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ROWLEY, J A biblioteca eletronica

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jennifer Rowley 
School of Management and Social Sciences 
Edge Hill University College 
Ormskirk, Lancashire (Reino Unido) 
027 ,' G'~:. i. é) 
K t ç.) ~ e_ . ?~· 
A biblioteca eletrônica 
Segunda edição de Informática para bibliotecas 
Tradução de Antonio Agenor Briquet de Lemos 
U.F.M.G. - BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA 
Ili 1111111111111111111111111111111 
61880905 
NÃO DANIFIQUE ESTA ETIQUETA 
~ _:..,. /! < 
\ J_'/..;. .. .- ~ 
BRIQUET DE LEMOS 
UVROS 
BIBLIOTECA "PROF.ª ETELVINA UMA" 
Escola de Ciência da Informação da UFMG 
'"' 
35~451 
© Jennifer Rowley 1980, 1984, 1993, 1998 
Direitos autorais desta tradução© 2002 Lemos Informação e Comunicação Ltda. 
Todos os direitos reservados 
Título original: The efectronic library (Library Assodation Publishing, 1998) 
Da primeira até a terceira edição original esta obra intitulou-se Compurers for Jibraries 
(1980, 1985 e 1993). A primeira ediçáo em português, baseada na terceira ediçao inglesa, 
chamou-se Informática para bibliotecas (Briquet de Lemos/ livros, 1994). 
Esta tradução da quarta edição inglesa adotou o mesmo título do original. 
De acordo com a !ei n." 9 61 O, de 19/2/1998, nenhuma parte deste livro pode ser 
fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada num sistema de recuperação 
de informações ou transmitida sob qualquer forma ou por qualquer meio 
eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do 
detentor dos direitos autorais, do tradutor e do editor. 
Revisão: Maria Lucia Vilar de Lemos 
Capa: Formatos Design e lníormática Ltda. 
Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(Departamento Nacional cio Livro/Biblioteca Nacional, Rio de janeiro, RJ) 
R884b Rowley, jennifer 
A biblioteca eletrônica/ Jennifer Rowley; tradução de Antonio Agenor 
Briquet de Lemos. - Bra.s11ia : Briquet de Lemos/ Livros, 2002. 
399 p.; 22 cm 
·2.ed. de Informática para bibliotecas• 
ISBN 85-85637-20-X 
1. Bibliotecas -Automação. 1. Titulo. 
~' 
BIBLIOTECA UNIVERSITARIA 
J_{ _ _! s..!t.....I E..Í 
618809-05 -.......--·- . --LOOT · 
Briquetde Lemos/ livros 
Lemos Informação e Comunicação Ltcla. 
SRTS - Quadra ~01 - Bloco K- Sala 831 
Edifício Embassy Tower 
Brasília, DF 70340-000 
Te1efones(61)322 9806/313 6923 
Fax (61) 32317 25 
briquet@dfturbo.com.br 
coo 025.4 
Sumário 
Agradecimentos 
Prefácio da quarta.edição 
Parte 1: Introdução à tecnologia da informação 
l Introdução à biblioteca eletrônica 
2 Equipamento 
3 Sistemas e redes 
4 Estrutura da informação e programas de computador 
5 Bases de dados 
6 Projeto e gerenciamento de sistemas de informação 
Parte 2: Recuperação da informação 
7 Fundamentos da recuperação da informação 
8 A Internet 
9 Serviços de buscas em linha 
!O Cederrons 
11 Sistemas de gerenciamento de documentos 
12 Índices impressos e serviços de notificação corrente 
Parte 3: Sistemas de gerenciamento de bibliotecas 
13 Funções dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas 
14 Panorama do mercado de sistemas de gerenciamento 
de bibliotecas 
15 Fornecimento de documentos 
Índice 
vii 
IX 
3 
24 
47 
71 
·106 
130 
159 
161 
187 
210 
239 
263 
292 
313 
315 
337 
366 
393 
Agradecimentos 
Agradeço a todos que contribuíram de alguma forma para a criação deste traba-
lho. Sendo este um livro que t~ata de práticas atuais, recorri amplamente à bi-
bliografia de outros autores e a contatos com pessoas do mundo das bibliotecas 
e da informação. Agradeço especialmente a todas as editoras, aos produtores de 
bases de dãdos, fornecedores de sistemas e autores que me permitiram utilizar 
excertos de suas obras. O reconhecimento a eles será feito separadamente à 
medida que forem citados. 
Os últirrios anos propiciaram-me o ensejo de entreter debates acadêmicos e 
profissionais com inúmeras pessoas pertencentes a um amplo leque de disci-
plinas. Em momentos diversos, senti-me como se fosse membro de várias equi-
pes. É dificil identificar, no meio de tantos, os que sejam merecedores de uma 
menção específica, pois isso poderia parecer que alguns mereceriam menos 
apreço de minha parte. Inegavelmente, a influência mais importante que tive 
em minha vida de docente universitária partiu de meus colegas e amigos da 
Crewe and Alsager Faculty da Manchester Metropolitan University, princi-
palmente do seu Department of Business and Management Studies. Esta última 
edição foi redigida exatamente quando me havia transferido para um novo 
cargo na Crewe and Alsager, na esperança de que seria o último. Todos nós 
somos superados pelos acontecimentos, e agora parece que estamos apenas no 
começo. 
I 
Prefácio da quarta edição 
Ao longo dos anos decorridos desde 1993, quando a edição anterior deste livro 
foi publicada, 1 tenho estado en_volvidade modo menos intenso do que antes com 
as especificidades da operação de sistemas de informação, em particular com os 
sistemas que são vistos como componentes de uma biblioteca eletrônica. Por 
outro lado, tenho me concentrado mais no ambiente em que esses sistemas 
funcionam. Essa visão contextual tomou-se cada vez mais importante. Não 
somente os profissionais da informação e muitos outros grupos precisam de fato 
compreender as implicações que a sociedade da informação traz para a comu-
nidade e as instituições em que vivem e trabalham_, mas também, de modo mais 
imediato, precisam.compreender seus clientes. Os últimos anos do século XX 
caracterizaram.se por uma cultura de clientes e contratos na qual as organiza· 
ções se dão conta de que, para sobreviverem e serem bem·sucedidas, têm de 
compreender sua clientela e os beneficias que ela busca, ou pode ser persuadida 
a buscar, em bens ou serviços específicos. As bibliotecas sempre reconheceram 
o imperativo de servir aos clientes e levaram a sério iniciativas voltadas para a 
atenção com eles. Ademais, preocupam-se para que seu acervo e seus serviços 
atendam às necessidades de sua clientela. Esta cultura orientada para os clien-
tes, intimamente atrelada à orientação para a informação, a ela subjacente, 
constitui uma das contribuições mais valiosas que os bibliotecários podem 
aportar a uma profissão ampliada da informação. Um serviço efic·az voltado 
para os clientes depende não apenas dos serviços prestados, mas tainbém, de 
modo mais importante, dos sistemas em que se apóia a prestação desses servi-
ços. Este livro trata das funções, técnicas e gerenciamento desses sistemas. A 
prestação eficaz de serviços de biblíoteca e informação depende de sistemas e 
pessoas e da integração dessas duas· fontes capitais. 
O prefácio da terceira edição desta obra acentuava a crescente importância 
da formaçãO de redes de bibliotecas e o deslocamento, a ela associado, da ênfase 
no gerenciamento e desenvolvimento de acervos para políticas baseadas no 
acesso e que se preocupam c~m a disponibilidade do documento ou da infomia-
ção. A presente edição adotou um titulo novo em reconhecimento, talvez, de 
mais uma fase do desenvolvimento do impacto da tecnologia da informação nas 
bibliotecas. As funções de todos os provedores de informação estão sendo 
reavaliadas e reformuladas diante do advento de oportunidades oferecidas pela 
tecnologia da informação e, especificamente, o amplo processo de interligação 
de redes que é característico da Internet. Caíram as inuralhas que cercavam a 
1 Edição brasileira: /nformálica para bibliotecus. Brasília: Briquet de Lemos/ Livros. 1994. 307 
p. 
