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HISTORIA DO BRASIL - CURSO r DIRETRIZ
Em 5 de maio de 1888, o Papa Leão XIII, na enciclica
In Plwimis, dirigida aos bispos do Brasil, pede-lhes
apoio ao Imperador, e a sua filha, na luta que estão a
travar pela abolição definitiva da escravidão. No dia 13
de maio, a Lei Áurea é assinada pela Princesa Isabel,
extinguindo oficialmente a escravidão no Brasil.
A abolição da escravidão, apesar de garantir a liberdade,
não alterou em nada as condições socioeconômicas dos
ex-escravos, que continuaram a viver, de uma forma
geral, na pobreza, sem escolaridade e sofrendo com a
discriminação. Não impediu também que a
superexploração de mão-de-obra em regime de
escravidão e o tráfico de pessoas continuassem sendo
praticados até os dias atuais.
Convém ressaltar que, enquanto relação social de
trabalho predominante no território brasileiro, a
escravidão foi substituída pela mão-de-obra imigrante
assalariada.
*• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
"Os senhores poucos, os escravos muitos; os senhores
rompendo guias, os escravos despidos e nus, os
senhores banqueteando, os escravos perecendo à
/orne..."
36) Estas palavras, do padre Antônio Vieira,
descrevem bem a situação da sociedade colonial à
época do apogeu açucareiro. A respeito, considere as
afirmativas:
I - Os senhores eram os donos dos engenhos e da
riqueza neles gerada; logo, podiam comer bem e vestir-
se luxuosamente.
II - Os escravos eram uma propriedade dos senhores,
como qualquer outro objeto de sua lavoura e de seu
engenho, não precisando de roupas e comendo apenas o
mínimo necessário.
III. A Igreja Católica, inclusive os padres da Companhia
de Jesus, admitiu em geral a escravidão africana,
embora tenha combatido com coragem e tenacidade a
escravização do indígena.
Assinale:
a) Se somente as alternativas I e II estão corretas.
b) Se somente as alternativas II e III estão corretas.
c) Se todas as alternativas estão corretas.
d) Se todas as alternativas estão erradas.
37) A medida que a empresa acucareira se expandia
no Brasil, fez-se opção pela mão-de-obra escrava
de origem africana, em substituição ao trabalho
indígena. Esta opção pode ser explicada, por
que:
a. O uso de escravos africanos alimenta o tráfico
negreiro, tornando-o um dos mais lucrativos setores
do comércio colonial.
b. Os indígenas eram selvagens e lutavam contra a
escravidão, enquanto os negros eram dóceis e
submissos.
c. Os indígenas eram frágeis fisicamente e adoeciam
com facilidade, já os negros tinham uma
constituição física forte, propícia ao trabalho braçal.
d. Os negros dominavam as técnicas do cultivo da
cana, enquanto os indígenas não conheciam a
agricultura, portanto, seu trabalho não era produtivo.
e. Os africanos resistiram ao escravismo através dos
quilombos e das revoltas, mas foram mantidos na
agricultura, por que os índios desconheciam essa
atividade.
38) As leis portuguesas do século XVI são dúbias
com relação aos indígenas, proíbem a
escravização do indígena, mas ao mesmo tempo
abrem essa possibilidade em caso de wguerra
justa". Para os portugueses "guerra justa"
significava:
a. A utilização da força para que esses povos pudessem
participar do reino dos céus.
b. Aquela no qual o indígena tomava a iniciativa de
agressão contra o branco.
c. O aprisionamento devido à necessidade vital de
mão-de-obra.
d. A ação missionária do jesuíta para ensinar os valores
da sociedade branca.
39) Na época da moagem de cana, os escravos
trabalhavam dia e noite nos engenhos, em
turnos, proporcionando grandes lucros aos
proprietários. Para os escravos esse ritmo de
trabalho era massacrante e em geral sobreviviam
cerca oito anos nesse regime. A partir do texto e
de seus conhecimentos é correto:
a. Durante a fase colonial, houve fugas de escravos dos
engenhos e a formação, no sertão brasileiro, de
mocambos que se transformaram em quilombos.
b. Tal situação determinou a ação dos latifundiários, no
sentido de organizar expedições para o
aprimoramento de indígenas.
c. O barateamento do preço de escravos, uma vez que a
compra por parte dos latifundiários tendeu a
aumentar.
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HISTORIA DO BRASIL - CURSO 1a DIRETRIZ
d. Essa situação somente ocorreu no período de
ocupação holandesa, pois a necessidade de manter os
lucros e os gastos militares sobrecarregava os
escravos.
e. Programou-se no Brasil Colônia um sistema
produtivo semelhante ao existente nas indústrias
européias, onde o operário é superexpl orado.
40) Sobre os fatores externos que motivaram a
abolição da escravidão no Brasil, podemos apontar
as quetões abaixo, exceto:
a. A fim de evitar que a concorrência dos produtos
brasileiros fosse desleal, devido a mão de obra
deste pais ser escrava e não assalariada como na
Inglaterra, os latifundiários ingleses passaram a
pressionar o congresso Inglês para que escravidão
fosse combatida de forma mais efetiva.
b. Lei Bill Aberdeen - concedia à Marinha Real
Britânica poderes de apreensão de qualquer navio
envolvido no tráfico negreiro.
c. A Revolução Industrial. O processo de
industrialização demandava a ampliação dos
mercados consumidores a fim de se obter a venda
da crescente produção.
d. O Conflito entre portugueses e holandeses pelo
controle do tráfico negreiro no Atlântico.
41) Correlacione corretamente:
a. Lei Bill Aberdeen.
b. Lei Eusébio de Queirós.
c. Lei do Ventre Livre.
d. Lei dos Sexagenários.
e. Lei Áurea.
D Em 1845 o congresso inglês concedia à Marinha Real
Britânica poderes de apreensão de qualquer navio
envolvido no tráfico negreiro em qualquer parte do
mundo.
O Em 1850, o tráfico negreiro é oficialmente
extinto.
G No dia 13 de maio, é assinada pela Princesa Isabel,
extinguindo oficialmente a escravidão no Brasil.
[ü Em 1871, é promulgada a lei, que garante a liberdade
aos filhos de escravos.
G Lei assinada em 1885, que liberta todos os escravos
com mais de 60 anos de idade.
42) Marque Verdadeiro ou falso.
UNa ocasião em que Pernambuco foi invadida pelos
holandeses (1630), muitos dos senhores de engenho
acabaram por abandonar suas terras. Este fato
beneficiou a fuga de um grande número de escravos.
Estes, após fugirem, buscaram abrigo no Quilombo
dos Palmares, localizado em Alagoas. Esse fato
propiciou o crescimento do Quilombo dos Palmares.
D Tanto os índios quanto os africanos promoveram
formas de resistência à escravidão, não sendo assim
passivos a ela.
D Os escravos domésticos - como indica o próprio
nome trabalhavam nas casas de seus senhores,
realizando serviços como cozinhar e costurar.
D Os escravos de aluguel — escravos que prestavam
serviços remunerados e deveriam pagar parcela de sua
renda ao seu proprietário
G "Na realidade, os primeiros escravos do Brasil foram
os índios, também chamados, na documentação oficial,
de "negros da terra" ou gentios da terra".
43) A escravidão indígena, adotada no início da
colonização do Brasil, foi progressivamente
abamdonada e substituída pela africana, entre
outros motivos, devido:
a. Ao constante empenho do papado em favor dos
índios contra a exploração colonial.
b. A bem sucedida campanha dos jesuítas em favor dos
índios.
c. A completa incapacidade dos índios ao trabalho.
d. Aos grandes lucros proporcionados pelo tráfico
negreiro aos capitais particulares e da Coroa.
e. A pressão da Inglaterra, interessada na utilização da
mão-de-obra africana.
44) Os escravos negros foram retirados das seguintes
regiões da África:
a. Angola, Congo, Zaire e Moçambique.
b. Congo, Guiné, Zaire e Angola,
c. Moçambique, Guiné e Congo.
d. Guiné, Congo, Angola e Moçambique.
e. Egito, Congo, Zaire e Angola.
Obs: Os escravos negros que eram trazidos para o
Brasil eram retirados das seguintes regiões da
África: Guiné, Congo, Angola e Moçambique, ou
seja, das colônias portuguesas.
IX - CICLO ECONÔMICO DO PAU-BRASIL .
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HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
45) No Brasil colonial, a escravidão caracterizou-se
essencialmente:
a. por sua vinculação exclusiva no sistema agrário
exportador;
b. pelo incentivo da igreja e da Coroa à escravidão de
índios e negros;
c. por estar amplamente distribuída entre a populaçãolivre, constituído a base da economia da sociedade;
d. por destinar os trabalhos mais penosos aos negros e
os mais leves aos índios;
e. por ter sido introduzida somente durante o cilco da
.mineração.
Lembre-se: No Brasil, escravidão manifestou-se nas
mais diversas atividades produtivas, tanto nas áreas
rurais como urbanas.
Além dos escravos, historicamente empregados nas
atividades econômicas mais importantes, (cana-de-
açúcar; mineração e café), temos:
Os escravos domésticos - como indica o próprio nome
trabalhavam nas casas de seus senhores, realizando
serviços como cozinhar e costurar.
Os escravos de ganho - escravos que prestavam
serviços remunerados e deveriam pagar parcela de sua
renda ao seu proprietário
Os escravos de aluguel — eram alugados pelos seus
senhores para desenvolver algum ofício (pedreiro,
carpinteiro, cozinheiro, ama de leite) a um terceiro.
46) Com relação ao problema do índio durante a
colonização lusitana no Brasil, é incorreto afirmar
que:
a. a metrópole queria fazer dele (o índio) um elemento
participante da colonização, isto é, um povoador;
b. os colonos queriam-no como um trabalhador, um
escravo;
c. o processo para sua aculturação manteve intacto o
seu universo de valores;
d. os jesuítas visavam a propagar a fé, converter o
gentio e utiliza-lo economicamnte;
O Ciclo Econômico do Pau-brasil no Brasil Colônia -
início da pré-colonização do Brasil pelos portugueses.
O ciclo econômico do pau-brasil começa com o
descobrimento oficial do Brasil em 1500. Com a
expedição de Gaspar de Lemos em 1501, os portugueses
descobrem que a costa brasileira (mata atlântica) está
repleta de pau-brasil.
O pau-brasil é uma árvore da família Caesalpiniaceae
também conhecida como ibirapitanga, pau-rosado,
brasílico, entre outros. A madeira é dura, compacta e
pesada. Muito resistente, a madeira do pau-brasil é
utilizada para a confecção de arcos para violinos. Os
portugueses extraiam um corante avermelhado para
tingirem tecidos e fabricar tinta para escrever. Sua
madeira era utilizada para a indústria naval.
Os índios já utilizavam o pau-brasil para a produção de
arcos e flechas. Extraiam o corante de seu cerne
utilizado em suas pinturas. As técnicas indígenas foram
aprimoradas pelos portugueses que lhes deram inúmeras
outras utilidades.
O pau-brasil foi o primeiro produto a ser explorado das
terras brasileiras pelos portugueses. No período pré-
colonial foi o produto que mais interessava à Coroa
portuguesa das terras do Brasil. A exploração desta
árvore gerou riqueza ao governo português. Seu nome
originou o nome do nosso país: Brasil.
Milhões de árvores de pau-brasil foram extraídos das
matas do Brasil, quase exterminando esta valiosa árvore.
Esta planta ocorre nos terrenos mais secos, em meio à
florestas primárias densas. Muito utilizada para
paisagismo.
Com o objetivo da ocupação definitiva da colônia
brasileira o território brasileiro até a linha imaginária do
Tratado de Tordesilhas foi dividido em Capitanias
Hereditárias que oportunizou a vinda dos primeiros
colonos portugueses, começando um novo ciclo
econômico no Brasil, a cana-de-açúcar. (1530-1710).
1. Estanco.
É o monopólio sobre um produto de forma legal.
Portugal arrendou o direito de exploração do pau-brasil
a um consórcio de mercadores de Lisboa, o qual era
liderado por Fernão de Noronha, os quais assumiram
também o compromisso de patrulhar o litoral
objetivando evitar invasões estrangeiras.
- obra capaz de suprir a demanda. Neste contexto,
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HISTORIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
2. Escambo
O esquema montado para a extração do pau-brasil
contava, essencialmente, com a importante participação
do indígena. Só as tripulações dos navios não dariam
conta, a não ser de forma muito limitada, da árdua tarefa
de cortar árvores de grande porte como o pau-brasil, que
alcança um metro de diâmetro na base do tronco e 10 a
15m de altura.
A princípio, o trabalho do índio era conseguido
"amigavelmente" com o escambo. Este consistia,
basicamente, em derrubar as grandes árvores, cortá-las
em pequenas toras, transportá-las até a praia e, daí, aos
locais onde estavam ancorados os navios.
Importante:
Escambo - troca de bens e serviços sem a
intermediação do dinheiro. Logo após a chegada dos
portugueses no Brasil, o escambo foi intensamente
empregado nas relações entre europeus e ameríndios
para carregamento do pau-brasil. Os índios cortavam a
madeira e a deixavam na praia, para ser colocada nos
navios, em troca recebiam facas, espelhos e bugigangas
de fabricação européia.
Feitorias - estruturas comerciais, em geral fortificadas
e situados no litoral, que serviam de entrepostos com o
interior da colônias.
3. O índio como mão-de-obra escrava.
Embora possamos dizer que durante o período pré-
colonial a relação do português com os nativos tenha
sido relativamente pacifica, principalmente ao
compararmos esta relação com a vivenciada no período
da colonização propriamente dita, à medida que o
interesse pela extração do pau-brasil aumentava na
Europa aumentava também a necessidade de mão de
somente a prática do escambo não seria suficiente, uma
vez que o índio, culturalmente inserido na prática de
subsistência, não entendia a relação de trabalho do
homem branco.
A partir desta necessidade, inicia-se a escravidão
indígena. Primeiro, através da prática do resgate e
depois através da Guerra Justa.
Lembre-se:
• Guerra Justa - operações militares
organizadas pelos colonos ou pela coroa contra
tribos "agressoras".
• Resgate - Com a chegada dos portugueses os
índios aliados passam a vender muitos dos seus
prisioneiros em troca de mercadorias.
X - PRIMEIRA INVASÃO FRANCESA - RIO DE
JANEIRO (1555 -1567)
A Invasão.
Não tendo sido colonizado pelos portugueses, em
virtude da hostilidade dos indígenas estabelecidos neste
litoral, entre 1555 e 1567, a baía de Guanabara foi
ocupada por um grupo de colonos franceses, sob o
comando de Nicolas Durand de Villegagnon, que aqui
pretendiam instalar uma colônia de povoamento, a
chamada " França Antártica".
Pretendiam garantir a exploração do pau-brasil no
litoral sul e conseguir um espaço onde os protestantes
franceses pudessem exercer livremente sua religião.
