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Apostila Completa ESA EsPCeX 2021

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Índice 
 
ESA E ESPCEX 
1. História 
2. Geografia 
3. Inglês 
4. Português 
5. Matemática 
6. Literatura 
ESPCEX 
7. Química 
8. Física 
 
 
NÚCLEO DAS FORÇAS ARMADAS 
 
 
HISTÓRIA 
 
NÚCLEO DAS FORÇAS ARMADAS - DISCIPLINAS COMUNS 
 
 
 
nuceconcursos.com.br 
 
1 
 
HHIISSTTÓÓRRIIAA 
1. A EXPANSÃO ULTRAMARINA EUROPEIA 
DOS SÉCULOS XV E XVI 
 
A Segunda metade do século XV, o mundo europeu 
sofreu grandes transformações políticas, econômicas, 
sociais e culturais. Estas transformações marcaram o fim 
da Idade Média e o início da Idade Moderna, trouxeram 
como consequência a expansão comercial europeia e 
levaram aos Descobrimentos Marítimos. 
Houve o fortalecimento e centralização do poder real, 
surgindo as monarquias nacionais e no campo econômico 
comércio tornou-se mais importante. Na sociedade, surgiu 
e se fortaleceu uma nova classe social: a burguesia 
mercantil. No campo cultural, houve o Renascimento 
artístico cujo berço de nascimento foi a Itália, nesse houve 
a valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da 
época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma 
visão completa e humana da natureza, ao contrário dos 
homens medievais; 
- As qualidades mais valorizadas no ser humano 
passaram a ser a inteligência, o conhecimento e o dom 
artístico; 
- Enquanto na Idade Média a vida do homem devia 
estar centrada em Deus (teocentrismo), nos séculos XV e 
XVI o homem passa a ser o principal personagem 
(antropocentrismo); 
- A razão e a natureza passam a ser valorizadas com 
grande intensidade. O homem renascentista, 
principalmente os cientistas, passa a utilizar métodos 
experimentais e de observação da natureza e universo. 
 
Nas ciências, houve o progresso técnico e científico e 
no campo religioso, o Cristianismo foi divulgado em 
outros continentes, além da reforma protestante de Lutero 
e as chamadas contrarreformas. 
 As rotas comerciais que ligavam Europa, Ásia e África 
tinham como centro de convergência o Mar Mediterrâneo. 
O Mercantilismo era a prática econômica típica da 
Idade Moderna e era marcado, sobretudo, pela 
intervenção do Estado na economia. Durante 
aproximadamente três séculos foi a prática econômica 
principal adotada pelos países europeus, o que só seria 
quebrado com o questionamento sobre a interferência do 
Estado na economia e o consequente advento das ideias 
liberais. 
As importantes rotas comerciais da seda e das 
especiarias (pimenta, gengibre, cravo, canela, noz-
moscada, açafrão, cardamomo e ervas aromáticas), 
bloqueadas pelo Império Turco Otomano, árabes 
muçulmanos, em 1453, com a queda de Constantinopla, 
cidade pela qual as especiarias orientais chegavam à 
Europa, onde eram distribuídas com grandes lucros, pelos 
navios das repúblicas de Gênova e Veneza. Tal fato 
encareceu o comércio dos produtos do oriente para 
Europa, motivando a procura de um caminho marítimo 
pelo Atlântico, contornando a África. 
 
 
Para vendê-las mais barato era necessário um meio de 
transportá-las em grande quantidade e a baixo custo, 
evitando os intermediários. 
No Oceano Atlântico, porém, não havia rotas 
marítimas conhecidas que ligassem Europa e Oriente. Era 
preciso descobri-las. 
 Para tal empreendimento era necessário à 
mobilização em escala nacional, fazendo com que a 
centralização monárquica fosse um verdadeiro pré-
requisito para a expansão marítima. 
A sólida Monarquia Portuguesa caracterizada pela 
centralização administrativa, a posição geográfica, a 
ausência de guerras, a base econômica mercantil e a 
Escola de Sagres, fundada pelo Infante Dom Henrique, 
cujo objetivo seria o preparo e ensino de técnica aos 
navegadores que prestavam serviço para o infante, 
entretanto, não há garantias históricas de sua existência, 
foram os fatores que deram a Portugal hegemonia da 
navegação no século XV. 
O Estado Moderno, através das práticas mercantilistas, 
buscava o acúmulo de capitais e as colônias irão contribuir 
de forma decisiva para este processo. Assim, através da 
exploração colonial os Estados Metropolitanos se 
enriquecem, como também sua burguesia. O Sistema 
Colonial Tradicional conheceu dois tipos de colônias: a 
Colônia de Povoamento e a Colônia de Exploração. 
Colônia de Povoamento: característica das zonas 
temperadas da América do Norte e marcada por uma 
organização econômico- social que buscava manter 
semelhanças com suas origens euro- peias: predomínio da 
pequena propriedade, desenvolvimento do mercado 
interno, certo desenvolvimento urbano, valorização dos 
princípios de liberdade (religiosa, econômica, de 
imprensa), utilização do trabalho livre, desenvolvimento 
industrial e desenvolvimento do comércio externo. 
Colônia de Exploração: típica das zonas tropicais da 
América, onde predomina a agricultura tropical escravista 
e monocultora. Não houve desenvolvimento de núcleos 
urbanos nem do mercado interno, ficando esta área 
dependente da Metrópole. A principal característica desta 
área foi a Plantation- latifúndio, monocultor escravocrata. 
A colonização inglesa na América do Norte 
apresentou as duas formas colônias. As treze colônias 
inglesas podem assim ser divididas: as colônias do norte e 
do centro serão colônias de povoamento; as colônias do 
sul serão colônias de exploração. 
As colônias do norte tiveram suas origens nas lutas 
sociais que ocorreram na Inglaterra, quais sejam, as 
perseguições aos puritanos pela Dinastia Stuart ( 
1603/1642 ). Com a Revolução Puritana (1640/1660) o 
 
 
2 nuceconcursos.com.br 
 
HHIISSTTÓÓRRIIAA 
contingente que chega à colônia é basicamente formado 
por nobres aristocráticos. Desde cedo, os colonos do 
norte demonstram sua vocação comercial, dinamizando o 
mercado externo através do chamado “comércio 
triangular”. 
Exemplificando, segue uma forma do comércio 
triangular: 
Da Nova Inglaterra com a África - comércio do rum, 
que seria trocado por escravos; 
Da África para as Antilhas - comércio de escravos, que 
seriam vendidos para o trabalho nas fazendas de açúcar; 
Das Antilhas para a Nova Inglaterra - melaço - 
subproduto da cana para a fabricação do rum. 
Já as colônias do sul desenvolveram-se obedecendo os 
critérios do mercantilismo (monopólio). Houve 
predomínio do latifúndio monocultor (algodão) e 
utilização da mão-de-obra escrava. As colônias de 
exploração irão apresentar aspectos comuns, quanto a sua 
organização econômica. 
 
Ciclo Português 
 
O ciclo oriental ou português visava a contornar o 
litoral da África para chegar às Índias (oriente). O grande 
impulso para os descobrimentos portugueses foi a criação 
do Centro de Geografia e Náutica, localizado em Sagres 
(sul de Portugal), pelo Infante Dom Henrique ("O 
Navegador"). O Estado financiava as pesquisas e 
reservava para si a exclusividade das viagens. A tomada de 
Celta, em 1415, no norte da África, marcou o início das 
conquistas de além-mar. 
 
 
 
Ciclo Espanhol 
 
O ciclo ocidental ou espanhol objetivava chegar ao 
Oriente (Índias) viajando pelo ocidente ("El Ocidente por 
el poniente"), segundo os planos do navegador Cristóvão 
Colombo, natural de Gênova (Itália), que acreditava na 
esfericidade ou redondeza da terra. Recebeu apoio dos 
"Reis Católicos" que governavam a Espanha: Fernão (rei 
de Aragão) e Isabel (rainha de Castela). Suas caravelas 
eram: Santa Maria (nau capitânia), Pinta e Nina. 
 
O Tratado de Tordesilhas 
 
O descobrimento da América quase levou Portugal a 
declarar guerra a Espanha, pois o rei daquele país julgava-
se lesado em seus direitos. Para solucionar o problema da 
partilha (divisão) das terras descobertas, o Papa Alexandre 
VI, a pedido dos "Reis Católicos", por intermédio da Bula 
Intercoetera (1493) estabeleceu os limites das terras entre 
Portugal e Espanha, através de um meridiano imaginário 
que seria contado a partir de 100 léguas a oeste das Ilhas 
de Cabo Verde e Açores, o que não foi aceito por 
Portugal. 
Os países ibéricos chegaram a um acordo através do 
Tratadode Tordesilhas ou de participação do Mar 
Oceano, assinado em 1494. Ficou estabelecido que as 
terras e Ilhas a leste do meridiano, a contar de 370 léguas 
das Ilhas de Cabo Verde, pertenceriam a Portugal e, as 
que ficassem a oeste da mesma linha, pertenceriam à 
Espanha. Consequências da expansão marítima e 
comercial europeia: 
a) O surgimento de Impérios Coloniais regidos pela 
política mercantilista; 
b) Oceano Atlântico passou a ser o principal centro 
comercial; 
c) Propagaram-se os conhecimentos geográficos e 
astronômicos e os das ciências naturais; 
d) Baixou o preço de custo das especiarias; 
e) Surgiram as companhias de comércio como a 
Companhia das Índias Orientais e Ocidentais; 
f) A burguesia passou a ter maior importância social e 
influência política. 
 
 
2. O SISTEMA COLONIAL PORTUGUÊS NA 
AMÉRICA 
 
 
Com o descobrimento do Brasil em 22 de abril de 
1500 pela expedição liderada por Pedro Alvares Cabral, as 
expedições que se sucederam foram exploratórias, na 
intenção de defender a América e procurar riquezas no 
“Novo Mundo”. As principais expedições foram: 
1ª expedição: Gaspar de Lemos (1501): Acompanhado 
de oficiais e mercadores, ele circulou pelo litoral, 
reconhecendo a abundância de Pau Brasil e nomeando 
vários lugares, de acordo com os dias Santos: Rio São 
Francisco, Baía de Todos os Santos, entre outros. 
2ª Gonçalo Coelho (1503): Buscou riquezas e 
continuou o reconhecimento territorial. Entre o Rio de 
Janeiro e Cabo Frio, implantou o sistema de feitorias, 
locais de armazenamento das madeiras e preparo para seu 
transporte. Foi instituído pela Coroa Portuguesa o estanco 
do Pau Brasil e os primeiros colonizadores portugueses a 
prática de escambo com os índios. 
 
