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Índice ESA E ESPCEX 1. História 2. Geografia 3. Inglês 4. Português 5. Matemática 6. Literatura ESPCEX 7. Química 8. Física NÚCLEO DAS FORÇAS ARMADAS HISTÓRIA NÚCLEO DAS FORÇAS ARMADAS - DISCIPLINAS COMUNS nuceconcursos.com.br 1 HHIISSTTÓÓRRIIAA 1. A EXPANSÃO ULTRAMARINA EUROPEIA DOS SÉCULOS XV E XVI A Segunda metade do século XV, o mundo europeu sofreu grandes transformações políticas, econômicas, sociais e culturais. Estas transformações marcaram o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna, trouxeram como consequência a expansão comercial europeia e levaram aos Descobrimentos Marítimos. Houve o fortalecimento e centralização do poder real, surgindo as monarquias nacionais e no campo econômico comércio tornou-se mais importante. Na sociedade, surgiu e se fortaleceu uma nova classe social: a burguesia mercantil. No campo cultural, houve o Renascimento artístico cujo berço de nascimento foi a Itália, nesse houve a valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais; - As qualidades mais valorizadas no ser humano passaram a ser a inteligência, o conhecimento e o dom artístico; - Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em Deus (teocentrismo), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo); - A razão e a natureza passam a ser valorizadas com grande intensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passa a utilizar métodos experimentais e de observação da natureza e universo. Nas ciências, houve o progresso técnico e científico e no campo religioso, o Cristianismo foi divulgado em outros continentes, além da reforma protestante de Lutero e as chamadas contrarreformas. As rotas comerciais que ligavam Europa, Ásia e África tinham como centro de convergência o Mar Mediterrâneo. O Mercantilismo era a prática econômica típica da Idade Moderna e era marcado, sobretudo, pela intervenção do Estado na economia. Durante aproximadamente três séculos foi a prática econômica principal adotada pelos países europeus, o que só seria quebrado com o questionamento sobre a interferência do Estado na economia e o consequente advento das ideias liberais. As importantes rotas comerciais da seda e das especiarias (pimenta, gengibre, cravo, canela, noz- moscada, açafrão, cardamomo e ervas aromáticas), bloqueadas pelo Império Turco Otomano, árabes muçulmanos, em 1453, com a queda de Constantinopla, cidade pela qual as especiarias orientais chegavam à Europa, onde eram distribuídas com grandes lucros, pelos navios das repúblicas de Gênova e Veneza. Tal fato encareceu o comércio dos produtos do oriente para Europa, motivando a procura de um caminho marítimo pelo Atlântico, contornando a África. Para vendê-las mais barato era necessário um meio de transportá-las em grande quantidade e a baixo custo, evitando os intermediários. No Oceano Atlântico, porém, não havia rotas marítimas conhecidas que ligassem Europa e Oriente. Era preciso descobri-las. Para tal empreendimento era necessário à mobilização em escala nacional, fazendo com que a centralização monárquica fosse um verdadeiro pré- requisito para a expansão marítima. A sólida Monarquia Portuguesa caracterizada pela centralização administrativa, a posição geográfica, a ausência de guerras, a base econômica mercantil e a Escola de Sagres, fundada pelo Infante Dom Henrique, cujo objetivo seria o preparo e ensino de técnica aos navegadores que prestavam serviço para o infante, entretanto, não há garantias históricas de sua existência, foram os fatores que deram a Portugal hegemonia da navegação no século XV. O Estado Moderno, através das práticas mercantilistas, buscava o acúmulo de capitais e as colônias irão contribuir de forma decisiva para este processo. Assim, através da exploração colonial os Estados Metropolitanos se enriquecem, como também sua burguesia. O Sistema Colonial Tradicional conheceu dois tipos de colônias: a Colônia de Povoamento e a Colônia de Exploração. Colônia de Povoamento: característica das zonas temperadas da América do Norte e marcada por uma organização econômico- social que buscava manter semelhanças com suas origens euro- peias: predomínio da pequena propriedade, desenvolvimento do mercado interno, certo desenvolvimento urbano, valorização dos princípios de liberdade (religiosa, econômica, de imprensa), utilização do trabalho livre, desenvolvimento industrial e desenvolvimento do comércio externo. Colônia de Exploração: típica das zonas tropicais da América, onde predomina a agricultura tropical escravista e monocultora. Não houve desenvolvimento de núcleos urbanos nem do mercado interno, ficando esta área dependente da Metrópole. A principal característica desta área foi a Plantation- latifúndio, monocultor escravocrata. A colonização inglesa na América do Norte apresentou as duas formas colônias. As treze colônias inglesas podem assim ser divididas: as colônias do norte e do centro serão colônias de povoamento; as colônias do sul serão colônias de exploração. As colônias do norte tiveram suas origens nas lutas sociais que ocorreram na Inglaterra, quais sejam, as perseguições aos puritanos pela Dinastia Stuart ( 1603/1642 ). Com a Revolução Puritana (1640/1660) o 2 nuceconcursos.com.br HHIISSTTÓÓRRIIAA contingente que chega à colônia é basicamente formado por nobres aristocráticos. Desde cedo, os colonos do norte demonstram sua vocação comercial, dinamizando o mercado externo através do chamado “comércio triangular”. Exemplificando, segue uma forma do comércio triangular: Da Nova Inglaterra com a África - comércio do rum, que seria trocado por escravos; Da África para as Antilhas - comércio de escravos, que seriam vendidos para o trabalho nas fazendas de açúcar; Das Antilhas para a Nova Inglaterra - melaço - subproduto da cana para a fabricação do rum. Já as colônias do sul desenvolveram-se obedecendo os critérios do mercantilismo (monopólio). Houve predomínio do latifúndio monocultor (algodão) e utilização da mão-de-obra escrava. As colônias de exploração irão apresentar aspectos comuns, quanto a sua organização econômica. Ciclo Português O ciclo oriental ou português visava a contornar o litoral da África para chegar às Índias (oriente). O grande impulso para os descobrimentos portugueses foi a criação do Centro de Geografia e Náutica, localizado em Sagres (sul de Portugal), pelo Infante Dom Henrique ("O Navegador"). O Estado financiava as pesquisas e reservava para si a exclusividade das viagens. A tomada de Celta, em 1415, no norte da África, marcou o início das conquistas de além-mar. Ciclo Espanhol O ciclo ocidental ou espanhol objetivava chegar ao Oriente (Índias) viajando pelo ocidente ("El Ocidente por el poniente"), segundo os planos do navegador Cristóvão Colombo, natural de Gênova (Itália), que acreditava na esfericidade ou redondeza da terra. Recebeu apoio dos "Reis Católicos" que governavam a Espanha: Fernão (rei de Aragão) e Isabel (rainha de Castela). Suas caravelas eram: Santa Maria (nau capitânia), Pinta e Nina. O Tratado de Tordesilhas O descobrimento da América quase levou Portugal a declarar guerra a Espanha, pois o rei daquele país julgava- se lesado em seus direitos. Para solucionar o problema da partilha (divisão) das terras descobertas, o Papa Alexandre VI, a pedido dos "Reis Católicos", por intermédio da Bula Intercoetera (1493) estabeleceu os limites das terras entre Portugal e Espanha, através de um meridiano imaginário que seria contado a partir de 100 léguas a oeste das Ilhas de Cabo Verde e Açores, o que não foi aceito por Portugal. Os países ibéricos chegaram a um acordo através do Tratadode Tordesilhas ou de participação do Mar Oceano, assinado em 1494. Ficou estabelecido que as terras e Ilhas a leste do meridiano, a contar de 370 léguas das Ilhas de Cabo Verde, pertenceriam a Portugal e, as que ficassem a oeste da mesma linha, pertenceriam à Espanha. Consequências da expansão marítima e comercial europeia: a) O surgimento de Impérios Coloniais regidos pela política mercantilista; b) Oceano Atlântico passou a ser o principal centro comercial; c) Propagaram-se os conhecimentos geográficos e astronômicos e os das ciências naturais; d) Baixou o preço de custo das especiarias; e) Surgiram as companhias de comércio como a Companhia das Índias Orientais e Ocidentais; f) A burguesia passou a ter maior importância social e influência política. 2. O SISTEMA COLONIAL PORTUGUÊS NA AMÉRICA Com o descobrimento do Brasil em 22 de abril de 1500 pela expedição liderada por Pedro Alvares Cabral, as expedições que se sucederam foram exploratórias, na intenção de defender a América e procurar riquezas no “Novo Mundo”. As principais expedições foram: 1ª expedição: Gaspar de Lemos (1501): Acompanhado de oficiais e mercadores, ele circulou pelo litoral, reconhecendo a abundância de Pau Brasil e nomeando vários lugares, de acordo com os dias Santos: Rio São Francisco, Baía de Todos os Santos, entre outros. 