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jennifer Rowley School of Management and Social Sciences Edge Hill University College Ormskirk, Lancashire (Reino Unido) 027 ,' G'~:. i. é) K t ç.) ~ e_ . ?~· A biblioteca eletrônica Segunda edição de Informática para bibliotecas Tradução de Antonio Agenor Briquet de Lemos U.F.M.G. - BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA Ili 1111111111111111111111111111111 61880905 NÃO DANIFIQUE ESTA ETIQUETA ~ _:..,. /! < \ J_'/..;. .. .- ~ BRIQUET DE LEMOS UVROS BIBLIOTECA "PROF.ª ETELVINA UMA" Escola de Ciência da Informação da UFMG '"' 35~451 © Jennifer Rowley 1980, 1984, 1993, 1998 Direitos autorais desta tradução© 2002 Lemos Informação e Comunicação Ltda. Todos os direitos reservados Título original: The efectronic library (Library Assodation Publishing, 1998) Da primeira até a terceira edição original esta obra intitulou-se Compurers for Jibraries (1980, 1985 e 1993). A primeira ediçáo em português, baseada na terceira ediçao inglesa, chamou-se Informática para bibliotecas (Briquet de Lemos/ livros, 1994). Esta tradução da quarta edição inglesa adotou o mesmo título do original. De acordo com a !ei n." 9 61 O, de 19/2/1998, nenhuma parte deste livro pode ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada num sistema de recuperação de informações ou transmitida sob qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do detentor dos direitos autorais, do tradutor e do editor. Revisão: Maria Lucia Vilar de Lemos Capa: Formatos Design e lníormática Ltda. Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Departamento Nacional cio Livro/Biblioteca Nacional, Rio de janeiro, RJ) R884b Rowley, jennifer A biblioteca eletrônica/ Jennifer Rowley; tradução de Antonio Agenor Briquet de Lemos. - Bra.s11ia : Briquet de Lemos/ Livros, 2002. 399 p.; 22 cm ·2.ed. de Informática para bibliotecas• ISBN 85-85637-20-X 1. Bibliotecas -Automação. 1. Titulo. ~' BIBLIOTECA UNIVERSITARIA J_{ _ _! s..!t.....I E..Í 618809-05 -.......--·- . --LOOT · Briquetde Lemos/ livros Lemos Informação e Comunicação Ltcla. SRTS - Quadra ~01 - Bloco K- Sala 831 Edifício Embassy Tower Brasília, DF 70340-000 Te1efones(61)322 9806/313 6923 Fax (61) 32317 25 briquet@dfturbo.com.br coo 025.4 Sumário Agradecimentos Prefácio da quarta.edição Parte 1: Introdução à tecnologia da informação l Introdução à biblioteca eletrônica 2 Equipamento 3 Sistemas e redes 4 Estrutura da informação e programas de computador 5 Bases de dados 6 Projeto e gerenciamento de sistemas de informação Parte 2: Recuperação da informação 7 Fundamentos da recuperação da informação 8 A Internet 9 Serviços de buscas em linha !O Cederrons 11 Sistemas de gerenciamento de documentos 12 Índices impressos e serviços de notificação corrente Parte 3: Sistemas de gerenciamento de bibliotecas 13 Funções dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas 14 Panorama do mercado de sistemas de gerenciamento de bibliotecas 15 Fornecimento de documentos Índice vii IX 3 24 47 71 ·106 130 159 161 187 210 239 263 292 313 315 337 366 393 Agradecimentos Agradeço a todos que contribuíram de alguma forma para a criação deste traba- lho. Sendo este um livro que t~ata de práticas atuais, recorri amplamente à bi- bliografia de outros autores e a contatos com pessoas do mundo das bibliotecas e da informação. Agradeço especialmente a todas as editoras, aos produtores de bases de dãdos, fornecedores de sistemas e autores que me permitiram utilizar excertos de suas obras. O reconhecimento a eles será feito separadamente à medida que forem citados. Os últirrios anos propiciaram-me o ensejo de entreter debates acadêmicos e profissionais com inúmeras pessoas pertencentes a um amplo leque de disci- plinas. Em momentos diversos, senti-me como se fosse membro de várias equi- pes. É dificil identificar, no meio de tantos, os que sejam merecedores de uma menção específica, pois isso poderia parecer que alguns mereceriam menos apreço de minha parte. Inegavelmente, a influência mais importante que tive em minha vida de docente universitária partiu de meus colegas e amigos da Crewe and Alsager Faculty da Manchester Metropolitan University, princi- palmente do seu Department of Business and Management Studies. Esta última edição foi redigida exatamente quando me havia transferido para um novo cargo na Crewe and Alsager, na esperança de que seria o último. Todos nós somos superados pelos acontecimentos, e agora parece que estamos apenas no começo. I Prefácio da quarta edição Ao longo dos anos decorridos desde 1993, quando a edição anterior deste livro foi publicada, 1 tenho estado en_volvidade modo menos intenso do que antes com as especificidades da operação de sistemas de informação, em particular com os sistemas que são vistos como componentes de uma biblioteca eletrônica. Por outro lado, tenho me concentrado mais no ambiente em que esses sistemas funcionam. Essa visão contextual tomou-se cada vez mais importante. Não somente os profissionais da informação e muitos outros grupos precisam de fato compreender as implicações que a sociedade da informação traz para a comu- nidade e as instituições em que vivem e trabalham_, mas também, de modo mais imediato, precisam.compreender seus clientes. Os últimos anos do século XX caracterizaram.se por uma cultura de clientes e contratos na qual as organiza· ções se dão conta de que, para sobreviverem e serem bem·sucedidas, têm de compreender sua clientela e os beneficias que ela busca, ou pode ser persuadida a buscar, em bens ou serviços específicos. As bibliotecas sempre reconheceram o imperativo de servir aos clientes e levaram a sério iniciativas voltadas para a atenção com eles. Ademais, preocupam-se para que seu acervo e seus serviços atendam às necessidades de sua clientela. Esta cultura orientada para os clien- tes, intimamente atrelada à orientação para a informação, a ela subjacente, constitui uma das contribuições mais valiosas que os bibliotecários podem aportar a uma profissão ampliada da informação. Um serviço efic·az voltado para os clientes depende não apenas dos serviços prestados, mas tainbém, de modo mais importante, dos sistemas em que se apóia a prestação desses servi- ços. Este livro trata das funções, técnicas e gerenciamento desses sistemas. A prestação eficaz de serviços de biblíoteca e informação depende de sistemas e pessoas e da integração dessas duas· fontes capitais. O prefácio da terceira edição desta obra acentuava a crescente importância da formaçãO de redes de bibliotecas e o deslocamento, a ela associado, da ênfase no gerenciamento e desenvolvimento de acervos para políticas baseadas no acesso e que se preocupam c~m a disponibilidade do documento ou da infomia- ção. A presente edição adotou um titulo novo em reconhecimento, talvez, de mais uma fase do desenvolvimento do impacto da tecnologia da informação nas bibliotecas. As funções de todos os provedores de informação estão sendo reavaliadas e reformuladas diante do advento de oportunidades oferecidas pela tecnologia da informação e, especificamente, o amplo processo de interligação de redes que é característico da Internet. Caíram as inuralhas que cercavam a 1 Edição brasileira: /nformálica para bibliotecus. Brasília: Briquet de Lemos/ Livros. 1994. 307 p. X A BIBLIOTECA ELETRÔNICA rede de bibliotecas. Até recentemente, a tecnologia da infonnação era utilizada basicamente para facilitar a maneira como, há séculos, temos processado a in- formação, seja como pessoas, seja como instituições ou sociedades. Agora, n1al começa a despontar a era em que essa tecnologia põe em xeque a forma como vivemos, as atividades que desempenhamos, o processo de criaç_ão de conhecimentos e o modo como esses conhecimentos são avaliados para o do- 1nínio do público. A publicação de periódicos constitui uma das áreas impor- tantes que podem exemplificar esses problemas num contextomais concreto. Isso é particularmente significativo, uma vez que os periódicos têm sido há muitos séculos uma fonte importante de informações primárias e constituem uma respeitável base de conhecimentos para as ·gerações' subseqüentes. Os sistemas e conceitos apresentados neste livro formam uma estranha mescla daquilo que é futurista com o que é tradicional. Isso reflete a maneira como a tecnologia da informação vem sendo implantada nas bibliotecas e ou- tros ambientes informacionais. É fácil cogitar sobre o inconsútil mundo ele- trônico do futuro, porém toda nossa experiência em matéria de gerenciamento da informação e talvez mais especificamente de controle bibliográfico nos en- sina que a criação e o processamento de informações desafiam essa ordem. O desafio concreto está na identificação das providências - e haverá inúmeras - que as organizações da indústria da infonnação deverão e poderão adotar de modo a criar bibliotecas eletrônicas eficientes que ofereçam acesso adequa- do à informação, junto com a preservação do patrimônio cultural, num mundo em que as infonnações são armazenadas e recuperadas em inúmeros formatos. Os críticos de Computers for libraries T Informática para bibliotecas] assi- nalaram que se tratava de uma síntese muito ampla para caber num único texto. O prefácio da terceira edição acentuava a preocupação desse texto em identificar questões fundamentais e apresentar uma estrutura que servisse de base para estudos adicionais. Embora aparentemente tal enfoque haja sido sempre bem-recebido pelos leitores, os principais feitos dos últimos anos tor- naram-no cada vez mais difícil, mas ao mesmo tempo cada vez mais impor- tante. Dadas as fronteiras movediças entre as funções das diferentes organiza- ções do mercado da informação - ilustradas talvez pela complexidade de achar respostas a perguntas do tipo 'O que é um serviço de buscas em linha?' ou 'O que é uma editora?'