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TEORIA DA COMUNICAÇÃO E COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA 4

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AULA 4 
TEORIA DA COMUNICAÇÃO 
E COMUNICAÇÃO 
NÃO VIOLENTA 
Prof.ª Valéria Maria Navarro 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Axioma é uma palavra de origem grega que se refere àquilo que se 
considera evidente, sem necessidade de comprovação; ou seja, uma máxima ou 
sentença. Um axioma pode ser o fundamento de um determinado estudo, sendo 
considerado uma premissa evidente e verdadeira, mas indemonstrável, pois se 
origina nos princípios inatos da consciência. 
Os axiomas da comunicação foram citados por Paul Watzlawick, um 
psicólogo e teórico austríaco da década de 1920, que, ao estudar a comunicação, 
verificou algumas premissas essenciais presentes em todas as interações 
humanas e manifestadas pelo comportamento. Além de teórico da comunicação, 
Watzlawick também se dedicou à psicoterapia e às terapias familiares, tendo 
trabalhado com Carl Jung. Ele afirmava que sem comunicação não pode haver 
evolução. De acordo com sua teoria, mesmo que de forma não consciente, a 
comunicação possui um papel fundamental na realidade de todos os seres 
humanos, pois desde nosso nascimento vamos nos adequando às regras dos 
relacionamentos. 
Na Teoria da Comunicação Humana de Paul Watzlawick, a comunicação é 
um processo interno e individual, mas resultante dos relacionamentos que 
estabelecemos com o outro e das influências que os interlocutores geram entre 
si. Watzlawick elaborou sua teoria baseado na pragmática da comunicação. 
A pragmática é o ramo que estuda o uso da linguagem pelos interlocutores 
em seus diversos contextos. A capacidade de compreender o outro é justamente 
chamada de competência pragmática. Essa competência envolve compreender a 
construção da frase (sintaxe) e, também, seu significado (semântica). 
A consciência pragmática é a capacidade de reflexão no uso da linguagem, 
dos sentidos das palavras e nos efeitos que podem causar nos envolvidos no ato 
da comunicação. 
Na sintaxe, analisamos a disposição das palavras na frase, das frases no 
discurso e de uma frase em relação à outra. 
Na semântica, estudamos as relações entre as palavras ou entre os 
morfemas. São observadas as relações de sinonímia (teoria dos sinônimos ou 
palavras de igual significado), antonímia (teoria dos antônimos ou palavras que se 
opõem em significado), hiperonímia (relação entre um vocábulo de sentido mais 
genérico e outro mais específico), hiponímia (o contrário de hiperonímia), 
 
 
3 
ambiguidade lexical (quando uma palavra possibilite ao menos duas 
interpretações em um dado contexto), polissemia (multiplicidade de sentidos de 
uma palavra), homonímia (palavras que possuem a mesma grafia ou pronúncia), 
metáfora (designação de um objeto ou qualidade mediante uma palavra que 
designa outro objeto ou qualidade que tem com o primeiro uma relação de 
semelhança) e metonímia (figura de retórica que consiste no uso de uma palavra 
fora do seu contexto semântico normal). 
O estudo da comunicação humana envolve compreendermos a sintaxe, a 
semântica e a pragmática. Na sintaxe, podemos analisar os problemas de 
transmissão da informação: o código, os canais, a capacidade, os ruídos e 
redundâncias. Na semântica, o significado é o principal foco. Toda informação 
compartilhada envolve uma convenção semântica, pois há uma convenção entre 
os interlocutores a respeito do significado dos símbolos analogicamente 
determinados. E, finalmente, no aspecto pragmático, vemos que toda 
comunicação humana afeta um comportamento e é proveniente deste. Isso 
porque, sempre que emitimos uma mensagem, temos um “feedback” dela, ou 
seja, as mensagens e os comportamentos se retroalimentam, positiva ou 
negativamente. 
TEMA 1 – NÃO SE PODE NÃO COMUNICAR 
Qualquer tipo de conduta é comunicação, portanto, por mais que você, em 
sua condição de ser humano, procure não se comunicar, o estará fazendo na 
própria negação. 
Nas constantes interações humanas, absolutamente todo e qualquer 
comportamento é uma mensagem, mesmo a total inércia. O comportamento é a 
própria unidade da comunicação, é ele que determinará a mensagem. Se o sujeito 
se manifesta verbalmente ou não, a expressão de seu rosto, o posicionamento de 
seu corpo, cada detalhe fará parte da mensagem a ser lida. 
Se todo comportamento humano é por si uma forma de comunicação, então 
um conjunto de comportamentos resultará em uma determinada mensagem. 
Fazem parte desse conjunto de comportamentos o contexto, os gestos, as 
expressões, os fonemas e verbos ou a ausência deles. 
É a junção dos elementos desses modos de comportamento que formam o 
conjunto que condicionará outros significados diversos daqueles dos 
comportamentos isolados. 
 