2ª Gonçalo Coelho (1503): Buscou riquezas e continuou o reconhecimento territorial. Entre o Rio de Janeiro e Cabo Frio, implantou o sistema de feitorias, locais de armazenamento das madeiras e preparo para seu transporte. Foi instituído pela Coroa Portuguesa o estanco do Pau Brasil e os primeiros colonizadores portugueses a prática de escambo com os índios. Os primeiros trinta anos de presença portuguesa na América é chamado de período pré-colonial, pois embora o entusiasmo e necessidade de defesa pela descoberta de um novo território, as viagens ao oriente, em especial à Goa na Índia, estavam auferindo enorme lucratividade aos portugueses. A definição da rota marítima com o oceano Índico a partir de 1498 gerou enorme prosperidade aos lusos, visto que as desejadas e valiosas “especiarias” (cravo, canela, pimenta: produtos utilizados na conservação e tempero de alimentos) estiveram sob o controle dos mercadores portugueses. O Brasil, neste contexto, não apresentou produtos que desbancassem o recente comércio marítimo das especiarias, ficando em segundo plano na política econômica de Portugal. nuceconcursos.com.br 3 HHIISSTTÓÓRRIIAA Situação que sofreu modificação quando a rota começou a ser rivalizada por outras regiões, como a Inglaterra e Holanda, deteriorando o monopólio português, forçando- o a buscar novas formas de aquisição de riqueza. O Brasil, a partir de 1530, emerge como a região a ser devastada. Antes disso, organizaram-se expedições predatórias a fim de defender militarmente a região descoberta, que estava constantemente sendo atacada pelos corsários franceses, ingleses e holandeses. Ao mesmo tempo, buscava-se circular pelas regiões litorâneas com a intenção de reconhecer o território que estava sob administração portuguesa, de acordo com o Tratado de Tordesilhas (1494) e saber a disponibilidade de produtos a serem explorados. Esses objetivos se agregavam para assegurar a posse, embora a colonização propriamente dita não fora efetivamente realizada, uma vez que as expedições enviadas não continham planejamentos fixos de formação de vilas e cidades, acompanhadas de suas instituições fiscais, administrativas e militares. A primeira forma de administração realizada por Portugal na colônia portuguesa da América (atual Brasil) foi implementada por Dom João III em 1534, o que denominamos de Sistema de Capitanias Hereditárias. Foi assim que teve início a colonização regular da colônia. Esse sistema não havia sido algo novo, ela já tinha sido testada em outras colônias portuguesas, como em algumas ilhas no atlântico, as Ilhas da Madeira e de Cabo Verde na África. Para tanto, seria preciso investimento alto a fim de construir cidades, fortalezas, instituições, portos, além de um exército humano que se deslocasse para o “além-mar” a fim de iniciar a exploração territorial. Contudo, o vasto projeto de colonização exigiria recursos exorbitantes. Na tentativa de minimizar os custos, instalou-se em 1534 as capitanias hereditárias, projeto já desenvolvido nas possessões portuguesas insulares da África ocidental, cuja função era repassar aos privados o custeio com a colonização, já que Portugal não tinha condições de arcar sozinho com essa despesa. Por motivos de melhor aproveitamento para a administração da colônia, a Coroa Portuguesa delega a exploração e a colonização aos interesses privados, principalmente por falta de recursos de Portugal em manter a sua colônia de além mar. O território foi dividido em 15 capitanias, administradas por capitães donatários oriundos da pequena nobreza reinol. Seus afazeres e obrigações, bem como suas regalias, estavam descritas na Carta de Foral, onde constavam os direitos e deveres dos donatários: fundar vilas ou núcleos de povoação; distribuir lotes de terras ou sesmarias; exercer a justiça civil e criminal; colonizar, defender e fazer progredir a Capitania com seus próprios recursos. Outro importante documento foi a Carta de Doação, que oficialmente repassava, por mando do Rei, a posse da região ao donatário com seus respectivos limites geográficos, não permitindo a venda e nem sua repartição. Entretanto, assegurava o direito de repassá-la hereditariamente. https://historiaprimeiroanoblasallesp.wordpress.com/2015/11/27/capit anias-hereditarias-alessandro-marega/ Entre os direitos da Coroa Portuguesa (Metrópole) podemos citar: monopólio da exploração do pau-brasil; fabricação de moedas; o quinto de ouro e das pedras preciosas. São Vicente e Pernambuco foram as Capitanias que mais prosperaram. Na Capitania de São Vicente foram fundadas as povoações (vilas) de santos (por Brás Cubas), Santo André da Borda do campo, São Paulo de Piratininga e Itanhaém. Diversos fatores do relativo insucesso das Capitanias: a indisciplina dos colonos, os ataques dos indígenas, a grande extensão dos lotes com terras inférteis, as incursões de invasores estrangeiros, a falta de recursos dos donatários, a inexistência de um governo central para ajudar os donatários. São Vicente, doada a Martim Afonso de Sousa, foi administrada pelo Padre Gonçalo Monteiro. São Vicente incluía dois lotes. Principal riqueza: cana-de-açúcar. A extinção das Capitanias Hereditárias ocorreu na administração do Marquês de Pombal (1759). A instituição das Capitanias resultou numa grande descentralização: o rei dava aos donatários amplos poderes. As Capitanias são em número de quinze e os donatários, doze. Entretanto o regime das Capitanias hereditárias não apresentou o resultado esperado, comprometendo essa primeira iniciativa de Colonização. Capitania de PERNAMBUCANO Em Pernambuco, a administração da capitania ficou sob responsabilidade de Duarte Coelho Pereira, que logo tratou de fundar vilas e efetivar as primeiras instalações de povoamento europeu. Duarte Coelho pertencia a uma família de nobres portugueses. Filho de Gonçalo Coelho, comandante da primeira expedição exploratória no Brasil, ele havia recebido o direito pela posse da Capitania de Pernambuco em razão de sua extensa carreira militar no Império português, cuja recompensa foi cedida no ano de 10 de março de 1534 pelo rei D. João III. https://historiaprimeiroanoblasallesp.wordpress.com/2015/11/27/capitanias-hereditarias-alessandro-marega/ https://historiaprimeiroanoblasallesp.wordpress.com/2015/11/27/capitanias-hereditarias-alessandro-marega/ 4 nuceconcursos.com.br HHIISSTTÓÓRRIIAA O capitão donatário se transferiu definitivamente para a América levando sua esposa, D. Brites de Albuquerque, seus filhos,parentes e colonos dispostos a explorar o território. Muitos deles, receberam lotes de sesmarias que estimularam o povoamento e dispersão de colonizadores pela extensa capitania. A instalação de feitorias e a existência de povoações de europeus no entorno de Itamaracá levou Duarte Coelho e sua comitiva a descer por aquela região. Em seguida, atravessou o rio Igarassu e fundou, nessa região, o primeiro povoado da Capitania, no ano de 1535. Construiu fortes, moradias e a considerada igreja mais antiga do Brasil, chamada dos Santos Cosme e Damião, até hoje existente no atual município. Em seguida, deslocou-se para a região mais ao sul, fundando o Colégio Jesuíta, Igrejas, Câmara, Cadeia, e dando o nome de Olinda. Esta se tornou a sede da capitania, onde se instalaram as autoridades civis e eclesiásticas, bem como foi a moradia dos senhores de engenho. Inserido no planejamento arquitetônico de construção das cidades portuguesas, Olinda tinha o perfil ideal, pois se localizava em um ponto alto do relevo litorâneo, estratégico para a construção dos fortes defensivos, além da visão privilegiada que permitia monitorar os navios que entravam e saiam, além da movimentação de pessoas na parte baixa da vila. Representativo é o valor das igrejas que até hoje existem, embora a grande maioria das construções preservadas não sejam anteriores ao século XVII, em função da invasão dos holandeses e da quase completa destruição ocorrida em meio à guerra (1630-54). Olinda conheceu seu esplendor entre o século XVI e início do XVII, local de residência dos principais, sendo hegemonicamente reconhecida a principal região da capitania e uma das principais vilas da América portuguesa, que fora elevada à categoria de cidade e sede do bispado em 1676. Seu declínio iniciara por causa dos mesmos holandeses, cujos projetos de construção de uma nova cidade no porto fez com que proliferassem moradias, ruas, saneamentos, pontes e várias construções no que hoje é o Recife. Vista de Olinda (cidade alta) e Recife (cidade baixa) no século XVIII. Fonte: http://www.bahia.ws/recife-dos-holandeses/ Sem dúvida, a desvalorização do açúcar no mercado internacional contribuiu significativamente para a perca de prestígio da “nobreza da terra”, sobretudo quando os comerciantes portugueses instalados no Recife conseguiram formar sua própria câmara, desvinculando-se da jurisdição de Olinda, no episódio que ficou conhecido como Guerra dos Mascates. Entretanto, sua posição de capital continuou nos séculos posteriores, perdendo tal posto apenas em 1827. Capitania de SÃO VICENTE Martim Affonso de Sousa fundou em janeiro 1532 a primeira vila brasileira, São Vicente, que em setembro do mesmo ano se tornaria a Capitania Hereditária de São Vicente, sendo ele o capitão donatário. A chegada de Martim Affonso foi fácil devido à presença de portugueses na região, que já estavam instalados lá havia anos e já tinham estabelecido um bom contato com os índios locais. A Capitania de São Vicente, apesar de ter sido a primeira vila brasileira, porém, não prosperou na produção de açúcar, por ser uma Capitania litorânea, e ser barrada na Serra do Mar. Além da geografia não favorecer a região, São Vicente sofria vários ataques de contrabandistas e corsários o que o tornava uma Capitania sem segurança. Martim Affonso de Sousa não permaneceu muito tempo no Brasil, deixando sua Capitania nas mãos dos muitos portugueses que permaneceram aqui, como Braz Cubas, que depois se tornou capitão-mor da capitania. Esses portugueses é que realmente colonizaram a região. Com destaque para os jesuítas, que serviam como mediadores entre os nativos locais e os colonizadores portugueses, e fundaram muitas outras vilas, sendo a mais famosa de todas a vila de São Paulo. A colonização da Capitania de São Vicente aconteceu, por dois importantes motivos, o primeiro por defesa, pois essa capitania se encontrava muito próxima dos domínios espanhóis, e o segundo e mais importante, foi por