Fizeram amizade com os índios Tupinambás que, junto
com outras nações indígenas, guerreavam com os
portugueses contra sua escravização. A união das tribos
indígenas contra os portugueses ficou conhecida como a
Confederação dos Tamoios.
• M em de Sá
O terceiro Governador Geral, cujo governo durou 15
anos, veio para o Brasil com três metas bem definidas:
pacificar a administração, atenuando os conflitos entre
indígenas e colonos; restabelecer as relações com o
Bispado, estremecidas durante o governo anterior,
(Duarte da Costa), e expulsar os franceses do Rio de
Janeiro. Em um breve espaço de tempo atingiu as duas
primeiras metas. A expulsão dos franceses só se
efetivou em 1567.
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Período de permanência dos franceses:
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
• A primeira expedição.
A primeira expedição organizada por Mem de Sá contra
os franceses ocorreu em 1560. Com a destruição do
forte de Coligny, foram expulsos temporariamente da
baía de Guanabara.
• Estácio de Sá.
Em 1563 a Metrópole enviou reforços para o
governador, consubstanciados na expedição de Estácio
de Sá, seu sobrinho.
Em 1° de março de 1565, Estácio de Sá fundou a
cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, que
serviria inicialmente de base na luta contra os franceses
e seus aliados indígenas.
• Expulsão dos Franceses.
A luta com os franceses prosseguiu até 1567, quando
Estácio de Sá recebeu reforços militares e ajuda de
índios, chefiados por Araribóia, adversário dos tamoios
e aliado dos portugueses. Por seu lado, os jesuítas,
liderados por Manuel da Nóbrega e José de Anchieía,
pacificaram os índios tamoios de São Vicente fazendo
com que retirassem seu apoio aos franceses, em troca da
promessa de não serem mais atacados e nem
escravizados. Sem esse apoio os franceses não
conseguiram resistir, sendo definitivamente expulsos do
Rio de Janeiro. Estácio deSá, vítima de uma flechada
no decorrer da luta, morreria algum tempo depois.
© Vamos memorizar: Objetivo dos franceses:
• Garantir a exploração do pau-brasil.
• Fundar uma colônia de povoamento, A França
Antártica.
• Conseguir um espaço onde os protestantes franceses
pudessem exercer livremente sua religião.
Liderança da Invasão:
• Nicolas Durand de Villegagnon.
FortificacÕes levantadas pelos franceses.
• Forte de Coliginy
Aliados dos franceses:
• Confederação dos Tamoios. (índios tupinambás).
• 1555 a 1567
O Governador Geral:
• Mem de Sá - 3° Governador Geral do Brasil.
Objetivos de Mem de Sá:
• Pacificar a administração, atenuando os conflitos
entre indígenas e colonos;
• Restabelecer as relações com o Bispado,
estremecidas durante o governo anterior, (Duarte da
Costa);
• Expulsar os franceses do Rio de Janeiro.
Aliados de Mem de Sá.
• Estácio de Sá (seu sobrinho e fundador da cidade do
Rio de Janeiro).
• Araribóia - foi cacique da tribo dos temiminós,
inimigos dos tupinambás.
• Os jesuítas, liderados por Manuel da Nóbrega e José
de Anchieta.
Conseqüências da Primeira Invasão Francesa:
• Fundação da cidade de São Sebastião do Rio de
Janeiro em 1° de março de 1565.
Obs: Após a derrota dos Tamoios, como recompensa
pelos seus feitos, Araribóia recebeu da Coroa
Portuguesa a sesmaria de Niterói (em língua tupi, "água
escondida"). Converteu-se ao cristianismo e adotou o
nome de Marfim Afonso, em homenagem a Martim
Afonso de Sousa.
> EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO:
47) Não tendo sido colonizado pelos portugueses, em
virtude da hostilidade dos indígenas estabelecidos
neste litoral, entre 1555 e 1567, a baía de Guanabara
foi ocupada por um grupo de colonos franceses. Qual
o nome do líder dessa ocupação.
a. Gaston Lavosier
b. Villegagnon
52) A principal importância do pau-brasil para a
metrópole portuguesa consistia na sua utilização:
31
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
c. Francois Du Clerc
d. Duguay-Troin
e. Coliginy
48) Como ficou conhecido o povoamento estabelecido
pelos franceses no litoral do Rio de Janeiro entre
1555 e 1567
a. Nova-França
b. França Equinocial
c. França brasileira
d. França Antártica
e. França Setemtrional
49) Desde início da colonizaçã os índios Tupis do
litoral do Rio de Janeiro guerreavam com os
portugueses contra sua escravizaçâo. A união das
tribos indígenas contra os portugueses durante a
primeira invasão francesa ficou conhecida como:
a. Confederação do Equador
b. Confederação da Cisplatina
c. Confederação dos Tupinanbas
d. Pacto Andino
e. Confederação dos Tamaios
50) Mem de Sá, terceiro Governador Geral, cujo
governo durou 15 anos, veio para o Brasil com três
metas bem definidas:
a. Atenuar os conflitos entre indígenas e colonos;
restabelecer as relações com o Bispado e
expulsar os franceses do Rio de Janeiro.
b. Construir uma fortificação na cidade, transferir
a capitania de São Vicente e expulsar os
franceses do Rio de Janeiro.
c. Estabelecer relações com os franceses, negociar
a rendição dos Tamaios e construir
fortificações.
d. Formar um exército para expulsar os franceses,
transferir a cidade para o morro do Pão de
Açúcar e apazigua os índios Tamoios.
e. Explorar, construir e governar.
51) A instalação dos franceses na Bahia de
Guanabara e a construção do Forte Coligny deram-
se:
a. Antes da instalação do governo geral;
b. Durante o governo de Tome de Sousa;
c. Durante o governo de Duarte da Costa;
d. Durante o Governo de Mem de Sá;
e. Durante o governo de Martim Afonso de Sousa.
a. na industria de móveis coloniais, portas e janelas;
b. no desenvolvimento da industria naval;
c. como corantes de tecidos e papel;
d. como combustível natura;
e. na industria de armamentos.
53) Como ficou conhecido o monopólio real exercido
sobre a exploração do pau-brasil:
6. Estanco.
7. Escambo
8. Resgate
9. Regimento
10. Carta de Doação.
54) Portugal arrendou o direito de exploração do
pau-brasil a um consórcio de mercadores de Lisboa,
o qual era liderado por :
a. Cristóvão Jacques.
b. Duarte Coelho.
c. Gonçalo Coelho.
d. Diogo Leite.
e. Fernando de Noronha.
55) Durante o ciclo econômico do pau-brasil algumas
feitorias, bantante rudimentares, eram erguidas para
armazenagem da madeira. A primeira feitoria do
Brasil colônia foi fundada por:
a. Américo Vespúcio, em Cabo Frio (1504).
b. Martim Afonso de Souza, em Salvador (1532).
c. Pedro Alvares cabral, em Salvador (l 500).
d. Cristóvão Jacques, Rio de Janeiro (l 565).
e. Estácio de Sá, Rio de Janeiro (l 565).
XI - CICLO ECONÔMICO DO AÇÚCAR
Martim Afonso de Souza trouxe as primeiras mudas de
cana-de-açúcar da ilha da Madeira e instalou o primeiro
engenho da colônia em São Vicente, no ano de 1533.
Inaugurava-se assim, a base econômica da colonização
portuguesa no Brasil.
Os engenhos multiplicaram-se rapidamente pela costa
brasileira, chegando a 400 em 1610.
32
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
A produção do açúcar voltava-se exclusivamente para a
exportação e, por gerar elevados lucros, comandava a
economia colonial. Outras lavouras desenvolvem-se na
colônia, mas geralmente apresentavam um caráter
complementar e secundário, como destacaremos mais a
frente. À produção canavieira destinavam-se as
melhores terras, grandes investimentos de capital e a
maioria da mão-de-obra.
O responsável pela produção - o senhor de engenho -
usufruía de enorme prestígio social.
Sobre um latifúndio monocultor, escravista e
exportador, um padrão de exploração agrícola
denominado Pia n tá tio n, assentava-se a agricultura
brasileira no início da colonização de nosso
território.
A Região Nordeste, destacadamente o litoral de
Pernambuco e Bahia, concentrou a maior produção de
açúcar da colônia.
1. Engenhos.
As unidades açucareiras agroexportadoras, conhecidas
como Engenhos, eram compostas de grandes
propriedades de terra, obtidas com as doações de
sesmarias pelos donatários e representantes da Coroa
(governadores-gerais) a quem se interessasse pelos
empreendimentos. A grande extensão dessas
propriedades impediu a formação de uma classe
camponesa e o desenvolvimento significativo de
atividades comerciais e artesanais que pudessem
dinamizar um mercado interno, como ocorria em
algumas regiões coloniais da América do Norte.
•Características do Engenho
• População poderia chegar perto de cinco mil pessoas.
• Era construído em áreas florestais fornecedoras de
madeira.
• Monocultura da cana-de-açúcar.
•Construções do engenho:
• Casa Grande - Residência do proprietário, sua famíla,
agregados e funcionava como sede administrativa.
• Capela - pequenas cerimonias religiosas
• Senzala - Alojamentos dos escravos
• Moenda
• Casa das caldeiras (junto a casa de purgar formavam a
fábrica do açúcar).
• Casa de Purgar.
Engenho
Moenda
Casa de caldeiras.
2. A Sociedade do Açúcar.
No topo da sociedade açucareira estavam os senhores de
engenho, proprietários das unidades agorexportadoras;
em seguida, os senhores de obrigados ou lavradores de
cana. Estes eram fazendeiros que não possuíam as
instalações de fabricação de açúcar e eram obrigados
a moer a cana no engenho mais próximo.
A SOCIEDADE DO AÇÚCAR
HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
Os Senhores de obrigados eram geralmente homens
brancos, de ascendência lusitana, que possuíam algum
capital e haviam recebidos terras como recompensa por
serviços prestados à Coroa, o que lhes garantia prestígio
social e influência política.
O poder desta aristocracia expandia-se pelas vilas,
dominando as câmaras municipais (eram chamados
de homens bons) e quase toda a vida colonial.
Refletia-se também no âmbito privado, já que os
senhores eram temidos como chefes incontestáveis. As
mulheres administravam as casas, onde deveriam
permanecer recolhidas, e controlavam o trabalho dos
escravos domésticos. Era tipicamente uma sociedade
patriarcal.
• Mobilidade Social.
A mobilidade social não era explicitamente vedada, mas
era muito pouco provável: devido à concentração de
terras, renda e escravos, era praticamente impossível
que um branco livre e pobre chegasse à condiçãode
senhor de engenho.
• Pessoas Livres.
As pessoas livres, como feitores, capatazes, padres,
militares, comerciantes e artesãos, dedicavam-se a
atividades complementares no engenho e nos poucos
núcleos urbanos dessa época
• Escravos.
Os escravos formavam a base da economia da sociedade
e eram resposáveis por quase todo trabalho realizado na
colônia, fosse realizando serviços domésticos na cas-
grande, fosse trabalhando de sol a sol nas lavouras e na
produção de açúcar, sob vigilância de um feitor e
constantes castigos físicos.
Escravos de ganho
• ;
Observe a fabricação do açúcar.
'
"
Andai nas para
encaixar
as fôrmas
Perfuração das fôrmas
para a drenagem
do acücar
Purga do açúcar
raa andam as
Batimento do
açúcar na parte de
dma das. fôrma*
Aplicação
do barro
Aplicação de água
sobre o barro
Cristaliza çao
do açúcar
Retirada dos pães
(Ias fôrma a
Separação dos pães
do açúcar
Separação
das "caras"
Batimento do açúcar
para encalx oiamento
As etapas da produção do açúcar
*• EXERCÍCIOS
56) O primeiro engenho de açúcar do Brasil, o São
Jorge, foi construído rui cidade de:
a.
b.
c.
d.
e.
São Luis.
Olinda.
Parati.
São Vicente.
Pernambuco.
"O primeiro engenho de açúcar instalado no Brasil,
conhecido por Engenho São Jorge dos Erasmos ou do
Armador, foi instalado na Vila de São Vicente, por
Marfim Afonso de Sousa ".
57) A expressão "homens bons", usada no Brasil
colonial, refere-se a:
a. Jesuítas encarregados de catequese.
b. Bandeirantes apressadores de índios;
c. Mineradores que exploravam o ouro;
d. Proprietários de terras que cumpunham as Câmaras
Municipais.
e. Grandes produtores de borracha do norte do Brasil.
34
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
58) A economia brasileira baseou-se nos séculos XVI
e XVII na:
a. Produção açucareira.
b. Exportação do pau-brasil.
c. Exportação do café.
d. Mineração.
e. Mineração e pau-brasil.
59) A empresa açucareira que se montou no Brasil, a
parítr do século XVI, se caracterizou por:
a. Grande propriedade latifundiária, trabalho
assalariado, produção voltada para o mercado
externo.
b. Pequena e média propriedade, mão de obra escrava,
produção voltada para o mercado interno.
c. Grande propriedade latifundiária, mão de obra
escrava e produção voltada para o mercado externo.
d. Grande propriedade latifundiária, mão de obra livre e
produção voltada para a metrópole
e. Desenvolver o estanco Real sobre o pau-brasil.
60) O transporte e a distribuição da produção
açucareira do Brasil no mercado europeu era de
interesse da:
a. França.
b. Espanha.
c. Holanda.
d. Inglaterra.
e. Portugal.
61) A participação ativa dos holandeses nas
atividades relativas aos primeiros anos da economia
açucareira do Brasil colonial se traduziu
principalmente:
a. Na adoção do sistema de lavoura extensiva.
b. Na introdução do escravo negro como mão-de-obra.
c. Nas operações de refino e distribuição do açúcar no
mercado europeu.
d. Na introdução de trabalhadores flamengos para a
lavoura da cana.
e. Na compra do açúcar refinado no Brasil
62) "Sobre um latifúndio monocultor, escravista e
exportador, um padrão de exploração agrícola
denominado Plantation, assentava-se a agricultura
brasileira no início da colonização de nosso
território".
O texto acima trata do início de um período de
grande riqueza para a colônia, o ciclo econômico do
açúcar.
Neste contexto responda em quais regiões brasileiras
ficou concentrada a maior parte da produção do
açúcar?
a. Litoral do Rio de Janeiro e Pernambuco.
b. Litoral de Pernambuco e Litoral da Bahia.
c. São Paulo e o Litoral da Bahia
d. Litoral da Bahia e Litoral do Rio de Janeiro
e. Litoral da Bahia e Litoral de São Paulo.
63) Sobre a mobilidade social na sociedade
açucareira, podemos afirmar:
a. A ascensão social para os homens livres, era
relativamente comum, graças a grande oferta de
terras produtivas.
b. A mobilidade social não era explicitamente vedada,
mas era muito pouco provável: devido à
concentração de terras, renda e escravos.
c. A mobilidade social era vedada pela igreja,
mantendo a sociedade dividida entre os que rezavam
os que trabalhavam e os que tinham uma origem
nobre.
d. A sociedade permanecia em constante mudança
social, principalmente em função dos altos
investimentos no açúcar
e. Não se pode afirmar que existia uma divisão social
devido à falta de documentos que a comprovem.