Os primeiros trinta anos de presença portuguesa na 
América é chamado de período pré-colonial, pois embora 
o entusiasmo e necessidade de defesa pela descoberta de 
um novo território, as viagens ao oriente, em especial à 
Goa na Índia, estavam auferindo enorme lucratividade aos 
portugueses. A definição da rota marítima com o oceano 
Índico a partir de 1498 gerou enorme prosperidade aos 
lusos, visto que as desejadas e valiosas “especiarias” 
(cravo, canela, pimenta: produtos utilizados na 
conservação e tempero de alimentos) estiveram sob o 
controle dos mercadores portugueses. O Brasil, neste 
contexto, não apresentou produtos que desbancassem o 
recente comércio marítimo das especiarias, ficando em 
segundo plano na política econômica de Portugal. 
 
 
nuceconcursos.com.br 
 
3 
 
HHIISSTTÓÓRRIIAA 
Situação que sofreu modificação quando a rota começou a 
ser rivalizada por outras regiões, como a Inglaterra e 
Holanda, deteriorando o monopólio português, forçando-
o a buscar novas formas de aquisição de riqueza. O Brasil, 
a partir de 1530, emerge como a região a ser devastada. 
Antes disso, organizaram-se expedições predatórias a 
fim de defender militarmente a região descoberta, que 
estava constantemente sendo atacada pelos corsários 
franceses, ingleses e holandeses. Ao mesmo tempo, 
buscava-se circular pelas regiões litorâneas com a intenção 
de reconhecer o território que estava sob administração 
portuguesa, de acordo com o Tratado de Tordesilhas 
(1494) e saber a disponibilidade de produtos a serem 
explorados. Esses objetivos se agregavam para assegurar a 
posse, embora a colonização propriamente dita não fora 
efetivamente realizada, uma vez que as expedições 
enviadas não continham planejamentos fixos de formação 
de vilas e cidades, acompanhadas de suas instituições 
fiscais, administrativas e militares. 
A primeira forma de administração realizada por 
Portugal na colônia portuguesa da América (atual Brasil) 
foi implementada por Dom João III em 1534, o que 
denominamos de Sistema de Capitanias Hereditárias. Foi 
assim que teve início a colonização regular da colônia. 
Esse sistema não havia sido algo novo, ela já tinha sido 
testada em outras colônias portuguesas, como em algumas 
ilhas no atlântico, as Ilhas da Madeira e de Cabo Verde na 
África. 
Para tanto, seria preciso investimento alto a fim de 
construir cidades, fortalezas, instituições, portos, além de 
um exército humano que se deslocasse para o “além-mar” 
a fim de iniciar a exploração territorial. Contudo, o vasto 
projeto de colonização exigiria recursos exorbitantes. Na 
tentativa de minimizar os custos, instalou-se em 1534 as 
capitanias hereditárias, projeto já desenvolvido nas 
possessões portuguesas insulares da África ocidental, cuja 
função era repassar aos privados o custeio com a 
colonização, já que Portugal não tinha condições de arcar 
sozinho com essa despesa. Por motivos de melhor 
aproveitamento para a administração da colônia, a Coroa 
Portuguesa delega a exploração e a colonização aos 
interesses privados, principalmente por falta de recursos 
de Portugal em manter a sua colônia de além mar. 
O território foi dividido em 15 capitanias, 
administradas por capitães donatários oriundos da 
pequena nobreza reinol. Seus afazeres e obrigações, bem 
como suas regalias, estavam descritas na Carta de Foral, 
onde constavam os direitos e deveres dos donatários: 
fundar vilas ou núcleos de povoação; distribuir lotes de 
terras ou sesmarias; exercer a justiça civil e criminal; 
colonizar, defender e fazer progredir a Capitania com seus 
próprios recursos. 
Outro importante documento foi a Carta de Doação, 
que oficialmente repassava, por mando do Rei, a posse da 
região ao donatário com seus respectivos limites 
geográficos, não permitindo a venda e nem sua repartição. 
Entretanto, assegurava o direito de repassá-la 
hereditariamente. 
 
 
https://historiaprimeiroanoblasallesp.wordpress.com/2015/11/27/capit
anias-hereditarias-alessandro-marega/ 
 
 Entre os direitos da Coroa Portuguesa (Metrópole) 
podemos citar: monopólio da exploração do pau-brasil; 
fabricação de moedas; o quinto de ouro e das pedras 
preciosas. São Vicente e Pernambuco foram as Capitanias 
que mais prosperaram. Na Capitania de São Vicente 
foram fundadas as povoações (vilas) de santos (por Brás 
Cubas), Santo André da Borda do campo, São Paulo de 
Piratininga e Itanhaém. 
Diversos fatores do relativo insucesso das Capitanias: 
a indisciplina dos colonos, os ataques dos indígenas, a 
grande extensão dos lotes com terras inférteis, as 
incursões de invasores estrangeiros, a falta de recursos dos 
donatários, a inexistência de um governo central para 
ajudar os donatários. 
São Vicente, doada a Martim Afonso de Sousa, foi 
administrada pelo Padre Gonçalo Monteiro. São Vicente 
incluía dois lotes. Principal riqueza: cana-de-açúcar. A 
extinção das Capitanias Hereditárias ocorreu na 
administração do Marquês de Pombal (1759). A 
instituição das Capitanias resultou numa grande 
descentralização: o rei dava aos donatários amplos 
poderes. 
As Capitanias são em número de quinze e os 
donatários, doze. Entretanto o regime das Capitanias 
hereditárias não apresentou o resultado esperado, 
comprometendo essa primeira iniciativa de Colonização. 
 
Capitania de PERNAMBUCANO 
 
Em Pernambuco, a administração da capitania ficou 
sob responsabilidade de Duarte Coelho Pereira, que logo 
tratou de fundar vilas e efetivar as primeiras instalações de 
povoamento europeu. 
Duarte Coelho pertencia a uma família de nobres 
portugueses. Filho de Gonçalo Coelho, comandante da 
primeira expedição exploratória no Brasil, ele havia 
recebido o direito pela posse da Capitania de Pernambuco 
em razão de sua extensa carreira militar no Império 
português, cuja recompensa foi cedida no ano de 10 de 
março de 1534 pelo rei D. João III. 
 
https://historiaprimeiroanoblasallesp.wordpress.com/2015/11/27/capitanias-hereditarias-alessandro-marega/
https://historiaprimeiroanoblasallesp.wordpress.com/2015/11/27/capitanias-hereditarias-alessandro-marega/
 
 
4 nuceconcursos.com.br 
 
HHIISSTTÓÓRRIIAA 
O capitão donatário se transferiu definitivamente para 
a América levando sua esposa, D. Brites de Albuquerque, 
seus filhos,parentes e colonos dispostos a explorar o 
território. Muitos deles, receberam lotes de sesmarias que 
estimularam o povoamento e dispersão de colonizadores 
pela extensa capitania. 
A instalação de feitorias e a existência de povoações de 
europeus no entorno de Itamaracá levou Duarte Coelho e 
sua comitiva a descer por aquela região. Em seguida, 
atravessou o rio Igarassu e fundou, nessa região, o 
primeiro povoado da Capitania, no ano de 1535. 
Construiu fortes, moradias e a considerada igreja mais 
antiga do Brasil, chamada dos Santos Cosme e Damião, 
até hoje existente no atual município. 
Em seguida, deslocou-se para a região mais ao sul, 
fundando o Colégio Jesuíta, Igrejas, Câmara, Cadeia, e 
dando o nome de Olinda. Esta se tornou a sede da 
capitania, onde se instalaram as autoridades civis e 
eclesiásticas, bem como foi a moradia dos senhores de 
engenho. 
Inserido no planejamento arquitetônico de construção 
das cidades portuguesas, Olinda tinha o perfil ideal, pois 
se localizava em um ponto alto do relevo litorâneo, 
estratégico para a construção dos fortes defensivos, além 
da visão privilegiada que permitia monitorar os navios que 
entravam e saiam, além da movimentação de pessoas na 
parte baixa da vila. 
 
Representativo é o valor das igrejas que até hoje 
existem, embora a grande maioria das construções 
preservadas não sejam anteriores ao século XVII, em 
função da invasão dos holandeses e da quase completa 
destruição ocorrida em meio à guerra (1630-54). 
Olinda conheceu seu esplendor entre o século XVI e 
início do XVII, local de residência dos principais, sendo 
hegemonicamente reconhecida a principal região da 
capitania e uma das principais vilas da América 
portuguesa, que fora elevada à categoria de cidade e sede 
do bispado em 1676. Seu declínio iniciara por causa dos 
mesmos holandeses, cujos projetos de construção de uma 
nova cidade no porto fez com que proliferassem 
moradias, ruas, saneamentos, pontes e várias construções 
no que hoje é o Recife. 
 
 
Vista de Olinda (cidade alta) e Recife (cidade baixa) no século XVIII. 
Fonte: http://www.bahia.ws/recife-dos-holandeses/ 
 
 
Sem dúvida, a desvalorização do açúcar no mercado 
internacional contribuiu significativamente para a perca de 
prestígio da “nobreza da terra”, sobretudo quando os 
comerciantes portugueses instalados no Recife 
conseguiram formar sua própria câmara, desvinculando-se 
da jurisdição de Olinda, no episódio que ficou conhecido 
como Guerra dos Mascates. Entretanto, sua posição de 
capital continuou nos séculos posteriores, perdendo tal 
posto apenas em 1827. 
 