conter nela ouro e prata, o que desencadeou a busca pelo “el dorado”, trazendo muitos aventureiros portugueses que buscavam riquezas. De todas as capitanias hereditárias, apenas estas duas prosperaram: Pernambuco e São Vicente (atual litoral de São Paulo). Elas fundaram os primeiros povoados, rapidamente transformados em vilas, cujos centros econômicos e políticos foram importantes para o início da colonização. Entretanto, o fracasso do Sistema de Capitanias Hereditárias se deu pelo desinteresse de alguns donatários, de localidades com solos inférteis e da resistência dos povos indígenas. Como vimos, os objetivos iniciais eram impulsionar o povoamento de europeus, colonizar e defender militarmente o território. Há tempos, os franceses rondavam a região, explorando a madeira de Pau-Brasil e contrabandeando as riquezas, inclusive em Pernambuco. Entretanto, a expedição de Cristóvão Jacques e, posteriormente, a presença de Duarte Coelho inibiram a ação dos corsários. Contudo o combate à existência de ataques externos era apenas parte do problema, pois outro, talvez mais urgente, fosse necessário resolver: os contatos com os índios. nuceconcursos.com.br 5 HHIISSTTÓÓRRIIAA É importante ressaltar que em 1549, outra forma de administração foi implementada na colônia portuguesa da América: o Governo Geral, mas ele não resultou no fim do sistema de capitanias. Com ele, o poder não se concentrava mais nos particulares, com a figura de seus donatários, mas nos funcionários nomeados pelo rei, cuja função era comandar a região em nome da monarquia e com poderes centralizados. Deste modo, expressava-se um modo de governar contrário às capitanias hereditárias, na tentativa de criar um gerenciamento de governabilidade que estivesse sob o controle do rei e não de privados. GOVERNOS GERAIS Fonte:http://www.jurassico.com.br/aulas-de-historia/governo-geral/ O insucesso das Capitanias Hereditárias mostrou a impossibilidade da colonização com base apenas no capital particular. O Governo Geral foi instituído pelo rei D. João III em 1548, a conselho de Luís de Góis. Foi criado tendo em vista a necessidade de organizar e centralizar a administração, exercer uma melhor fiscalização, promover a defesa da Colônia contra os ataques estrangeiros e para dar " favor e ajuda" aos donatários das Capitanias. As atribuições do Governador Geral estavam no Regimento (Regimento de Almeirim ou Regimento da Castanheira) que foi entregue a Thomé de Souza na cidade de Almeirim Portugal. Nesse documento, de 17 de dezembro de 1548, Dom João III estabeleceu as funções do Governador do Brasil, criando um elo entre as Capitanias, e definiu as diretrizes para a fundação da cidade do Salvador, a capital e a sede do Governo Geral. Os três auxiliares do Governador Geral eram: provedor- mor, ouvidor-mor e o capitão-mor da costa. O provedor- mor era encarregado de assuntos financeiros; o ouvidor- mor cuidava de assuntos judiciais; o capitão-mor da costa era encarregado da defesa. O Governo Geral foi criado mediante em Regimento que procurava superar os antigos obstáculos encontrados. Seus artigos dão atribuições muito bem definidas ao novo representante do governo português na Colônia. Competências do Governador Geral: coordenar a defesa da terra contra ataques, instalando e refazendo fortes, construindo navios e armando os colonos; fazer alianças com os índios, iniciando sua catequese; explorar o sertão, informando a Coroa Portuguesa sobre as descobertas feitas, principalmente sobre metais preciosos; doar sesmarias, facilitando o estabelecimento de engenhos; proteger os interesses metropolitanos no que diz respeito ao estanco do Pau Brasil e à arrecadação de impostos. É importante lembrar que o Governo Geral não foi criado para acabar com as Capitanias hereditárias, mas simpara centralizar a administração. As Capitanias continuaram existindo e sendo administradas pelos seus donatários, que, entretanto, a partir daí, deveriam prestar obediência política ao Governador Geral. O que desapareceu foi a descentralização política, pois o governador como representante do rei português, simbolizava a autoridade suprema na Colônia, o poder centralizado de onde partiam as decisões políticas em nome de Portugal. Os três primeiros Governadores do Brasil foram, respectivamente, Tomé de Souza, Duarte da Costa e Mem de Sá. 1º Governador Geral (Tomé de Souza - 1549/1553) Os fatos principais foram: chegou à Bahia em 1549 e, neste mesmo ano, fundou Salvador, a primeira cidade e capital brasileira. Foi auxiliado pelo náufrago Diogo Álvares Correia ("Caramuru"); trouxe o primeiro grupo de padres jesuítas incluindo Manuel da Nóbrega para iniciar o trabalho de catequese; criação do primeiro bispado do Brasil, sendo D. Pedro Fernandes Sardinha nosso primeiro (1551); realizado uma visita às Capitanias do Sul; mandou que se organizasse uma expedição para fazer o reconhecimento do interior da Bahia (Francisco Bruza Espinoza). Incrementou a cultura da cana-de-açúcar; importou gado da ilha de Cabo Verde; introduziu escravos negros africanos no Brasil. 2º Governador Geral (Duarte da Costa - 1553/1557) Fatos principais: trouxe sete jesuítas incluindo o " Apóstolo do Brasil e do Novo Mundo" (José de Anchieta); houve a invasão da Baía de Guanabara pelos franceses chefiados por Villegaignon; surgiu a questão entre o 1º Bispo e o filho do Governador (Álvaro da Costa); foi fundado o colégio de São Paulo de Piratininga pelos padres jesuítas (Nóbrega, Anchieta, Manuel de Paiva, Leonardo Nunes e Outros); houve uma insurreição dos indígenas ("Confederação dos Tamoios") chefiada por Cunhambebe. 3º Governador Geral (Mem de Sá - 1558/1572) Expulsão dos franceses da Baía de Guanabara, graças à participação dos tamoios pelos jesuítas Nóbrega e Anchieta ("Paz de Iproig"); fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro por Estácio de Sá (1565); organização de três entradas (expedições oficiais em busca de ouro); combate à escravização indígena e antropofagia; chegada do segundo Bispo do Brasil (D. Pero Leitão), em 1559, o primeiro havia sido ¨servido¨ num ritual antropofágico em 1556 – Bispo Sardinha. http://www.jurassico.com.br/aulas-de-historia/governo-geral/ 6 nuceconcursos.com.br HHIISSTTÓÓRRIIAA DIVISÃO DO BRASIL EM DOIS GOVERNOS 1572-78 Em 1572, o rei de Portugal, Dom Sebastião, resolveu dividir o Brasil em dois governos: Ao Norte, sediado em Salvador, sob a chefia de Luís de Brito e Almeida e ao Sul sediado no Rio de Janeiro, chefiado por Antônio Salema. Durante os séculos XVI e XVII, o Brasil sofreu saques, ataques e ocupações de países europeus. Estes ataques ocorreram na região litorânea e eram organizados por corsários ou governantes europeus. Tinham como objetivos o saque de recursos naturais ou até mesmo o domínio de determinadas regiões. Ingleses, franceses e holandeses foram os povos que mais participaram destas invasões nos primeiros séculos da História do Brasil Colonial. Neste período Portugal vivia a chamada União Ibérica, que elevou o Rei Espanhol Felipe II ao trono português do período de 1580 a 1640. Contudo, antes disso, Portugal já havia estabelecido relações comerciais com os ricos negociantes holandeses, que passaram a financiar a produção açucareira no Brasil e a controlar toda a sua comercialização no mercado europeu. Por outro lado, no mesmo período, a Espanha pretendia dominar todo o território dos Países Baixos, na qual a Holanda estava situada, pois a circulação de mercadorias naquela região contribuía significativamente para abastecer os cofres do tesouro espanhol. Em 1581, sete províncias do Norte dos Países Baixos, incluindo a Holanda, criaram a República das Províncias Unidas e passaram a lutar por sua autonomia em relação aos espanhóis. Ao incorporar Portugal na União Ibérica, aproveitando-se do seu controle sobre o Brasil, a Espanha planejou impedir que os holandeses continuassem a comercializar o açúcar brasileiro. Era uma tentativa de sufocar economicamente a Holanda e impedir sua independência. ECONOMIA E SOCIEDADE AÇUCAREIRA Fonte:http://pt.slideshare.net/QuedmaSilva/engenho-de-acar-36398131 A economia açucareira foi a base da colonização portuguesa na América. Desde o início da colonização, Portugal procurava estimular o povoamento da região recém descoberta através da produção do açúcar, buscando fixar os colonos na terra, que até então servia principalmente de extração do Pau Brasil nas feitorias espalhadas pelo litoral. Contudo, foi apenas com a introdução das capitanias hereditárias que esse produto vingou. Oriundo do oriente e tido como importante especiaria na Europa (utilizada pelos grandes nobres, no casamento de princesas, posse de reis, etc.), sua implementação na cultura portuguesa teve seus resquícios com a invasão dos mouros na península ibérica, os quais inseriram diversos elementos na região, incluindo o açúcar. Com as cruzadas, os interesses por esse produto foram ampliados, de modo que seu cultivo foi prosperando no norte da África e séculos depois encontrou nas ilhas atlânticas o espaço de desenvolvimento sob o qual os portugueses tiveram suas primeiras experiências na plantação e comercialização do açúcar em grande escala. Assim como as capitanias hereditárias, a produção de açúcar foi anteriormente testada nestas ilhas, servindo de base e experimentação para futuramente serem utilizadas no Brasil. O povoamento de europeus na América deveria ser sustentava a partir de bases econômicas que oferecessem vantagens aos novos colonos. A opção mais rentável foi pela empresa açucareira. A conhecida prosperidade que acompanhou o crescimento das principais capitanias, São Vicente e Pernambuco, teve na adaptabilidade das mudas de plantação