64) As unidades açucareiras agroexportadoras,
conhecidas como Engenhos, eram compostas de
grandes propriedades de terra, obtidas com as
doações de:
a. Sesmarias.
b. Capitanias.
c. Lotes
d. Estancos
e. Casas de Purgar
65) No topo da sociedade açucareira estavam os
senhores de engenho, proprietários das unidades
agroexportadoras; em seguida, os senhores de
obrigados ou lavradores de cana que eram:
a. Distribuidores de açúcar refinado na Europa.
b. Fazendeiros que não possuíam as instalações de
fabricação de açúcar.
c. Fazendeiros portugueses.
d. Comerciantes holandeses.
e. Homens livres que prestavam seu serviço em troca
participação no comérciodo açúcar.
Obs. Os senhores de engenho permitiam a utilização das
instalações de fabricação do açúcar em troca de 50%%.
35
HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l1 DIRETRIZ
Obs. "A empresa açucareira no Brasil foi montada
graças ao financiamento holandês, na obtenção de
engenhos e na aquisição de mão-de-obra. Em troca
do financiamento, a Holanda ficava com o direito de
refinar, transportar e distribuir o açúcar brasileiro".
XII - SEGUNDA INVASÃO FRANCESA - (1612 A
1615)
Os franceses ocu Dam o Maranhão no inicio do século XVII
Em 1612, aguçados pelo sucesso da atividade
acucareira, comerciantes e nobres franceses se
associaram em um empreendimento comercial.
Contando com o incentivo do rei, tentaram organizar
uma colônia no Brasil, a França Equinocial, em um
vasto território ainda não ocupado pelos portugueses - o
atual estado do Maranhão.
A expedição francesa, comandada por Daniel de La
Touche, fundou o Forte de São Luís, em homenagem
ao rei da França, e que deu origem à cidade de São Luís,
hoje capital do Maranhão.
Ante a ameaça de perderem parte da sua Colônia,
portugueses e espanhóis, (União Ibérica), se uniram para
enfrentar os invasores. Após inúmeros combates os
franceses renderam-se, desistindo do Maranhão (1615).
Entretanto, conseguiram uma indenização que
compensava as perdas que entendiam ter tido.
Lembre-se: Durante a União Ibérica, ocorreram vários
acontecimentos que acabaram por provocar
transformações significativas no Brasil dentre eles:
• A anulação do Tratado de Tordesílhas;
• Início de um significativo processo de expansão;
• Ampliação dos quilombos; "afrouxamento"
• Investidas de inimigos da Espanha nas colônias
portuguesas, inclusive o Brasil.
• Invasões francesas e holandesas no nordeste.
XIII - INVASÕES HOLANDESAS (1624 -1654).
a. Contexto Histórico
Nove anos após a expulsão dos franceses, o território
colonial brasileiro sofreu uma invasão holandesa, em
1624. Os motivos que traziam os holandeses ao Brasil
eram muito diferentes.
Para compreendê-los, é necessário fazer algumas
considerações sobre o período em que Portugal (União
Ibérica) esteve sob o domínio espanhol, bem como
sobre as relações internacionais da Espanha.
Após ter emergido como potência européia, a Espanha
perseguiu o objetivo de unificar toda a península ibérica,
incorporando Portugal ao seu território. Os portugueses
resistiram enquanto puderam. Mas, no século 16, alguns
acontecimentos contribuíram para a Espanha concretizar
seus objetivos.
Em 1578, o rei dom Sebastião, último monarca da
dinastia de Avis, morreu e não deixou herdeiros. Então,
o cardeal dom Henrique, único sobrevivente masculino
da linhagem de Avis, assumiu a regência. Com sua
morte, em 1580, o rei da Espanha, Felipe 2°; da mesma
linhagem familiar, achou-se no direito de ocupar o trono
português e invadiu Portugal. O domínio espanhol sobre
Portugal duraria 60 anos, até 1640.
•Espanha e Holanda
Contudo, antes disso, Portugal já havia estabelecido
relações comerciais com os ricos negociantes
holandeses, que passarama financiar a produção
acucareira no Brasil e a controlar toda a sua
comercialização no mercado europeu. Por outro lado, no
mesmo período, a Espanha pretendia dominar todo o
território dos Países Baixos, na qual a Holanda estava
situada, pois a circulação de mercadorias naquela região
contribuía significativamente para abastecer os cofres
do tesouro espanhol.
Não obstante, em 1581, sete províncias do Norte dos
Países Baixos, incluindo a Holanda, criaram a República
das Províncias Unidas e passaram a lutar por sua
autonomia em relação aos espanhóis. Ao incorporar
Portugal, aproveitando-se do seu controle sobre o Brasil,
a Espanha planejou impedir que os holandeses
continuassem a comercializar o açúcar brasileiro. Era
uma tentativa de sufocar economicamente a Holanda e
impedir sua independência.
36
HISTÓRIA ttO fíRASlL - CURSO l" DIRETRIZ
2. A Criação da Companhia das índias Ocidentais.
Os holandeses reagiram rapidamente, concentrando seus
esforços no controle das fontes dos produtos que
negociavam. Surgiu assim, em 1602, a Companhia das
índias Orientais. Essa empresa, de porte enorme, se
apossou dos domínios coloniais portugueses no Oriente.
Em decorrência dos êxitos desse empreendimento, os
holandeses criaram, em 1621, a Companhia das índias
Ocidentais. Esta ficou encarregada de recuperar o
controle do açúcar brasileiro e monopolizar o seu
comércio nos mercados europeus.
Para controlar a produção e comercialização do açúcar
era necessário ocupar e se apoderar de partes do
território colonial brasileiro onde ele era produzido.
Desse modo, contando com uma frota composta de 26
navios e 500 canhões, os holandeses iniciaram sua
primeira invasão do Brasil em 1624. Atacou a cidade de
Salvador, na época o centro administrativo da colônia.
Mas, um ano após terem chegado, foram expulsos, sem
grandes dificuldades.
3. Primeira Invasão - Salvador (1624 - 1625)
Cientes da vulnerabilidade das povoações portuguesas
no litoral Nordeste brasileiro, os administradores da
Companhia Neerlandesa das índias Ocidentais (W.I.C.)
decidiram pelo ataque à então capital do Estado do
Brasil, a cidade do Salvador, na capitania da Bahia.
Desse modo, uma armada da W.I.C. transportando um
efetivo de cerca de 1.700 homens sob o comando do
almirante Jacob Willekens, em 10 de Maio de 1624,
atacou e conquistou a capital. Em pânico, os habitantes
retiraram-se para o interior. O governador-geral, Diogo
de Mendonça Furtado (1621-1624), entrincheirou-se no
palácio, mas tanto ele como o filho e alguns oficiais
foram aprisionados e enviados para os Países Baixos. O
governo da cidade passou a ser exercido pelo fidalgo
holandês Johan Van Dorth.
• A Jornada dos Vassalos
Em 1625 a Espanha enviou, como reforço, uma
poderosa armada de cinqüenta e dois navios, sob o
comando de D. Fadrique de Toledo Osório, marquês de
Villanueva de Valduesa, a maior então enviada aos
mares do Sul: a famosa Jornada dos Vassalos, com
quase quatorze mil homens. Essa expedição derrotou e
expulsou os invasores holandeses a l de maio desse
mesmo ano.
4. Segunda Invasão Holandesa - Olinda e Recife
(1630 -1654)
O enorme gasto com a fracassada invasão às terras da
Bahia foi recuperado quatro anos mais tarde, num
audacioso ato de corso quando, no mar do Caribe, o
Almirante Piet Heyn, a serviço da W.I.C., interceptou e
saqueou a frota espanhola que transportava o
carregamento anual de prata extraída nas colônias
americanas.
De posse desses recursos, os neerlandeses armaram
nova expedição, desta vez contra um alvo menos
defendido, mas também lucrativo, na região Nordeste do
Brasil. O seu objetivo declarado era o de restaurar o
comércio do açúcar com os Países Baixos, proibido pela
Coroa da Espanha. Uma nova esquadra, com 64 navios
e 3.800 homens, investirá agora sobre a capitania de
Pernambuco onde, em Fevereiro de 1630, conquistam
Olinda e depois Recife. Com a vitória, as forças
neerlandesas foram reforçadas por um efetivo de mais
6.000 homens, enviado da Europa para assegurar a
posse da conquista.
Ifè&r-
Cerco a Olinda - 1630
1630
• A resistência
Mapa de Olinda em
Liderada por Matias de Albuquerque, concentrou-se no
Arraial do Bom Jesus, nos arredores do Recife. Através
de táticas indígenas de combate (campanha de
guerrilhas), confinou o invasor às fortificações no
perímetro urbano de Olinda e seu porto, Recife.
Os inúmeros navios
holandeses, chagando a
Recife.
37
HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l" DIRETRIZ
As chamadas "companhias de emboscada" eram
pequenos grupos de dez a quarenta homens, com alta
mobilidade, que atacavam de surpresa os neerlandeses e
se retiravam em velocidade, reagrupando-se para novos
combates.
Os tabocais, planta nativa da
região (figura) serviam de
escudo às emboscadas
desprendidas contra o invasor
holandês.
Entretanto, com o tempo, alguns senhores de engenho
de cana-de-açúcar aceitaram a administração da
Companhia das índias Ocidentais por entenderem que
uma injeção de capital e uma administração mais liberal
auxiliariam o desenvolvimento dos seus negócios. O seu
melhor representante foi Domingos Fernandes
Calabar,considerado historiograficamente como um
traidor ao apoiar as forças de ocupação e a
administração neerlandesa.
Por razões de ser um herói brasileiro e
ambicioso que só queria causar problemas,
ele muda de lado, em abril de 1632. Por
ambição, desejo de alguma recompensa
entre os invasores, convicção de que estes
seriam vitoriosos ao final, ou ainda mesmo
por supor que aqueles colonizadores trariam
maiores progressos à terra que os
portugueses - o fato foi que Calabar traiu
seus antigos aliados.
CALABAR
Destacaram-se nesta fase de resistência luso-brasileira
líderes militares como Martim Soares Moreno, Antônio
Felipe Camarão, Henrique Dias e Francisco Rebelo
(o Rebelinho).
Com a queda da Paraíba (1634), do Arraial do Bom
Jesus e do cabo de Santo Agostinho (1635), as forças
comandadas por Matias de Albuquerque entraram em
colapso e se viram forçadas a recuar na direção do rio
São Francisco.
5. A administração de Maurício de Nassau
A Companhia das índias Ocidentais nomeou um
governador para administrar o domínio recém
conquistado, que ficou conhecido como o Brasil -
holandês.
Para o cargo de governador, foi nomeado o conde João
Maurício de Nassau, que chegou ao Recife em janeiro
de 1637. No período em que governou o Brasil -
holandês, entre 1637 a 1644, Nassau procurou
estabelecer uma administração eficiente e um bom
relacionamento com os senhores de engenho da região.
Desse modo, foram colocados a disposição dos
proprietários de engenho recursos financeiros, para
serem utilizados na compra de escravos e de maquinário
para o fabrico do açúcar. A administração de Nassau
destacou-se pelas realizações urbanísticas e culturais,
saneando e modernizando Recife, que se converteu num
centro urbano repleto de notáveis obras arquitetônicas,
passando a chamar-se Mauritztadt ou Cidade
Maurícia. Foram convidados cientistas europeus para
realizarem estudos sobre a flora da região.
Embora adeptos do Calvinismo, os holandeses
implantaram a liberdade de credo, para evitar possíveis
atritos com os luso-brasileiros. Estenderam-na a Judeus
e católicos, só não atingindo os jesuítas, que
representavam a principal força contra-reformista
na luta contra o pró testa n tis mo.
• Câmaras dos Escabinos
Eram órgãos de representação municipal, a fim de
estimular a participação política da população nas
decisões de interesse local. Durante o governo de
Nassau, as vilas de Recife e Olinda passaram por um
intenso processo de urbanização e melhoramentos que
mudaram completamente a paisagem local.
• O afastamento de Nassau
Devido aos elevados custos das guerras européias, a
Companhia das índias Ocidentais adotara nova política
financeira e administrativa para região nordestina. A
nova estratégia impunha crescentes restrições aos gastos
e cobranças dos empréstimos feitos aos senhores de
engenho, o que contrariava o caminho escolhido por
Nassau. Seu descontentamento levou-o a ser destituído
do cargo e a regressar ao seu país em 1644.
Os últimosanos da administração de Nassau, foi
retomado o confronto com a Companhia das índias
Ocidentais.
6. A Insurreição Pernambucana
• Antecedentes.
Contando com o apoio econômico e militar dos Países
Baixos e da Inglaterra na luta pela recuperação de sua -
38
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
- autonomia frente à Espanha, Portugal buscou reforçar
suas alianças na Europa. Em 1641 assinou a trégua dos
Dez Anos com os Países Baixos, que garantia aos
holandeses a manutenção do seu domínio sobre o
nordeste brasileiro.
Em 1668, após intenso desgaste dos reinos ibéricos e de
suas colônias, Portugal e Espanha assinaram um tratado
de paz.
Com o fim do domínio espanhol sob Portugal, em 1640;
o novo rei português, D. João IV, decidiu recuperar o
Nordeste brasileiro retirando-o do domínio holandês.
Esse período coincidiu com o descontentamento dos
senhores de engenho do Nordeste brasileiro diante dos
holandeses. Nassau já havia partido e, para explorar ao
máximo a produção do açúcar brasileiro, a Holanda
adotou inúmeras medidas impopular, em especial o
aumento dos impostos, o que contrariava os interesses
dos proprietários de engenho.
Nota: No nordeste do Brasil, os engenhos de cana-de-
açúcar viviam dificuldades num ano de pragas e seca,
pressionados pela Companhia das índias Ocidentais,
que sem considerar o testamento político de Nassau,
passou a cobrar a liquidação das dívidas aos
inadimplentes. Essa conjuntura levou à eclosão da
Insurreição pernambucana, que culminou com a
extinção do domínio neerlandês (holandês) no Brasil.
Importante:
Constitui fatores antecedentes a Insurreição
Pernambucana:
• A Restauração Portuguesa
• O Afastamento de Maurício de Nassau
• A Assinatura do tratado de trégua entre Portugal e
Holanda.
• Líderes:
A insurreição pernambucana, também referida como
Guerra da Luz Divina, registrou-se no contexto da
segunda das Invasões holandesas do Brasil, culminando
com a expulsão dos neerlandeses da região Nordeste do
Brasil.
Em 15 de maio de 1645, reunidos no Engenho de São
João, 18 líderes insurretos pernambucanos assinaram
compromisso para lutar contra o domínio holandês na
capitania.
