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Psicologia e 
comportamento 
organizacional 
Érica Custódia de Oliveira 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(Simone M. P. Vieira - CRB 8a/4771) 
Oliveira, Érica Custódia de 
 Psicologia e comportamento organizacional / Érica Custódia 
de Oliveira. – São Paulo : Editora Senac São Paulo, 2021. (Série 
Universitária) 
	 Bibliografia.	 	
 e-ISBN 978-65-5536-785-0 (ePub/2021) 
 e-ISBN 978-65-5536-786-7 (PDF/2021) 
	 1. 	 Gestão 	 de 	 pessoas 2. 	 Comportamento 	 organizacional   
3. 	Psicologia 	organizacional 4. 	Psicologia 		I. 	Título. 	II. 	Série. 
21-1344t	 CDD 	– 	658.3 
 150 
 BISAC BUS030000 
 PSY000000 
Índice para catálogo sistemático: 
1. Comportamento organizacional : Gestão de pessoas 658.3 
2. Psicologia 150 
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 Editora Senac São Paulo. 
PSICOLOGIA E 
COMPORTAMENTO 
ORGANIZACIONAL 
Érica Custódia de Oliveira 
	 	 	 	 	 	
	 	 	 	 	 	
	 	 	 	 	 	 	 	
	 	 	 	 	 	
 
 
	 	 
	 	 	 
	 	 	
	 	 	 	 	
	 	 	
	 	 	
	 	 	 	
	 	 	 
	 	
	 	 	
	 	 	
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Sumário 
Capítulo 1 
Introdução aos estudos 
de psicologia, 7 
1 Histórico da Psicologia, 8 
2 Psicologia vs. Ciências Psicológicas: 
do senso comum ao conhecimento 
científico, 11 
Considerações finais, 19 
Referências, 19 
Capítulo 2 
Psicologia: escolas de 
pensamento e áreas 
de atuação, 21 
1 Principais escolas de pensamento: 
Behaviorismo, Gestalt, 
Psicanálise, 22 
2 Áreas de atuação da Psicologia, 32 
Considerações finais, 35 
Referências, 35 
Capítulo 3 
Psicologia organizacional: 
conceitos fundamentais, 37 
1 Conceitos de organização, 38 
2 Teorias organizacionais: tipos de 
organização, objetivos e mudanças 
organizacionais, 41 
3 Psicologia Organizacional e áreas 
de atuação: a importância da 
interdisciplinaridade, 48 
Considerações finais, 52 
Referências, 53 
Capítulo 4 
Comportamento 
organizacional, 55 
1 Diferenças entre comportamento 
individual e comportamento 
organizacional, 56 
2 Comportamento grupal na 
organização, 60 
3 Percepção no trabalho, 65 
Considerações finais, 69 
Referências, 69 
Capítulo 5 
Atitude e satisfação nas 
organizações, 71 
1 Atitude no trabalho, 72 
2 Tipos de comprometimento, 75 
3 Satisfação no trabalho, 79 
Considerações finais, 83 
Referências, 83 
Capítulo 6 
Resiliência, inteligência 
emocional e gestão da 
mudança, 87 
1 Resiliência nas organizações, 88 
2 Importância da inteligência 
emocional nas organizações, 91 
3 Gestão da mudança: conceito e 
principais técnicas, 96 
Considerações finais, 101 
Referências, 102 
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Capítulo 7 
Assédio moral e sexual no 
trabalho, 105 
1 Psicologia Organizacional, saúde 
mental e bem-estar no trabalho, 106 
2 Assédio moral: características e 
tipos, 109 
3 Assédio sexual, 115 
Considerações finais, 117 
Referências, 118 
Capítulo 8 
Outras dimensões psicossociais 
do trabalho 
e promoção da saúde 
psíquica, 121 
1 Trabalho e subjetividade 
humana, 122 
2 Trabalho e saúde psíquica: teorias, 
impactos e prevenções, 124 
3 Promoção da saúde psíquica, 131 
Considerações finais, 134 
Referências, 135 
Sobre a autora, 139 
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Capítulo 1 
Introdução aos 
estudos de 
Psicologia 
Os avanços tecnológicos desde o início do século XXI têm sido mar-
cados por uma velocidade sem precedentes. Este fato tem pressionado 
as empresas e consequentemente as pessoas que nelas trabalham a 
buscar formas de serem mais competitivas e diferenciarem-se no mer-
cado de trabalho. As previsões indicam que o trabalho nas organiza-
ções se transformará radicalmente, e muitos postos de trabalho serão 
substituídos por máquinas ou algoritmos. 
Diante de um ambiente tão inédito, como ficam as emoções, os 
pensamentos e os sonhos de cada indivíduo? É desse mundo subjetivo 
de cada um que a Psicologia se ocupa, e é por isso que saber como 
essa área de conhecimento se formou até se tornar uma ciência – e os 
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critérios considerados para essa caracterização – é o primeiro passo 
para, então, compreender quais podem ser suas contribuições para o 
ambiente organizacional. 
1 Histórico da Psicologia 
Bock, Furtado e Teixeira (1994) destacam a importância de conhe-
cer a história de qualquer área do conhecimento para compreendê-
-la em profundidade devido ao seu desenvolvimento ocorrer sempre 
como resposta às necessidades humanas e estar conectada a outras 
áreas do conhecimento, a fim de dar conta de desafios econômicos 
e sociais e, no caso da Psicologia, suportar a busca do homem por 
conhecer mais sobre si mesmo. 
No Ocidente, a Psicologia começou há mais de 2 mil anos com os 
gregos, que eram a civilização mais evoluída da época, inclusive politi-
camente, pois foi lá que nasceu a democracia. Era preciso gerar riqueza 
para manter as cidades-estados, e tais riquezas permitiam planejar me-
lhorias para essas cidades, o que levou a diversos avanços na Física e 
na Geografia e, ao mesmo tempo, favoreceu que muitos cidadãos, tais 
como Sócrates, Platão e Aristóteles, refletissem sobre o homem e a sua 
interioridade, praticando a Filosofia (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1994). 
Os filósofos gregos foram os primeiros que tentaram sistematizar 
a Psicologia (em grego, psyqué é alma, e logos, razão): 
[...] etimologicamente, psicologia significa ‘estudo da alma’. [...] 
parte imaterial do ser humano e abarcaria o pensamento, os 
sentimentos de amor e ódio, a irracionalidade, o desejo, a sen-
sação e a percepção. (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1994, p. 31) 
Sócrates (469 a.C.-399 a.C.) foi o primeiro a se destacar nessas 
reflexões ao buscar o que diferenciava os homens dos animais e en-
contrar como resposta a razão: era ela que tornaria possível ao homem 
sobrepor-se aos seus instintos. Platão (427 a.C.-347 a.C.), discípulo de 
9 Introdução aos estudos de psicologia
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Sócrates, concentrou-se em defender que a razão se localizava em uma 
parte específica do corpo: a cabeça, o que, por consequência, separava 
a alma do restante do corpo (corpo e alma se conectariam por meio da 
medula). Embora discípulo de Platão, Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) se 
opôs a essa ideia, defendendo que a alma era o princípio ativo da vida 
e, por isso, não poderia ser dissociada do corpo. Assim, a teoria platô-
nica pressupunha a imortalidade da alma, separada do corpo, e a teo-
ria aristotélica, sua mortalidade, por pertencer a ele (BOCK; FURTADO; 
TEIXEIRA, 1994). 
Com o início da era cristã e o domínio do Império Romano sobre os 
gregos, o cristianismo ascendeu e a Psicologia desenvolveu-se relacio-
nada ao conhecimento religioso, já que a Igreja Católica monopolizava 
o saber. Destacaram-se, nesse longo período da Idade Média, as posi-
ções de Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino (1225-1274): 
enquanto o primeiro defendia que a alma era a manifestação divina no 
homem, o elemento que o ligava a Deus, o segundo buscava distinguir 
entre essência e existência e concedia a Deus o poder único de reuni-las. 
Ambos, portanto, reforçavam que o estudo do psiquismo se mantivesse 
como monopólio da Igreja – assunto divino, portanto (BOCK; FURTADO; 
TEIXEIRA, 1994). 
O período histórico seguinte, o Renascimento, foi marcado pela va-
lorização do homem e pelo avanço da ciência. A posição defendida por 
Descartes (1596-1659) o destaca como contribuinte para a nova fase 
de estudos da Psicologia como ciência, por retomar a defesa da separa-
ção entre corpo e alma (concordando com Platão) e, assim, abrir espa-
ço para os estudos em mortos (antes a Igreja os proibia por considerar 
os corpos sagrados) e o consequente desenvolvimento da Anatomia e 
da Fisiologia (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1994), fundamentais para a 
evolução da Psicologia científica. 
O histórico da Psicologia, portanto, mostra que ela surgiu a partir 
de reflexões da Filosofia, foi monopólio da Igreja por longo tempo e, 
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posteriormente, fortaleceu-se como ciência, influenciada por conheci-
mentos da Fisiologia, da Neuroanatomia e da Neurofisiologia (BOCK; 
FURTADO; TEIXEIRA, 2019). Reforçando a ideia exposta no início des-
te capítulo, de que a história de uma área de conhecimento vai sendo 
construída de acordo com o contexto social e econômico, o quadro 1 
destaca três momentos na evolução da Psicologia. 
Quadro 1 – Três momentos na evolução da Psicologia 
1. Conhecimento 2. Conhecimento 3. Conhecimento 
filosófico religioso científico 
Cidades-estado gregas: riqueza 
proporcionava avanços sociais 
Império Romano dominava o 
mundo: ascensão do cristianismo 
Renascimento: valorização do 
homem e da ciência 
Alguns pensadores dialogavam 
sobre a alma (psyqué) 
Igreja monopolizava o saber, 
inclusive sobre o psiquismo 
Separação entre alma e corpo: 
Anatomia e Fisiologia 
Fonte: adaptado de Bock, Furtado e Teixeira (1994). 
A Psicologia, ciência que nascia entre os séculos XVIII e XIX, compre-
endia o ser humano cada vez mais como indivíduo, pressupondo que 
cada pessoa vivencia suas experiências de forma subjetiva e persona-
lizada, ou seja, única. Essa ciência se propõe, então, a compreender e 
explicar o homem, o eu: o que a identifica como ciência moderna é o 
estudo da subjetividade (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2019). 
PARA SABER MAIS 
Para conhecer com mais profundidade cada uma das fases do conheci-
mento em Psicologia, inclusive as diferentes etapas pelas quais a Psico-
logia Científica vem se constituindo, há uma obra que tem exatamente 
esse objetivo: História da psicologia, de David Hothersall (1997). 
 