de açúcar uma importante base de crescimento. O clima e o solo fértil, além das imensas terras, foram determinantes na organização das primeiras vilas e cidades coloniais, as quais emergiram na dependência da produção desta especiaria. Entretanto, das duas capitanias que prosperaram, Pernambuco ainda foi mais longe (São Vicente encontrou imensas dificuldades no começo do XVII e já não apresentava os lucros de anos anteriores), chegando a ser o maior produtor de açúcar do mundo em fins do século XVI, concorrendo com o Recôncavo Baiano, contexto de grande lucratividade para os portugueses. Duarte Coelho, em Pernambuco, desde os primeiros anos de assentamento na região estimulava o plantio de açúcar. Tanto é que em 1535 já nasciam os primeiros engenhos, crescendo vertiginosamente nas décadas posteriores. Portanto, nota-se o rápido crescimento estimulado pelo clima favorável, solo de massapê e alianças com os indígenas locais. Nesse sentido, a empresa do açúcar ganhou intensa expansão, ampliando-se rapidamente para o Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Bahia. Acontece que juntamente com esse alargamento e predomínio das zonas canavieiras, surgiram vilas e cidades que projetavam a vida dos engenhos e das senzalas. O alargamento do plantio açucareiro estimulou o crescimento de atividades paralelas, a exemplo da produção de subsistência, em especial da farinha de mandioca, principal alimento dos escravos. A pecuária tivera que ser multiplicada pela necessidade da sua força motriz utilizada nas moendas, bem como nos transportes. Portos foram ganhando cada vez mais circulação de pessoas e mercadorias, dinamizando as atividades locais e fortalecendo o crescimento de certas regiões. Nesse sentido, a empresa colonial girava em torno da cana: formação de vilas e cidades, defesa do território, relações entre grupos sociais. Sua produção esteve baseada no esquema da Plantation, definida pelaexportação de um determinado gênero (monocultura), criado em larga escala, utilizando imensos latifúndios, com base na mão de obra escrava. As primeiras camadas a serem definidas em torno da produção açucareira eram os senhores de engenho e os escravos. Estes últimos foram bastante impulsionados por aquela atividade econômica, reconhecida como sua nuceconcursos.com.br 7 HHIISSTTÓÓRRIIAA principal força motriz. Os senhores viviam em suas casas grandes, junto com familiares, agregados e escravos domésticos, enquanto o escravo residia nas senzalas. O desenvolvimento do açúcar permitiu a diversificação de grupos sociais, como as diversas artes liberais (sapateiro, carpinteiro, alfaiate, pescador, entre outros) que se proliferaram nas áreas urbanas e deram tom à dinâmica econômica das áreas adjacentes aos engenhos. Ao mesmo tempo, desembarcavam em Pernambuco escravos de várias etnias africanas, utilizados como mão de obra nas lavouras. Eles constituíam elementos fundamentais na produção açucareira, responsáveis pela fabricação e transportes das sacas. O tráfico de escravos, fenômeno que envolvia a compra, deslocamento e venda de escravos entre África e Brasil, encontrou ambiente bastante favorável em Pernambuco, despejando milhões de africanos como mão de obra da produção local e fomentando o porto do Recife devido à lucratividade derivada do comércio de cativos. O possuir escravos era um sinal de prestígio e poder, servindo, em algumas situações, como produtos de exibição. Já os senhores eram detentores de comportamentos associados à fidalguia portuguesa, sendo a partir do século XVII vistos como membros da “nobreza da terra”, em função dos serviços de colonização e expulsão dos invasores neerlandeses. Seus trajes, participação em cerimônias, controle da administração e política local através de sua inserção nas câmaras revelam o poder que era revestido a essas pessoas, que estão na base da formação do patriarcalismo, concentração de terras e rendas ainda persistente no Brasil. Representação da relação senhor e escravo. Fonte: http://www.fcnoticias.com.br/senhor-de-engenho-e- escravos/ Portanto, a economia açucareira assumiu um papel fundamental nos primeiros passos de construção das sociedades coloniais, bem como na fixação de colonos e na exploração da terra que visava sobretudo enriquecer a metrópole, com a mercadoria sendo monopolizada e exportada pelos comerciantes régios. O Brasil se tornou, a partir de então, uma região açucareira de grandes latifúndios. Pernambuco, em especial, dependerá por séculos da exportação desse produto, embora tivesse importância também a plantação de mandioca e algodão. ATIVIDADES ECONÔMICAS DO BRASIL COLÔNIA Aspectos gerais "A mentalidade mercantilista entre os séculos XIV e XV caracterizou-se pelo espírito do lucro fácil e enriquecimento rápido". "Portugal não pensou no Brasil como região para onde seria transferida a população. Considerou sua Colônia americana como supridora ou fornecedora de matérias primas e consumidora de produtos enviados pela metrópole". Ciclos econômicos Fonte;https://descomplica.com.br/blog/geografia/mapa-mental- industrializacao-brasileira/ O estudo da formação econômica do Brasil pode ser orientado através do estudo dos ciclos, isto é, o período no qual determinado produto ou atividade econômica constituiu realmente o esteio econômico básico da Colônia. Segundo este conceito os ciclos de nossa economia podem ser limitados, no tempo, da seguinte forma: ciclo do Pau Brasil (de 1500 a 1553); ciclo da cana-de-açúcar (de 1600 a 1700); ciclo do ouro ou da mineração (de 1700 a 1800). Importantes aspectos As características básicas eram monocultura, escravidão, latifúndio e exportação. Elas estão mais identificadas com a produção açucareira. Principais produções: açúcar e mineração. Atividades subsidiárias: algodão, tabaco, extrativismo vegetal. Outra forma de produção não escravista: a pecuária. A existência de "produtos-rei" ou "ciclos" em nossa economia resulta da dependência ao mercado externo, ou seja, uma produção voltada basicamente para o exterior. Manufaturas que se desenvolveram na etapa colonial: charqueadas e curtumes, cerâmica e cordoaria, estaleiros, caieiras, artefatos de ferro, ourivesaria, manufaturas de tecidos, etc. Companhia de comércio Portugal exerceu, inicialmente, o direito de exclusividade (monopólio) sobre certos produtos (ex.: Pau Brasil). No período da União Ibérica (1580 - 1640), o monopólio tornou-se total. Após a União Ibérica, Portugal continuou com o sistema de monopólio, através das Companhias de Comércio. As Companhias de Comércio na época colonial foram: - Companhia Geral do Comércio do Brasil (1649). Contribuiu para a expulsão dos holandeses do Nordeste brasileiro, sendo criada por sugestão do Padre Vieira. http://www.fcnoticias.com.br/senhor-de-engenho-e-escravos/ http://www.fcnoticias.com.br/senhor-de-engenho-e-escravos/ 8 nuceconcursos.com.br HHIISSTTÓÓRRIIAA - Companhia de Comércio do Estado do Maranhão (1682). Esteve ligada à revolta de Beckman . - Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão (1755) e - Companhia Geral de Comércio de Pernambuco e da Paraíba (1759). Foram criadas pelo Marquês de Pombal. A agroindústria açucareira A empresa açucareira foi a solução que possibilitou a valorização econômica das terras descobertas e dessa forma garantiu a posse pelo povoamento da América Portuguesa. O cultivo da cana- de-açúcar desenvolveu-se no litoral, especialmente na Zona da Mata Nordestina. A cana-de-açúcar foi o mais importante produto agrícola até o Primeiro Reinado. Esta atividade favoreceu o aparecimento de uma nova estrutura social e econômica. Durante mais de século e meio, a produção do açúcar representou, praticamente, a única base da economia brasileira. Até meados do século XVII, o Brasil foi o maior produtor mundial de açúcar. A escolha da empresa açucareira não foi feita por acaso. Os portugueses escolheram a exploração da monocultura da cana-de- açúcar porque, além de seu aspecto econômico, ela viabilizaria a colonização do país. Obs.: Portugal não tinha condições econômicas suficientes para estabelecer sozinho, uma empresa açucareira no Brasil. A Coroa vai fazer uso do Sistema de Capitanias hereditárias. Consequências da produção açucareira: ocupação das terras úmidas do litoral nordestino (Zona da Mata); a formação da família patriarcal; surgimento de uma aristocracia rural (os senhores-de-engenho); as invasões holandesas no Nordeste ("Guerra do açúcar"); introdução do escravo negro africano; fixação do colono à terra; progresso das Capitanias de Pernambuco e São Vicente; desenvolvimento da monocultura e do latifúndio; surgimento de povoados, vilas e cidades. O sociólogo Gilberto Freyre no livro "Casa Grande e Senzala", descreveu muito bem a sociedade açucareira nordestina onde predominava o patriarcalismo. Atividade pastoril A criação de gado (pecuária) durante o Brasil Colônia esteve, inicialmente, associada ao cultivo da cana-de- açúcar junto ao litoral, porque era uma atividade acessória (de subsistência) Com a expansão da agroindústria açucareira surgiram conflitos entre criadores de gado e plantadores de cana. O gado foi obrigado a se deslocar para o sertão, porque as terras do litoral eram necessárias ao cultivo da cana-de-açúcar. Junto ao Rio São Francisco ("Rio dos Currais") surgiram várias fazendas de gado como a de Garcia D'Ávila, proprietário da Casa de Torre e Guedes de Brito. A iniciativa de afastar o gado do litoral partiu dos senhores de engenho, no que foram apoiados pela metrópole. Pecuária Bovina no Nordeste http://schafergabriel.blogspot.com.br/2014/11/o-ciclo-do-acucar- e-escravidao-no-brasil.html A pecuáriabovina foi introduzida no Brasil em meados do século XVI e se desenvolveu