- ficou mais difícil discernir uma estrutura. Este livro, portanto, oferece, em seus capítulos e exemplos, uma dessas estruturas. Essa estrutura reflete a forma como eu compreendo o mercado da informação e o papel do profissional bibliotecário e de informação nesse mercado. As bibliografias no final dos capítulos oferecem informações adicionais ou os pontos de vista de outros autores. Espero que em seu conjunto ajudarão os leitores a ter um melhor entendimento do ambiente em que atuam e dos sistemas que podem ser empregados para construir uma biblioteca eletrônica eficiente. Dois outros aspectos devem ser salientados no que diz respeito a referênci- PREFÁCIO DA QUARTA EDIÇÃO XI as a outras fontes. Apesar de ter me valido de inúmeras das referências relacio- nadas no final de cada capítulo, o estilo deste texto não é o de uma revisão bibliográfica formal. Além de outros textos publicados, o conteúdo deste livro baseou-se de modo significativo numa ampla gama de outras fontes de infor- mação. Em geral, a legibilidade do texto sairia prejudicada se fôssemos citar conceitos específicos. Nas ocasiões em que se usaram fontes especificas ou se incluíram citações, as referências são indicadas no texto e as citações comple- tas são relacionadas no final de cada capítulo. Muitos dos temas abordados neste livro poderiam ser ainda mais explorados com o emprego de recursos eletrônicos de informação, como periódicos e boletins eletrônicos, e, de modo ainda mais importante, por meio do acesso aos sítios da Rede (websites) de inúmeras instituições citadas neste texto. Não se incluem no presente texto os endereços de sítios da Rede e da Internet, pois são demasiado voláteis para que mereçam inserção num texto desta natureza. Por outro lado, inclui nwnerosas referências às principais marcas da indústria da informação, que são muito mais estáveis do que os endereços de sítios da Rede. Os leitores que desejarem obter as novidades mais recentes ligadas a essas marcas poderão rapidamente localizar o sítio atual da respectiva empresa na Rede mediante a inclusão des- ses nomes comerciais como termos de busca num mecanismo de busca da Internet. Esta é a solução que adoto num ambiente híbrido de informação. Espero que seja aceitável para meus leitores. O livro divide-se em três partes. A parte l contém uma breve introdução sobre a tecnologia da informação. A parte 2 examina várias aplicações no campo da recuperação da informação, e a parte 3 apresenta uma visão geral dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas e aspectos correlatos do forneci- mento de documentos. A parte 1 apresenta as plataformas onde se montam as aplicações. As partes 2 e 3 referem-se às próprias aplicações. Os termos em- pregados para descrever essas aplicações evoluíram bastante durante os últi- mos anos, e a relação entre sistemas destinados a servir a diferentes funções tornou-se ainda mais nebulosa. Existe certa validade no argumento segundo o qual se deveria ter tentado um tratamento mais integrado. Embora haja diver- sos modelos em vários pontos do texto que ilustram os vínculos entre os dife- rentes sistemas, todos os documentos precisam de uma estrutura e a que apre- sento aqui serve a meus propósitos, tanto quanto qualquer outra, enquanto ao mesmo tempo reflete a fonna como a literatura é dividida. Espero que tome o texto acessível ao leitor. Talvez a próxima edição deste livro precise ser mais revolucionária, se livros como este (em formato impresso ou eletrônico) ainda tiverem lugar na sociedade da informação do futuro. Professora JENNIFER RowLEY J Parte 1 Introdução à tecnologia da informação 1 Introdução à biblioteca eletrônica OBJETIVOS Este capitulo examina os fundamentos do conceito de biblioteca eletrônica. Ao rever sucintamente os principais avanços na evolução da biblioteca eletrônica ao longo dos últimos 20 anos, e colocando-os no contexto da Visão para 2020, da Library and lnformation Commission, do Reino Unido, procura contextualizar os sistemas de hoje num cenário mais amplo. Ao término desle capitulo o leitor: estará ciente das formas como a biblioleca eletrônica pode ser entendida terá uma noção dos sistemas da biblioteca eletrônica estará familiarizado com as principais tendências do desenvolvimento de sistemas de informação em bibliotecas durante os últimos 20 anos poderá refletir sobre a relação entre os sistemas de hoje e visões de sistemas futuros terá percebido que as visões do futuro implicam mudança nas funções de mercado para todos os participantes e interessados' estará ciente das amplas implicações sociais e políticas do processamento eletrônico da infonmação. 1.1 A biblioteca eletrônica "A expressão 'biblioteca eletrônica' significa muitas coisas para muitas pes- soas, e em qualquer estudo publicado o leitor deve estar consciente da miríade de interpr_etações que lhe são atribuídas, pois a terminologia ainda não se con- solidou" (Day et ai. 1996). Esta citação sugere que se deve encarar com cautela o emprego aqui do título A biblioteca eletrônica.-Por outro lado .. o título ante- rior Computers for libraries agora soa ultrapassado, tanto no que tange a ambos os termos que o compõem ('computadores' e 'bibliotecas') quanto ao modo como esses termos se justapõem. A bibliografia apresenta uma abun- dância de termos que serviriam de inspiração: biblioteca sem paredes, biblioteca em rede, biblioteca no microcomputador, biblioteca lógica, biblioteca virtual, 1 No origina!, stakeholders, vocábulo que designa todos os atores sociais envolvidos num empreendimento ou organização, abrangendo, assim, empregados, clientes, fornecedores, financiadores e a própria comunidade. Traduzido aqui por 'participantes e interessados'. (N.T.) 4 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO centro nervoso de informações, centro de gerenciamento de informações (Corrall, 1995) e biblioteca digital. A expressão 'biblioteca eletrônica' é ampla- mente empregada e se ajusta mais aos conceitos que serão abrangidos neste livro. Mas, qual seu significado? Esteé um tema que tem sido muito discutido na literatura. Por exemplo, Oppenheim (! 997) descreve-a como "uma coleção organizada e administrada de informações numa variedade de meios (texto, imagem fixa, imagem em movimento, som, ou suas combinações, porém todos em formato digital". A coleção é organizada e administrada para beneficiar uma população de usuários, reais ou potenciais, sendo especialmente estruturada para quê se tenha fácil acesso a seu conteúdo. Normalmente, essa biblioteca eletrônica incluirá vários recursos auxiliares de busca ou navegação que atuarão tanto no interior dela quanto permitirão o acesso a outras coleções de informações ligadas em rede em todo o mundo. Trolley(l995) define biblioteca eletrônica como "a vísão comum que bibliotecários, editores, tecnólogos e pesquisadores têm acerca do acesso a todas as informações, em qualquer lugar, a qualquer instante". Esse conceito de universalidade de acesso é compar- tilhado por muitos autores, mas també1n suscita a questão da distinção entre biblioteca eletrônica e biblioteca virtual. Por exemplo, Collier et ai. ( 1993) vêem a biblioteca eletrônica corno uma biblioteca fisicamente identificável, mas que não possui material impresso, e que faz parte de uma biblioteca virtual. Beckman ( 1993) argumenta que a diferença entre biblioteca eletrônica e biblioteca virtual está em que a eletrônica ainda pode ter uma presença física, enquanto a biblio- teca virtual, posto que é percebida como transparente, possuirá instalações físicas transparentes e bibliotecários transparentes. Poulter( 1993), por exemplo, considera a Internet uma biblioteca virtual, embora se possa argumentar que ela não atende a alguns dos outros critérios exigidos por uma biblioteca, como uma população definida de usuários e recursos auxiliares de busca suficientemente complexos. Outros dirão que a verdadeira biblioteca eletrônica não é uma biblio- teca, 1nas utn repositório de dados. Este livro não trata das bibliotecas eletrônicas em formato totalmente digital, no sentido das definições que aqui apresentamos de modo conciso. Há dois motivos para isso. Em priineiro lugar, e talvez de modo mais concreto, ele lida co1n o catninho que leva à biblioteca eletrônica. Estando baseado na prática de hoje, tem as -limitações impostas pelos sistemas e bibliotecas atuais. Em se- gundo lugar, continuo incrédula quanto à possibilidade de que o acesso ideal à informação e a documentos por parte de todos os diferentes segmentos dos clientes das bibliotecas, ou, de modo mais amplo, usuários de informações, possa vir a ser oferecido por meio de coleções inteira1nente digitais em futuro previsível. hnportantes acervos que p·recisa1n ser preservados continuam exis- tindo em formato impresso e em outros formatos, e a informação eletrônica tem estado ligada a um significativo aumento da quantidade de 1naterial impresso em papel. Minha visão é de uma biblioteca 1nultimídia que reflita as diferentes for- INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA 'ELETRÓNICA 5 mas e fonnatos que sua comunidade de usuários julgue conveniente para comunicação e armazenamento de informações. Nem todas as infonnações ou documentos estarão em forma digital, e nem todos estarão disponíveis para acesso em redes digitais. O verdadeiro desafio não diferirá grandemente daque- le que as bibliotecas hoje enfrentam: administrar um acervo multimídia para sua comunidade ou clientes. Por outro lado, as opções e ferramentas disponíveis para apoiar esse processo terão que inegavelmente vir a passar por novas e grandes mudanças. Reflexão Faça uma lista de tópicos que mostrem como você entende o conceito de biblioteca eletrônica. 