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jennifer Rowley School of Management and Social Sciences Edge Hill University College Ormskirk, Lancashire (Reino Unido) 027 ,' G'~:. i. é) K t ç.) ~ e_ . ?~· A biblioteca eletrônica Segunda edição de Informática para bibliotecas Tradução de Antonio Agenor Briquet de Lemos U.F.M.G. - BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA Ili 1111111111111111111111111111111 61880905 NÃO DANIFIQUE ESTA ETIQUETA ~ _:..,. /! < \ J_'/..;. .. .- ~ BRIQUET DE LEMOS UVROS BIBLIOTECA "PROF.ª ETELVINA UMA" Escola de Ciência da Informação da UFMG '"' 35~451 © Jennifer Rowley 1980, 1984, 1993, 1998 Direitos autorais desta tradução© 2002 Lemos Informação e Comunicação Ltda. Todos os direitos reservados Título original: The efectronic library (Library Assodation Publishing, 1998) Da primeira até a terceira edição original esta obra intitulou-se Compurers for Jibraries (1980, 1985 e 1993). A primeira ediçáo em português, baseada na terceira ediçao inglesa, chamou-se Informática para bibliotecas (Briquet de Lemos/ livros, 1994). Esta tradução da quarta edição inglesa adotou o mesmo título do original. De acordo com a !ei n." 9 61 O, de 19/2/1998, nenhuma parte deste livro pode ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada num sistema de recuperação de informações ou transmitida sob qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do detentor dos direitos autorais, do tradutor e do editor. Revisão: Maria Lucia Vilar de Lemos Capa: Formatos Design e lníormática Ltda. Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Departamento Nacional cio Livro/Biblioteca Nacional, Rio de janeiro, RJ) R884b Rowley, jennifer A biblioteca eletrônica/ Jennifer Rowley; tradução de Antonio Agenor Briquet de Lemos. - Bra.s11ia : Briquet de Lemos/ Livros, 2002. 399 p.; 22 cm ·2.ed. de Informática para bibliotecas• ISBN 85-85637-20-X 1. Bibliotecas -Automação. 1. Titulo. ~' BIBLIOTECA UNIVERSITARIA J_{ _ _! s..!t.....I E..Í 618809-05 -.......--·- . --LOOT · Briquetde Lemos/ livros Lemos Informação e Comunicação Ltcla. SRTS - Quadra ~01 - Bloco K- Sala 831 Edifício Embassy Tower Brasília, DF 70340-000 Te1efones(61)322 9806/313 6923 Fax (61) 32317 25 briquet@dfturbo.com.br coo 025.4 Sumário Agradecimentos Prefácio da quarta.edição Parte 1: Introdução à tecnologia da informação l Introdução à biblioteca eletrônica 2 Equipamento 3 Sistemas e redes 4 Estrutura da informação e programas de computador 5 Bases de dados 6 Projeto e gerenciamento de sistemas de informação Parte 2: Recuperação da informação 7 Fundamentos da recuperação da informação 8 A Internet 9 Serviços de buscas em linha !O Cederrons 11 Sistemas de gerenciamento de documentos 12 Índices impressos e serviços de notificação corrente Parte 3: Sistemas de gerenciamento de bibliotecas 13 Funções dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas 14 Panorama do mercado de sistemas de gerenciamento de bibliotecas 15 Fornecimento de documentos Índice vii IX 3 24 47 71 ·106 130 159 161 187 210 239 263 292 313 315 337 366 393 Agradecimentos Agradeço a todos que contribuíram de alguma forma para a criação deste traba- lho. Sendo este um livro que t~ata de práticas atuais, recorri amplamente à bi- bliografia de outros autores e a contatos com pessoas do mundo das bibliotecas e da informação. Agradeço especialmente a todas as editoras, aos produtores de bases de dãdos, fornecedores de sistemas e autores que me permitiram utilizar excertos de suas obras. O reconhecimento a eles será feito separadamente à medida que forem citados. Os últirrios anos propiciaram-me o ensejo de entreter debates acadêmicos e profissionais com inúmeras pessoas pertencentes a um amplo leque de disci- plinas. Em momentos diversos, senti-me como se fosse membro de várias equi- pes. É dificil identificar, no meio de tantos, os que sejam merecedores de uma menção específica, pois isso poderia parecer que alguns mereceriam menos apreço de minha parte. Inegavelmente, a influência mais importante que tive em minha vida de docente universitária partiu de meus colegas e amigos da Crewe and Alsager Faculty da Manchester Metropolitan University, princi- palmente do seu Department of Business and Management Studies. Esta última edição foi redigida exatamente quando me havia transferido para um novo cargo na Crewe and Alsager, na esperança de que seria o último. Todos nós somos superados pelos acontecimentos, e agora parece que estamos apenas no começo. I Prefácio da quarta edição Ao longo dos anos decorridos desde 1993, quando a edição anterior deste livro foi publicada, 1 tenho estado en_volvidade modo menos intenso do que antes com as especificidades da operação de sistemas de informação, em particular com os sistemas que são vistos como componentes de uma biblioteca eletrônica. Por outro lado, tenho me concentrado mais no ambiente em que esses sistemas funcionam. Essa visão contextual tomou-se cada vez mais importante. Não somente os profissionais da informação e muitos outros grupos precisam de fato compreender as implicações que a sociedade da informação traz para a comu- nidade e as instituições em que vivem e trabalham_, mas também, de modo mais imediato, precisam.compreender seus clientes. Os últimos anos do século XX caracterizaram.se por uma cultura de clientes e contratos na qual as organiza· ções se dão conta de que, para sobreviverem e serem bem·sucedidas, têm de compreender sua clientela e os beneficias que ela busca, ou pode ser persuadida a buscar, em bens ou serviços específicos. As bibliotecas sempre reconheceram o imperativo de servir aos clientes e levaram a sério iniciativas voltadas para a atenção com eles. Ademais, preocupam-se para que seu acervo e seus serviços atendam às necessidades de sua clientela. Esta cultura orientada para os clien- tes, intimamente atrelada à orientação para a informação, a ela subjacente, constitui uma das contribuições mais valiosas que os bibliotecários podem aportar a uma profissão ampliada da informação. Um serviço efic·az voltado para os clientes depende não apenas dos serviços prestados, mas tainbém, de modo mais importante, dos sistemas em que se apóia a prestação desses servi- ços. Este livro trata das funções, técnicas e gerenciamento desses sistemas. A prestação eficaz de serviços de biblíoteca e informação depende de sistemas e pessoas e da integração dessas duas· fontes capitais. O prefácio da terceira edição desta obra acentuava a crescente importância da formaçãO de redes de bibliotecas e o deslocamento, a ela associado, da ênfase no gerenciamento e desenvolvimento de acervos para políticas baseadas no acesso e que se preocupam c~m a disponibilidade do documento ou da infomia- ção. A presente edição adotou um titulo novo em reconhecimento, talvez, de mais uma fase do desenvolvimento do impacto da tecnologia da informação nas bibliotecas. As funções de todos os provedores de informação estão sendo reavaliadas e reformuladas diante do advento de oportunidades oferecidas pela tecnologia da informação e, especificamente, o amplo processo de interligação de redes que é característico da Internet. Caíram as inuralhas que cercavam a 1 Edição brasileira: /nformálica para bibliotecus. Brasília: Briquet de Lemos/ Livros. 1994. 307 p. X A BIBLIOTECA ELETRÔNICA rede de bibliotecas. Até recentemente, a tecnologia da infonnação era utilizada basicamente para facilitar a maneira como, há séculos, temos processado a in- formação, seja como pessoas, seja como instituições ou sociedades. Agora, n1al começa a despontar a era em que essa tecnologia põe em xeque a forma como vivemos, as atividades que desempenhamos, o processo de criaç_ão de conhecimentos e o modo como esses conhecimentos são avaliados para o do- 1nínio do público. A publicação de periódicos constitui uma das áreas impor- tantes que podem exemplificar esses problemas num contextomais concreto. Isso é particularmente significativo, uma vez que os periódicos têm sido há muitos séculos uma fonte importante de informações primárias e constituem uma respeitável base de conhecimentos para as ·gerações' subseqüentes. Os sistemas e conceitos apresentados neste livro formam uma estranha mescla daquilo que é futurista com o que é tradicional. Isso reflete a maneira como a tecnologia da informação vem sendo implantada nas bibliotecas e ou- tros ambientes informacionais. É fácil cogitar sobre o inconsútil mundo ele- trônico do futuro, porém toda nossa experiência em matéria de gerenciamento da informação e talvez mais especificamente de controle bibliográfico nos en- sina que a criação e o processamento de informações desafiam essa ordem. O desafio concreto está na identificação das providências - e haverá inúmeras - que as organizações da indústria da infonnação deverão e poderão adotar de modo a criar bibliotecas eletrônicas eficientes que ofereçam acesso adequa- do à informação, junto com a preservação do patrimônio cultural, num mundo em que as infonnações são armazenadas e recuperadas em inúmeros formatos. Os críticos de Computers for libraries T Informática para bibliotecas] assi- nalaram que se tratava de uma síntese muito ampla para caber num único texto. O prefácio da terceira edição acentuava a preocupação desse texto em identificar questões fundamentais e apresentar uma estrutura que servisse de base para estudos adicionais. Embora aparentemente tal enfoque haja sido sempre bem-recebido pelos leitores, os principais feitos dos últimos anos tor- naram-no cada vez mais difícil, mas ao mesmo tempo cada vez mais impor- tante. Dadas as fronteiras movediças entre as funções das diferentes organiza- ções do mercado da informação - ilustradas talvez pela complexidade de achar respostas a perguntas do tipo 'O que é um serviço de buscas em linha?' ou 'O que é uma editora?'- ficou mais difícil discernir uma estrutura. Este livro, portanto, oferece, em seus capítulos e exemplos, uma dessas estruturas. Essa estrutura reflete a forma como eu compreendo o mercado da informação e o papel do profissional bibliotecário e de informação nesse mercado. As bibliografias no final dos capítulos oferecem informações adicionais ou os pontos de vista de outros autores. Espero que em seu conjunto ajudarão os leitores a ter um melhor entendimento do ambiente em que atuam e dos sistemas que podem ser empregados para construir uma biblioteca eletrônica eficiente. Dois outros aspectos devem ser salientados no que diz respeito a referênci- PREFÁCIO DA QUARTA EDIÇÃO XI as a outras fontes. Apesar de ter me valido de inúmeras das referências relacio- nadas no final de cada capítulo, o estilo deste texto não é o de uma revisão bibliográfica formal. Além de outros textos publicados, o conteúdo deste livro baseou-se de modo significativo numa ampla gama de outras fontes de infor- mação. Em geral, a legibilidade do texto sairia prejudicada se fôssemos citar conceitos específicos. Nas ocasiões em que se usaram fontes especificas ou se incluíram citações, as referências são indicadas no texto e as citações comple- tas são relacionadas no final de cada capítulo. Muitos dos temas abordados neste livro poderiam ser ainda mais explorados com o emprego de recursos eletrônicos de informação, como periódicos e boletins eletrônicos, e, de modo ainda mais importante, por meio do acesso aos sítios da Rede (websites) de inúmeras instituições citadas neste texto. Não se incluem no presente texto os endereços de sítios da Rede e da Internet, pois são demasiado voláteis para que mereçam inserção num texto desta natureza. Por outro lado, inclui nwnerosas referências às principais marcas da indústria da informação, que são muito mais estáveis do que os endereços de sítios da Rede. Os leitores que desejarem obter as novidades mais recentes ligadas a essas marcas poderão rapidamente localizar o sítio atual da respectiva empresa na Rede mediante a inclusão des- ses nomes comerciais como termos de busca num mecanismo de busca da Internet. Esta é a solução que adoto num ambiente híbrido de informação. Espero que seja aceitável para meus leitores. O livro divide-se em três partes. A parte l contém uma breve introdução sobre a tecnologia da informação. A parte 2 examina várias aplicações no campo da recuperação da informação, e a parte 3 apresenta uma visão geral dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas e aspectos correlatos do forneci- mento de documentos. A parte 1 apresenta as plataformas onde se montam as aplicações. As partes 2 e 3 referem-se às próprias aplicações. Os termos em- pregados para descrever essas aplicações evoluíram bastante durante os últi- mos anos, e a relação entre sistemas destinados a servir a diferentes funções tornou-se ainda mais nebulosa. Existe certa validade no argumento segundo o qual se deveria ter tentado um tratamento mais integrado. Embora haja diver- sos modelos em vários pontos do texto que ilustram os vínculos entre os dife- rentes sistemas, todos os documentos precisam de uma estrutura e a que apre- sento aqui serve a meus propósitos, tanto quanto qualquer outra, enquanto ao mesmo tempo reflete a fonna como a literatura é dividida. Espero que tome o texto acessível ao leitor. Talvez a próxima edição deste livro precise ser mais revolucionária, se livros como este (em formato impresso ou eletrônico) ainda tiverem lugar na sociedade da informação do futuro. Professora JENNIFER RowLEY J Parte 1 Introdução à tecnologia da informação 1 Introdução à biblioteca eletrônica OBJETIVOS Este capitulo examina os fundamentos do conceito de biblioteca eletrônica. Ao rever sucintamente os principais avanços na evolução da biblioteca eletrônica ao longo dos últimos 20 anos, e colocando-os no contexto da Visão para 2020, da Library and lnformation Commission, do Reino Unido, procura contextualizar os sistemas de hoje num cenário mais amplo. Ao término desle capitulo o leitor: estará ciente das formas como a biblioleca eletrônica pode ser entendida terá uma noção dos sistemas da biblioteca eletrônica estará familiarizado com as principais tendências do desenvolvimento de sistemas de informação em bibliotecas durante os últimos 20 anos poderá refletir sobre a relação entre os sistemas de hoje e visões de sistemas futuros terá percebido que as visões do futuro implicam mudança nas funções de mercado para todos os participantes e interessados' estará ciente das amplas implicações sociais e políticas do processamento eletrônico da infonmação. 1.1 A biblioteca eletrônica "A expressão 'biblioteca eletrônica' significa muitas coisas para muitas pes- soas, e em qualquer estudo publicado o leitor deve estar consciente da miríade de interpr_etações que lhe são atribuídas, pois a terminologia ainda não se con- solidou" (Day et ai. 1996). Esta citação sugere que se deve encarar com cautela o emprego aqui do título A biblioteca eletrônica.-Por outro lado .. o título ante- rior Computers for libraries agora soa ultrapassado, tanto no que tange a ambos os termos que o compõem ('computadores' e 'bibliotecas') quanto ao modo como esses termos se justapõem. A bibliografia apresenta uma abun- dância de termos que serviriam de inspiração: biblioteca sem paredes, biblioteca em rede, biblioteca no microcomputador, biblioteca lógica, biblioteca virtual, 1 No origina!, stakeholders, vocábulo que designa todos os atores sociais envolvidos num empreendimento ou organização, abrangendo, assim, empregados, clientes, fornecedores, financiadores e a própria comunidade. Traduzido aqui por 'participantes e interessados'. (N.T.) 4 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO centro nervoso de informações, centro de gerenciamento de informações (Corrall, 1995) e biblioteca digital. A expressão 'biblioteca eletrônica' é ampla- mente empregada e se ajusta mais aos conceitos que serão abrangidos neste livro. Mas, qual seu significado? Esteé um tema que tem sido muito discutido na literatura. Por exemplo, Oppenheim (! 997) descreve-a como "uma coleção organizada e administrada de informações numa variedade de meios (texto, imagem fixa, imagem em movimento, som, ou suas combinações, porém todos em formato digital". A coleção é organizada e administrada para beneficiar uma população de usuários, reais ou potenciais, sendo especialmente estruturada para quê se tenha fácil acesso a seu conteúdo. Normalmente, essa biblioteca eletrônica incluirá vários recursos auxiliares de busca ou navegação que atuarão tanto no interior dela quanto permitirão o acesso a outras coleções de informações ligadas em rede em todo o mundo. Trolley(l995) define biblioteca eletrônica como "a vísão comum que bibliotecários, editores, tecnólogos e pesquisadores têm acerca do acesso a todas as informações, em qualquer lugar, a qualquer instante". Esse conceito de universalidade de acesso é compar- tilhado por muitos autores, mas també1n suscita a questão da distinção entre biblioteca eletrônica e biblioteca virtual. Por exemplo, Collier et ai. ( 1993) vêem a biblioteca eletrônica corno uma biblioteca fisicamente identificável, mas que não possui material impresso, e que faz parte de uma biblioteca virtual. Beckman ( 1993) argumenta que a diferença entre biblioteca eletrônica e biblioteca virtual está em que a eletrônica ainda pode ter uma presença física, enquanto a biblio- teca virtual, posto que é percebida como transparente, possuirá instalações físicas transparentes e bibliotecários transparentes. Poulter( 1993), por exemplo, considera a Internet uma biblioteca virtual, embora se possa argumentar que ela não atende a alguns dos outros critérios exigidos por uma biblioteca, como uma população definida de usuários e recursos auxiliares de busca suficientemente complexos. Outros dirão que a verdadeira biblioteca eletrônica não é uma biblio- teca, 1nas utn repositório de dados. Este livro não trata das bibliotecas eletrônicas em formato totalmente digital, no sentido das definições que aqui apresentamos de modo conciso. Há dois motivos para isso. Em priineiro lugar, e talvez de modo mais concreto, ele lida co1n o catninho que leva à biblioteca eletrônica. Estando baseado na prática de hoje, tem as -limitações impostas pelos sistemas e bibliotecas atuais. Em se- gundo lugar, continuo incrédula quanto à possibilidade de que o acesso ideal à informação e a documentos por parte de todos os diferentes segmentos dos clientes das bibliotecas, ou, de modo mais amplo, usuários de informações, possa vir a ser oferecido por meio de coleções inteira1nente digitais em futuro previsível. hnportantes acervos que p·recisa1n ser preservados continuam exis- tindo em formato impresso e em outros formatos, e a informação eletrônica tem estado ligada a um significativo aumento da quantidade de 1naterial impresso em papel. Minha visão é de uma biblioteca 1nultimídia que reflita as diferentes for- INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA 'ELETRÓNICA 5 mas e fonnatos que sua comunidade de usuários julgue conveniente para comunicação e armazenamento de informações. Nem todas as infonnações ou documentos estarão em forma digital, e nem todos estarão disponíveis para acesso em redes digitais. O verdadeiro desafio não diferirá grandemente daque- le que as bibliotecas hoje enfrentam: administrar um acervo multimídia para sua comunidade ou clientes. Por outro lado, as opções e ferramentas disponíveis para apoiar esse processo terão que inegavelmente vir a passar por novas e grandes mudanças. Reflexão Faça uma lista de tópicos que mostrem como você entende o conceito de biblioteca eletrônica. 1.2 Sistemas na biblioteca eletrônica Os sistemas de gerenciamento de bibliotecas concentram-se nas atividades de processamento de encomendas e aquisição de materiais, catalogação, catálo- gos em linha de acesso público (OPACS), 1 controle de circulação, controle de periódicos, informação gerencial, empréstimos entre bibliotecas e informação comunitária. A introdução de sistemas informatizados nas bibliotecas resultou em padronização, aumento da eficiência, interligação por redes e melhores ser- viços. Os sistemas informatizados foram considerados, de início, particular- mente apropriados para aquelas organizações ou redes onde houvesse um volume muito grande de transações relativas ao gerenciamento bibliotecário. Os primeiros sistemas baseavam-se em computadores de grande porte ou mini- computadores. Mais tarde, a disponibilidade cada vez maior de equípamentos e programas de microinformática fez com que aumentasse o uso de sistemas de gerenciamento de bibliotecas, que incluíam todos os tamanhos e categorias de bibliotecas. Os sistemas de gerenciamento de bibliotecas podem ser vistos como sistemas que administram o acesso aos documentos em acervos de bi- bliotecas, ~u, de modo mais limitado, documentos que podem ser tempora- riamente colocados no acervo mediante, por exemplo, o empréstimo interbiblio- tecário. A preocupação fundamental é com a manutenção do acervo e com o 1nonitoramento do paradeiro dos documentos, de modo que o pessoal e os clientes da biblioteca conheçam a disponibilidade e a situação deles. Cada vez mais, os catálogos en1 linha de acesso público vêm melhorando os recursos de busca, a fim de incluir muitas das características originalmente encontradas apenas em aplicativos de recuperação de informações, de maneira que, se os registros catalográficos contiverem informações suficientes, e \es também pro- porcionarão uma recuperação rudimentar da informação, ao identificar as infor- 1 Nesta tradução, foi adotada a grafia por extenso - catálogos em linha de acesso público - e não a sigla da expressão inglesa (OPAC =online public access catalogue). (N.T.) ' 6 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO mações contidas nos documentos. Além disso, muitos catálogos em linha de acesso público funcionam co1no janelas de acesso a uma coleção de recurs.os maior do que a encontrada numa única biblioteca, o que inclui recursos da Internet e acervos de outras bibliotecas. Os aplicativos de recuperação de informações foram projetados tradicional- mente para proporcionar acesso a informações e não a documentos. Isso foi ob- tido, originalmente, por meio de bases de dados bibliográficos, que incluíam registros de artigos de periódicos e outros documentos. Mais recentemente, os apllcatívos de recuperação da informação proporcionam acesso a informações constantes de documentos eletrônicos. Hoje, isso é conseguido de modo mais eficaz com documentos essencialmente textuais, porém a maioria dos sistemas também inclui recursos para acesso a documentos multimídia, e o acesso a in- formações e objetos dentro de documentos multiinídia (como filmes e videocli- pes) tornar-se-á mais importante à medida que aumentar o número de docu- mentos multimídia. Os aplicativos destinados à recuperação da infonnação incluem sistemas de gerenciamento de documentos, serviços de buscas em linha, na Internet e em cederrons. Outros exemplos de sistemas de recuperação da informação com finalidades especiais são os serviços de notificação corrente e os índices im- pressos. É possível criar sistemas de gerenciamento de documentos para gerir a coleção de documentos internos de uma organização. O sistema de geren- cia1nento de documentos pode armazenar os documentos em formato eletrôni- co e proporcionar mecanismos apropriados de recuperação, de modo que docu- mentos independentes ou conjuntos de documentos sobre temas específicos sejam recuperados. Em alguns sistemas, os documentos são conservados em microfichas ou etn forma impressa, e apenas o índice e1n forma eletrônica. A Internet é u1na rede mundial de redes de telecomunicações, que proporciona acesso a inúmeros computadores ou servidores. Mecanismos de busca facili- tam a recuperação nesse indefinido e gigantesco banco de informações. Alguns dos computadores ou servidores pertencem a serviços de buscasem linha que, com propósito comercial, oferece1n acesso a bases de dados devidamente sele- cionadas e avaliadas. Outra forma de acessar algumas das 1nesmas bases de da- dos e també1n outras que não estejam disponíveis na rede internacional con- siste em adquirir cederrons que contenham apenas as bases que sejam de inte- resse. Certas instituições, especialmente as bibliotecas, poderão optar por colo- car em rede esses cederrons, que vêm com programa de busca ou recuperação da informação, que pennite localizar informações específicas na base de dados. Com o advento da biblioteca eletrônica, a distinção entre sistemas de geren- cia1nento de bibliotecas e sistemas de recuperação da informação vai aos poucos se diluindo. Isso con1eçou coin os melhoramentos introduzidos nos recursos de recuperação da infonnação disponíveis nos catálogos em linha de acesso público, mas ainda é preciso avançar muito mais. Em última análise, o INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 7 modo como as informações ou os documentos são recuperados dependerá das necessidades do grupo de clientes que se tem em mente e não de uma caracte- rística circunstancial, como seria o tipo da publicação (por exemplo, periódico, livro ou cadastro) ou forma de publicação (por exemplo, impressa ou eletrônica) ou localização (por exemplo, numa base de dados local ou remota). Em tal ambiente, também será preciso refletir sobre a natureza do acesso. O conceito de empréstimo possui algo de anacrônico, mas a cópia e a posse (que parecem ser a única alternativa viável no mo1nento) talvez tampouco sejam a solução ideal. Tão logo muitos desses problemas sejam solucionados não haverá distinção alguma entre sistemas de gerenciamento de bibliotecas e sistemas de recupe- ração de informações, mas nesse ínterim é provável que continuem coexistindo, com funções duplicadas, mas em grande parte coinp!ementares. Tabela 1.1 Sistemas na biblioteca elerrônica Recursos locais Recursos externos Documentos Sistemas de gerenciamento de bibliotecas Fornecimento de documentos Sistemas de gerenciamento de documentos Informações Cederrom Hospedeiros em linha A Internet Reflexão A tabela 1.1 mostra um esquema simplificado dos sistemas de uma biblioteca. Você conhece exemplos de aplicativos que sugiram que nessa tabela a Internet também poderia ser colocada em lugar diferente? Quando a primeira edição deste livro foi redigida, a nonna era tratar os sistemas de gerenciamento de bibliotecas e a recuperação da informação como dois campos bastante distintos. Argu1nentei então, e acredito que isso ainda seja verdade nos dias atuais, que a tecnologia em que se apôiam ambos os tipos de sistemas é a mesma, e que melhoramentos similares apresentam-se simultanea- mente nas diferentes categorias de sistemas. Reflexão Que é um documento? Por que este conceito é importante nos sistemas de gerenciamento de bibliotecas? 1.3 Melhoramentos surgidos nos últimos 20 anos Este é u1n te1npo de empolgação e 1nudanças. Às vezes, quando a rede entra em pane ou o correio eletrônico não transmite de 1nodo satisfatório arquivos ane- ·j. ) -1 1 8 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO xados a uma mensagem, o progresso talvez pareça irritantemente lento, mas a realidade é que o ritmo de mudanças nas possibilidades que os avanços tecno- lógicos proporcionaram aos administradores da infonnação é um desafio até mesmo para o mais entusiasta dos agentes de mudança. Afigura 1.1 apresenta um exemplo do uso de infonnações eletrônicas em 1998. Esta e as três edições anteriores de Informática para bibliotecas mapeiam a relação entre a tecnologia da informação e as bibliotecas (ver tabela 1.2). No contexto, por exemplo, dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas (outrora chamados sistemas de administração de bibliotecas), a primeira edição revelava uma série de sistemas separados em apoio às funções isoladas de, por exemplo, aquisição, catalogação e controle de circulação, reminiscentes do método baseado em arquivos dos antigos sistemas de transações. Os estudos de casos reais apresentados naquela edição eram de sistemas desenvolvidos basicamen- te por cooperativas de bibliotecas, em geral atuantes nos limites de uma região ou país. Os sistemas infonnatizados eram uma novidade e alvo de profissionais curiosos que visitavam as instituições que os possuíam. Ao ser publicada a terceira edição, a variedade de módulos e funções crescera de modo acentuado, as funções de cada módulo eram muito mais elaboradas e o funcionamento em linha com estações de trabalho em todo o sistema da biblioteca constituía a norma dominante. Os sistemas eram comercializados por empresas especiali- zadas no projeto e implementação de sistemas de gerenciamento de bibliotecas e contavam com razoável experiência na área. Muitas bibliotecas estavam ins- talando seu sistema de segunda ou terceira geração e os administradores delas tornavam-se muito mais exigentes na especificação e seleção do sistema. Em 1980 (Rowley 1980) era preciso justificar um livro sobre informática e responder à pergunta 'Por que usar computador?' A resposta era então fonnu- lada em termos de: necessidade de lidar com mais informações e maior nível de atividade necessidade de maior eficiência oportunidades de oferecer serviços novos ou melhores oportunidades de cooperação e centralização na criação e utilização de da- dos compartilhados. Hoje trabalhamos num ambiente em que a utilização inovadora da tecnologia da informação nas empresas em geral resultou na criação de novos produtos, melhores serviços e na drástica redução de custos. Esses tipos de uso da informação podem ser denominados estratégicos e são geralmente gerenciados por sistemas estratégicos de informação. Os sistemas estratégicos de informação possibilitam às empresas obter vantagens compe- titivas. Tais sistemas diferem dos sistemas tradicionais de tecnologia da infor- mação porque seu foco está no tratamento da informação como recurso estra- tégico. Especificamente, os sistemas estratégicos de informação: INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA Sentado à sua escrivaninha, joe acaba de voltar de uma reunião com seu supervisor, o gerente de pesquisas, que lhe pediu pesquisar sobre o estado da tecnologia dos testes não-destrutivos de tubos de alumínio e redigir um relatório que lhe permita estudar as práticas adotadas numa nova subsi- diária, para orientá-la na permanente melhoria do produto. Joe liga o com- putador e começa as buscas pelo catálogo de importante biblioteca univer- sitária, localizada ali perto, e à qual a empresa paga taxa de usuário institu- cional. Digita a expressão 'testes não-destrutivos' e insere o operador lógi- co booleano ANO que especifica a busca, para que só inclua alumínio. Uma janela com o resultado mostra que esse conjunto de busca é vazio. Joe apa- ga 'alumínio' e volta a tentar. Agora identifica três livros, cujas informações bibliográficas aparecem em outra janela. Decide que todos seriam úteis e seleciona a opção de empréstimo interbibliotecário para encomendá-los. Amanhã, a qualquer hora, serão entregues. Entrementes, joe faz uma busca em linha no Metais lndex 1988, por meio de ligação com o DIALOG, hospe- deiro de bases de dados, e de sua interface na Internet. A empresa está registrada no DIALOG como usuária, e, sendo Joe um assíduo redator de· relatórios sobre assuntos especializados, é um pesquisador· experiente, conhece as melhores estratégias de busca e a terminologia metalúrgica. Digita os termos 'non-destructive', 'aluminium and tubes' e 'testing'1 ligan- do-os com o operador ANO. Recupera cerca de 100 documentos. Joe não quer ler tudo isso e passa os olhos nas referências bibliográficas recupera- das. Os itens mais recentes estão no alto da lista. Assinala, para consulta posterior, os itens dos dois últimos anos, em inglês, e que além disso pare- cem pertinentes; se necessário, abre nova janela e lê o resumo de um artigo; disso resultam 22 itens. Algunsestão disponíveis por via eletrônica com texto completo, e outros tem de encomendar ao serviço especial de forneci- mento de documentos do serviço de buscas. joe importa para seu servidor de rede local, para consulta posterior, o texto integral dos documentos que parecem úteis, e encomenda alguns deles, indicando que prefere recebê-los por fax, para que cheguem no mesmo dia. Pondera se vale a pena fazer nova busca em outra base de dados, mas conclui que já possui informação suficiente. A busca inteira durou menos de meia hora. Depois de consultar algumas referências e resumos, agora tem uma idéia sobre algumas ques- tões importantes sobre o assunto. Abre o processador de textos e faz algu- mas anotações sobre a estrutura do- relatório em que trabalhará amanhã, depois que houver recebido a maior parte dos documentos que quer con- sultar.Serve-se de uma xícara de café, responde umas mensagens do cor- reio eletrônico e volta à experiência de laboratório em que está envolvido. Quando começa a escrever, ele o faz com um processador de textos que permite grande flexibilidade na formatação do relatório, além de facilitar a revisão e correção. As referências da bibliografia e algumas citações podem ser importadas dos documentos descarregados. Remete um rascunho ele- trônico para seu supervisor, que faz algumas anotações que podem ser facilmente incOrporadas à versão final do relatório. Figura 1.1 Processamento da informação em 1998 9 ( 10 fNTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA fNFORMAÇÃO são voltados para o exterior tendo como foco o serviço aos clientes oferecem beneficias reais aos clientes são capazes de modificar a percepção que a empresa tem do mercado. Naturalmente, essas dimensões destacam as mudanças que se tomaram eviden- tes entre a terceira edição deste livro e a atual. Passemos em revista os avanços que ocorreram entre a primeira e a terceira edição, e sintetizemos as mudanças que se acham refletidas nesta edição: Tabela 1.2 Sumários de edições de Computer for libraries Primeira edição Introdução Planejamento e projeto do sistema informatizado para a biblioteca Computadores Estrutura da informação e programas Bases de dados Sistemas de armazenamento e recupe- ração Serviços de notificação corrente Buscas retrospectivas Índices impressos Atividades administrativas da biblioteca e o computador Sistemas de aquisição, encomenda e catalogação Sistemas de controle de circulação e fornecimento de documentos Controle de publicações seriadas 159 p. Terceira edição Introdução Computadores Sistemas Estrutura da informação e programas Bases de dados Gerenciamento de sistemas de infor- mação Hospedeiros externos em linha Discos ópticos Sistemas de gerenciamento de infor- ções textuais Outros tópicos sobre recuperação da informação Funções dos sistemas de gerencia- mento de bibliotecas Panorama do mercado de sistemas de gerenciamento de bibliotecas Redes 307 p. Comunicações e tecnologia da informação integradas Considera-se isso o principal meio de registrar e gerenciar transações com usu- ários e fornecedores. Ademais, wna proporção considerável dos documentos e informações fornecidos aos usuários apresenta-se em formato eletrônico. Gerenciamento de sistemas O desenvolvimento de sistemas tem se concentrado na migração de um sistema para outro; os sistemas novos são quase sempre atualizações que oferecem me- lhor funcionalidade; é preciso que os fornecedores de sistemas possam oferecer uma versão atualizada isenta de proble1nas e que permita, do mesmo modo, a fNTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 11 migração de dados. Além disso, é cada vez menos freqüente a aquisição de sistemas prontos, que incluam equipamento e programas, sendo mais cornwn comprar componentes que precisam ser integrados num sistema operacional. Integração A integração de componentes de sistemas, como num sistema de gerenciamento de bibliotecas, é algo que não se discute. Mediante sistemas abertos (ver a seguir) o foco da integração voltou-se mais para a integração com outros sistemas. Assim, por exemplo, uma universidade tratará de utilizar os registros de dados pessoais dos estudantes para o acesso à biblioteca, acesso a recursos de tecnologia da informação e o contato com eles sobre desempenho acadêmico e operações financeiras. Tecnologia Os avanços da tecnologia são contínuos. Só é possível armazenar e transmitir documentos multimídia se se dispuser de tecnologias que ofereçam grande ca- pacidade de armazenamento e comunicação em grande largura de banda. Uma vez que não existe mais estação de trabalho funcionando de modo isolado, talvez seja possível resumir as principais tendências da tecnologia mediante uma análise das mudanças por que tem passado o hoje não tão humilde micro- computador. Nos últimos cinco anos, novos processadores que adotam dife- rente tecnologia de processamento oferecem capacidade de processamento maior e mais rápida. A fim de comportarem a utilização de multimídia os mi- crocomputadores trazem placas de som, alto-falantes, unidades de cederrom e placas de vídeo. A fim de comportarem recursos de comunicação, modems de alta velocidade constituem hoje um ·item de série. Sistemas abertos A Internet é o. sistema aberto por excelência. A ele não se teria chegado se não houvesse a variedade de normas sobre sistemas abertos que se acham hoje consolidadas e amplamente aceitas. Tendo sido conseguida uma pl<itaforma em que muitos sistemas podem comunicar-se entre si, e podendo os usuários bene- ficiar-se com a comunicação e o intercâmbio de arquivos em âmbito interna- cional, relativamente baratos, começam a surgir aplicações em que se torna mais premente a necessidade de segurança, proteção de dados pessoais e acesso controlado à informação. Os sistemas abertos oferecem hoje um caminho muito importante pelo qual as empresas podem comunicar-se com seus clientes. Interfaces amigáveis com o usuário A ampla difusão de interfaces gráficas, o uso de interfaces multimídia e a im- plementação de outras in.terfaces de acesso público foram pré-requisitos essen-,... ~ 12 INTRODUÇÃO à TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ciais que contribuíram para maior utilização dos sistemas de informação pelo público. Os sistemas de acesso público exigem interfaces auto-explicativas. ............................................................ Reflexão Examine e compare as interfaces de dois sistemas a que te· nha acesso. Possuem recursos especiais que ajudem, sepa· radamente, tanto o usuário novato quanto o experiente? 1.4 Visões do futuro A seção 1.3 concentrou-se nos sistemas porque tomou como inspiração edições anteriores deste texto, que compartilhavam esta perspectiva baseada em siste- mas. Ao situar os avanços desses sistemas num contexto mais amplo e examinar o seu efeito cumulativo no processamento da infonnação, verifica-se que os últimos vinte anos foram cenário de: mais informação, comunicada a partir de maior variedade de fontes, por meio de maior variedade de canais, muitos dos quais oferecem tempos menores de resposia e retorno. A competitividade e eficácia de indivíduos, organizações e sociedades depen- dem cada vez mais de sua capacidade de processamento de informações e cria- ção de conhecimentos, o que significa que existe uma maior preocupação com a competência dos indivíduos, organizações e sociedades em relação à comuni- cação, processamento da informação e criação de conhecimentos. O gerenciamento da ínfonnação lida com a facilitação desse processamento de informações por meio, no sentido mais amplo dos termos, da criação e evolu- ção de sistemas. A preocupação desses sistemas tem sido com a imposição de uma estrutura que lida com seleção, tempo, hierarquia e seqüência. Esses siste- mas encontram-se em permanente revisão. Não se trata de um processo ou meio de processamento da informação que é substituído por outro, mas de uma diver- sificação de sistemas, processos e tecnologias.Além disso, os caminhos do progresso e desenvolvimento são diferentes para diferentes disciplinas, indiví- duos, organiza'ções e comunidades. Os gerentes de informação precisam saber criar sistemas que evoluam de modo eficaz num ambiente sujeito a rápidas mudanças. Se forem bem-sucedidos nesse desafio, a Visão para 2020, da Libra- ry and Information Commission 1 (ver figura 1.2) tornar-se-á uma realidade. Existem, porém, inúmeros desafios que precisarão ser enfrentados e problemas ; Comissão criada em 1995 pelo Department for Culture, Media and Sport, do Reino Unido, com o objetivo de assessorar o governo inglés em todas as questões do setor de bibliotecas e informa- ção. No documento 2020 Vision, define sua posição quanto à importància dos serviços de biblio- tecas e informação, o contexto de suas atividades e seu papel para estimular o governo a demons- trar essa importància na economia, educaçao e política social. (N.T.} INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 13 Governos, empresas e as pessoas darão alta prioridade à informação. O Reino Unido será uma sociedade que terá por base a informação/ conhecimento, atuando como usina de conhecimentos e eixo da eco- nomia global da informação. Na economia global da informação o Reino Unido será um líder mun- dial em matéria de conectividade, normas, desenvolvimento de conteú- do, competência gerencial e mediação. A indústria e o comércio serão atividades caracterizadas pela apren- dizagem mais intensiva de conhecimentos. Haverá uma economia da informação que capacita.rã os cidadãos ao exercício de seus direitos por meio de uma rede de centros de informa- ção/ conhecimento que funcionarão como baluartes de acesso em su.a comunidade. Haverá um acervo bibliográfico digital, coordenado nacional e interna- cionalmente, que abrangerá o conhecimento e a criatividade mUndial, e no qual o patrimônio do Reino Unido em matéria de propriedade in- telectual estará disponível globalmente em formato digital. Conteúdo de valor agregado e conectividade universal garantirão a qualquer pessoa ter acesso desimpedido à informação/conh.~Cimento global. · :f As pessoas precisarão possuir aptidões diversificadas que lhe~rpermi- tam ampliar seu potencial individual e coletivamente. ~~~ · Figura 1.2 A Visão para 2020 da Library and lnformation Comfnission Reflexão Com referência à figura 1.2, quais aptidões você'acha que as pessoas precisarão possuir, para poder ampliar seu po- tencial individual e coletivamente numa era de informa~ ção? que precisarão ser solucionados ao se tratar de concretizar essa visão. São pro- blemas relativos à estrutura do 1nercado da informação e uma gama de questões sociais ligadas ao acesso e à propriedade da informação. Tais questões serão abordadas nas duas seções seguintes. 1.5 Mudanças nas funções do mercado Da mes1na forma que os sistemas de negócios ou comercialização existem num ambiente 1naior, também os contextos em que ocorre o gerencia1nento da infor- mação podem ser situados num ambiente maior. Traçamos aqui um paralelo entre o ambiente da inform.ação e um ambiente de co1nércio ou negócios. Em- bora as forças sociais, tecnológicas e políticas sejam importantes no ambiente da informação, os fatores que transcendem as fronteiras nacionais e internacionais 14 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO e são comprovadamente os mais importantes na determinação do acesso à informação, com todas as correspondentes ramificações sociais e políticas, são os do mercado. De fato, nos últimos anos, a maioria dos governos dos países desenvolvidos reconheceu a necessidade de criar infra-estruturas que garantam que suas indústrias sejam não apenas competitivas num mercado global, como também suas instituições do setor público se exponham às pressões do mercado. As questões de mercado desempenham, portanto, papel importante na deter- minação do acesso à informação e no papel que os profissionais da informação desempenham na facilitação desse acesso. Que é o mercado da informação eletrônica? Schwuchow (1995) adverte que: "a própria definição do setor da informação é fluida. Na realidade, é muito dificil definir esse setor da atividade econômica devido aos drásticos avanços da tecnologia e a todas as fusões recentes nas indústrias de entretenimento, telecomunicações e informação". É importante, entretanto, que os profissionais da informação procurem compreender as principais características desse mercado, por mais indefiníveis e cambiantes que sejam seus limites. As questões mais candentes são a natureza da informação eletrônica como produto, a identificação dos segmentos do mer- cado e os participantes e interessados que formarão a indústria, junto com ques- tões outras, como, por exemplo, preço e distribuição tecnológica. As oportuni- dades oferecidas por melhores sistemas de informação e comunicação eletrôni- ca influíram na maneira como os negócios funcionam e estão tendo impacto tanto na coinunicação interna quanto na comunicação com os fornecedores e clientes. Por exernplo, as vendas feitas por meio da tecnologia da informação co1neçam a se consolidar com o aparecimento de quiosques multimídia, mar- keting e comercialização de bases de dados na internet (Rowley 1995; Rowley 199.6). A aplicação desses sistemas também estimula o impulso rumo a uma sociedade da informação. Todas as partes da indústria da informação, como mostra a tabela l.3, encontram-se na linha de frente dessas mudanças. Enquan- to em outras organizações o gerenci.amento eficaz da informação é um meio para alcançar determinado fim, ou um produto interno que serve de apoio para o pessoal alcançar os objetivos organizacionais, o produto primário da maioria dos agentes da indústria da informação é o gerenciam.ente da informação, seja na forma de um serviço, como consultoria em gerenciamento da informação ou serviços. bibliotecários, seja um produto que proporciona informações acon- dicionadas, como uma base de dados ou um cadastro impresso. A tabela 1.3 relaciona alguns dos principais participantes e interessados do processo trádicional de edição e descreve seus papéis em termos aplicáveis tanto a um ambiente baseado no impresso quanto a um ambiente eletrônico, em que o ambiente influencia tanto a maneira como o produto é criado, como, por exemplo, avaliação ou edição eletrônica de originais, quantq_ a natureza do produto final, como, por exemplo, uma enciclopédia multimidía. Em certos contextos algu1nas dessas funções podem ser fundidas, ou uma organização pode assumir mais de uma função .. Muitas das categorias de participantes e INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 15 interessados podem ser divididas em outras subcategorias. Assim, na função de redistribuidor poderíamos também incluir centros nacionais de fornecimento de documentos, serviços cooperativos de empréstimo entre bibliotecas, serviços comerciais de fornecimento de documentos, separatas, e fornecedores de servi- ços de notificação corrente. Cada categoria de participante/interessado oculta todo um setor de organizações que estarão preocupadas em se manter atuantes e desenvolver suas competências, gama de produtos e serviços e base de clientes, a fim de garantir uma posição no mercado em desenvolvimento. Já existe alguma concorrência nas funções de editora e distribuidora entre certas organizações, como a Microsoft e algumas empresas de telecomunicações. Tabela 1.3 Funções dos participantes/interessados no mercado da informação eletrônica Função Exemplo Produtores de conteúdo intelectual Controladores de conteúdo intelectual, no que tange a padrões de qualidade e adequabilidade As editoras estabelecem uma imagem da marca da empresa e atuam como interface entre produtores de conteú- do intelectual e distribuidores Os distribuidores garantem que o docu- mento/informação chegue até os clientes potenciais e se envolvem na promoção que for adequada Os conservadores guardam um exem- plar de preservação para recuperação posteriorOs redistribuidores colocam documen- toS ou informações à disposição de outros Usuários Autores, ilustradores, equipes d~ criação de multimídia '\!· .. Editores, avaliadores, crítiCl)s ;. Editoras, gráficas, produtores de bases de dados -~- ·-. Agentes que fornecem pâ;~· biblio- tecas, livreiros, sítios da Rede, ser- viços de buscas em linha, serviços de videotexto, de audiotexto, dis- tribuidores de cederrons Bibliotecas, colecionadores particu- lares Bibliotecas, instituições de ensino que fazem cópias para estudan- tes, consultores de informação Usuários individuais ou institucio- nais Reflexão Relacione algumas das funções que o bibliotecário de uni- versidade desempenha hoje em dia. Como tais funções se- rão executadas num mundo que seja compatível com a Vi- são para 2020 da figura 1.2? : ··. ...... ~..;;..:_ INTRODUÇÃOA'TECNÕLOGIA DA INFORMAÇÃO ·.