Prévia do material em texto
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Nome: Camile Strzykalski Disciplina: Cultura Religiosa: Pessoa e Sociedade Resenha do livro: Saber Cuidar: Ética do humano, compaixão pela terra Autor: Leonardo Boff Demonstra-se claramente a tentativa de conscientização que o autor tenta com o leitor. Durante todo o livro ele defende que se deve aprender a olhar a Terra como uma grande mãe, onde nascemos, onde pertenceremos e ficaremos, e também onde voltaremos a ser parte dela (após a morte), mas até chegar neste momento se deve saber cuidar, apreciar e respeitar tudo o que é proporcionado durante a estadia aqui. Deve-se saber viver como humanos/irmãos, pois compartilhamos tudo, sabermos nos respeitar e cuidarmos uns dos outros, conforme salientado neste parágrafo: Inicialmente não há, pois, distância entre nós e a Terra. Formamos uma mesma realidade complexa, diversa e única. Foi o que testemunharam os vários astronautas, os primeiros a comtemplar a Terra de fora da Terra. Disseram-no enfaticamente: daqui da Lua ou abordo de nossas naves espaciais não notamos diferença entre Terra e humanidade, entre negros e brancos, democratas ou socialistas, ricos e pobres. Humanidade e Terra formamos uma única realidade esplêndida, reluzente e, ao mesmo tempo, frágil e cheia de vigor (BOFF, 1999). No caminho do cuidado e da urgência que esse pressupõe, a essência humana, o ethos (conjunto de valores, princípios e inspirações que dão origem a atos e atitudes, ou seja, várias morais) necessitam renovar-se. Uma nova sociedade nascente, necessita de um novo ethos com uma religação, uma paz perene com a Terra, com a vida, com a sociedade e com o destino das pessoas. A mudança é aprender a ser cuidado, com a atitude de solicitude, ou seja, de atenção para com o outro. Para uma sociedade ser considerada sustentável não deve somente saber impor limites ao crescimento, mas deve saber mudar o tipo de desenvolvimento. Saber produzir o suficiente para si, para o ecossistema em que se situa e funcionar dentro dos limites impostos pela natureza. A ética do cuidado é aplicável nacionalmente, internacionalmente e individualmente. Nenhuma nação é auto-suficiente, todos lucram com a sustentabilidade, com a conservação da vitalidade do planeta Terra. Neste contexto, pode-se apontar que a reflexão acerca do livro, escrito em 1999, que está mencionada acima nos mostra o quão lento para um desenvolvimento de si mesmo é o Usuario Realce ser humano, visto de forma geral. No começo do livro o autor menciona a invenção do tamagochi e compara com o quanto as pessoas deixavam muitas coisas de lado para dar atenção a um bichinho virtual, hoje, vinte anos depois, esse tipo de atitude não difere muito, temos smartphones e casas inteligentes que podem fazer praticamente tudo por nós, carros autônomos estão sendo lançados, geramos cada vez mais lixo, desmatamos cada vez mais, não nos importa como foi produzido(a) a nossa roupa, notebook, computador ou celular que usamos, e qual será o descarte/utilidade dele quando não nos for mais útil pois estará “desatualizado”, estamos sempre em busca de mais e mais tecnologia, buscamos suprir nosso “vazio” e mostrar nossa “modernidade” compartilhando nossa vida online e mostrando toda nossa tecnologia para nossos amigos “virtuais”. Vinte anos depois da escrita desse livro, ainda é urgente o cuidado que devemos ter com a terra, o respeito que deveríamos ter cada vez mais uns com os outros. Parece que no quesito tecnologia, evoluímos sim e muito, mas o questionamento que fica é: E o quesito ser humano, o cuidado, a ética, o respeito, todas essas urgências que o autor tanto mencionou para reaprendermos a ser e ter com o nosso planeta e com os outros, nós evoluímos? Na verdade, esse parece estar cada vez mais retrógado.