11 Introdução aos estudos de psicologia
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 Editora Senac São Paulo.2 Psicologia e ciências psicológicas: do 
senso comum ao conhecimento científico 
As necessidades de compreender o universo e transformá-lo são tão 
características da humanidade que os arqueólogos consideram a cons-
trução e o uso de ferramentas como critérios para estabelecer quando 
os humanos mais antigos surgiram no planeta Terra: há 2,5 milhões de 
anos (HARARI, 2017). Há todo esse tempo o homem busca entender e 
alterar o mundo, mas nem sempre o método usado para atender a es-
sas necessidades foi o científico. Como a Revolução Científica data do 
século XVI, durante cerca de 2,45 milhões de anos, os seres humanos 
pensaram sobre suas realidades, compreenderam-na e construíram al-
ternativas para modificá-la recorrendo ao senso comum. 
Carregado de crenças e suposições intuitivas e espontâneas, “O 
senso comum é o consenso que se cria socialmente e constitui o re-
pertório de saber construído a partir da observação da natureza e do 
ensaio e erro” (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2019, n.p.): cada pessoa faz 
a própria leitura do mundo e chega às próprias conclusões com base 
em suas experiências anteriores, seguindo os passos que julga mais 
adequados e ouvindo as pessoas em quem mais confia. Por exemplo, 
mesmo sem ser médico, se você perceber que tem tido dor de estôma-
go frequentemente e se sente “pesado” após cada refeição, como se 
sua digestão estivesse comprometida, pode desconfiar de que esteja 
com gastrite com base no senso comum, por causa de tudo que já 
ouviu falar a respeito dessa doença. 
Diferente do senso comum, a ciência “compõe-se de um conjunto 
de conhecimentos (ou ideias sistematizadas e organizadas) que per-
mitem uma compreensão da realidade sistematizada, comprovada e 
testada” (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2019, n.p.). Para que seja con-
siderado ciência, esse conjunto de conhecimentos precisa ter as se-
guintes características: objeto específico, linguagem rigorosa, método 
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.sistematizado, compor um processo cumulativo do conhecimento e 
objetividade 	(BOCK;	 FURTADO;	 TEIXEIRA, 	1994). 
O 	método 	científico, 	fundamental 	para 	a 	produção 	de 	ciência, 	pode 	
ser 	definido 	como 	o 	“conjunto 	das 	atividades 	sistemáticas 	e 	racionais 	
que, 	com 	maior 	segurança 	e 	economia, 	permite 	alcançar 	o 	objetivo 	– 	
conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido 
[...]” 	(MARCONI; 	LAKATOS, 	2010, 	p. 	65). 	Usando 	o 	exemplo 	anterior, 	se 	
você 	procurar 	um 	médico 	para 	atestar 	cientificamente 	se 	você 	tem 	ou	 
não gastrite, ele solicitará uma série de exames – e, portanto, seguirá 
procedimentos	 padronizados,	 que	 outros	 médicos	 também	 seguem,	 e	 
reconhecidos	 como	 legítimos	 na	 comunidade 	científica	 –	 para	 chegar 	
a um diagnóstico. 
Nas	 ciências 	básicas,	 tais	 como	 a	 Física 	e	 a	 Química,	 resumidamen-
te, 	o	 método 	científico	 prevê 	um 	ciclo	 de	 aprendizado 	em 	 três 	etapas	 
(TEIXEIRA;	 SALOMÃO;	 TEIXEIRA,	 2010),	 detalhadas	 a	 seguir	 e	 sintetiza-
das 	na	 figura	 1: 
1. Observar 	 o 	mundo 	 e 	 tecer 	 uma 	 hipótese: 	 o 	 ser 	 humano 	 reflete 	
sobre 	algo 	que 	está 	ocorrendo 	no 	mundo 	e 	 formula 	uma 	 teoria 	
a 	respeito	 dele 	e	 elabora 	uma 	hipótese	 sobre 	o 	porquê	 de 	o	 fenô-
meno	 observado 	acontecer 	daquela	 maneira.	 Por 	exemplo, 	pes-
quisadores 	de 	Harvard 	e 	da 	Kent 	State 	University, 	observando	 as	 
pessoas, 	tiveram 	a 	impressão	 de	 que 	ninguém	 consegue 	captar	 
tudo	 o 	que	 está 	ocorrendo	 ao	 redor	 e 	elaboraram	 uma	 hipótese	 
quanto	 a 	isso	 (BRASIL	 POST, 	2014). 
2. Conduzir um experimento para testar essa hipótese: para testá-la, 
é preciso planejar um experimento. Seguindo o mesmo exemplo, 
os	 pesquisadores	 então	 realizaram	 um	 experimento: 	no 	campus 	
de uma das faculdades, um ator abordava um pedestre e pedia 
instruções	 para 	chegar 	a 	um	 local.	 Enquanto 	 isso, 	dois 	homens	 
carregando uma grande porta de madeira passavam entre o ator 
e 	o 	pedestre, 	bloqueando	 completamente 	a	 visão 	que 	um 	tinha	 do	 
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outro por alguns segundos, e esse ator era substituído por outro 
bem diferente (altura, voz, roupa). 
3. Corroborar ou refutar a hipótese: os resultados obtidos a partir 
do experimento serão a base para comprovar ou não a hipótese. 
Finalizando o exemplo, metade dos participantes não percebia 
que o ator tinha sido substituído, o que corroborou a hipótese ini-
cialmente elaborada. 
Figura 1 – Ciclo de aprendizado nas ciências básicas 
Hipótese 
Comprovação ou 
não da hipótese
Experimento 
Fonte: adaptado de Teixeira, Salomão e Teixeira (2010, p. 47). 
A Psicologia, como todas as ciências humanas não básicas, tem 
um desafio extra para aplicar o método, pois geralmente é impossível 
realizar um experimento controlando tudo que pode interferir no re-
sultado (TEIXEIRA; SALOMÃO; TEIXEIRA, 2010): os experimentos com 
pessoas são influenciados por variáveis incontroláveis (por exemplo, 
as emoções das pessoas no momento do experimento), o que pode 
até impedir o alcance de resultados conclusivos. Bock, Furtado eTei-
xeira (2019) acrescentam que esse desafio é intrínseco à Psicologia 
devido ao seu objeto de estudo ser o próprio homem: embora defen-
da-se que o rigor exigido no método científico seja sinônimo de objeti-
vidade e neutralidade, essa neutralidade se torna impossível porque o 
cientista se confunde com o objeto a ser estudado. Um primeiro fator 
que pode influenciar a pesquisa é a concepção que o cientista tem 
de homem, como exemplificado na figura 2: acreditar que o homem é 
imutável ou não interfere nas questões específicas que interessarão 
ao cientista e em como ele interpretará os resultados. 
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Figura 2 – Duas concepções bem diferentes de homem 
Homem como 
ser abstrato, com 
características 
definidas e que 
não mudam 
Homem como ser 
datado, determinado 
pelas condições 
históricas e sociais 
que o cercam 
Fonte: adaptado de Bock, Furtado e Teixeira (1994). 
A ciência como um todo começou a se destacar no século XIX por-
que o capitalismo ascendente dependia do conhecimento independen-
te da fé para sustentar a produção crescente: as máquinas, um dos 
maiores símbolos docapitalismo da época, precisavam ser conheci-
das e controladas pelos homens, independentemente da vontade divi-
na, com impessoalidade e objetividade – não importa qual homem as 
manipulasse ou qual era sua fé, as máquinas tinham que funcionar da 
mesma maneira. Além de contar com a ciência para se desenvolver, o 