inicialmente em Pernambuco e na Bahia, de onde penetrou para os sertões consumidores desse produto brasileiros. Apesar da sua importância como elemento de penetração e de povoamento de várias regiões, a pecuária bovina foi sempre uma atividade secundária, complementar portanto às atividades econômicas principais como a lavoura cavadeira e mais tarde a mineração. Importante como fornecedora de força de tração animal e meio de transporte para os engenhos, além de ser fonte de alimento e de couro, a pecuária não exigia, como o engenho, muito capital para seu desenvolvimento. Por isso mesmo, era muito mais fácil instalar uma fazenda de gado do que um engenho de açúcar. Para formar uma fazenda de gado, o eventual fazendeiro não precisava de mão de obra abundante nem de importar equipamentos caros. O fundamental era a terra, em grande extensão e aberta ao desbravamento no interior da colônia. Para os senhores de engenho, era importante afastar o gado dos engenhos porque ele causava-lhes prejuízos, pois estragava o plantio da cana-de-açúcar, e a sua importância era absolutamente inferior. O gado servia apenas como alimento, transporte e força de trabalho em alguns engenhos, ao passo que a empresa açucareira era, então, a fonte fundamental da riqueza colonial. Por essa razão o gado foi afastado do litoral e penetrou para o interior em busca de novas pastagens e outros alimentos naturais. O sertão nordestino seria, finalmente, povoado. Nas margens do Rio São Francisco nasceram e cresceram muitas fazendas de gado no decorrer do século XVII. A pecuária era o vínculo de ligação do senão do Nordeste com o litoral açucareiro. As fazendas nordestinas do senão abasteciam a zona do açúcar, ao mesmo tempo que se tornavam área de atração para as pessoas pobres e marginalizadas daquela região, que viam na pecuária uma possibilidade de melhorar sua condição de vida. Geralmente a fazenda de gado exigia pouca mão de obra. Os trabalhadores (vaqueiros) eram livres e só excepcionalmente se encontrava um negro numa fazenda do senão nordestino. Os vaqueiros eram brancos, mestiços, poucos negros livres e alguns índios. Além de um pequeno salário, o vaqueiro era pago com um quarto das crias, que ele recebia após cinco anos de trabalho. Essa forma de pagamento era um grande estímulo para o vaqueiro que sonhava em ser fazendeiro e se instalar por conta própria, passados os cinco anos. http://schafergabriel.blogspot.com.br/2014/11/o-ciclo-do-acucar-e-escravidao-no-brasil.html http://schafergabriel.blogspot.com.br/2014/11/o-ciclo-do-acucar-e-escravidao-no-brasil.html nuceconcursos.com.br 9 HHIISSTTÓÓRRIIAA A pecuária foi responsável pelo povoamento do sertão nordestino da Bahia ao Maranhão. Foi um excelente instrumento de expansão e colonização do interior do Brasil. Com ela surgiram muitas feiras que deram origem a importantes centros urbanos, como por exemplo Feira de Santana, na Bahia. No século XVIII, com a mineração, a pecuária nordestina ganhou novo impulso econômico. A necessidade de abastecimento das zonas mineradoras elevou o preço da carne bovina e, consequentemente, estimulou os criadores nordestinos a expandir suas atividades. A MINERAÇÃO O ciclo do ouro, diamantes e pedras preciosas fez com que nosso país passasse a ter novas riquezas. Teve importância decisiva na ocupação da região de Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Planalto Baiano. A mineração tornou-se a mais importante atividade econômica do Brasil Colônia no século XVIII. Pela própria característica desta atividade, altamente lucrativa, a Coroa, para evitar evasão de divisas, teve que exercer controle direto sobre a produção. Foi assim a atividade econômica que maior fiscalização sofreu por parte de Portugal. De início, era permitida a livre exploração, devendo ser pago como tributo a metrópole, a quinta parte (20%) de tudo que era extraído ("o quinto"). Depois dos primeiros achados de ouro em Minas Gerais (1693), surge o Regimento de Superintendentes, guardas- mores e oficiais deputados para as minas de ouro (1712), em que era estabelecido a Intendência das Minas, através da qual o superintendente dirigia, fiscalizava e cobrava o tributo ("o quinto"). Foi estabelecida depois a cobrança indireta através da capitação, isto é, um tributo fixo pago em ouro e que recaia sobre cada um dos trabalhadores empregados nas minas. Para evitar o descaminho e o contrabando, Portugal proibiu a circulação de ouro em pó e em pepitas e criou as Casas de Fundição (1720). Quando o quinto arrecadado não chegava a cem arrobas (1500 kg), procedia-se a "Derrama", isto é, obrigava-se a população a completar a soma. Havia dois tipos de extração de ouro: a faiscação e as lavras. A faiscação ou faisqueira era a pequena extração, feita por homens livres e nômades; era uma atividade realizada normalmente nas areias dos rios ou riachos. As lavras eram a extração de grande porte, exigiam maior investimento de capital, eram estabelecimentos fixos, dispondo de mão de obra escrava e algumas ferramentas. A lavra foi o tipo de extração mais frequente na fase áurea da mineração. Intendência das Minas Era o órgão responsável pelo policiamento da mineração, pela fiscalização e direção da exploração das jazidas. Era o local onde se fazia o registro das minas descobertas. Funcionou como tribunal e era responsável pela cobrança de impostos. A descoberta de uma jazida deveria ser comunicada ao Intendente das Minas que procedia a divisão das datas (lotes). O indivíduo que havia descoberto tinha o direito de escolher os dois primeiros lotes. Em seguida, era escolhida uma data para a Fazenda Real, que depois a vendia em leilão. Os outros lotes eram sorteados entre os interessados presentes. Mão de obra O negro escravo africano predominou como mão de obra na área mineradora. O negro, na área mineradora, desfrutava de uma situação melhor do que na região açucareira: podia conseguir a carta de alforria, pagando certa quantia. Áreas de produção As principais áreas mineradoras no Brasil Colônia foram Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, ou seja, a parte Centro Sul do país. Apogeu da mineração O século XVIII corresponde à fase de apogeu da mineração, levando certo autor a falar na "Idade do Ouro" do Brasil. Neste período houve grande desenvolvimento artístico e cultural na região de Minas Gerais, como o estilo barroco das construções das igrejas e moradias, a Escola Literária Mineira, as esculturas do "Aleijadinho", as músicas cantadas nas igrejas e associações religiosas. TRATADO DE METHUEN - 1703 O tratado estipulava o seguinte: Portugal admitia só consumir tecidos ingleses. A Inglaterra admitia só consumir vinhos portugueses. Como consequência desse tratado, Portugal tornou-se um país exclusivamente agrário, o que prejudicou as possibilidades de desenvolvimento de uma indústria manufatureira, colocando o país submisso ao capital inglês. O tratado tornou-se um dos motivos para o escoamento do ouro brasileiro para os cofres britânicos. Declínio da mineração. As jazidas de ouro e diamantes encontradas no Brasil eram de aluvião. Isto quer dizer que elas estavam na superfície da terra e, por isso mesmo, era mais fácil explorá-las. Por esse motivo, as jazidas se esgotaram rapidamente e a mineração entrou em decadência. Em 1765, o Marquês de Pombal, ministro português, determinou a cobrança de impostos atrasados. Esta cobrança, denominada "derrama", era feia com muita violência pelas autoridades portuguesas. Extração de diamantes O Brasil foi o primeiro grande produtor moderno de diamantes. Os primeiros achados foram na região do Arraial do Tijuco, depois Distrito Diamantino (subordinado diretamente a Portugal) e atual cidade de Diamantina situada emMinas Gerais. Consequências A atividade mineradora ocasionou muitas transformações para a Colônia (Brasil) e trouxe consequências (internas e externas) no plano político, social e econômico. 10 nuceconcursos.com.br HHIISSTTÓÓRRIIAA Podemos alinhar como consequência da mineração: - o surgimento das inúmeras povoações (núcleos urbanos) no interior: as "Vilas do Sertão"; - o controle direto do sistema de produção mineral pela Coroa, para assegurar grandes núcleos na exploração das minas; - surgimento de reações contra a política fiscal (Revolta de Vila Rica e Inconfidência Mineira); - a transferência da capital em 1763, da Bahia (Salvador) para o Rio de Janeiro, que tornar-se-á o principal centro urbano da Colônia; - progresso cultural com o aparecimento do estilo barroco nas igrejas de Minas Gerais e os trabalhos esculpidos por "Aleijadinho"; - deslocamento do eixo econômico do Nordeste açucareiro (em crise) para a área mineradora (Centro Sul); - surgimento do mercado interno por causa do desenvolvimento do comércio; - ocupação de todo o centro do continente sul- americano pela colonização portuguesa; - abertura das primeiras estradas entre o interior "sertão" e o litoral; - desenvolvimento da pecuária. O ciclo do ouro e do diamante foi responsável por profundas mudanças na vida colonial. Em cem anos a população cresceu de 300 mil para, aproximadamente, 3 milhões de pessoas, incluindo aí, um deslocamento de 800 mil portugueses para o Brasil. Paralelamente foi intensificado o comércio interno de escravos, chegando do Nordeste cerca de 600 mil negros. Tais deslocamentos representam a transferência do eixo social e econômico do litoral para o interior da colônia, o que acarretou a própria mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, cidade de mais fácil acesso à região mineradora. A vida urbana mais intensa viabilizou também, melhores oportunidades no mercado interno e uma sociedade mais flexível, principalmente se contrastada com