1.2 Sistemas na biblioteca eletrônica Os sistemas de gerenciamento de bibliotecas concentram-se nas atividades de processamento de encomendas e aquisição de materiais, catalogação, catálo- gos em linha de acesso público (OPACS), 1 controle de circulação, controle de periódicos, informação gerencial, empréstimos entre bibliotecas e informação comunitária. A introdução de sistemas informatizados nas bibliotecas resultou em padronização, aumento da eficiência, interligação por redes e melhores ser- viços. Os sistemas informatizados foram considerados, de início, particular- mente apropriados para aquelas organizações ou redes onde houvesse um volume muito grande de transações relativas ao gerenciamento bibliotecário. Os primeiros sistemas baseavam-se em computadores de grande porte ou mini- computadores. Mais tarde, a disponibilidade cada vez maior de equípamentos e programas de microinformática fez com que aumentasse o uso de sistemas de gerenciamento de bibliotecas, que incluíam todos os tamanhos e categorias de bibliotecas. Os sistemas de gerenciamento de bibliotecas podem ser vistos como sistemas que administram o acesso aos documentos em acervos de bi- bliotecas, ~u, de modo mais limitado, documentos que podem ser tempora- riamente colocados no acervo mediante, por exemplo, o empréstimo interbiblio- tecário. A preocupação fundamental é com a manutenção do acervo e com o 1nonitoramento do paradeiro dos documentos, de modo que o pessoal e os clientes da biblioteca conheçam a disponibilidade e a situação deles. Cada vez mais, os catálogos en1 linha de acesso público vêm melhorando os recursos de busca, a fim de incluir muitas das características originalmente encontradas apenas em aplicativos de recuperação de informações, de maneira que, se os registros catalográficos contiverem informações suficientes, e \es também pro- porcionarão uma recuperação rudimentar da informação, ao identificar as infor- 1 Nesta tradução, foi adotada a grafia por extenso - catálogos em linha de acesso público - e não a sigla da expressão inglesa (OPAC =online public access catalogue). (N.T.) ' 6 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO mações contidas nos documentos. Além disso, muitos catálogos em linha de acesso público funcionam co1no janelas de acesso a uma coleção de recurs.os maior do que a encontrada numa única biblioteca, o que inclui recursos da Internet e acervos de outras bibliotecas. Os aplicativos de recuperação de informações foram projetados tradicional- mente para proporcionar acesso a informações e não a documentos. Isso foi ob- tido, originalmente, por meio de bases de dados bibliográficos, que incluíam registros de artigos de periódicos e outros documentos. Mais recentemente, os apllcatívos de recuperação da informação proporcionam acesso a informações constantes de documentos eletrônicos. Hoje, isso é conseguido de modo mais eficaz com documentos essencialmente textuais, porém a maioria dos sistemas também inclui recursos para acesso a documentos multimídia, e o acesso a in- formações e objetos dentro de documentos multiinídia (como filmes e videocli- pes) tornar-se-á mais importante à medida que aumentar o número de docu- mentos multimídia. Os aplicativos destinados à recuperação da infonnação incluem sistemas de gerenciamento de documentos, serviços de buscas em linha, na Internet e em cederrons. Outros exemplos de sistemas de recuperação da informação com finalidades especiais são os serviços de notificação corrente e os índices im- pressos. É possível criar sistemas de gerenciamento de documentos para gerir a coleção de documentos internos de uma organização. O sistema de geren- cia1nento de documentos pode armazenar os documentos em formato eletrôni- co e proporcionar mecanismos apropriados de recuperação, de modo que docu- mentos independentes ou conjuntos de documentos sobre temas específicos sejam recuperados. Em alguns sistemas, os documentos são conservados em microfichas ou etn forma impressa, e apenas o índice e1n forma eletrônica. A Internet é u1na rede mundial de redes de telecomunicações, que proporciona acesso a inúmeros computadores ou servidores. Mecanismos de busca facili- tam a recuperação nesse indefinido e gigantesco banco de informações. Alguns dos computadores ou servidores pertencem a serviços de buscasem linha que, com propósito comercial, oferece1n acesso a bases de dados devidamente sele- cionadas e avaliadas. Outra forma de acessar algumas das 1nesmas bases de da- dos e també1n outras que não estejam disponíveis na rede internacional con- siste em adquirir cederrons que contenham apenas as bases que sejam de inte- resse. Certas instituições, especialmente as bibliotecas, poderão optar por colo- car em rede esses cederrons, que vêm com programa de busca ou recuperação da informação, que pennite localizar informações específicas na base de dados. Com o advento da biblioteca eletrônica, a distinção entre sistemas de geren- cia1nento de bibliotecas e sistemas de recuperação da informação vai aos poucos se diluindo. Isso con1eçou coin os melhoramentos introduzidos nos recursos de recuperação da infonnação disponíveis nos catálogos em linha de acesso público, mas ainda é preciso avançar muito mais. Em última análise, o INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 7 modo como as informações ou os documentos são recuperados dependerá das necessidades do grupo de clientes que se tem em mente e não de uma caracte- rística circunstancial, como seria o tipo da publicação (por exemplo, periódico, livro ou cadastro) ou forma de publicação (por exemplo, impressa ou eletrônica) ou localização (por exemplo, numa base de dados local ou remota). Em tal ambiente, também será preciso refletir sobre a natureza do acesso. O conceito de empréstimo possui algo de anacrônico, mas a cópia e a posse (que parecem ser a única alternativa viável no mo1nento) talvez tampouco sejam a solução ideal. Tão logo muitos desses problemas sejam solucionados não haverá distinção alguma entre sistemas de gerenciamento de bibliotecas e sistemas de recupe- ração de informações, mas nesse ínterim é provável que continuem coexistindo, com funções duplicadas, mas em grande parte coinp!ementares. Tabela 1.1 Sistemas na biblioteca elerrônica Recursos locais Recursos externos Documentos Sistemas de gerenciamento de bibliotecas Fornecimento de documentos Sistemas de gerenciamento de documentos Informações Cederrom Hospedeiros em linha A Internet Reflexão A tabela 1.1 mostra um esquema simplificado dos sistemas de uma biblioteca. Você conhece exemplos de aplicativos que sugiram que nessa tabela a Internet também poderia ser colocada em lugar diferente? Quando a primeira edição deste livro foi redigida, a nonna era tratar os sistemas de gerenciamento de bibliotecas e a recuperação da informação como dois campos bastante distintos. Argu1nentei então, e acredito que isso ainda seja verdade nos dias atuais, que a tecnologia em que se apôiam ambos os tipos de sistemas é a mesma, e que melhoramentos similares apresentam-se simultanea- mente nas diferentes categorias de sistemas. Reflexão Que é um documento? Por que este conceito é importante nos sistemas de gerenciamento de bibliotecas? 1.3 Melhoramentos surgidos nos últimos 20 anos Este é u1n te1npo de empolgação e 1nudanças. Às vezes, quando a rede entra em pane ou o correio eletrônico não transmite de 1nodo satisfatório arquivos ane- ·j. ) -1 1 8 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO xados a uma mensagem, o progresso talvez pareça irritantemente lento, mas a realidade é que o ritmo de mudanças nas possibilidades que os avanços tecno- lógicos proporcionaram aos administradores da infonnação é um desafio até mesmo para o mais entusiasta dos agentes de mudança. Afigura 1.1 apresenta um exemplo do uso de infonnações eletrônicas em 1998. Esta e as três edições anteriores de Informática para bibliotecas mapeiam a relação entre a tecnologia da informação e as bibliotecas (ver tabela 1.2). No contexto, por exemplo, dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas (outrora chamados sistemas de administração de bibliotecas), a primeira edição revelava uma série de sistemas separados em apoio às funções isoladas de, por exemplo, aquisição, catalogação e controle de circulação, reminiscentes do método baseado em arquivos dos antigos sistemas de transações. Os estudos de casos reais apresentados naquela edição eram de sistemas desenvolvidos basicamen- te por cooperativas de bibliotecas, em geral atuantes nos limites de uma região ou país. Os sistemas infonnatizados eram uma novidade e alvo de profissionais curiosos que visitavam as instituições que os possuíam. Ao ser publicada a terceira edição, a variedade de módulos e funções crescera de modo acentuado, as funções de cada módulo eram muito mais elaboradas e o funcionamento em linha com estações de trabalho em todo o sistema da