acesso em: 18 nov. 2022.
GAUCHAZH. https://gauchazh.clicrbs.com.br/mundo/noticia/2021/04/criadora-do-fortnite-epic-games-e-avaliada-em-us-287-bilhoes-ckngdol0i009s01j0mgcmz7ht.html. Acesso em 30.nov.2022
Google. Disponível em: https://www.google.com/search?q=filme+eu+rob%C3%B4&rlz=1C1EXJR_enBR860BR860&oq=filme+eu+rob%C3%B4&aqs=chrome.0.35i39j46i512j0i512l4j69i60l2.5301j1j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8.  Acesso em 30.nov.2022
HARARI, Y. N. 21 lições para o século 21. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2018.
IBERDROLA. Metaverso: o lugar onde a realidade física e a virtual se associam. Iberdrola S.A., [s. d.]. Disponível em: https://www.iberdrola.com/inovacao/metaverso. Acesso em: 18 nov. 2022.
MODI, A. Uma rápida introdução à Inteligência Artificial (IS) e seus componentes. Cynoteck, 17 fev. 2021. Disponível em:  https://cynoteck.com/pt/blog-post/what-is-artificial-intelligence/. Acesso em: 18 nov. 2022.
PANORAMA CRYPTO. O que é metaverso? Saiba tudo sobre um dos temas de maior destaque no mundo cripto. Panorama Crypto, 12 jan. 2022. Disponível em: https://panoramacrypto.com.br/o-que-e-metaverso/?gclid=CjwKCAjwi8iXBhBeEiwAKbUofVAWKutw3EtjZnJK8ZPqk6Fu7blF1ROP7ntXk1lTg-KrCaozVttcyRoC8R0QAvD_BwE. Acesso em: 18 nov. 2022.
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL (PUCRS). Inteligência Artificial: conceito e como dominá-la. PUCRS, 6 out. 2020. Disponível em: https://blog-online.pucrs.br/public/inteligencia-artificial-conceito/. Acesso em: 18 nov. 2022.
QMAIS DIGITAL. Disponível em: https://www.qmaisdigital.com.br/o-que-e-metaverso/. Acesso em 30.nov.2022
Revista Superinteressante. As três leis da Robótica. Disponível em: https://super.abril.com.br/cultura/as-tres-leis-da-robotica/#:~:text=O%20livro%20tamb%C3%A9m%20virou%20um,rob%C3%B4%20deve%20proteger%20sua%20pr%C3%B3pria. Acesso em 30.11.2022
Portal Tecnoblog. Disponivel em: https://tecnoblog.net/noticias/2021/09/28/facebook-investe-us-50-milhoes-em-metaverso-e-detalha-proximos-esforcos/. Acesso em 30.nov.2022.
Aula 5 Resumo da unidade
Direito, tecnologia e inovação
Caro estudante, seja bem-vindo à disciplina Direito Cibernético.
É uma alegria ter a oportunidade de introduzir tão importante temática para você.
Ao longo desta disciplina, você verá a importância do direito cibernético na realidade da sociedade da 4ª Revolução Industrial que estamos vivenciando neste primeiro quarto do século XXI.
Um dos desafios de estudo do direito cibernético é justamente seu olhar de forma transversal a todas as demais disciplinas do curso de direito. Trata-se de uma disciplina interdisciplinar e transdisciplinar. Interdisciplinar por conversar com todas as demais disciplinas jurídicas, e transdisciplinar por causa de sua intersecção com outras áreas tecnológicas, gestão de risco, governança e compliance, que não necessariamente são áreas do direito.
Na Unidade 1 você viu temas inovadores e que demonstram a importância do constante estudo e análise de outras áreas além do direito. Tratamos de temas correlatos à compliance e governança corporativa, blockchain, criptomoedas e NFT, internet das coisas e cidades inteligentes, além da inteligência artificial e metaverso, tudo com o olhar do direito cibernético, também conhecido como direito digital.
Segundo o Relatório de Cibersegurança (2020), os riscos cibernéticos estão situados entre os 10 riscos empresariais mais relevantes no século XXI. Muitas empresas, escritórios de advocacia e todas as esferas do Poder Judiciário já sofreram algum tipo de ataque cibernético, em alguns casos, com o sequestro total de dados e informações. Pense nos riscos que corre um escritório de advocacia que não cuida das regras de governança corporativa e compliance digital, e sua relação com clientes, sua reputação e um potencial processo judicial e no Tribunal de Ética e Disciplina da OAB. Temática fundamental e que raramente ocupa qualquer nível de preocupação dos escritórios de pequeno porte e advogados individuais. 
Na sequência você teve a oportunidade de compreender o conceito de web 3.0 por meio do estudo das redes distribuídas e demais avanços tecnológicos, como blockchain, criptomoedas e NFT, e o seu impacto para o profissional do direito. 
Também vimos o impacto da internet das coisas (IoT) e das cidades inteligentes, sob o olhar atento do direito cibernético. A internet das coisas já está em praticamente tudo que nos cerca no dia a dia. Com maior ou menor intensidade, mas já está entre nós. Produtos, vestuário, serviços e agronegócio, tudo tem potencialidade para ser uma constante fonte de geração de dados e informações por meio da Internet. Com o avanço da conexão 5G, as oportunidades de conexão com internet das coisas é potencializada e automaticamente acaba por acelerar exponencialmente o conceito de cidades inteligentes e as respectivas consequências para o direito. 
Finalmente, na Aula 4 você pôde compreender o conceito e potencialidade da inteligência artificial e do metaverso. Este último, ainda em fase de implementação e evolução, potencialmente será uma das principais ferramentas de conexão entre os universos físico e digital, criando o conceito de FiGital.
Videoaula: Resumo da unidade
Nesta unidade você estudou temas inovadores e que demonstram a importância do constante estudo e análise de outras áreas além do direito. Tratamos de temas correlatos à compliance e governança corporativa, blockchain, criptomoedas e NFT, internet das coisas e cidades inteligentes, além da inteligência artificial e metaverso, tudo isso com o olhar do direito cibernético, também conhecido como direito digital.
Estudo de caso
Caro estudante, tendo estudado o conteúdo da Unidade 1, convidamos você a analisar a seguinte situação-problema que já vem sendo concretizada na atualidade. 
Uma pessoa contrata você para avaliar a possibilidade e validade de um novo empreendimento que ele está estudando. Trata-se do desenvolvimento de uma empresa em uma cidade inteligente no metaverso.
A empresa do seu cliente terá por objetivo vender roupas e novos estilos gráficos e visuais para os avatares dos respectivos clientes. Cada avatar é representado no metaverso como seu responsável, um cliente existe no mundo real, mas não se sabe onde ele está localizado. Ou seja, é possível que haja clientes situados no Brasil e no exterior. 
Considerando a realidade do metaverso, o seu cliente pretende aceitar moedas eletrônicas e também a representação monetária por meio de NFTs.
O seu cliente nunca realizou negócios no metaverso, tampouco com moedas eletrônicas. Ele também não sabe direito o que é uma tecnologia blockchain ou um NFT. 
Verificando que não conhece direito o negócio que pretende empreender, apenas sabendo que pode ser muito lucrativo, seu cliente consulta você acerca da validade e segurança do empreendimento que busca desenvolver, solicitando que você diga se o negócio é válido, bem como quais as condições que ele deve observar para maior segurança jurídica. 
Você deve considerar

Continue navegando