X A BIBLIOTECA ELETRÔNICA 
rede de bibliotecas. Até recentemente, a tecnologia da infonnação era utilizada 
basicamente para facilitar a maneira como, há séculos, temos processado a in-
formação, seja como pessoas, seja como instituições ou sociedades. Agora, 
n1al começa a despontar a era em que essa tecnologia põe em xeque a forma 
como vivemos, as atividades que desempenhamos, o processo de criaç_ão de 
conhecimentos e o modo como esses conhecimentos são avaliados para o do-
1nínio do público. A publicação de periódicos constitui uma das áreas impor-
tantes que podem exemplificar esses problemas num contextomais concreto. 
Isso é particularmente significativo, uma vez que os periódicos têm sido há 
muitos séculos uma fonte importante de informações primárias e constituem 
uma respeitável base de conhecimentos para as ·gerações' subseqüentes. 
Os sistemas e conceitos apresentados neste livro formam uma estranha 
mescla daquilo que é futurista com o que é tradicional. Isso reflete a maneira 
como a tecnologia da informação vem sendo implantada nas bibliotecas e ou-
tros ambientes informacionais. É fácil cogitar sobre o inconsútil mundo ele-
trônico do futuro, porém toda nossa experiência em matéria de gerenciamento 
da informação e talvez mais especificamente de controle bibliográfico nos en-
sina que a criação e o processamento de informações desafiam essa ordem. O 
desafio concreto está na identificação das providências - e haverá inúmeras 
- que as organizações da indústria da infonnação deverão e poderão adotar 
de modo a criar bibliotecas eletrônicas eficientes que ofereçam acesso adequa-
do à informação, junto com a preservação do patrimônio cultural, num mundo 
em que as infonnações são armazenadas e recuperadas em inúmeros formatos. 
Os críticos de Computers for libraries T Informática para bibliotecas] assi-
nalaram que se tratava de uma síntese muito ampla para caber num único 
texto. O prefácio da terceira edição acentuava a preocupação desse texto em 
identificar questões fundamentais e apresentar uma estrutura que servisse de 
base para estudos adicionais. Embora aparentemente tal enfoque haja sido 
sempre bem-recebido pelos leitores, os principais feitos dos últimos anos tor-
naram-no cada vez mais difícil, mas ao mesmo tempo cada vez mais impor-
tante. Dadas as fronteiras movediças entre as funções das diferentes organiza-
ções do mercado da informação - ilustradas talvez pela complexidade de 
achar respostas a perguntas do tipo 'O que é um serviço de buscas em linha?' 
ou 'O que é uma editora?'- ficou mais difícil discernir uma estrutura. Este 
livro, portanto, oferece, em seus capítulos e exemplos, uma dessas estruturas. 
Essa estrutura reflete a forma como eu compreendo o mercado da informação 
e o papel do profissional bibliotecário e de informação nesse mercado. As 
bibliografias no final dos capítulos oferecem informações adicionais ou os pontos 
de vista de outros autores. Espero que em seu conjunto ajudarão os leitores a 
ter um melhor entendimento do ambiente em que atuam e dos sistemas que 
podem ser empregados para construir uma biblioteca eletrônica eficiente. 
Dois outros aspectos devem ser salientados no que diz respeito a referênci-
PREFÁCIO DA QUARTA EDIÇÃO XI 
as a outras fontes. Apesar de ter me valido de inúmeras das referências relacio-
nadas no final de cada capítulo, o estilo deste texto não é o de uma revisão 
bibliográfica formal. Além de outros textos publicados, o conteúdo deste livro 
baseou-se de modo significativo numa ampla gama de outras fontes de infor-
mação. Em geral, a legibilidade do texto sairia prejudicada se fôssemos citar 
conceitos específicos. Nas ocasiões em que se usaram fontes especificas ou se 
incluíram citações, as referências são indicadas no texto e as citações comple-
tas são relacionadas no final de cada capítulo. Muitos dos temas abordados 
neste livro poderiam ser ainda mais explorados com o emprego de recursos 
eletrônicos de informação, como periódicos e boletins eletrônicos, e, de modo 
ainda mais importante, por meio do acesso aos sítios da Rede (websites) de 
inúmeras instituições citadas neste texto. Não se incluem no presente texto os 
endereços de sítios da Rede e da Internet, pois são demasiado voláteis para que 
mereçam inserção num texto desta natureza. Por outro lado, inclui nwnerosas 
referências às principais marcas da indústria da informação, que são muito 
mais estáveis do que os endereços de sítios da Rede. Os leitores que desejarem 
obter as novidades mais recentes ligadas a essas marcas poderão rapidamente 
localizar o sítio atual da respectiva empresa na Rede mediante a inclusão des-
ses nomes comerciais como termos de busca num mecanismo de busca da 
Internet. Esta é a solução que adoto num ambiente híbrido de informação. 
Espero que seja aceitável para meus leitores. 
O livro divide-se em três partes. A parte l contém uma breve introdução 
sobre a tecnologia da informação. A parte 2 examina várias aplicações no 
campo da recuperação da informação, e a parte 3 apresenta uma visão geral 
dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas e aspectos correlatos do forneci-
mento de documentos. A parte 1 apresenta as plataformas onde se montam as 
aplicações. As partes 2 e 3 referem-se às próprias aplicações. Os termos em-
pregados para descrever essas aplicações evoluíram bastante durante os últi-
mos anos, e a relação entre sistemas destinados a servir a diferentes funções 
tornou-se ainda mais nebulosa. Existe certa validade no argumento segundo o 
qual se deveria ter tentado um tratamento mais integrado. Embora haja diver-
sos modelos em vários pontos do texto que ilustram os vínculos entre os dife-
rentes sistemas, todos os documentos precisam de uma estrutura e a que apre-
sento aqui serve a meus propósitos, tanto quanto qualquer outra, enquanto ao 
mesmo tempo reflete a fonna como a literatura é dividida. Espero que tome o 
texto acessível ao leitor. Talvez a próxima edição deste livro precise ser mais 
revolucionária, se livros como este (em formato impresso ou eletrônico) ainda 
tiverem lugar na sociedade da informação do futuro. 
Professora JENNIFER RowLEY 
J 
Parte 1 
Introdução à tecnologia da informação 
1 
Introdução à biblioteca eletrônica 
OBJETIVOS 
Este capitulo examina os fundamentos do conceito de biblioteca eletrônica. Ao rever 
sucintamente os principais avanços na evolução da biblioteca eletrônica ao longo dos 
últimos 20 anos, e colocando-os no contexto da Visão para 2020, da Library and 
lnformation Commission, do Reino Unido, procura contextualizar os sistemas de hoje num 
cenário mais amplo. Ao término desle capitulo o leitor: 
estará ciente das formas como a biblioleca eletrônica pode ser entendida 
terá uma noção dos sistemas da biblioteca eletrônica 
estará familiarizado com as principais tendências do desenvolvimento de sistemas 
de informação em bibliotecas durante os últimos 20 anos 
poderá refletir sobre a relação entre os sistemas de hoje e visões de sistemas futuros 
terá percebido que as visões do futuro implicam mudança nas funções de mercado 
para todos os participantes e interessados' 
estará ciente das amplas implicações sociais e políticas do processamento eletrônico da 
infonmação. 
1.1 A biblioteca eletrônica 
"A expressão 'biblioteca eletrônica' significa muitas coisas para muitas pes-
soas, e em qualquer estudo publicado o leitor deve estar consciente da miríade 
de interpr_etações que lhe são atribuídas, pois a terminologia ainda não se con-
solidou" (Day et ai. 1996). Esta citação sugere que se deve encarar com cautela 
o emprego aqui do título A biblioteca eletrônica.-Por outro lado .. o título ante-
rior Computers for libraries agora soa ultrapassado, tanto no que tange a 
ambos os termos que o compõem ('computadores' e 'bibliotecas') quanto ao 
modo como esses termos se justapõem. A bibliografia apresenta uma abun-
dância de termos que serviriam de inspiração: biblioteca sem paredes, biblioteca 
em rede, biblioteca no microcomputador, biblioteca lógica, biblioteca virtual, 
1 No origina!, stakeholders, vocábulo que designa todos os atores sociais envolvidos num 
empreendimento ou organização, abrangendo, assim, empregados, clientes, fornecedores, 
financiadores e a própria comunidade. Traduzido aqui por 'participantes e interessados'. 