Capitania de SÃO VICENTE 
 
Martim Affonso de Sousa fundou em janeiro 1532 a 
primeira vila brasileira, São Vicente, que em setembro do 
mesmo ano se tornaria a Capitania Hereditária de São 
Vicente, sendo ele o capitão donatário. 
 A chegada de Martim Affonso foi fácil devido à 
presença de portugueses na região, que já estavam 
instalados lá havia anos e já tinham estabelecido um bom 
contato com os índios locais. 
A Capitania de São Vicente, apesar de ter sido a 
primeira vila brasileira, porém, não prosperou na 
produção de açúcar, por ser uma Capitania litorânea, e ser 
barrada na Serra do Mar. Além da geografia não favorecer 
a região, São Vicente sofria vários ataques de 
contrabandistas e corsários o que o tornava uma Capitania 
sem segurança. 
Martim Affonso de Sousa não permaneceu muito 
tempo no Brasil, deixando sua Capitania nas mãos dos 
muitos portugueses que permaneceram aqui, como Braz 
Cubas, que depois se tornou capitão-mor da capitania. 
Esses portugueses é que realmente colonizaram a região. 
Com destaque para os jesuítas, que serviam como 
mediadores entre os nativos locais e os colonizadores 
portugueses, e fundaram muitas outras vilas, sendo a mais 
famosa de todas a vila de São Paulo. 
A colonização da Capitania de São Vicente aconteceu, 
por dois importantes motivos, o primeiro por defesa, pois 
essa capitania se encontrava muito próxima dos domínios 
espanhóis, e o segundo e mais importante, foi por conter 
nela ouro e prata, o que desencadeou a busca pelo “el 
dorado”, trazendo muitos aventureiros portugueses que 
buscavam riquezas. 
De todas as capitanias hereditárias, apenas estas duas 
prosperaram: Pernambuco e São Vicente (atual litoral de 
São Paulo). Elas fundaram os primeiros povoados, 
rapidamente transformados em vilas, cujos centros 
econômicos e políticos foram importantes para o início da 
colonização. 
Entretanto, o fracasso do Sistema de Capitanias 
Hereditárias se deu pelo desinteresse de alguns donatários, 
de localidades com solos inférteis e da resistência dos 
povos indígenas. 
Como vimos, os objetivos iniciais eram impulsionar o 
povoamento de europeus, colonizar e defender 
militarmente o território. Há tempos, os franceses 
rondavam a região, explorando a madeira de Pau-Brasil e 
contrabandeando as riquezas, inclusive em Pernambuco. 
Entretanto, a expedição de Cristóvão Jacques e, 
posteriormente, a presença de Duarte Coelho inibiram a 
ação dos corsários. Contudo o combate à existência de 
ataques externos era apenas parte do problema, pois 
outro, talvez mais urgente, fosse necessário resolver: os 
contatos com os índios. 
 
 
nuceconcursos.com.br 
 
5 
 
HHIISSTTÓÓRRIIAA 
É importante ressaltar que em 1549, outra forma de 
administração foi implementada na colônia portuguesa da 
América: o Governo Geral, mas ele não resultou no fim 
do sistema de capitanias. Com ele, o poder não se 
concentrava mais nos particulares, com a figura de seus 
donatários, mas nos funcionários nomeados pelo rei, cuja 
função era comandar a região em nome da monarquia e 
com poderes centralizados. Deste modo, expressava-se 
um modo de governar contrário às capitanias hereditárias, 
na tentativa de criar um gerenciamento de governabilidade 
que estivesse sob o controle do rei e não de privados. 
 
GOVERNOS GERAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:http://www.jurassico.com.br/aulas-de-historia/governo-geral/ 
 
O insucesso das Capitanias Hereditárias mostrou a 
impossibilidade da colonização com base apenas no 
capital particular. O Governo Geral foi instituído pelo rei 
D. João III em 1548, a conselho de Luís de Góis. Foi 
criado tendo em vista a necessidade de organizar e 
centralizar a administração, exercer uma melhor 
fiscalização, promover a defesa da Colônia contra os 
ataques estrangeiros e para dar " favor e ajuda" aos 
donatários das Capitanias. 
 As atribuições do Governador Geral estavam no 
Regimento (Regimento de Almeirim ou Regimento da 
Castanheira) que foi entregue a Thomé de Souza na cidade 
de Almeirim Portugal. Nesse documento, de 17 de 
dezembro de 1548, Dom João III estabeleceu as funções 
do Governador do Brasil, criando um elo entre as 
Capitanias, e definiu as diretrizes para a fundação da 
cidade do Salvador, a capital e a sede do Governo Geral. 
Os três auxiliares do Governador Geral eram: provedor-
mor, ouvidor-mor e o capitão-mor da costa. O provedor-
mor era encarregado de assuntos financeiros; o ouvidor-
mor cuidava de assuntos judiciais; o capitão-mor da costa 
era encarregado da defesa. 
O Governo Geral foi criado mediante em 
Regimento que procurava superar os antigos obstáculos 
encontrados. Seus artigos dão atribuições muito bem 
definidas ao novo representante do governo português na 
Colônia. 
 
 Competências do Governador Geral: 
 coordenar a defesa da terra contra ataques, 
instalando e refazendo fortes, construindo navios e 
armando os colonos; 
 fazer alianças com os índios, iniciando sua 
catequese; 
 explorar o sertão, informando a Coroa 
Portuguesa sobre as descobertas feitas, principalmente 
sobre metais preciosos; 
 doar sesmarias, facilitando o estabelecimento de 
engenhos; 
 proteger os interesses metropolitanos no que diz 
respeito ao estanco do Pau Brasil e à arrecadação de 
impostos. 
 
É importante lembrar que o Governo Geral não 
foi criado para acabar com as Capitanias hereditárias, 
mas simpara centralizar a administração. 
 
As Capitanias continuaram existindo e sendo 
administradas pelos seus donatários, que, entretanto, a 
partir daí, deveriam prestar obediência política ao 
Governador Geral. O que desapareceu foi a 
descentralização política, pois o governador como 
representante do rei português, simbolizava a autoridade 
suprema na Colônia, o poder centralizado de onde 
partiam as decisões políticas em nome de Portugal. 
 Os três primeiros Governadores do Brasil foram, 
respectivamente, Tomé de Souza, Duarte da Costa e Mem 
de Sá. 
 
1º Governador Geral (Tomé de Souza - 1549/1553) 
Os fatos principais foram: chegou à Bahia em 1549 e, 
neste mesmo ano, fundou Salvador, a primeira cidade e 
capital brasileira. Foi auxiliado pelo náufrago Diogo 
Álvares Correia ("Caramuru"); trouxe o primeiro grupo de 
padres jesuítas incluindo Manuel da Nóbrega para iniciar o 
trabalho de catequese; criação do primeiro bispado do 
Brasil, sendo D. Pedro Fernandes Sardinha nosso 
primeiro (1551); realizado uma visita às Capitanias do Sul; 
mandou que se organizasse uma expedição para fazer o 
reconhecimento do interior da Bahia (Francisco Bruza 
Espinoza). Incrementou a cultura da cana-de-açúcar; 
importou gado da ilha de Cabo Verde; introduziu escravos 
negros africanos no Brasil. 
 
2º Governador Geral (Duarte da Costa - 
1553/1557) 
Fatos principais: trouxe sete jesuítas incluindo o " 
Apóstolo do Brasil e do Novo Mundo" (José de 
Anchieta); houve a invasão da Baía de Guanabara pelos 
franceses chefiados por Villegaignon; surgiu a questão 
entre o 1º Bispo e o filho do Governador (Álvaro da 
Costa); foi fundado o colégio de São Paulo de Piratininga 
pelos padres jesuítas (Nóbrega, Anchieta, Manuel de 
Paiva, Leonardo Nunes e Outros); houve uma insurreição 
dos indígenas ("Confederação dos Tamoios") chefiada por 
Cunhambebe. 
 
3º Governador Geral (Mem de Sá - 1558/1572) 
Expulsão dos franceses da Baía de Guanabara, graças 
à participação dos tamoios pelos jesuítas Nóbrega e 
Anchieta ("Paz de Iproig"); fundação da cidade de São 
Sebastião do Rio de Janeiro por Estácio de Sá (1565); 
organização de três entradas (expedições oficiais em busca 
de ouro); combate à escravização indígena e antropofagia; 
chegada do segundo Bispo do Brasil (D. Pero Leitão), em 
1559, o primeiro havia sido ¨servido¨ num ritual 
antropofágico em 1556 – Bispo Sardinha. 
 
 
 
 
http://www.jurassico.com.br/aulas-de-historia/governo-geral/
 
 
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HHIISSTTÓÓRRIIAA 
DIVISÃO DO BRASIL EM DOIS GOVERNOS 
1572-78 
 
Em 1572, o rei de Portugal, Dom Sebastião, resolveu 
dividir o Brasil em dois governos: Ao Norte, sediado em 
Salvador, sob a chefia de Luís de Brito e Almeida e ao Sul 
sediado no Rio de Janeiro, chefiado por Antônio Salema. 
Durante os séculos XVI e XVII, o Brasil sofreu 
saques, ataques e ocupações de países europeus. Estes 
ataques ocorreram na região litorânea e eram organizados 
por corsários ou governantes europeus. Tinham como 
objetivos o saque de recursos naturais ou até mesmo o 
domínio de determinadas regiões. Ingleses, franceses e 
holandeses foram os povos que mais participaram destas 
invasões nos primeiros séculos da História do Brasil 
Colonial. Neste período Portugal vivia a chamada União 
Ibérica, que elevou o Rei Espanhol Felipe II ao trono 
português do período de 1580 a 1640. 
Contudo, antes disso, Portugal já havia estabelecido 
relações comerciais com os ricos negociantes holandeses, 
que passaram a financiar a produção açucareira no Brasil e 
a controlar toda a sua comercialização no mercado 
europeu. Por outro lado, no mesmo período, a Espanha 
pretendia dominar todo o território dos Países Baixos, na 
qual a Holanda estava situada, pois a circulação de 
mercadorias naquela região contribuía significativamente 
para abastecer os cofres do tesouro espanhol. 
Em 1581, sete províncias do Norte dos Países Baixos, 
incluindo a Holanda, criaram a República das Províncias 
Unidas e passaram a lutar por sua autonomia em relação 
aos espanhóis. Ao incorporar Portugal na União Ibérica, 
aproveitando-se do seu controle sobre o Brasil, a Espanha 
planejou impedir que os holandeses continuassem a 
comercializar o açúcar brasileiro. Era uma tentativa de 
sufocar economicamente a Holanda e impedir sua 
independência. 
 