 
4 
O axioma primeiro da comunicação afirma que não é possível para o ser 
humano a não comunicação. Isso porque não existe oposto à propriedade básica 
do comportamento humano, ou seja, não existe um “não comportamento”, porque 
o sujeito está invariavelmente ligado à sua condição humana de apresentar 
comportamentos. Portanto, se o comportamento ou o conjunto de 
comportamentos representam uma mensagem e o ser humano está sujeito à sua 
natureza de apresentar comportamentos mesmo na aparente ausência deles, 
então podemos afirmar que é impossível para o ser humano não se comunicar. 
O primeiro axioma de Watzlawick é decorrente da propriedade básica do 
comportamento humano, que é não poder deixar de se expressar mesmo na 
tentativa de nada expressar. O silêncio, a não participação, a imobilidade, também 
mostram um comportamento e transmitem, consequentemente, uma mensagem. 
Atividade ou inatividade são comportamentos e, portanto, são também 
mensagens. Nesse sentido, o ser humano está em constante comunicação, verbal 
ou não verbal, de forma intencional ou não. Essa é a dinâmica da comunicação 
humana em sociedade. 
TEMA 2 – METACOMUNICAÇÃO 
Ao se comunicar, o ser humano não está apenas passando uma 
informação, mas expressando uma conduta. 
O emissor, ao transferir o conjunto de seus comportamentos em forma de 
mensagens por meio de uma informação, acaba também transferindo e gerando 
um comportamento ou conjunto de comportamentos no receptor, ou seja, o 
conteúdo da mensagem gerará uma reação no interlocutor, que apresentará um 
comportamento ou conjunto de comportamentos diante da leitura da mensagem, 
que, por sua vez, também provocará uma leitura e uma reação no interlocutor, na 
intensa troca de papéis entre emissor e receptor, nas complexas e constantes 
interações humanas. 
Então, se a comunicação apresenta um conteúdo e uma relação, podemos 
afirmar que ela é uma metacomunicação, pois o ato comunicativo não se limita a 
apenas transferir ou emitir uma mensagem, mas também estabelece uma relação 
com o destinatário. Essa relação é capaz de gerar uma resposta e movimentar a 
interação entre as partes. 
Independentemente do conteúdo da mensagem na leitura do conjunto de 
comportamentos do emissor, se certo ou errado, se verdadeiro ou falso, se curto 
 
 
5 
ou longo, se alegre ou triste, se válido ou inválido diante dos valores do receptor, 
ou se simplesmente inteligível ou indeterminado, sempre haverá um conteúdo, 
uma leitura a ser feita. 
Na metacomunicação estabelecida pelos conjuntos de comportamentos 
dos interlocutores na constante troca de papéis (emissor/receptor/emissor) e suas 
respectivas leituras e reações, todo tipo de mensagem é relevante e, portanto, 
deve ser considerada. 
Toda forma de comunicação está dentro de um determinado nível de 
conteúdo e, também, de um nível de relação. O nível de relação vai determinar o 
nível do conteúdo e a isso se denomina metacomunicação: comunicar sobre a 
própria comunicação. 
O nível de conteúdo se refere às informações constantes nas mensagens. 
Já o nível de relação determina o que é comunicado a respeito dessa relação 
entre os interlocutores. A relação ajuda na compreensão do conteúdo veiculado, 
da mesma forma como o conteúdo acaba por redefinira relação. 
TEMA 3 – PONTUAÇÃO 
Este axioma explica a interação entre os comunicantes. 
A natureza de uma relação depende das sequências na comunicação 
estabelecida e suas respectivas pontuações. São as pontuações que organizam 
os comportamentos, portanto, a própria comunicação, tornando-se fundamental 
nas interações humanas. 
A discordância na pontuação da sequência comunicacional gerará conflitos 
nas relações. 
O terceiro axioma afirma que a comunicação consiste em uma sequência 
de trocas, sempre ocorrendo uma resposta e uma nova mensagem em razão da 
mensagem anterior. 
A interpretação que cada interlocutor realiza da mensagem do outro gerará 
um comportamento que, por sua vez, também gerará novo comportamento no 
outro polo comunicativo. Acontece que as pontuações e interpretações são 
essencialmente divergentes, uma vez que cada ser é único e resultante de suas 
experiências diárias de vida. 
 