o imobilismo da sociedade açucareira. Cultivo do algodão Inicialmente utilizado para a produção de vestimentas de pobres escravos, atingiu apogeu no século XVIII com o desenvolvimento da indústria têxtil, durante a Revolução Industrial. Teve grande produção no Maranhão e Pernambuco. Cultivo do fumo O fumo (tabaco) era cultivado no litoral da Bahia (Recôncavo), de Sergipe e Alagoas, tendo- se constituído num comércio complementar e dependente ao do açúcar pois servia para a troca (escambo) de escravos da África. Extração das "Drogas do Sertão" "Drogas do Sertão" eram assim chamados os produtos extraídos da exuberante Floresta Amazônica, Pará e Maranhão. Na extração das "drogas do sertão" foi empregada a mão de obra indígena. "Droguistas do Sertão" eram expedições que penetravam no Vale Amazônico à procura destes produtos. "Tropas de Resgate" eram expedições militares que iam escravizar índios na Amazônia para trabalhar nas fazendas do Maranhão e Pará. MARCAS DA SOCIEDADE COLONIAL Basicamente três grupos étnicos entraram na formação da sociedade colonial: o indígena, o europeu (português) e o negro africano. Desde o início da colonização mesclaram-se os grupos étnicos, através da miscigenação racial, originando-se vários tipos de mestiços: - do branco com o negro = mulato - do branco com o índio = mameluco (caboclo) - do negro com o índio = cafuzo As condições históricas da colonização criaram formas de convivência e adaptação entre as raças formadoras da etnia brasileira. Os índios sempre que conseguiram, optaram pelo isolamento. Já o convívio entre portugueses e africanos obedecia às regras do sistema escravista aqui implantado, resultando em maior aproximação e em verdadeira promiscuidade. A Sociedade Colonial Nos séculos XVI e XVII a sociedade colonial brasileira era basicamente rural (agrária), patriarcal e escravista, onde a atividade econômica predominante era a agricultura (cana-de-açúcar e tabaco). Fonte:http://schafergabriel.blogspot.com.br/2014/11/o-ciclo-do- acucar-e-escravidao-no-brasil.html Esta sociedade era rigidamente estratificada: no vértice da pirâmide estavam os grandes proprietários rurais (“senhores de engenho”), que formavam uma aristocracia rural; na base havia um contingente numeroso de escravos e dependentes. As principais nações indígenas Usando-se critérios linguísticos, podemos dividir os índios do Brasil em quatro nações: - Caraíbas - encontrados no norte da bacia Amazônica; - Nuaruaques - encontrados na bacia Amazônica, até os Andes; - Jês ou Tapuias - encontrados no Planalto Central brasileiro; - Tupis - encontrados por toda a costa atlântica e algumas áreas do interior. nuceconcursos.com.br 11 HHIISSTTÓÓRRIIAA A maior parte dos indígenas que habitavam o litoral do Brasil na época do descobrimento pertencia ao grupo linguístico tupi. O indígena brasileiro encontrado pelos portugueses vivia num regime de comunidade primitiva, ou seja, uma forma de organização social onde a ausência da propriedade privada dos meios de produção resulta numa economia comunitária, onde não existiam classes sociais. Contribuições Os índios deram importante contribuição para os costumes, cultura e a formação do povo brasileiro. Dentre essas contribuições, podemos destacar: o uso da rede para dormir, tão comum nas regiões Norte e Nordeste; a utilização do milho, da mandioca, do guaraná, etc; as técnicas da coivara, ou queimada das roças antes de fazer novo plantio e diversos vocabulários falados no idioma. A escravidão e o extermínio indígena Na época do descobrimento, a população indígena do Brasil era de mais de um milhão de pessoas. Atualmente, está reduzida a menos de cem mil. Os primeiros contatos entre brancos e índios foram amigáveis. Mais tarde, quando teve início a exploração agrícola, os índios passaram a ser um obstáculo para os colonizadores, que precisavam de suas terras e de seu trabalho. Assim, os indígenas começaram a ser obrigados ao trabalho da lavoura. Muitos índios foram massacrados ou escravizados pelo colonizador, que lhes roubava a terra e atacava suas mulheres. A escravidão dos indígenas acontecia principalmente nas áreas mais pobres, onde havia poucos recursos para a compra de escravos negros. O maior exemplo disso foi a Capitania de São Vicente (São Paulo), nos séculos XVI e XVII; de lá partiam as bandeiras do ciclo do apresamento indígena, que promoviam verdadeiras guerras de extermínio. O NEGRO NO BRASIL COLONIAL Foto: Escravidão – ONU Os negros foram introduzidos no Brasil a fim de atender às necessidades de mão de obra e às atividades mercantis (tráfico negreiro). O comércio de escravos africanos para o Brasil teve início nos primeiros tempos da colonização. Na África os negros eram trocados por aguardentes de cana, fumo, facões, tecidos, espelhos, etc. Os africanos que vieram para o Brasil pertenciam a uma grande variedade de etnias. De modo geral, podemos classificar os negros entrados no Brasil em três grandes grupos: Sudaneses - oriundos da Nigéria, Daomé, Costa do Ouro. Compreendia os iorubas, jejês, minas, fanti- ashanti e outros. Localizados inicialmente na Bahia, depois se espalharam pelas regiões vizinhas. Bantos - divididos em dois grupos: Congo angolanos e moçambiques. Os bantos foram traduzidos para o Rio de Janeiro, Maranhão e Pernambuco. Malês - eram os sudaneses islamizados. Os negros possuíam religião politeísta e suas crenças mesclaram-se ao cristianismo (sincretismo religioso). A escravidão negra no Brasil não foi apenas uma questão de preferência do negro ao índio, mas sim uma questão de interesse da burguesia e do governo português, que já se enriqueciam com o tráfico negreiro antes da descoberta do Brasil. Aprisionados ou trocados, os negroseram trazidos para o Brasil nos porões dos navios negreiros (tumbeiros). Durante a viagem, morriam cerca de 40% dos traficados. Marcados com ferro em brasa, os negros eram embarcados em Angola, Moçambique e Guiné e desembarcados em Recife, Salvador e Rio de Janeiro. O negro entrou na sociedade colonial brasileira como cultura dominada; as marcas da escravidão persistem até os dias de hoje. As contribuições dos negros para a cultura brasileira O negro deu importantes contribuições para a cultura e para a formação do povo brasileiro, podendo citar-se: diversos vocábulos falados no idioma; hábitos alimentares, principalmente da culinária baiana; instrumentos musicais, como tambores, atabaques, flautas, marimbas, cuícas e berimbaus; ritmo musical das canções populares brasileiras, como o samba; danças, como o cateretê, o jongo, etc. (folclore). No campo, o negro foi a mão de obra nos canaviais e nas roças de tabaco do Brasil colônia, e nos cafezais e algodoais à época do império. O negro do campo esteve sempre, mais do que qualquer outro, à disposição do senhor. Era este quem cuidava das suas vestimentas, alimentação e moradia. Enquanto o tráfico negreiro não despertou indignação e revolta e mesmo sanções internacionais, o negro escravo foi alvo dos castigos mais atrozes e aviltantes que um ser humano podia enfrentar: tronco, açoite, viramundo, cepo, libambo, peia, gonilha são denominações das brutalidades terríveis a que foi submetido, isso quando a agressão não era maior, como pontapés no ventre de escravas gestantes, olhos vazados e dentes quebrados a martelo. O trabalho de sol a sol (cerca de 14 horas por dia) transformava o negro de campo num verdadeiro trapo humano. Como reação, os negros tentaram organizar-se em quilombos, promover levantes ou abandonar em massa as fazendas, e quase sempre foram reprimidos a ferro e fogo. No que se refere à legislação, com passar dos anos os movimentos abolicionistas foram rompendo a resistência da elite e ganhando espaço político, resultando na aprovação de leis que minimizavam o poder da escravidão, como a Lei do Ventre Livre, de 1871 e a dos sexagenários, em 1885. Alguns negros foram alforriados por prestarem serviços especiais, como os soldados de Henrique Dias, os praças do batalhão de Libertos da 12 nuceconcursos.com.br HHIISSTTÓÓRRIIAA guerra da independência na Bahia e os escravos que serviram às tropas brasileiras na guerra do Paraguai. No final do império, negros de "filiação desconhecida" obtiveram a liberdade com base na legislação que determinava que "o brasileiro só é escravo se nascido de ventre escravo". O negro deixou marcas profunda na própria composição física do povo brasileiro. Apesar de muito se dizer ao contrário, os negros reagiram à opressão branca e iniciaram, no Brasil, os primeiros movimentos para a sua libertação, formando os quilombos. Quilombo é o nome que se dá à aldeia (comunidade) onde se concentravam escravos fugidos da exploração e dos maus-tratos sofridos nas fazendas, minas e casas de família do Brasil colonial. Os maiores quilombos eram formados por pequenas aldeias, os mocambos. Seus habitantes - quilombolas - tendiam a organizar-se política e economicamente como as tribos ou nações africanas de origem, o que era dificultado por conviverem num mesmo quilombo negros de diversas origens, mestiços e até índios das redondezas. De modo geral, as terras eram comunais e cada indivíduo ou família cultivava uma pequena parcela. Também era praticada a escravidão, que já existia em regiões da África. Os quilombolas faziam incursões noturnas às fazendas, para buscar mulheres e encorajar novos companheiros a segui-los. Essa situação servia de justificativa para as expedições punitivas que, inicialmente, pretendiam capturar os fugitivos. Mais tarde, a prosperidade alcançada por alguns quilombos despertou a cobiça dos sertanistas e bandeirantes. Embora não tivessem forças armadas organizadas, raros foram os quilombos que caíram sem resistência. O