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AULA 03

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Gestão na Construção Civil
Aula 3: Suprimentos
Apresentação
Nesta aula abordaremos um tema fundamental para a indústria da construção civil: a cadeia de suprimentos. Você terá a
oportunidade de veri�car que na gestão da cadeia de suprimentos, reside um enorme potencial de aumento da e�ciência
de processos para uma obra, ou mesmo no próprio canteiro.
Ficará bem claro que a cadeia de suprimentos é crucial para qualquer atividade econômica e, nesse sentido, o gestor de
suprimentos é quem controla os �uxos de informação, bens, �nanças e serviços e as relações entre as empresas. Na
indústria da construção civil, o engenheiro assume especial função neste aspecto.
Logo, é fundamental que a gestão da cadeia de suprimentos contemple formas de melhorar o rendimento das etapas
logísticas de produção na construção para que os seus reais objetivos sejam plenamente alcançados.
Objetivo
Identi�car as novas questões socioeconômicas da indústria da construção civil, especialmente o novo conceito
chamado de Construbusiness;
Esclarecer a cadeia de suprimentos e a gestão de logística na construção civil;
Analisar a gestão da cadeia logística como processo de melhoria contínua no segmento da construção civil.
Palavras iniciais
A indústria de construção civil vem ganhando uma nova importância através da utilização de um novo conceito econômico
chamado Construbusiness para as atividades encadeadas no processo produtivo de construção civil.
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 Fonte: Shutterstock
Quando cada projeto de construção sai do papel para o canteiro de obras, inicia-se um processo de encadeamento de
atividades produtivas que, no conjunto das atividades do setor, transforma o Construbusiness numa das mais poderosas
alavancas do desenvolvimento sustentado do país.
Esse efeito de cadeia visualiza que o Construbusiness é maior do que o setor da construção de�nido pela Fundação Instituto
Brasileiro de Geogra�a e Estatística (IBGE), englobando cinco macrossetores ao longo de uma das mais completas e extensas
cadeias de produção:
Materiais de construção;
Bens de capital para a construção;
Edi�cações;
Construção pesada;
Serviços diversos (atividades imobiliárias, serviços técnicos da construção e atividades de manutenção de imóveis).
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O ponto forte desse conceito é que suas atividades econômicas têm efeito multiplicador, segundo dados analisados por
especialistas:
Com participação de 14,8% do Produto Interno Bruto
(PIB), ou R$115 bilhões, em 1996;
Capacidade de realização de investimento superior a
R$90 bilhões por ano;
Geração de 285 empregos indiretos para cada 100
empregos diretos;
Evolução de custos compatível com a taxa média de
in�ação;
Contribuição para a redução do dé�cit habitacional e
do Custo Brasil, ao recuperar e ampliar a infraestrutura.  
Fonte: Shutterstock
Nesse sentido, o setor de construção apresenta efeitos multiplicadores sobre a geração de emprego e valor agregado e podem,
portanto, contribuir para a redução de disparidades econômicas e sociais, na medida que suas atividades forem se tornando
palco de políticas setoriais em potencial.
Cadeia de Suprimento
É fundamental veri�carmos que um sistema de gerência dos materiais inclui as funções principais de identi�car, adquirir,
distribuir e dispor dos materiais necessitados em um projeto de construção. Assim, podemos veri�car que os seus objetivos
mais importantes são:
Assegurar que materiais de qualidade estarão disponíveis onde foram solicitados;
Obter o melhor valor para compras de materiais;
Fornecer e�cientemente baixo custo de transporte, segurança e armazenamento dos materiais dentro dos locais de
construção;
Reduzir o excesso de materiais ao nível mais baixo possível.
Nesse sentido, uma boa gestão de estoques garantirá uma série de
benefícios:
• Diminuição da hora improdutiva;
• Redução do desperdício;
• Produção constante;
• Aumento do lucro.
Veri�camos, assim, que controle de estoques é fundamental, por exemplo, num canteiro de obras que, sem dúvida, tem sido
um grande desa�o no setor da construção civil.