capitalismo defende a ideia de que os sujeitos são livres, destacando o 
mundo como um conjunto infinito de escolhas possíveis: cada pessoa 
pode escolher entre variadas ideias, religiões e opiniões, de forma a se 
tornar única e distinta das demais. O desenvolvimento do capitalismo, 
então, favorecia a ciência e a Psicologia como ciência (BOCK; FURTADO; 
TEIXEIRA, 2019). 
No meio do século, XIX, a Psicologia passou a se expandir também a 
partir de conhecimentos de Fisiologia, Neuroanatomia e Neurofisiologia, 
pois percebeu-se que era preciso compreender o funcionamento da máqui-
na de pensar do homem: o seu cérebro (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2019). 
Um primeiro exemplo é a formulação da Lei de Weber-Fechner 
(Psicofísica), no século XIX, batizada em homenagem aos pesquisadores 
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que a estabeleceram. Eles investigaram a relação entre estímulo e sen-
sação, de modo a mensurar objetivamente o fenômeno psicológico da 
percepção – lembrando que ser mensurável era condição para que um 
fenômeno pudesse ser considerado científico. Esses estudiosos perce-
beram que, enquanto o estímulo aumentava geometricamente, a per-
cepção sobre ele crescia aritmeticamente (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 
2019). Por exemplo, a diferença percebida ao aumentar a intensidade 
de iluminação de uma lâmpada de 100 para 110 watts era a mesma de 
quando a intensidade subia de 1000 para 1100 watts (BOCK; FURTADO; 
TEIXEIRA, 1994). 
No final desse mesmo século, Wundt (1832-1920) criou o primeiro 
laboratório de Psicofisiologia na Universidade de Leipzig, na Alemanha, 
e, por isso e por sua extensa produção teórica na área, o pesquisador é 
considerado o pai da Psicologia científica. Wundt desenvolveu o para-
lelismo fisiológico, segundo o qual aos fenômenos mentais correspon-
dem fenômenos orgânicos. Por exemplo, a picada de uma agulha, que é 
uma estimulação física/orgânica, teria uma correspondência na mente 
de quem foi picado (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1994). 
O desenvolvimento da Psicologia científica se acelerou nos Estados 
Unidos, que eram um campo fértil para esse avanço devido ao seu 
intenso desenvolvimento econômico na época. Os pesquisadores 
estadunidenses inauguraram três abordagens: o Funcionalismo, o 
Estruturalismo e o Associacionismo, fontes de diversas teorias psicoló-
gicas posteriores, brevemente explicadas no quadro 2. 
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.Quadro 2 – Três abordagens iniciais da Psicologia científica nos Estados Unidos 
FUNCIONALISMO ESTRUTURALISMO ASSOCIACIONISMO 
PESQUISADOR William James Edward Bradford Titchner Edward Lee Thorndike 
FOCO 
Responder o que fazem 
os homens e por que 
o fazem: como usam 
a consciência para se 
adaptar ao meio. 
 Estados elementares 
da consciência como 
estruturas do sistema 
nervoso central 
Aprendizagem que 
ocorreria por meio da 
 associação de ideias, 
das mais simples às 
mais complexas. 
CURIOSIDADE 
Na época, a sociedade 
 estadunidense 
 demandava 
 pragmatismo para 
se desenvolver 
economicamente. 
Usava o 
 introspeccionismo como 
método de observação 
e experimentos em 
laboratório. 
 Formulou a primeira 
teoria da aprendizagem 
da Psicologia. 
Fonte:	 adaptado 	de 	Bock, 	Furtado 	e 	Teixeira 	(1994) 
Ao	 se	 libertar	 da	 Filosofia	 e	 obter	 status	 de	 ciência,	 a	 Psicologia	 
impôs	 desafios	 importantes	 aos	 pesquisadores	 (BOCK;	 FURTADO;	 
TEIXEIRA,	 1994): 
• definir	 o	 objeto	 de	 estudo; 
• deliminar o campo de estudo, diferenciando-se de outras áreas do 
conhecimento; 
• formular	 métodos	 de	 estudo	 de	 seu	 objeto; 
• formular	 teorias,	 buscando	 a	 isenção,	 usando	 dados	 passí-
veis de comprovação e atentando para criar um conhecimento 
cumulativo. 
Como	 citado	 no	 final	 do	 subcapítulo	 anterior,	 o	 objeto	 de	 estudo	 da	 
ciência	 Psicologia	 é	 a	 subjetividade	 como 
uma	 síntese	 singular	 e 	individual	 que 	cada 	um 	vai 	constituindo	 em 	
sua	 trajetória	 de	 vida.	 É 	uma 	síntese 	que 	nos 	identifica, 	por 	ser	 úni-
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ca, e nos iguala por acontecer em um cenário comum: a sociedade. 
Refere-se a sentimentos, ideias, sonhos, projetos e formas de se 
comportar de cada um. (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2019, n.p.). 
Estudar a subjetividade, ou seja, aspectos invisíveis que compõem 
e criam a realidade, é buscar dar visibilidade ao processo de produção 
dos modos de ser e estar no mundo, que é movimento e transformação 
constantes (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2019). 
É importante destacar que a subjetividade é um dos âmbitos da rea-
lidade, ideia fundamental para compreender o humano como parte dela, 
não somente como sua consequência. Isso reforça que o trabalho é uma 
grande conquista porque é o meio pelo qual o homem pode transformar 
o mundo para sobreviver, ultrapassando limitações biológicas e cons-
tituindo-se sob leis sócio-históricas, e viver melhor, satisfazendo suas 
necessidades. A ação humana transforma a realidade (mundo objetivo) 
e transforma os humanos (mundo subjetivo), que vão desenvolvendo 
habilidades que ainda não possuíam: cada pessoa participa ativamente 
da própria construção, inserida em um mundo cultural e social (BOCK; 
FURTADO; TEIXEIRA, 2019). Um exemplo claro é a invenção da escrita 
e toda a evolução proporcionada por ela: os seres humanos passaram 
a registrar suas memórias para além do que poderia ser falado entre 
uma geração e outra; como o cérebro humano é limitado em sua ca-
pacidade de armazenamento, a escrita funcionou como uma forma de 
aumentar essa capacidade e a de processamento de informações entre 
indivíduos e gerações (HARARI, 2017). 
Considerar a subjetividade como objeto de estudo da Psicologia 
científica moderna é uma forma de conciliar diversos elementos que fo-
ram foco dessa ciência ao longo do tempo (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 
2019), a ponto de, em um passado recente, possível se referir a Ciências 
Psicológicas ao invés de a uma Psicologia apenas (BOCK; FURTADO; 
TEIXEIRA, 1994):por exemplo, para conhecer melhor o sujeito, Wundt 
focou no caminho da estimulação sensorial; pesquisadores posteriores 
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.focaram no inconsciente, depois no comportamento, na cognição, nos 
afetos 	etc... 	parecia	 até	 que	 existiam	 diversas	 Ciências	 Psicológicas. 
IMPORTANTE 
Lembremos que considerar a subjetividade como objeto de estudo da 
Psicologia permite compreender que o interesse científico pelo entendi-
mento do homem pode se manifestar pelo foco em diferentes elemen-
tos, tais como sentimentos, ideias, sonhos, projetos, comportamentos, 
inconsciente e consciência. 
 
