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GABRIEL FREITAS- SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV OBJETIVOS: ESTUDAR A FISIOPATOLOGIA A DIABETES MELLITUS TIPO 2 COMPREENDER FATORES DE RISCO, SINAIS E SINTOMAS DO DM TIPO 2; ENTENDER O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PARA O DM TIPO 2; FISIOPATOLOGIA DO DIABETES MELLITUS TIPO 2 Os pacientes com diabetes mellitus tipo 2 apresentam como pretexto uma hiperglicemia causada pela resistência à insulina, resultante de fatores genéticos e ambientais. Esse tipo de DM não possui relação com o gene HLA e está associado à obesidade e falta de atividade física. Ela pode ser uma doença insidiosa e de aparição lenta, manifestando sintomas que são clássicos, porém não tão específicos, como: Fadiga, fraqueza, tontura, visão embaçada e outras queixas inespecíficas que frequentemente dominam o quadro clínico. A resistência à insulina e a secreção anormal de insulina são essenciais para o surgimento do DM tipo 2. Apesar de o defeito primário ser controverso, a maioria dos estudos apoia a opinião de que a resistência à insulina precede um defeito na secreção de insulina, mas que o diabetes se instala somente quando a secreção de insulina se torna inadequada. O DM tipo 2 tem um poderoso componente genético, ou seja, os indivíduos com um progenitor + para DM tipo 2 corre maior risco de desenvolvimento. A resistência à insulina, conforme demonstrado por uma utilização reduzida da glicose no músculo esquelético está presente em muitos parentes de primeiro grau não diabéticos de indivíduos DM tipo 2. A doença é poligênica e multifatorial, pois além da suscetibilidade genética, fatores ambientais como obesidade, nutrição e atividade física modulam esse fenótipo. A resistência à insulina ocorre com a falha das células em realizar a captação normal da insulina. O excesso de glicose na corrente sanguínea faz com que o pâncreas trabalhe em maior quantidade e consiga produzir mais insulina, porém só consegue manter até um certo nível. Depois de certo tempo, as células dos tecidos musculares param de responder à insulina, ou seja, não conseguem realizar a captação de glicose pelos receptores e a glicose fica em excesso na corrente sanguínea, esse mecanismo é também chamado de mecanismo de exaustão das células beta. Com a progressão da resistência à insulina e da hiperinsulinemia compensatória, as ilhotas pancreáticas de certos indivíduos tornam-se incapazes de preservar o estado hiperinsulinêmico, instalando-se uma elevação da glicose e um declínio na secreção de insulina. Esse processo leva ao fígado entender como se não houvesse disponibilidade de glicose para os tecidos e estimula o processo de gliconeogênese e glicogenólise, fazendo com que eu aumente mais ainda a quantidade de glicose na corrente sanguínea, por fim, instalando-se uma falência das células beta pancreáticas. Ou seja, o DM tipo 2 caracteriza-se por uma menor secreção de insulina, resistência à insulina, produção hepática excessiva de glicose e metabolismo anormal das gorduras. A obesidade, particularmente visceral ou central é muito comum no DM tipo 2. Nos estágios iniciais do distúrbio, a tolerância à glicose continua sendo quase normal, pois as células beta pancreáticas tentam compensar aumentando a produção de insulina. GABRIEL FREITAS- SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV A resistência à insulina, a menor capacidade da insulina em agir nos tecidos alvo, constitui uma característica proeminente do DM tipo 2 e resulta de uma combinação de suscetibilidade genética e obesidade. Ela prejudica a utilização de glicose pelos tecidos sensíveis à insulina e aumenta a produção de glicose hepática e no músculo esquelético observa-se maior deterioração da utilização não oxidativa da glicose (formação do glicogênio) do que no metabolismo oxidativo da glicose. Outras anormalidades incluem o acúmulo de lipídeos dentro dos miócitos esqueléticos, o que pode prejudicar a fosoforilação oxidativa das mitocôndrias e reduzir a produção de ATP mitocondrial estimulada pela insulina. O excesso de glicose pode ser tóxico ao organismo, aumentando a chance de inflamação e na produção de gordura, um dos órgãos que também sofre com a hiperglicemia são os rins, uma vez que realizam a reabsorção ainda dentro do quadro de hiperglicemia, só realizando excreção quando a concentração atinge um nível de 200mg/dL. No DM tipo 2, a resistência à insulina reflete a incapacidade da hiperinsulinemia de suprimir a gliconeogênese, o que resulta em hiperglicemia de jejum e menor armazenamento de glicogênio hepático. Como resultado dessa resistência, temos um processo de lipólise e o fluxo de ácidos graxos livres a partir do tecido adiposo, levando a um aumento na síntese de lipídios nos hepatócitos. Esse armazenamento lipídico ou esteatose hepática pode levar