biblioteca constituía a norma dominante. Os sistemas eram comercializados por empresas especiali- zadas no projeto e implementação de sistemas de gerenciamento de bibliotecas e contavam com razoável experiência na área. Muitas bibliotecas estavam ins- talando seu sistema de segunda ou terceira geração e os administradores delas tornavam-se muito mais exigentes na especificação e seleção do sistema. Em 1980 (Rowley 1980) era preciso justificar um livro sobre informática e responder à pergunta 'Por que usar computador?' A resposta era então fonnu- lada em termos de: necessidade de lidar com mais informações e maior nível de atividade necessidade de maior eficiência oportunidades de oferecer serviços novos ou melhores oportunidades de cooperação e centralização na criação e utilização de da- dos compartilhados. Hoje trabalhamos num ambiente em que a utilização inovadora da tecnologia da informação nas empresas em geral resultou na criação de novos produtos, melhores serviços e na drástica redução de custos. Esses tipos de uso da informação podem ser denominados estratégicos e são geralmente gerenciados por sistemas estratégicos de informação. Os sistemas estratégicos de informação possibilitam às empresas obter vantagens compe- titivas. Tais sistemas diferem dos sistemas tradicionais de tecnologia da infor- mação porque seu foco está no tratamento da informação como recurso estra- tégico. Especificamente, os sistemas estratégicos de informação: INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA Sentado à sua escrivaninha, joe acaba de voltar de uma reunião com seu supervisor, o gerente de pesquisas, que lhe pediu pesquisar sobre o estado da tecnologia dos testes não-destrutivos de tubos de alumínio e redigir um relatório que lhe permita estudar as práticas adotadas numa nova subsi- diária, para orientá-la na permanente melhoria do produto. Joe liga o com- putador e começa as buscas pelo catálogo de importante biblioteca univer- sitária, localizada ali perto, e à qual a empresa paga taxa de usuário institu- cional. Digita a expressão 'testes não-destrutivos' e insere o operador lógi- co booleano ANO que especifica a busca, para que só inclua alumínio. Uma janela com o resultado mostra que esse conjunto de busca é vazio. Joe apa- ga 'alumínio' e volta a tentar. Agora identifica três livros, cujas informações bibliográficas aparecem em outra janela. Decide que todos seriam úteis e seleciona a opção de empréstimo interbibliotecário para encomendá-los. Amanhã, a qualquer hora, serão entregues. Entrementes, joe faz uma busca em linha no Metais lndex 1988, por meio de ligação com o DIALOG, hospe- deiro de bases de dados, e de sua interface na Internet. A empresa está registrada no DIALOG como usuária, e, sendo Joe um assíduo redator de· relatórios sobre assuntos especializados, é um pesquisador· experiente, conhece as melhores estratégias de busca e a terminologia metalúrgica. Digita os termos 'non-destructive', 'aluminium and tubes' e 'testing'1 ligan- do-os com o operador ANO. Recupera cerca de 100 documentos. Joe não quer ler tudo isso e passa os olhos nas referências bibliográficas recupera- das. Os itens mais recentes estão no alto da lista. Assinala, para consulta posterior, os itens dos dois últimos anos, em inglês, e que além disso pare- cem pertinentes; se necessário, abre nova janela e lê o resumo de um artigo; disso resultam 22 itens. Algunsestão disponíveis por via eletrônica com texto completo, e outros tem de encomendar ao serviço especial de forneci- mento de documentos do serviço de buscas. joe importa para seu servidor de rede local, para consulta posterior, o texto integral dos documentos que parecem úteis, e encomenda alguns deles, indicando que prefere recebê-los por fax, para que cheguem no mesmo dia. Pondera se vale a pena fazer nova busca em outra base de dados, mas conclui que já possui informação suficiente. A busca inteira durou menos de meia hora. Depois de consultar algumas referências e resumos, agora tem uma idéia sobre algumas ques- tões importantes sobre o assunto. Abre o processador de textos e faz algu- mas anotações sobre a estrutura do- relatório em que trabalhará amanhã, depois que houver recebido a maior parte dos documentos que quer con- sultar.Serve-se de uma xícara de café, responde umas mensagens do cor- reio eletrônico e volta à experiência de laboratório em que está envolvido. Quando começa a escrever, ele o faz com um processador de textos que permite grande flexibilidade na formatação do relatório, além de facilitar a revisão e correção. As referências da bibliografia e algumas citações podem ser importadas dos documentos descarregados. Remete um rascunho ele- trônico para seu supervisor, que faz algumas anotações que podem ser facilmente incOrporadas à versão final do relatório. Figura 1.1 Processamento da informação em 1998 9 ( 10 fNTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA fNFORMAÇÃO são voltados para o exterior tendo como foco o serviço aos clientes oferecem beneficias reais aos clientes são capazes de modificar a percepção que a empresa tem do mercado. Naturalmente, essas dimensões destacam as mudanças que se tomaram eviden- tes entre a terceira edição deste livro e a atual. Passemos em revista os avanços que ocorreram entre a primeira e a terceira edição, e sintetizemos as mudanças que se acham refletidas nesta edição: Tabela 1.2 Sumários de edições de Computer for libraries Primeira edição Introdução Planejamento e projeto do sistema informatizado para a biblioteca Computadores Estrutura da informação e programas Bases de dados Sistemas de armazenamento e recupe- ração Serviços de notificação corrente Buscas retrospectivas Índices impressos Atividades administrativas da biblioteca e o computador Sistemas de aquisição, encomenda e catalogação Sistemas de controle de circulação e fornecimento de documentos Controle de publicações seriadas 159 p. Terceira edição Introdução Computadores Sistemas Estrutura da informação e programas Bases de dados Gerenciamento de sistemas de infor- mação Hospedeiros externos em linha Discos ópticos Sistemas de gerenciamento de infor- ções textuais Outros tópicos sobre recuperação da informação Funções dos sistemas de gerencia- mento de bibliotecas Panorama do mercado de sistemas de gerenciamento de bibliotecas Redes 307 p. Comunicações e tecnologia da informação integradas Considera-se isso o principal meio de registrar e gerenciar transações com usu- ários e fornecedores. Ademais, wna proporção considerável dos documentos e informações fornecidos aos usuários apresenta-se em formato eletrônico. Gerenciamento de sistemas O desenvolvimento de sistemas tem se concentrado na migração de um sistema para outro; os sistemas novos são quase sempre atualizações que oferecem me- lhor funcionalidade; é preciso que os fornecedores de sistemas possam oferecer uma versão atualizada isenta de proble1nas e que permita, do mesmo modo, a fNTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 11 migração de dados. Além disso, é cada vez menos freqüente a aquisição de sistemas prontos, que incluam equipamento e programas, sendo mais cornwn comprar componentes que precisam ser integrados num sistema operacional. Integração A integração de componentes de sistemas, como num sistema de gerenciamento de bibliotecas, é algo que não se discute. Mediante sistemas abertos (ver a seguir) o foco da integração voltou-se mais para a integração com outros sistemas. Assim, por exemplo, uma universidade tratará de utilizar os registros de dados pessoais dos estudantes para o acesso à biblioteca, acesso a recursos de tecnologia da informação e o contato com eles sobre desempenho acadêmico e operações financeiras. Tecnologia Os avanços da tecnologia são contínuos. Só é possível armazenar e transmitir documentos multimídia se se dispuser de tecnologias que ofereçam grande ca- pacidade de armazenamento e comunicação em grande largura de banda. Uma vez que não existe mais estação de trabalho funcionando de modo isolado, talvez seja possível resumir as principais tendências da tecnologia mediante uma análise das mudanças por que tem passado o hoje não tão humilde micro- computador. Nos últimos cinco anos, novos processadores que adotam dife- rente tecnologia de processamento oferecem capacidade de processamento maior e mais rápida. A fim de comportarem a utilização de multimídia os mi- crocomputadores trazem placas de som, alto-falantes, unidades de cederrom e placas de vídeo. A fim de comportarem recursos de comunicação, modems de alta velocidade constituem hoje um ·item de série. Sistemas abertos A Internet é o. sistema aberto por excelência. A ele não se teria chegado se não houvesse a variedade de normas sobre sistemas abertos que se acham hoje consolidadas e amplamente aceitas. Tendo sido conseguida uma pl<itaforma em que muitos sistemas podem comunicar-se entre si, e podendo os usuários bene- ficiar-se com a comunicação e o intercâmbio de arquivos em âmbito interna- cional, relativamente baratos, começam a surgir aplicações em que se torna mais premente a necessidade de segurança, proteção de dados pessoais e acesso controlado à informação. Os sistemas abertos oferecem hoje um caminho muito importante pelo qual as empresas podem comunicar-se com seus clientes. Interfaces amigáveis com o usuário A ampla difusão de interfaces gráficas, o uso de interfaces multimídia e a im- plementação de outras in.terfaces de acesso público foram pré-requisitos essen-,... ~ 12 INTRODUÇÃO Ã TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ciais que contribuíram para maior utilização dos sistemas de informação pelo público. Os sistemas de acesso público exigem interfaces auto-explicativas. ............................................................ Reflexão Examine e compare as interfaces de dois sistemas a que te· nha acesso. Possuem recursos especiais que ajudem, sepa· radamente, tanto o usuário novato quanto o experiente? 1.4 Visões do futuro A seção 1.3 concentrou-se nos sistemas porque tomou como inspiração edições anteriores deste texto, que compartilhavam esta perspectiva baseada em siste- mas. Ao situar os avanços desses sistemas num contexto mais amplo e examinar o seu efeito cumulativo no processamento da infonnação, verifica-se que os últimos vinte anos foram cenário de: mais informação, comunicada a partir de maior variedade de fontes, por meio de maior variedade de canais, muitos dos quais oferecem tempos menores de resposia e retorno. A competitividade e eficácia de indivíduos, organizações e sociedades depen- dem cada vez mais de sua capacidade de processamento de informações e cria- ção de conhecimentos, o que significa que existe uma maior preocupação com a competência dos indivíduos, organizações e sociedades em relação à comuni- cação, processamento da informação e criação de conhecimentos. O gerenciamento da ínfonnação lida com a facilitação desse processamento de informações por meio, no sentido mais amplo dos termos, da criação e evolu- ção de sistemas. A preocupação desses sistemas tem sido com a imposição de uma estrutura que lida com seleção, tempo, hierarquia e seqüência. Esses siste- mas encontram-se em permanente revisão. Não se trata de um processo ou meio de processamento da informação que é substituído por outro, mas de uma diver- sificação de sistemas, processos e tecnologias.Além disso, os caminhos do progresso e desenvolvimento são diferentes para diferentes disciplinas, indiví- duos, organiza'ções e comunidades. Os gerentes de informação precisam saber criar sistemas que evoluam de modo eficaz num ambiente sujeito a rápidas mudanças. Se forem bem-sucedidos nesse desafio, a Visão para 2020, da Libra- ry and Information Commission 1 (ver figura 1.2) tornar-se-á uma realidade. Existem, porém, inúmeros desafios que precisarão ser enfrentados e problemas ; Comissão criada em 1995 pelo Department for Culture, Media and Sport, do Reino Unido, com o objetivo de assessorar o governo inglés em todas as questões do setor de bibliotecas e informa- ção. No documento 2020 Vision, define sua posição quanto à importància dos serviços de biblio- tecas e informação, o contexto de suas atividades e seu papel para estimular o governo a demons- trar essa importància na economia, educaçao e política social. (N.T.} INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 13 Governos, empresas e as pessoas darão alta prioridade à informação. O Reino Unido será uma sociedade que terá por base a informação/ conhecimento, atuando como usina de conhecimentos e eixo da eco- nomia global da informação. Na economia global da informação o Reino Unido será um líder mun- dial em matéria de conectividade, normas, desenvolvimento de conteú- do, competência gerencial e mediação. A indústria e o comércio serão atividades caracterizadas pela apren- dizagem mais intensiva de conhecimentos. Haverá uma economia da informação que capacita.rã os cidadãos ao exercício de seus direitos por meio de uma rede de centros de informa- ção/ conhecimento que funcionarão como baluartes de acesso em su.a comunidade. Haverá um acervo bibliográfico digital, coordenado nacional e interna- cionalmente, que abrangerá o conhecimento e a criatividade mUndial, e no qual o patrimônio do Reino Unido em matéria de propriedade in- telectual estará disponível globalmente em formato digital. Conteúdo de valor agregado e conectividade universal garantirão a qualquer pessoa ter acesso desimpedido à informação/conh.~Cimento global. · :f As pessoas precisarão possuir aptidões diversificadas que lhe~rpermi- tam ampliar seu potencial individual e coletivamente. ~~~ · Figura 1.2 A Visão para 2020 da Library and lnformation Comfnission Reflexão Com referência à figura 1.2, quais aptidões você'acha que as pessoas precisarão possuir, para poder ampliar seu po- tencial individual e coletivamente numa era de informa~ ção? que precisarão ser solucionados ao se tratar de concretizar essa visão. São pro- blemas relativos à estrutura do 1nercado da informação e uma gama de questões sociais ligadas ao acesso e à propriedade da informação. Tais questões serão abordadas nas duas seções seguintes. 1.5 Mudanças nas funções do mercado Da mes1na forma que os sistemas de negócios ou comercialização existem num ambiente 1naior, também os contextos em que ocorre o gerencia1nento da infor- mação podem ser situados num ambiente maior. Traçamos aqui um paralelo entre o ambiente da inform.ação e um ambiente de co1nércio ou negócios. Em- bora as forças sociais, tecnológicas e políticas sejam importantes no ambiente da informação, os fatores que transcendem as fronteiras nacionais e internacionais 14 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO e são comprovadamente os mais importantes na determinação do acesso à informação, com todas as correspondentes ramificações sociais e políticas, são os do mercado. De fato, nos últimos anos, a maioria dos governos dos países desenvolvidos reconheceu a necessidade de criar infra-estruturas que garantam que suas indústrias sejam não apenas competitivas num mercado global, como também suas instituições do setor público se exponham às pressões do mercado. As questões de mercado desempenham, portanto, papel importante na deter- minação do acesso à informação e no papel que os profissionais da informação desempenham na facilitação desse acesso. Que é o mercado da informação eletrônica? Schwuchow (1995) adverte que: "a própria definição do setor da informação é fluida. Na realidade, é muito dificil definir esse setor da atividade econômica devido aos drásticos avanços da tecnologia e a todas as fusões recentes nas indústrias de entretenimento, telecomunicações e informação". É importante, entretanto, que os profissionais da informação procurem compreender as principais características desse mercado, por mais indefiníveis e cambiantes que sejam seus limites. As questões mais candentes são a natureza da informação eletrônica como produto, a identificação dos segmentos do mer- cado e os participantes e interessados que formarão a indústria, junto com ques- tões outras, como, por exemplo, preço e distribuição tecnológica. As oportuni- dades oferecidas por melhores sistemas de informação e comunicação eletrôni- ca influíram na maneira como os negócios funcionam e estão tendo impacto tanto na coinunicação interna quanto na comunicação com os fornecedores e clientes. Por exernplo, as vendas feitas por meio da tecnologia da informação co1neçam a se consolidar com o aparecimento de quiosques multimídia, mar- keting e comercialização de bases de dados na internet (Rowley 1995; Rowley 199.6). A aplicação desses sistemas também estimula o impulso rumo a uma sociedade da informação. Todas as partes da indústria da informação, como mostra a tabela l.3, encontram-se na linha de frente dessas mudanças. Enquan- to em outras organizações o gerenci.amento eficaz da informação é um meio para alcançar determinado fim, ou um produto interno que serve de apoio para o pessoal alcançar os objetivos organizacionais, o produto primário da maioria dos agentes da indústria da informação é o gerenciam.ente da informação, seja na forma de um serviço, como consultoria em gerenciamento da informação ou serviços. bibliotecários, seja um produto que proporciona informações acon- dicionadas, como uma base de dados ou um cadastro impresso. A tabela 1.3 relaciona alguns dos principais participantes e interessados do processo trádicional de edição e descreve seus papéis em termos aplicáveis tanto a um ambiente baseado no impresso quanto a um ambiente eletrônico, em que o ambiente influencia tanto a maneira como o produto é criado, como, por exemplo, avaliação ou edição eletrônica de originais, quantq_ a natureza do produto final, como, por exemplo, uma enciclopédia multimidía. Em certos contextos algu1nas dessas funções podem ser fundidas, ou uma organização pode assumir mais de uma função .. Muitas das categorias de participantes e INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 15 interessados podem ser divididas em outras subcategorias. Assim, na função de redistribuidor poderíamos também incluir centros nacionais de fornecimento de documentos, serviços cooperativos de empréstimo entre bibliotecas, serviços comerciais de fornecimento de documentos, separatas, e fornecedores de servi- ços de notificação corrente. Cada categoria de participante/interessado oculta todo um setor de organizações que estarão preocupadas em se manter atuantes e desenvolver suas competências, gama de produtos e serviços e base de clientes, a fim de garantir uma posição no mercado em desenvolvimento. Já existe alguma concorrência nas funções de editora e distribuidora entre certas organizações, como a Microsoft e algumas empresas de telecomunicações. Tabela 1.3 Funções dos participantes/interessados no mercado da informação eletrônica Função Exemplo Produtores de conteúdo intelectual Controladores de conteúdo intelectual, no que tange a padrões de qualidade e adequabilidade As editoras estabelecem uma imagem da marca da empresa e atuam como interface entre produtores de conteú- do intelectual e distribuidores Os distribuidores garantem que o docu- mento/informação chegue até os clientes potenciais e se envolvem na promoção que for adequada Os conservadores guardam um exem- plar de preservação para recuperação posteriorOs redistribuidores colocam documen- toS ou informações à disposição de outros Usuários Autores, ilustradores, equipes d~ criação de multimídia '\!