Sumarizando,	 a 	Psicologia	 científica	 tem 	a 	subjetividade	 como	 objeto 	
de estudo, a partir dele se diferencia de outras áreas de conhecimento, 
usa 	métodos 	rigorosos 	e 	impessoais	 dentro 	das 	limitações	 intrínsecas 	
ao campo de estudo, formula e testa teorias com base em conhecimen-
tos	 prévios	 e	 busca	 acrescentar	 algo	 aos	 pesquisadores	 que	 virão	 pos-
teriormente (conhecimento cumulativo). 
PARA PENSAR 
No final do século XX, Martin Seligman (1942-), psicólogo estaduniden-
se, liderou um conjunto de pesquisas com o objetivo de alterar radi-
calmente o foco da Psicologia, que, segundo ele, concentrava-se nos 
aspectos negativos que impediam a mente humana de funcionar bem, 
ou seja, em desvios ou patologias: a Psicologia buscava “consertar” o 
que não estava bom na mente das pessoas. Seligman deu origem, en-
tão, à Psicologia Positiva, cujo foco é melhorar o que as pessoas já têm 
de bom para que se tornem cada vez mais felizes (SELIGMAN, 2004). 
Para pensar: como essa nova abordagem da Psicologia alterou as pes-
quisas científicas na área e quais são suas aplicações no mundo do 
trabalho? Uma pista: cada vez mais a gestão de pessoas bem estrutu-
rada foca nos pontos mais fortes de cada pessoa – ao invés de querer 
melhorá-las em seus pontos mais fracos – e busca compor equipes 
com indivíduos complementares. 
 