(N.T.) 
4 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 
centro nervoso de informações, centro de gerenciamento de informações 
(Corrall, 1995) e biblioteca digital. A expressão 'biblioteca eletrônica' é ampla-
mente empregada e se ajusta mais aos conceitos que serão abrangidos neste 
livro. Mas, qual seu significado? Esteé um tema que tem sido muito discutido na 
literatura. Por exemplo, Oppenheim (! 997) descreve-a como "uma coleção 
organizada e administrada de informações numa variedade de meios (texto, 
imagem fixa, imagem em movimento, som, ou suas combinações, porém todos 
em formato digital". A coleção é organizada e administrada para beneficiar uma 
população de usuários, reais ou potenciais, sendo especialmente estruturada 
para quê se tenha fácil acesso a seu conteúdo. Normalmente, essa biblioteca 
eletrônica incluirá vários recursos auxiliares de busca ou navegação que 
atuarão tanto no interior dela quanto permitirão o acesso a outras coleções de 
informações ligadas em rede em todo o mundo. Trolley(l995) define biblioteca 
eletrônica como "a vísão comum que bibliotecários, editores, tecnólogos e 
pesquisadores têm acerca do acesso a todas as informações, em qualquer lugar, 
a qualquer instante". Esse conceito de universalidade de acesso é compar-
tilhado por muitos autores, mas també1n suscita a questão da distinção entre 
biblioteca eletrônica e biblioteca virtual. Por exemplo, Collier et ai. ( 1993) vêem a 
biblioteca eletrônica corno uma biblioteca fisicamente identificável, mas que não 
possui material impresso, e que faz parte de uma biblioteca virtual. Beckman 
( 1993) argumenta que a diferença entre biblioteca eletrônica e biblioteca virtual 
está em que a eletrônica ainda pode ter uma presença física, enquanto a biblio-
teca virtual, posto que é percebida como transparente, possuirá instalações 
físicas transparentes e bibliotecários transparentes. Poulter( 1993), por exemplo, 
considera a Internet uma biblioteca virtual, embora se possa argumentar que ela 
não atende a alguns dos outros critérios exigidos por uma biblioteca, como uma 
população definida de usuários e recursos auxiliares de busca suficientemente 
complexos. Outros dirão que a verdadeira biblioteca eletrônica não é uma biblio-
teca, 1nas utn repositório de dados. 
Este livro não trata das bibliotecas eletrônicas em formato totalmente digital, 
no sentido das definições que aqui apresentamos de modo conciso. Há dois 
motivos para isso. Em priineiro lugar, e talvez de modo mais concreto, ele lida 
co1n o catninho que leva à biblioteca eletrônica. Estando baseado na prática de 
hoje, tem as -limitações impostas pelos sistemas e bibliotecas atuais. Em se-
gundo lugar, continuo incrédula quanto à possibilidade de que o acesso ideal à 
informação e a documentos por parte de todos os diferentes segmentos dos 
clientes das bibliotecas, ou, de modo mais amplo, usuários de informações, 
possa vir a ser oferecido por meio de coleções inteira1nente digitais em futuro 
previsível. hnportantes acervos que p·recisa1n ser preservados continuam exis-
tindo em formato impresso e em outros formatos, e a informação eletrônica tem 
estado ligada a um significativo aumento da quantidade de 1naterial impresso em 
papel. Minha visão é de uma biblioteca 1nultimídia que reflita as diferentes for-
INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA 'ELETRÓNICA 5 
mas e fonnatos que sua comunidade de usuários julgue conveniente para 
comunicação e armazenamento de informações. Nem todas as infonnações ou 
documentos estarão em forma digital, e nem todos estarão disponíveis para 
acesso em redes digitais. O verdadeiro desafio não diferirá grandemente daque-
le que as bibliotecas hoje enfrentam: administrar um acervo multimídia para sua 
comunidade ou clientes. Por outro lado, as opções e ferramentas disponíveis 
para apoiar esse processo terão que inegavelmente vir a passar por novas e 
grandes mudanças. 
Reflexão Faça uma lista de tópicos que mostrem como você entende 
o conceito de biblioteca eletrônica. 
1.2 Sistemas na biblioteca eletrônica 
Os sistemas de gerenciamento de bibliotecas concentram-se nas atividades de 
processamento de encomendas e aquisição de materiais, catalogação, catálo-
gos em linha de acesso público (OPACS), 1 controle de circulação, controle de 
periódicos, informação gerencial, empréstimos entre bibliotecas e informação 
comunitária. A introdução de sistemas informatizados nas bibliotecas resultou 
em padronização, aumento da eficiência, interligação por redes e melhores ser-
viços. Os sistemas informatizados foram considerados, de início, particular-
mente apropriados para aquelas organizações ou redes onde houvesse um 
volume muito grande de transações relativas ao gerenciamento bibliotecário. Os 
primeiros sistemas baseavam-se em computadores de grande porte ou mini-
computadores. Mais tarde, a disponibilidade cada vez maior de equípamentos e 
programas de microinformática fez com que aumentasse o uso de sistemas de 
gerenciamento de bibliotecas, que incluíam todos os tamanhos e categorias de 
bibliotecas. Os sistemas de gerenciamento de bibliotecas podem ser vistos 
como sistemas que administram o acesso aos documentos em acervos de bi-
bliotecas, ~u, de modo mais limitado, documentos que podem ser tempora-
riamente colocados no acervo mediante, por exemplo, o empréstimo interbiblio-
tecário. A preocupação fundamental é com a manutenção do acervo e com o 
1nonitoramento do paradeiro dos documentos, de modo que o pessoal e os 
clientes da biblioteca conheçam a disponibilidade e a situação deles. Cada vez 
mais, os catálogos en1 linha de acesso público vêm melhorando os recursos de 
busca, a fim de incluir muitas das características originalmente encontradas 
apenas em aplicativos de recuperação de informações, de maneira que, se os 
registros catalográficos contiverem informações suficientes, e \es também pro-
porcionarão uma recuperação rudimentar da informação, ao identificar as infor-
1 Nesta tradução, foi adotada a grafia por extenso - catálogos em linha de acesso público -
e não a sigla da expressão inglesa (OPAC =online public access catalogue). (N.T.) 
' 
6 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 
mações contidas nos documentos. Além disso, muitos catálogos em linha de 
acesso público funcionam co1no janelas de acesso a uma coleção de recurs.os 
maior do que a encontrada numa única biblioteca, o que inclui recursos da 
Internet e acervos de outras bibliotecas. 
Os aplicativos de recuperação de informações foram projetados tradicional-
mente para proporcionar acesso a informações e não a documentos. Isso foi ob-
tido, originalmente, por meio de bases de dados bibliográficos, que incluíam 
registros de artigos de periódicos e outros documentos. Mais recentemente, os 
apllcatívos de recuperação da informação proporcionam acesso a informações 
constantes de documentos eletrônicos. Hoje, isso é conseguido de modo mais 
eficaz com documentos essencialmente textuais, porém a maioria dos sistemas 
também inclui recursos para acesso a documentos multimídia, e o acesso a in-
formações e objetos dentro de documentos multiinídia (como filmes e videocli-
pes) tornar-se-á mais importante à medida que aumentar o número de docu-
mentos multimídia. 
Os aplicativos destinados à recuperação da infonnação incluem sistemas de 
gerenciamento de documentos, serviços de buscas em linha, na Internet e em 
cederrons. Outros exemplos de sistemas de recuperação da informação com 
finalidades especiais são os serviços de notificação corrente e os índices im-
pressos. É possível criar sistemas de gerenciamento de documentos para gerir a 
coleção de documentos internos de uma organização. O sistema de geren-
cia1nento de documentos pode armazenar os documentos em formato eletrôni-
co e proporcionar mecanismos apropriados de recuperação, de modo que docu-
mentos independentes ou conjuntos de documentos sobre temas específicos 
sejam recuperados. Em alguns sistemas, os documentos são conservados em 
microfichas ou etn forma impressa, e apenas o índice e1n forma eletrônica. A 
Internet é u1na rede mundial de redes de telecomunicações, que proporciona 
acesso a inúmeros computadores ou servidores. Mecanismos de busca facili-
tam a recuperação nesse indefinido e gigantesco banco de informações. Alguns 
dos computadores ou servidores pertencem a serviços de buscasem linha que, 
com propósito comercial, oferece1n acesso a bases de dados devidamente sele-
cionadas e avaliadas. Outra forma de acessar algumas das 1nesmas bases de da-
dos e també1n outras que não estejam disponíveis na rede internacional con-
siste em adquirir cederrons que contenham apenas as bases que sejam de inte-
resse. Certas instituições, especialmente as bibliotecas, poderão optar por colo-
car em rede esses cederrons, que vêm com programa de busca ou recuperação 
da informação, que pennite localizar informações específicas na base de dados. 