mais importante dos quilombos foi o dos Palmares. Localizava-se na Serra da Barriga, no atual Estado de Alagoas, e durou mais de 70 anos. Como Palmares significava a liberdade e, portanto, era uma atração constante para novas fugas de escravos, tinha de ser destruído pelos senhores prejudicados pela existência dessa rebeldia negra. Palmares foi destruído em 1694, pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, contratado pelos senhores de engenho. Em 1695, foi assassinado Zumbi, o maior líder negro da História do Brasil. Sua cabeça foi exposta em Pernambuco, no Pátio do Carmo, acabando com a lenda da sua imortalidade. As invasões holandesas Os holandeses reagiram rapidamente, concentrando seus esforços no controle das fontes dos produtos que negociavam. Surgiu assim, em 1602, a Companhia das Índias Orientais. Essa empresa, de porte enorme, se apossou dos domínios coloniais portugueses no Oriente. Em decorrência dos êxitos desse empreendimento, os holandeses criaram, em 1621, a Companhia das Índias Ocidentais. Esta ficou encarregada de recuperar o controle do açúcar brasileiro e monopolizar o seu comércio nos mercados europeus. Para controlar a produção e comercialização do açúcar, era necessário ocupar e se apoderar de partes do território colonial brasileiro, onde o açúcar era produzido. Desse modo, contando com uma frota composta de 26 navios e 500 canhões, os holandeses iniciaram sua primeira invasão ao Brasil em 1624. Os holandeses atacaram a cidade de Salvador, na época o centro administrativo da colônia. Mas, um ano após terem chegado, foram expulsos, sem grandes dificuldades. Uma segunda tentativa de invasão se deu em 1630, dessa vez em Pernambuco. Os holandeses conseguiram conquistar as vilas de Olinda e Recife. Houve combates, mas os invasores holandeses resistiram e estabeleceram o controle de uma extensa parte do litoral brasileiro que ia do Sergipe ao Maranhão. A principal resistência a invasão foi comandada por Matias de Albuquerque até a queda do Arraial Velho do Bom Jesus e em fins de novembro de 1635, passou-se o comando a D. Luís de Rojas y Borja, que desembarcou em Jaraguá, em Alagoas, à frente de um novo contingente luso-espanhol. Próximo da vila de Porto Calvo, travou-se, em janeiro de 1636, a batalha de Mata Redonda, que resultou em nova vitória holandesa e na morte do comandante espanhol. Os ataques ao interior das capitanias de Pernambuco, de Itamaracá e da Paraíba continuaram e os engenhos e canaviais eram impiedosamente incendiados. Esse era o quadro do Nordeste quando chegou ao Recife, em fevereiro de 1637, o conde holandês João Maurício de Nassau-Siegen, que retomou Porto Calvo, expulsando as tropas coloniais para o sul do rio São Francisco, de onde elas se refugiaram na Bahia. MAURÍCIO DE NASSAU Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Maur%C3% ADcio_de_Nassau Para o cargo de governador na Nova Holanda, foi nomeado o conde João Maurício de Nassau, que chegou ao Recife em janeiro de 1637. No período em que governou o Brasil Holandês, de 1637 a 1644, Nassau procurou estabelecer uma administração eficiente e um bom relacionamento com os senhores de engenho da região. Desse modo, foram colocados à disposição dos proprietários de engenho recursos financeiros, para serem utilizados na compra de escravos e de maquinário para o fabrico do açúcar. Nassau também criou as Câmaras dos Escabinos, que eram órgãos de representação municipal, a fim de estimular a participação política da população nas decisões de interesse local. nuceconcursos.com.br 13 HHIISSTTÓÓRRIIAA Durante o governo de Nassau, o Recife recebeu intensos investimentos. Uma nova região fora criada. Até então, o Recife era apenas um povoado de pescadores e comerciantes em torno do porto, onde escoava a riqueza destinadaaos senhores de engenho, residentes em Olinda. Entretanto, a invasão levou à destruição da sede da capitania de Pernambuco e a necessidade de erguer uma nova capital. Neste momento, o Recife foi escolhido, tendo sido alvo de construções diversas, como moradias, ruas, saneamento, iluminação, proibição de despejar lixos nas ruas e rios, além das pontes, sinagoga, igrejas, jardim botânico, palácios, entre outros. Uma nova cidade, com forte influência da arquitetura holandesa, fora criada. Mesmo depois da expulsão dos invasores, o Recife continuou crescendo e gerando concorrência à declinante Olinda. Os comerciantes residentes no Recife pós-holandês tiveram vários conflitos com os senhores de engenho de Olinda, que resultou na criação de uma nova câmara que viesse a atender os interesses dos recifenses, no ano de 1710. Entretanto, reações existiram de modo que essa mesma câmara fora destruída pelos olindenses, indesejosos de ceder politicamente aos comerciantes. O conflito resultou no estabelecimento definitivo da câmara em 1711, no episódio que ficou conhecido como Guerra dos Mascates. Com o fim do domínio espanhol sob Portugal, em 1640, o novo rei português, D. João IV, decidiu recuperar o Nordeste brasileiro retirando-o do domínio holandês. Esse período coincidiu com o descontentamento dos senhores de engenho do Nordeste brasileiro diante dos holandeses. Nassau já havia partido e, para explorar ao máximo a produção do açúcar brasileiro, a Holanda adotou inúmeras medidas impopulares, em especial o aumento dos impostos, o que contrariava os interesses dos proprietários de engenho. Insurreição/Restauração pernambucana A luta contra os holandeses no Nordeste brasileiro foi iniciada pelos próprios senhores de engenho da Região e durou cerca de dez anos. Sob iniciativa dos senhores, os colonos da Região foram mobilizados e travaram várias batalhas contra os holandeses. As mais importantes foram a de Guararapes e Campina de Taborda. Mas a expulsão definitiva dos holandeses teve início em junho de 1645, em Pernambuco, através da eclosão de uma insurreição popular liderada pelo paraibano André Vidal de Negreiros, pelo senhor de engenho João Fernandes Vieira, pelo índio Felipe Camarão e pelo negro Henrique Dias. A chamada Insurreição Pernambucana chegou ao fim em 1654, tendo libertado o Nordeste brasileiro do domínio holandês. Porém, a expulsão dos holandeses do território brasileiro teria um impacto negativo sobre a economia colonial. Durante o período em que estiveram no Nordeste, os holandeses tomaram conhecimento de todo o ciclo da produção do açúcar e conseguiram aprimorar os aspectos técnicos e organizacionais do empreendimento. Quando foram expulsos do Brasil, dirigiram-se para as Antilhas, ilhas localizadas na região da América Central. O fim de um ciclo açucareiro Lá montaram uma grande produção açucareira que, em pouco tempo, passou a concorrer com o açúcar do Brasil e logo se impôs no mercado europeu. Consequentemente, provocou a queda das exportações brasileiras. Já na segunda metade do século XVII, os engenhos brasileiros estavam em decadência. Era o fim do chamado Ciclo da Cana-de-açúcar na história econômica do Brasil. Restava a Portugal encontrar outros meios para explorar economicamente a Colônia. Um novo ciclo de exploração colonial teria início com a descoberta de riquezas minerais como o ouro, a prata e os diamantes, na região que ficaria conhecida como Minas Gerais. Invasões francesas Comandados pelo almirante francês Nicolas Villegaignon, os franceses fundaram a França Antártica no Rio de Janeiro, em 1555. Foram expulsos pelos portugueses, com a ajuda de tribos indígenas do litoral, somente em 1567. construíram uma sociedade com influências protestantes, uma vez que, no século XVI, milhares de protestantes europeus vieram em fuga da Europa para a América em consequência da perseguição católica durante a Contrarreforma religiosa (conjunto de medidas tomadas pela Igreja Católica com o surgimento das religiões protestantes). Sob a influência francesa, algumas partes do litoral brasileiro ganharam diversas feitorias e fortes (militares). O principal povo indígena que perpetuou a aliança com os franceses foi o Tamoio. Deste acordo surgiu a Confederação dos Tamoios (aliança entre diversos povos indígenas do litoral: tupinambás, tupiniquins, goitacás, entre outros), que possuíam um objetivo em comum: derrotar os colonizadores portugueses. Durante cinco anos, aproximadamente, ocorreram diversos conflitos entre os portugueses e a Confederação. No ano de 1567, os portugueses derrotaram a Confederação, extinguindo-a e expulsando os franceses do território colonial. Ao contrário do que muitos pensaram, os franceses não desistiram tão facilmente do Brasil. Eles foram expulsos do litoral brasileiro, da região sudeste (Rio de Janeiro), porém estabeleceram uma nova fixação no território durante o século XVII, mas na região nordeste, mais precisamente na cidade de São Luís (atual capital do Maranhão), onde fundaram, em 1612, a chamada França Equinocial. Outra vez, a França estava tentando desenvolver uma civilização no Brasil colonial. A metrópole Portugal, rapidamente, no intuito de não perder partes do território da colônia, enviou uma expedição militar à região do Maranhão. Essa expedição portuguesa atacou os franceses tanto por terra quanto por mar. No ano de 1615, os franceses foram derrotados e se retiraram do Maranhão, deslocando-se para a região das Guianas, onde fundaram uma colônia, a chamada Guiana Francesa. Após duas tentativas mal sucedidas de estabelecimento de uma civilização francesa, nos séculos XVI e XVII, no Brasil colonial (França Antártida e França Equinocial), os franceses passaram a saquear, através de corsários (piratas), algumas cidades do litoral brasileiro, no século XVIII. A principal delas foi a cidade do Rio de Janeiro, de onde escoava todo ouro extraído da colônia