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Keynes (Capítulos 8, 9 e 10) 1)Apresente e caracterize os fatores objetivos da propensão a consumir. Aponte também quais são os fatores de maior relevância, de acordo com Keynes. Os determinantes do Consumo, de acordo com Keynes são: Renda, Fatores Objetivos e Fatores Subjetivos. Vale ressaltar que, em relação aos fatores objetivos, vale destacar seis fatores: i)Variação na unidade de salário (consumo é função da renda real) O Consumo depende mais da renda real do que da renda nominal. ii)Variação na diferença entre renda e renda líquida Keynes aponta que o Consumo é um elemento que apresenta maior dependência em relação à renda líquida, sendo assim, variações na diferença entre renda líquida e renda podem impactar na propensão a consumir, em que quanto maior a diferença (e consequentemente maior for a renda líquida), maior será o consumo. Entretanto, acaba por ser importante apontar que o autor não aponta este fator objetivo como relevante (sendo somente em casos especiais, em que há formação de provisão financeira superior aos gastos, fato que pode levar em redução do nível de consumo sem elevação suficiente do nível de investimento). iii)Variações imprevistas nos valores de capital não considerados no cálculo da renda líquida; A valorização ou desvalorização de títulos e/ou ações apresentarão impacto na propensão a consumir, no curto prazo(e logicamente podem afetar o nível de consumo). Apontado por Keynes como um dos fatores objetivos mais relevantes para modificar a propensão a consumir. iv)Variação na taxa intertemporal de desconto; Se uma pessoa se beneficia de um aumento inesperado o valor de seu capital, seus motivos para gastar no período corrente são afetados. Do mesmo modo que uma perda de capital leva ao menor gasto. Mas variações na taxa de juros não têm no modelo de Keynes o mesmo papel que possui no modelo neoclássico. O aumento da taxa de juros não leva a uma menor disposição ao consumo presente buscando maior consumo futuro. Keynes difere dos clássicos, afirmando que alterações no curto prazo na taxa de juros terão pouco impacto sobre os gastos em consumo. Devemos lembrar que a elevação dos juros, deprime o investimento e a renda e, como consequência, o consumo. v)Variações na política Fiscal Variações como aumento da tributação sobre lucros e sobre heranças podem estimular o nível de consumo. Além disso, vale apontar também que políticas de redistribuição de renda também geram impactos sobre a propensão a consumir (no caso, a busca por maior igualdade entre rendas pode levar a aumento na propensão a consumir). Outro ponto importante a ser abordado envolve a austeridade fiscal, em que um governo pode se comportar como uma empresa, optando por reter recursos com o objetivo de pagar despesas futuras, levando a um aumento nos fundos de amortização e promovendo queda na propensão a consumir média da economia. vi)Modificações das expectativas acerca da relação entre níveis presentes e futuros da renda Essas expectativas (sendo positivas ou não) apresentam uma tendência para anulação, se compensando numa economia como um todo. Nesse sentido, Keynes aponta que seus efeitos não apresentaram impactos, em relação a propensão a consumir. Por fim, acaba por ser fundamental comentar que a propensão a consumir é uma função relativamente estável, sofrendo modificações somente em casos de flutuações imprevistas nos valores de capital e variações consideráveis em relação a política fiscal e a taxa intertemporal de desconto. Sendo assim, o Consumo depende principalmente de variações no nível de renda. 