O movimento integrou forças lideradas pelos senhores
de engenho André Vida l de Negreiros e João
Fernandes Vieira, pelo africano Henrique Dias e pelo
indígena Felipe Camarão
• André Vidal de Negreiros - Senhor de
Engenho, Militar por formação e governador
colonial português, Mestre-de-campo nas
batalhas de Guararapes.
• João Fernandes Vieira - Senhor de Engenho e
Militar.
• Henrique Dias - Filho de escravos
africanos libertos. Foi Mestre de campo e
cavaleiro da Ordem de Cristo.
• Antônio Dias Cardoso - Militar português
teve participação decisiva no contexto da
Insurreição Pernambucana. Conhecedor das
técnicas de combate indígena organizou
várias emboscadas contra o invasor
holandês, por isso mesmo ficou conhecido
como "O mestre das emboscadas".
• Felipe Camarão - foi um indígena brasileiro da
tribo potiguar. À frente dos guerreiros de sua
tribo organizou ações de guerrilha que se
revelaram essenciais para conter o avanço dos
invasores.
• Principais Batalhas.
A Holanda não respeita a trégua; ao contrário, amplia
seus domínios, conquistando inclusive Sergipe e o
Maranhão (l641).
E é no Maranhão que se inicia a reação, após 27 meses
de ocupação holandesa, o suficiente para deixarem a
cidade destruída, igrejas saqueadas e fazendas
incendiadas. A própria população toma a iniciativa e
escorraça as forças batavas de São Luís.
—» Batalha do Monte das Tabocas - 1645
O êxito dos patriotas maranhenses, animam os
pernambucanos, E em 3 de agosto de 1645, travou-se a
batalha de Monte das Tabocas, que consagrou a
viabilidade militar de vitória dos brasileiros contra os
holandeses. 1.200 civis pernambucanos armados apenas
de chuços e paus tostados e 250 armas de fogo, infligem
fragorosa derrota ao Tenente Coronel Hendrick Van
Hans, que comandava 1.900 homens todos muito bem
armados.
39
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l* DIRETRIZ
Esboço da Batalha do Monte das Tabocas ffli ftgo i£-í5)
ERal)
Batalha da Casa Forte em 1645.
—» Construção do Arraial Novo 1646.
Em junho de 1646, os brasileiros cercam Recife.
--* Holanda Exige o cumprimento do tratado de paz.
"A 12 de agosto de 1647, a Holanda exige que Portugal
puna os rebeldes brasileiros, então, D. João IV decidiu
mandar restituir o que os patriotas haviam tomado no
Brasil". É quando André Vidal de Negreiros em
resposta diz:" Combateremos até o fim, e somente após
expulsar o invasor, iremos a Portugal receber o castigo
pela nossa desobediência.".
--> Reforço holandês
A 18 de março, poderosa esquadra holandesa da
Companhia das índias Ocidentais aportou em Recife,
sendo composta por 41 barcos, transportando víveres e
6.000 soldados.
Com este poderio, o invasor decidiu romper o cerco do
Recife e marchar na direção sul, zona de retaguarda
patriota, para conquistar o Cabo e adjacências. Manobra
com a finalidade de controlar bases de suprimentos
próximas e, cortar, nesta região, o apoio externo aos
patriotas bem como criar condições de prosseguimento,
por terra, para conquista da Bahia. Ao executar esse
ambicioso plano ocorreu a primeira batalha dos
Guararapes.
Primeira Batalha de Guararapes.
...-HÍ-A i jr
INRIOBA lí.vriMf*. c-.t Jr^tí.lJí I<-! ;M
ítrtfu., !.<•» l, .. vi.r •_ :
Em 19 de abril de
1648, no cume dos
montes Guararapes
se defrontou as
forças holandesas
compostas por 6.300
homens contra 2.200
brasileiros. Obtendo
os brasileiros
maiúscula vitória
sobre as forças
batavas. Ao final
entre mortos e
feridos foram 1.038
holandeses, e 480
brasileiros.
Segunda Batalha de Guararapes
A 17 de fevereiro de 1649, 3.650 holandeses ao
comando do coronel Brinck decidiram deixar Recife e
ocupar os Mortes Guararapes. Dali esperava atrair os
brasileiros, com seus 2.640 homens, para uma batalha
decisiva. Após uma marcha forçada, estacionaram nos
Guararapes, numa cópia da manobra usada pelos
patriotas na primeira batalha. Mais uma vez os patriotas,
inferiores em número, derrotaram esmagadoramente os
soldados de um dos melhores exércitos da Europa.
Dessa vez são mortos 1.095 inimigos, dos quais 173
oficiais e suboficiais. Netscher, historiador holandês
dirá - Poucas batalhas terão sido tão mortíferas.
No dia 26 de janeiro de 1654, na Campina do Taborda,
fronteira ao Forte de Cinco Pontas, os holandeses
assinaram a rendição de todas as suas forças no
Brasil,
7.Conseqüências da Expulsão dos Holandeses do
Brasil
Com a expulsão dos
holandeses do Brasil,
a economia açucareira
nordestina entrou em
uma fase de
progressiva
decadência, pois os
holandeses haviam
levado mudos de cana
de açúcar do Brasil
passando a cultivá-los
nas Antilhas.
40
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l" DIRETRIZ
Em pouco tempo, a produção açucareira holandesa
passou a competir com a produção brasileira,
provocando queda no preço e nas exportações.
*> EXERCÍCIOS
66) A participação ativa dos holandeses nas
atividades relativas aos primeiros anos da economia
açucareira do Brasil colonial se traduziu
principalmente:
a. Na adoção do sistema de lavoura extensiva;
b. Na introdução do escravo negro como mão de
obra;
c. Nas operações de refino e distribuição do açúcar no
mercado europeu;
d. Na introdução de trabalhadores flamengos para a
lavoura da cana;
e. Na importação de moendas da Inglaterra.
67) A invasão holandesa durante o período do Brasil
colônia:
a. Ocorreu no Rio Grande do Norte por ser o principal
centro açucareiro do Brasil.
b. Foi de início prontamente rebatido pelos
brasileiros, não conseguindo estabelecer nenhum
domínio.
c. Ocorreu em Pernambuco por ser o principal centro
açucareiro do Brasil colônia.
d. Ocorreu em Minas Gerias face sua grande
produção de ouro e outros metais preciosos.
e. Ocorre na capitania de São Vicente, principal pólo
do açúcar brasileiro.
68) Marque a opção errada.
a. As invasões holandesas ocorreram na Bahia
(1624 - 1625) e Pernambuco (1630- 1654),
principais centros açucareiros da colônia.
b. Os holandeses dominaram o Nordeste brasileirode 1624 a 1654, portanto, um período de 30 anos.
c. Os holandeses foram expulsos em 1625 da Bahia,
por uma esquadra luso-espanhola.
d. Os holandeses, após terem sido expulsos de
Pernambuco, levam as mudas de cana de açúcar
para Holanda onde recomeçam a exploração do
produto.
e. Durante a administração de Nassau, a cidade de
Recife experimentou grande avanço urbanístico.
69) No movimento denominado insurreição
pernambucana, ocorrido em 1645, contra a opressão
holandesa, um índio e um negro aderiram ao
movimento. Eram eles, respectivamente:
a. Felipe camarão (Poti) e Henrique Dias.
b. Caramuru e Maurício de Nassau.
c. Henrique Dias e Caramuru.
d. André Vidal de Negreiros e Felipe Camarão
e. Felipe Camarão e Dias Cardoso
70) Durante a 1° tentativa de invasão holandesa,
ocorrida na Bahia (Salvador) em 1624, A defesa
ficou a cargo do Bispo D. Marcos Teixeira, que
criou uma companhia de emboscadas que ficou
conhecida como:
a. Milícia dos Descalços.
b. Milícia dos Mascates
c. Revolta dos Baianos
d. Revolta dos Males.
e. Revolta dos Potiguar.
71) No ano de 1637 chegou a Pernambuco,
designado pela Companhia das índias - empresa
instituída pela Holanda para avalizar a
comercialização do açúcar brasileiro - o conde
Maurício de Nassau, militar de nacionalidade
alemã que para ali fora designado no intuito de
consolidar o domínio holandês. Sua primeira
ação prática consistiu em ampliar a área já
subjugada instituindo um fidedigno Brasil
holandês. Como ficou conhecida a região
conquistada pelos holandeses no Brasil colônia?
a. Guiana Holandesa
b. Nova Holanda
c. Penedo
d. Mauricéia
e. São Leopoldo
72) "Também
Divina, foi
neerlandeses do Brasil:
conhecida como Guerra da Luz
o movimento que expulsou os
a. Revolta dos Felipes dos Santos
b. Inssurreição Pernanbucana
c. Conjuração Baiana
d. Guerra dos Mascates
e. Revolta de Backmam.
Obs. Formalmente, a rendição foi assinada em 26 de
Janeiro de 1654, na campina do Taborda, mas só
provocou efeitos plenos, em 6 de agosto de 1661, com a
assinatura da Paz de Haia, onde Portugal concordou -
41
HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
- em pagar aos Países Baixos oito milhões de Florins,
equivalente a sessenta e três toneladas de ouro. Este
valor foi pago aos Países Baixos, em prestações, ao
longo de quarenta anos e sob a ameaça de invasão da
Marinha de Guerra. De acordo com uma corrente
historiográfica tradicional em História Militar do Brasil,
o movimento assinalou ainda o germen do nacionalismo
brasileiro, pois os brancos, africanos e indígenas
fundiram seus interesses na expulsão do invasor.
73) Analise as afirmativas abaixo sobre as Invasões
Holandesas no Brasil:
I. Enquanto Portugal teve soberania, foi bom parceiro
comercial da Holanda.
II. Além do açúcar do Brasil, a Companhia das índias
Ocidentais visava, também, as minas de prata do
México e do Peru.
III. A tática das guerrilhas no Brasil se iniciou na
Bahia,
IV. Com a Insureição Pernambucana os brasileiros não
conseguiram expulsar os holandeses.
Com base na análise, assinale a alternativa correta:
a. I b. II e IV c. III e IV d. IJIelII
e. todas
74) Analise as afirmativas abaixo sobre a defesa do
teritório brasileiro durante o período colonial,
colocando entre parênteses a letra V, quando se
tratar de uma afirmativa verdadeira ou a letra F
quando se tratar de uma afirmativa falsa.
D Com a unificação das Coroas ibéricas os holandeses
passaram a ameaçar o Brasil.
U A Companhia das índias Ocidentais foi criada
exclusivamente para conquistar as Capitanias do Brasil.
DA resistência inicial aos holandeses na Bahia foi
organizada pelo Bispo D. Marcos Teixeira.
a. Somente a I está correta.
b. Somente a I e II estão corretas.
c. Somente a II esta correta.
d. Somente a III esta correta
e. Todas as alternativas estão corretas.
75) Inegavelmente, fatores políticos europeus
influenciaram a História do Brasil ao longo dos
tempos. Em particular, a Invasão Holandesa ao
nordeste brasileiro durante o século XVII está
relacionada:
a. A Guerra dos Cem Anos, que colocou as terras
flamengas sob a égide britânica, obrigando os
holandeses a buscar novas terras para alocar a
população perseguida.
b. As Guerras de Reconquista contra os Mouros que
deixou os portugueses à mercê do controle
financeiro dos banqueiros holandeses.
c. Ao confronto entre lusitanos e castelhanos na região
de fronteira de Portugal. Este conflito fragilizou as
defesas da metrópole ibérica permitindo a ação
holandesa no Brasil.
d. Aos atos de navegação estabelecidos pelo governo
Inglês. Esta medida atrapalhou enormemente os
interesses marítimos holandeses deixando a nação
flamenga com a única opção de ocupar as regiões
produtoras de açúcar.
e. Á União Ibérica que atrapalhou os interesses
holandeses no comércio do açúcar levando o
governo da Holanda a optar pela ocupação das zonas
produtoras no nordeste.
76) Analise as proposições sobre as Invasões
Holandesas no Brasil e assinale a alternativa correta.
I.
II.
III.
As invasões se relacionam com as desavenças
entre holandeses e espanhóis, acirradas durante o
processo de independência das províncias do
Norte, entre as quais a Holanda que, juntamente
com outras províncias dos Países Baixos, foi
dominada durante algum tempo pela Espanha.
A invasão holandesa á cidade de Salvador,em
1624, ocorreu após a derrota dos holandeses em
Pernambuco, onde o Governador Matias de
Albuquerque, junto de seus colonos, derrotou a
Companhia das índias Ocidentais.
A política de Maurício de Nassau, que instalou um
sistema administrativo, inspirado no modelo
holandês, com grande ênfase na economia
açucareira, sobre a qual tomaram todo o controle,
impossibilitando que os colonos exercessem suas
atividades.
I
III
b. II e III c. I e III d. I, II e III
42
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l1 DIRETRIZ
XIV - ATIVIDADES COMPLEMENTARES A
ECONOMIA COLONIAL
Apesar da importância da empresa açucareira para a
política colonizadora portuguesa, eram realizadas outras
atividades que atendiam às necessidades da população
colonial, chamadas de atividades secundárias ou
acessórias, ou ainda complementar es, destinadas à
exportação quanto a subsistência dos colonos, como os
cultivos de mandioca, tabaco, algodão e a produção de
aguardente e rapadura.
•A mandioca está na base da alimentação,
especialmente dos escravos, e sua produção chegou a
ser imposta aos Senhores de Engenho a fim de evitar
crises alimentares, que poderiam afetar a população e
comprometer o projeto colonizador.
•O fumo, produzido, sobretudo na Bahia, era
importante moeda de troca no comércio de escravos nas
regiões africanas. Chegou a representar a segunda maior
receita de exportação agrícola da colônia. Sua
importância econômica e o fato de exigir menos terra e
menos mão de obra para seu plantio atraiu muitos
lavradores.
•Aguardente e rapadura, embora reduzida, também
era muito importante na troca por escravos africanos,
sendo realizada principalmente no litoral de São
Vicente.
•Algodão, era cultivo mais intensamente no Maranhão,
estava ligado inicialmente à confecção das roupas dos
escravos, já que os senhores e suas famílias usavam
tecidos vindos da Europa. Porém, logo se transformou
em produto de exportação.
•A pecuária e a extração das drogas do sertão,
atividades ditas secundárias, foram, juntamente com as
expedições militares contra invasores estrangeiros e em
busca de metais preciosos e índios, decisivas para a
ocupação do interior brasileiro e a ampliação das
fronteiras da colônia.
Drogas do Sertão
_O—
CAMINHO DOS CURRAIS
DO R10 DAS VELHAS
XV - EXPANSÃO TERRITORIAL DA COLÔNIA
1. A Ocupação do Nordeste e da Região Amazônica.
•A criação de gado nasceu junto aos engenhos, como
uma atividade complementar da rica empresa
açucareira, e deixou pouco a pouco o litoral para
transformar num importante elemento de ocupação do
interior das capitanias do Nordeste. Embora sua
importância econômica fosse muito menor do que a do
açúcar, a pecuária oferecia a força motriz do engenho,
um meio de transporte, alimento e couro, usado na
confecção de roupas,calçados, móveis e outros
utensílios tanto para os moradores dos engenhos, como
para as populações das vilas.