ECONOMIA E SOCIEDADE AÇUCAREIRA 
 
 
Fonte:http://pt.slideshare.net/QuedmaSilva/engenho-de-acar-36398131 
 
A economia açucareira foi a base da colonização 
portuguesa na América. Desde o início da colonização, 
Portugal procurava estimular o povoamento da região 
recém descoberta através da produção do açúcar, 
buscando fixar os colonos na terra, que até então servia 
principalmente de extração do Pau Brasil nas feitorias 
espalhadas pelo litoral. 
Contudo, foi apenas com a introdução das capitanias 
hereditárias que esse produto vingou. Oriundo do oriente 
e tido como importante especiaria na Europa (utilizada 
pelos grandes nobres, no casamento de princesas, posse 
de reis, etc.), sua implementação na cultura portuguesa 
teve seus resquícios com a invasão dos mouros na 
península ibérica, os quais inseriram diversos elementos na 
região, incluindo o açúcar. Com as cruzadas, os interesses 
por esse produto foram ampliados, de modo que seu 
cultivo foi prosperando no norte da África e séculos 
depois encontrou nas ilhas atlânticas o espaço de 
desenvolvimento sob o qual os portugueses tiveram suas 
primeiras experiências na plantação e comercialização do 
açúcar em grande escala. 
Assim como as capitanias hereditárias, a produção de 
açúcar foi anteriormente testada nestas ilhas, servindo de 
base e experimentação para futuramente serem utilizadas 
no Brasil. 
O povoamento de europeus na América deveria ser 
sustentava a partir de bases econômicas que oferecessem 
vantagens aos novos colonos. A opção mais rentável foi 
pela empresa açucareira. A conhecida prosperidade que 
acompanhou o crescimento das principais capitanias, São 
Vicente e Pernambuco, teve na adaptabilidade das mudas 
de plantação de açúcar uma importante base de 
crescimento. O clima e o solo fértil, além das imensas 
terras, foram determinantes na organização das primeiras 
vilas e cidades coloniais, as quais emergiram na 
dependência da produção desta especiaria. Entretanto, das 
duas capitanias que prosperaram, Pernambuco ainda foi 
mais longe (São Vicente encontrou imensas dificuldades 
no começo do XVII e já não apresentava os lucros de 
anos anteriores), chegando a ser o maior produtor de 
açúcar do mundo em fins do século XVI, concorrendo 
com o Recôncavo Baiano, contexto de grande 
lucratividade para os portugueses. 
Duarte Coelho, em Pernambuco, desde os primeiros 
anos de assentamento na região estimulava o plantio de 
açúcar. Tanto é que em 1535 já nasciam os primeiros 
engenhos, crescendo vertiginosamente nas décadas 
posteriores. 
Portanto, nota-se o rápido crescimento estimulado 
pelo clima favorável, solo de massapê e alianças com os 
indígenas locais. Nesse sentido, a empresa do açúcar 
ganhou intensa expansão, ampliando-se rapidamente para 
o Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Bahia. 
Acontece que juntamente com esse alargamento e 
predomínio das zonas canavieiras, surgiram vilas e cidades 
que projetavam a vida dos engenhos e das senzalas. O 
alargamento do plantio açucareiro estimulou o 
crescimento de atividades paralelas, a exemplo da 
produção de subsistência, em especial da farinha de 
mandioca, principal alimento dos escravos. A pecuária 
tivera que ser multiplicada pela necessidade da sua força 
motriz utilizada nas moendas, bem como nos transportes. 
Portos foram ganhando cada vez mais circulação de 
pessoas e mercadorias, dinamizando as atividades locais e 
fortalecendo o crescimento de certas regiões. Nesse 
sentido, a empresa colonial girava em torno da cana: 
formação de vilas e cidades, defesa do território, relações 
entre grupos sociais. 
Sua produção esteve baseada no esquema da Plantation, 
definida pelaexportação de um determinado gênero 
(monocultura), criado em larga escala, utilizando imensos 
latifúndios, com base na mão de obra escrava. 
As primeiras camadas a serem definidas em torno da 
produção açucareira eram os senhores de engenho e os 
escravos. Estes últimos foram bastante impulsionados por 
aquela atividade econômica, reconhecida como sua 
 
 
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HHIISSTTÓÓRRIIAA 
principal força motriz. Os senhores viviam em suas casas 
grandes, junto com familiares, agregados e escravos 
domésticos, enquanto o escravo residia nas senzalas. 
O desenvolvimento do açúcar permitiu a 
diversificação de grupos sociais, como as diversas artes 
liberais (sapateiro, carpinteiro, alfaiate, pescador, entre 
outros) que se proliferaram nas áreas urbanas e deram tom 
à dinâmica econômica das áreas adjacentes aos engenhos. 
Ao mesmo tempo, desembarcavam em Pernambuco 
escravos de várias etnias africanas, utilizados como mão 
de obra nas lavouras. Eles constituíam elementos 
fundamentais na produção açucareira, responsáveis pela 
fabricação e transportes das sacas. O tráfico de escravos, 
fenômeno que envolvia a compra, deslocamento e venda 
de escravos entre África e Brasil, encontrou ambiente 
bastante favorável em Pernambuco, despejando milhões 
de africanos como mão de obra da produção local e 
fomentando o porto do Recife devido à lucratividade 
derivada do comércio de cativos. 
O possuir escravos era um sinal de prestígio e poder, 
servindo, em algumas situações, como produtos de 
exibição. Já os senhores eram detentores de 
comportamentos associados à fidalguia portuguesa, sendo 
a partir do século XVII vistos como membros da 
“nobreza da terra”, em função dos serviços de 
colonização e expulsão dos invasores neerlandeses. Seus 
trajes, participação em cerimônias, controle da 
administração e política local através de sua inserção nas 
câmaras revelam o poder que era revestido a essas 
pessoas, que estão na base da formação do patriarcalismo, 
concentração de terras e rendas ainda persistente no 
Brasil. 
 
 
Representação da relação senhor e escravo. 
 
Fonte: http://www.fcnoticias.com.br/senhor-de-engenho-e-
escravos/ 
 
Portanto, a economia açucareira assumiu um papel 
fundamental nos primeiros passos de construção das 
sociedades coloniais, bem como na fixação de colonos e 
na exploração da terra que visava sobretudo enriquecer a 
metrópole, com a mercadoria sendo monopolizada e 
exportada pelos comerciantes régios. O Brasil se tornou, a 
partir de então, uma região açucareira de grandes 
latifúndios. Pernambuco, em especial, dependerá por 
séculos da exportação desse produto, embora tivesse 
importância também a plantação de mandioca e algodão. 
 
ATIVIDADES ECONÔMICAS DO BRASIL 
COLÔNIA 
 
 Aspectos gerais "A mentalidade mercantilista entre 
os séculos XIV e XV caracterizou-se pelo espírito do 
lucro fácil e enriquecimento rápido". "Portugal não 
pensou no Brasil como região para onde seria transferida a 
população. Considerou sua Colônia americana como 
supridora ou fornecedora de matérias primas e 
consumidora de produtos enviados pela metrópole". 
 
Ciclos econômicos 
Fonte;https://descomplica.com.br/blog/geografia/mapa-mental-
industrializacao-brasileira/ 
 
 O estudo da formação econômica do Brasil pode ser 
orientado através do estudo dos ciclos, isto é, o período 
no qual determinado produto ou atividade econômica 
constituiu realmente o esteio econômico básico da 
Colônia. Segundo este conceito os ciclos de nossa 
economia podem ser limitados, no tempo, da seguinte 
forma: ciclo do Pau Brasil (de 1500 a 1553); ciclo da 
cana-de-açúcar (de 1600 a 1700); ciclo do ouro ou da 
mineração (de 1700 a 1800). 
 
Importantes aspectos 
 
As características básicas eram monocultura, 
escravidão, latifúndio e exportação. Elas estão mais 
identificadas com a produção açucareira. Principais 
produções: açúcar e mineração. Atividades subsidiárias: 
algodão, tabaco, extrativismo vegetal. 
Outra forma de produção não escravista: a pecuária. A 
existência de "produtos-rei" ou "ciclos" em nossa 
economia resulta da dependência ao mercado externo, ou 
seja, uma produção voltada basicamente para o exterior. 
Manufaturas que se desenvolveram na etapa colonial: 
charqueadas e curtumes, cerâmica e cordoaria, estaleiros, 
caieiras, artefatos de ferro, ourivesaria, manufaturas de 
tecidos, etc. 
 
Companhia de comércio 
 
Portugal exerceu, inicialmente, o direito de 
exclusividade (monopólio) sobre certos produtos (ex.: Pau 
Brasil). No período da União Ibérica (1580 - 1640), o 
monopólio tornou-se total. Após a União Ibérica, 
Portugal continuou com o sistema de monopólio, através 
das Companhias de Comércio. 
 As Companhias de Comércio na época colonial 
foram: 
- Companhia Geral do Comércio do Brasil (1649). 
Contribuiu para a expulsão dos holandeses do Nordeste 
brasileiro, sendo criada por sugestão do Padre Vieira. 
http://www.fcnoticias.com.br/senhor-de-engenho-e-escravos/
http://www.fcnoticias.com.br/senhor-de-engenho-e-escravos/
 
 
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HHIISSTTÓÓRRIIAA 
- Companhia de Comércio do Estado do Maranhão 
(1682). Esteve ligada à revolta de Beckman . 
- Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e 
Maranhão (1755) e 
- Companhia Geral de Comércio de Pernambuco e da 
Paraíba (1759). Foram criadas pelo Marquês de Pombal. 
 
A agroindústria açucareira A empresa açucareira foi a 
solução que possibilitou a valorização econômica das 
terras descobertas e dessa forma garantiu a posse pelo 
povoamento da América Portuguesa. O cultivo da cana-
de-açúcar desenvolveu-se no litoral, especialmente na 
Zona da Mata Nordestina. A cana-de-açúcar foi o mais 
importante produto agrícola até o Primeiro Reinado. Esta 
atividade favoreceu o aparecimento de uma nova estrutura 
social e econômica. 
Durante mais de século e meio, a produção do açúcar 
representou, praticamente, a única base da economia 
brasileira. Até meados do século XVII, o Brasil foi o 
maior produtor mundial de açúcar. A escolha da empresa 
açucareira não foi feita por acaso. Os portugueses 
escolheram a exploração da monocultura da cana-de-
açúcar porque, além de seu aspecto econômico, ela 
viabilizaria a colonização do país. Obs.: Portugal não tinha 
condições econômicas suficientes para estabelecer 
sozinho, uma empresa açucareira no Brasil. A Coroa vai 
fazer uso do Sistema de Capitanias hereditárias. 
 
Consequências da produção açucareira: 
 ocupação das terras úmidas do litoral nordestino 
(Zona da Mata); 
 a formação da família patriarcal; 
 surgimento de uma aristocracia rural (os 
senhores-de-engenho); 
 as invasões holandesas no Nordeste ("Guerra do 
açúcar"); 
 introdução do escravo negro africano; 
 fixação do colono à terra; 
 progresso das Capitanias de Pernambuco e São 
Vicente; 
 desenvolvimento da monocultura e do latifúndio; 
 surgimento de povoados, vilas e cidades. 
 