 
6 
TEMA 4 – COMUNICAÇÃO ANALÓGICA E DIGITAL 
Resumidamente, podemos dizer que a comunicação digital se refere a tudo 
que podemos transmitir por meio das palavras, e, a comunicação analógica, a 
como se diz tudo aquilo que se expressa sem palavras. Podemos ter uma 
comunicação puramente analógica, mas a comunicação digital sempre estará 
acompanhada da comunicação analógica. 
No processo interativo da metacomunicação humana, as realidades são 
representadas de duas formas: por meio de um símbolo que analogicamente 
represente uma realidade (comunicação analógica) e por meio da presença ou 
ausência de um signo linguístico instituído de forma convencional, mas que 
representa a realidade de forma totalmente arbitrária (comunicação digital). 
Podemos afirmar que a comunicação não verbal é analógica. O ser humano 
pode se comunicar de forma analógica, por meio da comunicação não verbal. No 
entanto, o ser humano também pode se comunicar digitalmente, por meio da 
comunicação verbal. No entanto, o nível de conteúdo é transmitido por meio da 
comunicação digital e, o nível de relação, por meio da comunicação analógica, 
predominantemente. 
Para nos comunicarmos, utilizamos esses dois modos de linguagem, sendo 
que a linguagem digital “traduz” a linguagem analógica. Postura, gestos, 
expressões faciais, inflexão da voz, cadência das palavras e qualquer outra forma 
não verbal faz parte da comunicação analógica. 
A comunicação digital é sintaxe, é lógica, é adequada ao conteúdo e possui 
um grau mais elevado de complexidade e versatilidade, mas lhe falta a semântica 
do campo das relações. 
Toda comunicação apresenta uma forma digital, ou seja, um conteúdo, e 
uma natureza analógica, ou seja, uma relação estabelecida para que a 
transmissão da informação aconteça. Sendo o ser humano o único com 
capacidade para utilizar ambas as formas, elas são constantemente reformuladas 
nas interações. 
Se fizermos uma analogia com o corpo humano, podemos dizer que os 
neurônios trabalham de forma digital na transmissão da informação, mas o 
sistema que regula o humor diante da informação é analógico, ou seja, pode ou 
não liberar substâncias a depender dos estímulos recebidos por meio da 
informação passada; ambos os sistemas atuam de forma complementar. Na 
 
 
7 
comunicação, o que dizemos com palavras é digital e a qualidade do que dizemos 
é analógico. 
4.1 Linguagem digital 
A palavra digital é proveniente do latim digitum, que significa “dedo”. Os 
dígitos, uma vez combinados entre si, produzem uma informação. Por meio das 
letras, formamos palavras que, unidas umas às outras em uma frase ou até 
mesmo sozinhas, passam uma mensagem. 
“Um sinal digital possui valores discretos, ou seja, descontínuos no tempo 
e amplitude. É representado por um histograma e transmitido pelas antenas mais 
modernas” (Unisat, 2015). A maior parte dos televisores comercializados na 
atualidade já possuem conversor digital embutido. 
A linguagem digital é caracterizada pela precisão racional, pela 
possibilidade de negação e por sua abstração. 
4.1 Linguagem analógica 
A palavra analógica é proveniente do latim analogon, que significa 
“semelhante”. 
Analógico é um tipo de sinal contínuo, variando em função do tempo e 
sendo representado por uma curva. Ele é transmitido pelas antenas comuns, 
aquelas que parecem “espinhas de peixe”. 
A linguagem analógica é caracterizada por possuir semântica, mas não 
possuir sintaxe para a definição das relações. 
TEMA 5 – PERMUTAS COMUNICACIONAIS 
A interação simétrica sugere igualdade de comportamento. A interação 
complementar acontece quando os comportamentos se complementam, com 
superioridade ou igualdade. 
As constantes trocas existentes nas interações da comunicação humana 
são simétricas ou complementares de acordo com o parâmetro em que se 
baseiam: se de igualdade ou de diferença. 
Na interação simétrica, os interlocutores refletem um a respeito do 
comportamento do outro, estabelecendo uma relação de igualdade e minimizando 
possíveis diferenças. 
 