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Considerações finais 
Este capítulo focou-se em explorar o histórico da Psicologia, partin-
do da fase filosófica até a científica, que teve, então, o início de seu de-
senvolvimento detalhado porque é a essência da Psicologia moderna: 
uma ciência com objeto específico, linguagem rigorosa, construída a 
partir de métodos sistematizados e reproduzíveis, constituindo-se um 
processo cumulativo do conhecimento. 
A Psicologia evoluiu – e continua evoluindo – de acordo com os de-
safios socioeconômicos de cada época e das consequentes necessida-
des subjetivas dos seres humanos, surgidas ou intensificadas nesses 
contextos peculiares. Entender como essa ciência vem sendo forma-
da historicamente aumenta o poder de compreensão de suas contri-
buições para desafios futuros, competência especialmente importante 
em um mundo que tem mudado em uma velocidade inédita e que nem 
sempre considera o modo como as emoções, os pensamentos, os so-
nhos e a subjetividade de cada indivíduo são afetados por ele. 
Referências 
BRASIL POST. 10 estudos que vão mudar o que você pensa que sabe sobre si 
mesmo. Exame, Tecnologia. 13 mai. 2014. Disponível em: https://exame.com/ 
tecnologia/10-estudos-que-vao-mudar-o-que-voce-pensa-que-sabe-sobre-si-
mesmo/. Acesso em: 23 jan. 2021. 
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. 
Psicologia. Série em foco. 2. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019. E-book. 
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. 
Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. 6. ed. São Paulo: Editora 
Saraiva, 1994. 
HARARI, Yuval Noah. Sapiens: uma breve história da humanidade. 29. ed. Porto 
Alegre: L&PM, 2017. 
https://exame.com
20 Psicologia e comportamento organizacional Ma
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HOTHERSALL, David. História da psicologia. McGraw Hill Brasil, 1997. 
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodo-
logia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
SELIGMAN, Martin Elias Peter. Felicidade autêntica. Rio de Janeiro: Objetiva, 
2004. 
TEIXEIRA, Hélio Janny; SALOMÃO, Sérgio Mattoso; TEIXEIRA, Clodine Janny. 
Fundamentos de administração: a busca do essencial. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2010. 
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 Editora Senac São Paulo.
A Psicologia como ciência, focada no estudo da subjetividade, teve 
suas bases desenvolvidas principalmente no final do século XIX e iní-
cio do século XX, quando três escolas de pensamento se desenvolve-
ram e se tornaram a origem de muitos outros conhecimentos gerados 
posteriormente na área: o Behaviorismo, a Gestalt e a Psicanálise. 
Compreender os princípios e as teorias de cada escola é fundamental 
para entender como funciona a Psicologia atualmente e suas potenciais 
contribuições para que tenhamos uma vida melhor.
Esse é o principal objetivo deste capítulo: resgatar as três escolas 
que são alicerces da Psicologia, fazendo uma ponte entre a formação 
dessas escolas e como os conhecimentos por elas produzidos são 
Capítulo 2
Psicologia: escolas 
de pensamento e 
áreas de atuação
22 Psicologia e comportamento organizacional Ma
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.aplicados na prática profissional dos psicólogos, seja na Psicologia 
Clínica, na Psicologia Escolar ou na Psicologia Organizacional.
1 Principais escolas de pensamento: 
Behaviorismo, Gestalt e Psicanálise
Na Psicologia moderna, considera-se a existência de quatro siste-
mas, que são assim nomeados porque deles derivam de outras teorias 
em Psicologia. Os quatro se desenvolveram entre o final do século XIX 
e o início do século XX: o Behaviorismo, a Gestalt, a Psicanálise e a 
Psicologia Histórico-Cultural (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2019).
Os próximos subcapítulos detalham as três primeiras escolas, come-
çando pelo Behaviorismo, depois Gestalt e Psicanálise.
1.1 Behaviorismo
O Behaviorismo nasceu no final do século XIX, nos Estados Unidos, 
com John Broadus Watson (1878-1958), e é a escola da Psicologia cujo 
objeto de estudo é o comportamento compreendidocomo a interação 
indivíduo-ambiente, mais especificamente a relação entre as variáveis 
do ambiente que interagem com o sujeito e aquilo que o sujeito faz com 
elas (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2019). Respectivamente, o estímulo e 
a resposta são o ponto de partida para essa ciência do comportamento, 
frequentemente representados pelas iniciais em latim S (stimulus) e R 
(responsum) (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1994).
A fundamentação da teoria behaviorista foi desenvolvida posterior-
mente por Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) e é conhecida como 
análise experimental do comportamento baseada no condicionamento 
operante, conceito desenvolvido a partir das noções de comportamen-
to-reflexo e condicionamento respondente (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 
23Psicologia: escolas de pensamento e áreas de atuação
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1994, 2019). Esses três conceitos centrais para o Behaviorismo estão 
descritos no quadro 1.
Quadro 1 – Três definições centrais para o Behaviorismo
COMPORTAMENTO- 
-REFLEXO
CONDICIONAMENTO 
RESPONDENTE
CONDICIONAMENTO 
OPERANTE
DE
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S Comportamento 
involuntário, automático, 
produzido por estímulos 
do ambiente. Exemplos: 
contração das pupilas 
diante de uma luz forte; 
salivação de um cachorro 
quando vê comida.
Processo que resulta em um 
comportamento involuntário (uma 
resposta ao mundo) produzido por 
um estímulo neutro associado ao 
estímulo incondicionado, que produziria 
originalmente o comportamento. Exemplo: 
o pesquisador Ivan Petrovich Pavlov (1849-
1936) passou a tocar uma campainha antes 
de servir a comida aos cachorros e, após 
repetir esse som (estímulo neutro) muitas 
vezes antes de servir a comida (estímulo 
incondicionado), os cachorros salivavam 
(comportamento) só de ouvir a campainha, 
antes de ver ou farejar a comida.
Processo que resulta 
em um comportamento 
voluntário (que opera 
sobre o mundo), produzido 
devido às consequências 
geradas por ele. Pode ser 
representado por R à S 
(resposta leva ao estímulo 
reforçador). 
Fonte: adaptado de Bock, Furtado e Teixeira (1994, 2019).
O psicólogo Skinner realizou um experimento para testar o condiciona-
mento operante: ele deixou um ratinho em uma caixa que continha uma 
alavanca cujo acionamento liberava uma gota d'água. A expectativa era de 
que o ratinho pressionasse a alavanca por acidente uma primeira vez e, 
após repetir essa ação outras vezes, aprendesse que, ao sentir sede, basta-
va pressionar a alavanca novamente e receberia água. Nesse caso, a ação 
do ratinho sobre o meio e o efeito resultante propiciavam a aprendizagem 
do comportamento: R à S, ou seja, a resposta (pressionar a alavanca) 
levava ao estímulo reforçador (a água) (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1994).
Para o Behaviorismo, o que propicia a aprendizagem dos comporta-
mentos é a relação entre a ação do sujeito sobre o meio (resposta) e o 
efeito resultante (estímulo reforçador). Visando à manutenção de um 
comportamento operante, ou seja, à obtenção de determinada resposta, 
dois tipos de reforços são possíveis (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1994):
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.1. Reforço positivo: quando apresentado, fortalece o comportamen-
to precedente (resposta). Retomando o exemplo do experimento 
de Skinner, a água é um reforço positivo, que faz com que o rati-
nho mantenha seu comportamento de pressionar a alavanca.
2. Reforço negativo: fortalece um comportamento (resposta) que 
elimine esse reforço. Alterando o exemplo de Skinner para a exis-
tência de um choque no assoalho que cessasse sempre que o 
ratinho pressionasse a alavanca: após algum tempo, o ratinho 
passaria a pressionar a alavanca (comportamento) para remover 
o choque (reforço negativo).
Para eliminar um comportamento operante indesejável ou inadequa-
do, existe outro mecanismo, a punição: a emissão de um estímulo aver-
sivo. Seguindo no exemplo do ratinho, mas invertendo a situação: a cada 
vez que ele pressionasse a alavanca, ele levaria um choque. Com o tem-
po, ele deixaria de pressionar a alavanca (comportamento eliminado) de-
vido ao choque (estímulo aversivo) (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1994).
Um alerta importante realizado por Skinner foi o de que a relação en-
tre punição e reforço não segue o senso comum, que considera a puni-
ção como o melhor caminho para evitar comportamentos indesejáveis: 
suas pesquisas comprovaram que o melhor é descobrir qual é o com-
portamento desejado em determinada situação e atribuir reforço a ele, 
pois embora a punição até diminua os comportamentos indesejados, 
ela diminui os comportamentos de forma geral, inclusive os desejados 
e especialmente os criativos (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2019).
O Behaviorismo é frequentemente aplicado quando há desejo de di-
recionar os comportamentos, como na educação (organização e con-
trole das situações de aprendizagem) e no mundo do trabalho (treina-
mentos) (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1994).
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1.2 Gestalt
A Gestalt – também conhecida como Psicologia da Forma – nas-
ceu na Alemanha no final do século XIX e até hoje é considerada uma 
teoria consistente, com forte base metodológica, tendo sido elaborada 
por Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt 
Koffka (1886-1941) a partir de estudos psicofísicos que relacionavam 
forma e percepção. Gestalt é um termo alemão de difícil tradução, cujo 
significado se aproxima de forma ou configuração (BOCK; FURTADO; 
TEIXEIRA, 2019).
Inicialmente o objetivo era entender os processos psicológicos 
envolvidos na ilusão de ótica, ou seja, por que a assimilação de um 
estímulo físico ocorreria de maneira diferente em relação à realidade 
objetiva. Um exemplo é o que ocorre no cinema: embora as imagens 
projetadas na tela sejam estáticas, elas vão se sobrepondo em nossa 
retina e a percepção é de que há movimento – é uma ilusão de ótica 
(BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1994).
O princípio implícito na teoria behaviorista é que entre o estímulo que 
o meio fornece e a resposta do indivíduo está o processo de percep-
ção (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2019). Consequentemente, embora se 
assemelhe ao Behaviorismo por ter o comportamento como foco de 
estudo, a Gestalt defende que é preciso compreender esse comporta-
mento considerando o contexto maior em que ele ocorre, ou seja, as 
condições que podem alterar a percepção do estímulo – essa é uma 
crítica da Gestalt ao Behaviorismo. Essa defesa se baseia na teoria do 
isomorfismo: a parte é relacionada ao todo, e a percepção busca fe-
chamento, simetria e regularidade entre os pontos que compõem uma 
figura (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1994) ou entre os acontecimentos 
de uma situação.
A figura 1 ilustra a teoria do isomorfismo, apresentando quatro ele-
mentos para exemplificar como a percepção tenta compor o todo a 