à esteatose hepática não alcoolica e as provas de função hepática anormais. Existem vários tipos de Diabetes mellitus tipo 2 e sua classificação varia de acordo com a causa base, tais como defeitos genéticos na função da célula beta ou da ação da insulina, do pâncreas exócrino, endocrinopatias, diabetes induzido por droga ou substâncias químicas, infecções e outras síndromes imunomediadas e genéticas associadas ao diabetes melito. Doenças graves como queimaduras, traumas e sepse podem provocar hiperglicemia de estresse como resultado de hipersecreção de hormônios antagonistas da insulina, como catecolaminas e cortisol. DIABETES GESTACIONAL É aquela que ocorre durante o período da gravidez, normalmente no segundo ou terceiro trimestre, quando fatores antagonistas da insulina, associados à gravidez atingem seu pico, sendo a sua maioria placentários. Após o parto, a tolerância à glicose geralmente reverte-se ao normal, mas não se aplica para 100% dos casos. Ainda que as pacientes com diabetes gestacional apresentem hiperglicemia discreta, assintomática, é indicado o tratamento rigoroso para protege-las contra morbidade fetal associada à hiperglicemia. Em mulheres grávidas, um nível casual de glicose plasmática de 200mg/dL ou superior, ou um nível confirmado de glicose plasmática de 126mg/dL ou superior estabelece o diagnóstico de DM gestacional RESISTÊNCIA INSULÍNICA Normalmente esse processo ocorre em pessoas de idade mais avançada, com atividade física reduzida, obesos e especialmente pessoas com suscetibilidade genética. A própria hiperglicemia prejudica a secreção e ação da insulina, além de níveis elevados de ácido graxo. Inicialmente temos uma perda progressiva da capacidade secretória da insulina em jejum, que podem no início, estarem, normais ou elevados, e sua quantidade vai sendo reduzida com o tempo. Alguns estudos sugerem que a perda da secreção da insulina estimulada pela glicose esteja associada à diminuição da expressão de GLUT 2, a proteína primária de transporte de glicose da célula beta pancreática. GABRIEL FREITAS- SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV Além disso, é sugerido também um elo entre a resistência à insulina e a secreção pelo acúmulo de gordura dentro da célula beta, que parece interferir na secreção normal da insulina e também a redução da função mitocondrial, sendo hipóteses consideradas para explicar a resistência. O resultante aumento no nível de ácidos graxos livres circulantes promove o aumento de depósitos de gordura no fígado e músculo, piorando a resistência à insulina, fato muito comum em pacientes obesos, e, por isso essa é considerada um fator de risco para DM 2. Os metabólitos de ácido graxo livres intracelular parecem promover a resistência à insulina por meio de mecanismos complexos que envolvem a fosforilação em serina das moléculas sinalizadoras da insulina. A secreção desordenada de cortisol ou a geração local aumentada de cortisona relativamente inativa no adipócito ou fatores hereditários podem também influenciar a distribuição de gordura corporal, esta última contribuindo comouma influência genética adicional para expressão da doença. Os adipócitos, células armazenadoras de gordura, produzem hormônios ativos capazes de afetar a sensibilidade à insulina, como a leptina, por exemplo, que age a nível de hipotálamo para promover a saciedade e gasto energético, podendo acelerar, portanto, o metabolismo da glicose. A adiponectina, também produzida por essas células, melhora a sensibilidade à insulina mediante diminuição de triglicérides no fígado e no músculo, provavelmente aumentando a expressão de moléculas envolvidas na combustão de ácido graxo e dissipação de energia e a perda de peso aumenta os níveis de adiponectina. O aparecimento de um defeito secretório da insulina é um fenômeno secundário resultante da exaustão da célula beta, liberação excessiva de ácido graxo ou acúmulo de amilina ou fatores associados ao crescimento da célula beta. FATORES DE RISCO Obesidade central; • História familiar de diabetes; • Idade acima de 40 anos; • História obstétrica - Macrossomia, abortos de repetição, polidrâmnio, toxemia gravídica, ruptura prematura de membrana amniótica. • Dislipidemias- Triglicerídeos acima de 250 mg/dL e/ou HDL abaixo de 35 mg/dL. • Hipertensão arterial. SINAIS E SINTOMAS DO DM TIPO 2 Alguns sintomas são clássico no DM, sendo eles os 4 P’s: Poliúria, Polidipsia, Polifagia e Perda de peso; - Poliúria: Aumento na quantidade de vezes que vai ao banheiro; - Polifagia: Aumento do apetite; - Polidipsia: Sede intensa; Polaciúria: sintoma urinário caracterizado por aumento do número de micções com diminuição do volume da urina; Perda de peso não explicada (DM1); Fome intensa e Visão turva; Fadiga, Nervosismo, Mudanças de humor, Náuseas e Vômito; Sensação de ouvido tapado, zumbido, dificuldade de