· .. Editores, avaliadores, crítiCl)s ;. Editoras, gráficas, produtores de bases de dados -~- ·-. Agentes que fornecem pâ;~· biblio- tecas, livreiros, sítios da Rede, ser- viços de buscas em linha, serviços de videotexto, de audiotexto, dis- tribuidores de cederrons Bibliotecas, colecionadores particu- lares Bibliotecas, instituições de ensino que fazem cópias para estudan- tes, consultores de informação Usuários individuais ou institucio- nais Reflexão Relacione algumas das funções que o bibliotecário de uni- versidade desempenha hoje em dia. Como tais funções se- rão executadas num mundo que seja compatível com a Vi- são para 2020 da figura 1.2? : ··. ...... ~..;;..:_ INTRODUÇÃOA'TECNÕLOGIA DA INFORMAÇÃO ·.--· 16 1.6 Desafios à sociedade da informação o·s sistemas de informação estão mudando a sociedade. O cenário mais radical da sociedade virtual, em que todas as comunicações são eletrônicas, e prácessos como teletrabalho, te\eaprendizagem e teleconferência ou mesma videoconfe- rência substituem o contato real entre pessoas, terá implicações importantes na forma como os seres humanos satisfazem a necessidade de interagir un_s com os outros. Ade1nais, numa sociedade desse tipo, as tradições que se desenvolveram ao longo de séculos no que concerne às convenções que cercam os encontros com outras pessoas, a serendipidade relativa a novos contatos sociais e o emprego de comunicação não-verbal, tudo isso será posto à prova. A maioria de nós sentirá alívio ao perceber que essa nova era não surgirá da noite para o dia. Atualtnente, a informação e os sistemas de informação, bem como a comuni- cação a isso inerente, vêm aumentando, graduahnente, seu impacto sobre a sociedade e os valores que €;Sposamos. As questões essenciais são: -clobalização Melhores teleco111unicações permitírão âs pessoas formar suas próprias cómu- nidades independenteinente da localização geográfica. Isso ajuda a formação de grupos de pessoas que tenham interesses, políticas ou objetivos comuns. Nesse nível existe potencia\ para o desenvolvimento da aldeia global. Outra conse- qüência da aldeia global é que melhores comunicações mudam os horizontes e expectativas de estilos de vida das pessoas. É provável que isso tenha impacto em outro aspecto da globalização: a econo1nia global. Há várias ca'racterísticas da economia global q'ue provavelinente se encontram num estado de evolução. Entre elas ternos: a diferenciação regional da econo111ia global a segmentação da economia global as fontes de competitividade nu1na econo1nia global. Mudanças nos padrões de emprego De início, a tecnologia da informação foi vista como algo que desafiava a ordem estabelecida no local de trabalho e como um meio de elin1inar tarefas rotineiras. Previu-se, portanto, que a introdução da tecnologia da informação seria o pre- núncio de desemprego e 1nenos postos de trabalho. Isso provavelmente ocorreu em certa medida, mas o quadro geral não é assim tão simples. Uma conseqüên- cia da era da informação foi abrir a concorrência global e acelerar o ritmo das mudanças. Os trabalhadores precísa111 adaptar-se a essas mudanças. Dá-se cada vez mais atenção a esque1nas flexíveis de trabalho e a u111a variedade de es- quemas contratuais entre empregados e einpregadores. Quem espera encontrar um novo. einprego precisa assu111ir a responsabilidade de se 1nanter atualizado INTRODUÇÃO Á BIBLIOTECA ELETRÔNICA 17 em termos de qualificações. Essas mudanças estão criando novas categorias, inclusive as dos que trabalham conectados a redes [networkers], dos que têm horário flexível [flexitimers] e dos desempregados. A empresa em rede A natureza das empresas está sujeita a mudanças. Assistiu-se a modificações no sentido de urna produção flexível, bem como o processo de trabalho entre em- presas, com as correspondentes alianças estratégicas empresariais, tem tido um impacto de peso nos mercados, no emprego e nas economias nacionais. A tecnologia da informação aumentou a capacidade de as empresas formarem redes de negócios e emp!esas conectadas em rede. Ricos em informação, pobres em informação - ou quem paga pela infor- mação? Existe o temor de que, à medida que o valor da informação obtenha reconhe- cimento mais amplo e o acesso a ela se torne mais imediato, segmentos inteiros da sociedade ver-se-ão privados dela. Isso talvez nos faça retroceder ao concei- to original de biblioteca pública, ou, nesse caso, biblioteca pública eletrônica! Propriedade intelectual e questões de direito autoral Estas são questões que não são estranhas às questões de mercado. Infonnação de qual~dade, seja textual, estatística ou multimídia, custa tempo, esforço e dinheiro para criar. Os produtores procuram recuperar seu investimento. No entanto, é difícil fazer com que seja respeitada a proteção ao direito autoral no caso de documentos eletrônicos. É muito fácil copiar ou importar partes de bases de dados. Segurança e proteção dos dados Alguns dados, inclusive, por exemplo, transações financeiras, dados relativos à segurança nacional e dados comerciais sigilosos, precisam ficar protegidos. Ademais, é com razão que nos preocupamos com os dados a respeito de nossas pessoas que são armazenados em inúmeras bases de dados. A proteção de dados preserva a privacidade do indivíduo. Padrões Essa é uma questão com a qual a iniústria de computadores tem-se debatido, incansavelmente, há muito tempo. Basicamente, se uma empresa importante pode obter un1a vantagem competitiva ela fará com que seuS padrões para uma nova tecnologia acabem tomando-se de facto os padrões para o resto da indús- tria. Por outro lado, todas as partes reconhecem a necessidade de padrões. Este , ' r 18 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO tipo de conflito entre mercado e poder, no que toca a padrões, provavehnente ocorre sempre que surge um novo avanço da tecnologia e pode até funcionar como um obstáculo à criação de uma comunidade totalmente em rede e que se intercomunique. Conservação e controle bibliográfico Há muito as bibliotecas lidam com a questão da conservação em caráter perma- nente dos registros de informação. Os documentos eletrônicos suscitam vários problemas quanto à manutenção de um repositório permanente; podem ser di- nâmicos e cambiantes, sendo relativamente fácil criar várias versões diferentes. Qual dessas versões deverá ser depositada no acervo destinado à preservação? É claro que é dificil decidir sobre o que constitui um documento; também é dificil manter o controle bibliográfico desses documentos. Outras questões pertinentes são: Quais dados devem ser arquivados em caráter permanente? Quais meios de armazenamento devem ser usados? Quanto tempo a base de dados durará sem sofrer deterioração? Como poderão as pessoas ter acesso a bases de dados mantidas em arqui- vos permanentes? Se essas questões puderem ser encaminhadas satisfatoriamente, então o cenário da figura l .2 poderá vir a transformar-se em realidade em 2020. Do ponto de vista da tecnologia, esse modelo já é possível, embora não haja implementação que reúna todos os componentes dessa experiência. Antes que esse cenário se torne uma experiência compartilhada por comunidades inteiras, será preciso dar mais atenção às questões esboçadas nesta seção. De fato, a maneira como essas questões forem enfrentadas poderá determinar os limites, natureza, cultura e valores das co1nunidades virtuais emergentes. Co1no o demonstraram os últimos 25 anos, isso levará tempo, e, à medida que tateamos rumo a essa miragem, surgirão visões alternativas e se comprovará que nossas projeções para o futuro fçiram em parte concretizadas. Ainda bem que o processo em si .é bastante interessante, não sendo preciso aguardar o fim da jornada! Reflexão Analise os problemas pertinentes à conservaçãoperma- nente de: uma coleção de jornais impressos em papel uma coleção de jornais eletrônicos um vídeo de um programa de televisão informações empresariais como as que são apresen- sentadas em sítios de empresas na Rede. INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 19 RESUMO Há inúmeras interpretações que se aplicam à expressão 'biblioteca eletrônica', porém este livro, na realidade, trata do caminho que nos leva à biblioteca ele- trônica. Esta põe em relevo duas categorias principais de sistemas: os de geren- ciamento de bibliotecas e os de recuperação da informação, como os sistemas de gerenciamento de documentos, serviços de busca em linha, cederrons e lnte~net. Ao longo dos últimos anos ocorreram inúm~ros aperfeiçoamentos desses s1st~ mas, que hoje podem Ser considerados essenciais ao funcionamento das organi- zações. A Visão para 2020 da library and lnformation Commission resume diretrizes sobre o desenvolvimento futuro, que acarretará mudanças nas funções de muitos dos participantes e interessados do mercado da informação. O avanço rumo à sociedade da informação será, porém, influenciado pela forma como vierem a ser enfrentadas questões como globalização, padrões, direitos de pro- priedade intelectual, segurança e controle bibliográfico. QUESITOS DE REVISÃO O que você entende pela expressão 'biblioteca eletrõ"nica'? 