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.partir de pedaços, ou seja, promover o fechamento: o elemento 1 são 
quatro bolinhas pretas e é percebido como um quadrado, não como 
uma figura inclinada ou um perfil, embora esses dois últimos desenhos 
apareçam no elemento 2 e todos (os três desenhos) tenham as quatro 
bolinhas pretas. O elemento 3 é o elemento 1 acrescido de outras 4 
bolinhas, o que faz com que o percebamos como um círculo. E, final-
mente, no elemento 4, percebemos um círculo branco no meio de cada 
desenho, embora não exista nada lá: são apenas quatro linhas que for-
mariam uma cruz se não houvesse uma parte vazia onde deveria ser o 
encontro das linhas (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1994).
Figura 1 – Exemplos da teoria do isomorfismo
Fonte: adaptado de Bock, Furtado e Teixeira, 1994.
Outro conceito importante para a Gestalt é o de meio ambiental, ou 
seja, o conjunto de estímulos determinantes do comportamento, que 
pode ser de dois tipos (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1994): 
 • o meio geográfico, que é o físico, objetivo, a realidade tal qual ela é;
Elemento 1
Elemento 3 Elemento 4
Elemento 2
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 • o meio comportamental, que resulta da interação da pessoa 
com o meio físico, sendo o modo como ela interpreta esse meio, 
obedecendo à força do campo psicológico, ou seja, à tendência 
de “juntar” elementos durante a percepção, buscando por equilí-
brio, simetria, estabilidade e simplicidade – a lei da boa-forma. A 
Gestalt defende que é o meio comportamental (a interpretação 
do meio geográfico) que influencia o comportamento.
A Gestalt embasa estudos de psicologia da arte, de comunicação 
(publicidade) e de gestão de pessoas, sendo a origem da Psicologia 
Organizacional (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2019). Na década de 1930, 
nos Estados Unidos, Kurt Lewin (1890-1947) popularizou a expressão 
“dinâmica de grupo” (CASADO, 2002) e definiu “clima grupal”, legitiman-
do a voz dos trabalhadores. Um de seus experimentos mais marcantes, 
e que permanece influenciando o mundo do trabalho, demonstrou uma 
produtividade decrescente entre grupos de clima democrático (os mais 
produtivos – as ordens são discutidas entre membros e o líder emerge 
do grupo), grupos de clima autoritário (um líder define o que o grupo deve 
fazer) e grupos de clima laissez-faire (os menos produtivos – grupos sem 
ordem nem liderança) (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2019).
1.3 Psicanálise
É na passagem para o século XX que surge a Psicanálise, na Áustria, 
fundada por Sigmund Schlomo Freud (1856-1939), médico cujas contri-
buições alteraram profundamente o modo de pensar a vida psíquica, pois 
ele passou a investigar, cientificamente, processos misteriosos da subje-
tividade, tais como fantasias, sonhos e esquecimentos (BOCK; FURTADO; 
TEIXEIRA, 1994).
Freud começou a usar a técnica da hipnose para tratar e eliminar 
os sintomas de pessoas que sofriam com distúrbios nervosos após 
estudar com Jean-Martin Charcot (1825-1893), psiquiatra francês que 
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.usava essa mesma técnica para cuidar de histerias. Também incorpo-
rou o método catártico após trabalhar com seu propositor, Josef Breuer 
(1842-1925): o objetivo era eliminar sintomas atuais por meio da libera-
ção de afetos e emoções relacionados a traumas passados e que fica-
ram retidos no inconsciente, não tendo sido experimentados no mesmo 
momento das experiências desagradáveis que os causaram. O exemplo 
clássico é o de Ana O., paciente de Breuer: ela tinha sintomas como con-
tratura muscular, inibições e dificuldades de pensamento, que surgiram 
enquanto cuidava do pai doente. Sob hipnose, Ana relatou a origem de 
cada sintoma, quando reprimia pensamentos e sentimentos relaciona-
dos ao desejo de morte do pai. Rememorar as experiências por meio 
da hipnose permitiu que os sintomas desaparecessem porque liberou 
as emoções reprimidas associadas ao evento traumático do passado 
(BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2019). 
Como nem todos os pacientes aceitavam ser hipnotizados, Freud 
começou a usar a técnica da concentração, pedindo que os pacientes 
relembrassem acontecimentos enquanto conversavam, o que evoluiu 
para a associação livre: ao paciente era solicitado que falasse o que 
lhe viesse à mente, sem ser guiado por perguntas do psiquiatra (BOCK; 
FURTADO; TEIXEIRA, 2019).
Assim, buscando explicar por que as pessoas esqueciam alguns 
acontecimentos de sua vida, Freud defendeu que era devido a esses 
episódios envolverem conteúdos dolorosos, que eram a origem dos 
sintomas e ficavam presos no inconsciente, conceito-chave para a 
Psicanálise. Dois processos psíquicos centrais estavam envolvidos em 
manter esses conteúdos no inconsciente (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 
2019): a resistência, força que tenta impedir o conteúdo de migrar para 
o consciente, e a repressão, que busca encobrir uma ideia insuportável, 
uma espécie de desejo proibido, origem do sintoma.
A primeira teoria do aparelho psíquico postula, então, a existência de 
três instâncias psíquicas, conforme apresentado no quadro 2.
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Quadro 2 – Primeira teoria do aparelho psíquico: as três instâncias psíquicas
Inconsciente
Conteúdos reprimidos por 
censura interna, não acessíveis 
pelo consciente
Pré-consciente
Conteúdos que podem ser 
acessados pelo consciente 
Consciente
Conteúdos dos mundos
exterior e interior
Fonte: adaptado de Bock, Furtado e Teixeira (2019).
Ao longo de seus atendimentos, Freud percebeu que muitos dos 
pensamentos e desejos reprimidos de seus pacientes estavam relacio-
nados a conflitos de ordem sexual vividos durante a infância. A partir 
dessa descoberta, ele teorizou sobre diversos outros aspectos (BOCK; 
FURTADO; TEIXEIRA, 1994, 2019), a saber:
 • Sexualidade infantil: a função sexual existe desde o início da vida, 
não apenas a partir da puberdade.
 • Libido: energia dos instintos sexuais.
 • Etapas do desenvolvimento sexual (decorrentes da função se-
xual estar relacionada à sobrevivência, e o prazer, a partes do 
corpo): fase oral (zona de erotização é a boca), fase anal (zona 
de erotização é o ânus), fase fálica (zona de erotização é o órgão 
genital) e fase genital (zona de erotização está fora da pessoa, 
no outro).
 • Complexo de Édipo: um dos processos ocorridos durante o de-
senvolvimento sexual e em torno do qual se estrutura a persona-
lidade do indivíduo entre os 2 e 5 anos: a mãe é objeto de desejo 
do menino, tornando-se seu modelo de comportamento, até que, 
para não perder o amor do pai, o menino troca o desejo pela mãe 
pelo desejo pela riqueza cultural e social do mundo; no Complexo 
de Édipo Feminino, a situação se inverte, com o pai sendo o obje-
to de desejo da menina.
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.A segunda teoria do aparelho psíquico se refere aos três sistemas da 
personalidade, introduzindo os conceitos de id, ego e superego, confor-
me apresenta o quadro 3.
Quadro 3 – Segunda teoria do aparelho psíquico: os três sistemas da personalidade
Id
Abriga as pulsões da vida e da 
morte e é guiado pelo princípio 
do prazer; refere-se ao 
inconsciente.
Ego
Equilibra as exigências do id, as 
da realidade (mundo objetivo) e 
as "ordens" do superego; é 
guiado pelo princípio da 
realidade.
Superego
Guarda as exigências sociais
e culturais, sendo formado a 
partir do Complexo de Édipo,
ou seja, da internalização de 
proibições, limites e autoridade.
Fonte: adaptado de Bock, Furtado e Teixeira (1994, 2019).
Freud também defende que há uma realidade psíquica, ou seja, uma 
realidade subjetiva, imaginada, que, para o indivíduo, equivale à realida-
de objetiva. E que essa realidade psíquica pode resultar de mecanismos 
de defesa usados para deformar uma realidade desagradável ou dolo-
rosa, tais como a projeção, quando o sujeito vê algo de si que considera 
indesejável em outra pessoa, mas não em si mesmo, e a formação rea-
tiva, quando o sujeito adota uma atitude oposta ao seu desejo (BOCK; 
FURTADO; TEIXEIRA, 2019). Por exemplo, ao mesmo tempo uma pes-
soa pode qualificar um colega como muito controlador sem perceber 
que ela, sim, age dessa maneira (projeção), ou uma mãe pode super-
proteger o filho quando seu desejo é de exprimir a raiva que sente dele 
devido às dificuldades que trouxe para a vida dela (formação reativa).
A Psicanálise é considerada uma teoria, um método de investiga-
ção e uma prática profissional, pois, respectivamente (BOCK; FURTADO; 
TEIXEIRA, 2019): 
 • sistematiza conhecimentos sobre o funcionamento da vida 
psíquica; 
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 • preconiza a interpretação dos conteúdos manifestos em ações, 
palavras, delírios, sonhos e associação livre em busca de conteú-
dos ocultos; 
 • e caracteriza-se pela análise para cura ou autoconhecimento, ini-
cialmente feita individualmente em consultórios e estendida para 
processos de aconselhamento e formação de equipes em insti-
tuições de educação, justiça, saúde e assistência social.
O quadro 4 apresenta os principais conceitos de cada uma das 
três escolas exploradas detalhadamente neste capítulo: Behaviorismo, 
Gestalt e Psicanálise.
Quadro 4 – Síntese dos principais conceitos de cada uma das três escolas principais da Psicologia
Behaviorismo
• Comportamento como 
 interação indivíduo-ambiente
• Aprendizagem
• Estímulo (S)
• Resposta (R)
• Análise experimental do
 comportamento
• Condicionamento operante
• Reforço positivo
• Reforço negativo
• Punição
Gestalt
• Psicologia da Forma
• Estímulo, resposta e 
 percepção
• Teoria do isomorfismo: busca 
 por fechamento, simetria e 
 regularidade
• Meio ambiental: geográfico 
 ou comportamental
• Força do campo psicológico
• Lei da boa-forma
Psicanálise
• Hipnose
• Método catártico
• Associação livre
• Resistência e repressão
• Inconsciente, pré-consciente 
 e consciente
• Sexualidade infantil, libido, 
 etapas do desenvolvimento 
 sexual, Complexo de Édipo
• Id, ego e superego
• Realidade psíquica
• Mecanismos de defesa
PARA SABER MAIS 
Uma quarta escola da Psicologia moderna, a Psicologia Histórico-Cultu-
ral, foi criada na Rússia, por Lev Semionovitch Vigotski (1896-1934), no 
contexto de implementação do estado socialista. Usando o método his-
tórico-cultural de Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), 
que defende que, para compreender a subjetividade humana, é preciso 
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Saber que a consciência se produz nas relações concretas 
de atividade no mundo e [...] se desloca dessa atividade 
(capacidade de abstração), que a cultura congrega um 
importante repertório consolidado dessas abstrações, 
constituindo a memória coletiva de um povo, e que esse 
repertório é interpretado à luz da história desse povo. 
(BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2019, p. 22)
Em outras palavras, essa escola considera a linguagem fator fundamen-
tal na construção da consciência ao duplicar o mundo existente no inte-
rior singular de cada pessoa por meio dos processos de abstração e ge-
neralização; defende ainda que a adaptação de cada indivíduo depende 
mais do que é produzido e aprendido do que de comportamentos inatos.
 