 
8 
Na interação complementar, o comportamento de um interlocutor se 
diferencia muito do comportamento do outro, complementando um ao outro ou 
aumentando ainda mais as oposições: uma posição superior que detém o poder 
se opõe a uma posição inferior que se subordina. 
A reação de um interlocutor em resposta ao comportamento/mensagem do 
outro polo do sistema comunicacional estabelecido determinará a simetria como 
minimização das diferenças e maximização das igualdades, ou a 
complementaridade, ou seja, a maximização das diferenças e a minimização das 
semelhanças. Em uma interação funcional, a simetria e a complementaridade 
estão presentes de forma alternada, contribuindo para a criação de uma relação 
estável. 
Tanto a simetria quanto a complementaridade possuem aspectos positivos 
e negativos, dependendo dos interlocutores envolvidos no processo comunicativo, 
dos significados que são atribuindo às mensagens recebidas e do próprio contexto 
em que estão inseridos. 
5.1 Pragmática das relações humanas 
A comunicação humana pode ser abordada em diferentes aspectos. 
Normalmente, o que chamamos de comunicação nada mais é do que a ciência 
que se dedica ao estudo da sintaxe e da semântica nos atos comunicativos. No 
entanto, os efeitos provocados nos comportamentos devido aos comportamentos 
dos interlocutores em seus atos comunicativos é o objetivo de estudo da chamada 
Pragmática Humana. 
A Pragmática da Comunicação ou das Relações Humanas considera não 
somente a linguagem verbal – a sintaxe e a semântica –, mas também a 
linguagem não verbal e os comportamentos. Seu objetivo não se limita ao efeito 
da comunicação sobre o receptor ou mesmo do efeito provocado pela reação do 
receptor sobre o transmissor. É a própria relação transmissor-receptor-
transmissor seu objeto maior de interesse, mediado pela pelas próprias 
características implícitas da comunicação. 
Os mecanismos dessa relação permitem a construção do tipo de relação 
que está sendo estabelecida entre os agentes do ato comunicativo, seja em seus 
contatos pessoais, sociais ou profissionais. 
Como consequência dessa compreensão no micro, temos a compreensão 
no macro: compreendemos como se estabelecem as relações nos grupos e 
 