2 Quais são os principais sistemas de uma biblioteca eletrônica? 3 Relacione os principais avanços que contr.ibuíram para a evolução da biblioteca eletrônica nos últimos 20 anoS. 4 Quais os aspectos principais da visão para 2020 da Library and ln- formation Commission do Reino Unido? 5 Quais as principais funções dos participantes e interessados no mer- cado da informação eletrônica? 6 Quais os principais proble1nas a serem enfrentados na sociedade da informação? ESTUDO DE CASO DE IMPLEMENTAÇÃO: DE MONTFORT UNIVERSITY Definição de biblioteca eletrônica Quando nós, da De Montfort University, concebemos o projeto ELINOR para nosso campus novo, em Milton Keynes, em 1991, sugerimos a definição de 'um ambiente de ensino e aprendizagem para o ensino superior em que a informação fosse conservada principalmente em formato eletrônico'. Esse foi o primeiro projeto de biblioteca eletrônica da Grã-Bretanha e em grande parte estávamos envolvidos em pesquisas teóricas. Era uma hipótese de trabalho que precisava ser flexível e não muito detalhada, pois estávamos lidando com muitas variáveis em todas as áreas pertinentes da tecnologia, indústria editorial, direitos autorais, gerenciamento da informação e ques- tões concernentes aos usuários. Nossa cautela era justificável. Embora nossa visão e estratégia fossem totalmente confirmadas pelos avanços em matéria de biblioteca eletrônica e outras iniciativas no mundo inteiro, muitos aspec- ,-;;_, 20 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO tos práticos não poderiam ser previstos. Seis anos depois aprendemos muito e a Internet e a World Wide Web desenvolveram-se muito além do previsto. Desde nosso primeiro projeto EUNOR, que lidava com métodos de processa· menta de imagens de documentos, temos trabalhado com imagens gráficas e recuperação (ELISE 1) SGML (ELSA) PDF (Phoenix). No ELISE 11 trabalhamos com pacotes de vídeo, áudio e multimídia no contexto da biblioteca eletrô- nica. Aprendemos e estimulamos desenvolvimentos no licenciamento de produtos eletrônicos, em questões e interfaces concernentes aos usuários, e avançamos em matéria de normas, principalmente a Z39.50 para imagens. Para se chegar a uma definição é útil admitir q·ue a biblioteca eletrônica não se refere à automação da biblioteca. Não se trata apenas da Internet, pois todos concordam que a Internet é anárquica. Não se trata de conjuntos de dados secundários. Tudo isso são aspectos ou componentes pertinentes, porém a característica necessária e suficiente da biblioteca eletrônica é ser formada por material primário essencialmente em formato eletrônico. Em 1995 aperfeiçoamos nossa definição de modo a levar em conta as pesquisas realizadas e chegamos ao seguinte: 'um ambiente administrado de materiais multimídia em formato digital, destinado a beneficiar a população de usuá- rios, estruturado para facilitar o acesso a seu conteúdo e equipado com recursos de auxílio à navegação na rede global'. Não esperávamos que nossa definição tivesse vida longa, mas por enquanto parece que ela vem resistindo bem. Biblioteca eletrônica e biblioteca virtual Na De Montfort University acabamos de concluir uma extensão da Kimberlin Library construída na década de 1970. São 4 000 m' de área, com 600 lugares para leitores devidamente ligados à rede de comunicações, sem acomodação para livros. Acha-se em desenvolvimento a instalação de uma biblioteca digital que utiliza um supercomputador IBM SP 2, para fornecer produtos eletrônicos a essa nova extensão e a outros campi descentralizados da universidade. De certa maneira, poder-se-ia alegar que essa é uma verdadeira biblioteca eletrônica, mas, por outro lado, talvez ainda demore até que a maior parte das informações seja fornecida aos estudantes em formato eletrônico. Com certeza estamos um tanto distantes de gastar mais com informação eletrônica do que com produtos impressos. Num contexto universitário é claro para mim que espaço para informa- ção e estudo será sempre importante, mesmo que surja um substancial mercado novo para ensino à distância no lar ou no local de trabalho. A biblioteca como espaço conducente ao ensino é importante para os estudantes, ainda que esteja repleta de computadores, não de livros. A biblioteca eletrônica, portanto, é urna biblioteca, que atende à definição formulada acima, mas que está ligada a um espaço físico ao qual as pessoas recorrem em bu$ca de serviços fornecidos de forma eletrônica. INTRODUÇÀO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 21 A biblioteca virtual, porém, não implica localização física, seja para o usuário final, seja para a fonte. O usuário pode acessar a informação a partir de qualquer ponto e a informação estar em qualquer lugar. Há um sentido de aleatoriedade, pois é irrelevante para o usuário saber onde a informação é mantida. Para mim, portanto, a biblioteca virtual independe de local, é acessada e fornecida pelas redes de comunicações, enquanto a biblioteca eletrônica pode ser visitada fisicamente pelo usuário. A biblioteca virtual, é claro, pode ser oferecida pela biblioteca eletrônica, mas a recíproca não é verdadeira. É discutível se tal distinção é importante ou só interessa aos puristas. Espero que a maioria continue usando essas denominações indiscriminada- mente. A visão Bem, depende. A biblioteca de uma indústria farmacêutica, em 2005, será bem diferente de uma biblioteca-ramal de bairro, mas, como exemplo, veja- mos a biblioteca de uma universidade nova de tamanho médio, com cerca de 10 000 estudantes, cuja receita se deve ao ensino 180%1 e à pesquisa (20%). O cenário seguinte é bastante viável: Todos os recursos didáticos para cursos, materiais de apoio, vídeOs, si- mulações e textos importantes são mantidos na biblioteca eletrônica. 2 Os programas universitários são ministrados basicamente por m.eio de métodos baseados em recursos pedagógicos e centrados no estudante. 3 A biblioteca faz parte do consórcio da biblioteca nacional digita'! e, por intermédio desta, da biblioteca global digital. 4 O quadro de empregados compõe-se de pessoal de apoio pedagógico, com múltiplas habilitações, abrangendo conhecimentos em informa- ção, tecnologia da informação e competência acadêmica. 5 O tempp de acesso à informação/estudo por estudante é 70% eletrônico e 30o/o impresso. 6 O espaço.da biblioteca é composto de 70% de espaço de estudo ligado à rede de telecomunicaçóes e 30% de acervo de livros. 7 As despesas são 70% com recursos eletrônicos e 30% com impressos. 8 O uso é controlado com cartões inteligentes que permitem ao usuário acessar serviços gratuitos no ponto de uso e também serviços pagos.9 Todos os dormitórios estudantis são ligados à rede de telecomunicações. 1 O Todos os serviços são acessíveis de casa, do local de trabalho e de biblio- tecas públicas. Mel Collier De Montfort University ! ' l 'I f ·' \i 1 1 i ·-.í 22 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Referências Beckman, M.; Pearson, E.M. Understanding the needs ofusers: the timeliness factor. ln: Helal, AH.; Weiss, J. ( ed.) Opportunity 2000: understanding and serving users in an e/ectronic library: J 5th /nternational EssenSymposium. Essen: Universitãtsbi- bliothek. 1993, p. 307-321. Collier, M. W.; Ramsden, A.; Wu, Z. The electronic library: virtually a reality? ln: Helal, A.H.; Weiss, J. {ed.) Opportunity 2000: understanding and serving users in an electronic library: l 5th Jnternational Essen Symposium. Essen: Universitãtsbiblio- othek. 1993, p. 136-!46. Corrall, S. Academic libraries in the information Society. New libraryworld, v. 96, p. 35-42. 1995. Day, J. 'êt ai. Higher education, teaching, learning and the e!ectronic library: a review of the literature for the IMPEL2 project: monitoring organizational and cultural change. 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IFLA jot1rnal, v. 23, n. 4, p. 295-298, 1997. 2 Equipamento OBJETIVOS Os computadores compreendem cinco componentes: equipamento- os componentes físicos visíveis dos computadores programas -instruções colocadas no equipamento para informá-lo sobre como resolver um problema ou executar determinada tarefa redes, que interligam os computadores de modo que possam comunicar-se en- tre si bases de dados - a forma como os dados são mantidos nos computadores pessoas, que utilizam e projetam os computadores. Este capítulo focaliza a configuração básica de um computador e seus componentes. Ao término deste capitulo você terá: compreendido a função dos componentes básicos do computador conhecido a importância da unidade central de processamento ou processador para se definir o processador do sistema conhecido os dispositivos externos de armazenamento conhecido a variedade de dispositivos de entrada de dados e do contexto em que cada um deles é apropriado conhecido a variedade de dispositivos de saída e impressoras conhecido os diferentes modos de processamento. 2.1 Introdução Para compreender os sistemas que serão descritos 1nais adiante é preciso co- nhecer um pouco sobre o equipamento básico ou co1nponentes fisicos dos com- putadores. Este capítulo contém uma breve visão dos principais componentes desses siste1nas. Começa examinando a configuração básica do computador e em seguida trata de seus componentes de modo mais minucioso. A configura- ção básica descrita abaixo aplica-se igualmente a todos os tipos de computador, sejam eles de grande porte, 1ninicon1putadores ou microcomputadores. As dife- renças entre esses tipos de siste1Tias são resumidas no capítulo seguinte. Este capítulo termina com uma breve revisão dos modos de processamento. f ! í ! 