2 Áreas de atuação da Psicologia
A Psicologia como profissão é a prática do conhecimento científi-
co gerado na área, baseando-se, portanto, nas teorias psicológicas e 
usando métodos próprios para investigação (por exemplo, os testes 
psicológicos de personalidade e de inteligência e as técnicas de obser-
vação). O psicólogo é um profissional da saúde, seguindo a definição 
da Organização Mundial da Saúde: “Saúde é um estado de bem-estar, 
físico, mental e social completo, não apenas de ausência de doença ou 
enfermidade”1 (OMS, 1948). Sob essa perspectiva, esse profissional 
[...] deve empregar seus conhecimentos de Psicologia na promo-
ção de condições satisfatórias de vida, na sociedade em que vive e 
trabalha, isto é, em que está comprometido como cidadão e como 
profissional. [...] enfocando a subjetividade dos indivíduos e/ou 
suas manifestações comportamentais. (BOCK; FURTADO; TEIXEI-
RA, 1994, p. 154)
1 Tradução livre de “Health is a state of complete physical, mental and social well-being and not merely the 
absence of disease or infirmity.” (OMS, 1948)
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Embora haja um objetivo central que é a promoção de saúde, a 
Psicologia pode ser dividida ainda em três áreas principais para atua-
ção profissional: Psicologia Clínica, Psicologia Escolar e Psicologia 
Organizacional (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1994).
Bock, Furtado e Teixeira (1994) reforçam que, apesar de o foco do psi-
cólogo ser a subjetividade, ele precisa considerar também a objetividade 
que cerca o indivíduo, pois condições materiais precárias (por exemplo 
fome, falta de habitação, desemprego e analfabetismo) prejudicam o de-
senvolvimento: não é possível construir um mundo psíquico (subjetivo) 
sem matéria-prima adequada (mínimas condições objetivas de vida). Ter 
clareza sobre isso ajuda os psicólogos a lidar com os diversos e às ve-
zes surpreendentes desafios cotidianos, de forma que possam decidir o 
que fazer e projetar intervenções coerentes. Um exemplo é uma pessoa 
que declara ao seu psicólogo sentir uma tristeza constante e que está 
desempregada há bastante tempo: o psicólogo não pode desconsiderar 
essa característica objetiva (desemprego) apesar de seu foco ser o as-
pecto subjetivo, ou seja, o sentimento de tristeza relatado pela pessoa.
Ao praticar a Psicologia Clínica, os psicólogos trabalham em con-
sultórios psicológicos, hospitais e ambulatórios, fazendo diagnósticos, 
propondo intervenções e avaliando os resultados. Eles coletam dados 
por meio de testes, entrevistas e observação e, se identificamdistúrbios 
ou sofrimentos psíquicos, interveem, propondo terapias verbais ou cor-
porais (não podem medicar, prerrogativa restrita aos psiquiatras). Por 
exemplo, se o psicólogo seguir a Psicanálise, ele pode coletar os dados 
por meio da análise dos sonhos (associação livre: paciente vai contando 
o que vem à mente conforme relata seus sonhos) e, após interpretá-los 
segundo a teoria de Freud, propor uma terapia psicanalítica. Os psicó-
logos clínicos são comumente conhecidos como terapeutas e, durante 
sua prática, tendem a desenvolver conhecimento sobre populações es-
pecíficas (psicologia da gravidez, do puerpério, da terceira idade etc.) 
e estados psíquicos alterados (angústia, ansiedade, luto etc.) (BOCK; 
FURTADO; TEIXEIRA, 1994).
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.Como o próprio nome indica, na Psicologia Escolar, o psicólogo 
atua em instituições educacionais, tais como escolas, creches e orfa-
natos, com foco no processo pedagógico e na relação entre instrução 
e desenvolvimento, aperfeiçoando conhecimentos sobre questões 
como a aprendizagem, a alfabetização e a relação professor-aluno 
(BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1994).
Já na Psicologia Organizacional, o psicólogo atua em empresas dos 
mais diferentes setores, tendo como foco as relações de trabalho e o 
processo produtivo, gerando conhecimento sobre situações que se de-
senvolvem nesse ambiente, tais como o stress, as consequências psí-
quicas do trabalho e as técnicas de seleção, recrutamento e avaliação 
de desempenho. O psicólogo organizacional pode inclusive trabalhar 
em um hospital ou uma escola desde que seu foco sejam as relações 
de trabalho (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1994).
Resumidamente, as tarefas de um psicólogo organizacional são 
compreender o comportamento individual, grupal e organizacional e 
contribuir para o desenvolvimento nos três níveis, mensurar compor-
tamentos, projetar potencial e aplicar as descobertas de pesquisas no 
ambiente de trabalho (ROTHMANN; COOPER, 2017).
O quadro 5 sintetiza as principais áreas de atuação dos psicólogos, 
destacando o local e o foco de atuação.
Quadro 5 – Síntese das principais áreas de atuação dos psicólogos
PSICOLOGIA CLÍNICA PSICOLOGIA ESCOLAR PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL
LOCAIS DE 
ATUAÇÃO
Consultórios psicológicos, 
hospitais e ambulatórios
Instituições educacionais, 
tais como escolas, 
creches e orfanatos
Empresas dos mais 
variados setores
FOCO
Diagnósticos clínicos 
sobre a saúde psíquica
Processo pedagógico
Relações de trabalho e 
processo produtivo
Fonte: adaptado de Bock, Furtado e Teixeira (1994).
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IMPORTANTE 
Assim como em todas as áreas do conhecimento, outra possibilidade 
de atuação para os psicólogos é em Pesquisa e Ensino, trabalhando di-
retamente para expandir e transmitir o conhecimento científico em Psi-
cologia, funcionando como o motor de desenvolvimento da Psicologia 
enquanto ciência: são os pesquisadores que atuam em universidades, 
assim como os que ensinam Psicologia nas escolas (BOCK; FURTADO; 
TEIXEIRA, 1994).
 