Com o advento da biblioteca eletrônica, a distinção entre sistemas de geren-
cia1nento de bibliotecas e sistemas de recuperação da informação vai aos 
poucos se diluindo. Isso con1eçou coin os melhoramentos introduzidos nos 
recursos de recuperação da infonnação disponíveis nos catálogos em linha de 
acesso público, mas ainda é preciso avançar muito mais. Em última análise, o 
INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 7 
modo como as informações ou os documentos são recuperados dependerá das 
necessidades do grupo de clientes que se tem em mente e não de uma caracte-
rística circunstancial, como seria o tipo da publicação (por exemplo, periódico, 
livro ou cadastro) ou forma de publicação (por exemplo, impressa ou eletrônica) 
ou localização (por exemplo, numa base de dados local ou remota). Em tal 
ambiente, também será preciso refletir sobre a natureza do acesso. O conceito de 
empréstimo possui algo de anacrônico, mas a cópia e a posse (que parecem ser 
a única alternativa viável no mo1nento) talvez tampouco sejam a solução ideal. 
Tão logo muitos desses problemas sejam solucionados não haverá distinção 
alguma entre sistemas de gerenciamento de bibliotecas e sistemas de recupe-
ração de informações, mas nesse ínterim é provável que continuem coexistindo, 
com funções duplicadas, mas em grande parte coinp!ementares. 
Tabela 1.1 Sistemas na biblioteca elerrônica 
Recursos locais Recursos externos 
Documentos Sistemas de gerenciamento 
de bibliotecas 
Fornecimento de documentos 
Sistemas de gerenciamento 
de documentos 
Informações Cederrom Hospedeiros em linha 
A Internet 
Reflexão A tabela 1.1 mostra um esquema simplificado dos sistemas 
de uma biblioteca. Você conhece exemplos de aplicativos 
que sugiram que nessa tabela a Internet também poderia 
ser colocada em lugar diferente? 
Quando a primeira edição deste livro foi redigida, a nonna era tratar os sistemas 
de gerenciamento de bibliotecas e a recuperação da informação como dois 
campos bastante distintos. Argu1nentei então, e acredito que isso ainda seja 
verdade nos dias atuais, que a tecnologia em que se apôiam ambos os tipos de 
sistemas é a mesma, e que melhoramentos similares apresentam-se simultanea-
mente nas diferentes categorias de sistemas. 
Reflexão Que é um documento? Por que este conceito é importante 
nos sistemas de gerenciamento de bibliotecas? 
1.3 Melhoramentos surgidos nos últimos 20 anos 
Este é u1n te1npo de empolgação e 1nudanças. Às vezes, quando a rede entra em 
pane ou o correio eletrônico não transmite de 1nodo satisfatório arquivos ane-
·j. 
) 
-1 
1 
8 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 
xados a uma mensagem, o progresso talvez pareça irritantemente lento, mas a 
realidade é que o ritmo de mudanças nas possibilidades que os avanços tecno-
lógicos proporcionaram aos administradores da infonnação é um desafio até 
mesmo para o mais entusiasta dos agentes de mudança. Afigura 1.1 apresenta um 
exemplo do uso de infonnações eletrônicas em 1998. 
Esta e as três edições anteriores de Informática para bibliotecas mapeiam a 
relação entre a tecnologia da informação e as bibliotecas (ver tabela 1.2). No 
contexto, por exemplo, dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas (outrora 
chamados sistemas de administração de bibliotecas), a primeira edição revelava 
uma série de sistemas separados em apoio às funções isoladas de, por exemplo, 
aquisição, catalogação e controle de circulação, reminiscentes do método 
baseado em arquivos dos antigos sistemas de transações. Os estudos de casos 
reais apresentados naquela edição eram de sistemas desenvolvidos basicamen-
te por cooperativas de bibliotecas, em geral atuantes nos limites de uma região 
ou país. Os sistemas infonnatizados eram uma novidade e alvo de profissionais 
curiosos que visitavam as instituições que os possuíam. Ao ser publicada a 
terceira edição, a variedade de módulos e funções crescera de modo acentuado, 
as funções de cada módulo eram muito mais elaboradas e o funcionamento em 
linha com estações de trabalho em todo o sistema da biblioteca constituía a 
norma dominante. Os sistemas eram comercializados por empresas especiali-
zadas no projeto e implementação de sistemas de gerenciamento de bibliotecas 
e contavam com razoável experiência na área. Muitas bibliotecas estavam ins-
talando seu sistema de segunda ou terceira geração e os administradores delas 
tornavam-se muito mais exigentes na especificação e seleção do sistema. 
Em 1980 (Rowley 1980) era preciso justificar um livro sobre informática e 
responder à pergunta 'Por que usar computador?' A resposta era então fonnu-
lada em termos de: 
necessidade de lidar com mais informações e maior nível de atividade 
necessidade de maior eficiência 
oportunidades de oferecer serviços novos ou melhores 
oportunidades de cooperação e centralização na criação e utilização de da-
dos compartilhados. 
Hoje trabalhamos num ambiente em que a utilização inovadora da tecnologia da 
informação nas empresas em geral resultou na criação de novos produtos, 
melhores serviços e na drástica redução de custos. 
Esses tipos de uso da informação podem ser denominados estratégicos e são 
geralmente gerenciados por sistemas estratégicos de informação. Os sistemas 
estratégicos de informação possibilitam às empresas obter vantagens compe-
titivas. Tais sistemas diferem dos sistemas tradicionais de tecnologia da infor-
mação porque seu foco está no tratamento da informação como recurso estra-
tégico. Especificamente, os sistemas estratégicos de informação: 
INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 
Sentado à sua escrivaninha, joe acaba de voltar de uma reunião com seu 
supervisor, o gerente de pesquisas, que lhe pediu pesquisar sobre o estado 
da tecnologia dos testes não-destrutivos de tubos de alumínio e redigir um 
relatório que lhe permita estudar as práticas adotadas numa nova subsi-
diária, para orientá-la na permanente melhoria do produto. Joe liga o com-
putador e começa as buscas pelo catálogo de importante biblioteca univer-
sitária, localizada ali perto, e à qual a empresa paga taxa de usuário institu-
cional. Digita a expressão 'testes não-destrutivos' e insere o operador lógi-
co booleano ANO que especifica a busca, para que só inclua alumínio. Uma 
janela com o resultado mostra que esse conjunto de busca é vazio. Joe apa-
ga 'alumínio' e volta a tentar. Agora identifica três livros, cujas informações 
bibliográficas aparecem em outra janela. Decide que todos seriam úteis e 
seleciona a opção de empréstimo interbibliotecário para encomendá-los. 
Amanhã, a qualquer hora, serão entregues. Entrementes, joe faz uma busca 
em linha no Metais lndex 1988, por meio de ligação com o DIALOG, hospe-
deiro de bases de dados, e de sua interface na Internet. A empresa está 
registrada no DIALOG como usuária, e, sendo Joe um assíduo redator de· 
relatórios sobre assuntos especializados, é um pesquisador· experiente, 
conhece as melhores estratégias de busca e a terminologia metalúrgica. 