 
9 
movimentos sociais e, dessa forma, podemos colaborar de modo mais eficaz para 
o sucesso dessas relações. 
As relações interpessoais acontecem de acordo com o comportamento dos 
envolvidos nos atos comunicativos. Entretanto, lembrando os axiomas, o 
comportamento não tem um oposto, ou seja, não se pode não se comportar. 
Estamos rodeados por inúmeros sinais comunicativos. Esse excesso faz 
com que as relações interpessoais sejam afetadas. Parece cada dia ser mais difícil 
compreender o outro. As novas tecnologias fazem com que possamos acessar o 
mundo pela internet, mas parece não nos permitir mais o contato. 
Por isso, falar em competências básicas nas relações interpessoais passa 
a ser um aspectofundamental para todos, sobretudo para os que em suas 
profissões lidam com o grande público. 
As relações humanas evoluem e, como as competências de comunicação 
interpessoal estão sempre na base da pragmática das relações humanas, isso é 
a base para a compreensão da própria comunicação. 
A comunicação não é, na verdade, algo que criamos ou fazemos, mas um 
fenômeno maior do qual somos todos participantes, ativos ou não. Nenhum 
comunicador individualmente pode definir uma relação interpessoal, mas, em sua 
individualidade, está sujeito a contribuir na interação e na construção da 
comunicação. 
Dois ou mais indivíduos, em conjunto, podem criar um padrão de interação 
e, dessa maneira, definir uma relação. Por isso, citamos a excelência na 
pragmática das relações, buscando que cada participante do ato comunicativo 
seja um ser capaz não apenas de ouvir e compreender o outro, mas de se adaptar 
de forma resiliente à realidade do outro, ao contexto e ao tipo de relação em que 
está envolvido. Não se trata somente de receber e emitir mensagens, mas de 
emitir e receber sinais que ultrapassam o que está sendo dito. 
Quando contribuímos para a interação por meio de nosso comportamento, 
discurso e intenção, essa atitude gerará consequências com efeitos potenciais no 
padrão de interação e na própria realidade que nos rodeia. 
Por isso é fundamental que compreendamos cada comportamento como 
fator de contribuição nas interações e relações humanas e, mais do que isso, 
como estratégias capazes de nos tornar mediadores dos processos 
comunicativos, contribuindo para a construção de novas e melhores realidades. 
 
 
10 
Todas as estratégias em comunicação interpessoal são, na verdade, uma 
tentativa de resolução de conflitos, pois há sempre uma questão a ser discutida e 
que definirá as relações interpessoais. 
Desenvolver nossas competências em comunicação utilizando 
conhecimentos e estratégias é o caminho para a transformação. Se a 
comunicação é um processo e as estratégias são ferramentas para a resolução 
de questões relacionais, todos os participantes dos processos de comunicação 
interpessoal tem condições de incorporar essas estratégias aos seus padrões 
comportamentais e, consequentemente, aos seus atos comunicativos. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, vimos que é impossível para o ser humano não se comunicar 
e que este é o principal axioma da comunicação. O segundo axioma nos mostra 
que a comunicação não se limita apenas à transferência de uma mensagem, mas 
estabelece uma relação que gera resposta capaz de movimentar e fazer interagir 
as partes, por isso é considerada metacomunicação. 
A pontuação é o terceiro axioma, que afirma que a interpretação dos 
interlocutores será divergente, dado que cada ser é único e carrega sua própria 
bagagem cultural e de experiências de vida. Linguagem analógica e digital foram 
nosso ponto de estudo no quarto axioma e, no último, conferimos como 
acontecem as permutas comunicacionais que resultam na pragmática das 
relações humanas. 
 
 
 
11 
REFERÊNCIAS 
AXTELL, R. E. Gestos: um manual de sobrevivência gestual divertido e informativo, 
para encarar essa tal “globalização”. São Paulo: Campus, 1994. 
DAVIS, F. Comunicação não verbal. São Paulo: Summus, 1979. 
FISHER, B. A.; ADAMS, K. Interpersonal Communication: Pragmatics of Human 
Relationships. 2. ed. New York: McGraw Hill, 1994. 
GIOVANNINI, G. Evolução na comunicação: do Sílex ao Silício. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 1987. 
MELO, J. M. de. Teoria da Comunicação: paradigmas latino-americanos. São 
Paulo: Vozes, 1998. 
MIRANDA, S. A eficácia da comunicação. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999. 
PEACE, A.; PEACE, B. A linguagem corporal no trabalho. Rio de Janeiro: 
Sextante, 2012. 
VOCÊ sabe qual é a diferença entre sinal digital e analógico? Unisat, 2 mar. 2015. 
Disponível em: <http://www.unisatcomercial.com.br/blog/detalhe/voce-sabe-qual-
e-a-diferenca-entre-sinal-digital-e-analogico>. Acesso em: 17 set. 2019. 
WATZLAWICK, P.; BEAVIN, J.; JACKSON, D. A pragmática da comunicação 
humana: um estudo dos padrões, patologias e paradoxos da interação. Trad. 
Álvaro Cabral. São Paulo: Cultrix, 1993. 
WATZLAWICK, P.; BEAVIN, J.; JACKSON, D. A pragmática da comunicação 
humana: um estudo dos padrões, patologias e paradoxos da interação. São Paulo: 
Cultrix, 1973.

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