compreensão, Demora em responder perguntas, desequilíbrio, mal desempenho escolar, vertigo. GABRIEL FREITAS- SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV DIAGNÓSTICO DM TIPO 2 CRITÍRIOS PARA DIAGNÓSTICO DE DIABETES • Glicemia em jejum igual ou superior a 126 mg/dl em duas ocasiões diferentes. • Glicemia aleatória igual ou superior a 200 mg/dl com sintomas clássicos ou sintomas atípicos. • Glicemia na 2ª hora do teste de tolerância à glicose oral (TTGO} igual ou superior a 200 mg/dl. CRITÉRIO PARA DIAGNÓSTICO DE TOLERÂNCIA À GLICOSE ALTERADA • Glicemia na 2ª hora do TTGO entre 141 e 199 mg/dl. CRITÉRIO PARA DIAGNÓSTICO DE GLICEMIA DE JEJUM ALTERADA • Glicemia em jejum entre 101 e 125 mg/dl. !! Observações a) Glicemia de jejum alterada e tolerância à glicose alterada são anormalidades do metabolismo do carboidrato, não constituindo fatores de risco para doenças microvasculares (retinopatia e nefropatia); contudo, são fatores de risco para doenças vasculares (aterosclerose coronariana, cerebral e vascular periférica}, além de poderem evoluir para diabetes (10 a 15% ao ano}. b) Indica-se a realização do teste da tolerância à glicose oral em todos os indivíduos com glicemia de jejum entre 111 e 125 mg/dl e naqueles que apresentam fatores de risco. TRATAMENTO DO DM TIPO 2 Existem várias classes de fármacos que podem ser utilizadas no tratamento de DM, tanto tipo 1, quanto tipo 2. Entretanto, antes de entrar com uma terapia medicamentosa, é preciso verificar a indicação e dependendo do paciente realizar inicialmente ou em conjunto uma TNM (Terapia Não Medicamentosa), que inclui: Educação em saúde; Estilo de vida saudável; Atividade física; Cessação do tabagismo e etilismo; Educação para o autocuidado; Cuidados para com o pé e prevenção do pé diabético; A avalição do tratamento deve ser realizada com base em metas e varia de acordo com o paciente. As metas devem ser traçadas para alcançar benefícios, evitar danos, custos e melhorar a saúde e expectativa de vida o quanto antes para todos os pacientes. HIPOGLICÊMICOS ORAIS GABRIEL FREITAS- SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV 1.0 SULFONILURÉIA - Dividido em duas gerações: 1º Geração: Clorpropamida, Talbutamida, Tolazamida e Aceto-examida. 2º Geração: Gliburida, Glibenclamida, Glipzida, Glicazida e Glimepiride. - Age no pâncreas estimulando a produção de insulina; - Bloqueia o efluxo de potássio e permite o influxo de cálcio, promovendo uma despolarização da célula e liberação da insulina; - Inibe a glicogenólise hepática e reduz o metabolismo hepático da insulina; - Ativa os receptores insulínicos nas células da mucosa e células adiposas; - INTERAÇÕES E EFEITOS ADVERSOS: Os BB diminuem a liberação da insulina; Bebidas Alcóolicas: Aumentam o risco da reação tipo dissulfiram; INTERAGE COM AINES FORTEMENTE, gerando uma hipoglicemia forte e logo em seguida uma hiperglicemia, fazendo uma descompensação do paciente; Cetoconazol e Miconazol diminuem a biotransformação da sulfoniluréia; 2.0 BIGUANIDAS - A que recebe maior destaque nesse quadro é a Metformina; - Aumenta a sensibilidade da insulina nos tecidos periféricos, principalmente no tecido hepático; - Quando associado às sulfoniluréias aumentam o efeito hipoglicemiante; - Perda de 2 a 3kg nos primeiros 6 meses de tratamento; - Reduzem a gliconeogênese e a glicogenólise hepática; Ativam os receptores insulínicos; - A METFORMINA É A ÚNICA QUE REDUZ O RISCO CARDIOVASCULAR; - Alguns dos efeitos adversos são: Dor abdominal, Diarreia, Acidose lática, náuseas, vômito; - Contraindicados em gestantes, pacientes com insuficiência renal e hepática e alcoolismo; 3.0 ACARBOSE - Age inibindo a alfa glutase; - Seu efeito retarda a digestão e absorção dos carboidratos, reduzindo a glicemia pós-prandial; - Utilizando recentemente para perda de peso; - EFEITOS ADVERSOS: Meteorismo, desconforto abdominal e diarreia; Sem efeitos sistêmicos indesejáveis; - INDICADO PARA PACIENTES IDOSOS; GABRIEL FREITAS- SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS IV 4.0 DERIVADOS DO ÁC. BENZÓICO - Estimulam a secreção de insulina; - Bloqueiam o canal de K+ ATP nas células beta do pâncreas; - Não interfere no sistema muscular, esquelético e cardíaco; - Ligam-se a receptores nas células beta; - Ação mais rápida que a sulfonilureia, porém mais curta; REPAGLINIDA Absorvida e eliminada por metabolismo hepático; Administrada antes das refeições; Menor reação hipoglicêmica; NATEGLINIDA Despolarização da membrana; Entrada de cálcio e exocitose de grânulos de insulina; Absorção gastrointestinal mais rápida; 5.0 TIAZOLINIDAIONAS - Aumentam a sensibilidade dos tecidos periféricos à insulina; Inibe gliconeogênese; - Reduz a hepatotoxicidade e nefrotoxicidade; - Aumenta a expressão dos GLUT4; - Rosiglitazona, Piogliotazona e Trogliazona;
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