rumo a Portugal. Uma primeira tentativa de saque, em 1710, foi barrada pelos portugueses; entretanto, no ano de http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u265.jhtm http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1689u14.jhtm 14 nuceconcursos.com.br HHIISSTTÓÓRRIIAA 1711, piratas franceses tomaram a cidade do Rio de Janeiro e receberam dos portugueses um alto resgate para libertá-la: 600 mil cruzados, 100 caixas de açúcar e 200 bois. Terminavam, então, as tentativas de invasões francesas no Brasil. Invasões inglesas Em 1581, sob o comando do corsário inglês Thomas Cavendish, ingleses saquearam, invadiram e ocuparam, por quase três meses, as cidades de São Vicente e Santos, requerendo pagamento de resgate, em razão da proibição do comércio da colônia portuguesa com países que não fossem da União Ibérica. A EXPANSÃO TERRITORIAL – Entradas e bandeiras. "Os portugueses andavam como caranguejos, arranhando o litoral". (Frei Vicente Salvador). Conquistas do Norte e Nordeste - Na Paraíba as primeiras tentativas foram feitas, sem êxito, por Frutuoso Barbosa. Mais tarde, ele e Felipe de Moura com uma expedição por terra e Diogo Flores Valdés, chefiando uma expedição marítima, fundaram o Forte de São Felipe, depois abandonado por causa dos ataques dos índios potiguares. A conquista da Paraíba foi efetivada por Martim Leitão, que se aliou ao chefe indígena Piragibe, surgindo a cidade de Filipéia de Nossa Senhora das Neves (1584), depois chamada de Paraíba, atual João Pessoa. - A conquista de Sergipe foi efetuada Cristóvão de Barros, em 1590, que derrotou os índios chefiados por Boiapeba e fundou São Cristóvão. - Manuel Mascarenhas Homem conquistou o Rio Grande do Norte, com auxílio de Feliciano Coelho e Jerônimo de Albuquerque. Em 1597, foi fundado o Forte dos Reis Magos, que a partir de 1599, passou a se chamar Natal. - Pero Coelho de Souza tentou, sem êxito, através de duas investidas,ocupar o Ceará. Os padres jesuítas Francisco Pinto e Luiz Figueira também não conseguiram. A ocupação do Ceará foi realizada por Martim Soares Moreno, ajudado pelo índio Jacaúna. Fundou o Forte de Nossa Senhora do Amparo (1613) que deu origem à atual cidade de Fortaleza. - O Maranhão foi conquistado por Alexandre de Moura e o mameluco Jerônimo de Albuquerque (1615), do interior para o litoral, graças à atividade pastoril. - A conquista do Pará foi efetuada por Francisco Caldeira Castelo Branco, que fundou o forte Presépio, origem da cidade de Belém (1616). - O povoamento do Piauí foi feito do interior para o litoral, graças à criação de gado bovino. Os irmãos Domingos Afonso Mafrense ("O Sertão") e Julião Afonso Serra, rendeiros da Casa da Torre (de Garcia D'Ávila), fundaram a Vila Mocha, depois Oeiras, antiga capital de Piauí (1674). - A conquista do Vale Amazônico foi realizada pelo Capitão Pedro Teixeira (1637 - 1639), que subiu o rio Amazonas (de Belém até Quito), tomando posse desta imensa região, em nome do rei de Portugal. A posse da bacia amazônica deveu-se aos missionários (jesuítas, franciscanos, carmelitas e mercenários), às lutas contra os estrangeiros, os "droguistas do sertão" e às expedições militares ("tropas de resgate"). Importante: Só com a expulsão dos franceses da Paraíba, do Rio Grande do Norte, do Ceará e do Maranhão foi possível completar a ocupação da Região Nordeste. Ocupação do Interior. As quatro bases econômicas da ocupação do sertão foram: a criação de gado, caça ao gentio (índio), a atividade mineradora e a extração de especiarias, produtos silvestres e plantas medicinais ("drogas do sertão"). O elemento humano que realizou a expansão territorial do Brasil era representado pelos criadores de gado (boiadeiros), pelos padres missionários no seu trabalho de catequese, pelos entradistas e bandeirantes, cuja atuação foi de fundamental importância e cujos motivos de ação foram múltiplos e variados: expedições militares, apresamento de indígenas, descoberta de ouro e pedras preciosas. O caminho dos que partiam de Pernambuco em demanda (direção)do sertão foi o Rio São Francisco, conhecido como "Rio da Unidade Nacional" e "Rio do Currais", devido à existência de grandes e numerosas fazendas de gado em suas margens. No Sul, onde tiveram início as primeiras expedições pelo interior, os meios de penetração do sertão foram os Rios Paraná, Tietê e Paraíba do Sul. A ocupação da Planície Amazônica O povoamento do Vale Amazônico amoldou-se às contingências da coleta dos produtos extrativos, sobretudo vegetais ("drogas do sertão "), na considerável dispersão amazônica, onde os cursos d`água serviam como único polo forte e estável de atração do povoamento. Nesta atividade extrativa o índio era insubstituível, pois sem ele "não se dava um passo". A escravização dos silvícolas pelos colonos, no Maranhão, deu origem a conflitos com os padres jesuítas a organização da produção também reflete as condições em que ela se realiza: não tem por base a propriedade da terra (fundiária), como na agricultura e na mineração. A exploração realiza-se indiferentemente na imensa floresta aberta a todos e faz-se de maneira esporádica, coincidindo com as épocas próprias da coleta. nuceconcursos.com.br 15 HHIISSTTÓÓRRIIAA Colonização do Vale Amazônico Diversos fatores contribuíram para a ocupação do Vale Amazônico: a extensa rede hidrográfica, a fundação de diversas missões religiosas, a presença dos droguistas do sertão e das tropas de resgates. A rede hidrográfica A Bacia Amazônica é a maior bacia fluvial do globo. Essa imensa rede hidrográfica é comandada pelo Rio Amazonas, o segundo do mundo pela extensão e pelos inúmeros afluentes, alguns dos quais estão incluídos entre os mais extensos rios da Terra: Madeira, Juruá, Tapajós, Xingu, etc. Os cursos fluviais, por serem inteiramente navegáveis, contribuíram sobremaneira para a ocupação da Amazônica. Ocupação e povoamento do Centro-Sul (século XVIII) O Centro-Sul compreendia as atuais Regiões Sudeste e Centro-Oeste. Sua ocupação se processou através do extrativismo mineral e pelo movimento das "entradas e bandeiras". A atividade responsável pela ocupação e povoamento do Centro-Sul, especialmente das atuais regiões de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, foi a mineração. Ocupação do Extremo Sul O Extremo Sul foi a última região incorporada ao território brasileiro. Isto ocorreu só no final do século XVIII. O meio geográfico A parte meridional do Brasil apresenta uma individualidade em relação às demais regiões: está totalmente dentro do clima temperado (subtropical), possui uma vegetação de fácil penetração, com uma planície (Pampa ou Campanha Gaúcha) coberta por campos limpos, apresentando pequenas ondulações ("coxilhas"). A ocupação da extremidade sul do Brasil foi essencialmente militar. O tipo de povoamento baseou-se na colonização e imigração. O regime da posse da terra era a grande propriedade. Em 1737, povoadores militares ocuparam o Rio Grande do Sul fundando o Forte (presídio) Jesus Maria José, do qual se originou a atual cidade do Rio Grande. Expansão bandeirante Constituem movimentos de expansão territorial, responsáveis pela atual configuração geográfica do Brasil. As entradas eram expedições organizadas pela iniciativa oficial (governo), prevaleceram no século XVI e normalmente respeitavam a linha de Tordesilhas. As entradas de Aleixo Garcia e Pedro Teixeira constituem exceções. As bandeiras geralmente organizadas graças à iniciativa particular, eram expedições que: ultrapassavam a linha do Meridiano de Tordesilhas; contribuíram para aumentar consideravelmente o território brasileiro; partiam, quase todas de São Vicente (São Paulo); utilizavam os rios Tietê, Paraná, São Francisco e os afluentes meridionais do Amazonas; aprisionavam índios em massa; começaram no século XVI e atingiram apogeu nos séculos XVII e XVIII; tiveram a participação ativa dos paulistas. Entradas pioneiras. Em 1504, Américo Vespúcio organizou uma entrada em Cabo Frio (RJ). Depois Martim Afonso de Souza organizou três outras: no Rio de Janeiro (Francisco Chaves), em Cananéia (SP) e na região do rio da Prata (Pero Lopes de Souza). Ciclo das entradas. Além das entradas pioneiras, temos o ciclo baiano, sergipano, cearense, espírito- santense e amazônico. Os integrantes do Ciclo baiano são: Francisco Bruza Espinosa, o padre Azpilcueta Navarro, Antônio Dias Navarro e Gabriel Soares de Souza. Pero Coelho de Souza e os padres jesuítas Francisco Pinto e Luiz Figueira destacaram-se no Ciclo Cearense. Marcos de Azevedo pertence ao ciclo espírito-santense; o capitão Teixeira está ligado ao ciclo amazônico. Ciclo das bandeiras. As bandeiras paulistas abrangem três fases: ciclo do ouro de lavagem, ciclo da caça ao índio (bandeirismo de apresamento) e grande ciclo do ouro. Estas bandeiras, além de procurar riquezas minerais escravizavam índios e combatiam os negros que haviam fugido das fazendas. Ciclo do ouro de lavagem. Fernão Dias Paes ("Caçador de Esmeraldas"), foi o mais famoso bandeirante do ciclo do ouro de lavagem. Outros nomes deste ciclo: Brás Cubas, Luís Martins, André Leão, Garcia Rodrigues Paes, Heliodoro Eobanos e Jerônimo Leitão. Fonte: http://www.terrabrasileira.com.br/folclore3/k20ouro.html O romance "Caçador de Esmeraldas", escrito por Olavo Bilac, descreve a bandeira chefiada por Fernão Dias Paes, nos sertões de Minas Gerais. Ciclo da caça do índio. Antônio Raposo Tavares foi o bandeirante que mais se destacou na caça ao gentio (indígena). Ele destruiu as províncias missionárias jesuíticas (missões ou reduções) de Guairá (no Paraná), Tape e Uruguai (no Rio grande do Sul) e Itatim (em Mato Grosso), aprisionando
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