A criação extensiva do
gado, solto nas terras,
necessitava sempre de
novas pastagens, o que
favoreceu seu avanço
pelo sertão. Já no século
XVII a atividade dos
vaqueiros alcançava as
capitanias do Ceará e
Maranhão, ao Norte, e as
,
Margens do rio São Francisco, ao Sul, regiões onde
surgiram importantes fazendas de gado, chamadas
currais.
Obs. Foram os currais que garantiram a ocupação do
interior nordestino.
A atividade pecuarista utilizava principalmente
trabalhadores livres, como mestiços de indígenas e
negros.
As dificuldades geradas pela crise do açúcar atraíram
muitos colonos de extratos sociais inferiores para a
pecuária. Assim, em contrate com a sociedade do
açúcar, essa atividade permitia mobilidade social.
•O Combate a Presença Estrangeira, especialmente
durante a União Ibérica, também contribuiu para a
ocupação do interior do Nordeste e da região
amazônica. As fortifi cações construídas pelas
expedições militares, organizadas para combater as
invasões, transformaram-se, com o tempo, em
importantes cidades da região, como a Fortaleza de
Filipéia de Nossa Senhora das Neves, que se
transformou na atual João Pessoa, e o Forte dos Reis
Magos, embrião da atual cidade de Natal.
Na Região amazônica, o governo da União Ibérica
43
HISTORIA DO BRASIL - CURSO 1a DIRETRIZ
decidiu pela criação do estado do Maranhão e do Grão-
Pará, em 1621 fazendo de Belém a base para repelir as
investidas estrangeiras.
• Apresadores de índios e Jesuítas.
A ocupação do Amazonas contou ainda com
apresadores de índios e jesuítas, fundadores de dezenas
de aldeias de catequese.
• Drogas do Sertão
Contudo, a principal base econômica para a ocupação
da Amazônia foi a coleta de recursos florestais, as
chamadas Drogas do Sertão, como cacau, baunilha,
guaraná e ervas medicinais e aromáticas.
2. A Expansão Paulista (Bandeirantes)
A pobreza da inicialmente próspera Capitania de São
Vicente, frente ao sucesso do empreendimento
açucareiro no Nordeste, levou à organização de
Bandeiras, expedições cujo objetivo era procurar
riquezas no interior da colônia e apresamento de
nativos, além de ataques contratados a quilombos, como
ocorreram posteriormente.
• Apresamento de índios.
Diante da ocupação de Pernambuco e da região africana
de Angola pelos holandeses, as demais capitanias não
tinham acesso a carregamentos de escravos. Assim,
embora as primeiras bandeiras de apresamento de índios
visassem obter mão de obra para a pequena lavoura
paulista ou a venda para regiões próximas,
progressivamente passaram também a sanar as
dificuldades dos Senhores de Engenho do Nordeste,
onde se localizava a maior produção agrícola baseada
em mão de obra escrava.
Muitas bandeiras atacaram as missões jesuíticas do
Oeste e Sul da colônia, capturando dezenas de milhares
de nativos e cobrando um valor mais alto pelos
aculturados por estarem mais adaptados ao trabalho
agrícola.
A atividade apresadora de índios entrou em decadência,
com o fim do domínio espanhol e a retomada do
comércio de africanos pelos portugueses, normalizando
o abastecimento de escravos para a colônia.
• Bandeiras de Contrato.
Os paulistas, organizados em bandeiras, dedicaram-se,
então, a atacar aldeamentos de nativos insubmissos e de
negros fugidos que viviam em quilombos. Essas
expedições, a serviço dos fazendeiros ou da
administração colonial, eram chamadas de bandeiras de
contrato, destacando-se a de Domingos Jorge Velho,
que venceu a resistência dos cariris e janduis e destruiu
o Quilombo dos Palmares, em fins do século XVII
"Na segunda metade do século XVII, os bandeirantes
passaram a servir aos grandes proprietários rurais do
Nordeste e apropria coroa portuguesa, fazendo a guerra aos-
índios hostis e destruindo os quilombos, onde se
concentravam escravos foragidos. Nessa medida, a atividade
bandeirisía implicava um contrato e uma forma de
remuneração ou compensação, revestindo-se, além disso, de
um caráter essencialmente militar "
"Nesse ciclo, situam-se as guerras justas contra indígenas,
inclusive do Norte do Brasil, e a guerra dos bárbaros que
culminou com a destruição da Confederação dos Cariris, no
Ceará e Rio Grande do Norte. A ocorrên ia mais
importante, contudo, foi a destruição do quilombo dos
Palmares (1695), situado no território alagoano e um dos
mais importantes movimentos da resistência negra à
escravidão. O responsável pelo aniquilamento do reduto
quilombola foi Domingos Jorge Velho, um dos mais
importantes bandeirantes do bandeirismo de contrato ".
Cláudio Vicentino. Gianpaolo Dorígo - História Geral e do
Brasil.
• Bandeiras e o ciclo da mineração.
As mais importantes bandeiras foram, contudo, as
destinadas à procura de metais preciosos, incentivadas
pela metrópole devido ao declínio da economia
açucareíra nordestina na segunda metade do Século
XVII. O financiamento das expedições paulistas trouxe
a descoberta de ouro na região de Minas Gerais - como
Vila Rica, atual Ouro Preto, e Sabará - depois Mato
Grosso e Goiás, dando início à atividade econômica
mineradora na colônia. Há que considerar ainda o
Portugueses, estrangeiros e colonos de outras áreas,
apelidados pelos paulistas de Emboabas (forasteiro),
foram atraídos para o local das Minas.
• MonsÕes
As Monções eram expedições fluviais paulistas que
partiam de Porto Feliz, às margens do Rio Tietê, com
destino às áreas de mineração em Mato Grosso, com a
finalidade de abastece-las.
44
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l" DIRETRIZ
As canoas levavam mantimentos, ferramentas, armas,
munições, tecidos, instrumentos agrícolas e escravos
negros, entre outras mercadorias para serem
comercializados nos povoados, arraiais e vilas do
interior. Na volta, traziam principalmente ouro e peles.
Obs. Principais diferenças entre Entradas e
Bandeiras
Foi â partir do século 17 que as terras do interior do
Brasil passaram a ser rotineiramente exploradas. O
desbravamento e povoação dessas terras foram iniciados
por expedições pioneiras chamadas de Entradas e
Bandeiras. As Entradas geralmente eram expedições
oficiais, ou seja, foram organizadas pelo governo da
autoridade colonial. Já as Bandeiras tinham motivação
particular, isto é, eram organizadas por colonos que se
estabeleceram nos povoados.
As Entradas declinaram no início do século XVII. As
Bandeiras surgiram no início desse mesmo século e se
estenderam por todo o século seguinte. Foi na vila de
São Vicente que surgiram as primeiras Bandeiras.
Enquanto as Entradas respeitavam os limites territoriais
fixado pelo Tratado das Tordesilhas, que dividia as
terras do continente americano entre Portugal e
Espanha, as Bandeiras geralmente ultrapassavam essa
fronteira, em direção às regiões Sul, Norte e Centro
Oeste. Entre 1580 e 1640, Portugal ficou sob domínio
Espanhol. Durante esse período, também conhecido
como a união das Coroas ibéricas, a Espanha governou
Portugal e todos os seus domínios. Nessa época, os
bandeirantes não encontraram resistências quanto a
ultrapassar Tordesilhas. Quando Portugal se libertou do
jugo espanhol o território colonial brasileiro havia se
ampliado significativamente
Obs. Apesar de terem dizimado e submetidos à
escravidão muitos grupos indígenas, é inegável a
contribuição das bandeiras para a ocupação e
povoamento do interior do Brasil, fundando povoados,
criando vilas, dando à exploração mineradora e,
sobretudo, ampliando as fronteiras da colônia além dos
limites estabelecidos pelo tratado de Tordesilhas.
• íBimQ* MÍa-lo * inn..4>ici* ird'fl«r
Principais Bandeirantes Paulistas
• Fernando Dias pais;
• Antônio Raposo Tavares;
• Francisco Dias Velho;
• Domingos Jorge velho;
• Manuel Borba Gato
• Bartolomeu Bueno da Silva
• Principais Conseqüências:
• Ampliação das fronteiras da colônia para além da
linha imaginária de Tordesilhas;
• Povoamento do interior;
• Dizimação e escravização de milhares de índios;
• Descobertas de metais preciosos.
3. A Expansão do Sul
O domínio português estendeu-se sobre o Sul da colôniacom a destruição das missões jesuíticas pelas bandeiras
de apresamento de indígenas e a fundação, próximo à
cidade de Buenos Aires, da colônia do Sacramento, em
1680. Constituída a fim de garantir o limite mais
meridional de sua colonização e a posse sobre o estuário
do rio da prata, rivalizava com a presença espanhola que
escoava por ali sua produção mineradora de Potosí. O
sucesso inicial da presença lusa no extremo sul contou
também com o apoio da Inglaterra, interessada no
comércio da região.
Para sustentar a dominação lusa sobre a região Sul,
criaram-se as estâncias, grandes fazendas de gado, cujo
êxito foi favorecido pelas condições naturais dos
pampas, uma planície forrada de excelente pastagem, e
pelo mercado consumidor da região das minas. A
pecuária sulista desenvolveu a produção do charque,
carne seca mais durável e fácil de transportar e utilizar.
Esse produto superou o predomínio anterior da
produção de couro e tornou-se, progressivamente, a base
da economia da região, cujo controle, feito pelos
portugueses, efetivou-se plenamente no final do século
XVIII.
4. Vamos Recordar?
• Resumo da Expansão.
• A anulação do Tratado de Tordesilhas ocorrido
durante a União Ibérica (1580 - 1640).
• Norte - procura pelas drogas do sertão
As missões fundadas pelos jesuítas.
45
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
Nordeste - a prática da pecuária no Vale de São
Francisco; O sertanismo de contrato; expedições
bandeirantes.
Centro-Oeste - expedições bandeirantes em busca
das minas de ouro e metais preciosos (ciclo do
ouro); missões Jesuíticas.
Sudeste - expedições bandeirantes de caça ao índio
e procura de metais preciosos; (ciclo do ouro).
5. A Oficialização das
Tratados de Limites.
Fronteiras Lusas: Os
Apôs a anulação dos limites impostos pelo Tratado de
Tordesilhas e do expancionismo luso realizado durante a
União Ibérica, foram estabelecidos novos tratados para
resolver as contínuas disputas entre espanhóis e
portugueses no Sul da colônia.
• Tratado de Madri
Assinado em 1750 dizia que " um território deveria
pertencer a quem o tivesse efetivamente colonizado " -
era o principio de "utipossidetis ".
Esse princípio jurídico invocado por Alexandre de
Gusmão, representante português nas negociações,
promovia uma descontinuidade territorial, intercalando
domínios portugueses e espanhóis.
Foi acrescentada, então, uma cláusula ao acordo,
prevendo a entrega da Colônia de Sacramento à
Espanha e dos Sete povos das Missões, situada no
território do atual Rio Grande do Sul, a Portugal.
• Guerras Guaraníticas.
A Guerra Guaranítica
destruiu populações
indígenas e o
trabalho de quase
dois séculos de
missões jesuítas.
Quando os portugueses
tentaram ocupar a
região, entretanto
encontraram a
resistência dos padres
jesuítas espanhóis de
Sete Povos das Missões,
que para defender seu
território, havia armados
os gauranis
- vítimas da ação escravizadora dos bandeirantes.
Iniciou-se, então, a Guerra Guaranítica, que teve
como conseqüência a morte de cerca de 30 mil índios
que viviam na região e a recusa de Portugal en entregar
a colônia de Sacramento à Espanha.
A Guerra dos Sete Anos (1756 -
1763) entre Inglaterra - apoiada pó
TJ Portugal - e França - apoiada pela
Espanha- acirrou as disputas entre as
nações ibéricas na América.
Aproveitando-se do conflito, a Espanha invadiu e
dominou a colônia de Sacramento, o Sul do Rio Grande
do Sul e a Ilha de Santa Catarina.
• Tratado de santo Ildefonso (1777)
Por este tratado a Espanha obteve a região do
Sacramento e de Sete Povos das Missões e devolveu o
Rio Grande do Sul e a Ilha de Santa Catarina a Portugal.
Portugal, porém, sentiu-se prejudicado com a partilha, e
as rivalidades territoriais se resolveram definitivamente
em 1801, quando ambos os países assinaram o Tratdo
de Badajós.
• Tratado de Badojós (1801)
Estabelecia que Portugal recuperaria a região de Sete
Povos das Missões, e a Espanha, a colônia de
Sacramento - ratificavam-se assim as decisões do
Tratado de Madri.
46
HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
Descreva o esuqema resumo acrescentando novos
elementos:
^ EXERCÍCIOS
77) O movimento de bandeiras pode ser considerado
tipicamente paulista, e o seu núcleo irradiador foi:
a. Santos
b. São Paulo
c. Rio de janeiro
d. São Vicente
e. Cabo Frio
78) O Bandeirismo Apresador tinba como principais
objetivos:
a. Combater os índios Guaranis que habitavam no Sul
do pais
b. Caçar os índios para torná-los escravos
c. Combater os índios fugitivos
d. Resgatar os índios aprisionados pelos caçadores de
índios.
e. Combater os corsários ingleses.
79) As monções eram expedições destinadas a:
a. Procurar ouro e pedras preciosas partindo por terra.
b. Explorar e conquistar o interior do Brasil, partindo
por terra.
c. Explorar e conquistar o interior do Brasil, partindo
pelos rios.
d. Expedições que visavam à captura de índios.
e. Entradas ao interior do Brasil, em busca de metais
preciosos.
80) As bandeiras tinham como objetivo:
a. Descobrir riquezas minerais e aprisionar os
índios.
b. Expandir o território do Brasil.
c. Povoar o interior evitando o ataque dos índios
d. Descobrir terras mais férteis para a agricultura.
e. Expulsar os corsários franceses da Bahia de
Cabo Frio
81). O fato que motivou o movimento do
bandeirismo paulista foi:
a. O desejo de conhecer o interior do Brasil.
b. A necessidade de grande volume de mão de
obra na capitania de São Vicente.
c. A busca de novas fontes de riquezas.
d. O auxílio dos jesuítas na pacificação dos
índios.
e. O ímpeto desbravador do bandeirante paulista.
82). As bandeiras do século XVII eram
expedições formadas por colonos pobres e
índios. Quais os tipos de bandeiras que
existiam?
a. De caça ao índio, de contrato e de mineração.
b. De caça ao escravo, de posse da terra e de
manutenção do território.
c. De caça ao índio, de caça ao escravo e de caça
a portugueses criminosos.
d. De busca de pedras preciosas, de manutenção
de território e de expansão do território.
e. De defesa do litoral, de caça ao índio e de
contrato.