1 ' l t ~ EQUIPAMENTO 25 2.2 A configuração básica do computador O computador aceita dados como entrada, processa.os e, como saída, produz dados. Estes, durante o processamento, são armazenados. O processamento é controlado por uma seqüência de instruções- o programa - que ficam arma- zenadas no computador. Os componentes básicos do computador abrangem, portanto, os dispositivos de entrada, o processador, os dispositivos auxiliares de armazena1nento e os dispositivos de saída, que se combinam entre si na forma mostrada na figura 2.1. dispositivo de entrada dispositivos externos de armazenamento {ou armazenamento auxiliar) (ou armazenamento secundário de dados) processador inclusive unidade aritmética e lógica unidade de controle memória principal dispositivo de saída Figura 2 .. 1 Configuração básica do computador Funções dos componentes de um computador Cada um dos vários componentes do computador desempenha funções especí- ficas, que podem ser assim resumidas: Os dispositivos de entrada aceita1n dados, que convertem para uma forma le- gível por computador e transinitem para a unidade processadora, a qual com- preende unidade de controle, unidade aritmética e lógicae memória principal. Suas funções são: A unidade de controle decodifica e executa instruções do programa, con- trola e coordena os movimentos dos dados no processador, e entre este e outros componentes do computador. 2 A unidade aritmética e lógica executa operações aritméticas e opera- ções lógicas. 3 A memória principal armazena programas durante sua execução, armazena dados que esteja1n sendo usados pelo programa corrente, e armazena o sis· tema operacional, que controla o funcionamento do computador. 4 A memória secundária ou auxiliar mantém um registro permanente de dados e progra1nas, armazena o programa e os dados que estejam sen- do processados, se a memória principal não os coinportar, e serve de dispo· sitivo de entrada e saída se estiverem em formato legível por computador. ----,.,,.,....'-~.~ 26 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 5 Os dispositivos de saída aceitam dados procedentes do processador e os convertem para o fonnato de saída desejado. Hoje em dia, o computador raramente é constituído de uma só máquina, mas de um grupo de máquinas interligadas que são usadas para executar certas tarefas. Num ambiente de rede, o usuário pode ter acesso a inúmeros processadores, impressoras e outros periféricos. Mesmo na configuração de um único compu- tador isolado, onde só existe um processador, os usuários podem ter a opção de ligar uma variedade de periféricos, inclusive, por exemplo, uma unidade de ce- derrom ou dois tipos diferentes de impressora. A combinação particular de equipamentos a que um usuário pode ter acesso é conhecida como configuração do computador. Sistemas pequenos são muitas vezes comprados como um pacote completo. A figura 2.2 mostra a especificação típica de um microcom- putador multimídia. Note que ela inclui uma unidade de cederrom, uma placa de som, placa de gráficos e um modem interno. 1 Em seguida, tratamos de alguns dos dispositivos que se enquadram em cada uma dessas categorias e examinamos alguns dos critérios a serem levados em conta quando da seleção dos vários componentes. Dispositivos e configurações diferentes são apropriados para tipos diferentes de aplicações e isso, em certa medida, responde pela variedade de opções disponíveis. Processador Intel Pentium li P300 Conjunto de chips Intel 440FX Placa-mãe Form Factor RAM de 64 MB EDO Unidade de cederrom de 24 x Unidade de disco rígido de 5,25 GB Unidade de disco flexível de 3,5 polegadas/1,44 MB Exabyte Eagle Nest (IDE) Placa de som de 16 bits Memória cache pipeline burst de 512 K Placa de gráficos de 8 MB Modem interno de 56 K Teclado PS2 e mouse Gabinete minitorre Windows95 Garantia de 12 meses (disponível por três anos no endereço do cliente) Figura 2.2 Exemplo de especificação de uma estação de trabalho com microcomputador 1 A velocidade com que evolui a tecnologia da informação exige a leitura atenta dos dados relativos às características de equípamentos, sistemas operacionais e programas, pois os recursos atuais podem haver superado os limites que eram comuns no momento da redação do texto. Para dados atuais, recomenda.se a consulta a fornecedores ou especialistas. (N.T.} EQUIPAMENTO 27 2.3 O processador O processador varia de um sistema para outro, embora todos os processadores possuam três componentes: a memória principal, a unidade aritmética e lógica e a unidade de controle. A seguir examinaremos cada um desses componentes. A memória principal, também chamada memória de acesso imediato ou memória de acesso direto, annazena o sistema operacional. Também armazena dados e programas enquanto estão sendo utilizados. A memória principal ba- seia-se em microprocessadores de silício, que empregam técnicas de integração em grande escala. Um microprocessador é um pequeno quadrilátero de material semicondutor que contém centenas de milhares de circuitos eletrônicos. Cada bit presente no microprocessador mantém-se numa célula individua[ de dois esta- dos que pode, portanto, conter um zero ou a unidade. É possível escrever em cada célula individualmente e ler o que ali está escrito. O tenno \ILSI [very large- scale integration (integração em escala muito grande)] é empregado para identificar microprocessadores de mais de um milhão de bits. A memória divide-se em áreas separadas de armazenamento, cada uma das quais dispõe de um endereço e guarda determinada quantidade de bits de informações. Cada célula consiste num dispositivo de dois estados capaz de conter a uni- dade ou um zero. É preciso, portanto, empregar um grupo de células para arma- zenar símbolos como números ou letras. As diferentes combinações de valores nas células de um grupo serão, assün, empregadas para representar diferentes símbolos. O capítulo 4 examina os códigos que são usados para que símbolos possa1n ser armazenados. Há três tipos de microprocessador de memória: RAM, ROM e PROM. As R.Mis, ou microprocessadores de meinória de acesso aleatório, são usadas para gravar programas e dados que serão armazenados temporariamente. Dados novos po- dem ser gravados sobre dados existentes. Os dados se conservam como estados elétricos temporários nos 1nicroprocessadores. O conteúdo da RAM desaparece ao se deslig.ar a máquina, por isso se diz tratar-se de uina memória volátil. Cada computador possui uma quantidade diferente de RAM. A RAM é importante para determinar a potência do processador. A quantidade de RAM exigida para dife- rentes aplicações vem aumentando, à 1nedida que surgem programas mais complexos que exigem maiores RAMs para que possam rodar com eficiência. Alguns computadores também empregam memórias apenas de leitura ou ROM, as quais armazenam os dados de modo permanente, e os dados nelas registrados no 1nomento da fabricação do computador não podem ser alterados. Às vezes são e1npregadas para o armazenamento de programas usados com freqüência, além do sistema operacional, de modo que não precisam ser carregados a partir de uma memória secundária. Os PROMs são memórias programáveis apenas de leitura. São não-voláteis, porém o usuário pode a\teqi.r os itens nelas presentes, se necessário, por meio de 28 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO um gravador PROM. Uma EPROM é uma PROM apagável, isto é, podem ser apagados os padrões de bits na PROM. Além da RAM, os computadores podem utilizar memória virtual. Se a RAM for muito pequena para armazenar um progra1na grande, partes dele serão ar- 1nazenadas em memória virtual e trazidas para a memória principal sempre que necessário. Em geral, o armazenamento viÍtual tem a forma de uma memória auxiliar, como um disco magnético. Reflexão Explique as diferenças entre ROM e RAM. A unidade aritmética e lógica realiza operações lógicas e aritméticas. Por exemplo, talvez seja preciso realizar alguns cá leu tos para obter o total de mul- tas aplicadas pela biblioteca, ou (nu1n sistema de recuperação) recuperar todos os registros que possuain data de publicação posterior a 6.1.1997. A unidade aritmética e lógica consiste em várias localizações de armazenamento chama- das registradores, que se destinam a armazenar dados antes, durante e depois da execução de uma instrução de prograina que envolva u1na operação aritmética ou lógica. A unidade de controle é o centro nervoso do computador. Exerce controle sobre o funcionamento do sistema. Decodifica e executa instruções de progra- mas, uma a u1na, e controla e coordena os 1novimentos dos dados no processa- dor e entre este e outros componentes do computador. O processador trabalha a uma velocidade n1uito maior do que a de um peri- férico, como un1a impressora. A unidade de controle garante que o processador envie uma mensagem de impressão para a impressora, continue trabalhando enquanto esta imprime, e e1n seguida envie dados adicionais a serem impressos depois que a impressora tiver tenninado o primeiro trabalho. Os melhoramentos introduzidos na arquitetura do processador são funda- 1nentais para o desenvolvi111ento de
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