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Essas abordagens para o controle de inventário têm
provocado um grande valor na determinação de parâmetros
de estoque e planejamento de recursos, tendo sido seus
valores questionados com respeito a problemas práticos de
controle de inventário. Assim, é importante analisar o
problema de estoques em construção civil, considerando-se
os critérios qualitativos e quantitativos para a confecção de
um modelo de curva ABC, utilizando métodos multicritério
de apoio à decisão. A questão básica a ser tratada é a forma
como pode ser realizada uma classi�cação dos materiais à
luz de múltiplos critérios.
Gestão de logística na construção civil
Voltando à questão da logística, nesse mesmo alinhamento,
segundo Corsi et al. (2106), o Council of Supply Chain
Management Professionals (CSCMP) esclarece que logística
é a parte do gerenciamento da cadeia de suprimentos que
planeja, implementa e controla o �uxo e armazenamento
e�ciente de matérias-primas, materiais e produtos
semiacabados, as informações a eles relativas, do início
da cadeia ao ponto de consumo, com o propósito de
atender às exigências dos clientes. Promove aumento de
e�ciência de uma organização, pois integra fabricante,
fornecedor e consumidor �nal, acarretando um processo
mais ágil, seguro e lucrativo.
 Fonte: Shutterstock
Com as exigências cada vez maiores por parte dos clientes, as empresas
necessitaram adequar seus processos de modo a integrar e agregar maior
valor ao produto ou serviço �nal, permitindo maior competitividade.
Além disso, essas exigências �zeram com que as empresas buscassem materializar e implantar a logística integrada
juntamente com a �loso�a da produção enxuta - Lean Manufacturing - que se baseia na eliminação progressiva de
desperdícios, �uxo contínuo de processos, produção de acordo com a demanda, Just in Time (JIT) - no tempo e quantidade
preestabelecidos, e pela relação próxima e de parceria com fornecedores.
Lead time
Também, capaz de reduzir o lead time do momento em que o cliente realiza o pedido até a entrega do produto, excluindo
movimentos que não agregam valor. Dessa forma, a logística é uma área a se investir nas organizações tornando-as
mais competitivas, além disso, é capaz de promover maior lucratividade, já que em 1990, os custos logísticos em
organizações variavam de 4 a 30% do valor das vendas, representando uma parcela signi�cativa de seus custos, sendo
assim, com seu correto gerenciamento pode acarretar lucros e reduzir custos.
Soluções na construção civil
Por muitos anos o ramo da construção civil fundamentou-se na área técnico estrutural, negligenciando outras áreas,
como a logística, não possuindo, desse modo, um gerenciamento do �uxo de suprimentos e�ciente, acarretando
contínuos desperdícios e improvisação, tornando as empresas do ramo menos competitivas. Otimizando o setor por
meio da logística, as áreas negligenciadas seriam revertidas para redução de atividades de espera, inspeção e transporte,
aumentando a produtividade e agregando valor ao produto.
Uso da logística na construção civil
A utilização da logística gerou mudanças radicais na indústria da construção civil quanto à concepção produtiva,
possibilitando o surgimento de novas técnicas de fabricação e otimização da movimentação de materiais no canteiro de
obras.
Com isso, o gerenciador da cadeia de suprimentos ganha destaque, exigindo então a caracterização do operador logístico
(gerente de suprimentos), trabalhando juntamente com o engenheiro de obras (gerente técnico), que apresentará como
funções:
Planejar;
Implementar e controlar o �uxo de materiais;
Serviços;
Mão de obra;
Armazenagem dos suprimentos.
Atribui-se ao operador logístico, então, o gerenciamento da cadeia de suprimentos, seja de materiais, serviços ou mão de obra,
deixando para o engenheiro de Obras a função de �scalizar a obra,de acordo com as especi�cações técnicas do projeto,
melhorando assim a integração e coordenação dos projetos, minimizando problemas de descontinuidade da produção por falta
de comunicação, fazendo-se necessária em todas as áreas do projeto.
Em termos de estrutura e função, a cadeia de suprimentos na construção civil tem as seguintes abordagens especí�cas:
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1
Convergente, direciona todos os materiais para o canteiro de
obras, onde o produto é feito;
2
Temporária, ou seja, com projetos de construção únicos;
3
Típica, ou seja, há pouca repetição, com raras exceções.