Digita os termos 'non-destructive', 'aluminium and tubes' e 'testing'1 ligan-
do-os com o operador ANO. Recupera cerca de 100 documentos. Joe não 
quer ler tudo isso e passa os olhos nas referências bibliográficas recupera-
das. Os itens mais recentes estão no alto da lista. Assinala, para consulta 
posterior, os itens dos dois últimos anos, em inglês, e que além disso pare-
cem pertinentes; se necessário, abre nova janela e lê o resumo de um artigo; 
disso resultam 22 itens. Algunsestão disponíveis por via eletrônica com 
texto completo, e outros tem de encomendar ao serviço especial de forneci-
mento de documentos do serviço de buscas. joe importa para seu servidor 
de rede local, para consulta posterior, o texto integral dos documentos que 
parecem úteis, e encomenda alguns deles, indicando que prefere recebê-los 
por fax, para que cheguem no mesmo dia. Pondera se vale a pena fazer nova 
busca em outra base de dados, mas conclui que já possui informação 
suficiente. A busca inteira durou menos de meia hora. Depois de consultar 
algumas referências e resumos, agora tem uma idéia sobre algumas ques-
tões importantes sobre o assunto. Abre o processador de textos e faz algu-
mas anotações sobre a estrutura do- relatório em que trabalhará amanhã, 
depois que houver recebido a maior parte dos documentos que quer con-
sultar.Serve-se de uma xícara de café, responde umas mensagens do cor-
reio eletrônico e volta à experiência de laboratório em que está envolvido. 
Quando começa a escrever, ele o faz com um processador de textos que 
permite grande flexibilidade na formatação do relatório, além de facilitar a 
revisão e correção. As referências da bibliografia e algumas citações podem 
ser importadas dos documentos descarregados. Remete um rascunho ele-
trônico para seu supervisor, que faz algumas anotações que podem ser 
facilmente incOrporadas à versão final do relatório. 
Figura 1.1 Processamento da informação em 1998 
9 
( 
10 fNTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA fNFORMAÇÃO 
são voltados para o exterior tendo como foco o serviço aos clientes 
oferecem beneficias reais aos clientes 
são capazes de modificar a percepção que a empresa tem do mercado. 
Naturalmente, essas dimensões destacam as mudanças que se tomaram eviden-
tes entre a terceira edição deste livro e a atual. Passemos em revista os avanços 
que ocorreram entre a primeira e a terceira edição, e sintetizemos as mudanças 
que se acham refletidas nesta edição: 
Tabela 1.2 Sumários de edições de Computer for libraries 
Primeira edição 
Introdução 
Planejamento e projeto do sistema 
informatizado para a biblioteca 
Computadores 
Estrutura da informação e programas 
Bases de dados 
Sistemas de armazenamento e recupe-
ração 
Serviços de notificação corrente 
Buscas retrospectivas 
Índices impressos 
Atividades administrativas da 
biblioteca e o computador 
Sistemas de aquisição, encomenda e 
catalogação 
Sistemas de controle de circulação 
e fornecimento de documentos 
Controle de publicações seriadas 
159 p. 
Terceira edição 
Introdução 
Computadores 
Sistemas 
Estrutura da informação e programas 
Bases de dados 
Gerenciamento de sistemas de infor-
mação 
Hospedeiros externos em linha 
Discos ópticos 
Sistemas de gerenciamento de infor-
ções textuais 
Outros tópicos sobre recuperação da 
informação 
Funções dos sistemas de gerencia-
mento de bibliotecas 
Panorama do mercado de sistemas 
de gerenciamento de bibliotecas 
Redes 
307 p. 
Comunicações e tecnologia da informação integradas 
Considera-se isso o principal meio de registrar e gerenciar transações com usu-
ários e fornecedores. Ademais, wna proporção considerável dos documentos e 
informações fornecidos aos usuários apresenta-se em formato eletrônico. 
Gerenciamento de sistemas 
O desenvolvimento de sistemas tem se concentrado na migração de um sistema 
para outro; os sistemas novos são quase sempre atualizações que oferecem me-
lhor funcionalidade; é preciso que os fornecedores de sistemas possam oferecer 
uma versão atualizada isenta de proble1nas e que permita, do mesmo modo, a 
fNTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 11 
migração de dados. Além disso, é cada vez menos freqüente a aquisição de 
sistemas prontos, que incluam equipamento e programas, sendo mais cornwn 
comprar componentes que precisam ser integrados num sistema operacional. 
Integração 
A integração de componentes de sistemas, como num sistema de gerenciamento 
de bibliotecas, é algo que não se discute. Mediante sistemas abertos (ver a 
seguir) o foco da integração voltou-se mais para a integração com outros 
sistemas. Assim, por exemplo, uma universidade tratará de utilizar os registros 
de dados pessoais dos estudantes para o acesso à biblioteca, acesso a recursos de 
tecnologia da informação e o contato com eles sobre desempenho acadêmico e 
operações financeiras. 
Tecnologia 
Os avanços da tecnologia são contínuos. Só é possível armazenar e transmitir 
documentos multimídia se se dispuser de tecnologias que ofereçam grande ca-
pacidade de armazenamento e comunicação em grande largura de banda. Uma 
vez que não existe mais estação de trabalho funcionando de modo isolado, talvez 
seja possível resumir as principais tendências da tecnologia mediante uma 
análise das mudanças por que tem passado o hoje não tão humilde micro-
computador. Nos últimos cinco anos, novos processadores que adotam dife-
rente tecnologia de processamento oferecem capacidade de processamento 
maior e mais rápida. A fim de comportarem a utilização de multimídia os mi-
crocomputadores trazem placas de som, alto-falantes, unidades de cederrom e 
placas de vídeo. A fim de comportarem recursos de comunicação, modems de 
alta velocidade constituem hoje um ·item de série. 
Sistemas abertos 
A Internet é o. sistema aberto por excelência. A ele não se teria chegado se não 
houvesse a variedade de normas sobre sistemas abertos que se acham hoje 
consolidadas e amplamente aceitas. Tendo sido conseguida uma pl<itaforma em 
que muitos sistemas podem comunicar-se entre si, e podendo os usuários bene-
ficiar-se com a comunicação e o intercâmbio de arquivos em âmbito interna-
cional, relativamente baratos, começam a surgir aplicações em que se torna mais 
premente a necessidade de segurança, proteção de dados pessoais e acesso 
controlado à informação. Os sistemas abertos oferecem hoje um caminho muito 
importante pelo qual as empresas podem comunicar-se com seus clientes. 
Interfaces amigáveis com o usuário 
A ampla difusão de interfaces gráficas, o uso de interfaces multimídia e a im-
plementação de outras in.terfaces de acesso público foram pré-requisitos essen-,... ~ 
12 INTRODUÇÃO Ã TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 
ciais que contribuíram para maior utilização dos sistemas de informação pelo 
público. Os sistemas de acesso público exigem interfaces auto-explicativas. 
............................................................ 
Reflexão Examine e compare as interfaces de dois sistemas a que te· 
nha acesso. Possuem recursos especiais que ajudem, sepa· 
radamente, tanto o usuário novato quanto o experiente? 
1.4 Visões do futuro 
A seção 1.3 concentrou-se nos sistemas porque tomou como inspiração edições 
anteriores deste texto, que compartilhavam esta perspectiva baseada em siste-
mas. Ao situar os avanços desses sistemas num contexto mais amplo e examinar 
o seu efeito cumulativo no processamento da infonnação, verifica-se que os 
últimos vinte anos foram cenário de: 
mais informação, comunicada a partir de 
maior variedade de fontes, por meio de 
maior variedade de canais, muitos dos quais oferecem 
tempos menores de resposia e retorno. 
A competitividade e eficácia de indivíduos, organizações e sociedades depen-
dem cada vez mais de sua capacidade de processamento de informações e cria-
ção de conhecimentos, o que significa que existe uma maior preocupação com a 
competência dos indivíduos, organizações e sociedades em relação à comuni-
cação, processamento da informação e criação de conhecimentos. 
O gerenciamento da ínfonnação lida com a facilitação desse processamento 
de informações por meio, no sentido mais amplo dos termos, da criação e evolu-
ção de sistemas. A preocupação desses sistemas tem sido com a imposição de 
uma estrutura que lida com seleção, tempo, hierarquia e seqüência. Esses siste-
mas encontram-se em permanente revisão. Não se trata de um processo ou meio 
de processamento da informação que é substituído por outro, mas de uma diver-
sificação de sistemas, processos e tecnologias.Além disso, os caminhos do 
progresso e desenvolvimento são diferentes para diferentes disciplinas, indiví-
duos, organiza'ções e comunidades. Os gerentes de informação precisam saber 
criar sistemas que evoluam de modo eficaz num ambiente sujeito a rápidas 
mudanças. Se forem bem-sucedidos nesse desafio, a Visão para 2020, da Libra-
ry and Information Commission 1 (ver figura 1.2) tornar-se-á uma realidade. 