--· 16 1.6 Desafios à sociedade da informação o·s sistemas de informação estão mudando a sociedade. O cenário mais radical da sociedade virtual, em que todas as comunicações são eletrônicas, e prácessos como teletrabalho, te\eaprendizagem e teleconferência ou mesma videoconfe- rência substituem o contato real entre pessoas, terá implicações importantes na forma como os seres humanos satisfazem a necessidade de interagir un_s com os outros. Ade1nais, numa sociedade desse tipo, as tradições que se desenvolveram ao longo de séculos no que concerne às convenções que cercam os encontros com outras pessoas, a serendipidade relativa a novos contatos sociais e o emprego de comunicação não-verbal, tudo isso será posto à prova. A maioria de nós sentirá alívio ao perceber que essa nova era não surgirá da noite para o dia. Atualtnente, a informação e os sistemas de informação, bem como a comuni- cação a isso inerente, vêm aumentando, graduahnente, seu impacto sobre a sociedade e os valores que €;Sposamos. As questões essenciais são: -clobalização Melhores teleco111unicações permitírão âs pessoas formar suas próprias cómu- nidades independenteinente da localização geográfica. Isso ajuda a formação de grupos de pessoas que tenham interesses, políticas ou objetivos comuns. Nesse nível existe potencia\ para o desenvolvimento da aldeia global. Outra conse- qüência da aldeia global é que melhores comunicações mudam os horizontes e expectativas de estilos de vida das pessoas. É provável que isso tenha impacto em outro aspecto da globalização: a econo1nia global. Há várias ca'racterísticas da economia global q'ue provavelinente se encontram num estado de evolução. Entre elas ternos: a diferenciação regional da econo111ia global a segmentação da economia global as fontes de competitividade nu1na econo1nia global. Mudanças nos padrões de emprego De início, a tecnologia da informação foi vista como algo que desafiava a ordem estabelecida no local de trabalho e como um meio de elin1inar tarefas rotineiras. Previu-se, portanto, que a introdução da tecnologia da informação seria o pre- núncio de desemprego e 1nenos postos de trabalho. Isso provavelmente ocorreu em certa medida, mas o quadro geral não é assim tão simples. Uma conseqüên- cia da era da informação foi abrir a concorrência global e acelerar o ritmo das mudanças. Os trabalhadores precísa111 adaptar-se a essas mudanças. Dá-se cada vez mais atenção a esque1nas flexíveis de trabalho e a u111a variedade de es- quemas contratuais entre empregados e einpregadores. Quem espera encontrar um novo. einprego precisa assu111ir a responsabilidade de se 1nanter atualizado INTRODUÇÃO Á BIBLIOTECA ELETRÔNICA 17 em termos de qualificações. Essas mudanças estão criando novas categorias, inclusive as dos que trabalham conectados a redes [networkers], dos que têm horário flexível [flexitimers] e dos desempregados. A empresa em rede A natureza das empresas está sujeita a mudanças. Assistiu-se a modificações no sentido de urna produção flexível, bem como o processo de trabalho entre em- presas, com as correspondentes alianças estratégicas empresariais, tem tido um impacto de peso nos mercados, no emprego e nas economias nacionais. A tecnologia da informação aumentou a capacidade de as empresas formarem redes de negócios e emp!esas conectadas em rede. Ricos em informação, pobres em informação - ou quem paga pela infor- mação? Existe o temor de que, à medida que o valor da informação obtenha reconhe- cimento mais amplo e o acesso a ela se torne mais imediato, segmentos inteiros da sociedade ver-se-ão privados dela. Isso talvez nos faça retroceder ao concei- to original de biblioteca pública, ou, nesse caso, biblioteca pública eletrônica! Propriedade intelectual e questões de direito autoral Estas são questões que não são estranhas às questões de mercado. Infonnação de qual~dade, seja textual, estatística ou multimídia, custa tempo, esforço e dinheiro para criar. Os produtores procuram recuperar seu investimento. No entanto, é difícil fazer com que seja respeitada a proteção ao direito autoral no caso de documentos eletrônicos. É muito fácil copiar ou importar partes de bases de dados. Segurança e proteção dos dados Alguns dados, inclusive, por exemplo, transações financeiras, dados relativos à segurança nacional e dados comerciais sigilosos, precisam ficar protegidos. Ademais, é com razão que nos preocupamos com os dados a respeito de nossas pessoas que são armazenados em inúmeras bases de dados. A proteção de dados preserva a privacidade do indivíduo. Padrões Essa é uma questão com a qual a iniústria de computadores tem-se debatido, incansavelmente, há muito tempo. Basicamente, se uma empresa importante pode obter un1a vantagem competitiva ela fará com que seuS padrões para uma nova tecnologia acabem tomando-se de facto os padrões para o resto da indús- tria. Por outro lado, todas as partes reconhecem a necessidade de padrões. Este , ' r 18 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO tipo de conflito entre mercado e poder, no que toca a padrões, provavehnente ocorre sempre que surge um novo avanço da tecnologia e pode até funcionar como um obstáculo à criação de uma comunidade totalmente em rede e que se intercomunique. Conservação e controle bibliográfico Há muito as bibliotecas lidam com a questão da conservação em caráter perma- nente dos registros de informação. Os documentos eletrônicos suscitam vários problemas quanto à manutenção de um repositório permanente; podem ser di- nâmicos e cambiantes, sendo relativamente fácil criar várias versões diferentes. Qual dessas versões deverá ser depositada no acervo destinado à preservação? É claro que é dificil decidir sobre o que constitui um documento; também é dificil manter o controle bibliográfico desses documentos. Outras questões pertinentes são: Quais dados devem ser arquivados em caráter permanente? Quais meios de armazenamento devem ser usados? Quanto tempo a base de dados durará sem sofrer deterioração? Como poderão as pessoas ter acesso a bases de dados mantidas em arqui- vos permanentes? Se essas questões puderem ser encaminhadas satisfatoriamente, então o cenário da figura l .2 poderá vir a transformar-se em realidade em 2020. Do ponto de vista da tecnologia, esse modelo já é possível, embora não haja implementação que reúna todos os componentes dessa experiência. Antes que esse cenário se torne uma experiência compartilhada por comunidades inteiras, será preciso dar mais atenção às questões esboçadas nesta seção. De fato, a maneira como essas questões forem enfrentadas poderá determinar os limites, natureza, cultura e valores das co1nunidades virtuais emergentes. Co1no o demonstraram os últimos 25 anos, isso levará tempo, e, à medida que tateamos rumo a essa miragem, surgirão visões alternativas e se comprovará que nossas projeções para o futuro fçiram em parte concretizadas. Ainda bem que o processo em si .é bastante interessante, não sendo preciso aguardar o fim da jornada! Reflexão Analise os problemas pertinentes à conservaçãoperma- nente de: uma coleção de jornais impressos em papel uma coleção de jornais eletrônicos um vídeo de um programa de televisão informações empresariais como as que são apresen- sentadas em sítios de empresas na Rede. INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 19 RESUMO Há inúmeras interpretações que se aplicam à expressão 'biblioteca eletrônica', porém este livro, na realidade, trata do caminho que nos leva à biblioteca ele- trônica. Esta põe em relevo duas categorias principais de sistemas: os de geren- ciamento de bibliotecas e os de recuperação da informação, como os sistemas de gerenciamento de documentos, serviços de busca em linha, cederrons e lnte~net. Ao longo dos últimos anos ocorreram inúm~ros aperfeiçoamentos desses s1st~ mas, que hoje podem Ser considerados essenciais ao funcionamento das organi- zações. A Visão para 2020 da library and lnformation Commission resume diretrizes sobre o desenvolvimento futuro, que acarretará mudanças nas funções de muitos dos participantes e interessados do mercado da informação. O avanço rumo à sociedade da informação será, porém, influenciado pela forma como vierem a ser enfrentadas questões como globalização, padrões, direitos de pro- priedade intelectual, segurança e controle bibliográfico. QUESITOS DE REVISÃO O que você entende pela expressão 'biblioteca eletrõ"nica'? 2 Quais são os principais sistemas de uma biblioteca eletrônica? 3 Relacione os principais avanços que contr.ibuíram para a evolução da biblioteca eletrônica nos últimos 20 anoS. 4 Quais os aspectos principais da visão para 2020 da Library and ln- formation Commission do Reino Unido? 5 Quais as principais funções dos participantes e interessados no mer- cado da informação eletrônica? 6 Quais os principais proble1nas a serem enfrentados na sociedade da informação? ESTUDO DE CASO DE IMPLEMENTAÇÃO: DE MONTFORT UNIVERSITY Definição de biblioteca eletrônica Quando nós, da De Montfort University, concebemos o projeto ELINOR para nosso campus novo, em Milton Keynes, em 1991, sugerimos a definição de 'um ambiente de ensino e aprendizagem para o ensino superior em que a informação fosse conservada principalmente em formato eletrônico'. Esse foi o primeiro projeto de biblioteca eletrônica da Grã-Bretanha e em grande parte estávamos envolvidos em pesquisas teóricas. Era uma hipótese de trabalho que precisava ser flexível e não muito detalhada, pois estávamos lidando com muitas variáveis em todas as áreas pertinentes da tecnologia, indústria editorial, direitos autorais, gerenciamento da informação e ques- tões concernentes aos usuários. Nossa cautela era justificável. Embora nossa visão e estratégia fossem totalmente confirmadas pelos avanços em matéria de biblioteca eletrônica e outras iniciativas no mundo inteiro, muitos aspec- ,-;;_, 20 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO tos práticos não poderiam ser previstos. Seis anos depois aprendemos muito e a Internet e a World Wide Web desenvolveram-se muito além do previsto. Desde nosso primeiro projeto EUNOR, que lidava com métodos de processa· menta de imagens de documentos, temos trabalhado com imagens gráficas e recuperação (ELISE 1) SGML (ELSA) PDF (Phoenix). No ELISE 11 trabalhamos com pacotes de vídeo, áudio e multimídia no contexto da biblioteca eletrô- nica. Aprendemos e estimulamos desenvolvimentos no licenciamento de produtos eletrônicos, em questões e interfaces concernentes aos usuários, e avançamos em matéria de normas, principalmente a Z39.50 para imagens. Para se chegar a uma definição é útil admitir q·ue a biblioteca eletrônica não se refere à automação da biblioteca. Não se trata apenas da Internet, pois todos concordam que a Internet é anárquica. Não se trata de conjuntos de dados secundários. Tudo isso são aspectos ou componentes pertinentes, porém a característica necessária e suficiente da biblioteca eletrônica é ser formada por material primário essencialmente em formato eletrônico. Em 1995 aperfeiçoamos nossa definição de modo a levar em conta as pesquisas realizadas e chegamos ao seguinte: 'um ambiente administrado de materiais multimídia em formato digital, destinado a beneficiar a população de usuá- rios, estruturado para facilitar o acesso a seu conteúdo e equipado com recursos de auxílio à navegação na rede global'. Não esperávamos que nossa definição tivesse vida longa, mas por enquanto parece que ela vem resistindo bem. Biblioteca eletrônica e biblioteca virtual Na De Montfort University acabamos de concluir uma extensão da Kimberlin Library construída na década de 1970. São 4 000 m' de área, com 600 lugares para leitores devidamente ligados à rede de comunicações, sem acomodação para livros. Acha-se em desenvolvimento a instalação de uma biblioteca digital que utiliza um supercomputador IBM SP 2, para fornecer produtos eletrônicos a essa nova extensão e a outros campi descentralizados da universidade. De certa maneira, poder-se-ia alegar que essa é uma verdadeira biblioteca eletrônica, mas, por outro lado, talvez ainda demore até que a maior parte das informações seja fornecida aos estudantes em formato eletrônico. Com certeza estamos um tanto distantes de gastar mais com informação eletrônica do que com produtos impressos. Num contexto universitário é claro para mim que espaço para informa- ção e estudo será sempre importante, mesmo que surja um substancial mercado novo para ensino à distância no lar ou no local de trabalho. A biblioteca como espaço conducente ao ensino é importante para os estudantes, ainda que esteja repleta de computadores, não de livros. A biblioteca eletrônica, portanto, é urna biblioteca, que atende à definição formulada acima, mas que está ligada a um espaço físico ao qual as pessoas recorrem em bu$ca de serviços fornecidos de forma eletrônica. INTRODUÇÀO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 21 A biblioteca virtual, porém, não implica localização física, seja para o usuário final, seja para a fonte. O usuário pode acessar a informação a partir de qualquer ponto e a informação estar em qualquer lugar. Há um sentido de aleatoriedade, pois é irrelevante para o usuário saber onde a informação é mantida. Para mim, portanto, a biblioteca virtual independe de local, é acessada e fornecida pelas redes de comunicações, enquanto a biblioteca eletrônica pode ser visitada fisicamente pelo usuário. A biblioteca virtual, é claro, pode ser oferecida pela biblioteca eletrônica, mas a recíproca não é verdadeira. É discutível se tal distinção é importante ou só interessa aos puristas. Espero que a maioria continue usando essas denominações indiscriminada- mente. A visão Bem, depende. A biblioteca de uma indústria farmacêutica, em 2005, será bem diferente de uma biblioteca-ramal de bairro, mas, como exemplo, veja- mos a biblioteca de uma universidade nova de tamanho médio, com cerca de 10 000 estudantes, cuja receita se deve ao ensino 180%1 e à pesquisa (20%). O cenário seguinte é bastante viável: Todos os recursos didáticos para cursos, materiais de apoio, vídeOs, si- mulações e textos importantes são mantidos na biblioteca eletrônica. 2 Os programas universitários são ministrados basicamente por m.eio de métodos baseados em recursos pedagógicos e centrados no estudante. 3 A biblioteca faz parte do consórcio da biblioteca nacional digita'! e, por intermédio desta, da biblioteca global digital. 4 O quadro de empregados compõe-se de pessoal de apoio pedagógico, com múltiplas habilitações, abrangendo conhecimentos em informa- ção, tecnologia da informação e competência acadêmica. 5 O tempp de acesso à informação/estudo por estudante é 70% eletrônico e 30o/o impresso. 6 O espaço.da biblioteca é composto de 70% de espaço de estudo ligado à rede de telecomunicaçóes e 30% de acervo de livros. 7 As despesas são 70% com recursos eletrônicos e 30% com impressos. 8 O uso é controlado com cartões inteligentes que permitem ao usuário acessar serviços gratuitos no ponto de uso e também serviços pagos.9 Todos os dormitórios estudantis são ligados à rede de telecomunicações. 1 O Todos os serviços são acessíveis de casa, do local de trabalho e de biblio- tecas públicas. Mel Collier De Montfort University ! ' l 'I f ·' \i 1 1 i ·-.í 22 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Referências Beckman, M.; Pearson, E.M. Understanding the needs ofusers: the timeliness factor. ln: Helal, AH.; Weiss, J. ( ed.) Opportunity 2000: understanding and serving users in an e/ectronic library: J 5th /nternational EssenSymposium. Essen: Universitãtsbi- bliothek. 1993, p. 307-321. Collier, M. W.; Ramsden, A.; Wu, Z. The electronic library: virtually a reality? ln: Helal, A.H.; Weiss, J. {ed.) Opportunity 2000: understanding and serving users in an electronic library: l 5th Jnternational Essen Symposium. Essen: Universitãtsbiblio- othek. 1993, p. 136-!46. Corrall, S. Academic libraries in the information Society. New libraryworld, v. 96, p. 35-42. 1995. Day, J. 'êt ai. Higher education, teaching, learning and the e!ectronic library: a review of the literature for the IMPEL2 project: monitoring organizational and cultural change. 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IFLA jot1rnal, v. 23, n. 4, p. 295-298, 1997. 2 Equipamento OBJETIVOS Os computadores compreendem cinco componentes: equipamento- os componentes físicos visíveis dos computadores programas -instruções colocadas no equipamento para informá-lo sobre como resolver um problema ou executar determinada tarefa redes, que interligam os computadores de modo que possam comunicar-se en- tre si bases de dados - a forma como os dados são mantidos nos computadores pessoas, que utilizam e projetam os computadores. Este capítulo focaliza a configuração básica de um computador e seus componentes. Ao término deste capitulo você terá: compreendido a função dos componentes básicos do computador conhecido a importância da unidade central de processamento ou processador para se definir o processador do sistema conhecido os dispositivos externos de armazenamento conhecido a variedade de dispositivos de entrada de dados e do contexto em que cada um deles é apropriado conhecido a variedade de dispositivos de saída e impressoras conhecido os diferentes modos de processamento. 2.1 Introdução Para compreender os sistemas que serão descritos 1nais adiante é preciso co- nhecer um pouco sobre o equipamento básico ou co1nponentes fisicos dos com- putadores. Este capítulo contém uma breve visão dos principais componentes desses siste1nas. Começa examinando a configuração básica do computador e em seguida trata de seus componentes de modo mais minucioso. A configura- ção básica descrita abaixo aplica-se igualmente a todos os tipos de computador, sejam eles de grande porte, 1ninicon1putadores ou microcomputadores. As dife- renças entre esses tipos de siste1Tias são resumidas no capítulo seguinte. Este capítulo termina com uma breve revisão dos modos de processamento. f ! í ! 1 ' l t ~ EQUIPAMENTO 25 2.2 A configuração básica do computador O computador aceita dados como entrada, processa.os e, como saída, produz dados. Estes, durante o processamento, são armazenados. O processamento é controlado por uma seqüência de instruções- o programa - que ficam arma- zenadas no computador. Os componentes básicos do computador abrangem, portanto, os dispositivos de entrada, o processador, os dispositivos auxiliares de armazena1nento e os dispositivos de saída, que se combinam entre si na forma mostrada na figura 2.1. dispositivo de entrada dispositivos externos de armazenamento {ou armazenamento auxiliar) (ou armazenamento secundário de dados) processador inclusive unidade aritmética e lógica unidade de controle memória principal dispositivo de saída Figura 2 .. 1 Configuração básica do computador Funções dos componentes de um computador Cada um dos vários componentes do computador desempenha funções especí- ficas, que podem ser assim resumidas: Os dispositivos de entrada aceita1n dados, que convertem para uma forma le- gível por computador e transinitem para a unidade processadora, a qual com- preende unidade de controle, unidade aritmética e lógicae memória principal. Suas funções são: A unidade de controle decodifica e executa instruções do programa, con- trola e coordena os movimentos dos dados no processador, e entre este e outros componentes do computador. 2 A unidade aritmética e lógica executa operações aritméticas e opera- ções lógicas. 3 A memória principal armazena programas durante sua execução, armazena dados que esteja1n sendo usados pelo programa corrente, e armazena o sis· tema operacional, que controla o funcionamento do computador. 4 A memória secundária ou auxiliar mantém um registro permanente de dados e progra1nas, armazena o programa e os dados que estejam sen- do processados, se a memória principal não os coinportar, e serve de dispo· sitivo de entrada e saída se estiverem em formato legível por computador. ----,.,,.,....'-~.~ 26 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 5 Os dispositivos de saída aceitam dados procedentes do processador e os convertem para o fonnato de saída desejado. Hoje em dia, o computador raramente é constituído de uma só máquina, mas de um grupo de máquinas interligadas que são usadas para executar certas tarefas. Num ambiente de rede, o usuário pode ter acesso a inúmeros processadores, impressoras e outros periféricos. Mesmo na configuração de um único compu- tador isolado, onde só existe um processador, os usuários podem ter a opção de ligar uma variedade de periféricos, inclusive, por exemplo, uma unidade de ce- derrom ou dois tipos diferentes de impressora. A combinação particular de equipamentos a que um usuário pode ter acesso é conhecida como configuração do computador. Sistemas pequenos são muitas vezes comprados como um pacote completo. A figura 2.2 mostra a especificação típica de um microcom- putador multimídia. Note que ela inclui uma unidade de cederrom, uma placa de som, placa de gráficos e um modem interno. 1 Em seguida, tratamos de alguns dos dispositivos que se enquadram em cada uma dessas categorias e examinamos alguns dos critérios a serem levados em conta quando da seleção dos vários componentes. Dispositivos e configurações diferentes são apropriados para tipos diferentes de aplicações e isso, em certa medida, responde pela variedade de opções disponíveis. Processador Intel Pentium li P300 Conjunto de chips Intel 440FX Placa-mãe Form Factor RAM de 64 MB EDO Unidade de cederrom de 24 x Unidade de disco rígido de 5,25 GB Unidade de disco flexível de 3,5 polegadas/1,44 MB Exabyte Eagle Nest (IDE) Placa de som de 16 bits Memória cache pipeline burst de 512 K Placa de gráficos de 8 MB Modem interno de 56 K Teclado PS2 e mouse Gabinete minitorre Windows95 Garantia de 12 meses (disponível por três anos no endereço do cliente) Figura 2.2 Exemplo de especificação de uma estação de trabalho com microcomputador 1 A velocidade com que evolui a tecnologia da informação exige a leitura atenta dos dados relativos às características de equípamentos, sistemas operacionais e programas, pois os recursos atuais podem haver superado os limites que eram comuns no momento da redação do texto. Para dados atuais, recomenda.se a consulta a fornecedores ou especialistas. (N.T.} EQUIPAMENTO 27 2.3 O processador O processador varia de um sistema para outro, embora todos os processadores possuam três componentes: a memória principal, a unidade aritmética e lógica e a unidade de controle. A seguir examinaremos cada um desses componentes. A memória principal, também chamada memória de acesso imediato ou memória de acesso direto, annazena o sistema operacional. Também armazena dados e programas enquanto estão sendo utilizados. A memória principal ba- seia-se em microprocessadores de silício, que empregam técnicas de integração em grande escala. Um microprocessador é um pequeno quadrilátero de material semicondutor que contém centenas de milhares de circuitos eletrônicos. Cada bit presente no microprocessador mantém-se numa célula individua[ de dois esta- dos que pode, portanto, conter um zero ou a unidade. É possível escrever em cada célula individualmente e ler o que ali está escrito. O tenno \ILSI [very large- scale integration (integração em escala muito grande)] é empregado para identificar microprocessadores de mais de um milhão de bits. A memória divide-se em áreas separadas de armazenamento, cada uma das quais dispõe de um endereço e guarda determinada quantidade de bits de informações. Cada célula consiste num dispositivo de dois estados capaz de conter a uni- dade ou um zero. É preciso, portanto, empregar um grupo de células para arma- zenar símbolos como números ou letras. As diferentes combinações de valores nas células de um grupo serão, assün, empregadas para representar diferentes símbolos. O capítulo 4 examina os códigos que são usados para que símbolos possa1n ser armazenados. Há três tipos de microprocessador de memória: RAM, ROM e PROM. As R.Mis, ou microprocessadores de meinória de acesso aleatório, são usadas para gravar programas e dados que serão armazenados temporariamente. Dados novos po- dem ser gravados sobre dados existentes. Os dados se conservam como estados elétricos temporários nos 1nicroprocessadores. O conteúdo da RAM desaparece ao se deslig.ar a máquina, por isso se diz tratar-se de uina memória volátil. Cada computador possui uma quantidade diferente de RAM. A RAM é importante para determinar a potência do processador. A quantidade de RAM exigida para dife- rentes aplicações vem aumentando, à 1nedida que surgem programas mais complexos que exigem maiores RAMs para que possam rodar com eficiência. Alguns computadores também empregam memórias apenas de leitura ou ROM, as quais armazenam os dados de modo permanente, e os dados nelas registrados no 1nomento da fabricação do computador não podem ser alterados. Às vezes são e1npregadas para o armazenamento de programas usados com freqüência, além do sistema operacional, de modo que não precisam ser carregados a partir de uma memória secundária. Os PROMs são memórias programáveis apenas de leitura. São não-voláteis, porém o usuário pode a\teqi.r os itens nelas presentes, se necessário, por meio de 28 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO um gravador PROM. Uma EPROM é uma PROM apagável, isto é, podem ser apagados os padrões de bits na PROM. Além da RAM, os computadores podem utilizar memória virtual. Se a RAM for muito pequena para armazenar um progra1na grande, partes dele serão ar- 1nazenadas em memória virtual e trazidas para a memória principal sempre que necessário. Em geral, o armazenamento viÍtual tem a forma de uma memória auxiliar, como um disco magnético. Reflexão Explique as diferenças entre ROM e RAM. A unidade aritmética e lógica realiza operações lógicas e aritméticas. Por exemplo, talvez seja preciso realizar alguns cá leu tos para obter o total de mul- tas aplicadas pela biblioteca, ou (nu1n sistema de recuperação) recuperar todos os registros que possuain data de publicação posterior a 6.1.1997. A unidade aritmética e lógica consiste em várias localizações de armazenamento chama- das registradores, que se destinam a armazenar dados antes, durante e depois da execução de uma instrução de prograina que envolva u1na operação aritmética ou lógica. A unidade de controle é o centro nervoso do computador. Exerce controle sobre o funcionamento do sistema. Decodifica e executa instruções de progra- mas, uma a u1na, e controla e coordena os 1novimentos dos dados no processa- dor e entre este e outros componentes do computador. O processador trabalha a uma velocidade n1uito maior do que a de um peri- férico, como un1a impressora. A unidade de controle garante que o processador envie uma mensagem de impressão para a impressora, continue trabalhando enquanto esta imprime, e e1n seguida envie dados adicionais a serem impressos depois que a impressora tiver tenninado o primeiro trabalho. Os melhoramentos introduzidos na arquitetura do processador são funda- 1nentais para o desenvolvi111ento decomputadores mais potentes. Os trabalhos nesse sentido têm se concentrado e1n: aumentar a velocidade de funcionamento do processador, a fim de que os programas seja1n executados de fonna mais rápida, e em liberar para o processador maior quantidade de RAM, de modo que progra1nas mais extensos e mais complexos sejam nele guardados durante a execução, eliminando assim a necessidade de ir buscar programas numa me- mória secundária durante o processa1nento. Outros aperfeiçoamentos incluem o processamento paralelo, que pennite a realização de trabalhos em modo para- lelo e não em seqüência, bem como microprocessadores com conjunto de instruções reduzidas [RISC, de reduced instruction set computers]. 2.4 Dispositivos externos de armazenamento Como se mostrou acima, a memória do processador é volátil, e também é relati- vainente cara. É precis~ contar con1 u1n meio tnais pennanente e mais barato de 1 1 1 t EQUIPAMENTO 29 armazenar dados em formato legível por computador. Para tanto existem os dispositivos de armazenamento secundários, externos ou de segurança. Os dados e programas são guardados no dispositivo auxiliar de armazenamento a~é que venham a ser necessários, quando então serão transferidos para a memóna principal. Existem atualmente apenas três tipos importantes de meios externos de armazenamento: fita magnética, disco magnético e disco óptico. Alguns dos critérios para a seleção desses dispositivos de armazenamento são: custo, em tennos de MB de dados armazenados capacidade total de armazenamento durabilidade do meio de armazenamento dos dados natureza física do meio de armazenamento características funcionais, tais como facilidade de apagamento ou existên- cia de acesso direto velocidade de recuperação de dados, tais corno tempo de acesso e taxa de transferência de dados (da me1nória para o computador) métodos disponíveis de organização de arquivos robustez do meio durante o manuseio e pro~essamento portabilidade entre sistemas. ',~ Reflexão Por que~ ~~;t~bilidade é às v~~~s i~~~rt~~t~ ~-~ ~~J~ d~. um dispositivo externo de armazenamento? .._~ . .. ·;·,;._· Fita magnética A fita 1nagnética chegou a ser amplainente utilizada corno meio de armazena- mento, mas vem sendo gradativamente substituída pelo disco magnético. Na fita magnética os dados são annazenados e1n forma de fileiras de pontos mag- netizáveis. A fita é feita de plástico recoberto de óxido de ferro. A fim de .ler ou gravar na fita magnética é necessário passá-la por cabeças de leitura/gravação. Estas cabeças a Iteram ou captam a magnetização dos pontos, e os dados podem ser gravados, lidos, apagados ou gravados por ciina. Os dados, uma vez grava- dos, permanecem na fita indefinidamente, e podem ser lidos quantas vezes for preciso. A fita é b,obinada de um carretel para outro durante a leitura ou a gra- vação, com o auxílio de uma unidade de fitas. O acesso aos dados armazenados em fita é seqüencial. N u1n dispositivo de acesso seqüencia 1 os dados só serão recuperados se for feita urna busca no dispositivo inteiro. Naturalmente, só é possível fazer buscas nuina fita subme- tendo-a a u1na var!°edura pelas cabeças de leitura/gravação. As fitas funcionam bem no 1nodo de operação e111 lotes, quando é aceitável o acesso seqüencial. Dentre suas aplicações 1nais comuns estão os registros acumulados de transa- ções, itnpressão de faturas, classificação e processainento de registros editados. As fitas apresentam duas vantagens principais: são baratas e portáteis, o que 30 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO as tornam apropriadas como meio para cópias de back-up ou segurança. Dados gravados em outros meios de armazenamento podem ser copiados em fita e guardados para segurança. Disco magnético- 0 disco magnético possui uma superfície magnetizável onde os dados são ar- mazenados em anéi~ concêntricos chamados trilhas. Os dados são gravados como um padrão de pontos magnetizáveis. As trilhas dividem-se em setores ou blocos. O padrão de trilhas e setores é determinado pelo fabricante da unidade de disco e pelo programa que controla o movimento da cabeça de leitura/gra- vação. A combinação de um núqiero de trilha com um número de setor é deno- minada endereço. As cabeças de leitura/gravação vão passando sobre o disco. enquanto ele gira no acionador, assim localizando endereços específicos. Os discos, portanto, são dispositivos de armazenamento de acesso direto. Os conjuntos de discos, também chamados 'panelas de discos', são grava- dos ou lidos por meio de dispositivos periféricos chamados unidades de discos. As unidades acham-se ligadas permanentemente ao processador do compu- tador, mas os conjuntos de discos são, geralmente, intercambiáveis ou removí- veis. A maioria dos conjuntos de discos de máquinas de grande porte são inter- cambiáveis, ou seja, podem ser removidos da unidade de discos. Os conjuntos que são fixos costuma1n possuir maior capacidade. Uma vez instalados, a uni- dade faz co1n que os discos girem continua1nente a uma velocidade muito alta. A unidade possui cabeças de gravação/leitura, em geral uma cabeça por super- ficie do disco, montadas em braços 1nóveis de acesso. As cabeças não tocam no disco, mas flutuam no colchão de ar criado por sua rotação. A alternativa é usar uma unidade selada de disco, conhecida como Winchester ou disco rigido. Os discos flexíveis ou disquetes são amplamente empregados nos micro- co1nputadores. Atua!Jnente, os disquetes co1nuns tên1 3 Yi polegadas de diâme- tro, e apresentam diferentes capacidades de armazenamento. Um disquete de alta densidade de 31h. polegadas tem capacidade para 1,44 MB. Discos ópticos Nos siste1nas de memória óptica e1nprega-se um raio laser focalizado para criar uma depressão ou cavidade num disco de f!!Odo que os dois estados de cavidade (vazio) e não-cavidade (cheio) possam ser usados para armazenar um zero ou a unidade. Vazios e cheios apresentam propriedades diferentes de reflexão da luz, as quais são detectadas pelo raio laser ao fazer a leitura do disco. Os pontos são muito menures do que os gravados em disco magnético e, por isso, são maiores as densidades de gravação. Não existe contato físico entre o disco e a cabeça de leitura. Os meios ópticos são, portanto, mais robustos do que os meios magnéticos para o armazena1nento de informações a longo prazo. I 1 1 1 i t ! t ' EQUIPAMENTO 31 Os discos ópticos são lidos por uma unidade de disco óptico, que pode estar lioada a uma máquina isolada ou estação de trabalho local ou estar acessível em re 0 de. Nas configurações isoladas, as unidades de disco ficavam originalmente separadas da estação de trabalho. Há um número cada vez maior de ~stações d: trabalho em que a unidade de cederrom é parte integrante dela. Muitas vezes e preciso acessar uma variedade de discos, o que se obtém com o emprego de: unidades de disco reunidas em forma de colar, onde várias leitoras são li- gadas em série . sistemas empilhados de torres, onde vários acionadores são alojados numa mes1na unidade sistemas de caixas de conexão [jukeboxeS], que funcionam como uma des- sas vitrolas automáticas, encontradas em recintos públicos, em que os clien- tes escolhem os discos que ouvirão. As caixas de conexão de múltiplos acionadores, que permitem que mais de um disco seja lido pelos usuários ao mesmo te1npo, são particularmente flexíveis. Ver 0 capítulo 1 O sobre informações adicionais a respeito de redes de cederrons. Há três categorias de discos ópticos: . .,,.."':-- ,_ Discos ópticos apenas de leitura Neste caso a editora codifica os dados no disco e o usuário final receb~ um disco que só serve para leitura, que é colocado numa leitora especial, se_me~_hante ~um toca.discos onde serão lidos os dados, textos e informações e1n aud10 ou v1deo que nele es,tiveretn gravados. Estes discos são u1n r:neio de pub!ic"aç~o e vêin encontrando enorme aplicação. Há vários tipos de discos apenas de leitura.que são utilizadosem inúineras aplicações. Os videodiscos fora1n desenvolvidos para a distribuição de ilnagens de vídeo pré-gravadas. Os vide?disc~s híbridos armazenain, num mesino disco, vários tipos de infonnações, 1nclus1ve textos, dados e imagens de alta qualidade; a falta de padronização e o alto custo do equipamento tê1n restringido sua adoção. Os discos. compact?s _(cedês~ são produtos de consuino multo populares no mercado de discos mus1cals. ~sd1~cos compactos de memória apenas de leitura (cederrons) são uma adaptaçao dlfeta do siste1na cedê para a publicação e aplicações em processamento de dados. O cederroin é também usado como meio de distribuição de suít~s de program~s, que exigiriam muitos disquetes se fossem assim distribuí~as. E cada vez ~ator 0 número de cederíons que são 1nulti1nídia ( voltare1nos 1na1s tarde ao conceito de multimídia). Progressos mais recentes procuraran1 oferecer pad.rões que com- portem informações multimídia em disco compacto, como o disco co1np~cto interativo (CD-1) e a arquitetura a1npliada de cederrom (CD-ROM XA). O v1deo digital interativo (DV!) é um siste1na potente de co1npressão e descom~ressão para vídeo e áudio digitais, que permite gravar num único cederrom 1na1s de 60 minutos de vídeo co1n tela coinpleta e in1agens em movimento. ·' ' i 1 1. 32 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇAO O cedê de vídeo e o cedê de vídeo digital (DVD, devedê) são meios de arma- zenar vídeos completos de filmes. Os devedês, por exen1plo, têm capacidade de pelo menos 4,7 GB, que pode ser dobrada com discos de face dupla. É provável que suas aplicações ocorram principalmente no setor do entretenimento, e talvez o devedê venha a substituir os videocassetes e respectivos aparelhos de gravação/reprodução na exibição de filines. Os devedês também comportariam num único disco arquivos retrospectivos completos de grandes bases de dados bibliográficos, como ER.!C e MEDLINE. Discos ópticos graváveis - (WORM e CD-R) Os discos WORM (Write Once Read Many) [escreve u1na vez, lê muitas vezes] são usados para arquivamento, feito no local, de dados que as organizações queiram armazenar e consultar, mas não alterar. Os usuários dos discos WORM grava1n seus próprios dados no disco, que será lido quantas vezes for necessá- rio. Em bibliotecas, por exemplo, os discos WORM têm sido utilizados para o arquivamento de jornais. As editoras podem também desenvolver bases de da- dos de imagens em discos WúRM e distribuí-las em cederrom. U1na presença 1nais recente no mercado é a do cedê gravável (CD-R), tec- nologia que é bastante barata para ser usada por fabricantes de programas de co1nputador destinados a pequenos nichos de mercado, produtores de multi- 1nídia e publicação de 1naterial institucional. O cedê gravável comparado co1n a prensagem de çedês torna acessível a criação de u111 cederro1n. O cedê 2.ravável é um 1neio de annazenamento seguro e fácil de guardar. ._ Disco compacto apagável Ê possível gravar, ler, apagar e regravar dados e1n discos compactos apagáveis [CD-E: co111pact disk - erasable ], para que seja1n usados em aplicações que hoje utilizam discos magnéticos. O CD-E emprega, como suporte de gravação, uma liga de mudança de fase quaternária, baseado no princípio de mudança de fase do material de gravação entre um estado cristalino altamente reflexivo e um estado amorfo de baixa reflexão. É produto relativamente novo. Reflexão Em quais tipos de aplicação os discos ópticos podem subs- tituir os discos magnéticos? 2.5 Dispositivos de entrada, meios e métodos de captura de dados Os dispositivos de entrada e saída, junto co1n a nien1ória auxiliar, são conhe- cidos co1110 periféricos. Os dispositivos de entrada leva1n dados ao processador para que seja1n processados, enquanto os dispositivos de saída apresentam os resultados do processa1nento aos usuários. A velocidade de operação dos perifé- ricos é 1nais lenta do que a do processador. A fim de obter o máxi1no de proveito ! ! i i 1 EQUIPAMENTO 33 do processador, há memórias intermediárias que funcionam como interface entre os periféricos relativamente lentos e o processador. As memórias inter- mediárias guardam os dados de entrada (e de saída) até que o processador ou o dispositivo de saída esteja pronto para manipulá-los. Os dispositivos de entrada são os meios pelos quais tanto os dados quanto os programas são inseridos no sistema, e, ein geral, são responsáveis pela con- versão dos dados para um fonnato legível por computador. As pessoas lidam com letras, nú1neros e palavras, mas os dados são annazenados no co1nputador como dígitos binários. Os dispositivos de entrada servem de ponte, atuando como tradutores ou interface. Há vários e diferentes dispositivos de entrada, e a natureza dos dados a serem inseridos no sistema é que definirá qual o mais adequado para detenninada aplicação. Os dados podem ser caracteres, núme- ros, gráficos, vídeo ou voz, e sua quantidade pode variar bastante. O método específico a adotar depende da configuração do computador instalado e, em certa medida, da natureza da operação a ser executada. Por exemplo, ao regis- trar as transações de empréstimos numa biblioteca, é importante que o acesso seja em linha, poré1n a quantidade de dados a sere1n inseridos se:á reiativa- 1nente liinitada. Outras operações, co1no a criação de bases de dad9s, podem envolver a entrada de u1n grande voluine de dados. Alguns dispositivos de entrada insere111 os dados diretamente no compu- tador, enquanto outros primeiro inserein os dados num suporte intermediário. Por exetnplo, ceitas dispositivos portáteis pennite1n ao usuário armazenar os dados inicialmente ein disco. Esse disco pode em seguida ser colocado numa unidade de disco de u1n co1nputador e os dados dali transferidos para a unidade central de processamento. A seleção do método apropriado pode ter um im- pacto sensível na exatidão, velocidade e eficácia da entrada de dados. Eis al- guns dos dispositivos de entrada comuns: Teclado O teclado é o dispositivo mais comu1n de entrada de dados. Pode apresentar-se no padrão QWERTY ou ser desenhado para atender a aplicações específicas. Os teclados são freqilente1nente utilizados junto co1n uina te!a na qual são mostra- dos os dados que vão sendo digitados. Os teclados são usados para: entrada de dados a partir de um docuinento-fonte, como uma fatura uso interativo em que o usuário, por exeinplo, insere con1andos ou termos de busca, a fim de consultar uma base de dados entrada de dados textuais, co1110 e1n processamento de textos criação de iinagens e gráficos o uso de gráficos entrada de dados nu1na base de dados. 34 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Os teclados têm ampla utilização porque são um método flexível de entrada de dados .• s~ndo empregados na maioria das aplicações da informática, apesar de suas limitações, pois a digitação é uma fonna lenta de inserir dados, sujeita a erros, além de às vezes sair cara. Reflexão ...................................................... Quais são as limitações dos teclados como dispositivos de entrada de dados? Reconhecimento de caracteres impressos com tinta magnética O reconhecimento de caracteres impressos com tinta magnética [MICR: mag- ~etic inkcharacter recognition] é um meio empregado para decifrar caracteres impressos co1n tinta feita com material magnetizável. Antes de sua leitura, passa-se o documento sob um dispositivo que cria um campo magnético; estas magnetizações são então detectadas pelo aparelho de leitura. Os caracteres devem obedecer a um desenho especial. O MICR é amplamente adotado em cheques, e o desenho dos caracteres empregado pe.lo sistema bancário britânico é o El3B. Outro formato-padrão internacional é o CMC7. O MICR é especial- ~ente útil no caso de documentos-resposta, que, embora sejam produzidos e lidos por computador, também podem ser lidos por seres hu1nanos. Nos bancos, os cheques são impressos com o emprego de tv11CR com tintafeita com material magnetizável. Assün, a codificação do número seqüencial, banco, agência e número da conta do cliente se dá antes de a transação ser feita, evitando demora no ~recessamento. Quando um cheque é utilizado como pagamento_. a quantia é codificada por meio de um codificador MICR de cheques. Assim, apenas um campo de dados é pós-codificado depois de a transação ser efetuada. O MICR é de operação rápida e barata quando se tem um grande volume de documentos, além de apresentar baixa incidência de erros, e só não é mais em- pregado devi?o ao alto preço do equipamento e as fontes de tipos não serem de fácil leitura. E bem-aceito nos bancos porque todas as partes envolvidas chega- ram a acordo quanto aos padrões adotados, o indice de erros ser baixo e as fal- sificações difíceis devido à dificuldade de alterar os caracreres sem rasurá-los. Leitoras ópticas de caracteres O reconhecimento óptico de caracteres [OCR: optical character recognition] é conceituahnente similar ao MICR e, do mestno modo, logo encontrou aplicação em documentos-resposta, como nos sistemas de emissão de contas de consumo de eletricidade e água. Os caracteres de uma fonte especial são impressos no documento, que é escaneado por uma leitora, para localizar certos padrões de luz refletidos, os quais são traduzidos para um padrão de sinais elétricos que são transferidos para a me1nória do computador. OCR-A e OCR-B são exemplos de fontes-padrão. São recusados os caracteres que não são reconhecidos. Começou-se a perceber o potencial real do OCR à medida que foram sur- f ! ! f 1 f l EQUIPAMENTO 35 gindo equipamentos capazes de reconhecer maior variedade de fontes e até de textos manuscritos. Em geral, quanto mais padronizado e de melhor qualidade for o original, melhor será a cópia por escaneamento óptico. Os índices de erro ainda são inaceitáveis em algumas aplicações, mas o OCR tem grande potencial para entrada de textos e criação de documentos eletrônicos. A entrada de dados por OCR sai muito mais barata do que a digitação, chegando a ser mais rápida. Usa-se microfilme como meio de entrada de dados em computador, se forem codificados numa fonte de tipos OCR ou outra que seja apropriada. Leitoras de códigos de barras Os códigos de barras são empregados extensamente em lojas de varejo e biblio- tecas. Cada código de barras representa um número. É formado por um padrão de barras espessas ·e finas separadas por espaços espessos e finos. Somente são importantes as separações e espessuras relativas das barras. Os códigos de bar- ras pode1n ser impressos e1n diferentes tamanhos e cores. São lidos passando-se uma caneta óptica sobre eles ou passando-se os códigos sobre um escâner plano. Os códigos de barras prestam-se para a entrada de dados quarido se t.~ata apenas de identificar um item, e os dados compreendem simplesmente Um código. A leitura do código de barras registra uma transação .. e a informação· correspon- dente é repassada para uma base de dados em cÜmputador. Os sistem·as de códi- gos de barras são fáceis de operar e apresentam índices de erros muit~, baixos. Se as leitoras estivere1n ligadas a um computador, será fácil alt"erar ~~]i:as infor- mações e controlar as transações; por exemplo, os preços podem ser, modifica- dos de modo centralizado, ou, nu1na bib!íoteca, os prazos de empré~timo conce- didos aos leitores pode1n ser alterados. As transações também atualizam a base de dados e indiretainente proporcionam informações gerenciais. Leitoras ópticas de marcas As leitoras.ópticas de marcas [OMR: aplicai mark readers] são similares às lei- toras de reconhecimento óptico de caracteres, exceto pelo fato de reconhecer marcas, mas não caracteres, colocadas dentro de quadrículas posicionados de forma apropriada. Normalmente, prepara-se um documento impresso que ofe- rece várias alternativas ao usuário. O documento a ser marcado divide-se em co \unas, cada uma com dez dígitos i1npressos. O usuário marca os quadriculas correspondentes a determinada alternativa, e, depois, o documento é passado por uma leitora óptica de 1narcas que faz a varredura dos quadrículas e detecta onde as marcas foram feitas. Emprega-se o sistema de reconheci1nento óptico de marcas ein levantamentos e testes de múltipla escolha, fo!has de ponto, for- mulários de enco1nendas e nos volantes de apostas de loterias. Presta-se bem para aplicações padronizadas quando é possível fazer uma escolha entre poucas alternativas. Nessas circunstâncias, é fácil de usar, rápido e relativa1nente isen- to de erros. 