O sociólogo Gilberto Freyre no livro "Casa 
Grande e Senzala", descreveu muito bem a 
sociedade açucareira nordestina onde predominava 
o patriarcalismo. Atividade pastoril A criação de 
gado (pecuária) durante o Brasil Colônia esteve, 
inicialmente, associada ao cultivo da cana-de-
açúcar junto ao litoral, porque era uma atividade 
acessória (de subsistência) 
 
Com a expansão da agroindústria açucareira surgiram 
conflitos entre criadores de gado e plantadores de 
cana. O gado foi obrigado a se deslocar para o sertão, 
porque as terras do litoral eram necessárias ao cultivo 
da cana-de-açúcar. Junto ao Rio São Francisco ("Rio 
dos Currais") surgiram várias fazendas de gado como a de 
Garcia D'Ávila, proprietário da Casa de Torre e Guedes 
de Brito. A iniciativa de afastar o gado do litoral partiu dos 
senhores de engenho, no que foram apoiados pela 
metrópole. 
Pecuária Bovina no Nordeste 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://schafergabriel.blogspot.com.br/2014/11/o-ciclo-do-acucar-
e-escravidao-no-brasil.html 
 
 A pecuáriabovina foi introduzida no Brasil em 
meados do século XVI e se desenvolveu inicialmente em 
Pernambuco e na Bahia, de onde penetrou para os sertões 
consumidores desse produto brasileiros. Apesar da sua 
importância como elemento de penetração e de 
povoamento de várias regiões, a pecuária bovina foi 
sempre uma atividade secundária, complementar portanto 
às atividades econômicas principais como a lavoura 
cavadeira e mais tarde a mineração. Importante como 
fornecedora de força de tração animal e meio de 
transporte para os engenhos, além de ser fonte de 
alimento e de couro, a pecuária não exigia, como o 
engenho, muito capital para seu desenvolvimento. Por 
isso mesmo, era muito mais fácil instalar uma fazenda de 
gado do que um engenho de açúcar. Para formar uma 
fazenda de gado, o eventual fazendeiro não precisava de 
mão de obra abundante nem de importar equipamentos 
caros. O fundamental era a terra, em grande extensão e 
aberta ao desbravamento no interior da colônia. 
Para os senhores de engenho, era importante afastar o 
gado dos engenhos porque ele causava-lhes prejuízos, pois 
estragava o plantio da cana-de-açúcar, e a sua importância 
era absolutamente inferior. O gado servia apenas como 
alimento, transporte e força de trabalho em alguns 
engenhos, ao passo que a empresa açucareira era, então, a 
fonte fundamental da riqueza colonial. Por essa razão o 
gado foi afastado do litoral e penetrou para o interior em 
busca de novas pastagens e outros alimentos naturais. 
O sertão nordestino seria, finalmente, povoado. Nas 
margens do Rio São Francisco nasceram e cresceram 
muitas fazendas de gado no decorrer do século XVII. A 
pecuária era o vínculo de ligação do senão do Nordeste 
com o litoral açucareiro. As fazendas nordestinas do senão 
abasteciam a zona do açúcar, ao mesmo tempo que se 
tornavam área de atração para as pessoas pobres e 
marginalizadas daquela região, que viam na pecuária uma 
possibilidade de melhorar sua condição de vida. 
Geralmente a fazenda de gado exigia pouca mão de 
obra. Os trabalhadores (vaqueiros) eram livres e só 
excepcionalmente se encontrava um negro numa fazenda 
do senão nordestino. Os vaqueiros eram brancos, 
mestiços, poucos negros livres e alguns índios. 
Além de um pequeno salário, o vaqueiro era pago com 
um quarto das crias, que ele recebia após cinco anos de 
trabalho. Essa forma de pagamento era um grande 
estímulo para o vaqueiro que sonhava em ser fazendeiro e 
se instalar por conta própria, passados os cinco anos. 
http://schafergabriel.blogspot.com.br/2014/11/o-ciclo-do-acucar-e-escravidao-no-brasil.html
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A pecuária foi responsável pelo povoamento do sertão 
nordestino da Bahia ao Maranhão. Foi um excelente 
instrumento de expansão e colonização do interior do 
Brasil. Com ela surgiram muitas feiras que deram origem a 
importantes centros urbanos, como por exemplo Feira de 
Santana, na Bahia. No século XVIII, com a mineração, a 
pecuária nordestina ganhou novo impulso econômico. A 
necessidade de abastecimento das zonas mineradoras 
elevou o preço da carne bovina e, consequentemente, 
estimulou os criadores nordestinos a expandir suas 
atividades. 
 
A MINERAÇÃO 
 
O ciclo do ouro, diamantes e pedras preciosas fez com 
que nosso país passasse a ter novas riquezas. Teve 
importância decisiva na ocupação da região de Minas 
Gerais, Mato Grosso, Goiás e Planalto Baiano. A 
mineração tornou-se a mais importante atividade 
econômica do Brasil Colônia no século XVIII. 
Pela própria característica desta atividade, altamente 
lucrativa, a Coroa, para evitar evasão de divisas, teve que 
exercer controle direto sobre a produção. Foi assim a 
atividade econômica que maior fiscalização sofreu por 
parte de Portugal. De início, era permitida a livre 
exploração, devendo ser pago como tributo a metrópole, a 
quinta parte (20%) de tudo que era extraído ("o quinto"). 
Depois dos primeiros achados de ouro em Minas Gerais 
(1693), surge o Regimento de Superintendentes, guardas-
mores e oficiais deputados para as minas de ouro (1712), 
em que era estabelecido a Intendência das Minas, através 
da qual o superintendente dirigia, fiscalizava e cobrava o 
tributo ("o quinto"). 
Foi estabelecida depois a cobrança indireta através da 
capitação, isto é, um tributo fixo pago em ouro e que 
recaia sobre cada um dos trabalhadores empregados nas 
minas. Para evitar o descaminho e o contrabando, 
Portugal proibiu a circulação de ouro em pó e em pepitas 
e criou as Casas de Fundição (1720). Quando o quinto 
arrecadado não chegava a cem arrobas (1500 kg), 
procedia-se a "Derrama", isto é, obrigava-se a população a 
completar a soma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Havia dois tipos de extração de ouro: a faiscação e as 
lavras. 
A faiscação ou faisqueira era a pequena extração, feita 
por homens livres e nômades; era uma atividade realizada 
normalmente nas areias dos rios ou riachos. 
As lavras eram a extração de grande porte, exigiam 
maior investimento de capital, eram estabelecimentos 
fixos, dispondo de mão de obra escrava e algumas 
ferramentas. A lavra foi o tipo de extração mais 
frequente na fase áurea da mineração. 
 Intendência das Minas 
 
Era o órgão responsável pelo policiamento da 
mineração, pela fiscalização e direção da exploração das 
jazidas. Era o local onde se fazia o registro das minas 
descobertas. Funcionou como tribunal e era responsável 
pela cobrança de impostos. A descoberta de uma jazida 
deveria ser comunicada ao Intendente das Minas que 
procedia a divisão das datas (lotes). 
O indivíduo que havia descoberto tinha o direito de 
escolher os dois primeiros lotes. Em seguida, era escolhida 
uma data para a Fazenda Real, que depois a vendia em 
leilão. Os outros lotes eram sorteados entre os 
interessados presentes. 
Mão de obra O negro escravo africano predominou 
como mão de obra na área mineradora. O negro, na área 
mineradora, desfrutava de uma situação melhor do que na 
região açucareira: podia conseguir a carta de alforria, 
pagando certa quantia. 
 Áreas de produção As principais áreas mineradoras 
no Brasil Colônia foram Minas Gerais, Mato Grosso e 
Goiás, ou seja, a parte Centro Sul do país. 
Apogeu da mineração O século XVIII corresponde à 
fase de apogeu da mineração, levando certo autor a falar 
na "Idade do Ouro" do Brasil. Neste período houve 
grande desenvolvimento artístico e cultural na região de 
Minas Gerais, como o estilo barroco das construções das 
igrejas e moradias, a Escola Literária Mineira, as esculturas 
do "Aleijadinho", as músicas cantadas nas igrejas e 
associações religiosas. 
 
TRATADO DE METHUEN - 1703 
 
O tratado estipulava o seguinte: 
 Portugal admitia só consumir tecidos ingleses. 
 A Inglaterra admitia só consumir vinhos 
portugueses. 
 
Como consequência desse tratado, Portugal tornou-se 
um país exclusivamente agrário, o que prejudicou as 
possibilidades de desenvolvimento de uma indústria 
manufatureira, colocando o país submisso ao capital 
inglês. O tratado tornou-se um dos motivos para o 
escoamento do ouro brasileiro para os cofres britânicos. 
Declínio da mineração. As jazidas de ouro e 
diamantes encontradas no Brasil eram de aluvião. Isto 
quer dizer que elas estavam na superfície da terra e, por 
isso mesmo, era mais fácil explorá-las. Por esse motivo, as 
jazidas se esgotaram rapidamente e a mineração entrou em 
decadência. 
 Em 1765, o Marquês de Pombal, ministro português, 
determinou a cobrança de impostos atrasados. Esta 
cobrança, denominada "derrama", era feia com muita 
violência pelas autoridades portuguesas. Extração de 
diamantes O Brasil foi o primeiro grande produtor 
moderno de diamantes. Os primeiros achados foram na 
região do Arraial do Tijuco, depois Distrito Diamantino 
(subordinado diretamente a Portugal) e atual cidade de 
Diamantina situada emMinas Gerais. 
Consequências A atividade mineradora ocasionou 
muitas transformações para a Colônia (Brasil) e trouxe 
consequências (internas e externas) no plano político, 
social e econômico. 
 
 
 
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Podemos alinhar como consequência da mineração: 
- o surgimento das inúmeras povoações (núcleos 
urbanos) no interior: as "Vilas do Sertão"; 
- o controle direto do sistema de produção mineral 
pela Coroa, para assegurar grandes núcleos na exploração 
das minas; 
- surgimento de reações contra a política fiscal 
(Revolta de Vila Rica e Inconfidência Mineira); 
- a transferência da capital em 1763, da Bahia 
(Salvador) para o Rio de Janeiro, que tornar-se-á o 
principal centro urbano da Colônia; 
- progresso cultural com o aparecimento do estilo 
barroco nas igrejas de Minas Gerais e os trabalhos 
esculpidos por "Aleijadinho"; 
- deslocamento do eixo econômico do Nordeste 
açucareiro (em crise) para a área mineradora (Centro Sul); 
- surgimento do mercado interno por causa do 
desenvolvimento do comércio; 
- ocupação de todo o centro do continente sul-
americano pela colonização portuguesa; 
- abertura das primeiras estradas entre o interior 
"sertão" e o litoral; 
- desenvolvimento da pecuária. 
 
O ciclo do ouro e do diamante foi responsável por 
profundas mudanças na vida colonial. Em cem anos a 
população cresceu de 300 mil para, aproximadamente, 3 
milhões de pessoas, incluindo aí, um deslocamento de 800 
mil portugueses para o Brasil. Paralelamente foi 
intensificado o comércio interno de escravos, chegando 
do Nordeste cerca de 600 mil negros. Tais deslocamentos 
representam a transferência do eixo social e econômico do 
litoral para o interior da colônia, o que acarretou a própria 
mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, 
cidade de mais fácil acesso à região mineradora. 
A vida urbana mais intensa viabilizou também, 
melhores oportunidades no mercado interno e uma 
sociedade mais flexível, principalmente se contrastada 
com o imobilismo da sociedade açucareira. 
 