Atividades
1. Em relação à indústria da construção civil, podemos a�rmar:
a) Em função da crise de mercado, o seguimento da construção civil já não mais representa importância para a geração de empregos.
b) Não há dúvidas que a construção civil é determinante para o crescimento da economia brasileira e, neste contexto, traduz-se em forte
setor de empregabilidade.
c) A indústria da construção civil é importante, mas não tem o mesmo “peso” econômico que o setor petrolífero, por exemplo.
d) O Brasil está longe de conseguir implementar uma forte cadeia produtiva no setor da construção civil.
e) Todas as afirmativas estão muito bem alinhadas quanto ao atual cenário da indústria da construção civil.
2. Podemos a�rmar que a falta de competitividade das empresas de construção civil no Brasil, está relacionada a:
a) Lucro excessivo deste seguimento no Brasil.
b) Deixar de considera o seguimento de logística como valor agregado ao seguimento.
c) Excesso de mão de obra especializada.
d) Considerável concorrência de empresa internacionais.
e)Nenhuma afirmativa acima é verdadeira.
3. Sobre a metodologia Lean Manufacturing, é correto a�rmar:
a) Redução de acidentes.
b) Redução de multas.
c) Eliminação de impactos ambientais.
d) Punições aos trabalhadores.
e) Eliminação de desperdícios.
4. Em relação à logística, marque a alternativa correta:
a) Logística está diretamente relacionada a cadeia de suprimentos.
b) Logística está relacionado a intervenções governamentais.
c) Logística é a melhor forma de prevenção de acidentes.
d) Logística é o processo de gestão ambiental.
e) Logística está relacionada apenas a redução de custos de uma obra.
5. A importância dos suprimentos na construção civil é indiscutível. Assim, dar a devida atenção aos suprimentos proporciona
diversos resultados, exceto:
a) Redução de custos.
b) Ganho de qualidade na construção.
c) Garantia que a obra não receberá multas e/ou autuações.
d) Redução dos resíduos gerados.
e) Logística otimizada.
Notas
Missões1
Melhorar a convivência entre as pessoas no seu ambiente;
Integrar harmoniosamente, num projeto global, estética, conforto e qualidade de vida;
Promover a sustentabilidade no setor da construção civil;
Oferecer uma certi�cação baseada em avaliação de critérios de desempenho abrangentes e relevantes, que demonstra,
por meio de auditorias e avaliações presenciais e independentes, a alta qualidade ambiental do empreendimento.
Critérios2
I. Salubridade;
II. Qualidades;
III. Responsabilidade social;
IV. Responsabilidade ambiental;
V. Economia;
VI. Segurança;
VII. Comunicação com o consumidor;
VIII. Regularização jurídico-�scal.
Referências
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SENAI/DN, 2005.
ALVES, T. C. L. Buffering practices in HVAC Ductwork Supply Chains. 286 f. Ph.D. Dissertation. Department of Civil and
Environmental Engineering, University of California, Berkeley, 2005.
ARBULU, R. Improving construction supply chain performance: case study on pipe supports used in power plants. Berkeley, CA.
2002. 108 f. Master of Engineering Thesis, Department of Civil and Environmental Engineering, University of California, Berkeley,
2002.
AZAMBUJA, M. M. B. Processo de projeto, aquisição e instalação de elevadores em edifícios: diagnóstico e propostas de
melhoria. 2002. 149 f., il. Dissertação (Pós-Graduação em Engenharia Civil) - Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 2002.
CARDOSO, F. F. Importância dos estudos de preparação e da logística na organização dos sistemas de produção de edifícios:
alguns aprendizados a partir da experiência francesa. São Paulo, 1996.
CORSI, A.; CHIROLI, D. M. G.; ZOLA, F. C.; ARAGÃO, F. V. Logística na construção civil: análise e propostas para aplicação em uma
construtora. In: Simpósio de Engenharia de Produção, 2016, Maringá. Disponível em:
www.dep.uem.br/gdct/index.php/simeprod/article/download/1018/920. Acesso em: 14 ago. 2019.
SZAJUBOK, N. K.; ALENCAR, L. H.; ALMEIDA, A. T. Modelo de gerenciamento de materiais na construção civil utilizando
avaliação multicritério. v. 16, n. 2. São Paulo: 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0103-65132006000200010. Acesso em: 14 ago. 2019.
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