Existem, porém, inúmeros desafios que precisarão ser enfrentados e problemas 
; Comissão criada em 1995 pelo Department for Culture, Media and Sport, do Reino Unido, com 
o objetivo de assessorar o governo inglés em todas as questões do setor de bibliotecas e informa-
ção. No documento 2020 Vision, define sua posição quanto à importància dos serviços de biblio-
tecas e informação, o contexto de suas atividades e seu papel para estimular o governo a demons-
trar essa importància na economia, educaçao e política social. (N.T.} 
INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 13 
Governos, empresas e as pessoas darão alta prioridade à informação. 
O Reino Unido será uma sociedade que terá por base a informação/ 
conhecimento, atuando como usina de conhecimentos e eixo da eco-
nomia global da informação. 
Na economia global da informação o Reino Unido será um líder mun-
dial em matéria de conectividade, normas, desenvolvimento de conteú-
do, competência gerencial e mediação. 
A indústria e o comércio serão atividades caracterizadas pela apren-
dizagem mais intensiva de conhecimentos. 
Haverá uma economia da informação que capacita.rã os cidadãos ao 
exercício de seus direitos por meio de uma rede de centros de informa-
ção/ conhecimento que funcionarão como baluartes de acesso em su.a 
comunidade. 
Haverá um acervo bibliográfico digital, coordenado nacional e interna-
cionalmente, que abrangerá o conhecimento e a criatividade mUndial, 
e no qual o patrimônio do Reino Unido em matéria de propriedade in-
telectual estará disponível globalmente em formato digital. 
Conteúdo de valor agregado e conectividade universal garantirão a 
qualquer pessoa ter acesso desimpedido à informação/conh.~Cimento 
global. · :f 
As pessoas precisarão possuir aptidões diversificadas que lhe~rpermi-
tam ampliar seu potencial individual e coletivamente. ~~~ · 
Figura 1.2 A Visão para 2020 da Library and lnformation Comfnission 
Reflexão Com referência à figura 1.2, quais aptidões você'acha que 
as pessoas precisarão possuir, para poder ampliar seu po-
tencial individual e coletivamente numa era de informa~ 
ção? 
que precisarão ser solucionados ao se tratar de concretizar essa visão. São pro-
blemas relativos à estrutura do 1nercado da informação e uma gama de questões 
sociais ligadas ao acesso e à propriedade da informação. Tais questões serão 
abordadas nas duas seções seguintes. 
1.5 Mudanças nas funções do mercado 
Da mes1na forma que os sistemas de negócios ou comercialização existem num 
ambiente 1naior, também os contextos em que ocorre o gerencia1nento da infor-
mação podem ser situados num ambiente maior. Traçamos aqui um paralelo 
entre o ambiente da inform.ação e um ambiente de co1nércio ou negócios. Em-
bora as forças sociais, tecnológicas e políticas sejam importantes no ambiente da 
informação, os fatores que transcendem as fronteiras nacionais e internacionais 
14 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 
e são comprovadamente os mais importantes na determinação do acesso à 
informação, com todas as correspondentes ramificações sociais e políticas, são 
os do mercado. De fato, nos últimos anos, a maioria dos governos dos países 
desenvolvidos reconheceu a necessidade de criar infra-estruturas que garantam 
que suas indústrias sejam não apenas competitivas num mercado global, como 
também suas instituições do setor público se exponham às pressões do mercado. 
As questões de mercado desempenham, portanto, papel importante na deter-
minação do acesso à informação e no papel que os profissionais da informação 
desempenham na facilitação desse acesso. Que é o mercado da informação 
eletrônica? Schwuchow (1995) adverte que: "a própria definição do setor da 
informação é fluida. Na realidade, é muito dificil definir esse setor da atividade 
econômica devido aos drásticos avanços da tecnologia e a todas as fusões 
recentes nas indústrias de entretenimento, telecomunicações e informação". 
É importante, entretanto, que os profissionais da informação procurem 
compreender as principais características desse mercado, por mais indefiníveis 
e cambiantes que sejam seus limites. As questões mais candentes são a natureza 
da informação eletrônica como produto, a identificação dos segmentos do mer-
cado e os participantes e interessados que formarão a indústria, junto com ques-
tões outras, como, por exemplo, preço e distribuição tecnológica. As oportuni-
dades oferecidas por melhores sistemas de informação e comunicação eletrôni-
ca influíram na maneira como os negócios funcionam e estão tendo impacto 
tanto na coinunicação interna quanto na comunicação com os fornecedores e 
clientes. Por exernplo, as vendas feitas por meio da tecnologia da informação 
co1neçam a se consolidar com o aparecimento de quiosques multimídia, mar-
keting e comercialização de bases de dados na internet (Rowley 1995; Rowley 
199.6). A aplicação desses sistemas também estimula o impulso rumo a uma 
sociedade da informação. Todas as partes da indústria da informação, como 
mostra a tabela l.3, encontram-se na linha de frente dessas mudanças. Enquan-
to em outras organizações o gerenci.amento eficaz da informação é um meio para 
alcançar determinado fim, ou um produto interno que serve de apoio para o 
pessoal alcançar os objetivos organizacionais, o produto primário da maioria 
dos agentes da indústria da informação é o gerenciam.ente da informação, seja na 
forma de um serviço, como consultoria em gerenciamento da informação ou 
serviços. bibliotecários, seja um produto que proporciona informações acon-
dicionadas, como uma base de dados ou um cadastro impresso. 
A tabela 1.3 relaciona alguns dos principais participantes e interessados do 
processo trádicional de edição e descreve seus papéis em termos aplicáveis tanto 
a um ambiente baseado no impresso quanto a um ambiente eletrônico, em que o 
ambiente influencia tanto a maneira como o produto é criado, como, por 
exemplo, avaliação ou edição eletrônica de originais, quantq_ a natureza do 
produto final, como, por exemplo, uma enciclopédia multimidía. Em certos 
contextos algu1nas dessas funções podem ser fundidas, ou uma organização 
pode assumir mais de uma função .. Muitas das categorias de participantes e 
INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 15 
interessados podem ser divididas em outras subcategorias. Assim, na função de 
redistribuidor poderíamos também incluir centros nacionais de fornecimento de 
documentos, serviços cooperativos de empréstimo entre bibliotecas, serviços 
comerciais de fornecimento de documentos, separatas, e fornecedores de servi-
ços de notificação corrente. Cada categoria de participante/interessado oculta 
todo um setor de organizações que estarão preocupadas em se manter atuantes e 
desenvolver suas competências, gama de produtos e serviços e base de clientes, 
a fim de garantir uma posição no mercado em desenvolvimento. Já existe alguma 
concorrência nas funções de editora e distribuidora entre certas organizações, 
como a Microsoft e algumas empresas de telecomunicações. 
Tabela 1.3 Funções dos participantes/interessados no mercado da 
informação eletrônica 
Função Exemplo 
Produtores de conteúdo intelectual 
Controladores de conteúdo intelectual, 
no que tange a padrões de qualidade 
e adequabilidade 
As editoras estabelecem uma imagem 
da marca da empresa e atuam como 
interface entre produtores de conteú-
do intelectual e distribuidores 
Os distribuidores garantem que o docu-
mento/informação chegue até os 
clientes potenciais e se envolvem 
na promoção que for adequada 
Os conservadores guardam um exem-
plar de preservação para recuperação 
posteriorOs redistribuidores colocam documen-
toS ou informações à disposição de 
outros 
Usuários 
Autores, ilustradores, equipes d~ 
criação de multimídia '\!· .. 
Editores, avaliadores, crítiCl)s 
;. 
Editoras, gráficas, produtores de 
bases de dados -~-
·-. 
Agentes que fornecem pâ;~· biblio-
tecas, livreiros, sítios da Rede, ser-
viços de buscas em linha, serviços 
de videotexto, de audiotexto, dis-
tribuidores de cederrons 
Bibliotecas, colecionadores particu-
lares 
Bibliotecas, instituições de ensino 
que fazem cópias para estudan-
tes, consultores de informação 
Usuários individuais ou institucio-
nais 
Reflexão Relacione algumas das funções que o bibliotecário de uni-
versidade desempenha hoje em dia. Como tais funções se-
rão executadas num mundo que seja compatível com a Vi-
são para 2020 da figura 1.2? 