Cultivo do algodão 
 Inicialmente utilizado para a produção de 
vestimentas de pobres escravos, atingiu apogeu no século 
XVIII com o desenvolvimento da indústria têxtil, durante 
a Revolução Industrial. Teve grande produção no 
Maranhão e Pernambuco. 
 Cultivo do fumo O fumo (tabaco) era cultivado no 
litoral da Bahia (Recôncavo), de Sergipe e Alagoas, tendo-
se constituído num comércio complementar e dependente 
ao do açúcar pois servia para a troca (escambo) de 
escravos da África. 
 Extração das "Drogas do Sertão" "Drogas do 
Sertão" eram assim chamados os produtos extraídos da 
exuberante Floresta Amazônica, Pará e Maranhão. Na 
extração das "drogas do sertão" foi empregada a mão de 
obra indígena. "Droguistas do Sertão" eram expedições 
que penetravam no Vale Amazônico à procura destes 
produtos. "Tropas de Resgate" eram expedições militares 
que iam escravizar índios na Amazônia para trabalhar nas 
fazendas do Maranhão e Pará. 
 
 
 
 
MARCAS DA SOCIEDADE COLONIAL 
 
 Basicamente três grupos étnicos entraram na 
formação da sociedade colonial: o indígena, o europeu 
(português) e o negro africano. Desde o início da 
colonização mesclaram-se os grupos étnicos, através da 
miscigenação racial, originando-se vários tipos de 
mestiços: 
- do branco com o negro = mulato 
- do branco com o índio = mameluco (caboclo) 
- do negro com o índio = cafuzo 
 
As condições históricas da colonização criaram formas 
de convivência e adaptação entre as raças formadoras da 
etnia brasileira. Os índios sempre que conseguiram, 
optaram pelo isolamento. Já o convívio entre portugueses 
e africanos obedecia às regras do sistema escravista aqui 
implantado, resultando em maior aproximação e em 
verdadeira promiscuidade. 
A Sociedade Colonial Nos séculos XVI e XVII a 
sociedade colonial brasileira era basicamente rural 
(agrária), patriarcal e escravista, onde a atividade 
econômica predominante era a agricultura (cana-de-açúcar 
e tabaco). 
 
 
 
Fonte:http://schafergabriel.blogspot.com.br/2014/11/o-ciclo-do-
acucar-e-escravidao-no-brasil.html 
 
Esta sociedade era rigidamente estratificada: no vértice da 
pirâmide estavam os grandes proprietários rurais 
(“senhores de engenho”), que formavam uma aristocracia 
rural; na base havia um contingente numeroso de escravos 
e dependentes. 
 
As principais nações indígenas 
 
Usando-se critérios linguísticos, podemos dividir os 
índios do Brasil em quatro nações: 
- Caraíbas - encontrados no norte da bacia Amazônica; 
- Nuaruaques - encontrados na bacia Amazônica, até 
os Andes; 
- Jês ou Tapuias - encontrados no Planalto Central 
brasileiro; 
- Tupis - encontrados por toda a costa atlântica e 
algumas áreas do interior. 
 
 
 
 
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11 
 
HHIISSTTÓÓRRIIAA 
A maior parte dos indígenas que habitavam o litoral 
do Brasil na época do descobrimento pertencia ao grupo 
linguístico tupi. O indígena brasileiro encontrado pelos 
portugueses vivia num regime de comunidade primitiva, 
ou seja, uma forma de organização social onde a ausência 
da propriedade privada dos meios de produção resulta 
numa economia comunitária, onde não existiam classes 
sociais. 
Contribuições Os índios deram importante 
contribuição para os costumes, cultura e a formação do 
povo brasileiro. Dentre essas contribuições, podemos 
destacar: o uso da rede para dormir, tão comum nas 
regiões Norte e Nordeste; a utilização do milho, da 
mandioca, do guaraná, etc; as técnicas da coivara, ou 
queimada das roças antes de fazer novo plantio e diversos 
vocabulários falados no idioma. 
 A escravidão e o extermínio indígena Na época do 
descobrimento, a população indígena do Brasil era de mais 
de um milhão de pessoas. 
 Atualmente, está reduzida a menos de cem mil. 
Os primeiros contatos entre brancos e índios foram 
amigáveis. Mais tarde, quando teve início a exploração 
agrícola, os índios passaram a ser um obstáculo para os 
colonizadores, que precisavam de suas terras e de seu 
trabalho. Assim, os indígenas começaram a ser obrigados 
ao trabalho da lavoura. 
 Muitos índios foram massacrados ou 
escravizados pelo colonizador, que lhes roubava a terra e 
atacava suas mulheres. A escravidão dos indígenas 
acontecia principalmente nas áreas mais pobres, onde 
havia poucos recursos para a compra de escravos negros. 
O maior exemplo disso foi a Capitania de São Vicente 
(São Paulo), nos séculos XVI e XVII; de lá partiam as 
bandeiras do ciclo do apresamento indígena, que 
promoviam verdadeiras guerras de extermínio. 
 
O NEGRO NO BRASIL COLONIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto: Escravidão – ONU 
 
Os negros foram introduzidos no Brasil a fim de 
atender às necessidades de mão de obra e às atividades 
mercantis (tráfico negreiro). O comércio de escravos 
africanos para o Brasil teve início nos primeiros tempos da 
colonização. Na África os negros eram trocados por 
aguardentes de cana, fumo, facões, tecidos, espelhos, etc. 
Os africanos que vieram para o Brasil pertenciam a 
uma grande variedade de etnias. De modo geral, podemos 
classificar os negros entrados no Brasil em três grandes 
grupos: 
 Sudaneses - oriundos da Nigéria, Daomé, Costa 
do Ouro. Compreendia os iorubas, jejês, minas, fanti-
ashanti e outros. Localizados inicialmente na Bahia, depois 
se espalharam pelas regiões vizinhas. 
 Bantos - divididos em dois grupos: Congo 
angolanos e moçambiques. Os bantos foram traduzidos 
para o Rio de Janeiro, Maranhão e Pernambuco. 
 Malês - eram os sudaneses islamizados. 
 
Os negros possuíam religião politeísta e suas crenças 
mesclaram-se ao cristianismo (sincretismo religioso). A 
escravidão negra no Brasil não foi apenas uma questão de 
preferência do negro ao índio, mas sim uma questão de 
interesse da burguesia e do governo português, que já se 
enriqueciam com o tráfico negreiro antes da descoberta 
do Brasil. 
 
Aprisionados ou trocados, os negroseram trazidos 
para o Brasil nos porões dos navios negreiros (tumbeiros). 
Durante a viagem, morriam cerca de 40% dos traficados. 
Marcados com ferro em brasa, os negros eram 
embarcados em Angola, Moçambique e Guiné e 
desembarcados em Recife, Salvador e Rio de Janeiro. O 
negro entrou na sociedade colonial brasileira como cultura 
dominada; as marcas da escravidão persistem até os dias 
de hoje. 
 
As contribuições dos negros para a cultura brasileira O 
negro deu importantes contribuições para a cultura e para 
a formação do povo brasileiro, podendo citar-se: 
 diversos vocábulos falados no idioma; 
 hábitos alimentares, principalmente da culinária 
baiana; 
 instrumentos musicais, como tambores, 
atabaques, flautas, marimbas, cuícas e berimbaus; 
 ritmo musical das canções populares brasileiras, 
como o samba; 
 danças, como o cateretê, o jongo, etc. (folclore). 
 
No campo, o negro foi a mão de obra nos canaviais e 
nas roças de tabaco do Brasil colônia, e nos cafezais e 
algodoais à época do império. O negro do campo esteve 
sempre, mais do que qualquer outro, à disposição do 
senhor. Era este quem cuidava das suas vestimentas, 
alimentação e moradia. 
 
Enquanto o tráfico negreiro não despertou indignação 
e revolta e mesmo sanções internacionais, o negro escravo 
foi alvo dos castigos mais atrozes e aviltantes que um ser 
humano podia enfrentar: tronco, açoite, viramundo, cepo, 
libambo, peia, gonilha são denominações das brutalidades 
terríveis a que foi submetido, isso quando a agressão não 
era maior, como pontapés no ventre de escravas gestantes, 
olhos vazados e dentes quebrados a martelo. O trabalho 
de sol a sol (cerca de 14 horas por dia) transformava o 
negro de campo num verdadeiro trapo humano. Como 
reação, os negros tentaram organizar-se em quilombos, 
promover levantes ou abandonar em massa as fazendas, e 
quase sempre foram reprimidos a ferro e fogo. 
 No que se refere à legislação, com passar dos anos 
os movimentos abolicionistas foram rompendo a 
resistência da elite e ganhando espaço político, resultando 
na aprovação de leis que minimizavam o poder da 
escravidão, como a Lei do Ventre Livre, de 1871 e a dos 
sexagenários, em 1885. Alguns negros foram alforriados 
por prestarem serviços especiais, como os soldados de 
Henrique Dias, os praças do batalhão de Libertos da 
 
 
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HHIISSTTÓÓRRIIAA 
guerra da independência na Bahia e os escravos que 
serviram às tropas brasileiras na guerra do Paraguai. No 
final do império, negros de "filiação desconhecida" 
obtiveram a liberdade com base na legislação que 
determinava que "o brasileiro só é escravo se nascido de 
ventre escravo". 
 O negro deixou marcas profunda na própria 
composição física do povo brasileiro. Apesar de muito se 
dizer ao contrário, os negros reagiram à opressão branca e 
iniciaram, no Brasil, os primeiros movimentos para a sua 
libertação, formando os quilombos. 
 
Quilombo é o nome que se dá à aldeia 
(comunidade) onde se concentravam escravos 
fugidos da exploração e dos maus-tratos sofridos nas 
fazendas, minas e casas de família do Brasil colonial. 
Os maiores quilombos eram formados por pequenas 
aldeias, os mocambos. Seus habitantes - quilombolas - 
tendiam a organizar-se política e economicamente como 
as tribos ou nações africanas de origem, o que era 
dificultado por conviverem num mesmo quilombo negros 
de diversas origens, mestiços e até índios das redondezas. 
De modo geral, as terras eram comunais e cada indivíduo 
ou família cultivava uma pequena parcela. Também era 
praticada a escravidão, que já existia em regiões da África. 
 Os quilombolas faziam incursões noturnas às 
fazendas, para buscar mulheres e encorajar novos 
companheiros a segui-los. Essa situação servia de 
justificativa para as expedições punitivas que, inicialmente, 
pretendiam capturar os fugitivos. Mais tarde, a 
prosperidade alcançada por alguns quilombos despertou a 
cobiça dos sertanistas e bandeirantes. Embora não 
tivessem forças armadas organizadas, raros foram os 
quilombos que caíram sem resistência. 
 O mais importante dos quilombos foi o dos 
Palmares. Localizava-se na Serra da Barriga, no atual 
Estado de Alagoas, e durou mais de 70 anos. Como 
Palmares significava a liberdade e, portanto, era uma 
atração constante para novas fugas de escravos, tinha de 
ser destruído pelos senhores prejudicados pela existência 
dessa rebeldia negra. 
 Palmares foi destruído em 1694, pelo bandeirante 
Domingos Jorge Velho, contratado pelos senhores de 
engenho. Em 1695, foi assassinado Zumbi, o maior líder 
negro da História do Brasil. Sua cabeça foi exposta em 
Pernambuco, no Pátio do Carmo, acabando com a lenda 
da sua imortalidade. 
 