36 INTRODUÇÃO à TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Reflexão Identifique algumas aplicações das leitoras ópticas de mar- cas. Explique por que esta tecnologia é interessante nessas aplicações. Escâneres de imagens Se uma página de texto já existe, que talvez também inclua desenhos e fotogra- fias, ela pode ser colocada direta1nente no computador por meio de um escâner. Ao escanear um texto, o aparelho compara cada caractere com uma fonna ou padrão conhecido, de modo que o código apropriado a esse caractere possa dar entrada no computador. Trata-se, de fato, de u1n sistema de reconhecimento óptico de caracteres mais aperfeiçoado. Ao escanear gráficos, o escâner converte o padrão de luz e imagens escuras de uma página nu1na série de pontos denominados elementos de imagem ou pixéis. Tais elementos podem então ser annazenados como dioitos binários na . . a memona do co1nputador e em me1nória auxiliar, e recuperados quando neces- sário. Essa é a base da tecnologia de processamento de imagens. O principal problema está em que as iinagens ocupam muita memória. Assim, os aperfei- ç~rune~~os nesse campo têm avançado a passo acelerado, à medida que os d1spostt1vos de armazenainento se tornam 1nais disponíveis. Os escâneres pos- sue1n atualmente ampla variedade de aplicações, inclusive o escaneatnento de fotografias e logoinarcas em bases de dados e documentos. Os escâneres achain-se disponíveis e1n versões portáteis e de 1nesa. . O digitalizador é u1n dispositivo que pennite que uma ilnagern seja escanea- da, convertendo-a em dados digitais para annazena1nento em computador. A prancheta de digitalização incorpora uina caneta especial que permite ao usuário desenhar ou traçar iinagens de modo que possa1n ser convertidas e1n formato legível por con1putador. As mesas de digitalização são empregadas em projeto assistido por co1nputador [CAD: con1puter aided design] e fabricação assistida por co111putador [CAM: con1puter aided 111anufacturing]. Outros meios de entrada l A entrada de dados por voz ou fala envolve sua captação por meio de um 1nicrofone, a conversão desses dados em sinais eletrônicos e sua conversão final e1n forma eletrônica. As palavras ao serem enunciadas são reconheci- das com o en1prego de uina técnica de coincidência, em que o computador compara o padrão da fala com o padrão armazenado na máquina. Mostra-se na tela a coincidência 1nais próxi1na. Se estiver incorreta, a palavra deverá ser enunciada de novo. O co111putador somente reconhece sons para os quais possui dados em sua 1ne1nória, e as pessoas portanto devetn pronun- ciar a palavra de modo igual ao dos dados de referência, de modo que a pa- lavra seja reconhecida corretainente. A entrada de dados por voz tem seus 1 1 i 1 l t 1 1 ÉQUIPAMENTO 37 atrativos, não apenas porque liberta o usuário da necessidade de usar o te- clado, mas também porque ele fica com as mãos livres e pode movimentar- se. A entrada de dados também é potencialmente mais rápida e mais barata do que outros métodos. Entretanto, os sistemas de voz ainda se acham em desenvolvimento e existem dificuldades para projetar sistemas que reéo- nheçam de modo adequado os sotaques e dialetos de uma língua. 2 O mouse é um pequeno dispositivo, com uma esfera na parte inferior e um ou dois botões seletores na parte de cima, que_ movimenta o cursor ou pon- teiro no espaço da tela. Quando ó ponteiro é posicionado no localapropria- do, seleciona-se o item ou a opção desejada pressionando-se um dos bo- tões. Normalmente o mouse clássico é movimentado sobre urna superfície plana ao lado do monitor. Fora1n desenvolvidas diversas variações domou- se básico, principalmente para ser usadas co1n computadores portáteis. Neste caso, nonnalmente, o mouse é seguro na mão e a esfera é movimenta- da com os dedos, ou faz parte integrante do teclado na forma de uma esfera rotativa e dois botões. O mouse é um componente essencial das interfaces gráficas. Nonnalmente usa-se o mouse conjugado com o teclad.o. 3 As mesas gráficas funcionam de fonna parecida co1n a das canehi.s ópticas, co1n a exceção de que o movimento é feito com u1na caneta elétiica sobre uma lousa plana especialmente preparada e instalada diante do rn~onitor. 4 As telas sensíveis ao toque permitem ao usuário selecionar um \~em no mo- nitor ao tocá-lo com o dedo. O toque é detectado ao interceptar.uma trama de raios infravermelhos horizontais e verticais. Essas telas foram testadas nas primitivas aplicações de catálogos e1n linha de acesso público e, mais recente1nente, tornaram-se populares em vários ambientes de acesso públi- co, como em quiosques niultimídia (voltaremos aos quiosques multimí- dia mais adiante neste capítulo). 5 Alavancas de comando, manches [joysticks], esferas de rastreamento [trackerballs ], etc. são bastante usados em jogos de computador para movi- mentar D sensor no espaço da te la. 6 Os cartões ou crachás magné.ticos apresentam-se em forma de cartões plásticos do tamanho de um cartão de crédito. Os dados são codificados nu1na tarja magnética. São usados como cartões de crédito em sistemas de terminais de ponto de venda e e1n caixas eletrônicos que permite1n aos clien- tes efetuar transações bancárias, como consulta de saldo ou saque de di- nheiro. Devido à facilidade de falsificação .. foram desenvolvidos substi- tutos na fonna de cartões inteligentes, nos quais as informações são codi- ficadas num tnicroprocessador en1butido na estrutura do cartão. Os car- tões inteligentes tainbéin podem conter saldos de contas e dados de transa- ções anteriores. Esses cartões estão cada vez mais sendo usados como 1neio de identificação. 7 As fitas e discos magnéticos e discos ópticos podem ser considerados 1neios de entrada e saída, pois os dados são neles registrados e, em seguida, J 38 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO transferidos para um co1nputador diferente. Os dados por eles manipulados já estão em formato legível por computador e, portanto, são diferentes dos outros meios de entrada. 8 Entrada por telefone. Muitos sistemas bancários permitem hoje que da- dos sejam inseridos diretamente em seus computadores por meio de um te- lefone de tom. Em resposta a instruções recebidas por áudio o cliente re- gistra o número da conta, a senha e informações sobre a operação. É possível adotar vários critérios na seleção de um meio de entrada ou saída: A na tu reza dos dados de entrada e saída, inclusive se já se encontram em fonte de tipos legível por OCR, se se trata de textos ou gráficos e se o usuário está consultando uina base de dados existente ou se está criando uma nova. A saída exige cores? Qual a qualidade apropriada da apresentação da saída? 2 A velocidade e volume dos dados de entrada e saída. 3 O ambiente no qual será executada a entrada ou saída de dados. Trata-se de um ambiente público e barulhento, ou privado e silencioso? Haverá dificul- dade de concentração 111ental? Uma impressora barulhenta incomodará ou- tras pessoas? Existem aspectos especiais relativos à segurança que interferi- rão nos 1neios de entrada e saída? 4 O custo .. especialmente o equilíbrio entre custos iniciais de implementação e custos operacionais. 5 A tolerância a erros da aplicação. Qual a gravidade dos erros? 6 A compatibilidade com outros equipamentos, sistemas operacionais e pro- gramas. 7 A freqüência de entrada e saída de dados. 8 A velocidade de processamento ou tempo de resposta aceitável. Reflexão Aplique os critérios acima para avaliar a adequabilidade de um mouse para uma aplicação com que esteja familiariza- do, como uma aplicação de escritório, ou o uso de um sis- tema de recuperação de informação. 2.6 Dispositivos de saída Os dispositivos de saída são os meios pelos quais os computadores se comu- nicam co1n as pessoas. A comodidade de seu uso e a qualidade de seus resulta- dos têm considerável in1pacto na eficácia dos computadores. Os dispositivos de saída aceitam dados do processador e os convertem para o formato de saída desejado. Em outras palavras, os dispositivos de saída traduzem os dados do processador para uin formato que se presta a ser usado pelas pessoas. As saídas itnpressas em geral são necessárias quando é preciso ler ou pro- cessar um grande volume de dados. As telas são boas para consu \taro sistema e identificar fatos, co1no preços e quantidades, ou se uma transação foi feita. EQUIPAMENTO 39 Impressoras A saída impressa é importante no caso de registros permanentes, havendo certas aplicações em que uma cópia impressa constitui requisito de ordem legal. Além disso, a cópia em papel é portátil e, se possível, que seja de fácil leitura. A saída impressa provavelmente continuará existindo ainda por alguin tempo. Uma das ironias do computador é a de ter conseguido gerar uma enorme quantidade de papel. Nã~ se devem negligenciar os custos do papel nem seus efeitos sobre o 1neio ambiente no que tange à sua utilização em co1nputadores. Existem diversos tipos de impressoras. Suas principais características, e que devem ser levadas em conta, são as seguintes: velocidade qualidade da saída variedade de fontes de tipos disponíveis recursos para lidar com gráficos possibilidade de impressão colorida níveis de ruído opção de produzir múltiplas vias custo de aquisição custo operacional. No processo de seleção o ponto crucial nonnalmente consiste em c9nciliar o orçamento com outros requisitos. .... Existem duas categorias de impressoras: de impacto, nas quais os caracteres são fonnados por um dispositivo que bate contra u1na fita, e impressoras sem impacto. As in1pressoras de in1pacto costu1na1n ser barulhentas, mas podem produzir ao 1nes1no tempo mais de u1na via do 1nesmo texto, enquanto as im- pressoras sem iinpacto são silenciosas, mas se limitain a uma única via de cada vez (embora possam ainda ser rápidas). Classifica1n-se as impressoras segundo o volu1ne de dados ilnpressos por meio de u1n único comando: as impressoras de linhas imprimem uma linha de cada vez; as seriais imprimem um caractere por vez; e as impressoras de páginas impri1ne1n uma página por vez. As impressoras de jato de tinta e jato de bolha são exemplos de i1npressoras seriais. As de jato de tinta possuem minúsculos es- guichos de vaporização que lançam a tinta na página no lugar certo. As impres- soras a laser são in1pressoras de páginas. A imagem a ser i1npressa é digitalizada e usada para 1nodular um raio laser que faz uma varredura sobre u1n cilindro fotocondutor, formando uma imagem eletrostática que em seguida é transferida para o papel co1n o e1nprego de um toner à base de carbono. Saída de computador em microforma A saída de computador e1n n1icroforma [COM: con1puter output 1nicro/orm] é 40 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO outro meio de produzir grandes quan,tidades de dados. A microforma não é um meio de saída direta do computador. Este reúne e edita as informações, gravan- do-as em seguida em fita magnética ou mostrando-as diretamente no monitor. Quando é usada fita, esta é colocada num gravador ou transcritor COM, que exibe a saída no monitor. A saída é fotografada em microfilme. O COM é então produzido a partir da fita, num processo fora de linha. A saída COM tanto pode ser utn microfilme quanto uma microficha. É 1nais barata e de produção mais rápida do que uma saída impressa, e seu armazenamento é fácil e de baixo custo. O COM trunbémarmazena diagramas, gráficos e cores, sendo fácil gerar cópias múltiplas. Sua única desvantage1n é exigir uma leitora, para se ter acesso ao conteúdo da microforma. Parã a recuperação é preciso que os microfilmes sejam indexados. A saída COM tem sido usada na produção de catálogos de bibliotecas e índices, bem co1no em catálogos de peças de reposição. Monitores O monitor é um dos componentes de uma estação de trabalho, e é um dispo- sitivo de saída comum porque apresenta as informações de forma rápida e prati- camente sem custo. A tela mostra tudo que é digitado no teclado, além de men- sagens enviadas pelo computador. Algumas 111áquinas, coino os notebooks, têm telas acopladas, mas, na maioria dos casos, elas são independentes. O monitor clássico consiste num tubo de raios catódicos. Elétrons são dis- parados na tela e fazem brilhar, por um curto período, minúsculos pontos de fósforo. Cada ponto é chamado elemento de image1n ou pixel. A qualidade da imagein, ou sua resolução, depende do número de pixéis na tela. Os monitores coloridos possuem três canhões eletrônicos e uês fósforos diferentes que bri- lham nas cores vermelho, verde e azul. Urna vez que o fósforo brilha apenas por um momento, a velocidade com que o canhão volta a disparar o mesmo sinal é uma outra característica que a tela deve apresentar. A isso se denomina índice de renovação, normalmente medido em Hz (hertz) ou ciclos por segundo. Um índice de renovação baixo provoca o aparecimento de imagens tremidas. Em geral os monitores possuein placas de gráficos, que suportam a exibi- ção de i1nagens gráficas, ou seja, in1agens não-textuais. O padrão é o Super VGA. As dimensões físicas da tela variam para 1nais desde o tan1anho comu1n de 12 ou 14 polegadas. A tecnologia de telas planas é utilizada e1n coinputadores portáteis, que empregam telas de cristal líquido e de plasma de gás. Reflexão Saída de voz Quais as limitações dos monitores como dispositivos de saída? Existem tenninais de resposta de áudio que apresenta1n saídas para ó usuário em EQUIPAMENTO 41 fonna de fala. Essas unidades armazenam frases pré-gravadas enunciadas por voz humana ou empregan1 um simulador de voz. Consultas ou transações podem ser apresentadas ao processador por meio de tela sensível ao toque ou teclado. Quando o programa está pronto para responder, o dispositivo seleciona as palavras apropriadas e transmite uma mensagem para o usuário, possivelmente por linha telefônica. Esses sistemas são úteis no processamento de transações à distância quando o volume de saida é pequeno. Quiosques multimídia Os quiosques multiinídia são esta.ções de traba"lho projetadas para o acesso por parte do público. Podem ser independentes ou estar ligadas em rede a um computador 1naior. A expressão 1nultitnidia implica que apresentam a infor- mação numa variedade de meios, inclusive, por exemplo, texto, som, gráficos, imagens e vídeo. Em vários ambientes onde convétn oferecer o acesso público a uma base de dados, o quiosque, com a estação de trabalho apenas mostrando a tela para o usuário, é uin formato robusto e atraente. A tela em _gerat é do tipo sensível ao toque. Alguns quiosques também possue1n teclados compactos e leitoras de cartões. Os quiosques 1nultimídia são UITI meio atraent~ e interes- sante de apresentar infonnações, e começam a encontrar a1npla a·plicação na publicidade, comércio, bancos, educação e capacitação profissional,· forneci- mento de infonnações e orientação, bem co1no acesso público a informação comunitária e catálogos em linha. Os fornecedores de sistemas par~. bibliotecas estão colocando quiosques (às vezes multimídia) com telas sensívei~ ao toque em serviços de acesso público e auto-atendimento, que também podem·conter recursos de in1pressão, funcionar com moedas ou cartão, controles de acesso (por exe1nplo, por meio de uina leitora de crachá de leitor) e 1nensagens. As infonnações 111ultilnídia exibidas pode1n incluir áudio, docuinentos, fotogra- fias, objetos, jornais, 1napas e vídeo. Embora essas telas e1n geral utilizem me- nus, algumas possuem teclados integrados na tela que permitem diálogos mais flexíveis, co1no, por exemplo, na entrada de tennos de busca. Alguns quiosques tainbé1n possuein teclados e teclados nu1néricos integrados. Terminais de auto- atendiinento para emprésti1no pode1n e111pregar uma caneta óptica ou um escâner plano, que ta1nbé111 serve para escanear imagens para a base de dados. Esses terminais liberam os funcionários das atividades de rotina, permitindo- lhes que participe1n de modo mais amplo de serviços para os usuários, como prestar orientação e informação. Realidade virtual O máximo em 1natéria de entrada/saída é a realidade virtual, e1n que o usuário vivencia a experiência da biblioteca ou escritório virtual. Na biblioteca virtual não há livros e a experiência é totalmente eletrônica. A realidade vivenciada pelo ! 42 rNTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO usuário é simulada ou virtual. Há muitos anos vêm sendo desenvolvidas simulações com diversos graus de complexidade para, por exemplo, treina- mento de pilotos de aviação. Existem agora iniciativas que visam a criar mais experiências de realidade virtual para o mercado consumidor. Os jogos de computador empregam técnicas de realidade virtual. Poderemos também ter bibliotecas, educação e férias virtuais. A questão é quais as experiências que merecem ser vividas n9 estado virtual? A simulação e o treinamento são inega- velmente benéficos, mas em que medida o são as experiências simuladas de prazer e lazer? Para se experimentar a realidade virtual é necessário usar um dispositivo de exposição visual. Isso se consegue com: o uso de visores e luvas de captura de dados projeções de imagens em grande tamanho, inclusive animação que pennite aos clientes ver o que está acontecendo quando se movem para a esquerda ou a direita ou se aproximam das imagens dispositivos que empregam animação numa tela-padrão ou mesmo num computador de mão, para usuários que preferem assistir à realidade virtual, ao invés de estar nela. A animação necessária é um desafio para os designers gráficos. A criação de imagens toma tempo e é um trabalho especializado, mas à medida que os pro- gramas de criação e rotação, corte e colagem de imagens ficam mais elabora- dos, a criação da realidade virtual fica menos cara. Ainda falta realizar grandes avanços em matéria de entrada e saída de som e outras sensações, corno incli- nação, vibração e odores. Outra possibiliQade é compartilhar experiências de realidade virtual, talvez com dois ou mais usuários longe um do outro. 2.7 Modos de processamento Os computadores podem funcionar Segundo vários modos. Em muitos sistemas determinado modo se prestará a uma função, e outro modo a outra função. Ao optar por um modo de operação, deve-se ter em mente o tempo de resposta exigido para diferentes funções, bem como o custo para obter esse tempo de resposta. Processamento em lotes A maioria dos computadores de grande porte mais antigos funcionava no tnodo de processamento em lotes. Hoje em dia, geralmente se adota este tipo de processamento 'nos bastidor.es'. dando-se prioridade a todas as atividades em linha executadas pelo computador. No 1nodo de operação em lotes, a entrada de dados e seu processamento se fazem de forma agrupada, quando o computador não está totalmente ocup":do com outra atividade. Concluído o serviço, os EQUIPAMENTO 43 resultados serão i1npressos ou os arquivos atualizados estarão disponíveis para consulta. O processamento em lotes continua servindo para aplicações em que seja processada u1na grande quantidade de dados; os tempos de processamento sejam relativamente longos; a eficiência de processamento seja obtida com esse tipo de processamento; ou uma seqüência de programas deva processar um conjunto de dados. O processamento em lotes é utilizado para classificar, inter- calar e atualizar arquivos, e para aplicações que necessitemde processamento em períodos determinados, como, por exemplo, folhas de pagamento, emissão de avisos de atrasos na devolução de livros de uma biblioteca, faturamento e emissão de enco1nendas de aquisições. Reflexão Relacione alguns serviços que se prestariam a ser proces- sados em lote numa aplicação que seja de seu conhecimen- to. Quais características esses serviços têm em comum? Processamento em linha O processamento em linha oferece a oportunidade de comunicação ou diálogo com o computador, além da recepção iinediata ou quase imediata de uma res- posta. O processainento e1n linha é a técnica de processamento informatizado de dados por meio de terminais ligados e controlados por um processador central. A principal vantagem dos sistemas em linha é seu rápido tempo de tésposta e, por isso, é possível formular e apresentar um pedido de informações· e receber uma resposta imediata. Uma base de dados de controle de circulaSão numa biblioteca, na qual os empréstimos são registrados no modo em linha, Õferece ao usuário a oportunidade de verificar a existência de empréstimos anteriores. A comunicação com o computador para o processamento em linha requer a existéncia de U1na estação de trabalho e conexões adequadas por telecomu- nicações com o processador principal. Um sistema como esse oferece as seguintes va_ntagens: centralização e integração de arquivos, funções e decisões que se achem separados bases de dados mais atualizadas encaminhamento de informações para quem delas necessite alterações e leitura mais rápidas das infonnações, além de entrada de dados mais eficiente um 1naior número de localidades terá acesso aos recursos da informática, e de forma mais barata redução das rotinas burocráticas. Siste1nas de teinpo real são sistemas em linha cujo te1npo de resposta é extre- 1namente rápido. São usados, por exe1nplo, no controle de processos químicos, no acompanhamento do fluxo de trabalho numa fábrica e no controle do trânsito -. 44 - INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO .... ~ com· semâforos. E1n certo sentido, por exemplo, os microprocessadores de aparelhos eletrodoinésticos funcionam em modo de 'tempo real. A expressão 'tempo real' refere-se a sistemas e1n que os arquivos são. atualizados com os dados de transações tão logo se dá o evento a que se referem. Multitarefa Significa que os usuários podem acessar unia base de dados da biblioteca en- quanto, por exemplo, um programa de planilha eletrônica realiza cálculos ou um prograina de editoração eletrônica refonnata uma tela. É possível gerar relatórios de gerenciamento do sistema nos bastidores enquanto o usuário tra- balha ein outra aplicação. Vários 1nódulos diferentes, cotno catalogação, buscas e circulação, pode1n conviver ao 1nesmo te1npo, de 111odo que o usuário pode transitar rapida1nente entre essas tarefas. Entrada remota de dados ou processamento remoto em lotes Técnica na qual o processa1nento em lotes é realizado com dados que ingressan1 nu111 tenninal ren1oto en1 1nodo fora de linha e qt.ie depois são transmitidos agrupados para o processador central. Multi programação Esquema em que um ou 111ais programas são mantidos siinultaneamente no processador. Quando este não consegue executar um dos progralnas devido à lentidão do periférico (por exe1nplo, porque está aguardando a resposta de um usy.ário nun1a estação de trabalho), ele pode 1nudar para outro programa e mais tarde voltar ao priineiro. ·A multiprograinação é àdotada na maioria dos compu- tadores de grande porte, porém eXige um co1nplexo siste1na operacional que a suporte. Unia das funções desse. siste1na operacional será realizar o escalona- mento do trabalho, isto é, efetuar o serviço que, e1n qualquer momento, tiver prioridade de processa1nento. Tempo compartilhado Sistema de tempo co1npartilhado é aquele em que vários usuários situados em pontos re1notos têm acesso ao coinpurador central de 1nodo pratican1ente si1nul- tâneo, por intennédio de estações de trabalho ligadas ao co1nputador por linhas de co111unicação. A cada estação de trabalho é alocada uma 'fatia de tempo' n1uito breve durante a qu~\ ela deté1n o uso exclusivo do processador. Um gran- de nú1nero de estações de trabalho pode ser atendido e1n cerca de uin segundo. Processamento distribuído Os coinputadores cada vez n1ais inc!ue1n o processainento distribuído. Um sis- EQUIPAMENTO 45 tema distribuído é aquele e1n que existem vários processadores diferentes, porém interativos, e/ou arquivos de dados em diferentes localizações geográfi- cas. Assim, um sistema distribuldo co1npreende diversos processadores e u1na rede que os interliga. Seu objetivo é processar o 1naior número possível de tarefas no processador que se encontrar mais perto da atividade do usuário, e transferir serviços maiores ou guardar arquivos maiores em outro processador. Dessa forma os usuários exercem maior controle sObre seus próprios dados. A estação de trabalho ou processador local pode ser um terminal inteligente, um 1nicrocomputador ou u1n minico111putador. Normalmente, o processador local fica incumbido de: verifi- cação e compil3.ção de programas; edição de arquivos; manipulação de arqui- vos; consulta loca! de arquivos; impr~_ssão local agrupada; pequenos serviços; e serviços locais. Existem vários tipos de sistemas distribuídos, que se classificam segundo a escala do equipamento, a configuração da rede e a aplicação de inteligência re.mota. Co1no as estações de trabalho em sistemas de processa1nento distribuído tornarain-se mais coinplexas, eles passara1n a ser vistos como sistemas cliente- servidor. O servidor é unia grande estação de trabalho, ou u1n computador de gíande porte, 'que hospeda o recurso central, que inclui, por exe1nplo, uma base de dados e periféricos mais aprimorados. Os clientes são microcomputadores ou estações de trabalho que se conecta1n ao servidor por meio de uma rede. Os clientes tanto executam processos isoladamente quanto recorrem ao servidor para usar os recursos centrais. Ap!Ícativos origina\n1ente escritos para co1npu- tadores de grande porte estão agora sendo reescritos para arquiteturas c\iente- servidor. Muitos dos aplicativos qu_e rodam na Internet o fazen1 no modo c!iente-.s~rvidor, inclusive vários sistemas de gerencia1nento de bibliotecas e de recuperação etn linha. Uina configuração cliente-servidor eficaz r~duz o volume de dados que precisa trafegar entre a estação de trabalho e o servidor,~. portanto, torna a co1nunicação 1nais rápida e mais eficiente. ·RESUMO Este capítulo" apresentou alguns conceitos básicos sobre. o_ equipamento empregado em sistemas informatizados. A configuração básica do computador compreende: unidade central de processamento, dispositivos de entrada, saída e memória ou armazenamento. A unidade central de processamento compreende uma unidade aritmética e lógica, uma unidade de controle e a memória principal. Esta é importante para definir a capacidade do computador. Os dispositivos externos de armazenamento constituem um rii_eio mais permanente de armazenar dados. Os dispositivos de entrada e os métodos de captura são usados para inserir dados nos computadores. Os dispositivos de saída, como impressoras e monitores, permitem que as informâ.ções sejam extraídas do computador. Tecnologias recentes, como os quiosques multimídia e / .- ' '1 1 46 INTRODUÇÃO Á.TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO a realida'j.e virtual, fazem parte dos mét~dcis de entrada e"saída: O capítulo termina com um bre'.ve panorama dos modos~~ processamento do,(omputador, inclusive;especificamente configurações'clienle-servidor. .. QUESITOS DE REVISÃO Qual a função da memória prin~ipa[ do computad;~? 2 Quais os critérios a serem aplicados ao escolher um ·ieclado? 3 .:,R_elacione três aplicações diferentes de leitoras de cÓdigos ·de barra. 4 ,~?ate os critérios sugeridos no (lnal'da seção 2.5, eXPiique por que: ~~ ·:uma leitora de código de barras é\1m bom dispos'ltivo deentrada '<· de dados num supermercado,_ -.. _ . , i~ o escanea1nento de imagens e urii" dispositivo de entrada apro- .;~ priado para gerar arquivos·eletíô'nicos de docu~entos em es- ::··- critérios. .. . 5 :Quais os critérios que você apficaria :ao escolher u~a iní.pressora? 6 ~Por que é impo~tante uma imagem.éstável e de ali~ res~l.ução na tela do monito~1 : "' 7 8 O que é R,>.M? 7 ,. ,. Qual á difei-enç'à:entre uin cederrom e um disco WOR.M? Que impli- caçõ~S isso tem. para o uso respectiv.o dos dois disp.ositiVos? 9 Desci.eva algu~as aplicações dos quiosques multimídia. 10 QuaiS'as van.tai~ns das configuraçÕ~s cliente;servÍcior? .·. '.°'.I s- ~ :..;, Bibliografia 1.· '"" ~'"1- ~;'l .; ~ Andersen, R.G'/Oata proc"eSsing. London: P-itrnaõ. 1990. (V.;·1: P[ihciples and practice. V. 2: Infon~ation systfms and technology) .:, !;:": Bingham, J. Data process.iiig. Basingstoke: Macmitlan, J 989. ··' . Burton, P.F.; Petrie, J.H. /nformation management techn"'o!ogy: __ Q librarian 's guide. London: Chapman and Hall, 1991. . Curtis, G. Business information syst€~1s: ãria!ysis, design ând practice. Wokingham: Addison-Wesley, 1989. Clifton, H.D.; Sutcliffe, A.G. Business J·~formation sys_i;ms.:New York; London: Prentice Hall, 1994. ; · French, C.S. Computer studies. LondÜn: DP Publications. (9.92. ~· --. Oliver and Chapman 's data processing and info~',,.ation techno!ogy. Lon- don: DP Publications, 1990. Lester, G. Business informalion systems. London: Pitman, 1992. (V. 1: Hardware and programming) West, 8. (ed.) Basic comp11ting prJnciples. Oxford: Blackwell, 1994. West, C.; Lording, R. /nformation technologyapplications. 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'' ··'•' . ·. ··~··. ~ .. .:. ; .. ; .7 . • -'.~conhec1dq)is diferentes fa~~tas _çiue caracterizam.:os si~temas de comunicaçãÇJ de ''d d ... ,..,. ' . ..., .. -:: a os M. .} ... -;, :;; ·: • ;~reconhecido as característiéas básicas de uma rede loCal ;,J' -· .- • . ' • , aprendid\)·çomo se empregam as redes déJonga'distância • ;fconhecidÓ:'.outros sistem~·s de?êomunicâÇão de dado·s, como as redes deva- ,~.lor agreg~do, a transmis.são dé'fac-similes~ vide.olexlô, transferência eletrõnica J;_ ,., " .. .,. ..... .,. de fundos e intercâmbio eletrônico de dados. ' ~ 0 ~ ~ _;~ t·~. 3.1 lntroôução o capítulo-2 versou sq.~e oS-fcomponentes aos ~~.mputadores, considerando sua configuração básica _êp tfÕnos de um iíJOde.lô autônomo, ou seja, de um computador que trabaÍha sérTi estar ligado ~:Out(o. A maioria dos computadores faz parte de um siste~ou:íJde, sendo coiYeni~.~te, portanto, que sejam vistos como parte de uma re·cte, ;iíl.terligada, foí~ad11 ·por vários computadores ou processadores. Este c.if;'ítul~; começa com Ú"m bíeve exame dos diferentes tipos de computadores e suas funções, passando, em seguida, a tratar, mais detida- mente, das redes de telecomunicações ou conexões entre computadores. Uma análise dos fundamentos da transmissão de dados, como velocidade de trans- missão de dados, transmissão dúplex e semidúplex, modos de sincronização, multiplexação, !11odems e comutação de redes é seguida de considerações sobre algumas das ca(acterísticas dos sistemas de comunicação de dados. Isso incluí arquiteturas e protocolos de redes e tipologias de redes. O capítulo termina com ,, 1 .i I~ '! i t : 1 1. ~ - 48 .. u1n breve exame deis redes,locais e de longa distância e outras aplicações de redes, corno yideotexto, redes de valor agregado, transmissão de fac-símiles, transferência;~letrônica çjé.{undos e inti!i'câmbio .eJetrônico:de dados. g;" ~:- <1 ;~ "~~- _; .-~ ·~~ ..... ~· 3.2 Co~p,9tadores .. -d~:.·"grandé·p.ort~1 minicoJn:Put~dO"res e míCrc:>~.omputa_.~or .. ~s · ..... ~ · · · -( ~ ·~ ~ :~ ' A históri<i·:Oa -informátiC:a:p_ode ser vista em termõs das gerações de computa- dores. As>:í~ês1primeirai-gerações pOOen\ ser clar~m~Ílte' identificadas em ter- mos das u'iildâÓes eletr~~ic'as básicaS'q.Úe aliinent;m ;ua".caPãcidade aritmética ., .... ·- - ........ ~. .. .,;· ., - .... e lógica e;qúe.São, resP:êctiVainente::;. 1:i i:· · ~ ::--~·--.• :; .;. .: primeita:ge.ração , ... -. válvulas eletrônicas: ~ -·· . segund~· g~ração .. < ~: transísto:,es ~ ~ terceir~-'~e·tação t·· ~~··circuitos :i~tegrados. •_. · - r' ' .::· ... _ .... ~ -:._,. . ~' •. - A transiçãp .de un1a ger.aÇão· para.outra trouxe beneficloS em· tennos de: ~. -~_;_·.. ~·!"- ~ -~ :-,: ' ~e· {,. - -. meno'r tam<;inho ~ : .. ~ : >- • • • -- ~ maio~ ccinfiabilidàd~*- i~ ..: .. " o ,_ - ,. ·;.,, ., meno'r demanda.de ebet-gia 1naio-rvelocidade dê1rabalho ?. • .·~. - . • .• ., . .í,J ._ . - ·. menó'res.:-custos d.ê cómP.ra e n'len·orês desp_esas·operaciq_nais. .. ,. ·--· ~ "-'. · -·~ .. :.·r .-.-~ -r·- ~~. · '. ~ _: .. ;·., ~"· ~ ... Simultarieati]ente cortj o}.ay_anços"qu~ s.e veri{icaràrn n~~ u·nidadé"S básicas de procesSéJ:~e!?to,'·houV~ m~J_hóras n'~s per!férico.s; diss~:rêSul~~ndo,";;.!ll especiai, inaior ve_Jpç}da_9e~ de _~_:nt;_~d~.e saí,da e.1riaior c~pa;Jd~?~·~~e cirmaz_ellamento. Os faQri_cante.s têm Pf.2C!-J.~ado ideritificar noyos~modelos que pertenceriam à quarta e ·9.u.iÍita ·geraÇão,Cie comp~taciores. No·.~ent$niQ, ~~ão existe uma ampla aceitaçãÕ-de-Sse cOnceít9 de quaf!a ·O_u quinta geração de cofnputádores. Há quem alegue q~e~9s coini)utàdores de· .. quarta geração· sãO. o~ que se baseiam na . ._~ ._ . ~· - •- integraçãQ erp escala intlito gn1nde, Os coinputadores êie ·quinta geração seriam aqueles q~ei~presentâ{h J~la interfãCe de inteligêntia árt-{ficial desenvolvida de modo m_ajs ;~b1npleto5_CÓntudo, aié ?gora nãÓ ·se:-de~ nenhum salto quântico desde a tfrc~ira g·eraçif(y:~e .comp4~aqÇ>res que,~corpo;.é em geral aceito, justifi- - l '-" . ~" .. .,. ...... •.. casse a identificação de·Uma nova·geíaçã~. · ' Há alguns anos, era possível di~l'inguir três categorias de computadores, tomando-se por base a capacidade ou potência do 1nicroprocessador. As máqui- nas 1nais poderosas eram chamadas de grande porte, as máquinas intermediá- rias era1n os minicomputadores, e as pequenas, os microco1nputadores. Como todas essas máquinas, mas priri"cipalmente os .micro e 1ninícornputadores, se tornaram 1nelhores com o aumento da potência do processador, ficou cada vez mais difícil traçar a linha divisória entre, por exemplo, um supermicrocompu- tador e um 1ninicomputador pequeno. Especialmente, ao se cogitar de um cotn- 1 SISTEMAS E REDES 49 '· u putador q'íle.se,preste a determinada aplicação, é comum hoje em dia projetar um sistemgtformad~;·por uma série de unidades de processamento interligadas. Uma . pa;(t~ dÔ.pro~~s~amento s~r~_.Jeita em .. ~stiiçÇi_es.de trabalho individuais, outra ... pãh_e em ·nóS.;p~Ocessadores~Que se co'rrlunicafn~~om um grupo de estações de ~.ir~6alho, e ~in~·a uma oó~~--parte do::·prÇ>~çe·ê~agiento será executada num nó L.diferente oÚ·:rilifu comptÍÚ1d_êfr central•=d~~~râfidé~ porte. O projeto do sistema · ~pr.écisa lev;t.:e;?i conta oJde 'e quais b~eS~de~dadOs serão armazenadas,e onde · f:ós~diferente~tiP~s de prOce~amento Serã_P exeg.Hados com mais eficácia. Se '!afuhém lertibráimos que7qu~Iquer. conjpu·t-ádQÍ de grande porte, ou mesmo um ~~if,rocompii.fa4~_r autônqfnO±·pode s~ l~a~?,@or i~termédio das redes de .;-tel.ecornunica_ções, a outràS cêimputado~esr~~s ~ezes situados do outro lado do · ·m~~do - Wrríâ-se evidént_~"..a dificÚidãd_e~de:.identificar os limites de um ?.fo~putado;:,Ma.is tarde yoú7iremos n~sttfê~pít~Jo à questão das redes e suas ~qa~~:çterísticáS .• Ém prime'j~o~t!igar, ap~sar]aitfifi.~uldade de identificar as dife- : ~~Ç-as, vale '.~~·P,~na exarrii~a[.tuin pouÇà tfi~i~·'as;características essenciais dos r ~,o!~putadoref d§.gran:te P.P~~, minico,n:ipütappr~.s e microcomputadores. ~-- .:.~ .. ~:· ~;. .. ::~ t; .:..: ~-: 8 ~~' ..., ~ "'; ~- :€q.mput~~q·r·~~~de g:~nde'.p?rte ~:i' ~'~ ~3·; ~ ;Q·s~{'omp{!tadit~~ de Íí~11~·e 1~brte i~º~:~o!9oj6 ~~me indica, o tipo ~aior, que, ~ e'ffi~ffiuitos~cãsor constiiu'i o-~úcleo~Ceíltràl d~'.u~ siste1na acessível a partir de ~ ã-ií~i'ou m;;i'6r6i::cfi~putàdô~~-s distrib~ídQs. F1n"t'icir1am a uma velocidade igual ou ~~- 1.tP~fiOr á::íní1_h~es de ·[~st~~çÕ.es ,po~-;egündo.e p'§ssuerµ.gigabytes ou terabytes ~ d~ "rilemó~Ía~ãéirma~~-íl~métjto cQ_ini)lert)~ent~r.~;.os c(?giputadore~ de grande ~ I:{or{é são Ç_ã.P'.ize1 de sÜpo·rtarTproce~~ame.fit9s·m~ito voll}mosos e normalmente t:o: São.··empr.é.i:>"ad!ôf:iparafiil iost~lação"S'dé··g(Sndes~bases :·ç1e dados e programas ~- P,~d;~~osoS~~ Efri -~ra[ Jtin~o-ífem s~podar~.u~ ~~pia ~-áriedade de diferentes rr' ... -:. . - ~ - ···º...-"' -~ .... ,_..., (;.:. .)."" l.,.- if..:· 4PliCâçõe~ li-Y.~a adíf!LnisJraç~o mjniS.iP.~J 9.N estadual, por exemplo, podem -~ ~uportar ~LStéTr~as de _pr_otessamentq d~ .imRQstos locais, pessoal e folha de ;:. p~gameíltO; ã~.sjJesas ê;~e~jtas, beITi;.c·~rr.i~:~istemas especializados, como os de e ;êrenciam~nt"Ó de biblíOieºéas. São UtiliZâd0s Reios serviços de buscas em linha ~~~a instat!reJornar a~tsií.~eis mui{~s ~í!S;~ q~e-Çontêm enonne quan~idade de -!'·; d~dos. Pafa :Suportar :tal?-variedade Cie ~áplicações de forma. eficiente, os -~ c;-Ornputad~fe~de· gran:d~ =p•orte prcÇis~in ;~e ~1n·a ~1.!1pla gama ·de periféricos, 1' ~)~uns do~cqJà~s-têm fi~at'-iáade·específiCa'>cófuo as plotadorás, ·~·outros, como as impressoras de linhas, que serve1n a muitas finalidades. Os sistemas de grande porte constituem configurações de equipamentos complexas, que suportam inúmeras e volumosas aplicações, e, por isso, exigem um número considerável de pessoas para sua gerência. Os co1nputadores de grande porte são sistemas de tempo compartilhado e multipr.ogramação. Os supercompu,t_adores sãó poderosos co1nputadores de grande porte que processa1n bilhões de instruções por segundo e podein lidar com 10 000 ou mais estações de trabalho. Os superco1nputadores são utilizados por órgãos de r .; J i !i ., ,, 50 INTRODUÇÃO à TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO governo e._grandes centros de pesq1,1isa;·priQcipal_mente no setor da-defesa e na .:- . ~ ' ·- ' - . . área espacial em grand_es aplicaçõ~s 'deYora.doras de números', como.as que são necessária~~ ei_TI'.projetÔs de ae~ona.Yes,'.V·eículos êspaciais e peSguis.l·nucl;ar. A maiOria d~Os_computadores at'Uais ~XecÚ_ta sú3s o_PeraÇões ~ina aPó~ia àutra. · Os proc.~~Sadór~'s Paralelo'.~ erppregam ru1na ·:séri~ de>p~9cess)idore~'. que funcionain em:.paralelo, a fim_ de acelerar as opera_ções. Ce~tena.s de;roilhares de processa~Çires,::separados pàden:i_:.operar e_m paralelo. '".Por exe~plp;_~ cada processa~9r pg_pe avaliar, de~·!Yloç!9 in~~pe~,dente, u~a parte d~fererite d~- uma equação ~pmpJexa, e os resul_tadoS.e1n seguida ser re~nidós para o ex,arne final. Há uma P.isc~s:~ão sobre qual ser~a a melh.or arquitêtura .para ·.esses· sistemas. Foram eXf)loraOos do.is enfoques fundamentahnente difere'ntes: · '·- - - SIMD-{siniÍ~ instruction ~~1utÓPte -~ata Tum~· instÍUçã·d~ r11~ltiplÜs d~dos}), e1n qy~ o píOcessaçlor.con~.iste'·em !Otes de pr.ocessado~es ca.da uin do.S quais ocupa.do de -u1na únic~ instruçã_o ~·. (__ '.:: ;.. --·-.·- ·:-. .· _ • _· • : - ' ,.__ - ,._ .- . .e, MJMr5t(1nuitip{l instr.'uction muttiple çiata.['"mú!tiplâ.s in$truç.ões, múlti- plos d3cto{f), em que.Cada co~_-pon~nte.s~ O('.Üpa.de v~rias)nstr~ç~es·:. . . JF; :-~ ;~-· . ·:. EncontrarTI.-se'.d.isponíveiS n1áqui~~s dç processament? pa_r~lel? que·:.c_omeçam a ter impac.t~ nç.qUadro dominante __ da informática: •. · -·,_- ;·.- · ( ~ - ·''· ~. ' . Minicomput~~ores ~({ ·~. .- -. f : _;,,J. : .- .:( • .. . -. .' i) -.. - .-.: _:::: Os sistemas baseados e1TI:•mi_iíicomputadores furicionam com proce:Ssadot.es de médio p~r'te. Os minico'rÍlp~l~do~es são emPregados· po~.~estãbelecimentÓs de .. ensino, i.iTiobiliárias .. bibliotf:cas .-~· esta"be!e"cimentos:Co1-r;erci~'i~. ~~- suport~ a operações corri~ emissãÓ;de ~btaSfisc;·a'is, ro.tin13:S·de éonta"bilidade,~contcO!e de '·\ . . -· . . . ·~ estoque eJo!ha de paganient~. O,~ minicoriÍputa~ores po~em ·ser l\~Jliza~os de modo 'auiônoirio', a fim·de suporicir UIT!aaplicação especí.fica,_Çomó; por exem- plo, um~sistema de ger~11ciã;ent~ de 'bibliõÍecaS. Nesta ãpÚcaç-âo·o idvé~to dos minico1~Putadores permi~iu ààs gerei:ites de bibliotecas~realil::ar ú.Ín controle muito maí~ rigoroso de sJ;,as próprias necessJdades de Computa_Çào e r_e-spect.ivos sistemas.;~Tais sistemas :.rorãm denominados sisteril:as Prorito.s ~para u'sar, _ porque e~1 geral as orgã~izaÇÕes :usuárias ~dquiriam ·.uma~soli:fÇ:ãô .flum pacote integradd,':que já. incluía~tantcl o equipame_rito qÜantÔ os,prog~arõis. Os mini- computadôres pode!TI taí~bé1n"ser USadcis COITIO t~nnifiais remõtós j}Íincipais OU processadores auxiliares [ 'front-end'J de computadores de grande porte, po- dendo ainda ser interligados para que se tenha o equivalenie aos recursos de processa1nento de um computador de grande porte. Microcomputadores . . <?~ ~M~O ~'O;~~ ~/\\ t .~\OI: Os microcomputadores ou computadores pessoais são-maquinas de pequeno porte que consiste1n num processador instalado nu1na única pastilha de silício, SISTEMAS E REDES 51 - .. montada numa j:>laca de:_circuito junto,. co~- mi~rop~o~ess,a,dor_e~ de 1nem6ria ·(fniciqprocessaddre~··de ~ÜM.{RAM). Iri~erfaCes Permitem ~Coriêxão de impres- ·Sora?.unidades de éfiscó~ stréamêrs dê fit~~ un,idadeS de':Ceq.e_from, mouses, :~ê;nei~,s óptica; e oÜtros~beriféricQS. ~9 infCio, ·~~- m3-ioria~:~os ~_ícrocomputa ;9_oreS:~ra do tipo au_t_~no~_o, ~~_hoj~em:~!~ P.~edoJnin~;~eu ~~~~r~~o c9mo parte ·de uma rede. As redes mais sunpl~s d~ ,tn1cr9coqi.puta9ore~. vao;.desde duas ou ~-, • ,.. .._,.. •"'.: . ... 1 _e \. .,_ lb-: - • '-três àté uma centen_à dé:}náqtiinaS'inter\io-adas:e que<se cOrnun1cam com um . ;Servi~Or de arqulvo$~ueÍ~nt!2 la ~;ed~-E~s;E. prÓft.:rio~~-e rvi~~or d~arq uivos pode r$er tirfl microcompútadó~ mªi.S pofente:,·Em-;·out_ras ~p)icaç~es, :~ssa rede pode . , • ., ' . "? •. 7 ,. . . " •. "\.~sta{-Conectada a Uffi p(oce~s~dor;:. cen!ral/, que _.!_ant_o, po~ Se'i_ Um rTilíliCOm- ;~utad.Õr quanto um ~~om;riuta~,pr d~;'gra~de· pOrt~ qü)~alte~~-ativâmente, micro- -éompÜtadores indiV(duâi_s Jigados~:.ao~~iniCom(?.tita~C?r o~~ ao -.$.ornputador de irand~. porte. A in~~rlig~ção-~de t'.DicrÔco1nP.UtadOre~·~m r~e,de -c;ferece a opor- jµni~§de ·de c~ijiP~í.filh'~i- d~~_os :~ bar~s g_~· dâ_9os,~Pro~(~~aS'. e periféricos, çom9, por exernPto~~-.imp_ressQtas ':~ais~ç~ra~_e ctr;__meJ~or ~~.aild~sfe . ~2"' G_S microcofuptiJad_Qfes !p"brt~teis s_ão éômpú~tadõr~s I~:ves etompactos que ~·funCi~n~~Jio-ãdos:à re:a"é-de_·elef-r-icid8de :ou a~~m'cirbàté'~ia r;carregável que ~PossiSilita ·vií~iâs h~~aS ~ê··u~Ó~ D~pendendQ do7?a1TI~hho _Poderji~Ser élassifica- ~ ;~dos ~Õ1no .lap;'Óp, ~8teQ~ok·~O~ pd(nzt~"p. ÇÕm .,~~-a.P.laca:~e r~e aI)ropriada, : ;·pod~ se, ~omhÍlic~Ç etri~redé':0 esta.ndd'.Seu·u~uáf[o rlçi-'tra~~lho~ou em casa. AI- ; .~'o-uns,usuários .&àlerb-sé~'àe ~ITT cdijiput.ador·:po&átil~quançlp estão em trânsito,~~on~~rando-o·ii~m~est.~·~ão'.de t~~~al~} qu~~·ofef~ce:Jin t~~ladf'm~i~r e um v~ tdeo õie!hor, paia entradã e saídá;de dados:no pr9ce~?ado,qe 1n~1nona do equ1- ~~ .:..i r~ ..,.,. ;; ~ -·! .c.'1 . ., -:- ~... ...,_ ·f· ;,parrlento portátil. t>,_,. ··: 6• ~. "':~:: 7' ji ~ ::; -;~ · ~: ... t'., .. :~ .. ::--:. .. ''.· .... ~-'.; .. ::' ..... \. ·i··. :~;.: .. :é'~· .. "":· ........... . ~;R~ritão ~oc~'-ac€Ssa a-"1ouma r-gde·âe cbmpttado"res?:·Em caso afir- '.1' ··' ~ _,, b ~;1' ~·- ·.,_ ·._ I{; ::.~~ !ó.r , .:;;' ~·: :~at!~o, fl'uar·g tiP,9' de[má§uirJ_;;l q4.t·vo~~ u~~.para acessa- ·"7' 1.ã e b qúe furiêiona có·íno;servidor"c,le a);quiVos? ~'. .~· _·; 'ii·~· '~ -~- '~:.:; ~}. ~~·· ~:-; ... ~tabela 3.1 re~"'ume~alaumas'1!as princiPais.CaraCteríSticas·dos computadores de ~ . ~.,., ... t:l:-;,: '.!'í ·~ .-_ ,.; - '-1.. c-- ·~rande porte, niinic9mp~utadp:res1e·microc9_1)lpQtador .... ~s. ~é :.•· ;.q 'Y< ,- t9 ' Oi ~'.!!f <:.: ,-.;.._ t'· - ;~- ~· ,_; J: Cf- rt- ct ::\ ~l r~ ~3.3 Comuriié:ação dà"infórmàçãq~~e redes:,,~ "" ~ -..,.._ ·.; '::,'1- t :;; ·-1 ::;- ~ ·:· .:-_ i; •'" ~~ combinaçã~~ntfe" infõnniil'ica ie~tel~~ori\UniC-âçõe;.'"'~ fr'-teiemática- ~pré requisito indispensável ~ u1na sociedade desenvolvida baseada na in_formação. Originalmente as teleconlunicações cuídava1n da transmissão de informações, e os computadores se dedicavam ao processamento de informações. Hoje em dia, os sistemas de co1nunicação de dados conectados a computadore~:processam infonnações e transmitem dados para qualquer lugar instantã.íleamente. attlU- l~ - M""· ., · " 11 ..JJ2 Ademais, a,combinação entre computadores e telecomunicações melhorou a tecnologia de ainbas as áreas, passando a oferecer novos meios de comunicação J' , .. , .. ' 52 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Tabela 3.1 Características dos computadores de grande porte, ;.· m~nicomputadores e micr~computadores " 1;: Microcomputador ' Característica Grande porte Minicomputador ·~ ';! I' Dimensão Grande Pequena, p: ex., u·ma '7 Menor ainda, pi-ex., .1 li configuração grande ~ do tamanhoA4-para cima. ' caberia ém 3 ou 4 m1 " ,!_Ll Capacidade de Depende da natureza da aplicação, mas-em~ geral os de grand~ f>orte~ 11, processamento são os mais poderosos, seguidos dps míni ~'microcomputadores ~ ~i i Processador Múltiplos micro- Múltiplos micro- Um único microproc.es-. ' processadores processa_ d ores sador ;: Periféricos Maior variedade Menores, mais lentos, Mais baratos e ainda e menos coinplexos, __ menos complexos, e ~ mas muito bons em geral adequados Programas Grande variedade Também gr~nde Boa variedade de cert~s de ut~!tários e ~pli- variedadé· de tipos de proira!."as, ryias...::; cativos, coníorITTe utilitário~- e .:::~ costumam não ser tão -·. . aplicativ?s especializadós q-uant~:os;~ a maqwna . ~·-. ~: das máquin~~ g~andes . , \:, ., ,; . Operação - Requer operadores Mais simples~· porém:;.~ Sem proble~as, em boi-a em te_mpo inteirai, o grau de- suf>ervisão ·· seja provável q~e o ge- qualificados exigido depende do ta- rente/usuár_io pi-ecise.ter e experientes manho da instalação noções básicas ·de ma ri Ú-. tenção de siSte~a~, elé. ~~ .. Número de Multiusuário MultiusuáriÓ MonousuárÍÓ (a não se~;). usuários ·' • quando em red_e) ;, Ambienle e Dependências es- Escritório comum, ·etc.~, Residência o~ eScrÍlói.ió ~' localização peciai.s; ar-condici- corp diviSórias para re- comum ' . onado; pisos eleva- <luzir o ruído de perifé- ,. dos para passagem ricos, etc.,. e ar-condiCio- ~ de cabós nadO S_imples em inst~l.a- : ções grandes .- .. Manutenção Contratos, com Contratos, com visitas·· Contrà~os, e"fn geral "'· visitas Semanais mensais ou menos com direito a Chãmadas freqüentes no caso de de emergência uso menor e menos equipamento Disponibilidade Fornecimento ex- Fabficantes, pacotes Mesi:nos distribuidores clusivo pelo fabri- de sistemas _(para tipOs de mínis e também cante de aplicação), fornece- varejistas e vendedores dores de sistemas de equipamentos de (para determinados.- escritório usuários) Preço (em US$) De 150 000 a De 15 000 a 70 000 De 700 a 7 000 3 000 ººº -· ·• ·~ ? ' ·' J '· ,i •! ,. ~ i . l::; ,. ;. .. ~- ,, . ... ·, \ ~ t "" '.~. SISTEMAS E REDES 53 e armazenamento de dados, como correio eletrônico, perió#_icos ~}e(:.Ç_.ôQ!cos.b videot~xto. O emprego conjunt-q dess~s tecnologi~_s oferec'~:um~irrjP~.rtant;. oportunidade de influir sobre a:Jçrrna "cómo as informações,_são giaQ.ip~ladas;· armazenadas, processadas e corTibnicadas. ~ '.:7 g ~· f' Todos os sistemas de telecomif_íli~ações t~m certos compoilentes~çsg_efi~iais:-~ - ·. -;:;-; ~~ $ r~~ tf_~, ~ f; um transmissor que envia ici[óX1.naçõe~ .,_; i Í ~- ~· um receptor que as aceita =: -~ ~ : ·5. d um meio de transmissão atiãv~_:s do-qU5'.1a1nensage1n tràfega-S 7-~. ~ - • • w u '*"...,. ~ . sin~is e códigos que represe~Jal-n a n1erriagem 5 e! • .a n- '8 controles de rede que garante~que a @ensagem cheg.ue_:á setf d~tiri.o. ~ ~ ~ .:r . # sr . ~1 ~ ~ ;_- As redes de computadores pos~l}~lD uma ~.anedade de !Lª~.§.mtssgrl~"~cep~. tores, meios de traq~missão, sin~,ts.;~Çódigoi~ controles _del~~~e. g j ~ ;; 1 Os computadores· mais elem_eíl.tar_ts são os modelos autonomos:_com~,rnont:· - . - ~- - 0- . À· .-,.,_ ,., ~· ~- -1..· • tores de vídeo integrados, co1no~acôntece com os inicroCbniputadóres de us·o' · ·~ ._, .-1._; -~i-- -. ~iJ- :-,. ~ ,;-,': .-..:;. ~ . ,...-pessoal. Qµando passamos -para t.i1n:comput_ador maior, ql}e ~porta VJI.n~_s ter-. • • '#J- ,r. '.< .'IJ_~~ _,,. . ,, .- ~ _., ··-' ~ : minais, .torna-se ne:cessana uma_oreOe de te-rm1na1s,_ devendo'ser usadasicone..:· - ·- . ~ "' ~-· •'. :-. ::.:;:,__ ..... .. :;. ".'" :~. ~: .!.: •J: t·;·Xões _JJOr 111eio de t_elecornunicaÇõ'e_s-~para ligá-los ao. comp,utador. :I_g~alrnenttt_~ ?""• ··ÓITÍ_gruPo d~ mic'roÊomputadorei.'qUe tenhcifu de se cÕmunicàr~,enirC~ si .oif'corn::· · • -:-· l..-.. rc~·- ... ~ '-r ..... { __ !- ; partilhar urTta·i1npressora deverãÕ-Sér interligados por rede: Tambérn:-é P.Íecisô. > ,..·, ;;;~·-·' • ·.:.-· :'.\ t,-;:-0~~.:' -~ ... f u1na rede P.ara conectar uin termina·J•a um :-c.on1putador remo.!o~Empreg~m~s~· vários tipo~::de redª, cb~f<?nne a~ ~-ircunstâ~cias. Os fatOf~s 9-~i[dê1rt'efrn·iPa~ ?- ~ - -~ - .· 1nais apropf._iada paf.a determin~dJi'<!Plicaçã9:.são os seguiíl~ei'.~ ;,. ~: ~ :!· --:~ ~ • .. ' ;.> %· -' . .. ~~ ~;- ~. ~- ~~ ~ ; .;1 ~~ ~ ~ ~ volu1ne:de tráfe'go e cap-ªciQaBe~_exigida;· 1; - ~ 3. ~ fl pio • I.;.:_ • ···' - _,... ;_,. f"· .i. t.10· ~ e- .;),. "·' .1l· • (Y "1i velo~1d~~e e~1~:~da_~ ~ 9 ~ ~ ~ q_ ~: S. ;Xi ~- ~ _g :! •,. fidel1da5!e ex1g19~ . ;.-..; ~ ~-J li .. ~ ~- ~ ~ .~:.~~-o g. •. custo aceitável.:'; ::· C ;;-. '·· . r11 ;t ~. ~ Ç ~ ~- L dl, 4-:'!" .... ::-· ~;'t .,f ~ ~ ,5. ; ~- ;r _;;fa ._g. .:~: .. ;$ As organiz.W,ões e~Pregam QJ(~rent'é.s e\eme'íl.tos das t:edes pe tel~Cbfl}~_~iê~çç.._es~ para atendér.,a diferéíltes firiiliCiade.~/Eis alfi.íns exerTIPlos:r "'" ~ ~.ri•'-' L- ..... _. j· rede local interligando as estaç~~~ de trabalho de~ro de um edifício de mq~~~ w• >• -~ do a suportar o acesso a sistema._?'de processamen.~4.;de transações, como um.~ sístema de gerenciamento de b{filiotecq~_:~ .f;~ :.!