: 
··. 
...... 
~..;;..:_ 
INTRODUÇÃOA'TECNÕLOGIA DA INFORMAÇÃO ·.--· 16 
1.6 Desafios à sociedade da informação 
o·s sistemas de informação estão mudando a sociedade. O cenário mais radical 
da sociedade virtual, em que todas as comunicações são eletrônicas, e prácessos 
como teletrabalho, te\eaprendizagem e teleconferência ou mesma videoconfe-
rência substituem o contato real entre pessoas, terá implicações importantes na 
forma como os seres humanos satisfazem a necessidade de interagir un_s com os 
outros. Ade1nais, numa sociedade desse tipo, as tradições que se desenvolveram 
ao longo de séculos no que concerne às convenções que cercam os encontros 
com outras pessoas, a serendipidade relativa a novos contatos sociais e o 
emprego de comunicação não-verbal, tudo isso será posto à prova. A maioria de 
nós sentirá alívio ao perceber que essa nova era não surgirá da noite para o dia. 
Atualtnente, a informação e os sistemas de informação, bem como a comuni-
cação a isso inerente, vêm aumentando, graduahnente, seu impacto sobre a 
sociedade e os valores que €;Sposamos. As questões essenciais são: 
-clobalização 
Melhores teleco111unicações permitírão âs pessoas formar suas próprias cómu-
nidades independenteinente da localização geográfica. Isso ajuda a formação de 
grupos de pessoas que tenham interesses, políticas ou objetivos comuns. Nesse 
nível existe potencia\ para o desenvolvimento da aldeia global. Outra conse-
qüência da aldeia global é que melhores comunicações mudam os horizontes e 
expectativas de estilos de vida das pessoas. É provável que isso tenha impacto 
em outro aspecto da globalização: a econo1nia global. Há várias ca'racterísticas 
da economia global q'ue provavelinente se encontram num estado de evolução. 
Entre elas ternos: 
a diferenciação regional da econo111ia global 
a segmentação da economia global 
as fontes de competitividade nu1na econo1nia global. 
Mudanças nos padrões de emprego 
De início, a tecnologia da informação foi vista como algo que desafiava a ordem 
estabelecida no local de trabalho e como um meio de elin1inar tarefas rotineiras. 
Previu-se, portanto, que a introdução da tecnologia da informação seria o pre-
núncio de desemprego e 1nenos postos de trabalho. Isso provavelmente ocorreu 
em certa medida, mas o quadro geral não é assim tão simples. Uma conseqüên-
cia da era da informação foi abrir a concorrência global e acelerar o ritmo das 
mudanças. Os trabalhadores precísa111 adaptar-se a essas mudanças. Dá-se cada 
vez mais atenção a esque1nas flexíveis de trabalho e a u111a variedade de es-
quemas contratuais entre empregados e einpregadores. Quem espera encontrar 
um novo. einprego precisa assu111ir a responsabilidade de se 1nanter atualizado 
INTRODUÇÃO Á BIBLIOTECA ELETRÔNICA 17 
em termos de qualificações. Essas mudanças estão criando novas categorias, 
inclusive as dos que trabalham conectados a redes [networkers], dos que têm 
horário flexível [flexitimers] e dos desempregados. 
A empresa em rede 
A natureza das empresas está sujeita a mudanças. Assistiu-se a modificações no 
sentido de urna produção flexível, bem como o processo de trabalho entre em-
presas, com as correspondentes alianças estratégicas empresariais, tem tido um 
impacto de peso nos mercados, no emprego e nas economias nacionais. A 
tecnologia da informação aumentou a capacidade de as empresas formarem 
redes de negócios e emp!esas conectadas em rede. 
Ricos em informação, pobres em informação - ou quem paga pela infor-
mação? 
Existe o temor de que, à medida que o valor da informação obtenha reconhe-
cimento mais amplo e o acesso a ela se torne mais imediato, segmentos inteiros 
da sociedade ver-se-ão privados dela. Isso talvez nos faça retroceder ao concei-
to original de biblioteca pública, ou, nesse caso, biblioteca pública eletrônica! 
Propriedade intelectual e questões de direito autoral 
Estas são questões que não são estranhas às questões de mercado. Infonnação de 
qual~dade, seja textual, estatística ou multimídia, custa tempo, esforço e dinheiro 
para criar. Os produtores procuram recuperar seu investimento. No entanto, é 
difícil fazer com que seja respeitada a proteção ao direito autoral no caso de 
documentos eletrônicos. É muito fácil copiar ou importar partes de bases de 
dados. 
Segurança e proteção dos dados 
Alguns dados, inclusive, por exemplo, transações financeiras, dados relativos à 
segurança nacional e dados comerciais sigilosos, precisam ficar protegidos. 
Ademais, é com razão que nos preocupamos com os dados a respeito de nossas 
pessoas que são armazenados em inúmeras bases de dados. A proteção de dados 
preserva a privacidade do indivíduo. 
Padrões 
Essa é uma questão com a qual a iniústria de computadores tem-se debatido, 
incansavelmente, há muito tempo. Basicamente, se uma empresa importante 
pode obter un1a vantagem competitiva ela fará com que seuS padrões para uma 
nova tecnologia acabem tomando-se de facto os padrões para o resto da indús-
tria. Por outro lado, todas as partes reconhecem a necessidade de padrões. Este 
, 
' 
r 
18 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 
tipo de conflito entre mercado e poder, no que toca a padrões, provavehnente 
ocorre sempre que surge um novo avanço da tecnologia e pode até funcionar 
como um obstáculo à criação de uma comunidade totalmente em rede e que se 
intercomunique. 
Conservação e controle bibliográfico 
Há muito as bibliotecas lidam com a questão da conservação em caráter perma-
nente dos registros de informação. Os documentos eletrônicos suscitam vários 
problemas quanto à manutenção de um repositório permanente; podem ser di-
nâmicos e cambiantes, sendo relativamente fácil criar várias versões diferentes. 
Qual dessas versões deverá ser depositada no acervo destinado à preservação? 
É claro que é dificil decidir sobre o que constitui um documento; também é 
dificil manter o controle bibliográfico desses documentos. Outras questões 
pertinentes são: 
Quais dados devem ser arquivados em caráter permanente? 
Quais meios de armazenamento devem ser usados? 
Quanto tempo a base de dados durará sem sofrer deterioração? 
Como poderão as pessoas ter acesso a bases de dados mantidas em arqui-
vos permanentes? 
Se essas questões puderem ser encaminhadas satisfatoriamente, então o cenário 
da figura l .2 poderá vir a transformar-se em realidade em 2020. Do ponto de 
vista da tecnologia, esse modelo já é possível, embora não haja implementação 
que reúna todos os componentes dessa experiência. Antes que esse cenário se 
torne uma experiência compartilhada por comunidades inteiras, será preciso dar 
mais atenção às questões esboçadas nesta seção. De fato, a maneira como essas 
questões forem enfrentadas poderá determinar os limites, natureza, cultura e 
valores das co1nunidades virtuais emergentes. Co1no o demonstraram os últimos 
25 anos, isso levará tempo, e, à medida que tateamos rumo a essa miragem, 
surgirão visões alternativas e se comprovará que nossas projeções para o futuro 
fçiram em parte concretizadas. Ainda bem que o processo em si .é bastante 
interessante, não sendo preciso aguardar o fim da jornada! 
Reflexão Analise os problemas pertinentes à conservaçãoperma-
nente de: 
uma coleção de jornais impressos em papel 
uma coleção de jornais eletrônicos 
um vídeo de um programa de televisão 
informações empresariais como as que são apresen-
sentadas em sítios de empresas na Rede. 
INTRODUÇÃO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 19 
RESUMO 
Há inúmeras interpretações que se aplicam à expressão 'biblioteca eletrônica', 
porém este livro, na realidade, trata do caminho que nos leva à biblioteca ele-
trônica. Esta põe em relevo duas categorias principais de sistemas: os de geren-
ciamento de bibliotecas e os de recuperação da informação, como os sistemas de 
gerenciamento de documentos, serviços de busca em linha, cederrons e lnte~net. 