83) Na época do Brasil - Colônia, as chamadas
monções tinham relação com:
a. A instalação de conventos jesuítas no Nordeste.
b. Expedições fluviais de abastecimento
c. Expedições terrestres visando à captura de índios
para posterior catequese.
d. A instalação de conventos jesuítas em São Vicente.
47
HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO 1a DIRETRIZ
e. expedições de caça ao índio e venda de ourona bacia
do prata.
84) Qual alternativa é a correta?
dea. As Entradas e Bandeiras respeitavam a Linha
Tordesilhas.
b. As Entradas e Bandeiras não respeitavam a Linha de
Tordesilhas.
c. As Entradas não respeitavam e as Bandeiras
respeitavam a Linha de Tordesilhas.
d. As Entradas respeitavam e as Bandeiras não
respeitavam a Linha de Tordesilhas.
e. As Entradas e as Bandeiras são movimentos imunes
a quaisquer tratados, por se tratarem de iniciativas
não autorizadas pela Coroa portuguesa.
O primeiro Tratado de Utrecht entre Portugal e
França (1713) estabeleceu as fronteiras portuguesas do
norte do Brasil: o rio Oiapoque foi reconhecido como
limite natural entre a Guiana e a Capitania do Cabo do
Norte. A Franca reconhece o direito de Portugal à bacia
do Amazonas.
* O segundo Tratado de Utrecht entre Portugal e
Espanha (1715) tratou da segunda devolução da Colônia
de Sacramento a Portugal.
85) Analise as alternativas abaixo sobre os tratados
que fixaram as fronteiras das coloniais na América,
colocando entre parênteses a letra V, quando se
tratar de uma afirmação verdadeira e a letra F,
quando se tratar de uma afirmativa falsa. A seguir
marque a alternativa que corresponder a seuqencia
correta.
D O Tratado de Utrecht (1713), assinado entre
representantes de Portugal e da França, estabelecia que
o rio Oiapoque, no extremo norte da colônia, seria o
limite de fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa.
DTratado de Badojós (1801) estabelecia que a região
dos Sete Povos das Missões ficaria com os portugueses,
assim como a colônia do Sacramento.
D O Tratado de Madri (1750) determinavaque a
Potugal e Espanha caberia a posse das terras que
ocupavam. O descontetamento entre índios e Jesuítas
dos aldeamentos dos Sete Povos das Missões gerou luta
violente que ficou conhecida como Guerra Guaranítica.
do Tratado de Santo Ildefonso (1777) estabelecia que
a colônia de Sacrameneto e a região dos Sete Povos da
Missões ficariam com Portugal que cederia à Espanha
terras que haviam sido anexados ao Rio Grande do Sul.
(a).V;V;F;F (b) V;F;V;F (c) F;F;V;V (d) F;F;V;V
(e) V;F;F;F
XVI - CICLO ECONÔMICO DO OURO
Chama-se ciclo do ouro, ou ciclo da mineração o
período da história do Brasil em que a extração e
exportação do ouro dominava a dinâmica econômica da
colônia.
As primeiras descobertas de ouro estão
ligadas à expansão bandeirante e
datam do final do século XVII, quando
a produção e a comercialização do
açúcar enfrentavam uma séria crise. As
notícias (tão esperadas desde 1500) da
descoberta de ouro e diamantes na
colônia atraíram milhares de
portugueses e colonos de outras
regiões brasileiras, sobretudo do
Nordeste.
A população colonial passou de cerca de 300 mil
habitantes no final do século XVII para 3300000 no
final do XVIII.
1. Mudança do Eixo Econômico.
A ocupação e o povoamento da região mineradora,
como o atual estado de Minas Gerais e, em seguida,
Goiás e Mato Grosso, alteraram a caráter
predominantemente rural da colonização, com o
surgimento de diversas vilas e cidades. O
desenvolvimento de um novo eixo econômico,
deslocando as atividades principais da costa litorânea
nordestina para a região Centro-Sul, determinou a
transferência da capital de Salvador para o Rio de
Janeiro, em 1763.
A abertura de estradas e caminhos que ligassem a região
das minas ao porto do Rio de Janeiro propiciou a
intensificação do comércio, visando, sobretudo, ao
abastecimento de região mineradora. O mercado
consumidor foi ampliado e aquecido pelo crescimento
populacional e pela riqueza obtida com o ouro, os
estímulos à importação de artigos manufaturados, à
produção interna de alimentos e a criação de gado.
48
HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l" DIRETRIZ
• Tropas de Mulas.
A integração econômica das várias regiões e a
consolidação do crescente mercado interno foram
favorecidas pelo transporte de mercadorias feito por
tropas de mulas que cruzavam o território colonial em
direção às Minas Gerais e ao Rio de Janeiro.
• Mobilidade Social
O caráter urbano da população dedicada à atividade
mineradora provocou mudanças significativas na
estrutura social da colônia. A rigidez com que era
dividida a sociedade açucareira, basicamente entre
escravos e senhores de engenho, foi sendo substituída
por alguma mobiliade social, com o surgimento de um
número muito maior de artesãos, comerciantes,
pequenos proprietários, intelectuais, padres e
funcionários públicos. Isso possibilitou a relativa
distribuição de riquezas entre ricos e a classe média
produtiva, composta de homens livres.
•Composição da sociedade mineradora
• Topo - altos funcionários reais e grandes
mineradores;
• Meio - médios e pequenos mineradores, religiosos,
militares, tropeiros, comerciantes e artesãos;
• Base - grande maioria de escravos
• O Início da Mineração
Ao contrário do que até então se verificava na colônia, a
atidade mineradora tinha um caráter menos elitista, visto
que, diante da menor necessidade de investimentos,
quase todos podiam participar da extração aurífera e
diamaníífera. As técnicas de Fã i se a cã o e Garimpagem
utilizadas no início da mineração, ou seja, a retirada do
ouro de lavagem encontrado nos rios e barrancos,
exigiam poucos investimentos e mão de obra. Mais
tarde, quando se consolidou a exploração mineradora,
estruturaram-se grandes unidades exploradoras, as
Lavras, exigindo maiores investimentos para as
escavações e grande número de escravos.
• Formas de extração do ouro
• Faiscações - ouro acumulado nas margens dos rios e
riachos.
• Lavras - jazidas minerais de onde o ouro era
extraído das rochas
•Escravos
Apesar da presença de homens livres ou escravos forros,
a mineração era realizada majoritariamente, como a
agricultura canavieira, por meio de negros escravos. Na
mina, os
escravos que trabalhavam por conta própria eram
obrigados a entregar determinadas quantidades de ouro
aos seus senhores e alguns chegavam a ser alforriados,
como recompensa. O número de negros forrosaumentou
na segunda metade do século XVIII, sobretudo devido
ao declínio da atividade mineradora, o que dificultava o
sustento de grande escravaria por parte dos senhores.
2.Administração das Minas
• Intendência das Minas
Para administrar a região mineradora, a metrópole criou
em 1702, a Intendência das Minas, órgão presente em
cada uma das capitanias onde se extraia o ouro. Visando
controlar de perto a exploração aurífera, tornado-a mais
eficiente e lucrativa para a metrópole, era constituída
por um Guarda-Mor e auxiliares submetidos
diretamente à Coroa. A Intendência era responsável pela
distribuição de datas (segundo o número de escravos
que o minerador possuía), e pela cobrança do quinto,
imposto de 20% sobre o ouro encontrado na colônia.
A distribuição das Datas (Lotes auríferos)
• Primeiro Lote - era destinado ao descobridor
• Segundo Lote - era destinado a Coroa portuguesa
• Terceiro Lote - era distribuído aos mineradores
mediante sorteio. (Participavam dos sorteios
mineradores que possuíssem no mínimo 12
escravos)
• Casas de Fundição.
O contrabando, porém, permanecia intenso e, para
coibi-lo, a Coroa criou, em 1720, as casas de
fundição, evitando a circulação do ouro em pó e em
pepitas, formas mais difíceis de controlar. A partir de
então, todo o ouro encontrado nas minas ou nos
garimpos tinha de ser entregue neses locais, onde era
derretido e tranformado em barras, após ter sido
extraído o quinto pertencente à Coroa.
49
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
• Derrama
Aos primeiros sinais de esgotamento da produção
aurífera, a partir da década de 1771, o governo
português , fixou em 100 arrobas de ouro( 1468,9 Kg)
anuais o mínimo a ser arrecadado em cada município
como pagamento do quinto. O recolhimento do tributo,
seria garantido por meio da "derrama", cobrança
compulsória dos impostos feita pelos Dragões,
soldados metropolitanos autorizados a invadir casas e
tomar tudo o que tivesse valor, a fim de completar as
100 arrobas devidas a metrópole.
3. A Descoberta de Diamantes
Em 1729, foi descoberto um veio de diamante no
Arraial do Tijuco, hoje Diamantina, em Minas Gerais.
Dada a dificuldade em se quintar as pedras (não se
podia fundi-las), a metrópole determinou a expulsão
dos mineiros da região e arrendou a exploração a
co n t rã do rés, indivíduos que antecipavam parte dos
lucros à Coroa e recebiam o direito de explorar com
exclusividade os filões de diamantes. Diante de
desvios e denúncias de perda de controle, em 1771, o
governo português assumiu a exploração diamantífera.
Em 1938, Diamantina
comemorou seus 100
anos de elevação à
categoria de cidade,
recebendo do IPHAN o
título de Patrimônio
Histórico Nacional. E, no
ano de 1999, foi tombada
pela UNESCO como
Patrimônio Cultural da
Humanidade.
4. Crise e decadência do Ciclo do Ouro.
O esgotamento das jazidas de ouro e o uso de técnicas
rudimentares, impedindo prospecções mais profundas
do subsolo, levarm à decadência da produção do ouro na
colônia. A partir da década de 1770, verificou-se o
declínio da atividade, diferentemente do que aconteceu
com a economia açucareira, que mesmo depois da crise
da segunda Metade do século XVII, nunca deixou de
ser uma atividade econômica significativa, fosse na
produção, fosse na pauta das exportações.
A diminuição na produção aurífera fez com que a
metrópole aumenta-se a pressão fiscal sobre os colonos
brasileiros a fim de manter suas rendas gerando -
• descontentamento e atos de rebeldia entre eles,
culminando na Inconfidência Mineira, assunto que
veremos quando falarmos das revoltas nativistas e
separatistas.
•Transformações ocorridas na Colônia com a
mineração.
• Transferência da Capital da Colônia de Salvadorpara
o Rio de janeiro;
• Desenvolvimento do mercado interno
• Aumento populacional;
• Consolidação da ocupação rumo ao interior da
Colônia sudeste e sul.
5. Invasões Estrangeiras no Ciclo do Ouro.
Diferentemente do que aconteceu nos ciclos econômicos
do pau-brasil e do açúcar, as invasões estrangeiras
ocorridas durante o ciclo econômico do ouro, se
caracterizaram, principalmente, pela realização de
saques e pilhagens nas cidades próximas ao eixo
econômico das Minas gerais.
Como destaque temos: a 3° Invasão Francesa ao Brasil.
• A Terceira Invasão Francesa ao Brasil (Rio de
Janeiro 1710 e 1711).
O século XVIII inicia-se com a grande corrida para o
interior na busca das riquezas das Minas Gerais. O Rio
de Janeiro torna-se uma cidade mundialmente conhecida
como ponto de partida e entreposto de fornecimento das
Minas Gerais.
A grande febre do ouro contagia toda a população. A
abertura do Caminho Novo pelos bandeirantes,
transpondo a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira,
estabelece uma ligação direta entre o Rio de Janeiro e os
distritos mineiros: os engenhos e plantações se
despovoam. É necessário importar negros em
quantidades ilimitadas. De Portugal acorrem, aos
milhares, colonos e aventureiros.
A exportação do ouro obriga a adaptação do antigo
porto do Rio de Janeiro, agora visitado por linhas
regulares de navegação. O advento das Minas
encontradas atrai novamente contrabandistas,
principalmente corsários franceses.
O Rio de Janeiro foi novamente invadido em 1710 e
1711 pelos corsários: Jean Francois Du Clerc e Duguay-
Trouin. Em 1710 os franceses foram derrotados, mas em
1711 impuseram enorme humilhação à cidade. Sob o
comando do corso francês Duguay-Trouin.
50
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l1 DIRETRIZ
Com 6000 homens em 37 navios ocuparam e saquearam
a cidade do Rio de Janeiro, onde permanecem por Dois
meses, trazendo horror e pânico aos locais. Depois de
pilhar a cidade e afugentar a população para o interior,
Duguay-Troin exigiu o pagamento de um resgate sob
pena de destruí-la.
O governador de então, Francisco de Castro, acabou
pagando com seus próprios recursos parte do valor
exigido, aconselhando o corso a levar todo ouro e
riquezas que conseguisse amealhar em butim, alegando
que a população levara consigo seus pertences de valor,
tornando impossível arrecadar o resgate exigido.
* EXERCÍCIOS
86) Uma das conseqüências da descoberta de ouro
das Gerais foi o (a):
a. Aumento da importância política e econômica de
São Paulo.
b. Bahia perder o mercado consumidor de carne.
c. Capitania de Minas Gerais, em 1720, ser incorporada
a São Paulo.
d. Bahia consolidar sua posição como capital da
colônia.
e. Guerra dos emboabas com o episódio do capão da
traição.
87)Sobre o impacto da mineração sobre a economia
colonial, pode-se dizer que:
a. A faixa de ocupação litorânea do território
brasileiro recebeu grande fluxo de artesãos
especialistas na arte de fundir metais preciosos, o
que promoveu expressiva dinamização na
economia da região.
b. A economia do ouro conseguiu atrair para si a
pecuária sulina, através de São Paulo, e nordestina,
através do rio São Francisco, integrando
povoamentos e mercados.
c. Alterou as bases políticas da metrópole com a
participação de ricos mineradores no conselho
ultramarino, para evitar contrabando aurífero.
d. Reduziu a importação de escravos para o Brasil,
pois a mão de obra oriundo das regiões da cana-de-
açúcar era suficiente.
e. Provocou a queda da agricultura e a conseqüente
queda do poder político dos senhores de engenho
no âmbito regional.
88) Relacione a coluna da direita de acordo com a da
esquerda, identificando características e situações
que se referem a cada um dos ciclos econômicos do
Brasil colonial, em destaque. A seguir, marque a
alternativa que contém a seqüência correta.
1. Ciclo do pau-brasil
2. Ciclo da cana-de-açúcar
3. Ciclo da mineração
[Teve como principal pólo de expansão econômica
nos primeiros séculos da colonização, a zona da mata
das capitanias nordestinas.
D Utilizou-se de mão de obra indígena na extração
predatória do seu produto cujo trabalho era pago em
utensílios diversos que substituíam a remuneração em
moedas
D Caracterizou-se, do ponto de vista social, pela
instituição do modelo patriarcal, com grandes famílias e
agregados, e com forte inserção dos seus patriarcas na
vida política regional.