~ redes de longa distância de dados naciônais e iíl1e'rnacionais e nacionais·:;;: para acesso a correio eletrônicÓ):forneC;ifuento d~.Jiocumentos, boletins de°3 notícias e bases de dados ~,.:.. ~ í:"': ' redes nacionais de dados e voz para acessar ser~iços de videotexto redes de voz nacionais e internacionais para chamadas telefônicas serviços de radiodifusão para a recepção de tel~texto. O resto desta seção trata de algumas características das redes de telecon1unica- ções. 54 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 3.4 Transmissão e comunicação de dados Transmissão de dados é o movimento de informações com o emprego de uma forma de representação apropriada ao meio de transmissão. Isso podeincluir sinais elétricos, sinais ópticos ou ondas eletromagnéticas. A comunicação de dados inclui a transmissão de dados, porém é mais ampla, pois também diz respeito a: circuitos e redes de transmissão fisica o equipamento e os programas que suportam a comunicação de dados procedimentos para a detecção e correção de erros padrões para interfacear equipamento do usuário com a rede ou meio regras e protocolos para controlar o intercâmbio de informações. Esta seção examina algumas características da transmissão de dados, enquanto a seção seguinte trata das características do sistema de comunicação de dados. Velocidade de transmissão de dados A velocidade de transmissão de dados por uma linha de telecomunicações é uma importante característica das conexões por telecomunicações. Essa velocidade é medida em bauds e expressa como taxa de bauds. A taxa de bauds é igual ao número de elementos de sinais transmitidos a cada segundo. O termo 'baud' deriva do nome de Henri Baud, criador de um antigo código de comunicação. A taxa de baud é, em geral, o mesmo que quantidade de bits de informação trans- mitidos por segundo, uma vez que o ele1nento do sinal é normalmente um bit. Assim, por exemplo, uma linha de 2 400 bauds transmite um máximo de 2 400 bits por segundo. Linhas de voz, como as de telefone, podem transmitir dados a 600 ou 1 200 bits por segundo (bps). Com modems mais rápidos é possível transmitir até 4 800 bps nessas linhas. Em linhas de banda larga podem ser alcançadas velocidades de 50 000 bps. A velocidade de transmissão depende da largura de banda do canal. A largura de banda é medida em hertz, ou ciclos por segundo. Velocidades relati- vamente lentas são aceitáveis para correio de voz e outros sistemas de mensa- gens, mas serão necessárias velocidades mais altas se o volume de dados a transmitir for maior, como no caso de transferência de arquivos ou na transmis- são de dados multimídias. Se as velocidades de transmissão não forem altas, o grande volu1ne de dados usará toda a capacidade da rede durante um longo perlodo de tempo, deixando-a atravancada para outros usuários. Transmissão completa e semidúplex Os termos completa e semidúplex referem-se à forma co1no os dados são envia- dos entre computadores. No modo dúplex completo os caracteres digitados tra- 1 1 1 • i SISTEMAS E REDES 55 fegam pela linha telefônica como um tom modulado numa freqüência, e retor- nam em freqüência diferente, antes de serem canalizados para a tela. Portanto, o que se vê na tela é exatamente o que chegou ao computador remoto, que pode ser ou não o que foi digitado. Nos canais semidúplex os dados trafegam pela linha nos dois sentidos, mas não em ambos os sentidos simultaneamente. Se o computador remoto estiver esperando dúplex completo e o tenninal estiver configurado para semidúplex, o mesmo caractere aparecerá duas vezes na tela, a primeira vez vindo diretamente do teclado e a segunda quando o com· putador remoto ecoá-lo. Muitas redes que, na realidade, não exigem que os dados sejam transmitidos em ambos os sentidos simultaneamente, utilizam, não obstante, canais de dados dúplex completos, pois o tempo de retorno do canal causaria tempos de resposta do computador excessivamente longos. Este é um problema específico de sistemas que precisam ser compatíveis com canais de satélites de comunicação, que possuem retar.dos de transmissão relativamente longos e, portanto, -não podem ter um retorno rápido; isto significa que a maioria utilizará técnicas dúplex completas. Os sistemas símplex empregam transmissão .s9mente num único sentido. Quando informações digitais são enviadas por meio de uma rede comutada, a sincronização deve ser mantida para que o receptor rec_eba o fluxo de bits da forma como foi transmitido. Modos de sincronização É necessário que o receptor de dados possa separar em grupos de bits de infor- mação o fluxo de bits que recebe, de modo a traduzi-los em dados. Existem dois meios de realizar isso, que se designam como modos de sincronização: trans- missão assíncrona e transmissão síncrona. A transmissão assíncrona é mais sünp!es, destinada a sistemas onde a informação tem de passar por extensos enlaces de comunicação. A transmissão assíncrona exige que na ponta onde ocorre a recepção exista um método para detectar o começo de cada caractere, a fim de garantir que nenhu1n pulso se per- ca.Consegue-se isso circundando cada caractere com um código de início e um ou mais códigos de parada, a saber: código de início caractere 1 código de parada caractere 2. Tanto os códigos de início quanto os de parada são representados como um bit de dados cada um. Assim, na transmissão de dados assíncrona, um caractere que seja representado por um código de 8 bits (ver capítulo 4) será transmitido com 10 ou 11 bits. Desse modo, por exeinplo, 300 bauds equivalem a cerca de 30 caracteres por segundo, e 1 200 bauds, a 120 caracteres por segundo. 56 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Alguns sistemas assíncronos empregam início-parada no começo e no fim dos blocos e não dos caracteres. Um bloco é um grupo de bits que é tratado como uma unidade lógica de dados. A sincronização síncrona resulta em transmissão de dados mais rápida, mas depende da contagem e sincronização exatas dos bits transmitidos. Consegue-se a transmissão síncrona sincronizando-se os relógios internos dos equipamentos de recepção e transmissão. Por exemplo, os primeiros oito bits transmitidos são reconhecidos como o primeiro caractere, os oito bits seguintes, como o segundo caractere. Naturalmente, isso depende de sincronização exata, e de que os dados sejam transmitidos segundo uma taxa fixa. Um bit defeituoso resultaria na deturpação de toda a mensagem. É claro que este modo de sincronização não é bastante robusto para redes públicas de telecomunicações de longa distância, nas quais não é rara a ocorrência de ruído. A sincronização síncrona, porém, presta-se às redes locais, onde um grande volume de dados tem de ser comu- nicado rapidamente. O equipamento de transmissão síncrona é mais caro do que o equipamento de transmissão assíncrona. Multiplexação e modos de transmissão Multiplexação é o emprego de uma única conexão de telecomunicações para transmitir vários sinais. A multiplexação simples oferece uma conexão transpa- rente entre terminais remotos e as portas do computador às quais esses terminais se acham conectados. Em geral, eX:ige-se a presença de multiplexadores em ambas as pontas de uma linha telefônica 'compartilhada'. Há dois tipos de multi- plexação: por divisão de freqüência (FDM) e por divisão de tempo (TDM). A FDM implica várias mensagens paralelas que partem de diferentes terminais em fre- qüências diferentes. As freqüências diferentes permitem ao receptor distinguir entre as mensagens. A TOtvl intercala bits ou caracteres que partem de diferentes terminais. A TOM é mais popular do que a FOM nos sistemas atuais. Obtém-se a utilização mais eficiente de canais por meio de TOM estatística ou multiplexa- dores estatísticos (STOM). Um STDM é um dispositivo inteligente capaz de ava- liar as demandas instantâneas de cada terminal quanto à capacidade de linha, e alocar o tempo de linha correspondente. Os multiplexadores vêm muitas vezes integrados aos concentradores e modems. A multiplexação foi originalmente introduzida para se obter o emprego mais eficiente de canais de comunicação, tendo, porém, se tornado um componente importante em redes de longa distância. Os concentradores ajudam na plena utilização de linhas de dados de alta velocidade. Há discrepância notável entre velocidade de linha e velocidade de digitação do operador, mes1no erit redes de baixa velocidade. Dessa discrepân- cia resultam espaços brancos na sucessão de bits. O concentrador atua como um armazenador temporário ao reunir bits de cada terminal ou grupo de terminais e guardá-los em sua memória intermediária até que haja bits ein quantidadesufi- ciente que justifique a transmissão. f ' 1 ! t 1 1 1 1 1 1 l SISTEMAS E REDES 57 Modems O termo 'modem' é uma contração de modulador/demodulador. O processo de modulação/demodulação implica a conversão de sinais digitais, geralmente oriundos de um terminal de computador, para uma forma adequada à trans- missão em sistemas analógicos. Por exemplo, emprega-se um modulador para converter os códigos digitais do computador para a forma analógica adotada em muitas redes públicas de telefonia. Um demodulador na outra ponta faz a recon- versão dos códigos, de analógicos para digitais. Os modems são dispositivos instalados em ambas as pontas de uma conexão analógica, de modo a permitir que os dados digitais sejam comunicados. Função similar é executada pelos acopladores acústicos, que diferem dos modems pelo fato de não estarem liga- dos permanentemente à rede de telecomunicações. Sua principal limitação está em que as velocidades de transmissão com que funcionam são relativamente lentas, podendo, no entanto, ser conectados a qualquer telefone, pelo que en- contram algumas aplicações especiais em condições de campo. Existem três tipos básicos de modulação analógica: amplitude, freqüência e fase. As modulações de amplitude, freqüência e fase são simplesmente formas diferentes de empregar as ondas sonoras para representar os dígitos O e l. A modulação digital é chamada modulação de pulso, e uma de suas formas co- muns é conhecida como modulação de código de pulso (PCM). Na PCM os dados são transmitidos como uma fileira de pulsos distintos codificados. Os modems podem ser unidades independentes, porém, hoje em dia, estão freqüentemente integrados aos microcomputadores como uma placa de mo- dem. Há modems com diferentes características. Por exemplo: funcionar em modo dúplex completo ou semidúplex; fazer transmissão síncrona ou assín- crona a diferentes velocidades, como 14 400/9 600/4 800/1 200 bps; funcionar em circuitos privados ou redes públicas de telefonia; e também suportar multi- plexação. Existem normas relativas ao.uso de modems para transmissão a dife- rentes velocidades. Por exemplo. v22 aplica-se a 1 200 bps em dúplex comple- to, v32 até 9 600 bps e v32bps até 14 400 bps. 1 Ao escolher um modem é impor- tante avaliar qual será sua finalidade e as redes em que será utilizado. Reflexão Quando os modems se tornarão obSoletos? Comutação de redes A.s mensagens trafegam entre transmissor e receptor com o emprego de técnicas comutadas ou não-comutadas. São três as principais técnicas de comutação: comutação de circuitos, comutação de mensagens e comutação de pacotes. 1 Em maio de 2002, havia recomendações adicionais da União Internacional de Telecomunica- ções, a saber: v34 até 33 600 bps, v35 até 48 000 bps e v90 até 56 000 bps. (N.T.) l J 1 ss INTRODUÇÃO Á TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO A emissão a partir de um único transinissor para muitos receptores que possam 'sintonizar' as mensagens constitui a rede não-comutada mais comum. Outro método não-comutado é quando um terminal se acha diretamente ligado a um computador central. Reflexão Por que a comutação é necessária em redes de telecomuni- cações? A comutação de circuitos é adotada nas redes públicas tradicionais de telefo- nia. Neste caso, o mecanismo de comutação estabelece uma conexão tisica, par- tindo do transmissor para o receptor. A fim de alcançar seu destino uma cha- mada pode ser roteada por intennédio de muitas estações (ou nós de rede). As primitivas centrais telefônicas era1n manuais e, mais tarde, dispositivos eletro- mecânicos passaram a conectar as chamadas em cada nó. Desde a década de 1970, acha1n-se em Operação estações totalment(;'! informatizadas. Estas tanto fazem as conexões de circuito comutado tjuanto executam várias funções de controle, como completar uma chamada, acionar os sinais de discagem ou de ocupado, monitorar e registrar despesas. Essas estações são chamadas estações de controle por programa armazenado (SPC). O sistema X da British Telecorn é do tipo SPC. Algumas grandes__ organizações contam com suas próprias centrais telefô- nicas, conhecidas corno PABX (private automatic branch exchange) ou PBX (private branch exchange). É possível dispor de linhas alugadas ou dedicadas nas redes públicas de telefonia. Os siste1nas de comutação de mensagens superam o problema das linhas ocupadas ao permitir que as mensagens sejam enViadas para o centro de comu- tação e ali armazenadas temporariamente. Elas são depois transferidas, por meio de uma chamada, do centro de comutação para o número que foi chamado. A comutação de pacotes é um tipo de comutação de mensagens que envol- ve a comutação e a transmissão de dados em quantidades distintas chamadas pacotes. Ao contrário de um sistema de circuito comutado (como a rede pública de telefonia), não se exigem caminhos de transmissão ponto a ponto, perma- nentemente alocados, durante o período de uma chamada. Cada pacote contém em si mesmo tanto os dados quanto as infonnações necessárias para seu enca-. minhamento pela rede. Todos os centros de comutação de pacotes ou nós são informatizados. Eles interpreta1n as informações de controle incluídas e1n cada pacote. Os pacotes são armazenados durante uin breve período na rne1nória principal de cada nó, antes de serem encaminhados para o nó ou receptor seguinte. Embora a mensagem original seja fragmentada e1n pacotes que podem chegar em momentos diferentes, o sistema de cotnutação de pacotes garante que todos chegarão ao destino exato e serão remontados de modo correto. Existem duas modalidades 1 ! ! 1 1 1 SISTEMAS E REDES 59 de comutação de pacotes: o método de datagramas e a técnica de circuito vir- tual. No método de datagramas cada pacote é endereçado individualmente, e os datagramas podem percorrer diferentes caminhos da rede. Na técnica de circui- to virtual, todos os pacotes são encaminhados através do circuito virtual. A rede nacional de comutação de pacotes da companhia britânica Te\ecom é a Packet Switch Stream (PSS). As tarifas baseiam-se no uso e nas velocidades de transmissão, independentemente da distância. A PSS proporciona acesso ao International Packet Switched Service (IPSS) para a transmissão internacional de dados. A comutação de pacotes utiliza as redes de modo mais eficiente do que a comutação de circuitos, pois as mensagens podem ser intercaladas para elimi- nar os espaços vazios. A sincronização é também manipulada pelos nós da rede. No entanto, a comutação de pacotes requer mais recursos de computação e1n cada nó. Em algumas da estações mais recentes, tanto a rede de comutação quanto a estação são infonnatizadas. Este tipo denomina-se estação de comutação digi- tal, e etn todas as estações desse tipo todos os sinais, inclusive o de voz, estão em forma digital. A maioria das empresas de telecomunicações planeja converter as atuais redes analógicas de transmissão de sinais em redes totalmente digitais. A conversão, entretanto, é gradual, devido à escala e ao custo do empreen- . ·~·. dimento, e poderá levar de 20 a 30 anos. Reflexão Explique, com suas próprias palavras, a diferença entre co· mutação de circuitos e comutação de pacotes. 3.5 O sistema de comunicação de dados Esta seção examina três características importantes das redes: os meios de transmissão, as arquiteturas de redes e· os padrões de protocolos, e as topologias de redes. Meios de transmissão As redes de telecomunicações usadas para a transmissão de dados compreen- dem um ou alguns dos seguintes meios físicos de.transmissão: .1 Fios ou cabos trançados de cobre, como nas linhas telefônicas comuns. Um cabo de pares trançados é um pouco n1ais barato do que um cabo coaxi- al, porém é vulnerável a· ruídos. Ainda é amplamente empregado e é satis~ fatório co1n baixas velocidades de transmissão de dados. -2 Cabo coaxial: possui 1nuitos fios isolados no 1nesmo cabo, com maior ca- pacidade do que o cabo de parestrançados, sendo utilizado para transmitir diferentes serviços etn diferentes bandas de freqüência. Assim, um único l 1 l l ' 1 j H i 1 l 60 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO cabo serve para transmitir dados, voz e vídeo. O cabo coaxial é usado como meio de transmissão para a comunicação de dados local e internacional. 3 Fibra óptica, fonnada por fibras de vidro da espessura de um fio de cabelo, através das quais se transmitem ondas luminosas que representam impulsos elétricos. A luz provém de uma fonte luminosa, como, por exemplo, um laser, e é vermelha ou infravennelha. Um cabo forte e impermeável contém grande número de fibras paralelas, por onde passa a luz que é recebida por um dispositivo conhecido como transdutor, que converte os impulsos elétri- cos em luz, e vice-versa. A fibra óptica apresenta várias vantagens em com- paração com os fios trançados de cobre ou o cabo coaxial, e que são: grande largura de banda, de várias centenas de megabits por segundo baixa atenuação ou pequena perda de sinal; a luz pode viajar por até cinco quilômetros sem necessidade de repetidor que reamplifique a in- tensidade da luz não há interferência de equipamento externo elétrico ou eletrônico alta confiabilidade economia, pois o vidro é material mais barato do que o cobre. A fibra óptica pode ser usada em computadores como condutor para comu- nicações de alta velocidade bem como para comunicação de longa distância entre computadores. 4 Microondas. Uma conexão de microondas é uma transmissão de rádio de freqüência ultra-alta (UHF) entre dois pontos situados na linha de visão. Esses pontos possuem transmissores e receptores de rádio (transrecep- tores) conhecidos como estações repetidoras. Essas estações normalmente estão situadas em morros, de modo a proporcionarem o máximo de distân- cia de linha de visão. As microondas possuem freqüência alta e grande largura de banda e, por isso, são capazes de transmitir sem distorção. 5 Satélites de comunicação utilizados para transmissões telefônicas e de tele- visão. Os satélites de comunicação eliminam a exigência de posições na· li- nha de visão. Principalmente, devido à exigência de linha de visão, as micro- ondas não podem ser usadas na comunicação transoceânica. Para superar esse problema, são instaladas repetidoras em satélites. A repetidora do saté- lite recebe transmissões de rádio de cada estação na Terra, amplifica a men- sagem e a retransmite. A mensage1n procedente do satélite é captada por estações terrestres, que, em geral, são antenas parabólicas. 6 Fiação da rede de eletricidade comum pela qual podem ser enviados sinais de controle por um computador para ligar e desligar dispositivos comutado- res (por exemplo, interruptores elétricos). Os diversos meios de transmissão variam quanto à forma física, velocidade, 1 SISTEMAS E REDES 61 capacidade (isto é, a taxa com que os dados são transmitidos sem erro), fideli- dade de transmissão, e custo. Na prática, uma rede internacional de comunica- ção de dados vale-se de uma combinação dos meios acima citados. Os dados podem passar por fios trançados de cobre ou cabo coaxial ao saírem da estação de trabalho, daí por um cabo de fibras ópticas e em seguida por uma rede de mi- croondas, antes de serem transmitidos para um satéliteporuma estação de rádio. O satélite poderá então retransmitir a mensagem para a estação receptora. A seguir, a mensagem passará por outra série de redes de microondas, fibras ópticas e cabo coaxial antes de chegar ao destino. Ao escolher um meio de transmissão para uma dada aplicação, é importante buscar alta capacidade e boa fidelidade, além do custo---eficácia. A capacidade de um canal é determinada por sua largura de banda. Diferentes tipos de infor- mação (por exemplo, voz, transmissão de televisão colorida) requerem o envio de diferentes volumes de informações. A largura de banda do canal, portanto, determina os tipos de aplicações que uma rede pode executar. Arquiteturas de redes e normas de protocolo As redes de computadores buscam interligar vários equipamentos e sistemas informatizados. A eficácia potencial da tecnologia da informação depende grandemente da eficácia das redes de telecomunicações. Uma das principais finalidades de uma rede é oferecer compatibilidade ponto a ponto, de modo que qualquer terminal ou sistema possa conectar-se com qualquer outro. A fim de examinar este tópico mais detidamente, convém tratarmos antes das arquitetu- ras de redes. Uma arquitetura de rede consiste numa definição sistemática: da topologia da forma como as unidades se distribuem através da rede do controle e fluxo das informações na rede dos protocolos e normas de codificação e transmissão de dados. A arquitetura adotada por um fabricante costumava ser incompatível com a ar- quitetura ad~tada por outro fabricante. O conjunto de fonnatos e procedimen- tos, estabelecidos de comum acordo, que governam o intercâmbio de informa- ções entre sistemas é denominado protocolo. Os protocolos, por exemplo, referem-se a métodos de detecção de erros, regeneração após a ocorrência de erros, velocidades de transmissão, formato dos dados e iniciação, transferência e término de mensagens. Cada fabricante possuía seu próprio protocolo. Por exe1nplo, a IBM desenvolveu o Systems Network Architecture (SNA). Outros fornecedores que desejasse1n fazei conexão co1n equipamento IBM tinham de desenvolver recursos compatíveis com a SNA. Desde então, na tentativa de re- solver essa situação, foram elaboradas normas nacionais e interriacionais. Are- comendação da Organização Internacional de Normalização (ISO) sobre inter- conexão de sistetnas abertos, conhecida pela sigla OSI (Open Systems Intercon- 62 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Tabela 3.2 Os níveis da ISO para interconexão de sistemas abertos (OS/) Grupo Nível Função de Tipo de atividade neste nível 051 controle Usuário 7 Aplicação Inicia e executa tarefas de aplicação com a informação captada pelo usuário, como transferência de arquivos, processamento de mensagens e emulação de terminal 6 Apresentação Apresenta a informação para o usuário, numa forma apropriada de aplicação, talvez convertendo os caracteres de controle empregados por diferentes tipos de terminais, usando os protoco- los OCA-DIA e x-400 5 Sessão Estabelece, mantém e encerra as cone- xões lógicas e a interação para transfe- rências de dados vistas pelo usuário Transporte 4 Transporte Gerencia as transferências de dados entre os nós da rede, inclusive endere- çamento do controle de fluxo 3 Rede Encaminha mensagens e executa outros controles minuciosos de gerenciamento da rede (a norma x.25 encaixa-se neste nível) 2 Conexão de Controla a transmissão de sinais e forma- dados tos de mensagens em conexões entre terminais e redes Física Lida com interconexões elétricas, mecâ- nicas e outras de natureza física; certos fatores são definidos, como meio de transmissão, níveis de voltagem e número de pinos da tomada nection), é constitu[da de sete camadas e sintetiza recomendações concernentes à visão que Ó usuário tem do sistema (níveis 5 a 7) e os controles de teleco- municações (níveis 1 a 4), como mostra a tabela 3.2. O modelo da ISO foi importante para facilitar a comunicação sobre normalização entre diferentes fabricantes e usuários de redes. O Comitê Consultivo Internacional de Telegra- fia e Telefonia (CC!TI) estabeleceu importantes normas neste campo, com seu protocolo X.25, por exemplo, que cobre os níveis 1 a 3, para redes interconecta- das de sistemas abertos por comutação de pacotes. Esta norma cobre o meca- nismo atual de passagem de um pacote de um nó para outro) a maneirei co1no os pacotes são reunidos e seg1nentados, o estabelecimento das conexões entre os nós e o método de conectar o teITTJinal ao.computador hospedeiro. i t 1 1 SISTEMAS E REDES 63 Outra recilização da os1, de especial relevância para as bibliotecas, foi o estabelecimentod"os protocolos de empréstimo entre bibliotecas baseados no trabalho desenvol:vido pela National Library of Canada, e o protocolo de busca e recuperaçãÜ. A.norma z39.50 e o protocolo de busca e recuperação (SR) serão examinados .de modo mais completo no capítulo 4. Topologias,de redes A topologia .é um dos aspectos da arquitetura de redes. A topologia da rede é a forma como os enlaces de comunicações conectam o equipamento. A figura 3 .1 mÔstra algumas topologias de redes comuns. Na prática, muitas redes ~ão com- postas, interligando redes de diferentes topologias e protocolos. A 1nte~face entre redes é proporcionada por um comutador de passagem [gateway sw1tch],- As redes em estrela têm em seu centro um único nó de rede, o qual esta diretamente ligado a várias estações de trabalho de assinantes. As estaç_ões de trabalho não podem se comunicar diretamente entre si, devendo comunicar-se pór intermédio do nó central. Essa tipologia é adequada, quando as e_~~~ç~es de trabalho precisam acessar uma base de dados central. E, porém, ~-1.Qeravel a defeitos do processador central ou da transmissão. ·_ ~ As redes em anel ou laço são aquelas em que todos os nós são ·in~~ligados em base igllai. Os dados são enviados por meio de qualquer nó e corrtunicad~s a toda a rede. O nó apropriado aceita os dados. :; . As redes de multipontos contam com muitas estações de tra~al~_-que ~1s putam entre si enlaces com um nó central. A multiplexação p~nn1te.qy~ muitas estações de trabalho compartilhem o mesmo canal. Esta t1polog1a reduz os custos de linha porque emprega somente um circuito ramificado para conectar todos os nós. Presta-se para conectar estações de trabalho a um computador hospedeiro ou servidor. Os nós não p~dem se comunicar diretamente entre si: Uma rede em barra é constituída de um único cabo ponto a ponto, a partir do qual são feitas conexões com os periféricos. Todas as estações de tr~balho estão em contato direto entre si. A topologia é adequada para redes locais por- que os nós podem ser ligados e desligados à vontade. Numa rede, como uma rede local, é preciso assegurar transmissões de dados isentas de' erros. Nas redes locais há três sistemas que proporcionam acesso à rede Por parte de cada estação, ou protocolos de acesso: um sinal ~e pennis~ã-o; conector vaoo· acesso múltiplo de detecção de portadora/detecçao de cohsao cCsM_A/CD). N~s dois primeiros, uma estação da rede ou recebe (regularmente) um sinal que a autoriza a transmitir, ou espera até que passe um conector vago e o preencha com um pacote de dados. O método CSMA/CD baseia-se em que to~ das as estações estejam ouvindo a rede e transmitindo quando o tráfego esta livre. Quando transmitem continuam ouvindo e, se detectam uma colisão (duas ou mais estações transmitindo simultaneamente), para1n de transmitir e voltam a tent~r daí a pouco. ., 1 " ! 1 1 h /: i' l 1 64 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO I I I l I 1 Figura 3. 1 Topo/agias de redes ComputadorlPABX rede em estrela 0 estação de trabalho rede multipontos 0 estação de trabalho rede em anel ou laço 0 estação de trabalho rede em barra 0 estação de trabalho SISTEMAS E REDES 65 Reflexão O que você entende pela expressão topologia de redes? Qual a diferença entre arquitetura de redes e topologia de redes? 3.6 Algumas aplicações das redes Esta seção trata sucintamente dos diferentes tipos de aplicações de redes. Redes locais Rede local é uma rede de comunicação de dados empregada para interligar vários computadores, tenninais, impressoras e dispositivos de armazenamento secundário instalados numa área geográfica limitada, normalmente de 10 qui- lômetros quadrados, no máximo. A área limitada possibilita altas velocidades de transmissão. O objetivo fundamental é compartilhar recursos de computação, como processadores, memória em disco, impressoras e portas de comunicação com outras redes, entre um grupo de usuários. As conexões são._fejtas direta- mente por cabos, que podem ser de fios trançados, coaxiais ou de~flbra óptica. Cada dispositivo ligado à rede local é chamado nó. Para que u~microcom putador possa ser conectado a uma rede local é preciso instalar nele uma placa ·~. de interface de rede. Para controlar o funcionamento da rede local Cfnecessário um sistema operacional de redes. Emprega-se uma ponte ou ro_teador ·para conectar duas redes locais diferentes, de modo que um nó de Ur11:f:l rede local possa se comunicar com um nó de outra rede local. Uma ponte cabeª.da conecta, por exemplo, uma rede local com um computador de grande porte:·- Os recursos compartilhados numa rede local são controlados por proces- sadores conhecidos como servidores de arquivos. Existem programas especiais para controlar as redes locais. Muitas vezes, determinada organização pode possuir mais de uma rede local. Essas redes locais podem ser ínterconectadas por meio de uma ponte ou roteador. Dá~se o nome de topologia ao projeto físico de uma rede local. As topologias possíveis (mostradas na figura 3.1) são em estrela, em anel e em barra. Eis_ algumas das aplicações comuns das redes locais: transferência e acesso de arquivos processamento de textos manipulação de mensagens eletrônicas manipulação de arquivos e informações pessoais com programas de base de dados criação de informações gráficas acesso a base de dados remota transmissão e armazenamento digital de voz. 1 'l ' J ! l !. 1 ' ., ., 66 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Redes de longa distância ~s_redes de longa distância empregam enlaces de telecomunicações para possi- biltta.r aos computadores que se comuniquem entre si independentemente de sua localização. As topologias em estrela, anel e barra podem ser adotadas para tal fim. As redes locais e de longa distância podem ser interliaadas fonnando uma . . o ~nica_ rede universal. A Internet é uma série de redes de longa distância interligadas. (No capítulo 8 examinam-se mais detalhadamente a Internet e a recuperação de infonnação.) ............................................................... Reflexão Quais as diferenças entre redes locais e redes de lonoa distância? 0 Transferência eletrônica de fundos Os sistemas de transferência eletrônica de fundos permitem aos usuários de computador transferir, eletronicamente, dinheiro de suas contas para outra conta. Por seu intermédio os empregados podem receber seus salários, podem ser pagas as faturas dos fornecedores, e efetuados os pagamentos em pontos de venda a varejo. Os serviços de compensação interbancária lidam com alo-uns milhões de transações por dia útil, muitas das quais envolven1 a preparaç~o e manipulação de documentos de papel. A transferência eletrônica de fundos per- mite que as informações sobre as transações financeiras sejam representadas por meio eletrônico ou magnético ao invés de documentos de papel. Além disso, as contas são atualizadas simultaneamente na memória do computador. É possível fazer a transferência eletrônica de fundos com um cartão magnético de crédito ou débito, que é inserido num terminal de ponto de vendas de uma loja de varejo, ou usado a partir de casa, por meio de um microcomputador ou televisor ligado à Internet. A transferência eletrônica de fundos feita da residência é em geral denominada banco em casa [home banking]. É também importante componente dos sistemas eletrônicos de compras entre empresas. Redes de valor agregado Uma organização que oferece serviços de comunicação ao público em geral é -denominada transportador comum ou empresa postal, telegráfica e de teleco- municações. Quando uma organização aluga linhas de um transportador co- muin e acrescenta a esse serviço melhoramentos informatizados denomina-se a isso uma rede de valor agregado. Entre os melhoramentos 1nais comuns têm-se: melhor detecção de erros; tempos de resposta mais rápidos; e resolução de incompatibilidades entre diferentes tipos de equipamentos. Essesmelhoramentos simplificam o intercâmbio de dados eletrônicos entre os usuários do serviço. O usuário simplesmente liga-se a uma interface e a rede resolve quaisquer incom- patibilidades de protocolos. 1 1 1 ; 1 ; l i SISTEMAS E REDES 67 Transmissão fac-similar (fax) Um aparelho de fax parece-se com uma fotocopiadora pequena. Coloca-se o do- cumento a ser transmitido na máquina e se disca o número do aparelho de fax do destinatário. Em seguida, o aparelho faz a varredura do documento para convertê-lo à forma digital. Concluída a transmissão, o original é recomposto na outra ponta como uma cópia exata ou fac-símile. Podem ser transmítidos texros, gráficos, documentos manuscritos e desenhos. O fax é uma opção de acesso a documentos de bibliotecas. Com uma placa de fax instalada no microcom- putador é possível transmitir textos e gráficos gerados P?r ele sem necessidade de criar antes uma cópia em papel. O CC!TI desenvolveu vários padrões para a transmissão de fax que especificam infonnações como: o sentido da varredura o tamanho e o número de linhas a serem varridas técnicas de compressão de dados a velocidade com que a máquina transmite uma página normal de texto do tamanho A4. A principal desvantagem do fax é a lentidão de conversão. Uma página A4 leva de 40 segundos a vários minutos para ser convertida, porque existe uma grande quantidade de dados quando a página é registrada como imagem. Videotexto . .. r "',• A denominação videotexto aplica-se a urna gama de sistemas eletrônicos que > utilizam um receptor de televisão adaptado ou outro tipo de terminal para a apresentação de informação textual e gráfica diretamente para os usuários fi- nais. Os sistemas de videotexto que também empregam linhas telefônicas ou outros canais de comunicação para oferecer uma conexão bidirecional são co- nhecidos como videotexto interativo (ou às vezes simplesmente videotexto) ou sistemas de videodados [ viewdata]. Os sistemas de transmissão são conhecidos como teletexto. O primeiro sistema de teletexto a ser implementado, por iniciativa da British Broadcasting Corporation, em 1973, foi o Ceefax. O Ceefax oferece um número de páginas de informação para o pUblico em geral sobre temas atuais, esportes, previsão do tempo, dados financeiros, relatórios sobre o tráfego de veículos e programação de televisão. O primeiro serviço de videotexto foi o Prestei, criado pelo serviço de cor- reios do Reino Unido em 1979. O Prestei foi inicialmente introduzido como um serviço público, porém, hoje em dia, é utilizado principalmente para fins co- merciais, além de ser amplamente usado na indústria de viagens. Muitos países desenvolveram seus sistemas nacionais de videotexto, inclusive: 1 l i Í' i: :: 1: ., ' ! . 68 INTRODUÇÃO à TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Telidon, no Canadá Captain, no Japão Bildschinntext, na Alemanha. O sistema francês, conhecido como Minitel, foi particularmente bem-sucedido. Isso se deve principalmente ao fato de o governo francês, por intermédio de sua empresa estatal de correios e telefones, ter fornecido gratuitamente terminais de videotexto aos usuários do serviço e passado a distribuir as listas telefônicas da França como um serviço do videotexto. Correio eletrônico O correio eletrônico pennite que se enviem mensagens por uma rede de teleco- municações, entre dois cotnputadores·, sem precisar de papel. Um sistema de correio eletrônico pode ser um sistema local que faz com que as mensagens cir- culem num lugar onde exista uma rede local, ou um sistema nacional ou inter- nacional que utilize a rede do serviço nacional de telecomunicações. A princi- pal vantagem do correio eletrônico em comparação com o telefone é que as mensagens podem ser enviadas e recebidas pelo computador estando ou não presente o destinatário. Este pode ler as mensagens segundo sua conveniência. Videoconferência e teleconferência Em muitos contextos, as conferências por ielefone podem ter interesse. Esse re- curso encontra-se disponível em muitas centrais telefônicas privadas e também na rede pública. A teleconferência envolve a conexão de mais de duas partes nu1na única chamada. Uma teleconferência pode ser combinada com uma co- nexão de videoconferência (por televisão), de modo que os participantes podem ver-se mutuamente e assistir às apresentações. Atualmente, o custo das video- conferências é alto, porém, com a mais ampla utilização de redes digitais de banda larga e centrais telefônicas informatizadas por parte da rede pública de telecomunicações começam a crescer as aplicações nas empresas. Esta tecno- logia pode vir a mudar a forma como nos comunicamos. Intercâmbio eletrônico de dados O intercâmbio eletrônico de dados é cada vez mais empregado como um meio de compra de mercadorias. O intercâmbio eletrônico de dados permite que o compurador de um comprador se comunique diretamente com o computador do fornecedor por meio de uma· conexão de telecomunicações, de modo que as compras são feitas diretamente:· (Para maiores informações sobre compra de documentos e fornecimento eletrônico de documentos ver o capítulo 15.) SISTÉMAS E REDES 69 RESUMO A maioria dos computadores opera como parte de um sistema ou rede. Os computadores podem ser de grande porte, minicomputadores e microcom- putadores. Essas unidades de processamento interligam-se por meio de redes ou enlaces de telecomunicações. São várias as características das redes que influem em seu funcionamento, a saber: velocidade de transmissão dos dados opção de envio·dos dadas em dúplex completo ou semidúplex modos de sincronização uso de multiplexação necessidade de modems técnicas de comutação das redes. É importante examinar o sistema de comunicação de dados, o meio de trans- missão, as arquiteturas de redes e os padrões de protocolo, bem como a topologia. As redes locais e as redes de longa distância são importantes meios de comunicação dentro das organizações ou entre elas. A transferência eletrônica de fundos, as redes de valor agregado, a transmissão fac-similar, videoconferências e teleconferências, correio eletrônico e intercâmbio eletrônico de dados, tudo isso contribui para comunicação eficaz da informação. QUESITOS DE REVISÃO Faça um quadro que mostre de forma sintética as diferenças entre computadores de grande porte, míni e microcomputadores. 2 Quais os componentes essenciais de qualquer sistema de telecomu- nicações? 3 Explique o significado dÓs seguintes termos: taxa de baud dúplex completo transmissão síncrona multiplexação modulação comutação de pacotes. 4 Por que a norma ost é importante? 5 Desenhe os diferentes tipos de topologia de redes. Dê alguns exem- plos de quando determinadas topologias podem ser apropriadas. 6 Explique o significado dos seguintes termos no contexto de uma rede local: • <.'.) 4:~ ~ LI.. - ::> _J "' <1'. -o Zo > "" _J <> l.U "' 1- E l.U õ ti; • "E ·u..- º"' a:'. -o f1- -~ <! .~ U·- UJ (.) 1- Q) o-o -"' _J _ Cl o - <.) CD L[j 70 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO nó [nade] ponte [bridge] roteador [router] porta [gateway]. 7 Qual a diferença entre viodeorexto e teletexto? 8 Por que o intercâmbio eletrônico de dados poderá ter um efeito im- portante nas operações comerciais? Bibliografia Nota: Vários dos livros relacionados no final do capítulo 2 contêm uma introdução bási- ca sobre os tópicos tratados neste capítulo. Breeding, M. (ed.) library l.ANs: case studies inpractice and application. London: Meckler, 1992. Devargas, M. Local area networks. Oxford: Blackwells, 1992. Harries, S. Networking and teíecommunicationsfor information systems. London: Library Association, 1993. Hodson, P. Local area networks. London: DP Publications, 1992. Marks, K.; Nielsen, S. Local area networks in libraries. London: Meckler, 1991. National Coinputing Centre. Handbook o/ data communications. Oxford: Blackwells, 1992. Pastine, M.; Kacena, C. Library automation,networking and other online and new technology costs in academic libraries. Library trends, v. 42, p. 524-536, 1994. Robinson, L. fnstalling a local area network. London: Aslib, 1995. Zuck, G.; Flanders, B. (ed.) Wide are a networks in libraries: technology, applications and trends. Westport; London: Meckler, 1992. 1 1 ' 1 i 4 Estrutura da informação e programas de computador OBJETIVOS Este capitulo abrange dois tópicos afins: os meios de representar os dados nos computadores e os programas e linguagens de programação. Os programas são as instruções que dizem ao computador quais as tarefas que deve executar. No final deste capitulo você terá: ' compreendido como os dados são representados nos computadores entendido a natureza das linguagens de programação compreendido a diferença entre distintas categorias de linguagens de programa- ção conhecido as etapas do desenvolvimento de programas e a importância da progra- mação estruturada entendido a função de um sistema operacional conhecido as funções de alguns tipos importantes de programas aplicativos examinado algumas das questões relativas à seleção de programas aplicalivos conhecido algumas das questões fu~damentais relativas ao projeto de interfaces entre o homem e o computador. 4.1 Introdução Qualquer sistema, seja de uma biblioteca ou de uma empresa, é representado no computador da seguinte fonna: as informações a.serem processadas as instruções sobre como essas informações serão processadas. Tanto as informações, du dados, quanto as instruções devem ser codificadas de uma forma que o computador possa armazená-las, interpretá-las e processá-las. Isso exige a codificação das instruções e também dos dados em forma legível pela máquina. Em geral, essa codificação também requer que as informações ou dados sejam estruturados de uma forma que facilite seu processamento pelo computador. Este capítulo começa tratando da codificação básica de dados e informações a serem armazenados no computador, e em seguida trata da codifi .... cação de instruções em programas. Os programas contêm as instruções empre- 72 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO gadas pelos computadores para informar o equipamento sobre a tarefa a ser executada. Os programas levam aos computadores as instruções, traçadas por seres humanos, que são necessárias para que realizem determinada tarefa. A uma introdução sobre linguagens de programação segue-se uma análise de alguns tipos importantes de aplicativos e um exame das características a levar em conta quando da seleção de aplicativos. Por fim, tecem-se considerações sobre alguns aspectos da interface entre seres humanos e o computador. 4.2 A representação dos dados em computador A unidade mais simples de dados com que o computador pode lidar é um dígito binário simples chamado bit. Um bit pode ser zero ou um. Como cada célula é um dispositivo de dois estados, é preciso empregar um grupo de células para comportar um símbolo. Todos os dados presentes no computador são represen- tados em grupos de bits. O bit é armazenado no computador de forma eletrôni- ca, magnética ou óptica, e é transmitido pelas linhas de telecomunicações como sinais sonoros, elétricos, magnéticos ou ópticos. Por exemplo, um pulso elétri- co representa um 'l' e a ausência de pulso representa um 'O'. Um grupo de oito bits constitui um byte. A capacidade de armazenamento dos computadores (inclusive memória, fitas e discos) é comumente expressa em bytes. Como se trata de números grandes, são expressos em quilobytes (KB) ou megabytes (MB). Neste contexto da informática, quilo =2w = 1 024, emega= 22º = 1 048 576. Um byte é em geral empregado para armazenar um caractere. Isso ocorre porque O? caracteres são armazenados como códigos que abrangem um número de bits; são comuns os códigos de sete ou oito bits. Assim, um disquete com 1,44 MB de capacidade pode armazenar 1 048 576 x 1,44 = l 509 949 caracteres. Um computador com 32 MB de RAM pode conter na memória 32 x 1 048 576 ~ 33 554 432. Avançou-se bastante na padronização de sistemas de códigos alfanumé- ricos. Dois códigos importantes para a representação de caracteres são o Ame- rican Standard Cede for Information Interchange (ASCH) e o Extended Binary Coded Decimal Interchange Code (EBCDJC). O ASCII é um código de sete ou oito bits. A figura 4.1 mostra alguns exemplos de caracteres no formato ASCII de có- Tabela 4.1 Alguns exemplos de códigos ASCII e EBCDIC letra ASCII EBCDIC A 1000001 11000001 B 1000010 11000010 e 1000011 11000011 D 1000100 11000100 E 1000101 11000101 ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 73 digas de sete bits e o código EBCDIC. O código ASCH de sete bits comporta 128 diferentes caracteres (2 7 = 128). Também existe um código ASCII de oito bits. Um código de oito bits permite a representação de 256 (2ª) caracteres diferentes. Muitos tipos diferentes de dados podem ser representados por um byte de infonnação. Um byte de armazenamento pode conter: um ou mais caracteres uma instrução ao processador o endereço de algum outro item de dados o endereço de uma instrução um número inteiro um número de vírgula flutuante. Uma palavra é um grupo de bits que representam um número em forma binária, uma instrução ao computador ou um ou mais caracteres. Os diversos 1nodelos de computador possuem diferentes números de bits por palavra. Uma palavra pode ser dividida em grupos de bits, de modo que, uma palavra de 24 bits por exem- plo, pode ser dividida em três bytes. Quanto mais longa a palavra, mais potente será a instrução que ela pode conter. · · Bits de paridade são bits adicionais, acrescentados a cada caractere na me- mória do computador, para permitir que ele realize uma verificação rudimentâ.r quanto à exatidão da representação de dados. Quando um símbolo é gravado pela primeira vez numa localização de memória, o bit de paridade para essa localização é fixado em zero ou um. Na paridade ímpar: se o número de bits de dados no caractere que forem fixados em 'l' for um número ímpar (1, 3, 5, 7), então o bit de paridade será fixado em 'O' se o número de bits de dados no caractere que forem fixados em '1' for um número par (O, 2, 4, 6, 8), então o bit de paridade será fixado em 'l '. Objetos, como gráficos, figuras, clipes de som e vídeo, são armazenados como arquivos de imagens. As i1nagens escaneadas de documentos, que incluem Jeiaute de página, também podem ser armazenadas como arquivos de imagens. Há vários formatos de arquivos de imagens. Um é o arquivo bitmap (.bmp), no qual a imagem é fragmentada em inúmeros quadrículas diferentes, sendo regis- trado um valor para cada um deles. No caso de reproduções em preto-e-branco é preciso registrar somente o preto ou o branco, porém no caso de reproduções coloridas é preciso registrar também a cor do quadrículo. Reflexão Quantos caracteres uma memória cache de 512 KB con- segue armazenar? 74 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 4.3 Programas - algumas definições Os computadores são máquinas de uso genérico que, em princípio, podem rea- lizar ampla variedade de tarefas, desde registrar o empréstimo de livros, pro- cessar estatísticas administrativas, escriturar despesas e até manter os registros do pessoal. Para executar as tarefas especificas deles exigidas em momentos determinados, é preciso fornecer-lhes instruções apropriadas, que indicam as tarefas a executar, e que são con_hecid_as como programas ou software. Os pro- gramas especificam, por exemplo, como as informações são armazenadas, for- matadas, ordenadas e processadas para atender aos requisitos da saída. As instruções de programa são mantidas na memória principal e passadas uma por vez para a unidade de controle, onde são decodificadas, de modo que esta unidade ative os circuitos e unidades apropriados para que a instrução seja cumprida. Os computadores cumprem essas instruções a uma velocidade de milhões por segundo, sendo comum indicar-se avel~cidade interna do compu- tador em mips (milhões de instruções por segundo). E importante, porém, reco- nhecer que um mesmo cálculo pode levar um número diferente de mips, depen- dendo tanto do processador quanto da linguagem de programação em que esteja codificado. Um pacote de programas é um conjunto de programas destinados a executar urna função específica ou um conjunto de funções. Normalmente, um pacote desses incorpora diversos programas e, com freqüência, abrange um grande número de diferentes funções. Existem muitos pacotes à venda no comércio. 4.4 Linguagens de programação Todos os programas são escritos numa linguagem de programação, que consti- tui um meio de representar ações que serão executadas pelo computador. A lin- guagem de programação é formada por uma série de códigos que são interpre- tados pelo computador como instruções relativas ao processamento dos dados. Como os dados são armazenados como pulsos elétricos, a linguagem de progra- mação é um dispositivo de codificação de instruções relativas à passagem de pulsos elétricos pela máquina, de modo que o padrão de pulsos, em determina- do ponto no tempo, seja reinterpretado numa forma inteligível para o usuário. Há uma variedade de linguagens de programação, cada uma delas elaborada com o objetivo de facilitar a codificação de uma modalidade de aplicação específica. Existem basicamente três tipos de linguagens de programação: código de máquina, que os con1putadores entendem, mas não as pessoas (sem ajuda) linguagens de alto nível, que as pessoas entendem, mas não os computado- res (sem ajuda) código de montage1n, que fica num nível intermediário entre o código de máquina e as linguÇ1.gens de alto nível. ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 75 Código de máquina O código ou linguagem de máquina é a mais fundamental das linguagens de programação. Trata-se de uma codificação binária de instruções no mesmo for- mato em que as instruções serão mantidas no computador. Assim, um programa em código de máquina é simplesmente uma seqüência organizada de zeros e uns. Tanto urna operação quanto um endereço de localização de memória podem, portanto, ser armazenados como uma seqüência de zeros e uns. Os programas escritos em código de máquina são específicos de detenni- nado modelo ou série de modelos de computador, porque a maneira como os zeros e uns serão interpretados num detenninado código dependerá dos circui- tos internos do computador. Isso significa que: 1 Programas escritos em código de máquina não são portáveis entre diferen- tes máquinas. 2 Para programar em código de máquina o programador deve ter um profun- do conhecimento do modo de funcionamento do respectivo computador. 3 Os programas são em geral mais longos do que os programas equivalentes escritos em linguagem de alto nível. 4 O código de máquina é dificil para as pessoas lerem e escreverem. 5 O código de máquina é rapida1nente processado pelo computador e utiliza· de forma econômica sua capacidade de processamento. Código de montagem ou linguagens de baixo nível '. As linguagens em código de montagem empregam seqüências mnemônicas de letras que designam códigos de máquina e localizações de memória de referên- cia. Assim, num exemplo similar ao que foi citado acima, se lNC representa uma operação, como 'somar l a', e B representa um endereço de lotalização de memória, então I ~CB significará somar i ·ao número armazenado no endereço B: por exemplo, converter 6 em 7 no endereço B. As linguagens em código de montagem não são, portanto, interpretáveis diretamente pelo computador. Um programa em código de montagem (progra- ma-fonte) deve ser traduzido para o código de máquina (programa-objeto) antes de ser rodado. Os programas em linguagem de código de montagem são traduzidos em código de máquina por meio de uma linguagem de programação conhecida como assembler. Uma vez traduzido, ocorre a execução por meio do programa-objeto. O pro- grama-fonte, no entanto, é preservado para permitir que se façam mudanças. Qualquer atualização do programa é feita no programa-fonte, que é então remontado para gerar um novo programa-objeto. Embora o código de montagem seja mais mnemônico do que o código cte·· 1 máquina, ele ainda é específico de um grupo de máquinas. •> 76 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Linguagens de terceira geração ou de alto nível A maioria dos programas aplicativos são escritos em linguagens de programa- ção denominadas linguagens de alto nível ou de terceira geração. 'Alto nível' refere-se ao fato de as linguagens estarem muito distantes do código de máqui- na no que concerne à maneira como codificam instruções. É bastante grande o número de linguagens de programação de alto nível, cada uma delas tendo sido elaborada para uma área de aplicação específicci. Cada linguagem codifica as operações de forma diferente, e cada linguagem costuma executar com mais rapidez as tarefas que são comuns na área de aplicação à qual se destina. As lin- guagens de programação são elaboradas tendo em vista a comodidade do usuá- rio e para que o programador possa lê-las e compreendê-las com relativa facili- dade, embora haja programas em algumas linguagens de programação que são mais fáceis de compreender do que outros. Antes de ser executado, um programa escrito em linguagem de alto nível deve ser convertido para o código de máquina. Essa conversão é efetuada com o auxilio de um compilador ou interpretador. Assim, Programa em lingua- -7 compilador ou gem de alto nível interpretador ~ Programa em código de máquina Um compilador ou interpretador converte as linguagens de alto nível em código de máquina. Assim que o programa estiver em código de máquina ele será Tabela 4.2 Algumas linguagens de programação linguagem de programação Algol (ALGOrithmic Language) BASIC, QBASIC, GW·BASIC, VBASIC (Beginners' All-purpose symbolic lnstruction code) COBOL (Common susiness oriented Language) Fortran (FORmula TRANslator) Pascal, Turbo Pascal PL/1 (Programming Language 1) LISP (ust Programming) PROLOG (PROgramming in LOGic) cec++ MOOULA3 Java VRMl Área de aplicação Problemas matemáticos e ciências Iniciantes Aplicações comerciais, inclusive muitos sistemas para bibliotecas Problemas matemáticos e ciências Iniciantes Aplicações comerciais e científicas, textos Inteligência artificial (inclusive sistemas especialistas) Inteligência artificial (inclusive sistemas especialistas) Programação de sistemas Programação de sistemas Aplicações gráficas, Internet ".'--plicações de realidade virtual ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 77 gravado num meio de armazenamento e poderá ser colocado na memória prin- cipal quando for necessário executá-lo. Assim, depois de traduzido, poderá ser executado por meio do programa-objeto. Ainda que, em princípio, possa haver tantas linguagens de programação diferentes quantos programadores houver, felizmente nos defrontamos com um razoável grau de padronização no que concerne às linguagens de programação. O quadro 4.2 apresenta uma lista com algumas das linguagens mais aceitas.junto com a área de aplicação para a qual foram projetadas. Algumas linguagens existem em várias versões diferentes. Naturalmente, uma linguagem que venha sendo usada há 20 ou 30 anos terá passado por revisões e dela estarão sendo usadas versões antigas e mais recentes; as versões mais novas contarão com características adicionais e talvez sejam de utilização mais fácil. Além disso, certas linguagens, como BASIC e COBOL, poderão existir em diferentes versões ou dialetos. Evidentemente, é in1portante dispor do compilador para a versão da linguagem que estiver sendo utilizada. Os programas escritos em linguagens de alto nível são: menos extensos do que os programas escritos em linguagens de baixo nível (normalmente, uma declaração numa linguagem de alto nível pode desdo- brar-se em várias instruções e1n linguagemde máquina) mais fáceis de usar e, portanto, menos propensos a erros, além de serem também mais fáceis de manter (a capacitação do programador é menos peno- sa) independentes de máquina, o que acarreta boa portabilidade entre máquinas e permite que partes do programa sejam reutilizadas em aplicativos dife- rentes. Por outro lado, devido a que os programas não permitem ao programador aco- modar as pecu Jiaridades do computador em que o programa será executado, os programas-objeto produzidos por um compilador não serão tão econômicos em termos de memória principal utilizada e tempo de execução quanto um progra- ma em código de máquina ou código de montagem. Linguagens de quarta geração Embora n1uitos dos sistemas atuais estejam escritos em linguagens de alto nível, existem três problemas concernentes a essas linguagens: altos custos da produção de programas a necessidade de produzir sistemas rapidamente a necessidade de os sistemas atenderem aos requisitos exigidos pelo usuá- rio. As linguagens de quarta geração procuram sanaras probleinas das linguagens de • : 78 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO alto nível. Não há uma definição consensual sobre o que constitui uma lin- guagem de quarta geração, embora uma diferença importante que se pode traçar entre as linguagens de quarta geração e as linguagens anteriores é que estas são linguagens procedimentais. Nos programas escritos em linguagens procedi- mentais, o programador emprega a linguagem para instruir o computador passo a passo exatamente sobre como executar uma dada tarefa. As linguagens de quarta geração são essencialmente linguagens não-procedimentais ou decla- rativas. Os programas escritos nessa linguagem dizem à máquina o que ela deve fazer e a linguagem formula como fazer. A maior parte das linguagens de quarta geração gira em torno de aplicações de bases de dados e pode ajudar na espe- cificação de telas de entrada e saída, relatórios, conteúdo de registros, menus e interfaces, e como tal inclui recursos para descrição de dados, elaboração de relatórios e desenho de telas. As linguagens são projetadas para o rápido desenvolvimento de aplicativos e muitas destinam-se a serem usadas pelo usuário final experiente. As linguagens de quarta geração trouxeram para o usuário final um certo grau de capacidade de projetar sistemas, mas são de execução lenta e exigem processadores potentes. Tabela 4.3 As gerações das linguagens de programação Geração Primeira Segunda Terceira Quarta Quinta linguagens típicas" Código de máquina linguagens de montagem Linguagens de alto nível linguagens de quarta geração linguagens orien- tadas a objetos Possibilidades Orientado para a máquina; linguagem específica para um tipo de processador Mais fáceis de ler do que o código de má- quina embora orientada à máquina e es- pecífica dela Orientadas a procedimentos e tarefas; mais fáceis de programar e ler; progra- mas portáveis Desenvolvimento rápido de aplicativos; algumas vezes orientadas ao usuário final Orientadas ao usuário final; facilitam apli- cações gráficas; aplicáveis a redes e à In- ternet; independem do tipo de plataforma Linguagens de programação orientadas a objetos Foram desenvolvidas várias linguagens orientadas a objetos. A e++ é impor- tante para aplicativos destinados a organízações, mas provavelmente a lingua- gem mais relevante é a Java, que está hoje revolucionando os recursos da Inter- net e da Rede. Java é uma linguagem orientada a objetos, autônoma, intei- ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 79 ramente funcional, que pode ser adotada para escrever aplicativos que não tenham relação com a Internet, porém a neutralidade de sua arquitetura (que significa que ela pode rodar em qualquer platafonna de equipamento ou sistema operacional) e suas características de segurança tomam-na atraente para ser usada em ambientes da Internet. O interpretador Java, usado para interpretar o código Java, está disponível atualmente na maioria dos navegadores da Rede. Isso significa que o código executável, muitas vezes na forma de miniapli- cativos [ applets] Java, que podem ser importados da Internet e usados para criar páginas dinâmicas na Rede. Como exemplos, podemos ter uma faixa que pisca atravessando a página, outra que mostra as últimas notícias, e um mapa meteoro- lógico ligado a uma base de dados meteorológicos; ao se passar o cursor sobre o nome de uma cidade, aparecem no alto da tela a temperatura, umidade e velocidade do vento dessa cidade. Reflexão Qual a diferença fundamental entre uma linguagem de programação orientada a objetos e uma linguagem de pro- gramação de quarta geração? 4.5 Programação Em geral, um programa de computador é criado por um programador que se vale da especificação, feita por um analista de sistemas, da tarefa a ser executada. Antes de começar a escrever as minuciosas instruções do programa, o programador escreverá um projeto de programa ou uma representação estrutu- rada daquilo a ser programado. Os programas são em geral altamente com- plexos, contendo muitas instruções. O desenvolvimento de programas constitui uma tarefa normalmente exe- cutada em equipe. O processo começa com a solicitação pelo usuário para que se faça um aperfeiçoamento nos sistemas ou, no caso de uma fábrica de pro- gramas, numa evidente necessidade do mercado. Os analistas de sistemas exa- minam e codificam o que o novo sistema deve executar e traçam uma especifi- cação de programa. A especificação de programa funciona como um docu- mento de consulta durante a fase de desenvolvimento e a vida operacional do programa. Ela contém especificações: do contexto do programa, inclusive suas funções principais dos dados de entrada do programa dos dados de saída do programa dos arquivos-mestre lidos e atualizados pelo programa do processamento executado pelo programa dos controles do programa das informações sobre o teste do programa. - 80 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Em seguida, os programadores elaboram os programas identificando a seqüên- cia lógica das operações. Pode-se usar um fluxograma para ajudar na identi- ficação de todas as ações necessárias para a tarefa a ser executada. Em seguida os prograrnas são c9dificados, compilados e testados, antes de serem imple- mentados e, se for o caso, comercializados. Os programas precisam ser compreensíveis, porque muitas vezes exigem mudanças durante seu ciclo de vida, e é importante que outros programadores possam perceber a intenção do programador original. A fim de tornar os pro- gra1nas mais fáceis de compreender e modificar, surgiu o conceito de progra- mação estruturada. Os programas estruturados consistem em vários módulos. Estes módulos são grupos de instrµções ou declarações afins. O objetivo é que esses módulos dev~m, tanto quanto possível, ser independentes um do outro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Reflexão Dê alguns exemplos de situações em que uma especifica- ção de programa seria útil. Programação orientada a objetos A programação o~ientada a objetos (POO) exígiu o desenvolvimento de metodo- logias específicas de análise de sistemas e projeto orientadas a objetos. Essas metodologias são relativamente novas, mas provave !mente se tornarão cada vez mais importantes. Em certo sentido, a programação orientada a objetos é uma extensão da programação estruturada. A motivação fundamental da POO é facilitar o desenvolvitnento de programas por meio da criação de componentes que possam ser reutilizados. O método básico consiste em criar objetos, agrupá- los em hierarquias de classes e definir suas propriedades e métodos. As lin- guagens de POO contêm características tais como hereditariedade, encapsu- lamento e polimorfismo que as tornam particularmente adequadas para o desen- volvimento de interfaces. Permitem a fácil construção de objetos de tela com o emprego de céidigo existente, são menos propensas a erro,e o programador não precisa dominar nos mínimos detalhes como é que o código funciona. Em ambi- entes visuais, de manipulação direta, isso penníte ao desenvolvedor concentrar- se no projeto das interfaces. Talvez valha a pena definir-de modo mais explícito alguns dos termos que foram usados acima: 1 Objetos são uma combinação de entidades com métodos (ver a seguir). Assi1n, um objeto inclui tanto u1na entidade quanto os processos aos quais ela pode estar sujeita. Um objeto pode ser um fonnulário, tabela, relatório ou controle, como o botão na tela que se pode manipular como se fosse urna unidade. 2 Classes são categorias às quais pertencem os objetos. Classes de nível infe- rior são especializações de classes de nível superior, de m~do que, por ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 81 exemplo1 uma solicitação de fatura pro-fonna é um tipo de especialização de urna encomenda geral. 3 Atributos são itens de dados que descrevem o objeto. 4 Operações são ações que criam, mudam ou apagam os atributos do objeto. 5 Métodos (às vezes chamados serviços) são procedimentos, algoritmos ou cálculos que executam a atividade dentro dos objetos. Os métodos são a par- te processante dos objetos, e são especificados em inglês estruturado ou pseudocódigo. 6 As mensagens são comunicada5 por objetos. As mensagens podem conter dados a serem processados pelo objeto ou solicitações de serviços. Os conceitos de hereditariedade, encapsulamento e polimorfismo são também importantes para a compreensão dos métodos orientados a objetos: 1 Hereditariedade. As classes de nível inferior herdam propriedades (corno atributos, operações e métodos) das classes de nível superior; isso facilita a reutilização de objetos mais gerais de nível superior por especialização, o que cria uma nova classe mediante o acréscimo de novas infonnações. As- sim, por exemplo, um código poderia ser escrito para um botão SEGUINTE. ", O botão OK poderá então ser simplesmente escrito, sendo ele definido como um caso da classe de objetos botão, quando então ele herda todas as proprie·- dades da classe botão. O código de um botão somente precisa ser escrito . uma vez. Se, em etapa posterior, o programador decidir mudar alguma característica, como cores predefinidas, será possível fazê-lo para todos os botões mudando-se as propriedades da definição da classe botão. 2 Encapsulamento é o conceito segundo o qual os objetos devem ocultar, de outros componentes dos sistemas, seu conteúdo interno, a fim de melhorar a manteneabilidade. As partes encapsuladas dos objetos são ocultadas para isolá-las dos efeitos de modificações nos objetos de nível superior. 3 Polimorfismo refere-se à capacidade de definir procedimentos gerais; por exemplo, IMPRIMIR, sem a necessidade de definir parâmetros específicos. O mesmo comando é interpretado de modo diferente segundo o contexto e o destinatário do comando. Assim, embora as operações detalhadas relativas à impressão, digamos, de um gráfico, uma planilha ou um arquivo de texto sejam muito diferentes, nos aplicativos do Windows todas podem ser execu- tadas escolhendo-se o ícone ou opção IMPRIMIR. A virtude dos métodos orientados a objetos está em que a especificação torna- se a imple1nentação. A análise e o projeto avançam pelo acréscimo gradativo de informações aos objetos. O sistema é modelado como uma coleção de objetos conectados por canais de passagem de mensagens. Os objetos passam mensa- gens de um para o outro, a fim de solicitar um serviço, como a atualização de_ atributos do objeto, ou para pedir um relatório. Acrescentam-se mais infor-· 1 82 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO mações aos objetos até que a especificação se torne suficientemente detalhada para ser programada numa linguagem orientada a objetos. 4.6 Pacotes de programas Um pacote de programas é um conjunto de programas que são embalados juntos P?rque executam uma função específica. O conceito de pacote de programas ªJ ust~-se mais a u~ ambiente comercial, onde os programas são empacotados e vendidos. Os conjuntos de programas desenvolvidos no próprio local podem passar por uma evolução contínua, sendo talvez dificil identificar as fronteiras de um conjunto desse tipo. Há três tipos diferentes de pacotes de programas: sistemas operacionais programas utilitários programas aplicativos. Sistemas operacionais O sister:ia operacional constitui um tipo de pacote de programas. É formado por um conjunto de programas-mestre que supervisiona a operação e uso de todos os outros programas, além de controlar a entrada e a saída nos periféricos e a compilação de programas. (Em sistemas de grande porte isso é fornecido pelo fabncante.) Destina-se a controlar as atividades da configuração do computa- dor como um todo. Em certo sentido, o sistema operacional é o conjunto de programas que 'diz ao computador co1no trabalhar' e gera um ambiente em que o computador começa a compreender e executar outros programas mais orien- tados a aplicações. O sistema operacional pode variar, dependendo da função do computador. Por exemplo, se o co1nputador estiver conectado a outro com- putador por meio de linha telefônica, o sistetna operacional terá de conter um programa para estabelecer esse enlace. O usuário do sistema comunica-se com o sistema operacional por intermédio de um conjunto de comandos do sistema operacional que pertencem a uma linguagem especial. Normalmente, esses co- m~ndos instruem o computador a mostrar um diretório de arquivos, copiar ar- quivos de um diretório em outro diretório, enviar arquivos para impressão, lis- tar arquivos na tela, etc·. As funções do sistema operacional podem ser agru- padas em: comunicação com o operador controle de entrada/saída programa de comunicação~ gerenciamento de programas. O movimento em prol da conectividade e padronização de plataformas, ocor- 1 1 ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 83 rido nos últimos anos, levou ao predomínio de dois sistemas operacionais: UNIX e Windows (em várias versões). O Solaris, da Sun Microsystems, também ocu- pa posição de destaque. As gerações antigas de computadores de grande porte e minicomputadores dependiam de sistemas operacionais de propriedade dos fabricantes, sistemas esses que somente rodavam numa série específica de máquinas do mesmo fabricante. No campo dos microcomputadores, o MS-DOS e PC DOS (às vezes mencionado como DOS) são padrões estabelecidos há muitos anos e, de diferentes formas, servem de apoio a sistemas baseados no Windows. Programas utilitários Os programas utilitários são desenvolvidos por fabricantes de equipamentos de infonnática ou empresas de desenvolvimento de programa co1n a finalidade de possibilitar a execução de determinadas funções básicas. comuns a muitas apli- cações. Às vezes é dificil diferenciar urna função de sistema operacional de uma função de utilitário, e, na realidade, alguns sistemas operacionais incluem fun- ções de utilitários. Os programas utilitários incluem, por exem.plo: classificação - reúne os registros numa seqüência intercalação - intercala dois arquivos cópia de arquivos - copia num meio um arquivo mantido em outro meio.~·. n1anipulação e processamento de arquivos - apresenta os arquivos em or- de1n alfabética ou outra ordeni, renomeia arquivos, exibe arquivos rotinas de descarga e reiniciação- para armazenar dados durante uma lon-· ga rodada de processamento, a fim de garantir que os dados não se percam durante uma pane rotinas de edição - converte dados de saída para o formato exigido pela salda visual ou impressa rotinas de diagnóstico ou rotinas de depuração e recuperação de arquivos programa antivírus - detecta· vírus e desinfeta os discos. Reflexão Resuma a diferença entre sistema operacional e programa utilitário. Programas aplicativos Progra1nas aplicativos são progra1nas escritos exclusivamente para gerir pro- cessos e sistemas específicos, tais como sistemas de contabilidade,de folhas de pagamento, de controle de estoques, de controle de circulação em bibliotecas .. de processamento de textos, etc. Encontram-se alguns programas aplicativos no mercado sob a forma de pacotes ou pacotes de programas. Em algumas aplicações há vários requisitos que são comuns a vários usuários diferent~s. Indicam-se, a seguir, alguns tipos comuns de pacotes de programas que se revestem de interesse para os gerentes da informação. 84 fNTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA fNFORMAÇÃO Ao procurar um pacote de aplicativos, temos as seguintes opções: adquirir um pacote de programas previamente escritos, prontos para usar adquirir um pacote fechado integrado por equipamento e programa escrever os próprios programas encomendar externamente a elaboração dos programas participar de um empreendimento cooperativo que ofereça acesso a progra- mas e/ou ~equipamento e/ou bases de dados. Em muitas situações, é mais sensato escolher um pacote disponível no comér- cio, pois sai muito caro desenvolvê-lo na própria instituição ou encomendá-lo a alguém, apesar de um pacote sob medida, projetado para detenninada aplica- ção, talvez atender melhor a todas as necessidades dessa aplicação. As vantagens de utilizar pacotes prontos são as seguintes: 1 São econômicos, pois o custo do investimento inicial com sua criação e pos- terior manutenção se dilui entre diversos usuários. 2 O pacote é fornecido como um conjunto de programas satisfatoriamente testados, e o fornecedor conta com um número suficiente de clientes que justifica a existência de esquemas de manutenção adequados. 3 O produtor provaveln1ente é um especialista nesse tipo de programa e deve, portanto, criar um produto de melhor qualidade com características úteis cuja importância talvez o usuário inexperiente não viesse a perceber. 4 Os pacotes são fornecidos com boa documentação, inclusive com especifi- cação minuciosa do sistema, identificação dos requisitos de equipamento, especificações sobre entradas, saídas e arquivos, além de sincronização dos sistemas e manuais para os usuários. 5 Os pacotes são entregues pouco tempo depois de encomendados e, assim, o sistema pode ser implementado mais rapidamente. 6 O fornecedor do pacote deve colocar à disposição dos consumidores servi- ços de suporte e orientação. 7 Os pacotes incorporam conhecimentos especializados que são de dificil ob- tenção e que, de outra fonna, não estariam disponíveis para.a instituição. 8 Os pacotes podem ser avaliados numa situaçao de usuários e comparados com outros. Reflexão Pense um exemplo, baseado em sua experiência, em que o curto prazo de entrega de um pacote de programas pelo fornecedor era uma característica particularmente atra- ente desse pacote. As desvantagens dos pacotes são: É provável que o pacote não se ajuste exatamente ao sistema atual ou aos ESTRUTURA DA fNFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 85 requisitos do usuário. Sua aceitabilidade depende da facilidade com que o pacote ou os requisitos podem ser modificados para que se chegue a uma solução satisfatória. 2 O usuário depende da competência e da confiabilidade do fornecedor de programas, tanto no que concerne ao pacote inicial quanto à manutenção e suporte subseqüentes. A qualidade do suporte pode variar durante o tempo de vida útil do sistema. 3 Existe a possibilidade de o pacote de programas ser meno.s eficiente do que outro desenvolvido sOb medida, em termos de tempo de processamento do computador e utilização do processador. Mesmo quando um pacote de programas já está implementado, é importante lembrar que ainda existe a necessidade de pessoal treinado e experiente, que o conheça profundamente, e que continua sendo necessário reconhecer a impor- tância de uma abordagem sistemática do estudo e implementação dos sistemas conforme vimos no capítulo 6. Existem vários tipos de pacotes de programas. Limitar-nos-emos aqui a al- guns aplicativos e pacotes de programas de uso genérico. Programas administrativos Os programas administrativos de caráter geral incluem processadores de textos, planilhas eletrônicas, gráficos, editoração eletrônica, e programas de bases de dados e comunicação. Os progra1nas de bases de dados e comunicação são tratados brevemente mais adiante. Primeiro, identificaremos as funções dos programas de processamento de textos, planilhas eletrônicas e de recursos grá- ficos. Os programas administrativos genéricos encontram ampla aplicação em todas as organizações e oferecem a possibilidade de ser utilizados em bibliote- cas ao lado de produtos especializados para o gerenciamento de funções típicas de bibliotecas e serviços de informação. Programas de processamento de textos Destinam-se a suportar a criação de documentos textuais, seu armazenamento, posterior recuperação, modificação e eventual reutilização. Entre as aplicações comuns está a elaboração de correspondência, relatórios, formulários, listas e manuais. Os programas de processamento de textos devem suportar a manipu- lação de textos, inclusive, por exemplo, alinhamento das margens, apagamento e inserção de palavras, linhas e parágrafos, criação de arquivos de segurança, sublinhamento de palavras, diferentes famílias de tipos, planejamento visual e diagramação de documentos em geral. São comuns nos pacotes atuais os corre- tores ortográficos, tesauros e uma rica variedade de características concernen- tes ao projeto gráfico do documento. ·.-~ 86 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Programas de planilhas eletrônicas Suportam o annazenamento e tratamento de dados numéricos. Uma planillia eletrônica pode ser empregada para armazenar dados financeiros e de produção e também para avaliar a situação existente ou planejar para o futu_ro. Uma pla- nilha eletrônica é uma grande tabela que contém várias células dispostas em fileiras e colunas. Números, textos e fórmulas podem ser inseridos nas células da planilha. O programa permite ao usuário reorganizar os dados ·e realizar operações matemáticas com .eles. Cada vez mais os pacotes de planilhas ele- trônicas oferecem recursos para apresentação gráfica dos dados. Programas gráficos Destinam-se a atividades administrativas, suportam a criação de gráficos, his- togramas, gráficos em forma de pizza e outras análises gráficas de dados. Os dados podem então ser empregados em docuinentos e outras formas de comu- nicação, ca1no, por exemplo, conferências. Programas de editoração eletrônica Servem para aplicações no campo editorial, como, por exemplo, a preparação de revistas de empresas, 1naterial de publicidade, folhetos, prospectas e trans- parências para retroprojetores. Os pacotes para editoração eletrônica permitem ao usuário criar documentos, que incluam texto e ilustrações, ou importar docu- mentos, por exemplo, de um pacote de processamento de textos. O programa de editoração eletrônica permite ao usuário definir a página e outras características do projeto gráfico do docuinento, de modo que o mesmo seja preparado para impressão na própria instituição ou entregue a uma gráfica comercial. Muitos pacotes de processamento de textos oferecem atualmente algumas caracterís- ticas de 'editoração eletrônica'. Pacotes de apresentação audiovisual Apóiam a criação de recursos audiovisuais que animam conferências e outras apresentações, como leitura de relatórios ou apresentações de marketing. Estes pacotes estão se tornando mais populares para a criação de conjuntos de pro- jeções e exibições automáticas de diapositivos. Pacotes integrados de programas administrativos Normalmente abrangem, num único pacote, várias funções dos programas administrativos, tais como processamento de textos, bases de dados, planilha eletrônica e gráficos. Os principais atrativos de um pacote integrado são a facilidade de criação de documentos que contenham texto, números e gráficos, bem como a interface comum a todas as áreas de aplicação. Em geral, a principal ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DECOMPUTADOR 87 desvantagem desses pacotes é que nem todos seus componentes são neces- sariamente tão bons quanto os programas existentes isoladamente para cada uma de suas funções. No entanto, muitos pacotes atuais oferecem um poderoso conjunto de aplicativos de alta qualidade com características comuns de inter- face que suportam a facilidade de uso. Além disso, esses pacotes oferecem a transferência direta de dados entre, por exemplo, as funções de processamento de textos e de planilha eletrônica. Reflexão Quais dos tipos de programas acima encontram-se num computador que lhe seja acessível? Programas para bases de dados e sistemas de gerenciamento de bases de dados Os programas para bases de dados suportam a criação de bases de dados e arquivos. Em geral, os dados são mantidos na forma de registros compostos de campos. A qualidade de uma base de dados reside na sua capacidade de sele- cionar registros conforme critérios determinados e, em seguida, imprimir ou exibir os dados segundo diferentes ordenações e formatos. O capítulo seguinte analisa, mais detidamente, as bases de dados e os formatos de registro, particu- larmente sobre suas aplicações em bibliotecas e serviços de informação. Há uma variedade de programas genéricos para bases de dados. Alguns dos sistemas mais baratos para microcomputadores podem ser descritos co1no sis- temas de arquivo simples: somente processam um único arquivo por vez. Os programas mais complexos assumem a forma de um sistema de gerenciamento de base de dados, que oferece a possibilidade de relacionar entre si duas ou mais bases, de modo que seja possível, por exemplo, examinar simultaneamente os dados de mais de uma base, para impressão de uma nota fiscal. Um sistema de gerenciamento de bases de dados suportaria, por exemplo, a criação de duas bases relacionadas entre si, sendo que uma delas conteria as informações sobre fornecedores e a outra conteria as especificações completas dos itens enco- mendados. Ao lançar mão simultaneamente de dados de ambas as bases, infor- mações sobre os itens solicitados aparecerão junto com o nome e o endereço do fornecedor, por exemplo, num formulário de encomenda. Os sistemas de gerenciamento de bases de dados podem ser considerados como ferramentas de desenvolvimento de sistemas. Muitos ·deles incorporam uma linguagem de quarta geração que permite aos usuários desenvolverem seu próprio sistema. Alguns sistemas de gerencia1nento de bibliotecas contê1n um sistema de gerenciamento de bases de dados. Programas de comunicação Os programas de comunicação são usados tanto no interior de uma organização, • 88 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO numa rede local, quanto também para ligações com computadores externos. Numa organização onde houver muitos usuários interligados em rede, é provável que seja usado um programa de correio eletrônico interno. Outros programas de comunicação acessam computadores externos, como os que se acham ligados à Internet. Quando um pacote de comunicação faz parte de um conjunto de programas que também engloba um pacote para base de dados, este pode ser utilizado para refonnatar, armazenar e recuperar dados importados. 4.7 Critérios para escolha de programas aplicativos As estratégias para escolha e implementação de programas e equipamento são examinadas no capitulo 6, que trata da análise e projeto de sistemas, bem como de questões relacionadas com a implementação de sistemas. Aqui, enumeram- se, de modo genérico, os fatores principais que devem ser levados em conta ao se examinarem os programas e escolher um pacote de aplicativos. Especifi- camente, é importante aplicar esses critérios de modo que sirvam para identi- ficar a coincidência entre aquilo que o pacote oferece e os requisitos do sistema. Naturalmente, também existem outros fatores específicos a considerar quando da escolha de determinado tipo de pacote, como, por exemplo, um sistema de gerencia1nento de bibliotecas ou um sistema de gerenciamento de documentos, que são determinados pelas funções que o sistema precisa desempenhar. Aspectos gerais Em primeiro lugar, existem diversas características gerais comuns a qualquer pacote de programas que devem ser verificadas e levadas em conta. A experiência de outras pessoas Em geral, deve-se dar preferência a um pacote suficientemente comprovado na prática, que tenha renome no mercado e que tenha sido aplicado em várias situações similares à que se tem em mira, e que possam ser estudadas. É menor a probabilidade de um pacote assim apresentar defeitos, e é quase certo que conte com suporte adequado. A experiência alheia serve para chamar a atenção para o potencial e os problemas de um pacote de programas, e as outras pessoas podem oferecer ajuda e orientação na adequação e implementação do pacote. Cus!O Naturalmente, o custo é u1na preocupação fundamental quando da compra de qualquer pacote de programas. Por exemplo, pacotes para gerenciamento de bases de dados têm um preço que varia deus$ 150,00 a mais deus$ 75 000,00. É óbvio que os pacotes mais caros proporcionam maior variedade de caracte- rísticas e recursos, porém, a aplicação que estiver sendo projetada talvez só mereça um gasto mais limitado. Os preços dos pacotes devem ser comparados. ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 89 Essa comparação talvez seja difícil devido ao fato de que alguns programas são vendidos separadamente, enquanto outros são vendidos como parte de um pacote fechado que também inclui o equipamento. Além disso, é importante admitir que o preço de um pacote é somente um elemento menor no custo global da instalação de um sistema. Aos custos do equipamento devem ser somados os custos com a criação da base de dados e com a instalação e implementação do sistema, os quais provavelmente superarão o preço do pacote. Produtor É importante ter em conta o conceito da empresa responsável pelo desenvol- vimento do pacote de programas. Na avaliação de um novo pacote talvez seja útil a experiência com outros pacotes da mesma procedência. Algumas empre- sas de desenvolvimento de programas gozam de boa reputação e dispõem de pacotes de renome no mercado, e outras são menos estáveis. Uma empresa con- solidada certamente terá condições de proporcionar um suporte permanente. Fornecedor Às vezes, o fornecedor é a mesma empresa que desenvolveu o pacote, mas, prin- cipalmente quando se trata de programas administrativos para. mic:i-ocompu~ tadores, o fornecedor pode ser uma empresa de vendas a varejo. Essas empresas de vendas podem ser especializadas em certos tipos de programas e/ou vender sistemas completos. Naturalmente, o fornecedor é um intermediário ·entre usu- ário e produtor, e pode criar obstáculos a uma comunicação direta entre eles, embora os melhores fornecedores e produtores já definiram suas respectivas responsabilidades, de modo que o cliente conta com suporte satisfatório. Características técnicas Além dos aspectos gerais, os pacotes apresentam várias características técnicas que é preciso examinar, tanto quando da escolha de um pacote quanto ao avaliar se determinado pacote se presta a determinada aplicação. Linguagem O prôgrama pode estar escrito numa linguagem de programação de alto nível ou em assembler, ou 1 freqüentemente, numa combinação das duas. É importante que a linguagem empregada permita que o aplicativo rode com eficiência (tanto em termos de tempo de máquina quanto de requisitos de memória). Siscema operacional O pacote deve prestar-se para rodar num sistema operacional que rode no equi# pamento que estiver sendo utilizado. 90 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Equipamento É preciso que os programas se apresentem em versão que rode no equipamento existente. Alternativamente, se os programas forem escolhidos antes do equi- pamento, talvez seja importante optar por programas que rodem em máquina para a qual exista uma grande quantidade de programas, de modo que maistarde seja possível selecionar programas adicionais que se tornem necessários. Facilidade de uso Naturalmente, a facilidade de uso do programa é um item importante. Muitos dos fatores para os quais se deve atentar têm a ver com a qualidade da interface homem-máquina. Entre eles temos o projeto do modo de interação ou diálogo e o projeto da imagem na tela. Este tema será mais bem examinado na seção seguinte. É claro que a facilidade de uso será influenciada pela existência de suporte na forma de sistemas de documentação e ajuda. Suporte É importante contar com suporte quando da utilização do programa, caso o usuário pretenda explorar ao máximo suas características. Em geral, é natural que exista mais suporte no caso de pacotes mais dispendiosos, quando a tarefa de implementação provavelmente será mais temerária. É lógico que há uma c!iferença importante entre o estilo e volume de documentação exigidos, por exemplo, por um sistema simples para microcomputador, voltado para uma única função, e o que é exigido por um sistema para grande porte, de múltiplas funções e multiusuário. A documentação, não obstante, é importante em todas essas circunstâncias. O suporte pode assumir várias formas. Documentação Inclui tanto a documentação impressa quanto os sistemas de documentação e ajuda em linha. O ideal é que diferentes tipos de usuários contem com diferen- tes tipos de documentação. No mínimo, a documentação deve incluir uma aná- lise introdutória das características básicas, uma descrição completa de todas as características e um sistema de ajuda em linha. Também se deve dispor de su- porte adicional na forma de tutoriais, em disco ou em forma impressa, por tele- fone ou correio ele!rônico, que ajudem o usuário inexperiente. Se for um pacote realmente complexo, haverá sistemas de ajuda e suporte na forma de tutoriais em diferentes versões, e o usuário ou o sistema escolherá o nível de assistência conforme o nível de experiência· que o usuário tiver com o sistema. Orientação durante a instalação Além do suporte na forma de tutorial, é natural que haja alguma ajuda quando da ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 91 implementação de um pacote de programas. Principalmente no caso de grandes sistemas, o contrato de compra deverá incluir várias horas de assistência pres- tada pelos fornecedores, a fim de auxiliar no estabelecimento de bases de dados, formulários de entrada, relatórios de saída, e outras atividades. Treinamento Pode ser ministrado pelo fornecedor do sistema ou por centros de treinamento por ele" licenciados. Outras instituições, como os estabelecimentos de ensino, também podem oferecer treinamento introdUtório sobre o uso de alguns paco- tes. No caso de grandes sistemas, a maioria dos fornecedores oferece tanto trei- namento no próprio local quanto fora dali. Ambos os tipos de treinamento são adequados para diferentes grupos de pessoal. Um problema é que os custos desses cursos podem ser proibitivos. É importante admitir que um treinamento apropriado evitará que se perca muito tempo com experiências e aprendizado na base de ensaios e erros. Manutenção A manutenção de um pacote de prograinas envolve duas áreas de atiVidade: a eliminação de defeitos ou erros que se manifestem nos programas à medi- da que forem sendo utilizados numa grande variedade de aplicações melhoramento do programa para que incorpore novos recursos e e;onceitos à medida que se modifiquem os padrões e os requisitos. . Ambos os tipos de manutenção são importantes. Muitos dos fornecedores renomados de programas oferecem contratos de manutenção a um preço que corresponde a um percentual do custo do pacote original. Atualizações de pequena monta são colocadas à disposição dos usuários nesses contratos de manutenção. Mudanças substanciais, novas versões e novos módulos fre· qüentemente são oferecidos aos já usuários com descontos no preço. Clubes de usuários Muitos dos pacotes importantes de programas e algúns dos menos importantes, de reconhecida reputação, contam com clubes ou grupos de usuários, que pres· tam assistência na utilização dos programas. Os clubes são grupos de usuários de pacotes de programas que desempenha1n duas funções principais: compartilhar entre diferentes usuários cophecimentos e experiências acer· cada aplicação do pacote negociar a fonnação de um grupo articulado que se apresente perante os for· necedores para tratar de eventuais problemas e reivindicar a introdução de- progressos e aperfeiçoamentos. 92 INTRODUÇÃO à TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Reflexão Por que a confiança de que goza o fornecedor é um aspecto importante a ser levado em conta quando da escolha de um pacote de programas? ............................................................... 4.8 Projeto da interface homem-máquina Em todos os sistemas de informação, o projeto da interface é essencial para o uso eficiente do sistema. O objetivo do projetista é criar uma interface que suporte toda a variedade de usuários potenciais com a gama completa de tarefas potenciais que o usuário poderá procurar para executar com esse sistema. Um bom projeto de interface resulta em: aumento da aceitação do sistema por parte do usuário aumento da freqüência de uso do sistema diminuição dos índices de erros cometidos pelo operador redução do tempo de treinamento do operador aumento da velocidade de desetnpenho. Em geral, o projeto de interfaces para o ser humano lidar com a máquina tornou- se mais importante nos últimos l O ou 15 anos, à medida que se expandia o número e a variedade de usuários. Os primeiros usuários dos computadores eram geralmente programadores ou projetistas, que assim podiam ser classificados corno usuários especialistas, enquanto que hoje em dia a maioria é formada por pessoas de quem não se exige requisito algum. Inexiste uma teoria unificada ou quadro elucidativo sobre a interface do ser humano com a máquina. Não obstante, admitem-se vários conjuntos de diretri- zes gerais para o projeto de diálogo. Shneiderman ( 1987) sugere oito regras: 1 Os diálogos devem ser consistentes. 2 Os sistemas devem permitir aos usuários utilizar atalhos em algumas partes de diálogos bem-conhecidos. 3 Os diálogos devem reagir com respostas informativas. 4 As seqüências de diálogos devem ser organizadas em grupos lógicos. 5 Os sistemas devem oferecer uma possibilidade simples de lidar com erros. 6 Os sistemas devem permitir a reversão de ações. 7 Os sistemas devem permitir que usuários experientes se sintam corno se estivessem exercendo controle, e não o sistema. 