2) Apresente e caracterize os fatores subjetivos da propensão a consumir: São 8 (oito) os motivos ou fins de caráter subjetivos em virtude dos quais os indivíduos se abstêm de gastar sua renda. Esses motivos podem ser chamados de Precaução, Previdência, Melhoria, Independência, Iniciativa, Orgulho e Avareza. Os fatores subjetivos são, portanto, aqueles que estão relacionados a necessidades subjetivas, elementos de caráter psicológico que sofrem variações apenas no longo prazo. Sendo eles: -Precaução: Constituir reserva para fazer face à contingência; -Previdência: Programar-se para uma relação futura prevista entre renda e necessidades do indivíduo e família (velhice, educação dos filhos e sustento de pessoas dependents); -Cálculo: Beneficiar-se de juro e valorização (optar por um consumo real maior no futuro, em relação a um consumo atual inferior); -Melhoria: Desfrutar de um gasto progressivamente crescente; -Inadimplência: Desfrutar de uma sensação de independência; -Iniciativa: Garantir disponibilidade para realizer projetos especulativos ou econômicos; -Orgulho: Legar uma fortuna; -Avareza: Satisfazer a pura avareza; Variações de curto prazo no nível de consumo depende, em grande parte, de alteração no ritmo com que se ganha a renda (medida em unidades de salário) e não de variações na propensão a consumir uma parte de determinada renda. Visto que os fatores subjetivos mudam de forma muito lenta e que a própria propensão é relativamente estável. 3) Descreva a Lei Psicológica fundamental que envolve a propensão a consumir e sua implicação para comunidades mais ricas e pobres: A Lei Psicológica Fundamental apresenta que aumentos no nível de renda geram aumentos no nível de consume, mas em proporção inferior. Onde baixos níveis de renda representam maior propensão a consumir, até pela necessidade de satisfação das necessidades básicas. Enquanto que, para níveis de renda mais altos, menor a propensão a consumir, dada a satisfação das necessidades imediatas e duração do nível de conforto. Ou seja, a propensão media a consumir cai com o aumento da renda. 4) Explique a importância do multipilicador para Keynes, ressaltando a diferença entre sua teoria lógica e o efeito progressivo do Investimento (ao longo do tempo) sobre o emprego: A primeira consideração a ser feita sobre o multiplicador é que leva tempo – e não se sabe quanto – para que ele opere completamente. Portanto, o multiplicador é apenas potencial, ou seja, suas relações não são inteiramente previsíveis, porque há incerteza e podem haver mudanças no meio do caminho. Dito isso, o multiplicador é um elemento fundamental para a compreensão da relação existente entre níveis de renda, investimento e gastos autônomos, dada a propensão a consumir (relativamente estável). O multiplicador existe porque há gastos induzidos pela renda. Ou seja, no modelo do Keynes, o consume induzido pela renda faz com que o aumento de algum dos gastos autônomos ou do investimento, ao aumentar a renda, aumenta o consumo de acordo com a propensão a consumir, levando a novas rodadas de aumento na renda. Desse modo, a propensão acaba por determinar o incremento do consumo em função do incremento da renda e acaba também permitindo a determinação do multiplicador (que reflete o aumento da renda em relação ao aumento do investimento ou algum dos componentes dos gastos autônomos). A teoria lógica do multiplicador é sempre válida, mas vale ressaltar que existe um lapso temporal para que seus efeitos ocorram. Por exemplo, não necessariamente as variações nos níveis de investimento podem ser previstas, podendo impactar no setor de bens de consumo que terá de se adaptar, nesse sentido seu efeito é apenas potencial e não exatamente previsível. 5) Qual a relação que o autor faz entre a propensão a consumir e o multiplicador? A propensão a consumir tem influência no multiplicador, sendo que ambos apresentam uma relação diretamente proporcional, em que uma variação no montante do investimento apresenta maior efeito multiplicador sobre a renda quanto maior for a propensão a consumir. E apresentará maior efeito, em termos absolutos, quanto menor for a PMgC (para gerar grande efeito numa economia, a PMgC deverá ser muito elevada, para que o multiplicador também seja muito alto e assim gerar impacto na economia). Ou seja, em casos onde quantomaior a PMgC maior o multiplicador, uma pequena variação no nível de investimento vai gerar grande variação no nível de renda. E em casos em que quanto menor a PMgC menor o multiplicador, uma pequena flutuação no investimento vai gerar pequena flutuação na renda (e consequentemente no nível de emprego).
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