D Gerou uma política de alta tributação da metrópole
em relação a colônia. Dentre os impostos cobrados
destacava-se o quinto e a capitação.
D A partir do seu desenvolvimento a interiorização do
território brasileiro veio acompanhada de um rápido
desenvolvimento urbano e a intensificação de diversas
atividades profissionais.
89) Sobre os fatos preponderantes do Brasil Colônia
em seus aspectos históricos, geográficos e
econômicos, analise as afirmativas abaixo:
I. Aos jesuítas coube a catequese apenas nas áreas
tradicionais, Bahia e São Vicente.
II. O sistema de capitanias garantiu a posse do
extenso litoral brasileiro.
III. As missões jesuíticas foram restritas à América
Colonial Portuguesa
IV. O bandeirantísmo presador de índios e prospector
de metais concorreu para a expansão interior.
Com base na análise, assinale a alternativa correta
a. I
b. II e IV
c. H! e IV
d. IJIem
e. Todas
5]
HISTÓRIA DO BRASIL - CÜR^O l' DIRETRIZ
90) O século XVIII inicia-se com a grande corrida
para o interior na busca das riquezas das Minas
Gerais. O Rio de Janeiro torna-se uma cidade
mundialmente conhecida como ponto de partida e
entreposto de fornecimento das Minas. Neste período
o Rio é novamente invadido pelos franceses em 1710
e 1711. Neste contexto analise as opções abaixo e
marque a afirmativa verdadeira.
a. Os franceses são derrotados na batalha de Coliginy
b. Para deixar a cidade os franceses pediram uma
grande quantia sob pena de destruí-la
c. Os franceses contaram com a ajuda dos índios
Tamaios
d. Mem de Sá expulsa os franceses da cidade
e. A população do Rio de Janeiro em esforço de
guerra combate e expulsa os franceses
XVII. O PERÍODO POMBALINO (1750 -1777)
Quando em 1750 o rei de Portugal, D. José I, escolheu
Sebastião José de Carvalho e Melo — conde de Oeiras e
futuro marquês de Pombal - para ocupar o cargo de
primeiro-ministro, começava ali uma nova fase da
história do Brasil. Pombal ficou conhecido pelo
conjunto de reformas realizadas tanto na metrópole
como nas colônias portuguesas. Sua posse como
secretário de Estado do Reino de Portugal ocorreu em
meio à crise do Antigo Regime e à emergência do
Iluminismo.
•Antecedentes
Na Europa, vários países - entre eles, Portugal -
passaram a combinar elementos do período absolutista,
como o fortalecimento do poder real, por exemplo, com
reformas que buscavam diminuir as diferenças sócio-
econômicas em relação a outros Estados, como França e
Inglaterra, principalmente. Foi o chamado "despotismo
esclarecido*1 ou "absolutismo iluminado".
• Pombal e o Brasil
Ao tomar posse no cargo de primeiro-ministro, Pombal
assumiu não apenas a administração do Estado
português, mas também das suas colônias, incluindo o
Brasil. Daí porque a era pombalina, como ficaram
conhecidos os quase 30 anos em que esteve à frente da
Secretaria de Estado do Reino, repercutiu de maneira
decisiva sobre o destino brasileiro.
Aquela altura, já havia ficado evidente para a Coroa
portuguesa a importância da sua colônia na América.
Afinal, em meados do século XVIII o Brasil já tinha
mais peso econômico e demográfico que a própria
metrópole. Por isso, as reformas de Pombal, que na
Europa tiveram o objetivo de equiparar Portugal às
demais potências do Velho Continente, no Brasil
visaram a racionalizar o processo de produção e envio
de riquezas para a metrópole.
As reformas, portanto, não apenas mantiveram o
monopólio comercial entre Portugal e Brasil como
também aprofundaram a dominação metropolitana. Sob
o ponto de vista administrativo, as mudanças
começaram com a extinção do antigo sistema de
capitanias hereditárias. Quatro anos depois, a própria
capital foi transferida de Salvador para o Rio deJaneiro - deixando clara a preponderância econômica
da região centro-sul sobre o Norte e o Nordeste.
Para aumentar a exploração de riquezas, foram criadas
duas companhias de comércio, na tentativa de
incrementar a produção naquelas regiões: a Companhia
Geral do Grão-Pará e Maranhão e a Companhia
Geral de Pernambuco e Paraíba. Ao mesmo tempo,
Pombal intensificou a fiscalização sobre a exploração do
ouro em Minas Gerais, numa conjuntura de crise no
setor aurífero.
• Em relação ao Brasil, as principais medidas de
Pombal consistiram:
• Na expulsão dos Jesuítas (1759);
• Na criação de Companhias de Comercio (l 759);
• Na extinção do sistema de capitanias hereditária
(1759);
• Na decretação da derrama (1760);
• Na transferência da Capital de Salvador para o Rio
de Janeiro (1763).
• Extinção da Escravidão indígena
Derrama era a cobrança dos tributos atrazados.
52
HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l* DIRETRIZ
• Expulsão dos Jesuítas:
Enfrentando oposição do clero e da nobreza aos ideais
i l u r n i r l i s t a s e encontrando na Guerra Guaranítica (1750)
um motivo, Pombal resolveu expulsar os jesuítas,
rompendo a autonomia que essa ordem religiosa possuía
frente à Coroa. Confiscou-lhes as propriedades e criou o
subsídio literário, imposto para custear a educação, até
então quase que monopólio da Companhia de Jesus e
que passou a ser assumida pelo Estado.
O objetivo foi não apenas confiscar as propriedades da
Igreja como também, no caso da colônia, aprofundar o
controle político-econômico nas regiões administradas
pelos jesuítas. À expulsão seguiu-se uma profunda
reforma educacional, até então sob responsabilidade da
Igreja.
• Extinção da escravidão indígena.
Para integrar os nativos da colônia ao reino, Pombal
extinguiu a escravidão indígena, em 1757,
incorporando, algumas aldeias, como forma de Vilas.
•Cristãos Novos
Pombal suprimiu a diferença também a diferença entre
"cristãos velhos" e "cristãos novos" (descendentes de
judeus convertidos ao catolicismo), dada a sua
importância econômica e social. Essa medida valeu
tanto para a metrópole como para a colônia.
• Os Tributos e Monopólios
Um grande terremoto que atingiu Lisboa, em 1755, fez
com que a Coroa ampliasse os gastos para reconstruir a
capital do reino, enquanto diminuía i ingresso de
recursos, devido ao declínio da produção de ouro no
Brasil. Pombal recorreu ao aumento dos tributos e
estabeleceu monopólios, protegendo os produtos
portugueses.
•Criação das Companhias de Comércio.
No século XVIII são fundadas pelo marquês de Pombal
as companhias gerais do comércio do Grão-Pará e do
Maranhão (1755) e de Pernambuco e Paraíba (1759).
Ambas reforçam as atividades extrativistas e agras
exportadoras do Norte e Nordeste da colônia, um pouco
abandonadas em razão do crescimento da mineração de
ouro e de diamante na região das "minas gerais". As
companhias detêm privilégios como monopólio de
compra e venda de mercadorias em sua área de atuação,
autonomia para organizar o transporte marítimo,
• estabelecer preços e condições de financiamento e
pagamento.
•Derrama
Desde o século 17, os produtores eram obrigados a
destinar uma parte do ouro à Coroa portuguesa. Em sua
administração, Pombal reestruturou a cobrança de
impostos sobre a produção aurífera, especialmente o
"quinto" e a "derrama".
O quinto era uma taxa "per capita" de 20% sobre o ouro
produzido na colônia, a ser mandada para Portugal.
Durante o período pombalino, o quinto foi fixado em
cerca de l .470 quilos.
Quando o quinto não era pago ou era pago parcialmente,
a diferença ficava acumulada. A cobrança dos valores
atrasados - chamada de derrama - logo passou a ser
realizada pela metrópole. Para receber os valores a que
tinha direito, Portugal chegou a confiscar as rendas e
propriedades dos devedores. A intensificação das
cobranças foi um dos principais motivos da
Inconfidência Mineira.
• Extinção do sistema de capitanias hereditárias.
Embora, oficialmente extintas em 28 de fevereiro de
1821, um ano antes da independência do Brasil, na
administração pombalina as capitanias hereditárias
foram incorporadas aos domínios das capitanias da
Coroa.
S Para prova vale a afirmativa de que foi na
administração do Marques de Pombal a
extinção das Capitanias hereditárias.
S Pombal não cria o "quinto" apenas a cobrança
dos atrasados e a fixação em 1468,9 Kg anuais.
• Desenvolvimento de Manufaturas.
Embora sem grande sucesso, Pombal tentou fomentar o
desenvolvimento da produção manufatureira na colônia
através de medidas de incentivo tributário, o que
desagradou profundamente à Inglaterra.
• Pombal deixa o Ministério (A Viradeira)
A maioria das pessoas, sobretudo os nobres e os
representantes do clero não gostavam das reformas
porque elas reduziram seus privilégios e seu poder.
Quando o rei José morreu e a rainha Maria I subiu ao
trono, em 1777, o marquês perdeu poder político e foi af
Muitas de suas realizações, como as companhias de
comércio e o funcionamento de manufaturas na colônia
proibido pelo tratado de 1785 - foram anuladas pelos
seus sucessores.
53
HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
A rainha D.Maria I - que passou à história como D.
Maria I, a louca -, era dominada pelos nobres e pelos
padres. Dois anos depois, Pombal foi condenado ao
exílio, acusado de corrupção. Quis se defender, mas não
conseguiu ser ouvido. A rainha fez publicar uma decisão
dizendo que perdoava ao marquês por seus crimes e,
como era doente e idoso, não se exigiria que ele saísse
do país. Essa atitude desgostou Pombal, os crimes não
haviam sido provados e ele prestara muitos serviços ao
reino. Retirou-se para seu palácio, onde ficou até
morrer, aos 83 anos.
A queda do marquês ficou conhecida como a viradeira.
Depois dela, Portugal voltou a cair no atraso e na
dependência da Inglaterra, até ser invadido pela França,
em 1808 - quando a família real fugiu para o Brasil.
XVIII - A ADMINISRAÇÃO DA RAINHA D.
MARIA I (1777-1816)
Ficou conhecida pelos cognomes de A Piedosa ou a A
Pia, devido à sua extrema devoção religiosa -
demonstrada, por exemplo, quando mandou construir a
Basílica da Estrela em Lisboa - e finalmente, como
Dona Maria, a Louca (assim chamada no Brasil),
devido à doença mental manifestada com veemência nos
últimos 24 anos de vida, depois da morte do seu filho
primogênito, que ela havia se recusado a vacinar contra
a varíola, por motivos religiosos.
•Reinado
D. Maria I foi a primeira rainha reinante em Portugal.
Seu primeiro acto como rainha, iniciando um período
que ficou conhecido como a Viradeira, foi a demissão e
exílio da corte do Marquês de Pombal.
Rainha amante da paz, dedicada a obras sociais, era no
entanto dada a melancolia e fervor religioso. O seu
reinado foi de grande actividade legislativa, comercial
e diplomática.
• Alvará de 1785.
A 5 de janeiro de 1785 promulgou um alvará impondo
pesadas restrições à atividade industrial no Brasil. Com
isso, a Rainha visava manter o pacto colonial português.
Obs. O pacto colonial, também denominado de
exclusivo metropolitano, foi um sistema pelo quais os
países da Europa que possuíam colônias na América,
mantinham o monopólio da importação das matérias-
primas mais lucrativos dessas possessões, bem como da
exportação de bens de consumo para as respectivas
colônias. O pacto colonial incluí obediência política, ou
seja, as leis a serem obedecidas deviam ser as mesmas
leis (ou adaptadas) da metrópole correspondente à
colônia
• Regência do filho
Mentalmente instável, desde 10 de fevereiro de 1792 foi
obrigada a aceitar que o filho tomasse conta dos
assuntos de Estado. Obcecada com as penas eternas que
o pai estaria sofrendo no inferno, por ter permitido a
Pombal perseguir os jesuítas, o via como "um monte de
carvão calcinado".
Em 1799, sua instabilidade mental se agravou com
os lutos pelo seu marido D. Pedro III (1786) e seu
filho, o príncipe herdeiro José, Duque de Bragança,
Seu filho e herdeiro João assumiu a regência como
D. João VI de Portugal.
EXERCÍCIOS
91). Na Europa, vários países - entre eles, Portugal -
passaram a combinarelementos do período
absolutista, como o fortalecimento do poder real, por
exemplo, com reformas que buscavam diminuir as
diferenças sócio-econômicas em relação a outros
Estados, como França e Inglaterra, principalmente.
Como ficou conhecida esta prática política.
a. A Política da "luz divina"
b. Despotismo Esclarecido.
c. O Movimento dos Pés Descalços
d. A Política dos Absolutistas
e. A Política dos governadores
92) Em 1763, o Marquês de Pombal determina a
transferência da sede do Governo-geral do Brasil, de
Salvador BA para o Rio de Janeiro. Um dos fatores
que contribuem para essa decisão é:
54
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
a. A Inconfidência Minera
b. A necessidade de ter uma Capital litorânea.
c. Necessidade de ter o centro administrativo mais
próximo das regiões de mineração.
d. Por determinação da Coroa Inglesa a capital deveria
ser transferida para o Rio de Janeiro devido à grande
concentração de comerciantes ingleses naquela
região.
e. A necessidade de ter a capital da colônia em uma
província mais estruturada
93) No aspecto econômico a mudança da capital de
Salvador para o Rio de janeiro representou:
a. A mudança do eixo econômico do Nordeste para o
Sudeste.
b. Maior controle sobre as regiões produtoras de açúcar
c. Maior autonomia da Região Nordeste contribuindo
para o seu desenvolvimento.
d. Desenvolvimento da região sudeste devido a grande
produção de café.
e. Todas as respostas estão coi retas.
94) Sobre a expulsão dos Jesuítas podemos afirmar:
a. Repercutiu de maneira decisiva sobre o desfecho do
processo de independência brasileiro.
b. O objetivo foi não apenas confiscar as propriedades
da Igreja como também, no caso da colônia,
aprofundar o controle político-econômico nas
regiões administradas pelos jesuítas.
c. Visava à introdução de uma escola técnica, voltada
para os interesses mercantis da metrópole.
d. Refletiu a ruptura da coroa portuguesa com o clero,
fato característico da administração de Pombal.
e. Todas as respostas estão incorretas.
95) No século XVIII são fundadas pelo marquês de
Pombal as companhias gerais do comércio do Grão-
Pará e Maranhão (1755) e de Pernambuco e Paraíba
(1759). Qual o objetivo da criação destas
companhias?
a. A intensificação das cobranças dos tributos reais
sobre a produção aurífera.
b. Aumentar a produção de açúcar refinado.
c. Reforçar as atividades extrativistas e agras
exportadoras do Norte e Nordeste da colônia.
d. Controle político-econômico nas regiões
administradas pelos jesuítas.
e. Controle sobre a cobrança dos tributos sobre a
produção da borracha.