8 Os sistemas devem ter como objetivo reduzir a necessidade de descargas na memória temporária. Em outras palavras, não é natural que os usuários te- nham de se lembrar de algo corri ·muita freqüência. É importante recordar que os dispositivos físicos pelos quais pode ocorrer a in- teração- isto é, os dispositivos de entrada e saída- impõem restrições impor- ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 93 tantes à natureza da interação, e o desenvolvimento de novos dispositivos flsi- cos oferece novas oportunidades para diferentes estilos de interação. A varie- dade de dispositivos de interação continua a crescer, e cada um deles está en- contrando seu nicho de mercado. O objetivo de qualquer avanço nesta área é criar dispositivos de entrada e saída que maximizem as vantagens das caracte- rísticas tisicas e cognitivas dos seres humanos, e, assim, promovam uma intera- ção com o sistema que seja eficiente, confiável e, se possível, até agradável. Componentes e estilos de diálogo Grande parte do que se tem dito sobre o projeto de interfaces do ser humano com a máquina tem focalizado o estilo da interação, em que a tela é o principal dis- positivo de saída. Há vários estilos diferentes de projeto de diálogo. Vários de- les podem ser usados em qualquer sistema, possivelmente para atender a dife~ rentes funções ou diferentes grupos de Usuários. Além disso,as categorias não são exclusivas ou mutuamente dependentes. Os sistemas de voz poderão vir a tornar-se uma forma de interface e1n linguagem natural, e os ícones são uma forma diferente de apresentar menus. O projetista deve ponderar sobre qual combinação de estilos de interface usará e como aplicar os componentes desse estilo no projeto de uma interface eficaz. Isso deve ser examinado no contexto do usuário e da tarefa que ele deseja executar com o sistema. Linguagens de comandos As linguagens de comandos são um dos estilos de diálogo mais antigos e mais utilizados. Nos diálogos baseados em comandos os usuários inserem as ins- truções na forma de comandos. O computador reconhece tais comandos e exe- cuta a ação apropriada. Por exemplo, se o usuário digitar IMPRIMIR l-2, o com- putador responderá com uma roens.agem, indicando que o comando foi exe- cutado, ou uma outra informando por que o comando não pôde ser executado. A linguagem de comandos para determinado sistema é uma característica do programa em que o sistema roda. Há linguagens de comandos ligadas a sistemas operacionais e a programas aplicativos. Os serviços de buscas em linha utilizam amplamente interfaces baseadas em comandos e muitos dos primeiros sistemas de recuperação de textos baseavam-se em comandos. As linguagens de comandos deve1n incluir comandos para todas as funções que o usuário queira executar e, portanto, uma vez que sistemas diferentes exe- cutam funções diferentes, é inevitável que as linguagens de comandos variem de um sistema para óutro. Foram feitas algumas tentativas para adotar linguagens de comandos padrÕnizadas para sistemas que executem funções similares, e coino resultado disso surgiu a Coinmon Command Language utilizada por alguns dos serviços de buscas em linha. A nonnalização, no entanto, é dificil, e-·· uma característica inerente aos diálogos baseados em comandos é a neces- 94 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO sidade de os usuários se familiarizarem com a linguagem de comandos utilizada. Uma opção intermediária, amplamente utilizada, sendo apropriada para usuá- rios que tenham algum domínio do sistema, consiste no- uso de comandos em menus, em que estes lembram aos usuários o uso dos comandos. Isso, contudo, não é eficiente quando se trata de usuários neófitos, porque eles mal podem adivinhar qual é o significado dos comandos mostrados nos menus. · As linguagens de comandos são potencialmente a interface mais rica, mas isso implica o sacrificio da dificuldade de aprendê-las. O usuário deve aprender não apenas os comandos propriamente ditos mas também sua sintaxe, inclusive a ordem em que devem ser escritos. O posicionamento e a escolha de separa- dores, como espaços, vírgulas, pontos-e-vírgulas e dois pontos, são muitas vezes cruciais para que o sistema aceite e execute um comando. Por exemplo, para mostrar na tela o arquivo invertido de nomes de autores que circundem o autor J. Keen, no banco de dados DIALOG, o consulente precisa saber que a sintaxe correta desse enunciado de busca é 'AU=KEEN ,J'. As principais vantagens das linguagens de comando são: economia de espaço da tela, endereçamento direto de objetos e funções pelo seu nome, e a flexibilidade de funções de um sistema que uma combinação de comandos pode proporcionar. Interfaces baseadas em menus Os menus apresentam ao usuário várias alternativas, ou então um menu na tela, e lhe pedem que selecione uma opção, a fim de prosseguir. As opções dos menus são nonnalmente exibidas na forma de comandos, o que é particularmente adequado para usuários mais experientes, ou como breves textos explicativos. Figuras ou ícones são também empregados para representar opções do menu. Seleciona-se a opção apropriada digitando-se um código (em geral um número ou letra) correspondente àquela opção, ou apontando-se a opção desejada com um mouse ou outro dispositivo apontador. Em geral, admite-se que os menus são um método razoável para o usuário eventual ou novato. Raramente se precisa de ajuda suplementar e se exige pouca entrada de dados por parte do usuário. O projetista do sistema restringiu o total de opções e, assim, o usuário novato tem menos propensão a cometer erros. Igualmente, os usuários que não dominem a terminologia da interface podem receber auxílio, pois os menus limitam o conjunto de opções. Se forem estruturados de modo adequado, e os itens cuidadosamente selecionados, os menus podem ser de uso rápido e fácil, geralmente exigindo apenas q1:1e se acionem uma ou duas teclas ou o mesmo número de cliques no mo use para çompletar uma seleção. Além de tudo, uma vez que qualquer que seja a entrada ela deve corresponder a uma das opções oferecidas, os sistemas baseados em menus são fáceis de programar. Para usuários 1nais experientes, os menus podem ser frustrantes e limita- dores. As interfaces baseadas em menus devem ser definidas com a atenção ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 95 dirigida muito de perto para o usuário. Isso envolve cuidadosa análise da estru- tura do menu, toques de teclas necessários e técnicas de atalho de menus. Por exemplo, os usuários especialistas devem contar com a opção de acessar deter- minada tela ou fazer urna seleção sem terem necessariamente que passar por ·todas as seleções de menus anteriores. Quando existem muitos comandos possíveis e a exibição de todos pode ser difícil, eles às vezes são organizados em estruturas hierárquicas. Em outras palavras, um menu pode não só conter comandos, mas também caminhos para outros menus. Por exemplo, um comando FORMATO num pacote de processa- mento de textos, ao ser selecionado dentro de um menu, poderá mostrar um outro menu em que se acham relacionadas as opções de itens a serem formatados, corno, por exemplo, caracteres ou parágrafos. Embora os menus possam ser muito úteis na recuperação, eles de fato pos- suem algumas limitações: 1 Não se prestam para entrada de dados como números ou textos. 2 São muitas as informações que aparecem na tela, que tomam tempo para serem lidas. 3 Numa tela somente pode ser apresentado um número limitado de_ opções, e a fim de oferecer um número maior de opções é preciso elaborar uma h ierar- ~~ =m - 4 Quando se inclui uma hierarquia de menus e submenus, é importante forne- cer os menus ao usuário para que ele possa saber onde se encontr~m e assim traçar seu caminho na hierarquia. ~ As interfaces atuais valem-se de vários tipos diferentes de menus, muitas vezes combinados entre si. Os tipos de menus mais comuns incluem: 1 Menus de uma única opção, em geral usados para solicitar a confirmação de uma resposta apresentada pelo usuário. 2 Menus instantâneos, que surgem subitamente, muitas vezes no centro da tela, solicitando que o usuário dê uma resposta ou faça uma seleção. 3 Menus descendentes encontram~se com freqüência ligados a um menu principal no alto da tela. Quando o usuário clica numa opção de menu na barra principal de menus, surge um outro menu com várias opções. 4 Menus em cascata são uma série de menus. Assim, por exemplo, o usuário clica numa opção da barra principal de menus no alto da tela e exibe um menu em cascata. As opções neste menu que remetem para a exibição de ou- tros menus poderão estar identificadas, por exemplo, por reticências:' Ad- quirir imagem ... ' Ao clicar nessa opção chegamos a outro menu. Isso é co- nhecido como menu em cascata. Esse tipo de menu é particularmente útil quando há u1na série de ações para serem executadas, pois podem lembrai ao usuário a seqüência em que essas ações devem ser completadas. 96 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 5 Barras de menus principais surgem na parte superior ou inferior da tela e ali permanecem enquanto o usuário executa outras funções e exibe outros menus. Podem conter, ligados aos principais, menus descendente$, como indicado acima, ou podem simplesmente exibir algumas opções comuns de menus, como 'ajuda', 'salvar' e 'sair'.: ...........................Reflexão Examine os diferentes tipos de menus usados num paco- te de programas ao qual você tenha acesso. Explique as vantagens desses tipos para a aplicação correspondente. Teclas de funções As teclas de funções são um equívalente dos menus, proporcionado pelo equi- pamento, com opções atribuídas a teclas especiais do teclado. As teclas de fun- ções podem, por exeinplo, abranger opções como 'copiar', 'inserir', 'apagar', 'ajudar', 'exibir registro' ou 'chamar menu'. As teclas de função com código fechado ou rígido exercem uma função que lhes foi atribuída de modo permanente e são localizadas desta maneira. No caso das teclas de código aberto ou flexível, a chamada de comando é atribuida à tecla de função pelo programa aplicativo. A maioria dos teclados possui de 10 a 12 funções, de modo que é extremamente limitado o número de opções que podem ser abrangidas por essas teclas. Diálogos de perguntas e respostas O usuário do diálogo baseado em perguntas e respostas é orientado durante a interação por meio de perguntas ou mensagens mostradas na tela. O usuário responde com a inserção de dados pelo teclado. Em geral, as perguntas exigem uma simples resposta afirmativa ('sim') ou negativa ('não'), mas em outras ocasiões o usuário será solicitado a fornecer alguns dados, c~mo um código, uma senha, seu nome ou outros dados textuais. Em geral, no entanto, o natural é as respostas constarem de uma só palavra. Ao receber a resposta do usuário, o computador a avaliará e agirá da forma adequada, o que pode envolver a exi- bição de dados, perguntas adicionais ou a execução de uma tarefa, como salvar um arquivo. A informação contida na mensagem é facilmente personalizada conforme os requisitos do usuário, e este estilo de diálogo pode ser útil, portan- to, para usuários inexperientes e ocasionais. Sua principal desvantagem está i;:m que a interação pode ser lenta, pois todo item a que se der entrada deverá ser validado a cada passo antes de continuar o diálogo. O diálogo por meio de per- guntas e respostas é muito utilizado, numa forma simples, em interfaces gráfi- cas, em que uma pergunta pode ser apresentada numa caixa de diálogo e o usuá- rio deve responder clicando o botão de 'sim' ou 'não'. ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 97 Diálogos por meio do preenchimento de formulário Neste tipo de diálogo o usuário trabalha na imagem de um formulário na tela, que terá rótulos e espaços livres para neles serem inseridos dados. Convém que se possa mover o cursor para qualquer posição adequada para a entrada de dados. Em geral, os rótulos são protegidos contra alterações ou a possibilidade de outro texto se sobrepor a eles, e certos usuáríos podem estar autorizados para alterar alguns campos enquanto outros permanecem protegidos. O preenchimento de formulário é uma forma útil de diálogo para inserção de registros e blocos de dados, sendo usado em interfaces do tipo consulta por meio de exemplo em operações de busca. Todas as entradas de dados devem ser validadas e os erros comunicados ao usuário. Como o preenchimento de formulário envolve, às vezes, grande volume de entrada de dados, pode tomar muito tempo e causar frustração e erros. Nos diálogos por meio do preenchimento de formulário o usuário exerce pouco controle do diálogo, mas esse método tem a vantagem de o usuário raramente precisar lembrar-se de comandos ou sua sintaxe. Interfaces gráficas e manipulação direta A idéia de manipulação direta é que as ações do usuário devem afetar direta- mente o que acontece na tela, no sentido de haver a sensação de estar manipu- lando fisicamente os objetos na te la. Em geral, os sistemas de manipulação direta possuem ícones que representam objetos que podem ser movidps e mani- pulados ao se controlar o cursor com o mouse. É possível, por exen1.plo, mover um arquivo clicando no ícone que o representa e arrastando-o para.outro local. Uma interface gráfica não é o mesmo que interface de manipulação direta. Em sentido estrito, significa interface que usa imagens mapeadas em bits e não caracteres. Muitas vezes os termos são usados de forma recíproca, embora seja possível haver uma interface gráfica que não adota manipulação direta, e algu- mas das interfaces de acesso público mais fáceis, baseadas em telas sensíveis ao toque, são interfaces gráficas sem recursos de manipulação direta. As interfaces de manipulação direta, lideradas pelo Windows da Microsoft, tornaram~se ainplamente difundidas. Shneiderman ( 1982) identifica as seguin- tes características positivas dos sistemas de manipulação direta: Os nov.atos podem aprender rapidamente o essencial do funcionamento do sistema (de modo que podem começar facilmente e irem aprendendo mais sobre o funcionamento à medida que vão trabalhando). 2 Os usuários experientes podem trabalhar de 1nodo extremamente rápido para executar uma ampla variedade de tarefas. 3 Os usuários podem ver rapidamente se suas ações estão ou não levando aos objetivos que têm em mira, e, se preciso, adotar as medidas corretivas. 4 Os usuários sentem-se menos ansiosos porque o sistema é compreensível e . as ações são reversíveis. 98 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 5 Os usuários adquirerri confiança e proficiência porqlle podem iniciar urna ação e prever as respostas do sistema. As interfaces gráficas são especialmente úteis quando se sabe que a população de usuários contará com a.!ta proporção de neófitos, ou alternativamente quan- do contém uma mescla de novatos e usuários mais experientes. As ferramentas disponíveis para o desenho de interfaces em ambiente Windows e outros ambientes baseados em interfaces gráficas são determinadas pelos componentes clássicos desse tipo de interface. Esses componentes são empregados para projetar o programa em seu estado nativo e no projeto de quaisquer interfaces em aplicativos baseados nesse programa. Os componentes clássicos das interfaces gráficas são janelas, caixas de diálogos, menus e co- mandos, botões e caixas de confirmação, e ícones. (Os menus e comandos foram vistos anteriormente neste capítulo.) /anelas Janela e uma área retangular da tela em que se pode ver um aplicativo ou um documento. A maioria das janelas podem ser abertas, fechadas, movidas e au- 1nentadas ou diminuídas. Várias podem ser abertas simultaneamente, e quase todas podem ser reduzidas ao tamanho de um ícone ou ampliadas para encher toda a tela. Algumas vezes janelas são exibidas dentro de outras janelas. Há dois tipos de janelas: lado a lado e em cascata. As janelas lado a lado ocorrem quando a tela aparece dividida de formaregulare1n subtelas sem qualquer superposição. As janelas e1n cascata P?dem ser acomodadas uma em cima da outra. As janelas têm múltiplos usos. Areas da tela podem ser separadas para apresentar mensagens de erro, menus· de controle, área de trabalho e ajuda. Caixas de diálogo Caixa de diálogo é uma janela especial que aparece temporariamente para soli- citar informação. Muitas delas possuem opções que se podem selecionar para comunicar ao programa que execute um comando. Uma caixa de diálogo solíci- ta informação ao usuário. :Por exemplo, os usuários podem precisar selecionar certas opções, digitar u1n texto ou especificar determinadas configurações. Botões e caixas de confir[71ação Botões e caixas de confirmação são similares, pois clica-se neles para sele- cionar uma opção ou escolher um comando. Há dois tipos de botõe~: de coi'nando e de opção. Os botões de coinando per- mitem-nos escolher um comando, do tipo 'salvar' ou 'ajuda'. Aparecem como imagens de teclas. Botões ~e comando exibidos com ' ... ',como em 'instalar', mostrarão outra caixa de diálogo ao serem clicados. Os botões de opção são ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 99 normalmente" mostrados como pequenos círculos. Quando clicados e sele- cionados, o ~írculo vazio é preenchido com· um círculo menor cheio. Caixas de confirmação são visualizadas çomo pequenascaixas. Ao ser sele- cionada, a caixa aparece preenchida com um X, e ao ser clicada, liga ou desliga a opção. Muitas vezes, uma série de caixas de confirmação pode ser mostrada na caixa de diálogo para o usuário selecionar várias opções ou configurações. Ícones Os ícones são representações gráficas de vários elementos numa interface gráfi- ca, tais como unidades de disco, aplicativos, objetos e documentos incorpo- rados e vinculados. Pode-se escolher um ícone clicando-se duas vezes sobre ele. Por exemplo, a janela principal do Windows mostra os principais aplicativos incluídos no Windows, como gerenciador de arquivos, painel de controle, gerenciador de impressão, visualizador da memória temporária, aviso do MS- oos, instalação do Windows, editor P!Fe leia-me. Ícone~ de grupos representam outros grupos de ícones. Diálogos em linguagem natural As interfaces em linguagem natural.permitem aos usuários comunicarem-se em sua língua materna, como o português, por exemplo. O sistemap'recisa estar apto tanto a interpretar entradas feitas pelo usuário em linguagem natural e reagir a elas, quanto, preferencialmente, . também gerar enunciados em linguagem natural em resposta aos do usuário. A fim de conseguir manter esse diálogo o . sistema deve incluir recursos tanto de compreensão quanto de geração do português. Em geral, ainda não é possível projetar interfaces em linguagem natural que interpretem corretamente qualquer solicitação que lhes seja feita, porém podeiri ser utilizadas de mo~o eficiente em ambientes mais estruturados onde seja conhecido o conjunto de toda a tenninologia, seu uso, fraseologia e os pedidos mais comuns. Assim, foran1 projetados alguns sistemas de recuperação de informação em que o usuário faz as buscas mediante a entrada de frases em linguagem natural. O sistem~· possui algoritmos para decompor ~ssas frases nos termos de b_usca que as compõem, realizar buscas e fornecer respostas para os usuários sobre o conjunt~)di;: ~ocumentos recuperados. Ainda há muitas dificU l_dades p3ra gerar interfaces que possam lidar com a linguagem i:iatural. Entre e"lás temos:. AmbigQ.idade. Os seres humahos podem dar-se ao luxo de ser ambíguos porque ~tnpregamos diferentes formas de comunicação, como gestos, lin· guagem'.corporal e relaçQes pronominais antecedentes que auxiliam naco- =~~ . 2 Múltiplos significados .. As palavras possuem múltiplos significados, ·de- pendendo de sua posição na frase ou do contexto da comunicação. l 00 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 3 Imprecisão. Há inúmeras palavras empregadas na linguagem natural, como 'em média', 'um bocado de', 'poucos' e 'muitos', que são imprecisas e difíceis para o sistema interpretar como um número específico ou determi- nada faixa de números. As interfaces em linguagern natural são, em geral, vistas como sendo úteis para usuários pouco informados, porque eles podem acercar-se do sistema sem conhecimento algum a ·seu respeito, do conteúdo da base de dados ou das estratégias de recuperação que o sistema empregará. Usuários mais exp_erientes talvez achem frustrantes as interfaces em linguagem naturali caso queiram es- pecificar a gama de recursos de recuperação usados numa busca. Por exemplo, podem querer especificar se será usado truncamento. Os usuários muitas vezes precisam de assistência para expressar suas hipóteses ou questões como um enunciado de busca, mesmo com interfaces em linguagem natural. Diálogos baseados na voz Todos os diálogos vistos até agora referem-se à comunicação baseada em telas com auxílio de teclados, mouses, telas sensíveis ao toque e dispositivos simila- res. Há muitas circunstâncias cm que um diálogo baseado na voz seria mais conveniente para o usuário. Isso seria atraente para o usuário ocasional que estivesse inserindo apenas respostas monovocabulares, como 'sim' e 'não' e também para quem inserisse grande volume de dados textuais. Esses diálogos podem ser voz-a-voz (isto é, o computador e o usuário conversam entre si) ou tela-a-voz (isto é, o computador fala e o usuário opera o teclado). Nos diálogos voz-a-voz, a comunicação pode ser remota, de uma estação de trabalho, por meio de um receptor telefônico e uma conexão de telecomu- nicação. Todas essas modalidades têm suas aplicações, e os modos de diálogo esboçados acima (por exemplo, menu, comando, preenchimento de formulá- rios) seriam usados num diálogo baseado na voz. Embora haja algumas aplica- ções para esses sistemas, são limitadas, e se devem aguardar novos progressos. Interfaces _multimídia As interfaces multimídia apresentam desafios interessantes para seus proje- tistas no que concerne a como melhor incorporar som, vídeo, imagens fixas, gráficos, texto, números e animação. Pode-se dizer que as interfaces multiµlídia possuem dois componentes: a interface de navegação, que exibe muitas das características de uma inter- face gráfica, co1no botões e janelas os elementos gráficos que contribuem para a aparência do aplicativo, inclu- sive fundos de tela, texturas, cores, a forma como a tipografia é mostrada na tela, e como as imagens fixas, gráficos e vídeos sã? exibidos. ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR l 0] Esses componentes precisam ser integrados de modo que, por exemplo, as cores complementares do desenho sejam empregadas para se combinarem tom urna imagem fixa, ou a iluminação de uma seqüência de vídeo se combine com a aparência e a impressão transmitida pelo resto da produção do trabalho. Há muitas perguntas ainda não respondidas sobre como as pessoas usariam as interfaces multimldia. Isso pode depender da natureza da aplicação para a qual se esteja usando multimídia. As áreas de sua aplicação abrangem entrete- nimento, vendas, fornecimento de informações e educação. Combinação de estilos de projetos de interfaces com o usuário Um sistema deve ser projetado para: abranger todas as tarefas que precisam ser executadas com o sistema ser utilizado por diferentes tipos de usuários. Alguns sistemas de recuperação de informação, como os que utilizam ceder- rons ou serviços externos de buscas em linha, podem em algumas aplicações ser;~ efetivamente autôno1nos, pois as únicas tarefas que o usuário executará serã~5· orientadas para a recuperação. Outros sistemas de recuperação de informação;:;- principalmente os catálogos em linha de acesso público, podem fazer parte de~: um sistema maior. É preciso adotar um método coerente para o projeto de inter-:.-· faces em todos os componentes do sistema. Um sistema de gerenciamento de ..... bibliotecas, por exemplo, suporta as operações de rotina de empréstimo e devo-: lução de livros, além da entrada de dados relativos ao catálogo e registros do · leitor e a recuperação da informação no catálogo em linha de acesso público. As interfaces gráficas lançam mão de uma ampla variedade de diferentes estilos de interface e demonstram que é possível combiná-los entre si. No en- tanto, é importante utilizar uma metçdologia apropriada para projeto de inter- faces, a fim de garantir que o estilo da interface combina com a gama de usuá- rios e com as tarefas que provavelmente haverão de querer executar. A tabela 4.4 resume algumas das vantagens e desvantagens de diferentes estilos de projeto de interfaces. Cor no projeto de interface A cor encontra uma de suas aplicações fundamentais. no fundo de tela e no texto ali exibido. Muitas aplicações também fazem amplo uso de cores nas barras de status, menus e outras áreas da tela. A cor pode ser um mecanismo eficaz para comunicar mensagens de alerta, chamar a atenção e definir relações. Em vários siste1nas de bases de dados a cor é utilizada para atrair a atenção para partes específicas dos registros. Em geral, a cor pode ser usada para: " chamar a atenção para mensagens de advertência ] 02 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO melhorar a legibilidade e reduzir o cansaço visual destacar diferentes partes da imagem na tela, como barras de statuse menus agrupar elementos em menus ou barras de status, de modo que, por exem- plo, uma instrução seja associada ao número de sua tecla de função. Tabela 4.4 Estilo Menus Ícones Pergunta e resposta Preenchi- mento de formulá- rios Linguagens de coman- dos linguagem natural Multimídia Reflexão Estilos de projeto de interfaces Vantagens Fáceis de aprender; fáceis de usar; fáceis de programar; adequados para novatos ao acessarem as opções do sistema Muito fáceis de aprender; fá- ceis de usar; independem da língua; relativamente fáceis de programar; adequados para usuários novatos no acesso ao sistema e em interfaces de comandos Fácil de usar; fácil de apren- der; fácil de programar Rápido de usar; fácil de usar; fácil de aprender; serve para todos os tipos de usuários, entrada de dados, visualização e interfaces de recuperação Rápidas de usar; complexas; adequadas para usuários com necessidades complexas Comunicação natural; não requer aprendizagem; adequa- da para usuários novatos num domíniorestriio Fácil e interessante de usar; atrai a atenção; suporta aprendizado e compreensão num modo multidimensional Desvantagens De uso lento em sistemas gran- des; opções limitadas por menu; cu~to de transmissão; podem ser irritantes para usuários experientes Antieconômicos em matéria de espaço da tela; precisa de su- porte textual; requer equipa- mento gráfico; precisa de pro- grama de criação de ícones Sem complexidade; uso lento O formulário somente serve para entrada de dados Difíceis de aprender; difíceis de usar por novatos; difíceis de programar Difícil de programar; requer base de conhecimentos; entrada prolixa; pode ser ambígua Requer memória do tipo de disco óptico e canais de comu- nicação de grande largura de banda; relativamente caro para criar bases de dados e interfaces de boa qualidade Use a tabela 4.4 para comparar duas interfaces que este- jam facilmente disponíveis para você. ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 103 Não obstante, as cores devem ser utilizadas com cautela, reconhecendo as diferenças que os usuários potenciais apresentam na fonna de ver as distinções cromáticas e obter informações das cores. Se usada de modo inadequado, a cor pode ser um elemento de distração, confusão ou desagrado. Normas Z39.50 e SR z39.50 e SR são normas relativas à recuperação da infonnação. A z39.50 é um protocolo nacional norte-americano desenvolyido pelo ANSI (American Natiw onal Standards !nstitute), enquanto a SR, ou !SÓ 1O162/3 Search and Retrieve, é a norma internacional oriunda da International Standards Organisation. A z39.50 e a SR são compatíveis, mas a 239.50 é utilizada com mais freqüência devido à sua maior funcionalidade. A Z39.50 constitui um protocolo de camada de aplicações que suporta a construção de aplicações distribuídas de recuperação da informação (ver o mo- delo OS! no capítulo 3, em que a camada de aplicações é a camada superior, ou a camada que processa os dados). A implementação da norma z39 .50 permite a ~ usuários de diferentes produtos de software se comunicarem entre si e inter-··.~· cambiar dados. E, o que é mais iinportante, a interface local, plenamente cow· . .'~·· nhecida, pode ser utilizada para fazer buscas em outras bases de dados remotas: :: Isso significa que o usuário, por exemplo, pode fazer buscas num catálogo em-~· linha de acesso público remoto, montado num sistema diferente de gerencia- · ~ mente de bibliotecas, adotando a interface disponível na biblioteca local. ·• A Z39.50 funciona em ambiente de cliente-servidor (ver capítulo 2), con--::.- texto em que o cliente é a origem e o servidor o alvo. Do lado do cliente, um pedido oriundo do aplicativo do usuário é traduzido para a Z39.50 na origem e enviado para o alvo. Do lado do servidor, o alvo traduzo pedido para uma fonna compreensível pelo aplicativo da base de dados, que processa o pedido, localiza a informação e a devolve ao alvo, qué, por sua vez, devolve-a à orige1n. O prow cesso recíproco de tradução contém informações de retorno. Muitos fornecedores de sisternas, mas nem todos, oferecem clientes e/ou servidores z39.50. Esta norma é utilizada em vários sistemas_ de gerenciamento de bibliotecas, no serviço FirstSearch do OCLC (fornecimento de documentos e empréstimo entre bibliotecas) e nos serviços de buscas em linha oferecidos por Mead Data Central e DIALOG; a Si!verPlatter incorporou-a em sua Electronic Reference Library. Embora a Z39.50 pennita o uso de urna interface local de busca, isso não significa que todos os recursos de busca normalmente ofere- cidos por essa interface estejam disponíveis. Uma vez que a aplicação da base de dados remota executa a busca, o usuário está limitado aos recursos desse sistema. Também há algumas limitações impostas pelo próprio protocolo. Por exemplo, o protocolo não abrange a classificação por ordem de relevância. .~ ' t i' J 104 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO .......................................................... RESUMO Este capítulo iniciou explicando a maneira como os dados são representados no computador. As linguagens de programação com as quais podem ser enviadas instruções para o computador incluem código de máquina, linguagem de mon- tagem, linguagens de alto nível, linguagens de quarta geração e linguagens orien· tadas a objetos. O desenvolvimento de programas precisa levarem conta os prin- cípios da programação estruturada. Os sistemas operacionais respondem pelo gerenciamento do funcionamento básico do computador. Pacotes de aplicativos foram desenvolvidos para atender a diferentes aplicações, como gerenciamento de bases de dados, processamento de textos e gráficos. Muitas vezes um pacote é uma solução com melhor relação custo-eficácia do que o desenvolvimento de programas pela própria organização usuária a fim de suportar aplicações espe- cíficas de bases de dados, como o gerenciamento das transações de uma bi- blioteca. O projeto da interface entre seres humanos e computador é uma carac- terística importante dos pacotes de programas e pode ter um efeito marcante na eficácia do sistema. Os estilos de diálogo incluem interfaces gráficas, em multi- mídia, menus, comandos, preenchimento de formulários, perguntas e respostas e diálogo em linguagem natural.A Z39.50 e asR contribuíram em muito para uma maior padronização do projeto de interfaces. QUESITOS DE REVISÃO Dê alguns exemplos dos tipos de dados que um byte de memória pode armazenar. 2 Explique a diferença entre código de máquina e uma linguagem de programação de alto nível. 3 Quais as funções básicas de um sistema operacional? 4 Por que uma instituição deve sempre levar em conta a possibili- dade de adotar pacotes de programas aplicativos já existentes antes de decidir-se por desenvolver um pacote especial para suas necessidades? 5 O que é programa utilitário e quais as funções que executa? 6 Descreva os diferentes tipos de programas administrativos. 7 Quais as formas de suporte que existem quando se adotam programas aplicativos? 8 Quais as diferentes formas de componentes no projeto de inter- faces? 9 Diferençar entre mariipulação direta e interfaces gráficas. 10 Quais as características especiais do projeto de interfaces e1n multimídia? 1 t Explique a importância do protocolo z39.50. ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO E PROGRAMAS DE COMPUTADOR 105 Referências Shneiderman, 8. The future of interaction systems and the emergence of direct manipu- lation. Behaviour and information technology, v. 1, p. 237-256, 1982. --. Designing the user interface: strategies for ejfective human-computer interac- tion. Reading, MA: Addison-Wesley, 1987. Bibliografia Nota: A maioria dos livros citados no final do capítulo 2 contém uma breve introdução sobre os temas abrangidos neste capítulo. Booth, P.A. An introduction to human-compurer interaction. Hove: Erlbaum, 1989. Dempsey, L. Distributed Jibrary andinformation systems: the significance ofz39.50. Managing informalion, v. 1, n. 6, p. 41-42, 1994. Hobart, J. Principies ofgood GUI design. UNIX review, p. 37-46_. 1995. Large, A. The user interface to CD-ROM .databases. Journaf oflibrarianship and infor- mation science, v. 23, n. 4, p. 203-217, 1981. McGraw, C.L. Designing and evafuating user interfaces for knowledge based systems. New York; London: El!is Horwood, 1992. Mohan, L.; Byrne, J. 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Elas podem ser: uma coleção de dados sobre as atividades de uma organização, que assim permite o controle dessas atividades uma coleção de dados disponíveis publicamente, mantidos num computador hospedeiro ou servidor acessível por meio de rede de telecomunicações ou em cederrom. Ao ténmino deste capitulo você: estará conhecendo os conceitos de registros e campos poderá reconhecer os diferentes tipos de bases de dados que podem ser impor- tantes para os gerentes da informação terá compreendido a natureza do formato de registro MARC para bases de dados bibliográficos terá compreendido a diferença entre estruturas físicas e lógicas de bases de da- dos tera conhecido a necessidade das estruturas de bases de dados. 5.1 Introdução Os gerentes de bibliotecas e serviços de infonnação sempre compilaram arqui- vos de informações, fossem catálogos ou listas de leitores registrados. Os antigos sistemas informatizados de muitas empresas conservavam arquivos- mestre, que.em geral continham dados relativos a folha de pagamento, vendas, compras e inventário. Essas aplicações compreendem uma série de registros relacionados entre si e formatados de modo semelhante. Bases de dados exter- nas podem ser acessadas por intermédio dos serviços de buscas em linha ou adquiridas em cederrom. O gererite de informação poderá importar partes des- sas bases de dados, desde que disponha das licenças necessárias, a fim de integrá-las em bases de dados locais. Em virtude de as bases de dados serem essenciais para a forma como os dados são armazenados e recuperados, é BASES DE DADOS 107 importante que o gerente de informação conheça os tipos de bases·de dados que existem, quaisquer formatos-padrão de registros que sejam encontrados, bem como os métodos de estruturação de bases de dados. Este capitulo, portanto, apresenta algumas definições básicas relativas a bases de dados e depois examina os tipos de bases de dados. Em seguida, trata dos formatos-padrão de registro, e a parte final explica algumas idéias funda- mentais sobre estrutura de bases de dados. 5.2 Definições básicas Arquivo é uma coleção de registros similares, com relações definidas entre si. Um sistema de base de dados pode compreender vários arquivos interligados. Examinamos isso mais detidamente na seção 5.5 que trata das estruturas de bases de dados. Para dar inicio à nossa análise focal'izaremos a base de dados ou arquivo tornado isoladamente. Registro é a informação contida na base de dados e que diz respeito a um documento ou item. Por exemplo, numa base de dados catalográficos ~m regis- tro conterá todas as informações acerca de determinado livro. Nu~a base de dados de fontes, um registro mostrará o conteúdo do verbete de um cadastro, ou artigo de periódico. Numa base de dados de inventário, o registro conterá todas as informações pertinentes quanto ao estoque de determinado item. Os regis- tros compõem-se de vários campos. Os tipos de campos utilizados, sua.extensão e a quantidade de campos de um registro são escolhidos de acordo co.~ a aplica- ção específica. A figura 5.1 relaciona os tipos de campos que se enContram no arquivo de um sistema de controle de inventário, e a figura 5.2 mostra os cam- pos que se encontram num registro bibliográfico. N.º do item Saldo Nível para fazer nova encomenda Nível de perigo Preço de venda Descrição do item localização Quantidade disponível Código do fornecedor do item Fornecedor cfo item Unidade de encomenda Número/unidade Último custo Preço unitário de venda Valor do estoque atual pelo último custo Figura 5.1 Alguns campos comuns de um arquivo-mestre de inventário 108 INTROOUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO USMARC record 001 Sa94-790547 005 Sa19950106130304.3 008 950106s1994####dcun#######m########eng## 040 SaDLC ScDLC $dOLC 050 OOSaZ69S.615 082 10Sa025.JS212 111 2SaSerninaronCataloging Digital Documems Sd(l994 ScUniv~r..ityofVirginia Library and Library of Congress) 245 10$aProceedingsoftheSeminaron CatalogingDigital Documents, October 12· 14.1994$h{computerfile} . /$cUniversity ofVirginia Library, Charlonesville, and the library of Cüog= 256 SaComputerdataandprogram. 260 $a{ Washington, D.C. :$blibraryofCongress,$cl 994 }. 538 $aAccess: !nternetAddress: ho.pJ/lcweb.loc.gm/ratdir/semdigdocso'seminar.html. 500 $a Title from title screen. 500 $a"Sponsor: Sarah Thomas, directorforcataloging. LibraryofCongress" •• Home -520 #Sa T ext, graphics, and audiofiles, indudlnga summaryoftheseminarbySarah Thomas, colar photographs of the presenters anel various events, textsof the presentations, notes taken by UbraryofCongress staff, recordsofthe panet discussion, an adion plan, anel a listof participants. 650 #Q$aCatalogingof computer files $xCongresses SxDatabases. 700 1 # $a Thcmas, Sara li. 710 2#$aUniversityofVirginia. SbLibrary. 710 2#$alibraryofCongress. 856 7$uhttp://loveb.loc.gov/c.atclir/semcligdoa/seminar.htm1$2http Figura 5.2 Campos de um registro bibliográfico (USMARC; ver também seção 5.4) Existem dois tipos de campos: campos de tamanho fixo e campos de tamanho variável. U1n campo de tamanho fixo contém o mesmo número de caracteres em cada registro. Como os tamanhos fixos são previsíveis, não é preciso sina- lizar para o computador onde co1neça e termina cada campo. Os campos de tamanho fixo permitem um armazenamento econômico e os registros que os adotam podem ser codificados rápida e facilmente. No entanto, os campos de tamanho fixo talvez não comportem de forma adequada dados de tamanho va- riável. Os campos de tamanho fixo são excelentes para serem usados com códi- gos, como ISBNs, códigos de leitores, códigos de produtos, números de contas bancárias, datas e códigos de idio1nas, cuja extensão da informação será igual em cada registro. Quando se trata de dados de tamanho variável tornam-se ne- cessários ca1npos de tamanho variável. Um campo de tamanho variável terá diferentes tamanhos em diferentes registros. Neste caso, o computador não pode reconhecer quando um campo termina e outro começa, tornando-se neces- sário, portanto, sinalizar o início e o fim dos campos. A análise do formato de registro MARC trata de uma das formas de se realizar isso. As bases de dados BASES DE DADOS 109 estudadas neste capítulo empregam uma mistura de campos fixos e variáveis, a fim de poderem comportar os diferentes tipos de dados. Além disso, objetos como fotografias e videoclipes podem ser armazenados como arquivos separa- dos ligados a registros que contenhamcampos de tamanho essencialmente fixo ou variável. Reflexão Examine os campos do registro bibliográfico dafiguraS.2. Por que cada um deles foi incluído? Quais desses itens de dados poderiam ser acomodados satisfatoriamente em campos de tamanho fixo? Dentro de cada campo, os elementos específicos de dados ou unidades de informação podem ser denominados subcampos. Estes subcampos precisa1n ser sinalizados, a fim de que possam ser identificados pelo computador. Os registros de uma base de dados podem ser recuperados por mei_o da inserção de séries de caracteres e solicitando-se ao computador que as localize. Isso permitirá que sejam selecionados subconjuntos da base de dados conforme um critério de consulta. Evidentemente, o que se pode recuperar dé.P.ende do que existe na base de dados e da forma como as informações tiverem "sido estru- turadas. Comumente, são feitas buscas em certas partes dos registros e seu conteúdo é usado como chaves de busca. É comum haver uma gáma razoável de tipos de chaves de busca, bem como diferentes maneiras pelas quais se pode fazer uma busca numa base de dados. Também é possível, usualment_e, selecio- nar os campos de u1n registro que são apresentados numa determin'!-da aplica- ção e formatar essa apresentação de várias maneiras diferentes. 5.3 Tipos de bases de dados . ..:\s bases de dados podem ser armazenadas em meios magnéticos ou ópticos, como discos, e acessadas local ou remotamente. Isso inclui o acesso à base de dados da instituição, que abranja transações e registros financeiros, ou a outras bases de dados que possam ser acessadas à distância. Algumas dessas bases de dados conterão informações de acesso público, como resumos e índices, textos completos de relatórios, enciclopédias e cadastros, enquanto outras serão com- partilhadas no âmbito de uma instituição ou grupo de instituições. Bases de dados de referências e de fontes Classificam.se como de referências e de fontes as bases de dados disponíveis para os usuários da informação em âmbito público e que sejam acessadas à dis- tância, por meio de um serviço de buscas em linha, ou localmente em cederrom. As bases de dados de referências remetem ou encaminham o usuário a ou-· tra fonte, como um documento, uma pessoa jurídica ou pessoa física, para que l] 0 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO obtenha informações adicionais. ou o texto completo de um documento. Como exemplos ternos: 1 Bases de dados bibliográficos, que incluem citações ou referências biblio- gráficas e. às vezes, resumos de trabalhos publicados. Informam ao usuário sobre o que foi publicado e onde se publicou (por exemplo, se num perió- dico, nos anais de um congresso) e, na hipótese de a base conter resumos, àpresentarão urha síntese do conteúdo do documento original. 2 Bases de dados catalográficos, que mostram o acervo de determinada bi- blioteca ou rede de bibliotecas. Comumente, essas bases de dados relacio- nam quais os livros, títulos de periódicos e outros itens que a biblioteca possui em seu acervo, porém não proporcionam informações adicionais so- bre o conteúdo desses documentos. As bases de dados catalográficos são um · tipo especial de base de dados bibliográficos, porém, em virtude de sua ori- entação ser bastante diferente da de outras bases de dados bibliográficos, merecem ser identificadas como uma categoria à parte. 3 Bases de dados referenciais, que referenciam infonnações ou dados, como nomes e endereços de instituições, e outros dados típicos de cadastros. Reflexão Examine um dos registros encontrados no catálogo da bi- blioteca que lhe seja· mais acessível. Quais os campos que ele apresenta e que podem ser visualizados por você como usuário? As bases de dados de fontes contêm os dados originais e constituem um tipo de documento eletrônico. Após ter feito uma consulta bem-sucedida numa base de dados de fontes, o usuário terá em mãos as informações de que precisa, sem ter de ir buscá-las numa fonte original (como seria obrigado a fazer no caso das bases de dados de referências). Os dados encontram-se disponíveis tanto em fonnato legível por computador, quanto em fonnato impresso. As bases de dados de fontes podem ser agrupadas, segundo seu conteúdo, em: Bases de dados numéricos, que contêm dados numéricos de vários tipos, inclusive dados estatísticos e de levantamentos. 2 Bases de dados de texto integral, que contêm noticias de jornal, especifica- ções técnicas e programas de computador. 3 Bases de dados textuais e numéricos, que contêm uma mistura de dados tex- tuais e numéricos (como, por exemplo, relatórios anuais de empresas) e da- dos de manuais. 4 Bases de dados multimídià, que incluem informações armazenadas nu- ma mescla de diferentes tipos de meios, inclusive, por exemplo, som, ví- deo, fotografias, textcis e animação. BASES DE DADOS l l ! As bases de dados bibliográficos contêm uma série de registros bibliográficos ligados entre si, onde cada um em geral apresenta uma combinação dos seguin- tes componentes: número do documento titulo autor referência da fonte resumos texto integral termos ou expressões de indexação citações ou quantidade de referências instituição de origem do documento, ou endereço do autor, ou ambos língua do documento-fonte infonnação de uso interno, como números de classificação ou localização. Esses componentes podem ser denominados como uma referência ou citação documental, e cada um deles geralmente será representado por Uf!I Ç::irnpo dife- rente. Há notável variabilidade entre os formatos de registro de basés de dados bibliográficos, de modo que a lista acima menciona apenas os coinponentes mais co1nuns, que não fornecem as infonnações ou o texto do docuniénto-fonte, mas somente indicam onde as informações podem ser encontradas~·.É possível também encontrar em muitas bases de dados um resumo junto a· cada refe- rência, que, se for um bom resumo informativo, proporcionará, im"ediatamen- te, informações úteis, mesmo se tratando de uma base de dados bibliográficos. Empregam-se alguns desses componentes, mais comumente, como chaves de recuperação primárias (por exemplo, nome do autor, palavras do titulo, termos de indexação), enquanto outros serão mais úteis como chaves de recu- peração secundárias (por exemplo; para limitar o conjunto de registros recu- perados numa busca sobre um termo de indexação temática). As chaves de recuperação secundárias usuais são: língua, informações de uso interno, título de periódico. Os elementos restantes do registro só são exibidos no vídeo ou impressos para oferecer ao usuário informações adicionais sobre o d0cumento, sendo úteis na avaliação da relevância ou na localização do documento-fonte. Embora, há mais de vinte anos, haja inúmeras bases de dados bibliográfi- cos informatizadas, seus elementos básicos ainda retêm a marca de sua origem no produto impresso, o qual, geralmente, era uma publicação de resumos ou um índice aos quais essas bases estavam vinculadas. Muitas vezes foram original- mente construídas para servir de apoio à produção mais eficiente de um serviço de resumos ou índice impresso, e, com freqüência, é ainda o produto impresso que responde por uma parcela significativa da receita do produtor da base de'-' dados. Uma das vantagens da manutenção de registros em formato legível por computador era a possibilidade assim criada de se gerar uma série de produ!~S 112 JNTRODUÇÃOÀTECNOLOGJADAJNFORMAÇÃO Índices multidisciplinares Science Citation lndex Social Sciences Citacion lndex Arts and Humanities Cication fndex Disponíveis nos formatos: impressos, acumulações impressas, discos compac· tos, discos compactos com resumos, fitas magnéticas, em linha, lntranet CompuMath Citation tndex Disponível nos formatos: impresso, acumulação impressa, em linha, cederrom Índices específicos de uma disciplina em disco compacto Biochemistry and Biophysics Citation lndex Biotechnology Citation lndex Chemistry Citation lndex , NeuroscienceCitation lndex Materiais Science Citation lndex Índices do conteúdo de livros, anais e recensões fndex to Scientific Book Contents lndex to Scientific and Technical Proceedings fndex to Social Sciences and Humanities Proceedings Jndex to Scientific Reviews Serviços por encomenda que incluem: Research Alert Medical Documentalion Sentice Contract Research Science Watch Produtos na área da química que incluem: Current Chemical Reactions (impresso) Current Chemical Reactions fn-House Database (fitas magnéticas, acumulação em fitas magnéticas) fndex Chemicus (impresso e em cederrorn) ChemPrep on CD-ROM Fitas magnéticas que incluem: Current Contents Search SciSearch Sociaf SciSearch Arts and Humanities Search Research Alert Bases de dados em linha que incluem: Currenl Contents Search Continua ao lado Figura 5.3 Produtos de um grupo de bases de dados afins de um produ- tor: o lnstitute for Scientific lnformation (ISO SciSearch Social SciSearch Arts and Humanities Search Computer and Mathematics Search ISTP Search ISTP&B Search BASES DE DADOS 113 Sumários correntes (Current contents) em diversos campos, por exemplo, ciências da vida; agricultura; biologia e ciências ambientais Impressos, disquetes, cederrons, em linha, fitas magnéticas, -Internet Outros produtos que incluem: The Cenuine Article (fornecimento de documentos) 1s1 Oocument So/uUon Request-A-Print (cartões impressos de 'Pedidos de separatas) Pro-Cite e Reference Manager (pacotes de programas bibliográficos) Journal Citation Reports Social SciSearch Arts and Humanities Search Research Alert Figura 5.3 Continuação Tabela 5.1 Algumas bases de dados bibliográficos do STN lnternational Base de dados Produtor ABl·INFORM s1os1s Previews CA COMPENDEX DISSABS EMBASE EVENTUNE INPADOC INSP(C JGRlP MEDUNE SCISEARCH WOll:LDCAT University Microfilms lnc. 810515 CAS (Chemical Abstracts) Engineering lnformation lnc. University Microfilms lnc. Elsevier Science Publishers Elsevier Sçi~nce Publishers European Patent Office lnstitution of Electrical Engineers lhe Japan Science and Technology Corporation us National Library of Medicine lnstitute for Scientific lnformation ÜCLC Online Computer Library Center Conteúdo Negócios e administração Biociências Química Engenharia Bibliográfica especializada em teses da América do Norte Biomedicina e fármacos Congressos e eventos multi- disciplinares Patentes internacionais Engenharia, física e eletrônica Pesquisas multidisciplinares de instituições públicas do Japão Medicina Ciência e tecnologia, bibliográ- fica de citações Multidisciplinar, com os catá- tálogos integrados de biblio- tecas de vários países 114 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Tabela 5.2 Algumas bases de dados de fontes do Questel-Orbit Base de dados Produtor EDOC FMARK DUNS United Kingdom ASPO LOGOS PROMT Who's Who in Technology Gale Directory of Databases Chemical Economics Handbook European Patent Office lnstitut National de la Propriété lndustrielle Dun & Bradstreet Agence France-Presse Documentation Française 1 nformation Access Company Gale Research lnc. Gale Research lnc. SRI lnternational Conteúdo Aplicações de patentes Marcas francesas Informações sobre empresas do Rei- no Unido Notícias esportivas francesas e inter- nacionais, reportagens, resultados, resumos e biografias na área espor- tiva Informação com texto integral sobre política, sociedade e economia da França Artigos sobre produtos, mercados e tecnologias Informações sobre figuras de desta- que da tecnologia norte-americana Descrições de bases de dados dispo- níveis cm cederrom, em linha e outros formatos Dados de pesquisa de mercado para a indústria química diferentes para diferentes mercados a partir de um único conjunto de registros (ver figura 5.3). Tais produtos incluem amiúde serviços de notificação corrente e de buscas em linha, concessão de licenças para i1nportação de partes de bases de dados, e serviços impressos de resumos e índices. As bases de dados de fontes são documentos eletrônicos. A tabela 5.2 mostra alguns exemplos. O conteúdo dessas bases de dados pode ser tão variado quanto o conteúdo de um livro impresso, e pode ainda incluir textos, números, tabelas, figuras e gráficos. Na realidade, muitas dessas bases de dados aproveitam-se do fato de não se acharem restringidas pelas _mesmas limitações tisicas dos mate- riais impressos, sendo multimídia, pois incluem, além de textos e dados numé- rico$, programas de computador, imagens, som, mapas e gráficos. Elas podem ser acessadas em linha por meio de serviços de buscas em linha~ em cederrons ou por meio de videotexto e teletexto. O cederrom é o meio que suportou as rea- lizações iniciais das mais ambiciosas bases de dados multimídia, pois não é preciso transmitir imagens po~ ffieio de redes externas de comunicação. As bases de dados de fontes são tão variadas quanto à sua natureza e origens que se torna difici\ fazer generalizações. Anteriormente, neste capítulo, dividi- mos as bases de dados de fontes em numéricas, de texto integral, e textuais e BASES DE DADOS 115 Título: Primary ovarian non.Hodgkin's lymphoma: Outcome after treatment with combination chemotherapy. Author(s): Dimopoulos, MA. {a,b,c}; Oaliani, D. {d,e,f}; Pugh, W. {g,h}; Gershenson, D. {j,k,I}; Cabanillas, F. {m,n,o}; Sarris,A.H. CorporateSource: {a} Section lymphoma, Box68, Univ. Texas M.D.Anderson Cancer Center, 1515 Holcombe Blvd., Houston, TX 77030, USA; {d} Dep. Exp. Clin. Oncol., Aarhus Univ. Hosp., Noriebrogade 44, DK·BOOO Aarhus, Oenmark; {g} Div. Neurosurgery, UCLA Med. Cent., Los Angeles, Ca 90024, USA; {j} H.H.McGuire VAMC, Oep. Radial. (114), 1201 Broad Rock Blvd., Rich· mond, VA 23249, USA; {m} Dep. Otorhinolaryngology, Univ. Tamper Med. Sch., PO Box 607, flN·33101 Tampere, Finland {b}http://www. utah.edu/lymphoma/- mmdimopoulos; {e} http://www.aarhushosp.ed./ eco//-ddal ia n i; { h} http://www.ucla med.ed u/neuros urg/"-wpugh; { k} http:/lwww .h h mva mi .edu/rad iology/-dgers henson; { n} http: //www.utampermededu/otorhm/-fcabanillas {c}mmdimopoulos@ utmed. edu; {f}ddaliani@aarhushosp.edu; {i} wpugh@uclamed.edu; {I} dgersh enson@hhmvamc.edu; {o}fcabanillas@utampermed.edu • Source: Gynecologic Oncology 64(3) [cited August 21, 19971, 1997. 