As invasões holandesas 
 
Os holandeses reagiram rapidamente, concentrando 
seus esforços no controle das fontes dos produtos que 
negociavam. Surgiu assim, em 1602, a Companhia das 
Índias Orientais. Essa empresa, de porte enorme, se 
apossou dos domínios coloniais portugueses no Oriente. 
Em decorrência dos êxitos desse empreendimento, os 
holandeses criaram, em 1621, a Companhia das Índias 
Ocidentais. Esta ficou encarregada de recuperar o 
controle do açúcar brasileiro e monopolizar o seu 
comércio nos mercados europeus. 
Para controlar a produção e comercialização do 
açúcar, era necessário ocupar e se apoderar de partes do 
território colonial brasileiro, onde o açúcar era produzido. 
Desse modo, contando com uma frota composta de 26 
navios e 500 canhões, os holandeses iniciaram sua 
primeira invasão ao Brasil em 1624. Os holandeses 
atacaram a cidade de Salvador, na época o centro 
administrativo da colônia. Mas, um ano após terem 
chegado, foram expulsos, sem grandes dificuldades. 
 
Uma segunda tentativa de invasão se deu em 1630, 
dessa vez em Pernambuco. Os holandeses conseguiram 
conquistar as vilas de Olinda e Recife. Houve combates, 
mas os invasores holandeses resistiram e estabeleceram o 
controle de uma extensa parte do litoral brasileiro que ia 
do Sergipe ao Maranhão. 
 
A principal resistência a invasão foi comandada por 
Matias de Albuquerque até a queda do Arraial Velho do 
Bom Jesus e em fins de novembro de 1635, passou-se o 
comando a D. Luís de Rojas y Borja, que desembarcou 
em Jaraguá, em Alagoas, à frente de um novo contingente 
luso-espanhol. Próximo da vila de Porto Calvo, travou-se, 
em janeiro de 1636, a batalha de Mata Redonda, que 
resultou em nova vitória holandesa e na morte do 
comandante espanhol. 
 
Os ataques ao interior das capitanias de Pernambuco, 
de Itamaracá e da Paraíba continuaram e os engenhos e 
canaviais eram impiedosamente incendiados. Esse era o 
quadro do Nordeste quando chegou ao Recife, em 
fevereiro de 1637, o conde holandês João Maurício de 
Nassau-Siegen, que retomou Porto Calvo, expulsando as 
tropas coloniais para o sul do rio São Francisco, de onde 
elas se refugiaram na Bahia. 
 
MAURÍCIO DE NASSAU 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Maur%C3%
ADcio_de_Nassau 
 
Para o cargo de governador na Nova Holanda, foi 
nomeado o conde João Maurício de Nassau, que chegou 
ao Recife em janeiro de 1637. No período em que 
governou o Brasil Holandês, de 1637 a 1644, Nassau 
procurou estabelecer uma administração eficiente e um 
bom relacionamento com os senhores de engenho da 
região. Desse modo, foram colocados à disposição dos 
proprietários de engenho recursos financeiros, para serem 
utilizados na compra de escravos e de maquinário para o 
fabrico do açúcar. 
Nassau também criou as Câmaras dos Escabinos, 
que eram órgãos de representação municipal, a fim de 
estimular a participação política da população nas decisões 
de interesse local. 
 
 
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13 
 
HHIISSTTÓÓRRIIAA 
Durante o governo de Nassau, o Recife recebeu 
intensos investimentos. Uma nova região fora criada. Até 
então, o Recife era apenas um povoado de pescadores e 
comerciantes em torno do porto, onde escoava a riqueza 
destinadaaos senhores de engenho, residentes em Olinda. 
Entretanto, a invasão levou à destruição da sede da 
capitania de Pernambuco e a necessidade de erguer uma 
nova capital. Neste momento, o Recife foi escolhido, 
tendo sido alvo de construções diversas, como moradias, 
ruas, saneamento, iluminação, proibição de despejar lixos 
nas ruas e rios, além das pontes, sinagoga, igrejas, jardim 
botânico, palácios, entre outros. Uma nova cidade, com 
forte influência da arquitetura holandesa, fora criada. 
Mesmo depois da expulsão dos invasores, o Recife 
continuou crescendo e gerando concorrência à declinante 
Olinda. 
Os comerciantes residentes no Recife pós-holandês 
tiveram vários conflitos com os senhores de engenho de 
Olinda, que resultou na criação de uma nova câmara que 
viesse a atender os interesses dos recifenses, no ano de 
1710. Entretanto, reações existiram de modo que essa 
mesma câmara fora destruída pelos olindenses, 
indesejosos de ceder politicamente aos comerciantes. O 
conflito resultou no estabelecimento definitivo da câmara 
em 1711, no episódio que ficou conhecido como Guerra 
dos Mascates. 
Com o fim do domínio espanhol sob Portugal, em 
1640, o novo rei português, D. João IV, decidiu recuperar 
o Nordeste brasileiro retirando-o do domínio holandês. 
Esse período coincidiu com o descontentamento dos 
senhores de engenho do Nordeste brasileiro diante dos 
holandeses. Nassau já havia partido e, para explorar ao 
máximo a produção do açúcar brasileiro, a Holanda 
adotou inúmeras medidas impopulares, em especial o 
aumento dos impostos, o que contrariava os interesses 
dos proprietários de engenho. 
 
 Insurreição/Restauração pernambucana 
A luta contra os holandeses no Nordeste brasileiro foi 
iniciada pelos próprios senhores de engenho da Região e 
durou cerca de dez anos. Sob iniciativa dos senhores, os 
colonos da Região foram mobilizados e travaram várias 
batalhas contra os holandeses. As mais importantes foram 
a de Guararapes e Campina de Taborda. 
Mas a expulsão definitiva dos holandeses teve início 
em junho de 1645, em Pernambuco, através da eclosão de 
uma insurreição popular liderada pelo paraibano André 
Vidal de Negreiros, pelo senhor de engenho João 
Fernandes Vieira, pelo índio Felipe Camarão e pelo negro 
Henrique Dias. A chamada Insurreição Pernambucana 
chegou ao fim em 1654, tendo libertado o Nordeste 
brasileiro do domínio holandês. 
Porém, a expulsão dos holandeses do território 
brasileiro teria um impacto negativo sobre a economia 
colonial. Durante o período em que estiveram no 
Nordeste, os holandeses tomaram conhecimento de todo 
o ciclo da produção do açúcar e conseguiram aprimorar os 
aspectos técnicos e organizacionais do empreendimento. 
Quando foram expulsos do Brasil, dirigiram-se para as 
Antilhas, ilhas localizadas na região da América Central. 
 
 O fim de um ciclo açucareiro 
Lá montaram uma grande produção açucareira que, 
em pouco tempo, passou a concorrer com o açúcar do 
Brasil e logo se impôs no mercado europeu. 
Consequentemente, provocou a queda das exportações 
brasileiras. Já na segunda metade do século XVII, os 
engenhos brasileiros estavam em decadência. Era o fim 
do chamado Ciclo da Cana-de-açúcar na história 
econômica do Brasil. Restava a Portugal encontrar outros 
meios para explorar economicamente a Colônia. Um novo 
ciclo de exploração colonial teria início com a descoberta 
de riquezas minerais como o ouro, a prata e os diamantes, 
na região que ficaria conhecida como Minas Gerais. 
 
Invasões francesas 
 
 Comandados pelo almirante francês Nicolas 
Villegaignon, os franceses fundaram a França Antártica no 
Rio de Janeiro, em 1555. Foram expulsos pelos 
portugueses, com a ajuda de tribos indígenas do litoral, 
somente em 1567. 
construíram uma sociedade com influências 
protestantes, uma vez que, no século XVI, milhares de 
protestantes europeus vieram em fuga da Europa para a 
América em consequência da perseguição católica durante 
a Contrarreforma religiosa (conjunto de medidas tomadas 
pela Igreja Católica com o surgimento das religiões 
protestantes). 
 Sob a influência francesa, algumas partes do litoral 
brasileiro ganharam diversas feitorias e fortes (militares). 
O principal povo indígena que perpetuou a aliança com os 
franceses foi o Tamoio. Deste acordo surgiu a 
Confederação dos Tamoios (aliança entre diversos povos 
indígenas do litoral: tupinambás, tupiniquins, goitacás, 
entre outros), que possuíam um objetivo em comum: 
derrotar os colonizadores portugueses. 
 Durante cinco anos, aproximadamente, ocorreram 
diversos conflitos entre os portugueses e a Confederação. 
No ano de 1567, os portugueses derrotaram a 
Confederação, extinguindo-a e expulsando os franceses do 
território colonial. 
 Ao contrário do que muitos pensaram, os franceses 
não desistiram tão facilmente do Brasil. Eles foram 
expulsos do litoral brasileiro, da região sudeste (Rio de 
Janeiro), porém estabeleceram uma nova fixação no 
território durante o século XVII, mas na região nordeste, 
mais precisamente na cidade de São Luís (atual capital do 
Maranhão), onde fundaram, em 1612, a chamada França 
Equinocial. 
 Outra vez, a França estava tentando desenvolver 
uma civilização no Brasil colonial. A metrópole Portugal, 
rapidamente, no intuito de não perder partes do território 
da colônia, enviou uma expedição militar à região do 
Maranhão. Essa expedição portuguesa atacou os franceses 
tanto por terra quanto por mar. No ano de 1615, os 
franceses foram derrotados e se retiraram do Maranhão, 
deslocando-se para a região das Guianas, onde fundaram 
uma colônia, a chamada Guiana Francesa. 
 Após duas tentativas mal sucedidas de 
estabelecimento de uma civilização francesa, nos séculos 
XVI e XVII, no Brasil colonial (França Antártida e França 
Equinocial), os franceses passaram a saquear, através de 
corsários (piratas), algumas cidades do litoral brasileiro, no 
século XVIII. A principal delas foi a cidade do Rio de 
Janeiro, de onde escoava todo ouro extraído da colônia 
rumo a Portugal. Uma primeira tentativa de saque, em 
1710, foi barrada pelos portugueses; entretanto, no ano de 
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u265.jhtm
http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1689u14.jhtm
 
 
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HHIISSTTÓÓRRIIAA 
1711, piratas franceses tomaram a cidade do Rio de 
Janeiro e receberam dos portugueses um alto resgate para 
libertá-la: 600 mil cruzados, 100 caixas de açúcar e 200 
bois. Terminavam, então, as tentativas de invasões 
francesas no Brasil. 
 