96) Desde o século XVII, os produtores eram
obrigados a destinar uma parte do ouro à Coroa
portuguesa. Como ficou conhecida a cobrança dos
valores atrasados instituída pelo Marquês de Pombal
em 1760?
a. Quinto
b. Tributo Real
c. Tributo Pombalino
d. Derrama
e. Capitação
97) São realizações do período pombalino, exceto:
a. Criação de Companhias de Comercio
b. Extinção do sistema de capitanias hereditárias.
c. Transferência da Capital de Salvador para o Rio de
Janeiro
d. Fundação da cidade de São Paulo
e. Expulsão dos Jesuítas
98) Na administração pombalina foi extinto o
Sistema de Capitanias Hereditárias. O território
ocupado pelas extintas capitanias foram integradas
a(s):
a. Sesmarias
b. Capitania pombalina
c. Terras aludias
d. Terras de contrato
e. Capitanias de Coroa
99) Sobre o que tratava o alvará assinado por D.
Maria I, rainha de Portugal, em 1785.
a. Sobre a ratificação dos acordos de limites assinados
com a Espanha.
b. Sobre a obrigatoriedade de restabelecer o ensino
católico nas colônias portuguesas.
c. Sobre a devolução das pocessões dos fidalgos
portugueses, confiscadas na era pombalina.
d. Sobre restrições à atividade industrial na colônia,
reforçando, com isso, o pacto colonial.
e. Sobre incentivos a práticas industriais na colônia.
100) O que foi a "Viradeira".
f. Conjunto de medidas contrárias a adminstração de
Pombal, culminando em seu afastamento total da
política .
g. Fim do período de dominação espanhola sobre
Portugal.
c. Expulsão definitiva dos Mouros do território
português.
55
HISTORIA DO BRASIL - CURSO 1a DIRETRIZ
d. Promulgação, pela ferverosa católica D. Maria I,
rainha de Portugal, dos editos clérigos proibindo
qualquer outra manifestação religiosa na colônia
e. Fim da Dinastia dos Borgonhas
XIX - AS REBELIÕES NATIVISTAS
Os primeiros movimentos coloniais de contestação ao
domínio metropolitano, surgidos a partir do século
XVII, não chegaram a reivindicar a independência
nacional. Manifestando-se contra medidas isoladas e
contrárias aos interesses dos colonos de determinadas
regiões brasileiras, serviram , contudo, para evidenciar
os interesses de uma população já enraizada no Brasil e
receberam o nome de rebeliões nativistas.
Em seu conjunto, as rebeliões nativistas não revelam
indícios de uma tomada de consciência nacional, visto
que não reivindicavam a integeração social da
população - cativa com a abolição da escravidão,
tampouco almejavam profundas alterações na estrutura
socioeconômica sedimentada ao longo do período
colonial.
•Características
• Não foram influenciados por idéias ou movimentos
externos;
• Não visavam idéias separatistas ou republicanas
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1. Aclamação de Amador BUCHO (SP- 1641)
Após a Restauração portuguesa, Portugal passou a
impor restrições ao livre comércio exercido pelos
bandeirantes na região platina. Os jesuítas, por sua vez,
pediram ao novo rei de Portugal que não permitisse aos
bandeirantes a escravização e o comércio de índios.
Essas medidascausaram revoltas entre os bandeirantes
paulistas. Insatisfeitos com o governo metropolitano e
com a ação dos jesuítas na região, os paulistas
aclamaram Amador Bueno da Silva como Rei de São
Paulo. Este por sua vez, mantendo-se fiel ao novo rei de
Portugal, recusou o título, pondo fim ao movimento.
2. Revolta de Beckman (MA 1684)
Em 1602, Portugal determinou a criação da Companhia
do Comércio do Maranhão, na qual a Metrópole passa a
Monopolizar todas as atividades comerciais praticadas
naquela capitania. Como se não bastasse, a Metrópole
também acatou uma solicitação dos jesuítas,
determinando a proibição do uso do trabalho indígena
no Maranhão.
u/ -^a«.a ^í P
T ^Ss:Jr# ^T^LVjll,-!
Mapa do Maranhão no século XVII
O rei por sua vez se comprometeu em enviar negros
para substituir os índios libertos, promessa que não foi
cumprida provocando forte escassez de mão-de-obra na
região.
Insatisfeitos com o governo metropolitano e com a ação
dos jesuítas, os fazendeiros liderados por Manuel
Beckman iniciaram uma luta armada contra o governo
Metropolitano.
O movimento foi duramente reprimido pelo governo
metropolitano, culminando na prisão de vários
fazendeiros e na morte por enforcamento de Manuel
Beckman.
56
rilSf ÓttlA DO BRASIL - CURSO l'
3. A Guerra dos Emboabas (MG - 1707/1709)
No final do século XVII, os paulistas encontraram
algumas minas de ouro. Assim que a notícia das
primeiras descobertas se fez, grupos de forasteiros
denominados pelos bandeirantes de emboabas
(controversa) passaram a se dirigir para a região. Esses
forasteiros vinham de outras regiões do país e,
principalmente, de Portugal.
• •'«•.v>- „;.**-*'-'^Ç«c'*. k *
Rugendas. Tio pé//o s. SP. Biblioteca Munidpal
Essas invasões provocaram a revolta dos bandeirantes
resultando na Guerra dos emboabas.
Na ocasião os paulistas reivindicam de Portugal a
exclusividade sobre as minas descobertas.
Após vários conflitos que resultaram em várias derrotas
para os paulistas, sendo a principal, a derrota ocorrida
no Capão da Traição, Portugal acabou por se apropriar
de todas as minas.
4. A Guerra dos Mascates (PE -1710)
Após a expulsão
definitiva dos
holandeses do
Brasil, em 1654, a
M 3 empresa açucareira
nordestina entra em
crise. A
concorrência
holandesa nas
Antilhas provocou
queda nos preços do
to
do açúcar brasileiro. Empobrecida, a aristocracia
olindense foi obrigada a recorrer aos empréstimos dos
portugueses de Recife, os Mascates.
Apesar de decadência econômica, Olinda mantinha-se
na condição de Vila, o que significava manter o controle
político-administrativo sobre a Capitania de
Pernambuco.
Em 1709, os mascates exigiram que o rei de Portugal os
elevasse a condição de Vila, tornando-a autônoma e
separada de Olinda.
A autonomia de Recife contrariava os interesses
olindenses, pois eles deixariam de exercer o controle
político-administrativo sobre àquela área.
Em 1710, os olindenses liderados por Bernardo Vieira
de Melo partiram para invadir Recife, dando início a
Guerra dos Mascates.
Logo em seguida, Portugal enviou um novo governador
para a capitania de Pernambuco e a paz foi
restabelecida. Vários envolvidos no conflito foram
presos e Recife foi confirmado à condição de Vila.
5. A revolta de Felipe dos Santos ou a revolta de
Vila rica (MG-1720)
A proibição ao livre comércio do ouro em pó ou em
pepita com a criação da Casa de Fundição, em 1719
provocou forte reação por parte dos mineradores.
Em 1720, Felipe dos Santos liderou um grupo de
mineradores iniciando uma revolta contra Portugal.
Com essa revolta os mineradores pretendiam pressionar
a metrópole a abolir as casas de fundição. A reação da
metrópole foi violenta. Vários mineradores foram presos
e Felipe dos Santos foi enforcado e esquartejado
XX - AS REBELIÕES SEPARATISTAS
A proclamação do Brasil não ocorreu da noite para o
dia; foi fruto de um longo processo, paralelo ao da
desarticulação do Antigo Regime na Europa. Desde o
final do século XVIII, as tensões entre as autoridades
metropolitanas e os interesses dos colonos se
multiplicaram, dando origem a movimentos que
pregavam a separação da colônia portuguesa para o
Brasil.
1. A Inconfidência Mineira ou Conjuração Mineira
-1789
A Inconfidência Mineira foi um dos mais importantes
movimentos sociais da História do Brasil. Significou a
luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a opressão
do governo português no período colonial. Ocorreu em
Minas Gerais no ano de 1789, em pleno ciclo do ouro.
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HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO 1a DIRETRIZ
No final do século XVIIII, o Brasil ainda era colônia de
Portugal e sofria com os abusos políticos e com
cobranças de altas taxas e impostos.
Além disso, a metrópole havia decretado uma série de
leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial e
comercial do Brasil. No ano de 1785, por exemplo,
Portugal decretou uma lei que proibia o
funcionamento de indústrias fabris em território
brasileiro.
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Vale lembrar também que, neste período, era grande a
extração de ouro, principalmente na região de Minas
Gerais. Os brasileiros que encontravam ouro deviam
pagar o quinto, ou seja, vinte por cento de todo ouro
encontrado acabava nos cofres portugueses. Aqueles que
eram pegos com ouro "ilegal" (sem ter pagado o
imposto") sofriam duras penas, podendo até ser
degredado (enviado a força para o território africano).
Com a grande exploração, o ouro começou a diminuir
nas minas. Mesmo assim as autoridades portuguesas não
diminuíam as cobranças. Nesta época, Portugal criou a
Derrama. Esta funcionava da seguinte forma: cada
região de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas
de ouro (1500 quilos) por ano para a metrópole. Quando
a região não conseguia cumprir estas exigências,
soldados da coroa entravam nas casas das famílias para
retirarem os pertences até completar o valor devido.
Todas estas atitudes foram provocando uma insatisfação
muito grande no povo e, principalmente, nos fazendeiros
rurais e donos de minas que queriam pagar menos
impostos e ter mais participação na vida política do país.
Alguns membros da elite brasileira (intelectuais,
fazendeiros, militares e donos de minas), influenciados
pela idéias de liberdade que vinham do iluminismo
europeu, começaram a se reunir para buscar uma
solução definitiva para o problema: a conquista da
Independência do Brasil.
Os Inconfidentes.
O grupo, liderado pelo alferes
Joaquim José da Silva Xavier,
conhecido por Tiradentes era
formado pelos poetas Tomas
Antônio Gonzaga e Cláudio
Manuel da Costa, o dono de mina
Inácio de Alvarenga, o padre
Rolim, entre outros
representantes da elite mineira.
A idéia do grupo era conquistar a liberdade
definitiva e implantar o sistema de governo
republicano em nosso país. Sobre a questão da
escravidão, o grupo não possuía uma posição
definida. Estes inconfidentes chegaram a definir até
mesmo uma nova bandeira para o Brasil. Ela seria
composta por um triângulo vermelho num fundo
branco, com a inscrição em latim: Libertas Quae
Será Tamen (Liberdade ainda que Tardia).
Os inconfidentes haviam marcado o dia do movimento
para uma data em que a derrama seria executada. Desta
forma, poderiam contar com o apoio de parte da
população que estaria revoltada.
Porém, um dos inconfidentes, Joaquim Silvério dos
Reis, delatou o movimento para as autoridades
portuguesas, em troca do perdão de suas dívidas com a
coroa.
Todos os inconfidentes foram presos, enviados para a
capital (Rio de Janeiro) e acusados pelo crime de
infidelidade ao rei.
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HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
Alguns inconfidentes ganharam como punição o
degredo para a África e outros uma pena de prisão.
Porém, Tiradentes, após assumir a liderança do
movimento, foi condenado à forca em praça pública.
Embora fracassada, podemos considerar a Inconfidência
Mineira como um exemplo valoroso da luta dos
brasileiros pela independência, pela liberdade e contra
um governo que tratava sua colônia com violência,
autoritarismo, ganância e falta de respeito.
•Observações Finais
• A inconfidência Mineira foi o primeiro movimento de
caráter separatistaocorrido no Brasil Colônia.
• Movimento foi fortemente influenciado pelos
iluministas e pela independência dos Estados Unidos.
• Grande parte dos inconfidentes era contrário ao fim da
escravidão, isso se deve ao caráter elitista do
movimento.
2. Conjuração Baiana -1798
BANDEIRA DA CONJURAÇÃO BAIANA
A Conjuração Baiana ocorreu em 1798.
Começou na cidade de Salvador, as principais causas
foram à falta de alimentos e de produtos importados da
Europa.
Aderiram e participaram do movimento, homens
brancos mulatos, negros livres e escravos. Mas a
presença de um contingente expressivo de alfaiates fez
com que a Conjuração baiana ficasse conhecida também
como a "revolta dos Alfaiates".
Entre as principais lideranças do movimento destacam-
se: João de Deus Nascimento e Manuel Faustino dos
Santos, ambos mulatos e alfaiates; Luís Gonzaga das
Virgens e Lucas Dantas Amorim Torres, também
mulatos.
O médico Cipriano Barata, por exemplo, foi um ativo
propagandista do movimento, atuando principalmente
entre a população mais humilde e junto aos escravos.
Desse modo, a base social da Conjuração baiana foi se
ampliando para a participação e mobilização popular.
Com isso foi assumindo feições revolucionárias, tendo
em vista a defesa dos interesses das camadas sociais
mais pobres, dos humildes e dos escravos.
A chefia militar do movimento estava sob comando do
tenente Aguilar Pantoja.
Os ideais dos revolucionários baianos eram diferentes
dos sustentados pela elite mineira. Eles pregavam a
liberdade de comércio e apoiavam uma revolução
contra a sociedade escravista da colônia.
Além do apoio popular, as lideranças do movimento
buscaram também obter a adesão das autoridades
coloniais, como a do governador dom Fernando José
Portugal. Mas fracassaram nessa tentativa. As
autoridades coloniais da região reagiram,
desencadeando violenta repressão contra o movimento.
Neste momento, ocorreu uma divergência entre as
lideranças dos conjurados com relação ao rumo que o
movimento deveria tomar o que serviu para enfraquecê-
lo.
As autoridades coloniais conseguiram infiltrar espiões
no movimento, que ajudaram a perseguir e prender as
suas principais lideranças. Em pouco tempo, o
movimento de revolta dos conjurados baianos foi
desarticulado. Os cárceres ficaram abarrotados de
rebeldes provenientes das camadas populares que
aderiram ao movimento. Membros importantes da elite
pertencentes à sociedade Cavaleiros da Luz também
foram presos, como Cipriano Barata, Aguilar Pantoja e
Oliveira Borges. Assim como ocorreu com os
conjurados mineiros, o julgamento dos conjurados
baianos resultou em penas de execuções, prisão e
desterro.
Devido à ampla adesão e participação popular, e em
razão das propostas radicais defendidas, o movimento
dos conjurados baianos representou o ápice das
contradições sociais do período do Brasil colonial. Além
da luta pela emancipação política do Brasil, a
Conjuração baiana buscou romper com o sistema de
dominação tradicional escravista vigente que estava
assegurado pela elite colonial.
Obs. O mesmo fato que aconteceu em Minas
aconteceu na Bahia, quando um participante do
movimento, José da Veiga, denunciou à revolução as
autoridades
3. A Revolução Pernambucana de 1817
Em 1817, teve início na capitania de Pernambuco uma
nova rebelião colonial. A região já havia passado por