446·450. http://www.gynecology.com/ Oocument Type: Artide: Research Article ISSN: 0090·8258 "..:....... language: English (EN) _:~. Abstract: Beca use the outcome of patients with primary ovarian non·t:lodgkin's lymphoma (NHL) is controversial, we retrospectively analyzed e1ú~êrience with adults seen at the University of Texas M. O. Anderson Cancer Center from 1974 to 1993. Patients were índuded if at least one ovary was patho\ogically involved, and if combination chemotherapy was used that must hav,.e indu· ded doxorubicin for intermediate grade histologies. We identifieO 15p_atients who constituted 0.5% of all untreated NHL and 1.5% of untreated ov-arian neo- plasms that presented to our institution during this time. One patie~t·fefused therapy, leaving 14 assessable for response. Nine patients had intermediate· grade, 5 had high grade, and nane had low-grade NHt. One ovary was invol· ved in 4 patiennts, and both in 10, in 7 of whom additional sites were involved1 indudingsupradiaphragmatic nades in 2. Four patients had AAS 1and1 O had AAS 1v. Favorable (O or 1) and unfavo"rable (g11) IPI scores were seen in 5 and 9 patients, respectively. The complete remission rate fora li patients was 64%, and 5- year survival and ffS fqr all assessable patients were 57 and 46%, respec· tively. We conclude that the'complete remission rate and FFS of patients with ovarian NHL treated with appropriatechemotherapy appear to be similar to that of patients with other nodal NHLS. Further work is required to determine prog· nostic factors in ovarianNHL Major Concepts: Oncology: Human Medicine, Medical Sciences; Pharmaco\ogy Super Taxa: Homínidae: Primates, Mammalia, Vertebrata, Chordata, Animalia Organisms: human (Hominidae); adult, female, patient Taxa Notes: animais, chordates; humans; mammals; primates; vertebrates Diseases: primary ovarian non·Hodgkin's lymphoma: blood and lymphaticdisease, combination chemotherapy, endocrine disease/gonads, neoplastic diseases outcome, reproductive system disease/female; malarial infection Chemicals & Biochemicals: bleomycin: antineoplastic.drug, combination therapy; cyclophosphamide; anlineoplastic·drug, combi nation therapy; dexamethasone: Figura 5.4 Registros de uma base de dados 116 INTRODUÇÃO à TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO antineoplastic-drug, combination therapy; doxorubicin: antineoplastic- drug, combination therapy; etoposide: antineoplastic-drug, combínation the- rapy; methotrexate: antineoplastic-drug, combination therapy; prednisone: antineopf astic-drug, combination therapy; vincristine: antineop lastic-drug, combination therapy; Dithranol; lron(ll) Registry Numbers: 9041-93-4:BUBOMYCIN; 1143-38-0Q:DITHRANOL; 15438-31-0 Methods & Equipments: radiotherapy: therapeutic method Alternate lndexíng: MeSH: lymphoma, Non-Hodgkin's Ovarian Neoplasms Notes: This Journa/ has 16 issues per volume. Record Type: Abstract Title: Survival ratesand their relationship to life-history traits in some common British birds. Author(s): Dobson, A. {a} Corporate Source: {a} Biology Dep., Univ. Rochester, Rochester, NY 14627, USA Source: Current Ornithology, E. PÕwer, O.M.: Ed.71990, 115-146 Document T ype: Book Chapter; Review ISSN: 0742-390X ISBN: 0-306-43307-9 Book Publisher: Plenum Press, New York, New York, USA; London, Engfand, uK language: English (EN) Major Concepts: Ecology: Environmental Science; Mathematical Biology; Models and Simulations; Computational Biology; Morphology; Physiology; Reproduc- tive System: Reproduction; Systematics and Taxonomy Super Taxa: Aves - Unspecified: Aves, Vertebrata, Chordata, Animalia Organisms: bird (Aves); Aves (Vertebrata) Taxa Notes: animais, birds; chordates; nonhuman vertebrates; vertebrates Geopolitica/ Locations: UK: Europe, Palearctic region Miscellaneous Descriptors: adult; banding data; body weight; britain; fecundity; haldane's mathematical model; lack's mathematical model; life-history trait; migratory strategy; population studies; survival rate Figura 5.4 Continuação numéricas. Nesse contexto, também temos de contemplar as bases de dados referenciais. Estas, embora possam ser classificadas como bases de dados de referências, no sentido de que oferecem uma indicação para se chegar a infor- mações adicionais, freqüentemente são também bases de dados de fontes, pois podem conter o texto integral de um cadastro que fosse consideradÓ como um documento-fonte. As bases de dados de fontes, portanto, podem incluir o texto integral de artigos de periódicos, boletins, noticiários, dicionários, cadastros e outros materiais-fonte. Muitas, mas não todas, possuem equivalente impresso. Algumas não abrangem o conteúdo completo de seu equivalente impresso, pois oferecem son1ente uma cobertura seletiva. 5.4 Formatos de registro bibliográfico Todos os registros num arquivo possuem um formato-padrão. A fim de facilitar o intercâmbio de registros entre diferentes sistemas informatizados, foram BASES DE DADOS 117 encetados esforços visando a desenvolver alguns formatos padronizados de registro. Esses fonnatos seriam especialmente úteis em aplicações catalográfi- cas, onde um formato-padrão, que também incorporasse um acordo quanto aos elementos do registro bibliográfico, seria particularmente atraente por permitir o intercâmbio de registros catalográficos. Esse interCâmbio diminuiria a neces- sidade de catalogação nas próprias bibliotecas. Por conseguinte, uma das áreas em que o formato-padrão de registro mais se consolidou foi a da criação de registros catalográficos. O trabalho realizado nesse campo levou ao surgimento do formato de rég1stro tv1ARC. O formato de registro MARC O formato de registro MARC emprega um formato de diretório para lidar com campos de tamanho variável e de tamanho fixo. A posição do caractere no início de cada campo é especificada por um diretório no começo do registro. O formato de registro MARC foi desenvolvido pela Library of Congress e a British Library para a comunicação de descrições bibliográficas em fonnato legível por co1nputador, de modo que os registros pudessem ser reformatados para atender a qualquer objetivo imaginável. Os primeiros ensaios f~alizados, por volta de 1966, pela Library ofCongress, utilizaram o formato :rvtARC I; este formato, porém, foi posto de lado em 1967, sendo substituído pelo MARC li ou tvlARC. como é denominado comumente. ,. À ~edida que um maior número de países passou a utili;ar o MARC, surgi- ram variações de procedimentos que levaram a uma multiplicação ·de discre- pâncias em relação ao formato original. Surgiu então o fonnato UNÜvfARC para o intercâmbio internacional de registros MARC. As instituições nacionais pro- dutoras de registros MARC adotavam normas locais, em seus países, e reforma- tavam seus registros em conformidade com o UNIMARC, para intercâmbio inter- nacional. Recentemen~e, porém, vários fornecedores importantes de registros MARC concordaram em empregar o formato USMARC, de modo que é provável que, muito rapidamente, este ve:nha a se tomar o padrão internacional. Portan- to, o texto que se segue examina o fonnato USMARC. O formato MARC inclui até 61 elementos de dados, 25 dos quais são recupe- ráveis diretamente durante as buscas. O fonnato é co1npatível com a últiina edi- ção das Regras de Catalogação Anglo-Americanas e a edição mais recente da Classificação Decimal de Dewey, sendo prevísível que venha a sofrer modifi- cações, a fiin dé se adaptar a novas edições destes instrumentos de trabalho. O formato MARC compreende duas seções: a seção 1, que contém informa- ções descritivas dos dados bibliográficos; e a seção 2, que contém os dados bibliográficos ·propriamente ditos: rótulo do registro diretório 118 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ca1npos de controle campos de dados de tamanho variável. Os campos abrangidos pela seção 2 e que, portanto, contêm os dados bibliográ- ficos, são todos de tamanho variável. Por isso, é preciso sinalizar o começo e o fim de cada campo. Assim, cada campo é precedido de um parágrafo [tag] de três caracteres e dois indicadores nu1néricos, e termina com um delitnitador especial. Os parágrafos consistem em três algarismos, situados na faixa 000- 945, e têm uma estrutura mnemônica, pois obedecem à mesma seqüência do registro catalográfico, e os parágrafos das entradas secundári~s ~efletem os parágrafos dos cabeçalhos principais. Os ca1npos de tamanho variável são agrupados em blocos de acordo com o primeiro caractere do parágrafo: lxx Entradas principais 2xx Títulos e parágrafo do titulo (título, edição, imprenta) 3xx Descrição física, etc. 4xx indicação de série 5xx Notas 6xx Campos de acesso de assuntos 7xx Entradas secur.dárias exceto assunto ou série 8xx Entradas secundárias de série 9xx Dados de local. Criam-se parágrafos para campos específicos pela inserção de dígitos nas duas últi1nas posições. Assim, por exemplo, adota1n-se os seguintes parágrafos: 100 Entrada principal de autor pessoal 110 Entrada principal de no1ne-entidade [autor coletivo] 240 Título uniforme 245 Título e indicação de responsabilidade 250 Edição e indicação de autor, organizador, etc. da edição 260 Imprenta. Além disso, o nome de_ um autor pessoal em geral leva '00' na segunda e terceira posições, de modo que, por exemplo, 100 é usado para uma entrada principal de autor pessoal 600 é usado para uina entrada de autor pessoal como cabeçalho de assunto 700 é usado para uma entrada secundária de autor pessoal. Cada um dos campos principais contém també1ndois indicadores de can1po, que são algarismos de um dígito colocados em seguida ao parágrafo e exclusi- vos do ca1npo ao qual são atribuidos. E1npregam-se os indicadores para distin- guir tipos diferentes de infonnações inseridas no 1nesmo campo, acolher entra- BASES DE DADOS 119 das secundárias de título, indicar o número de caracteres a serem desprezados na alfabetação dos títulos, e mostrar se certas informações, como edição e im- prenta, se relacionam com urna parte ou com o todo de obra em múltiplas par- tes. Por exemplo, no campo destinado ao cabeçalho de entrada principal de au- tor-entidade, utilizam-se os seguintes indicadores junto com o parágrafo 110: 110.00 110.10 II0.20 Entrada invertida de autor coletivo Entrada de governo Entrada em ordem direta de autor-entidade. Muitos campos num registro catalográfico contêm unidades distintas menores, conhecidas como subcampos. Os usuais na área de publicação (imprenta) são: lugar de publicação, publicador (editora) e data de publicação. Todos os sub- campos são precedidos de um código de subcampo, que consiste num único símbolo {por exemplo, '$')e uma única letra. Uma área de publicação seria codificada assim: '260.00 $a São Paulo $b Melhoramentos $c 1993'. Os códigos de subcampo são definidos no contexto do campo em que são empregados, mas códigos similares são usados em situações paralelas. Por exe1nplo, os códigos de subcarnpo para um nome pessoal são conS"t~ntes, inde- pendentemente de ele ou ela ser autor ou assunto, principal ou se~~ndário. Concluída esta explicação sobre campos de dados de tamarihO variável, voltemos à seção 1. Os campos de controle são a única parte da Seção l que é inserida pelo catalogador. Contêm dados como: número de cqntrole.do registro (por exemplo, ISBN), língua do texto, código de nível intelectuãl, có~igo do país de publicação, e o controle do acesso ao registro principal. ~J;"-. Cada registro co1neça co1n um rótulo e um diretório, ambos fornecidos pelo programa. O rótulo contém informações sobre o registro, como, por exemplo, seu tamanho e situação (novo, modificado, etc.), tipo e classe. O diretório é uma lista de localização que relaciona, para cada parágrafo, o parágrafo, o número de caracteres do campo e a posição do caractere inicial dentro do registro. A estrutura do registro fvlARC é deliberadamente complexa, para pennitir o máximo de flexibilidade. Quase todo elemento pode ser usado como ponto de acessó, é cada elemento ter qualquer tamanho. Tal complexidade foi prevista numa época em que a norma eram os catálogos impressos ou em microfilme. Esse formato deu enorme contribuição à padronização e à comunicação porre- des, 1nas há quem crei? que chegou a hora de reavaliá-lo. Talvez um formato diferente seja mais apropriado num ambiente onde predominem os catálogos em linha de acesso público. A figura 5.2 (p. 108) mostra um registro MARC. Reflexão Qual a função de cada um dos itens de codificação do for- mato de registro MARCl 120 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO O Formato Comum de Comunicação Existem muitos formatos de registros bibliográficos. As descrições bibliográ- ficas adotadas por esses formatos diferem grandemente entre si, dependendo de sua origem. Os serviços de indexação e resumos empregam regras de descrição bibliográfica diferentes das adotadas na catalogação feita em bibliotecas. O formato MARC, que é utilizado como formato de intercâmbio por importantes bibliotecas, pressupõe como norma a Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada [lnternatianal Standard Bibliographic Description (ISBD)]. Por outro lado, os serviços de indexação e resumos (mas não todos) adotam o manu~I de referência UNISIST, que prescreve seus próprios designadores de conteudo para as descrições bibliográficas de vários tipos de materiais. Esses dois importantes fonnatos definem, organizam e identificam os elementos de dados de modo diferente e se baseiam em diferentes conjuntos de códigos. Dessa forma, tem sido dificil ou praticamente impossível reunir num único ar- quivo registros bibliográficos procedentes de origens distintas. O Formato Comum de Comunicação [Comnion Communication Format (CCF)] foi proje· tado, então, com o objetivo de facilitar a comunicação de dados bíbliográficos entre setores da área de informação. Em comum com o MARC, o CCF constitui uma implementação especifica da norma ISO 2709. Assim, ele: especifica um pequeno número de elementos de dados obrigatórios, aceitos co1no essenciais para à identificação de um item proporciona elementos obrigatórios que são suficientemente flexíveis para comportar diferentes maneiras adotadas na descrição bibliográfica proporciona vários elementos optativos permite à instituição onde se origina o registro incluir elementos não- padronizados mas que sejam considerados úteis em seu sistema proporciona um mecanismo para ligação de registros e segmentos de regis- tros sem impor à instituição que lhes dá origem um método unifonne rela- tivo ao tratamento de grupos de registros ou elementos de dados afins. No Formato Comum de Comunicação, cada registro compreende quatro partes: rótulo de registro diretório campos de dados separador de registros. Outros formatos de registro bibliográfico em aplicações não-catalográficas Além das aplicações em que se adota111 formatos padronizados, existem várias outras que lançam mão de formatos não-padronizados. Fundamentalmente, BASES DE DADOS 121 encontram-se duas categorias diferentes de sistemas: bases de dados que se acham disponíveis para o público e sistemas de uso localizado suportados por pacotes de programas. No caso das grandes bases de dados acessíveis ao público, são poucas as pressões no sentido de que seja aceito um formato-padrão, e cada produtor, geralmente, escolhe um formato de registro que seja adequado a essas bases de dados. Até mesmo pode ocorrer que uma mesma base de dados se apresente com diferentes formatos de registro conforme o serviço de buscas em linha que a torne disponível. As decisões em cada caso são tomadas tendo em vista os campos a serem incluídos e a indexação temática oferecida. Contudo, outra va- riável que se coloca é a presença de bases de-dados de texto integral, e. mais recentemente, de multi1nídia, que pedem um formato de registro um tanto dife~ rente dos registros bibliográficos para que as informações sejam apresentadas de forma adequada. Os formatos de registro que se encontram em sistemas locais suportados po~ pacotes de programas são inúmeros e variados. A maioria desses pacotes de programas oferece sistemas de catalogação que aceitarão um formato de regis- 1 tro MARC ou que produzirão registros que sejain compatíveis com o mesmo formato ~IARC. Já outros não oferecem essa opção. Praticamente todos os paco- tes de programas oferecem a seus compradores a oportunidade de desenvolver um formato de registro que seja adequado a uma aplicação específica. Assim, é possível haver em sistemas locais uma grande variabilidade de formatos de_. registro, á medida que se implementam projetos de acordo com os parâmetros estabelecidos pelos vários pacotes de progra1nas. Metada dos Metadados quer dizer dados relativos a dados. Os registros bibliográficos são um tipo de metadados. Cada vez mais, porém, eles vêm sendo empregados no contexto mais especializado de dados que se referem a recursos digitais dispo- níveis numa rede. Os metadados também difere1n dos dados bibliooráficos ou ô catalográficos porque a informação de localização acha-se contida no registro de modo a possibilitar o fornecimento direto do documento a partir de pro- gramas aplicativos apropriados, ou, em outras palavras, os registros podem conter informações detalhadas quanro ao acesso e endereços da rede. Além disso, os registros bibliográficos sào projetados para que os consulentes os utilize1n não apenas quando estiverem avaliando a relevância e decidindo se deseja1n localizar o recurso original,1nas também como um identificador único do recurso, de modo que possam solicitá-lo - recurso ou documento- numa forma que tenha sentido para a pessoa a que1n a solicitação. for entregue. Essas funções continuam sendo i1nportantes. Os mecanismos de busca da Internet (ver capitulo 8) empregam metadados nos processos de indexação que adotam para indexar recursos da Internet. Os 1netadados precisam ter condições de .. 122 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO descrever localizações e versões de documentos que estejam em pontos re- motos, bem como adaptar-se à falta de estabilidade da Internet, dados redun- dantes, perspectivas diferentes quanto à granularidade da Internet (o que é um documento,. ou um recurso?), e localizações diversas em várias redes diferentes. 5.5 Estruturas das bases de dados A form_a mais rudimentar de busca numa base de dados é percorrê-la, registro por registro, à procura do ele1nento de dado apropriado. No caso de grandes arquivos, na etapa atual dos conhecimentos, isso seria moroso, pelo que foram desenvolvidos métodos alternativos para a localização de registros específicos. Os serviços de buscas em linha e outras aplicações que empregam sistemas de gerenciamento de docu1nentos sempre utilizaram o método de arquivo in- vertido, descrito mais adiante, e que é útil nas buscas em bases de dados textuais complexas, pois quem faz as buscas ignora a forma como a chave de busca foi inserida na base de dados e, fundamentalmente, precisa adivinhar aquela que parece ser a mais apropriada. Os sistemas de processamento de transações, como os de gerenciamento de bibliotecas, reservas de passagens e informação de vendas e n1arkeÚng podem também empregar esse método para localizar registros específicos numa base de dados, os quais, porém, também precisam de um mecanismo que faça a ligação entre uma série de distintas bas_es de dados, de modo que as informações sejam extraídas de mais de uma base para sere1n exibidas no monitor ou im- pressas. Este requisito imposto aos sistemas de processamento de transações acarretou o desenvolvimento de estratégias de otimização do projeto de bases de dados. A seguir descreve1nos alguns desses métodos. Listas enlaçadas unidirecionais As listas enlaçadas unidirecionais são uma forma simples de localizar um re- gistro específico. Tratamos delas aqui com o objetivo de oferecer uma base para o exame, mais adiante, dos arquivos invertidos. As listas enlaçadas unidire- cionais usam um campo-chave, por exemplo, o campo de autor, para localizar um registro específico. Os registros podem ser dispostos em ordem pelo campo- chave, embora isso seja inconveniente numa área sujeita a mudanças. O mais comum é os registros serem armazenados numa ordem diferente, empregan- do-se u1n sistema de apontadores para representar o arranjo. O processamento é feito seguindo-se esses apontadores. A figura 5.5 contém um diagrama disso. Este método baseia-se nutna única chave e não será satisfatório se a busca for realizada em outro elemento de registro. Por exemplo, quando o campo- chave é o de autor, os apontadores não suportarão buscas nos campos de título ou assuntos. Exige-se que muitos sistemas suporte1n buscas em mais de uma chave, pelo que foram desenVolvidos sistemas multiindexados que empregam BASES DE DADOS 123 Registro 1 Apontador Registro Apontador Registro Apontador ~ f Registro Apontador · Registro Apontador Figura 5.5 Uma lista enlaçada unidirecional vários índices para apontar registros no campo principal. Muitos de tais siste- mas empregam arquivos invertidos. Arquivos invertidos O arquivo invertido é similar a um índice. No método de arquivo invertido pode haver dois ou três arquivos separados. Aqui, tendo em vista a apreensão do conceito básico, descreverefl'!OS o método de dois arquivos, que emprega o arquivo de texto ou impresso e o arquivo inverso ou de índice. O arquivo de texto contém os registros propriamente ditos. O arquivo de índice proporciona acesso a esses registros. O arquivo de índic.e contém um registro de cada um dos termos indexados de todos os registros constantes da base de dados, dispostos em ordem alfabétic~. Cada termo é acompanhado de informações sobre sua freqüência de ocorrência na base de dados, o arquivo onde se acha localizado, o registro no qual está inserido, e possivelmente outras informações quanto à localização, como o parágrafo (ou campo) no qual se acha presente. Ao acrescentar um novo registro à base de dados, é preciso atualizar o arquivo de índice. Esses arquivos são empregados de modo conjunto durante as buscas na base de dados. Se o usuário estiver interessado em fazer uma busca, por exemplo, sobre a palavra 'muros', digitará o termo no teclado e o sistema procurará esse termo no arquivo de índice. Se o termo não estiver presente no arquivo de índice, o sistema responderá indicando que não existem ocorrências desse ter- mo. Se for encontrado, o usuário será informado sobre quantas ocorrências, ou lançamentos, do tenno existem na base de dados. Para que os registros sejam exibidos, utiliza-se a localização no arquivo de texto para localizar registros nesse arquivo. No caso da utilização de três arquivos, existe um arquivo intermediário que permite que a digitação dos termos de busca no teclado seja conferida rapida- mente, e apresentado na tela o número de ocorrências. Isto é particularmente útil no caso de buscas complexas que envolvam o uso dos registros do arquivo de índice para vários tennos de bu.Sca. 124 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO O objetivo da descrição acima é oferecer uma introdução simples ao con- ceito básico de arquivo invertido. Na prática, as estruturas de arquivos podem ser mais complexas. Por exemplo, para que seja possível fazer buscas de termos que guardem proximidade com outros termos (por exemplo, termos separados por duas outras palavras), o arquivo de índice deverá conter infonnação sobre as posições das palavras dentro de um campo para cada termo. Muitas vezes os arquivos invertidos são criados para vários campos dentro de um registro. No entanto, nem todos os campos são em geral indexados, pois cada índice ocupa espaço de memória no disco; os índices são criados para aqueles campos em que regularmente se realizam buscas. Usualmente criam-se arquivos invertidos para nomes de autores, palavras dos títulos, termos de indexação de assuntos e formas abreviadas de autor e título. A estratégia de recuperação acima descrita depende de sua possibilidade de recuperar registros específicos e subseqüentemente identificar campos dentro desses registros. Extensos registros de texto integral precisam ser subdivididos em parágrafos e a estes devem ser atribuídos identificadores, antes de se come- çar a indexar. Alternativamente, as posições de palavras específicas no arquivo podem ser usadas como identificadores. Algumas bases en1pregam arquivos de autoridade, na forma de listas de en- tradas de autor ou cabeçalhos de assuntos, ou tesauros. Neste caso, haverá uma ligação entre o arquivo de índice ou o arquivo de termos e a lista de autoridade, de modo que sejam exibidos os termos autorizados e as relações entre eles. Reflexão São necessários arquivos de autoridade para criação de índices de documentos textuais? O desenvolvimento de estruturas de bases de dados Nos primórdios da informática, os sistemas destinados a empresas e bibliotecas funcionavam com uma série de arquivos-mestre específicos., abrangendo, por exemplo, no caso de bibliotecas, leitores registrados e livros do acervo, ou, no caso de empresas, folha de pagamento, vendas e inventário. Quando as empre- sas utilizavam computadores em diferentes aplicações e ne1n todas as ativida- des que poderiam ter sido estavam informatizadas, isso funcionava satisfato- riamente. No entanto, logo ficou evidente que programas destinados, por exem- plo, ao controle de circulação numa biblioteca precisavam acessar dois arqui- vos diferentes,ou até mais, e que seria apropriado começar a examinar as rela- ções entre esses arquivos. Isso levou à introduÇão do conceito de base de dados, junto com o programa destinado a gerenciá-la, conhecido como sistema de gerenciamento de bases de dados. Tornou-se então necessário estudar a melhor maneira de estruturar os dados ou desenvolver modelos de dados que supor- tassem aplicações específicas. De modo mais formal: BASES DE DADOS 125 Uma base de dados é uma coleção geral e integrada de dados junto com a descrição deles, gerenciada de forma a atender a diferentes necessidades de seus usuários. 2 Um sistema de gerenciamento de bases de dados {SGBD) é o sistema que gera, opera e mantém bases de dados, e, como tal, deve incluir todos os programas necessários para essa finalidade. 3 Um modelo de dados especifica as regras segundo as quais os dados são estruturados, bem como as operações correlatas que são permitidas. Po- de ser também visto como uma técnica para a descrição formal de dados, relações entre dados e limitações de uso. Características das bases de dados Uma das finalidades principais de uma base de dados é que os dados que ela contém sirvam a uma variedade de aplicações distintas. Para que isso seja pos- sível, é importante que a base de dados apresente as seguintes características: Ser substancialmente não-redundante, isto é, possuir o mínimo de duplici- dade de dados idênticos, de preferência nenhuma. Essa duplicidade acar-·:~: reta dificuldade para se 1nanter a consistência de dados, principalmente du-,~ ~ rante a atualização, e o desperdício de espaço de armazenamento. . ~ 2 Ser independente de determinado programa (conceito conhecido como·.~. independência de dados), de modo que os dados possam ser transferidos ou"). reestruturados se1n a necessidade de fazer alterações nos programas. · 3 Ser utilizável por todos os programas. .. .· 4 Incluir todas as inter-relações de dados que forein necessárias, de modo a•·· suportar a variedade de usos que podem ser atribuídos aos dados. 5 Possuir um método co1nu1n de recuperação, inserção e correção de dados. Reflexão ........ Por que existe a possibilidade de a duplicidade de dados causar inconsistências nos registros de dados? (Pense no processo de atualização.) Dados lógicos e físicos No método de base de dados. embora a base propriamente dita possa estar arma- Zenada fisicamente como u~ conjunto de arquivos, os usuários e os aplicativos não precisam saber sobre o annazenamento fisico dos dados. Armazenada com os dados encontra-se uina descrição da base de dados que permite ao SGBD recuperar informações e armazenar novos dados em lugares apropriados da base, estabelecendo relações co1n outros dados, se forem pertinentes. Os aplicativos não acessa1n diretamente a base de dados; ao contrário, transferem as consultas ao SGBD para que recupere ou armazene os dados. Em essência, o saoB é orientado aos dados. Essa 111udança para a orientação aos dados atribuiu 126 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO muito maior importância à modelagem de dados e ao projeto de base de dados, ficando o armazenamento tisico dos dados por conta do SGBD e não do projetista de aplicativos ~o sistema. .Reflexão Explique a diferença entre estruturas físicas e lógicas de bases de dados. Estruturas lógicas de bases de dados Quando é preciso acessar u1na série de arquivos interligados, como num sistema de gerenciamento de bibliotecas, deve-se dispor de diretrizes para alocar dados a arquivos específicos no sistema da base de dados e definir os melhores vínculos ou chaves entre os arquivos. São três os principais tipos estruturais de bases de dados e SGBD correlato: hierárquicas, em rede e relacionais. Bases de dados hierárquicas As bases de dados hierárquicas são estruturadas como um arranjo arborescente. Cada item de dados localiza-se num item de dados de nível superior. Assim, se a base de dados contiver informações sobre os empregados da empresa, elas serão organizadas por fábricas, departamentos e em seguida os empregados dos diferentes escalões. Tal método permite a rápida recuperação dos dados, desde que se conheçam as informações de nível superior, como o departamento onde~ o empregado trabalha. Se essas informações não forem conhecidas, será difícil fazer buscas numa estrutura hirárquica. Para todo livro catalogado haverá in- formações relativas a cada exemplar e cada reserva no primeiro nível da hierar- quia. Para cada exemplar do livro, haverá informações sobre empréstimo bem co1no sobre a pessoa a quem o livro foi emprestado, que incluirão dados sobre a situação do e1npréstimo. Para cada reserva haverá informações sobre em nome de.que1n foi feita a reserva, e, novamente, dados sobre a situação do em- préstimo. Nesse modelo os dados serão acessados por intermédio de 'livro catalogado'. Para encontrar dados sobre determinada pessoa, por exemplo, será preciso vasculhar a base inteira, pois não haverá acesso direto pela pessoa. Bases de dados em rede O método de rede baseia-se em vínculos explícitos ou apontadores entre enti- dades afins. O modelo de rede mais conhecido é o Codasyl. Esta abreviatura significa Committee on Data Systems Languages, que é o órgão responsável pela concepção desse modelo. N<? modelo em rede existe entre os itens de dados nos vários níveis um vínculo mais direto do que no modelo hierárquico, por meio do emprego de apontadores que ligam os dados em níveis diferentes. O método de rede requer um grande número de vínculos entre os itens de dados, que ocupam uma parcela considerável de espaço de annazenamento. BASES DE DADOS 127 Bases de dados relacionais As bases de dados relacionais empregam um tipo de estrutura de base de dados que tem sido amplamente utilizado em sistemas de bases de dados. Nos siste- mas relacionais, as informações são mantidas num conjunto de relações ou tabelas. As fileiras das tabelas equivalem a registros, e as colunas, a campos. Os dados nas várias relações são interligados mediante uma série de chaves. A figura 5.7 mostra uin exemplo simples de uma relação conhecida como catalogação-livro. Nesta relação o ISBN é a chave primária e pode ser usado em outras relações para identificar um livro específico. Por exemplo, se manti- vermos a relação encomenda-livro, o ISBN funcionará como um vínculo com a relação encomenda-livro. Se desejarmos preencher um formulário de enco- menda com informações do arquivo de encomendas, será possível extrair do arquivo de catálogo dados relativos a cada livro, que serão impressos nos for- mulários de encomenda junto com dados oriundos do arquivo de enco1nendas. As bases de dados relacionais são construídas com o emprego de uma técnica de análise de dados chamada 'norma"iização'. A normalização é usada para decompor os dados em tabelas de modo que os campos de cada tabela-~~.:-.·~,' sejam dependentes apenas do campo-chave e não se vinculem a qualquer outra -:; chave. As relações são representadas por duplicação dos itens de dados. A -~; normalização permite que seja1n feitas inserções, eliminações e correções de dados sem conseqüências indesejáveis. Ocorrências da relação catalogaçãe>--livro ISBN 0·82112-462-3 0-84131-460·7 0-69213-517-8 0-93112-462-1 0-71143·526-6 Título Organic chemistry Alchemy Expert systems· Computer science Bibliography Ocorrências da relação encomenda-livro Pedido n!! ISSN 678 0·82112-462-3 678 0-84131-460-7 678 0-69213-517-8 679 0·93112-462-1 680 0·82112-462·3 681 0-71143-526·6 Figura 5.7 Duas relações simples Autor A.J. Brown R.M. Major S. Estelle S. Estelle J. johns Ano 1989 1987 1988 1989 1991 Quantidade encomendada 1 4 20 2 3 2 r 128 INTRODUÇÃO à TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Estruturas de bases de dados multimídia As bases de dados multimídia colocam novos desafios no que tange à sua estru- tura. Como fotografias, animação, som, texto e tabelas de dados possuem ne- cessidades de armazenamentomuito diferentes, os sistemas de gerenciamento de bases multimídia procuram empregar uma gama de tecnologias, como a tec- nologia relacional para tabelas, bases de dados textuais para documentos, e dispositivos de armazenamento de imagem para gráficos e animação. Um pro- blema crucial é processar itens não-textuais, como desenhos e imagens em movi1nento. Em mídia de te1npo variável, os padrões de vídeo digital interativo proporcionam acesso por quadros. Para acesso mais elaborado, as imagens têm de ser indexadas com palavras-chave, cotno se fossem documentos textuais. Estruturas de bases de dados orientadas a objetos Os sistemas de gerenciamento de bases de dados orientadas a objetos (SGBD- 00) oferecem recursos para armazenamento de itens criados por programas orientados a objetos. Uma vez que objeto é u1na coleção complexa de itens de dados, que se definem corno estando relacionados com outros objetos, os SGBD- oos precisam oferecer recursos para grandes objetos que são organizados em hierarquias segundo suas relações com outros objetos. Essas estruturas possuem algo em comum com o modelo hierárquico. A tecnologia SGBD-00 ainda está em desenvolvimento, sendo improvável que venha a tomar o lugar da tecnologia relacional nas aplicações comerciais tradicionais, pois não oferece as mes1nas vantagens de gerenciamento de dados. No entanto, quando os itens de dados são complexos e heterogêneos, como ocorre nas bases de dados multimídia, talvez os SGBD-00 sejam uma possibilidade interessante. RESUMO Os dados no computador são armazenados em arquivos, que abrangem uma sé- rie de registros subdivisíveis em campos. Chama-se base de dados um grupo des- ses arquivos ou determinado arquivo que suporte aplicação específica. Há vários tipos de bases de dados, inclusive as bibliográficas e de fontes.As bases de dados de referências incluem as de dados bibliográficos e de dados catalográficos. A es- trutura do regist~o influi na forma como os dados serão posteriormente recupe- rados. Os formatos MARC e CCF são formatos de registro especiais encontrados em bases de dados bibliográficos. Há vários formatos de registro em outras aplica- ções. Para recuperar os dados é preciso que as bases sejam estruturadas e inde- xadas adequadamente. Os arquivos invertidOs são bastante adotados em siste- mas de gerenciamento de bases de dados, que adotam um de três métodos na es- truturação lógica das bases: hierárquico, em rede e relacional. As bases multi- mídia e orientadas a objetos são importantes em aplicações especiais. BASES DE DADOS 129 QUESITOS DE REVISÃO 1 Explique a diferença entre estruturas de registro baseadas em campos de tamanho variável e as de campos de tamanho fixo. 2 Relacione os diferentes tipos de bases de dados bibliográficos. 3 Por que o fonnato MARC é importante? 4 Descreva sucintamente: uma lista en_laç_ada unidirecional um arquivo invertido. 5 Quais as principais estruturas lógicas de bases de dados? Quais as vantagens e desvantagens de cada uma? Bibliografia Formato de registro MARC Anderson, D. Standard practices in the preparation o/bibiiographic records. London: IFLA UBCIM, 1989. (UBC!M Occasional Papers 13) BEDIS. Report o/the Working Party o/the UK Book Trade Electronic Data lnterchange Standards Committee. London: Whitaker, 1990. Bierbaum, E.G. MARC in museums: app!icability ofthe revised visual materiais fonnat. fn/ormation technology and libraries, v. 9, n. 4 p. 291-299, Dec. 1990. 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Ao termino deste capitulo você estará apto a: reconhecer as etapas do ciclo de vida do sistema revelar familiaridade com as cinco etapas do desenvolvimento de sistemas compreender a natureza da especificação de requisitos de um sistema reconhecer as principais etapas da fase de implementação reconhecer a necessidade de levar em conta características ergonõmicas e o projeto da estação de trabalho e do local de trabalho reconhecer a função do projetista de sistemas avaliar a função das metodologias de sistemas de informação e.ferramentas CASE reconhecer o conceito de planejamento estratégico de sistemas de informação avaliar as questões especiais ligadas ao projeto de sistemas e produtos de acesso público e em multimídia .e terá examinado algumas das questões ligadas ao gerenciamento rotineiro de sis- temas de informação. 6.1 Introdução Os sistemas de informação precisain ser gerenciados de modo eficaz a fim de proporcionar serviço., úteis. Este capítulo trata de alguns dos principais pro- blem~s e métodos relativos ao gerenciamento de sistemas de informação, com especial destaque para as etapas relativas à implen1entação de um novo sistema informatizado, uma vez que isso representa, com certeza, um projeto de certa envergadura. No entanto, também é necessário gerenciar o sistema em seu dia- a-dia. Este capítulo começa, especificamente, analisando o ciclo de vida dos sistemas. Em seguida, trata do projeto de desenvolvimento do sistema, como fundamento para a anâlise metódica dos requisitos que dele se exigem, e para a elaboração do projeto e implementação de um sistema novo. Apresenta-se o conceito de uma metodologia de siste1nas de infonnação, e, numa seção sobre planejamento estratégico de sistemas de informação, salienta-se a necessidade PROJETO E GERENCIAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 131 de o planejamento de sistemas estar totalmente integrado com o processo de planejamento estratégico da organização. As questões especiais relativas a acesso público, sistemas e produtos. multimídia serão abordadas sucintamente. Uma seção final focaliza algumas das questões básicas do dia-a-dia do geren- ciamento de sistemas, como sua manutenção e o suporte aos usuários. 6.2 O ciclo de vida dos sistemas Pode-se visualizar um sistema como se ele tivesse um ciclo de vida que passasse por vârias fases uniformes. Em cada uma dessas fases exigem-se diferentes atividades de gerenciamento. A figura 6.1 mostra as fases básicas. Em primeiro lugar, é feita uma análise com a finalidade de estabelecer os requisitos do sis- tema e as opções disponíveis em termos de projetos de sistemas. Em seguida, na fase de elaboração do projeto, desenvolve-se um sistema específico que sirva à aplicação desejada. A implementação leva à evolução operacional, durante a qual o sistema alcançaseus objetivos e é modificado de tempos e1n tempos, a fim de se ajustar a pequenas mudanças de requisitos. Por fim, o sistema acaba se tornando menos eficaz do que era inicialmente, seja devido a falhas mecânicas ~··"'· ou de outro tipo, seja porque o ambiente sofreu modificações e o sistema não ~ consegue evoluir de modo a dar conta dessas mudanças .. Também é possível ~~; deixar que a deterioração siga seu curso enquanto se planeja um novo sistema. ~ A etapa final do ciclo vital do sistema é representada por sua substituição. A ~-~ duração de cada uma dessas etapas variará de um sistema para outro. Na reali- dade, embora seja desejável que a fase de evolução operacional tenha sempre a maior duração possível, pelo menos de alguns anos. algumas das outras etapas, como a de análise, podem durar apenas algumas horas ou chegam a durar meses e até anós. A vida dos sistemas informatizados é relativamente breve. Mudanças tanto no ambiente quanto na tecnologia contribuem para a deterioração e a substituição dos sistemas informatizados. Análise -t Projeto -t Implementação -t Evolução operacional -t Deterioração-+ Substituição Figura 6.1 O ciclo de vida dos sistemas Reflexão Trace o ciclo de vida de um sistema informatizado que você conheça, mostrando a duração de cada fase. 6.3 Desenvolyimento de sistemas O desenvolvimento de sistemas abarca tanto os aperfeiçoamentos baseados no projeto quanto as mudanças de natureza evolutiva. Nos sistemas antigos, as incompatibilidades entre diferentes gerações de equipamentos e progran1as 132 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO geralmente significavam que se encarasse a substituição de sistemas como um projeto de grande envergadura, com o desenvolvimento de metodologias basea- das fundamentalmente no projeto. O método baseado em projeto continua sen- do um elemento importante no desenvolvimento de sistemas, quando as orga- nizações implementam a última geração de um sistema. O enfoque dos sistemas abertos e o uso mais intenso de padrões significam que é realista antever u1n desenvolvimento evolutivo de sistemas, em que eles serão substituídos e atualizados de modo incremental. Mesmo que isso venha a ser o cenário domi- nante, ainda haverá ocasiões em que uma atualização de sistema terá vulto suficiente para merecer que seja gerida corno um projeto distinto. Ademais, mesmo em evolução, muitas das etapas descritas abaixo poderão ser aplicáveis, embora possivelmente possam ser executadas numa escala menor. No caso de projetos ligados à introdução ou substituição de sistemas infor- matizados que sejam de certo vulto, em geral faz-se um estudo formal, a fim de investigar a natureza e o potencial dos novos sistemas disponíveis. É provável que as mudanças nos sistemas de informação afetem os padrões de trabalho e às vezes a natureza do serviço público oferecido pela organização a seus clientes. Assim, é de vital importância o criterioso gerenciamento de qualquer programa de informatização. Um projeto organizado de desenvolvi- mento de siste1nas contribuirá para a implementação bem-sucedida do sistema. Geralmente, o gerente de informação não se envolve com a elaboração do projeto do sistema, mas, sim, com a seleção do sistema ou pacote de progra1nas que seja mais apropriado. É cada vez mais infreqüente o gerente de informação achar-se gerenciando um projeto inicial de informatização, mas, sim, um proje- to de atualização de um sistema já existente. Em suma, a análise e projeto de sistemas são adotados nos seguintes casos: substituição de um siste1na manual por um sistema informatizado mudança ou migração de um sistema informatizado para outro sistema infor- matizado mudanças, atualizações e ampliação de sistemas informatizados existentes. Essa metodologia pode ser aplicada para: ajudar na escolha e implementação de um sistema disponível no comércio para ajudar no projeto e impleinentação de um novo sistema feito especifi- camente sob medida. Os gerentes de informação em geral lidam com a primeira dessas duas situa- ções. Nesse contexto o foco recai sobre a especificação dos requisitos do sistema e a imple1nentação dos sistemas. Embora as metodologias de desenvolvimento de sistemas possam variar, comumente dá-se destaque às seguintes cinco etapas principais: PROJETO E GERENCIAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 133 Definição de objetivos Elaboração dos termos de referência; a análise das necessidades iniciais, como uma proposta de estudo, leva ao estudo de viabilidade, inclusive a avaliação de opções e análise de sistemas existentes. 2 Definição de requisitos do sistema Especificação dos requisitos dos sistemas. 3 Fase de elaboração do projeto Modelo lógico dos sistemas; modelo físico dos sistemas; escolha e encomenda da configuração de equipamento e programas. 