Invasões inglesas 
 
 Em 1581, sob o comando do corsário inglês Thomas 
Cavendish, ingleses saquearam, invadiram e ocuparam, 
por quase três meses, as cidades de São Vicente e Santos, 
requerendo pagamento de resgate, em razão da proibição 
do comércio da colônia portuguesa com países que não 
fossem da União Ibérica. 
 
A EXPANSÃO TERRITORIAL – Entradas e 
bandeiras. 
 
"Os portugueses andavam como caranguejos, 
arranhando o litoral". (Frei Vicente Salvador). 
 
 Conquistas do Norte e Nordeste 
 
- Na Paraíba as primeiras tentativas foram feitas, sem 
êxito, por Frutuoso Barbosa. Mais tarde, ele e Felipe de 
Moura com uma expedição por terra e Diogo Flores 
Valdés, chefiando uma expedição marítima, fundaram o 
Forte de São Felipe, depois abandonado por causa dos 
ataques dos índios potiguares. A conquista da Paraíba foi 
efetivada por Martim Leitão, que se aliou ao chefe 
indígena Piragibe, surgindo a cidade de Filipéia de Nossa 
Senhora das Neves (1584), depois chamada de Paraíba, 
atual João Pessoa. 
- A conquista de Sergipe foi efetuada Cristóvão de 
Barros, em 1590, que derrotou os índios chefiados por 
Boiapeba e fundou São Cristóvão. 
- Manuel Mascarenhas Homem conquistou o Rio 
Grande do Norte, com auxílio de Feliciano Coelho e 
Jerônimo de Albuquerque. Em 1597, foi fundado o Forte 
dos Reis Magos, que a partir de 1599, passou a se chamar 
Natal. 
- Pero Coelho de Souza tentou, sem êxito, através de 
duas investidas,ocupar o Ceará. Os padres jesuítas 
Francisco Pinto e Luiz Figueira também não conseguiram. 
A ocupação do Ceará foi realizada por Martim Soares 
Moreno, ajudado pelo índio Jacaúna. Fundou o Forte de 
Nossa Senhora do Amparo (1613) que deu origem à atual 
cidade de Fortaleza. 
- O Maranhão foi conquistado por Alexandre de 
Moura e o mameluco Jerônimo de Albuquerque (1615), 
do interior para o litoral, graças à atividade pastoril. 
- A conquista do Pará foi efetuada por Francisco 
Caldeira Castelo Branco, que fundou o forte Presépio, 
origem da cidade de Belém (1616). 
- O povoamento do Piauí foi feito do interior para o 
litoral, graças à criação de gado bovino. Os irmãos 
Domingos Afonso Mafrense ("O Sertão") e Julião Afonso 
Serra, rendeiros da Casa da Torre (de Garcia D'Ávila), 
fundaram a Vila Mocha, depois Oeiras, antiga capital de 
Piauí (1674). 
- A conquista do Vale Amazônico foi realizada pelo 
Capitão Pedro Teixeira (1637 - 1639), que subiu o rio 
Amazonas (de Belém até Quito), tomando posse desta 
imensa região, em nome do rei de Portugal. A posse da 
bacia amazônica deveu-se aos missionários (jesuítas, 
franciscanos, carmelitas e mercenários), às lutas contra os 
estrangeiros, os "droguistas do sertão" e às expedições 
militares ("tropas de resgate"). 
 
Importante: Só com a expulsão dos franceses da 
Paraíba, do Rio Grande do Norte, do Ceará e do 
Maranhão foi possível completar a ocupação da 
Região Nordeste. 
 
Ocupação do Interior. As quatro bases econômicas 
da ocupação do sertão foram: a criação de gado, caça ao 
gentio (índio), a atividade mineradora e a extração de 
especiarias, produtos silvestres e plantas medicinais 
("drogas do sertão"). 
 
 O elemento humano que realizou a expansão 
territorial do Brasil era representado pelos criadores de 
gado (boiadeiros), pelos padres missionários no seu 
trabalho de catequese, pelos entradistas e bandeirantes, 
cuja atuação foi de fundamental importância e cujos 
motivos de ação foram múltiplos e variados: expedições 
militares, apresamento de indígenas, descoberta de ouro e 
pedras preciosas. 
O caminho dos que partiam de Pernambuco em 
demanda (direção)do sertão foi o Rio São Francisco, 
conhecido como "Rio da Unidade Nacional" e "Rio do 
Currais", devido à existência de grandes e numerosas 
fazendas de gado em suas margens. No Sul, onde tiveram 
início as primeiras expedições pelo interior, os meios de 
penetração do sertão foram os Rios Paraná, Tietê e 
Paraíba do Sul. 
 
A ocupação da Planície Amazônica 
O povoamento do Vale Amazônico amoldou-se às 
contingências da coleta dos produtos extrativos, 
sobretudo vegetais ("drogas do sertão "), na considerável 
dispersão amazônica, onde os cursos d`água serviam 
como único polo forte e estável de atração do 
povoamento. Nesta atividade extrativa o índio era 
insubstituível, pois sem ele "não se dava um passo". 
A escravização dos silvícolas pelos colonos, no 
Maranhão, deu origem a conflitos com os padres jesuítas a 
organização da produção também reflete as condições em 
que ela se realiza: não tem por base a propriedade da terra 
(fundiária), como na agricultura e na mineração. A 
exploração realiza-se indiferentemente na imensa floresta 
aberta a todos e faz-se de maneira esporádica, coincidindo 
com as épocas próprias da coleta. 
 
 
 
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Colonização do Vale Amazônico 
 
Diversos fatores contribuíram para a ocupação do 
Vale Amazônico: a extensa rede hidrográfica, a fundação 
de diversas missões religiosas, a presença dos droguistas 
do sertão e das tropas de resgates. 
A rede hidrográfica A Bacia Amazônica é a maior bacia 
fluvial do globo. Essa imensa rede hidrográfica é 
comandada pelo Rio Amazonas, o segundo do mundo 
pela extensão e pelos inúmeros afluentes, alguns dos quais 
estão incluídos entre os mais extensos rios da Terra: 
Madeira, Juruá, Tapajós, Xingu, etc. Os cursos fluviais, 
por serem inteiramente navegáveis, contribuíram 
sobremaneira para a ocupação da Amazônica. 
 
Ocupação e povoamento do Centro-Sul (século 
XVIII) 
 
O Centro-Sul compreendia as atuais Regiões Sudeste 
e Centro-Oeste. Sua ocupação se processou através do 
extrativismo mineral e pelo movimento das "entradas e 
bandeiras". A atividade responsável pela ocupação e 
povoamento do Centro-Sul, especialmente das atuais 
regiões de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, foi a 
mineração. 
 
Ocupação do Extremo Sul O Extremo Sul foi a 
última região incorporada ao território brasileiro. Isto 
ocorreu só no final do século XVIII. 
O meio geográfico A parte meridional do Brasil 
apresenta uma individualidade em relação às demais 
regiões: está totalmente dentro do clima temperado 
(subtropical), possui uma vegetação de fácil penetração, 
com uma planície (Pampa ou Campanha Gaúcha) coberta 
por campos limpos, apresentando pequenas ondulações 
("coxilhas"). 
A ocupação da extremidade sul do Brasil foi 
essencialmente militar. O tipo de povoamento baseou-se 
na colonização e imigração. O regime da posse da terra 
era a grande propriedade. 
Em 1737, povoadores militares ocuparam o Rio 
Grande do Sul fundando o Forte (presídio) Jesus Maria 
José, do qual se originou a atual cidade do Rio Grande. 
 
Expansão bandeirante 
 
Constituem movimentos de expansão territorial, 
responsáveis pela atual configuração geográfica do Brasil. 
As entradas eram expedições organizadas pela iniciativa 
oficial (governo), prevaleceram no século XVI e 
normalmente respeitavam a linha de Tordesilhas. As 
entradas de Aleixo Garcia e Pedro Teixeira constituem 
exceções. 
As bandeiras geralmente organizadas graças à iniciativa 
particular, eram expedições que: 
 ultrapassavam a linha do Meridiano de 
Tordesilhas; 
 contribuíram para aumentar consideravelmente o 
território brasileiro; 
 partiam, quase todas de São Vicente (São Paulo); 
 utilizavam os rios Tietê, Paraná, São Francisco e 
os afluentes meridionais do Amazonas; 
 aprisionavam índios em massa; 
 começaram no século XVI e atingiram apogeu 
nos séculos XVII e XVIII; 
 tiveram a participação ativa dos paulistas. 
 
Entradas pioneiras. Em 1504, Américo Vespúcio 
organizou uma entrada em Cabo Frio (RJ). Depois 
Martim Afonso de Souza organizou três outras: no Rio de 
Janeiro (Francisco Chaves), em Cananéia (SP) e na região 
do rio da Prata (Pero Lopes de Souza). 
Ciclo das entradas. Além das entradas pioneiras, 
temos o ciclo baiano, sergipano, cearense, espírito-
santense e amazônico. Os integrantes do Ciclo baiano são: 
Francisco Bruza Espinosa, o padre Azpilcueta Navarro, 
Antônio Dias Navarro e Gabriel Soares de Souza. Pero 
Coelho de Souza e os padres jesuítas Francisco Pinto e 
Luiz Figueira destacaram-se no Ciclo Cearense. Marcos de 
Azevedo pertence ao ciclo espírito-santense; o capitão 
Teixeira está ligado ao ciclo amazônico. 
Ciclo das bandeiras. As bandeiras paulistas 
abrangem três fases: ciclo do ouro de lavagem, ciclo da 
caça ao índio (bandeirismo de apresamento) e grande ciclo 
do ouro. Estas bandeiras, além de procurar riquezas 
minerais escravizavam índios e combatiam os negros que 
haviam fugido das fazendas. 
Ciclo do ouro de lavagem. Fernão Dias Paes 
("Caçador de Esmeraldas"), foi o mais famoso 
bandeirante do ciclo do ouro de lavagem. Outros nomes 
deste ciclo: Brás Cubas, Luís Martins, André Leão, Garcia 
Rodrigues Paes, Heliodoro Eobanos e Jerônimo Leitão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.terrabrasileira.com.br/folclore3/k20ouro.html 
 
 O romance "Caçador de Esmeraldas", escrito por 
Olavo Bilac, descreve a bandeira chefiada por Fernão Dias 
Paes, nos sertões de Minas Gerais. 
 
Ciclo da caça do índio. Antônio Raposo Tavares foi 
o bandeirante que mais se destacou na caça ao gentio 
(indígena). Ele destruiu as províncias missionárias 
jesuíticas (missões ou reduções) de Guairá (no Paraná), 
Tape e Uruguai (no Rio grande do Sul) e Itatim (em Mato 
Grosso), aprisionando

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