Considerações finais
Este capítulo focou no resgate das três escolas que são alicerces da 
Psicologia – Behaviorismo, Gestalt e Psicanálise – e na descrição das áre-
as de atuação dos psicólogos: na Psicologia Clínica, eles fazem diagnós-
ticos individuais, propõem intervenções e acompanham os resultados; 
na Psicologia Escolar, o foco é o processo pedagógico; e na Psicologia 
Organizacional, as relações de trabalho e o processo produtivo.
É possível notar que, dependendo da escola em que o profissional se 
baseia, ele usará determinada lente para analisar e interpretar a subjeti-
vidade no ambiente em que atua: a abordagem pode ser psicanalítica, 
pode focar em comportamentos com base na interação do indivíduo 
com o ambiente ou ainda acrescentar a essa visão a percepção de cada 
sujeito para compreendê-lo, mas o objetivo deve ser sempre a promoção 
da saúde como estado de bem-estar, físico, mental e social.
Referências
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. 
Psicologia. 2. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019. 
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.BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. 
Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. 6. ed. São Paulo: Editora 
Saraiva, 1994. 
CASADO, Tânia. O indivíduo e o grupo: a chave do desenvolvimento. In: As pes-
soas na organização. São Paulo: Editora Gente, 2002. p. 235-246. 
ORGANIZAÇÃO Mundial da Saúde. OMS. 1948. Disponível em: https://www.
who.int/about/frequently-asked-questions. Acesso em: 29 jan. 2021.
ROTHMANN, Ian; COOPER, Cary L. Introdução à psicologia organizacional e do 
trabalho. In: Fundamentos de psicologia organizacional e do trabalho. 2. ed. 
Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
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Capítulo 3 
Psicologia
organizacional: 
conceitos 
fundamentais 
As organizações são parte inerente da sociedade contemporânea. 
Com elas, convivemos cotidianamente, pois a maioria de nós nasceu 
em hospitais, estuda em escolas, trabalha em empresas, frequenta ci-
nemas e faz compras em lojas e supermercados (BASTOS et al., 2014). 
Essas organizações estão por toda parte, e é nelas que os psicólogos 
organizacionais atuam, tendo a oportunidade única de observar e cui-
dar da subjetividade dos indivíduos no ambiente em que estes movi-
mentam corpos e mentes para construir a sociedade em que desejam 
viver (ZANELLI; BASTOS; RODRIGUES, 2014). 
Compreender a evolução do conceito de organização de sistema 
racional até sistema aberto e as implicações práticas dessa transfor-
mação é essencial para que os psicólogos organizacionais equilibrem 
o foco entre o bem-estar das pessoas e a produtividade, cientes de 
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que suas intervenções dependem da aplicação de diferentes áreas da 
Psicologia e até de diferentes áreas do conhecimento. É por isso que 
este capítulo aborda os diferentes conceitos de organização, o que di-
ferencia uma organização de outra e quais áreas da Psicologia e do 
conhecimento contribuem para a atuação do psicólogo organizacional. 
1 Conceitos de organização 
Baseando-se em Scott e Davis (2007), Bastos et al. (2014) resgatam 
diferentes conceitos de organização, dividindo-os em três abordagens. 
Sob aprimeira abordagem, as organizações são vistas como um siste-
ma racional, ou seja, como coletividades orientadas para atingir objeti-
vos a partir de ações coordenadas e com alto grau de formalização: as 
pessoas cooperam conscientemente, e a estrutura é planejada especifi-
camente para alcançar os objetivos, refletindo regras que direcionam o 
comportamento e informam o papel esperado de cada indivíduo. 
Na segunda abordagem, as organizações são vistas como um siste-
ma natural, ou seja, 
[...] coletividades em que os membros perseguem distintos inte-
resses, até mesmo alguns objetivos individuais, mas reconhecem 
o valor de perpetuar a organização como um recurso importante. 
(BASTOS et al., 2014, p. 77) 
Em relação à perspectiva anterior, são duas as principais diferen-
ças: a complexidade dos objetivos (frequentemente há diferenças entre 
os objetivos oficiais e os perseguidos ou simplesmente as ações das 
pessoas não se guiam pelos objetivos) e a existência de uma estrutura 
informal (grupos que afetam o comportamento das pessoas no dia a dia 
e podem até desgastar a estrutura formal) (BASTOS et al., 2014). 
O fato de a primeira abordagem focar no que diferencia a organiza-
ção de outras coletividades (destaque à formalização) e a segunda, no 
que aproxima a organização de outras unidades sociais (conflitos entre 
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objetivos e ações e informalidade nas relações), reflete o embasamento 
em pressupostos distintos sobre a natureza humana: na segunda abor-
dagem, há uma visão mais ampla sobre os fatores que podem guiar o 
comportamento nas organizações. As duas abordagens também veem 
os sistemas sociais de forma diferente: na primeira, a visão é mecânica; 
e na segunda, orgânica (SCOTT; DAVIS, 2007 apud BASTOS et al., 2014). 
Na terceira abordagem, as organizações são vistas como um siste-
ma aberto, que depende do fluxo de recursos diversos (pessoas, infor-
mações, matérias-primas etc.) provenientes do ambiente externo, con-
forme representado na figura 1. Essa abordagem pressupõe que não há 
um único ou melhor modelo de organização independentemente dos 
ambientes interno e externo em que ela funciona e é largamente aceita 
e difundida nos estudos organizacionais (BASTOS et al., 2014). 
Figura 1 – A organização como sistema aberto 
Ambiente 
Econômico 
Entradas/ 
insumos 
Es
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Tecnológico 
Saídas/ 
resultados 
Produtos/ 
serviços 
Satisfação 
dos 
funcionários 
Lucros/perdas 
Organização 
Processos de transformação Matéria-prima 
Recursos 
financeiros 
Informações 
Recursos 
humanos Tecnologia 
Estrutura 
formal
Pessoas Gestão 
Feedback 
Sociocultural Político-legal 
Fonte: adaptado de Bastos et al. (2014, p. 80). 
O quadro 1 sintetiza os três conceitos de organização, buscando evi-
denciar por que as organizações modernas são sistemas abertos: por 
mais que a gestão se esforce para guiar a coletividade na mesma direção 
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(objetivos), há outros fatores ambientais que impactam no desempenho 
desejado. É nesse contexto que os psicólogos organizacionais atuam. 
Quadro 1 – Síntese dos três conceitos de organização 
Sistema racional Sistema natural Sistema aberto 
Coletividade orientada para 
atingir objetivos a partir de 
ações coordenadas e com alto 
grau de formalização. 
Coletividade em que os 
membros perseguem distintos 
interesses, até individuais, mas 
reconhecem o valor de 
perpetuar a organização. 
Depende do fluxo de recursos 
provenientes do ambiente 
externo, o que torna o 
desempenho contingenciado 
por fatores diversos. 
Fonte: adaptado de Bastos et al. (2014). 
Campo vasto para processos psicológicos e psicossociais inerentes 
à sua própria existência e que impactam as pessoas e a sociedade, as 
organizações podem, então, ser definidas como: 
[...] ferramentas humanas, construídas e reconstruídas para lidar 
com os desafios do seu contexto, um empreendimento coletivo 
imerso em complexas redes de significados e interesses que po-
dem ser mais ou menos convergentes; [...] – no plano dos indiví-
duos, com suas expectativas, habilidades e interesses; no plano 
dos grupos, em suas dinâmicas que facilitam ou dificultam suas 
atividades; no plano organizacional propriamente dito, no conjunto 
de processos políticos e técnicos que o configuram [...] (BASTOS et 
al., 2014, p. 103) 
Diante de tanta complexidade, os psicólogos organizacionais zelam 
para que as organizações sejam cada vez mais espaços de desenvolvi-
mento individual e, consequentemente, social (BASTOS et al., 2014), ao 
invés de fontes de opressão. Esse desafio torna-se especialmente difícil 
devido à organização ser um sistema aberto, pois o psicólogo organi-
zacional terá seu trabalho sempre influenciado por múltiplas variáveis, 
precisando, então, propor intervenções que sejam as mais adequadas 
possíveis ao contexto específico e momentâneo da organização. 
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2 Teorias organizacionais: tipos de 
organização, objetivos e mudanças 
organizacionais 
Para que o psicólogo organizacional tenha uma visão global sobre as 
organizações e, assim, torne-se capaz de diagnosticar e atuar sobre os 
processos que nelas ocorrem (individuais, grupais e organizacionais), 
é preciso conhecer as três dimensões que conferem unidade, singula-
ridade e dinamismo a cada organização: a estrutura, a relação com o 
ambiente e a estratégia (LOIOLA et al., 2014). 
2.1 Estrutura e tipos de organização 
A estrutura define a divisão de autoridade e trabalho (atividades) na 
organização, assim como o sistema de comunicação, sendo represen-
tada por um organograma que mostra as relações de interdependência 
e hierarquia (LOIOLA et al., 2014), conforme exemplificado na figura 2. 
Figura 2 – Exemplo simplificado de organograma 
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As decisões sobre estrutura envolvem os mecanismos de divisão 
e integração do trabalho e das pessoas: como o trabalho é complexo, 
precisa ser dividido, mas é preciso coordenar as ações individuais para 
que o objetivo coletivo seja alcançado. A busca é responder a questões 
como: Em que nível as tarefas devem ser subdivididas e quais critérios 
usar para essa separação? A quem os trabalhos devem se reportar? 
Quantos trabalhadores devem ficar sob a coordenação de um gestor? 
Em que nível está a autoridade para tomar decisões e definir as regras 
de conduta dos trabalhadores? (ROBBINS;

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