4 Fase de implementação Planejamento e preparação; formação e treinamento de pessoal; criação de bases de dados; instalação dos sistemas; conversão do sistema anterior para o novo. 5 Fase de avaliação Avaliação inicial, monitoração constante, manutenção e evolução. Figura 6.2 Resumo das etapas de desenvolvimento de sistemas definição de objetivos definição de requisitos do sistema elaboração do projeto implementação avaliação. A função de cada uma dessas etapas encontra-se resumida na figura 6.2. Nenhuma dessas etapas é independente e tampouco tem fronteiras deli- mitadas rigidamente. As etapas de projeto e implementação, em particular, voltarão a examinar questões que foram estudadas durante as duas etapas ini- ciais. É provável que se volte atrás, por exemplo, quando ocorre uma reelabo- ração parcial dos objetivos durante a etapa de elaboração do projeto. As duas primeiras etapas - definição de objetivos e definição dos requisitos dos siste- mas - podem ser agrupadas como análise de sistemas. Uma estratégia de projeto de desenvolvimento de sistemas contribui para que haja melhor comunicação dentro da equipe, além de proporcionar um quadro de referência para os novatos que irão participar dos projetos. Etapas definidas com clareza ajudam na alocação de tarefas e no estabelecimento dos prazos finais. Um plano facilita a avaliação do andamento do projeto e contribui para um controle gerencial mais fácil. Francamente, se as primeiras três etapas levarem à conclusão de que a opção mais conveniente é um pacote ou sistema pronto, que inclua tanto equipa1nento quanto programas, não haverá necessidade então de um projeto detalhado. Não obstante, mesmo neste caso há necessidade de se elaborar um projeto, ainda que ••. ' ' 134 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO talvez o mesmo venha a estar orientado principalmente para ajustar um sistema pronto aos requisitos de uma organização específica. Do mesmo modo, ·quer se venha a desenvolver um sistema novo a partir do zero, quer se venha a adotar e adaptar um sistema já comprovado, continua sendo importante que haja implementação e avaliação cuidadosas. É importante lembrar que muitas organizações realizam vários projetos de sistemas, ou partes deles, em diferentes momentos e com relação a diferentes áreas de atividade. É claro que uma análise relativamente abrangente das ativi- dades da organização contribui para que se visualize a gama dessas atividades como um todo, aumentando a probabilidade de os vários subsistemas, que executam diferentes funções, serem compatíveis entre si. Qualquer que seja a situação, a escolha, elaboração do projeto e implementação do sistema são atividades que demandam tempo, e esse tempo deve ser alocado, mesmo que o sistema a ser implementado seja relativamente modesto. Definição de objetivos A sugestão de que um novo sistema resolverá problemas e dará ensejo a novas realizações não constitui argumento suficiente para se empreender um projeto de informatização. A primeira etapa deve ser a realização de discussões que de- fina1n os objetivos de qualquer sistema novo. Esta fase serve tanto para a elabo- ração de diretrizese requisitos, que serão inestimáveis tnais tarde para o proje- to, quanto para dar partida ao processo de comunicação e garantir que todos os pontos de vista estejam sendo levados em conta desde o princípio, e que se chegue logo a um acordo e a uma atitude de apoio às mudanças. É evidente- mente importante, nesta etapa, que sejam criadas as várias comissões do pro- jeto, para que iniciem as discussões co1n os organis1nos de representação dos empregados e envolvam todas as partes interessadas. Nesta fase devem ser estudados os procedimentos e as práticas já estabelecidos, procurando-se iden- tificar onde, quando e como uma mudança no sistema seria útil. Deve ser feita uma análise inicial de necessidades, com a cooperação do pessoal cujas ati- vidades provavelinente serão afetadas por quaisquer mudanças, análise essa que culminará com uma especificação por escrito dos termos de referência para um trabalho mais minucioso, na forma de uma proposta de estudo. Se a proposta de estudo for aceita pela gerência, a investigação mais deta- lhada do siste1na existente ou área-problema assurriirá a forma de um estudo de viabilidade. A finalidade deste estudo de viabilidade é estabelecer as opções de sistemas que se acham disponíveis e definir os recursos que são necessários para levar a cabo as pesquisas minuciosas que viere1n a ser feitas. O resultado do estudo de viabilidade será um relatório, que, normalíliente, abrange os seguintes pontos: uma descrição geral do sistema atual PROJETO E GERENCIAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 135 quaisquer problemas encontrados no sistema atual soluções possíveis ordem de magnitude dos custos das soluções possíveis benefícios dos novos sistemas trabalho necessário antes que se possa escolher um sistema cronograma aproximado para implementação do novo sistema impacto em matéria de espaço, pessoal e outras questões. O passo seguinte destina-se a começar a reunir infonnações sobre coino atingir os objetivos identificados durante a primeira fase. Esta etapa consiste essencial- mente em coletar informações, tanto de fontes internas quanto externas. As infonnações coletadas devem facilitar a toinada de decisão quanto ao tipo de sistema que se ache disponível para satisfazer aos requisitos da organização. Dentre as conclusões possíveis temos: é preciso desenvolver um sistema específico da organização a opção mais atraente é o desenvolvimento de um sistema cooperativo junto com outra organização deve-se selecionar u1n pacote de aplicativos já consagrado. É improvável que esta etapa leve diretan1ente à seleção de um sistema especí- fico, e1nbora, se houver requisitos muito especiais, talvez só exista u1n sistema que seja satisfatório. Nonnalmente, serão identificados, para exame mais pon- derado, orientações gerais e um grupo de possíveis sistemas. É importante reu- nir o 1naior nú1nero possível de informações, do maior número possível de fon- tes, e preparar dossiês bem-organizados co1n essas informações para consulta por parte de todos os membros das comissões e demais partes interessadas. É claro que, nesta etapa, são importantes as einpresas de desenvolvimento de programas e outros fornecedores de sistemas. Uma ajuda útil pode vir também de cadastros que analisam sistemas existentes e várias outras fontes espe- cializadas. São úteis os seininários oferecidos por associações profissionais, estabelecimentos de ensino, exposições e congressos. Se possível, serão feitas visitas, contatos telefônicos e consultas em geral a outros gerentes que tenham experiência em sistemas informatizados, sempre que surja a oportunidade. Reflexão Você conhece alguma fonte de informação que forneça in- formações que possam ajudar na seleção de um sistema de gerenciamento de bibliotecas? O fornecedor de um sistema conceituado poderá colocar clientes potenciais em contato com outros usuários. Em dado momento, durante a coleta de infonna- ções, quando fica razoaveltnente c!aro o que poderá estar disponível, seria de bom alvitre produzir, a partir dos objetivos identificados na prü11eira fase, uma '· . ._~ 136 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO lista preliminar de características dos sistemas que sejam de maior interesse. Catálogos de pacotes de programas, sistemas prontos para serem usados e equi- pamentos contêm listas de características básicas, que podem ser usadas como modelo para elaboração de uma lista loca!, que facilitará um exame minucioso e útil das informações reunidas, bem como a tomada de decisões. Devem ser levados em conta os aspectos relativos ao equipamento e aos programas. Além de reunir infonnações concernentes às opções de sistemas, esta fase pode incluir o desenvolvimento de uma descrição de sistema lógico para o sistema existente. Se este já estiver bem compreendido e bem documentado, ou, alternativamente, vier a ser substituído por um novo sistema que ofereça fun- ções completamente diferentes das do sistema antigo, talvez então seja desne- cessário estudar mais a fundo o que existe. Se, no entanto, o novo sistema tiver de executar muitos dos mesmos pr.ocessos do antigo, então uma análise do sistema existente será um pré-requisito útil para o estudo em profundidade dos requisitos dos usuários, o qual leva ao projeto lógico do novo sistema. Caso um novo sistema deva ser projetado, um estudo de viabilidade incluirá a avaliação de aspectos específicos de qualquer sistema potencial e, possivelmente, a criação de pequenos subsistemas de caráter experimental. Definição dos requisitos do sistema (estudo e especificação de requisitos) Dispondo-se de um conhecimento mais completo quanto às opções disponíveis e de unia certa percepção sobre como as várias soluções se aplicariam ao aten- dimento dos requisitos de uma aplicação específica, é preciso dar um passo atrás e desenvolver uma especificação completa do sistema. Normalmente, a fase de definição deve procurar responder a questões do tipo: Quais as operações que o sistema deve abranger? Quais as bases de dados que precisam ser criadas? Como serão criadas essas bases de dados? Quais os tipos de registros que a base de dados conterá? Quais as informações que serão procuradas na base de dados? Como serão apresentadas as informações encontradas na base de dados? Quais as características imprescindíveis e quais aquelas que são simples- mente acréscimos opcionais? Quem usará regularmente o sistema? Qual o nível de experiência que se deve esperar dos usuários? Especificação dos sistemas O objetivo da fase de análise de utn exercício de análise e projeto de sistemas é o estabelecimento dos requisitos que deve ter o sistema a ser adquirido, desen- volvido e instalado. A análise e o projeto lógico do siste_ma podem ser resu- PROJETO E GERENCIAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 137 midos numa especificação de sistema ou especificação de requisitos opera- cionais. A natureza exata da especificação dependerá de como será usada. Contudo, normalmente, essa especificação incluirá: antecedentes acerca da organização infonnações sobre os recursos a serem proporcionados pelo sistema infor- matizado, identificando os que são obrigatórios e os que são opcionais infonnações sobre o ambiente em que o sistema funcionará, inclusive quais- quer normas, protocolos de comunicação e regulamentos concernentes à saúde e à segurança as dimensões do sistema em termos dos números de registros e transações a serem processados, a quantidade de estações de trabalho e as taxas de crescimento um cronograma de implementação do sistema questões que devam ser obrigatoriamente respondidas pelos fornecedores, tais como o tamanho do equipamento, requisitos em tennos de eletricidade, mecanismos de suporte ao sistema, custos, etc. informações relativas a quaisquer limitações especiais, tais como proble- mas com o cronograma informações quanto a expressões constantes do contrato ou a fonna deste, bem como testes de aceitação. São três as funções básicas da especificaçãodos requisitos do sistema: 1 Trata-se de documento destinado à comunicação e que serve de apoio a qualquer discussão e aprofundamento por parte daqueles envolvidos com o sistema. 2 Trata-se de documento para consulta durante a implementação, a manuten- ção e a revisão. 3 Pode ser um documento de valor legal, uma vez que faça parte do contrato com o fornecedor. Diferentes níveis de informações podem servir a diferentes especificações, mas a especificação em si constitui sempre um documento essencial. A fase de definição levará naturalmente à fase de elaboração do projeto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Explique por que a especificação d~· ;equisit~," d~· sist~,;;~ poderá ser útil como documento de consulta durante a im- Reflexão plementação. Fase do projeto (detalhamento do projeto e programação) Caso seja preciso escrever um novo programa, a fase de elaboração do projeto estará voltada para a análise, elaboração de fluxogramas e outros gráficos das 138 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO funções e operações que o sistema deverá executar, antes de os programas serem escritos. Em geral, quando se trata de escolher um sistema ou um pacote de aplicativos já existente, não é preciso fazer uma análise tão minuciosa, embora uma especificação detalhada do sistema seja essencial para servir de base para a seleção final do pacote e alicerçar a implementação do sistema. A especi- ficação detalhada delineia todas as características que se exigem do sistema, sendo importante nas negociações com o fornecedor. A especificação de requi- sitos do sistema desenvolvida na fase anterior desempenha.fá essa função. Se se estiver cogitando, por exemplo, de um grande sistema para o geren- ciamento de um sistema de biblioteca, uma carta-convite será enviada nessa etapa a um número limitado (por exemplo, de três a seis) de fornecedores de sistemas, com a solicitação de que apresentem, dentro de detenninado prazo, uma cotação para os itens especificados. Quando partes isoladas de equipamen- to e programas estiverem sendo adquiridas de diferentes fornecedores, talvez seja preciso conseguir várias cotações. Algumas organizações, corno as do setor público, adotam um processo de licitação específico, de caráter obrigatório, que pode vir a exigir assessoramento jurídico na redação dos contratos. Recebidas as propostas, ou, no caso de sistemas menores, à medida. que as cotações estejam sendo negociadas, cabe aos fornecedores fazer demonstrações dos respectivos sistemas. As demonstrações de grandes sistemas devem, de preferência, ser feitas in loco, e, evidentemente, permitir que vários membros do pessoal, que serão afetados pelo novo sistema, possam inspecionar aquele que estiver sendo proposto. As demonstrações facilitam a comunicação e podem servir de ensejo para que o pessoal que participará da operação diária do sistema aprenda um pouco sobre e ele e faça perguntas. Depois das demonstrações, novas discussões leva- rão à escolha do sistema, inclusive equipamento e programas, e, posterior- mente, serão feitas as encomendas, assinados os contratos, etc. Reflexão O que uma demonstração permite que o gerente de infor- mação aprenda sobre o pacote de aplicativos! Faça uma lista de algumas das perguí!tas que você faria durante essa demonstração. Fase de implementação Normalmente, feitas as encomendas, haverá um período de calmaria enquanto o gerente de informação aguarda para ver se as datas de entrega serão cumpridas. Esse tempo se.rá ocupado com o planejamento da instalação e implementação do sistema. A implementação pode ser demorada e é importante não subestimar o impacto que a implementação de um novo sistema poderá causar nas rotinas de trabalho e no serviço aos clientes. A fase de instalação tem início com uma revisão da forma como o sistema afetará as atividades atuais da i~stituição. Se PROJETO E GERENCIAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 139 houver sido executada uma análise exaustiva durante as etapas iniciais do exercício de análise de sistemas, muitas das dificuldades, problemas e outras questões relativas à instalação já terão sido identificadas e planejadas. A essa altura é preciso montar um quadro quantitativo dos trabalhos a serem exe- cutados para se atingir a implementação, e identificar as responsabilidades específicas do pessoal. É necessário chegar a um acordo conclusivo quanto a um cronograma detalhado das atividades de treinamento, instalação e outras. O cronograma abrangerá os vários aspectos da implementação, examinados a seguir. A se- qüência em que são abordados não é importante. De fato, muitas dessas ativi- dades podem ocorrer paralelamente. Preparação e planejamento Várias atividades preparatórias serão necessárias. Embora a maioria dessas questões tenha sido analisada exaustivamente, será preciso examinar quaisquer fatores ou opções novas que ficaram em aberto; concluir os formulários de registros e os arquivos para várias aplicações e bases de dados; preparar, se for o caso, os locais para instalação do computador central e das estações de tra- balho, bem como fazer as ligações adequadas com a rede de telecoII1:unicações. Instalação do equipamento Inclui tanto o computador propriamente dito quanto as várias estações de traba- lho, além de outros periféricos e as ligações com as redes de telecomunicações. Instalação do programa Uma vez instalado o equipamento, a etapa seguinte será instalar o programa; rodá-lo e testá-lo tm pequenas bases de dados de caráter experimental. Criação das bases de dados Tendo sido verificado que o equipamento e os programas estão funcionando satisfatoriamente, dá-se início à construção das bases de dados completas para o sistema. Quando se está migrando de um para outro sistema, é importante converter as bases de dados que estavam em formatos anteriores. Os registros para essas bases de dados podem ser extraídos de uma variedade de fontes diferentes. Devem ser definidos procedimentos para a criação de registros de novos itens, inclusive, por exemplo, de leitores novos, livros novos, citações novas, pessoal novo. Se um sistema de controle de empréstimos estiver sendo implementado pela primeira vez, a etiquetagem dos livros (com códigos de barras) será um trabalho de vulto. 140 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÁO Treinamento de pessoal A preparação de listas de itens a conferir, bem como manuais de instrução e referência apropriados, é importanre para a implementação bem-sucedida do sistema. Talvez o pessoal venha a necessitar de sessões organizadas com dife- rentes objetivos, dependendo de sua função. Talvez seja preciso desdobrar o treinamento em várias fases durante um período extenso de tempo. Entrada em operação do sistema Há várias estratégias que podem ser adotadas para a entrada em operação do sistema novo em iugar do antigo. As opções incluem: 1 Mudança completa. !1nplica que o sistema antigo será substituído pelo sistema novo em determinada data. Isso é arriscado se o sistema for essen- cial ao funcionamento da organização e so1nente deve ser considerado se todos os aspectos do novo sistema houverem sido cuidadosamente testados e a mudança houver sido criteriosa1nente planejada. 2 Método gradual. Em que o sistema total é dividido em seções, cada seção sendo instalada de modo independente e uma de cada vez. Este método per- mite ao pessoal adaptar-se gradativamente às mudanças, porém há oca- siões em que podem ocorrer dificuldades causadas pela manutenção de partes do sistema antigo enquanto se introduz o siste1na novo. 3 Funcionamento paralelo. Em que ambos os sistemas, o velho e o novo, funcionam de modo paralelo durante certo período de tempo, até que se tenha adquirido confiança no sistema novo e o antigo possa deixar de fun- cionar. Embora seja um método seguro, é caro e o pessoal pode facilmente ilnpacientar-se por ter de operar dois siste1nas. 4 A operação-piloto de um sistema num ambiente mais controlado,como um departamento pequeno, antes de sua introdução em todos os lugares. O funcionamento-piloto permite que o sistema seja testado em ambiente con- trolado, onde o pessoal por ele responsável possa concentrar sua atenção, como fonua de testar o sistema antes de ser liberado amplamente. Reflexão Quais as partes dos sistemas de informação de uma facul- dade que você acha que serão afetadas pela introdução de um sistema de cartão de identificação? Quais as implica- ções de mudança no contexto da introdução do sistema de cartão de identificação? . . . . . . ·.· ............................ . Fase de avaliação {manutenção e revisão) A última etapa de um trabalho de análise de sistemas está muito distante da definição inicial dos requisitos, mas, não obstante, é importante salientar que, PROJETO E GERENCfAMENTO DE srSTEMAS DE INFORMAÇÃO 141 após a implementação a contento, é preciso concluir a tarefa retomando-se à especificação e avaliando a extensã:o com que o sistema está atendendo aos objetivos propostos. Essa avaliação pode resultar em melhorias e aperfeiçoa- mentos na forma como o sistema é utilizado. A participação em grupos ou cooperativas de usuáríos (de pacotes de programas e sistemas prontos) também pode ajudar no processo de fonnulação de comentários, que reflitam uma avaliação do sistema, e no exercício de pres- sões em prol de mudanças a serem implantadas pelo projetista ou fornecedor do sistema. Esses grupos também são um meio para manter u1na relação correta com o fornecedor do sistema. 6.4 Considerações de ordem ergonômica Embora a situação seja hoje melhor, antigamente os projetistas de sistemas nem sempre davam a devida atenção às questões de ordem ergonômica quando do planejamento de estações de trabalho e ao ambiente em que se situavam. Em geral, o amplo exame das questões ergonômicas exige investimentos adicionais na compra de mobiliário novo e outros ajustes dispendiosos no ambiente. Ao ~ introduzir estações de trabalho num ambiente de trabalho já existente, talvez seja + difícil atender inteiramente às considerações de qrdem ergonômica, pois isso ~-t pode acarretar a compra de novo mobiliário, novos leiautes de salas e diversas obras no prédio. Em escritórios e outros ambientes, como em esrabelecimenros de ensino, muitas vezes o pleno atendimento das exigências ergonômicas deve aguardar a reforma ou a construção de novos prédios. Há dois grupos principais de considerações ergonômicas: o projeto da estação de trabalho e o ambiente do local de trabalho em sentido amplo. Considerações gerais quanto ao projeto da estação de trabalho São três os princípios para um bom Projeto de estação de trabalho: A estação de trabalho deve adaptar-se ao usuário, embora usuários criativos e ocasionais sejam mais tolerantes quanto a uma adaptação insatisfatória do que o pessoal que trabalha com digitação de dados, que talvez tenha de ficar preso a uma tarefa repetitiva durante longos períodos. O projeto de estações de trabalho que se adaptem ao usuário pode suscitar determinados proble- mas quando sejam destinadas a múltiplos usuários. 2 As estações de trabalho devem levar em conta as tarefas que serão executa· das pelo usuário. Por exemplo, se o trabalho exigir o manuseio de muita pa- pelada, será necessária uma mesa de tampo grande . 3 As estações de trabalho devem permitir que a pessoa mantenha uma boa postura. Uma postura ruim causa dores lombares, de cabeça, no pescoço e nos ombros, além de problemas digestivos e circulatórios. 142 fNTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA fNFORMAÇÃO Isso significa que é preciso levar em conta a cadeira e a mesa que fazem parte da estação de trabalho. A ajustabilidade é importante, pois nem todos os usuários são do mesmo tamanho ou querem se posicionar da mesma forma na estação de trabalho. Entretantoi o projeto de estação de trabalho não deve restrinair-se a ambientes fechados de escritório. Por exemplo, com quiosques multimÍdia de uso do público, ou caixas eletrônicos de bancos, é importante ter em conta a questão de acesso, por exemplo, de usuários em cadeiras de rodas. Considerações mais gerais acerca do projeto de estação de trabalho Além das características da própria estação de trabalho, várias outras conside- rações de ordem ambiental influem no conforto ligado ao uso de sistemas infor- matizados. Iluminação, ruído, calor e ventilação são aspectos a considerar. Iluminação Especialmente no caso de edifícios já existentes, talvez nem sempre surja a oportunidade de fazer uma revisão nos níveis de iluminação para se ter a garan- tia de que sejam apropriados para o'trabalho com sistemas informatizados. Se houver a oportunidade, será importante mandar realizar uma inspeçã9 na rede elétrica: Ao se examinar a questão da iluminação é importante levar em conta: níveis de iluminação recomendados para diferentes serviços fontes de iluminação, inclusive luz artificial e natural cor da iluminação (varia do branco brilhante estonteante ao amarelo acon- chegante) reverberação (causada pela luz refletida por superficies de alta reflexão). Reflexão Ruído Quais as superfícies que podem reverberar a luz quando se usa o computador num ambiente de escritório? Ruido é o som que o ouvinte julga desagradável ou perturbador. Os ruídos raramente ocorrem de modo isolado e não devem ser considerados à parte. Os problemas que causam são: atrapalham a comunicação estresse devido à distração provocada por ruídos intermitentes danos ao sistema auditivo causados por níveis elevados de ruído ausência de ruído (muitas vezes as pessoas precisam de um ruído de fundo e se sentem desconfortáveis com o silêncio total). As fontes de ruído incluem conversas, trânsito de pessoas, campainhas de telefone, i?1pressoras, ar-condicionado e calefação, fotocopiadoras e o ruído de l 1 PROJETO E GERENCfAMENTO DE S[STEMAS DE fNFORMAÇÃO 143 tráfego externo. Os níveis de ruído dependem das características acústicas da sa!a. Normalmente, carpetes e mobiliário estofado absorvem o ruído e ajudam a reduzir a reverberação sonora. · Reflexão Quais os tipos de ruído que, a seu ver, podem distrair o usuário de um catálogo em linha numa biblioteca? Quais as possíveis conseqüências? Calefação e ventilação Calefação e ventilação também contribuem para um ambiente de trabalho con- fortável. Temos aqui quatro fatores importantes: a temperatura do ar, o calor radiante, a umidade e o movimento do ar. 1 6.5 Pessoas e tarefas no desenvolvimento de sistemas Os projetos de desenvolvimento de sistemas podem ser realizados com relação :• a sistemas de diferentes tamanhos e estender-se ao longo de diferentes períodos, (" além de exigir diferentes níveis de participação de pessoal. No entanto, em cãda 'i situação deve haver pessoal que seja responsável por: -;'?:- tomada de decisões conseguir que o trabalho seja feito. No caso de projetos grandes e específicos, normalmente o controle central será atribuído a urna comissão, geralmente batiiada com o nome de comissão de gerenciamento do projeto, na qual estará representada a administração supe- rior, além de várias outras partes interessadas. Os representantes serão escolhi- dos de acordo com o projeto que esteja sendo realizado e em diferentes níveis da estrutura administrativa. Também pode ser importante a presença de repre- sentantes do sindicato de empregados se houver a possibilidade de as mudanças no sistema colocar em risco ou acarretar alterações nos postos de trabalho. É claro que é també1n conveniente que o gerente do projeto de sistemas seja membro dessa comissão. Embora se empenhe para se manter como um grupo compacto, é preciso que a comissão de gerenciamento do projeto seja também representativa e colha experiências junto ao maior grupo possível. As funções dessa comissão são: ' dirigir o projeto monitorar o andamento do projeto facilitar a co1nunicação sobre o andamento do projeto. 1 Acrescente-se, para regiões de temperatura naturalmentealta, o ar-condicionado. (N.T.) 144 INTRODUÇÃO à TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO A instituição pode escolher a criação de uma comissão de gerenciamento de projetos que lide com cada um dos projetos individuais, ou alternativamente uma comissão ou grupo de trabalho, com papel consultivo ou decisório. que trate de todos os projetos. Neste caso, é provável que determinadas pessoas sejam convidadas para o grupo quando este for examinar projetos específicos. O cumprimento no dia-a-dia das decisões tomadas por um grupo decisório, como a comissão de gerenciamento de projetos, constitui tarefa do projetista de sistemas ou da equipe de sistemas, que trabalham junto com outros membros do p~s~oal cujo trabalho será afetado por eventuais mudanças no sistema. O espe- c1al1sta em sistemas é importante como fonte de experiência em sistemas infor- matizados e suas aplicações, e oferece orientação e informação à comissão de gerenciamento de projetos ou seu equivalente. Exceto nas organizações muito pequenas, pelo menos um membro do qua- dro de pessoal, de tempo integral, precisa ser designado como responsável pelos sistemas de informação. Numa grande empresa ou numa administração munici- pal, talvez haja todo um departamento dedicado ao desenvolvimento desiste- mas. Podem ser contratados consultores para colaborar com projetos especí- ficos. Inúmeras organizações têm utilizado amplamente o recurso da terceiri- i:açâo. A terceirização consiste em utilizar uma organização externa que, neste caso, é especializada na manutenção e desenvolvimento de sistemas de infor- mação. É negociado um contrato com a instituição externa que prestará os ser- viços de fornecimento e suporte dos sistemas informatizados. Isso elimina a necessidade de a instituição envolver-se com os sistemas. O único conhecimento de informática exigido da instituição é aquele que for necessário para manter um diálogo eficaz com a organização contratada. Os encargos de um desenvolvedor de sistemas são: pesquisar e assimilar informações sobre a forma como o sistema funciona atualmente analisar seu desempenho à luz dos objetivos do sistema que sejam identifi- cados pela administração desenvolver e avaliar idéias sobre como o sistema pode ser melhorado ou reorganizado projetar detalhadamente um novo sistema que atenda aos requisitos que hajam sido identificados implemenrar o novo sistema que tiver sido desenvolvido. A função básica do analista de sistemas é atuar corno intermediário entre usuá- rio e sistema informatizado. Nesta função, o especialista em sistemas deve ser um catalisador e agente de 1nudança, um orientador, educador, vendedor e comunicador. A fim de ser bem·sucedido, o especialista em sistemas precisa ter uma mescla apropriada de qualidades pessoais1 habilidades e conhecimentos. Os consultores podem ser uma solução útil para obter experiências adi- PROJETO E GERENCIAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 145 cionais e também na execução de encargos para os quais o pessoal do quadro não dispõe de tempo. Também ocupam uma posição que lhes permite ser imparciais e muitas vezes estimular o pessoal do quadro a aclarar detalhes que talvez não queiram explicar para um colega. A única grande desvantagem dos consultores está em que não têm um compromisso permanente com a organização, sendo em geral contratados para executar um serviço, rompendo o vínculo com a insti· tuição assim que o serviço termina. Isso pode implicar que: seus conhecimentos somente estarão disponíveis para a instituição durante um breve período o consultor precisará de algum tempo para se familiarizar com a instituição, sua cultura e seus objetivos. Essas desvantagens potenciais podem ser reduzidas, quando conveniente, se a instituição desenvolver um vínculo duradouro com o consultor. 6.6 Metodologias de sistemas de informação Uma metodologia de sistemas de informação é um enfoque metódico do plane- jamento, análise e projeto desses sistemas. Inclui recomendações sobre: fases, subfases e tarefas quando usar uma delas e em qual seqüência qual o tipo de pessoal que executará cada tarefa quais os documentos, produtos e relatórios que resultarão de cada fase gerenciamento, controle, avaliação e planejamento de mudanças futuras. As metodologias de sistemas de informação foram elaboradas por desenvol· vedares e projetistas como uma ferramenta auxiliar na modelagem de sistemas de informação e no desenvolvimento ~e projetos de sistemas informatizados que atendam aos requisitos dos usuários da informação. Contribuem para uma análise de sistemas eficiente e eficaz e para o projeto e desenvolvimento efica- zes de sistemas e programas. As metodologias de sistemas de informação não foram elaboradas com a finalidade de ajudar o usuário de um sistema informati- zado a especificar requisitos. Existen1, porém, boas razões para que o usuário lance mão dos instrumentos e métodos das metodologias aceitas como auxílio numa análise sistemática dos requisitos e da especificação de um sistema. Com certeza, quando se trata de um sistema grande e complexo,. a adoção de uma metodologia claramente definida resultará em sistemas mais eficazes. Existem várias metodologias no mercado, cada uma delas com característi- cas diferentes e englobando diferentes aspectos do processo de análise, projeto e implementação de sistemas. O emprego desses métodos torna.se dificil sem o apoio da informática para o desenho dos gráficos necessários e o projeto lógico do sistema. Para tal finalidade foram desenvolvidas ferramentas CASE. 146 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Os rriétodos de análise e projeto de sistemas dividem-se em duas categorias: rígidos e flexíveis. Normalmente, os métodos rígidos procuram desenvolver uma solução técnica para os problemas por meio da implantação de um sistema informatizado. Pressupõem a possibilidade de um enunciado claro e consensual tanto da situação atual e seus problemas quanto do estado de coisas que se almeja alcançar. Para o desenvolvimento de sistemas considera-se que o problema consiste em projetar uma solução que nos levará do ponto onde nos encontramos agora para onde queremos estar no futuro. Os usuários são tratados como fontes de informação sobre o sistema e vistos em função de seus requisitos de informação e como dispositivos de entrada de dados. O papel do analista é o do especialista que é responsável pelo projeto do sistema. Os métodos flexíveis reconhecem o impacto dos seres humanos na área de análise e projeto de sistemas. Em primeiro lugar, estas metodologias negam a premissa de que seja fácil especificar as soluções atuais e as almejadas, e afir- mam que as situações problemáticas são complicadas. Em segundo lugar, o papel do analista é mais o de algué1n que participa de urna equipe, e o papel dos participantes do sistema existente é indispensável para que seu desenvolvi- mento seja bem-sucedido. Com o advento de ferramentas de projeto mais elabo- radas e em face das especificações de projeto mais complexas exigidas por cer- tas interfaces, como as interfaces gráficas e multimídia, tornaram-se mais im- portantes as metodolcgias que integram análise e projeto, como as de prototi- pagem e as orientadas a objetos. Metodologias estruturadas de sistemas de informação _l\s metodologias de sistemas mais renomadas podem ser consideradas como metodologias estruturadas. As metodologias estruturadas apresentam algumas características em co- mum. Todas utilizam modelos gráficos, dão ênfase à comunicação com o usuá- rio e incluem a repetição da(s) fase(s), passo(s) e revisão(ões) anterior(es). Na análise e projeto do tipo estruturado os modelos representam as funções do sistema, ao invés de mostrar como executá-las. A ênfase está nos componentes lógicos do sistema, e não em seus componentes fisicos. Mais especificamente, a maioria dos métodos apresenta os seguintes componentes: um conjunto de modelos, normalmente expressos como diagramas que ser- vem de apoio à especificaçãoe ao projeto técnicas para realização da análise e especificação diretrizes e procedimentos para realização da análise e do projeto procedimentos para gerenciar o processo de desenvolvimento dos sistemas. Todas as metodologias são inconfundíveis, porém existem- algumas caracte- rísticas que lhes são coinuns. Todas utilizam ferrainentas estruturadas, muitas das quais tê1n em co1num a propriedade de sere111 gráficas. Outra característica PROJETO E GERENCIAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 147 da maioria das ferramentas estruturadas é que se baseiam no conceito de árvore. Muitas dessas ferramentas são componentes característicos de suas respectivas metodologias de desenvolvimento de sistemas, e algumas são diagramas hie- rárquicos, diagramas de fluxo de dados, diagramas de relação entre entidades, históricos da vida das entidades e dicionários de dados. Mais especificamente: 1 Gráficos hierárquicos mostram a estrutura organizacional. Registram a divisão de responsabilidades e funções no seio da organização. 2 Diagramas de fluxos de dados representam sistemas em termos dos fluxos de dados entre memórias, processos e fontes ou receptores de dados. 3 Dicionários de dados são simplesmente dicionários de dados ou coletâneas de dados sobre dados. Nonnalmente, um dicionário de dados contém infor- mações sobre memórias, fluxos de processos, elementos e estruturas de da- dos, e em cada caso armazena um nome e informações adicionais no verbete do dicionário. A figura 6.3 mostra os dados que um elemento de dados com- portaria. 4 Históricos da vida das entidades proporcionam um meio de representar como as entidades 1nudam dentro de um sistema com o passar do tempo. Esses históricos começam com a criação da entidade, registram a seqüência de mudanças que ocorrem durante sua existência no sistema e terminam com sua retirada do sistema. 5 Diagramas de relações entre entidades constituem um meio de represen- tar as entidades num sistema e mostrar as relações entre essas entidades. Descrição do nome - do elemento de dados Outros nomes - termos alternativos usados para o mesmo elemento de dados Tipo - isto é, numérico, caractere ou alfanumérico Formato Valores - a gama de valores que o elemento pode assumir Segurança - quem tem permissão para modificar, acrescentar ou apagar determinado item de dados Edição Comentários - qualquer informação especial. Figura 6.3 Componentes de um verbete relativo a elemento de dados num dicionário de dados Reflexão Por que é útil empregar uma metodologia estruturada no desenvolvimento de sistemas? Análise de Sistemas e Metodologia de Projeto Estruturadas (SSADM) Para exemplificar a natureza das metodologias estruturadas de modo mais de- 148 INTRODUÇÃO à TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO talhado, esboçaremos as etapas de uma metodologia. A SSADM talvez seja a metodologia de sistemas de informação mais usada no Reino Unido em virtude de ter sido adotada pelo governo britânico. Foi originalmente desenvolvida pela Leannouth and Burchett Management Systems para a Computer and Tele- communication Agency ( CCTA). É uma metodologia orientada a dados quedes- taca a modelagem de dados, mas também recomeÍ1da a análise e especificação de aspectos dÜ processo com diagramas de fluxos de dados e comportamento com o emprego de históricos de vida das entidades. _A SSADM estrutura-se em três fases: estudo de viabilidade, análise de sistemas e-Projeto de sistemas. Cada uma das três fases subdivide-se em vários passos. A SSADM abrange oito etapas, cinqüenta passos e cerca de 230 tarefas. As oito etapas, resumidamente, são: Primeira etapa: definição do problema Seu objetivo é obter uma definição precisa do problema global ou resolução pelo sistema a ser desenvolvido. São feitas descrições gerais dos sistemas e estrutura de dados existentes, além de identificados os problemas atuais. Segunda etapa: identificação do projeto Tem por objetivo criar várias opções para lidar com os problemas identificados na primeira etapa. As opções são avaliadas e formalizadas para inclusão no relatório de viabilidade. Terceira etapa: análise do sistema e problemas atuais Analisa o sistema existente e o documenta na forma de diagramas de fluxos e estruturas lógicas de dados. Além disso, a identificação do problema é aprimo- rada além da segunda etapa. Quarta etapa: especificação de requisitos Nesta etapa os requisitos do usuário, determinados na etapa anterior, são defi- nidos mais detalhadamente. Define-se uma estrutura de dados baseada na do- cumentação produzida na terceira etapa. Definem-se os aspectos de auditoria, segurança e controle. Como produto disso tem-se a especificação dos sistemas. Quinta etapa: seleção das opções físicas Envolve os usuários e o pessoal de sistemas no objetivo de selecionar um siste- ma tisico adequado. Na maioria dos casos, é possível decidir sobre a configu- ração do equipamento e as características do programa apropriado. Sexta etapa: projeto de dados Projetam-se as estruturas de dados para o sistema proposto mediante a combi- PROJETO E GERENCIAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 149 nação da visão de cima para baixo da organização, obtida na terceira etapa, com a visão de baixo para cima, obtida dos agrupamentos de dados. Sétima etapa: projeto do processo Executa-se junto com a etapa de projeto de dados. Define-se o processamento lógico ligado às consultas e atualização. O projeto lógico é validado por meio da revisão de comprovação de qualidade antes de se passar para o projeto fisico. Oitava etapa: projeto físico Traduz-se o projeto lógico em programas e no conteúdo da base de dados. Atua~ liza-se o dicionário de dados e se ajusta o projeto para atender aos objetivos de desempenho. Testam-se os programas e sistemas. Criam-se as instruções ope- racionais. Elabora-se plano de implemenração e define-se o manual de proce- dimentos. Metodologias holísticas e prototipagem O enfoque convencional de desenvolvimento de sistemas adota ·.os tipos de métodos esboçados acima, muitos dos quais exigem cuidadosa comunicação entre usuário e desenvolvedor. Quarido a comunicação não é bem-sucedida torna-se muitas vezes necessário inrroduzir mudanças em aspectos do projeto anterior, o que pode originar várias versões do projeto. A prototipagem é um conjunto de técnicas que facilitam o entendimento dos requisitos durante o pe- ríodo de estudo do sistema e durante o projeto dos sistemas. As ferramentas de protOtipagem permitem ao desenvolvedor criar rapidamente um protótipo, de modo que os usuários possam testá-lo e corrigi-lo. Os protótipos ensejam uma boa comunicação entre desenvolvedor e usuário, e são especialmente úteis em aplicações muito novas quando é dificil para o usuário visualizar o sistema e, portanto, apresentar uma especificação eficaz e completa. As ferramentas de prototip11gem incluem qualquer uma que permita a rápida construção de protótipos. As linguagens de quarta geração e as ferramentas a elas associadas, como pintores de tela, gráficos e geradores de relatórios, são exemplos de ferramentas de prototipagem. O ciclo de vida em forma de estrela (figura 6.4) é a base de uma metodologia em que a ordem das etapas e atividades é irrelevante. O desenvolvimento do sis- tema inicia em qualquer etapa (indicada pelas setas de entrada) e é seguido por qualquer uma das outras etapas (setas de duas pontas). O modelo também admi- te o papel central da avaliação e é bastante adequado para os métodos holísticos de elaboração de projetos, como a prototipagem, onde há um desenvolvimento incrementa[ do produto final, também conhecido como projeto interativo. Os enfoques holísticos procuram encarar a elaboração de projetos como um todo. Essa é uma atividade frouxamente estruturada sem uma seqüência rigoro- 152 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 1 Pesquisar o mercado 2 Conceituar o projeto, inclusive aspectos técnicos 3 Identificar recurso, por exemplo, conteúdo disponível4 Estruturar o produto 5 Projetar a interface 6 Reunir recursos inclusive equipe e conteúdo 7 Construir protótipo 8 Testar junto ao usuário 9 Rever o projeto 1 O Criar componentes multimídia 11 Programa e autor 12 Testar e fixar a funcionalidade 13 Teste beta 14 Criar a matriz 15 Fornecer ao mercado Figura 6.6 Etapas de metodologia para projeto de interface multimídia 4 A criação de áudio, vídeo, fotografias, gráficos e animação implica conside- rável trabalho de projeio. Planejamento estratégico de sistemas de informação Nenhuma das metodologias acitna adota uma visão estratégica da função dos sistemas de infonnação na empresa. Podem assumir como pressuposto que os objetivos comerciais são relevantes. O planejamento de sistemas de informação estratégica é importante devido a seu foco específico no uso de sistemas de infonnação para alcançar os objetivos da organização, possivelmente em rela- ção com o fornecimento de informações gerenciais ou serviços aos clientes. A utilização inovadora da tecnologia da informação nas atividades produ- tivas levou à criação de novos produtos, melhores serviços e drástica redução de custos. Em outras palavras, essa tecnologia alterou o modo de fazer negócios e a posição competitiva da indústria. Por exemplo, normalmente as empresas pagam suas contas com cheques ao receber as faturas. Com a tecnologia da informação é possível ao comprador enviar uma ordem eletrônica de paga- mento para seu banco ao receber a mercadoria. O valor é debitado em sua conta e creditado na do vendedor. Nesse contexto, a tecnologia elimina a burocracia e em geral pennite antecipar o pagamento, com as implicações daí decorrentes. Esses tipos de uso da informação podem ser denominados estratégicos e são geralmente gerenciados por sistemas de informação estratégica, que permi- tem às atividades econômicas c6nquistar vantagem competitiva. Os sistemas de informação estratégica destinam-se a proporcionar às ativi- dades econômicas uma vantagem competitiva. Tecnicamente, esses sistemas podem ser muito parecidos com sistemas tradicionais de tecnologia da infor- PROJETO E GERENCIAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 153 mação, mas a diferença está em que sua atenção se concentra no tratamento da informação como recurso estratégico. Os sistemas de informação estratégica são orientados para as atividades econômicas e se concentram no ambiente em que elas ocorrem. Mais especificamente; o~ sistemas de infonnação estratégica: são voltados para fora, dando destaque ao serviço aos clientes oferecem beneficios concretos aos clientes são capazes de modificar a percepção que o mercado tem da empresa. O planejamento estratégico de sistemas de informação é uma metodologia que procura desenvolver sistemas de informação estratégica. É o processo de esta- belecer um programa para implementação e uso de sistemas de informação que otimize a eficácia dos recursos informacionais da organização e os utilize em apoio, tanto quanto possível, dos objetivos da empresa. Os resultados desse planejamento são, em geral, um plano de curto prazo, para um período imedia- to de 12 a 18 meses, e um de longo prazo para três a quatro anos. Esse tipo de planejamento tem natureza dúplice, pois abrange minucioso planejamento e minuciosa elaboração orçamentária dos sistemas de informação, num nível, e, em outro, questões e formulações estratégicas. O planejamento estratégico de sistemas de informação é uma atividade complexa que requer uma pequena equipe de projeto, apoiada por insumos trazidos por um núniero relativamente grande de membros do pessoal e pos- sivelmente consultores. Em geral é executado como um projeto que dura de três a seis meses. É ilnportante definir desde o início o alcance do projeto, que pode abarcar toda a organização ou, de modo mais restrito, referir-se a um produto específico. O planejamento estratégico de sistemas de informação oferece um amplo contexto para se examinar e planejar o desenvolvimento de produtos informacionais que darão à organização uma vantagem competitiva. Embora diga respeito basicamente a sistemas de informação no seio das organizações, pode ser também adotado para informar o planejamento de sistemas ou produ- tos que apóiam serviços aos clientes, pois engloba a consideração de fatores de mercado, como fatores críticos de sucesso e análise de custo-beneficio. A figura 6.7 relaciona 20 passos que podem levar à criação de um plane- jamento estratégico de sistemas de informação. Tais passos podem ser agru- pados em sete fases: Os passos 1 a 3 referen1-se ao desencadeamento do planejamento estratégico de sistemas de informação. Os passos 4 a 8 referem-se à identificação e formulação de metas, objetivos, missões e estratégias da organização. O processo inclui a identificação de fatores críticos de sucesso ou que sejam capitais para o êxito da organização. Os passos 9 a 11 examinam os sistemas de informação existentes por meio de uma auditoria de sistemas. 154 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Os passos 12 a 14 identificam tantas oportunidades de sistemas de informa- ção quantas forem possíveis, com atenção para a forma como os sistemas são usados para alcançar a vantagem competitiva. Essas oportunidades são filtradas para identificar as que oferecem o melhor retorno de investimento. O passo 15 leva à produção de um plano de ação. Os passos 16 a 18 referem-se à implementação e adoção do plano de ação. Os passos 19 a 20 focalizam a manutenção do planejamento estratégico do sistema de informação. Reflexão Em quais circunstâncias o planejamento estratégico de sis- temas de informação resultará em sistemas de informação estratégica l Vinte passos do planejamento estratégico de um sistema de informação Obter autorização. 2 Formar uma equipe e obter local apropriado, recursos, etc. 3 Distribuir responsabilidades e criar um cronograma. 4 Estabelecer as metas, objetivos, missões, etc. 5 Estabelecer, implícita ou explicitamente, a estratégia corporativa da empresa. 6 Definir os fatores críticos de sucesso. 7 Estabelecer os principais indicadores de desempenho. 8 Definir o conjunto de dados críticos. 9 Incorporar os formulários de arquitetura de tecnologia da informação. 10 Realizar uma auditoria dos sistemas. 11 Classificar a situação em que se encontram os sistemas atuais e colo- car em ordem de importância as propostas sobre os sistemas atuais. 12 Realizar discussões sobre os sistemas novos e criar uma lista de oportunidades de tecnologia da informação. 13 Realizar análises de risco e de custo-benefício. 14 Realizar oficinas para depurar as sugestões. 15 Preparar um plano de ação. 16 Comunicar o plano de ação a todo o pessoal pertinente. 17 Identificar e designar os defensores do projeto. 18 Conseguir com que a administração superior se comprometa publica- mente com .o planejamento estratégico. 19 Criar mecanismos de retroalimentação. 20 Atualizar o planejamento estratégico. Figura 6. 7 Exemplo de planejamento estratégico de sistemas de informação PROJETO E GERENCIAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 155 6.7 Gerenciamento de rotina Antes, neste capítulo, deu-se atenção ao planejamento de sistemas de informa- ção e às etapas do projeto que devem levar à implementação bem-sucedida de um sistema novo, cuja instalação representa um investimento de peso e deve ter um impacto importante na organização. É, portanto, não só inevitável mas também conveniente que se dê grande atenção ao planejamento. No entanto, um sistema bem-sucedido também precisa de gerenciamento de rotina. Uma única pessoa terá a responsabilidade global pelo sistema. Quantas mais estarão envolvidas em suporte e manutenção dependerá das dimensões do sistema, de quantos usuários e da localização das estações de trabalho. Os siste- mas originam cinco tipos de atividades: documentação, manutenção, seguran- ça, suporte ao usuário e planejamento, coordenadas pelo gerente de sistemas. Documentação de sistemas