Ao longo dos últimos anos ocorreram inúm~ros aperfeiçoamentos desses s1st~­
mas, que hoje podem Ser considerados essenciais ao funcionamento das organi-
zações. A Visão para 2020 da library and lnformation Commission resume 
diretrizes sobre o desenvolvimento futuro, que acarretará mudanças nas funções 
de muitos dos participantes e interessados do mercado da informação. O avanço 
rumo à sociedade da informação será, porém, influenciado pela forma como 
vierem a ser enfrentadas questões como globalização, padrões, direitos de pro-
priedade intelectual, segurança e controle bibliográfico. 
QUESITOS DE REVISÃO 
O que você entende pela expressão 'biblioteca eletrõ"nica'? 
2 Quais são os principais sistemas de uma biblioteca eletrônica? 
3 Relacione os principais avanços que contr.ibuíram para a evolução 
da biblioteca eletrônica nos últimos 20 anoS. 
4 Quais os aspectos principais da visão para 2020 da Library and ln-
formation Commission do Reino Unido? 
5 Quais as principais funções dos participantes e interessados no mer-
cado da informação eletrônica? 
6 Quais os principais proble1nas a serem enfrentados na sociedade da 
informação? 
ESTUDO DE CASO DE IMPLEMENTAÇÃO: DE MONTFORT UNIVERSITY 
Definição de biblioteca eletrônica 
Quando nós, da De Montfort University, concebemos o projeto ELINOR para 
nosso campus novo, em Milton Keynes, em 1991, sugerimos a definição de 
'um ambiente de ensino e aprendizagem para o ensino superior em que a 
informação fosse conservada principalmente em formato eletrônico'. 
Esse foi o primeiro projeto de biblioteca eletrônica da Grã-Bretanha e em 
grande parte estávamos envolvidos em pesquisas teóricas. Era uma hipótese 
de trabalho que precisava ser flexível e não muito detalhada, pois estávamos 
lidando com muitas variáveis em todas as áreas pertinentes da tecnologia, 
indústria editorial, direitos autorais, gerenciamento da informação e ques-
tões concernentes aos usuários. Nossa cautela era justificável. Embora nossa 
visão e estratégia fossem totalmente confirmadas pelos avanços em matéria 
de biblioteca eletrônica e outras iniciativas no mundo inteiro, muitos aspec-
,-;;_, 
20 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 
tos práticos não poderiam ser previstos. Seis anos depois aprendemos muito 
e a Internet e a World Wide Web desenvolveram-se muito além do previsto. 
Desde nosso primeiro projeto EUNOR, que lidava com métodos de processa· 
menta de imagens de documentos, temos trabalhado com imagens gráficas 
e recuperação (ELISE 1) SGML (ELSA) PDF (Phoenix). No ELISE 11 trabalhamos 
com pacotes de vídeo, áudio e multimídia no contexto da biblioteca eletrô-
nica. Aprendemos e estimulamos desenvolvimentos no licenciamento de 
produtos eletrônicos, em questões e interfaces concernentes aos usuários, e 
avançamos em matéria de normas, principalmente a Z39.50 para imagens. 
Para se chegar a uma definição é útil admitir q·ue a biblioteca eletrônica 
não se refere à automação da biblioteca. Não se trata apenas da Internet, 
pois todos concordam que a Internet é anárquica. Não se trata de conjuntos 
de dados secundários. Tudo isso são aspectos ou componentes pertinentes, 
porém a característica necessária e suficiente da biblioteca eletrônica é ser 
formada por material primário essencialmente em formato eletrônico. Em 
1995 aperfeiçoamos nossa definição de modo a levar em conta as pesquisas 
realizadas e chegamos ao seguinte: 'um ambiente administrado de materiais 
multimídia em formato digital, destinado a beneficiar a população de usuá-
rios, estruturado para facilitar o acesso a seu conteúdo e equipado com 
recursos de auxílio à navegação na rede global'. 
Não esperávamos que nossa definição tivesse vida longa, mas por 
enquanto parece que ela vem resistindo bem. 
Biblioteca eletrônica e biblioteca virtual 
Na De Montfort University acabamos de concluir uma extensão da 
Kimberlin Library construída na década de 1970. São 4 000 m' de área, com 
600 lugares para leitores devidamente ligados à rede de comunicações, sem 
acomodação para livros. Acha-se em desenvolvimento a instalação de uma 
biblioteca digital que utiliza um supercomputador IBM SP 2, para fornecer 
produtos eletrônicos a essa nova extensão e a outros campi descentralizados 
da universidade. De certa maneira, poder-se-ia alegar que essa é uma 
verdadeira biblioteca eletrônica, mas, por outro lado, talvez ainda demore 
até que a maior parte das informações seja fornecida aos estudantes em 
formato eletrônico. Com certeza estamos um tanto distantes de gastar mais 
com informação eletrônica do que com produtos impressos. 
Num contexto universitário é claro para mim que espaço para informa-
ção e estudo será sempre importante, mesmo que surja um substancial 
mercado novo para ensino à distância no lar ou no local de trabalho. A 
biblioteca como espaço conducente ao ensino é importante para os 
estudantes, ainda que esteja repleta de computadores, não de livros. A 
biblioteca eletrônica, portanto, é urna biblioteca, que atende à definição 
formulada acima, mas que está ligada a um espaço físico ao qual as pessoas 
recorrem em bu$ca de serviços fornecidos de forma eletrônica. 
INTRODUÇÀO À BIBLIOTECA ELETRÔNICA 21 
A biblioteca virtual, porém, não implica localização física, seja para o 
usuário final, seja para a fonte. O usuário pode acessar a informação a partir 
de qualquer ponto e a informação estar em qualquer lugar. Há um sentido 
de aleatoriedade, pois é irrelevante para o usuário saber onde a informação 
é mantida. 
Para mim, portanto, a biblioteca virtual independe de local, é acessada 
e fornecida pelas redes de comunicações, enquanto a biblioteca eletrônica 
pode ser visitada fisicamente pelo usuário. A biblioteca virtual, é claro, pode 
ser oferecida pela biblioteca eletrônica, mas a recíproca não é verdadeira. 
É discutível se tal distinção é importante ou só interessa aos puristas. 
Espero que a maioria continue usando essas denominações indiscriminada-
mente. 
A visão 
Bem, depende. A biblioteca de uma indústria farmacêutica, em 2005, será 
bem diferente de uma biblioteca-ramal de bairro, mas, como exemplo, veja-
mos a biblioteca de uma universidade nova de tamanho médio, com cerca 
de 10 000 estudantes, cuja receita se deve ao ensino 180%1 e à pesquisa 
(20%). O cenário seguinte é bastante viável: 
Todos os recursos didáticos para cursos, materiais de apoio, vídeOs, si-
mulações e textos importantes são mantidos na biblioteca eletrônica. 
2 Os programas universitários são ministrados basicamente por m.eio de 
métodos baseados em recursos pedagógicos e centrados no estudante. 
3 A biblioteca faz parte do consórcio da biblioteca nacional digita'! e, por 
intermédio desta, da biblioteca global digital. 
4 O quadro de empregados compõe-se de pessoal de apoio pedagógico, 
com múltiplas habilitações, abrangendo conhecimentos em informa-
ção, tecnologia da informação e competência acadêmica. 
5 O tempp de acesso à informação/estudo por estudante é 70% eletrônico 
e 30o/o impresso. 
6 O espaço.da biblioteca é composto de 70% de espaço de estudo ligado 
à rede de telecomunicaçóes e 30% de acervo de livros. 
7 As despesas são 70% com recursos eletrônicos e 30% com impressos. 
8 O uso é controlado com cartões inteligentes que permitem ao usuário 
acessar serviços gratuitos no ponto de uso e também serviços pagos.9 Todos os dormitórios estudantis são ligados à rede de telecomunicações. 
1 O Todos os serviços são acessíveis de casa, do local de trabalho e de biblio-
tecas públicas. 
Mel Collier 
De Montfort University 
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22 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 
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2 
Equipamento 
OBJETIVOS 
Os computadores compreendem cinco componentes: 
equipamento- os componentes físicos visíveis dos computadores 
programas -instruções colocadas no equipamento para informá-lo sobre como 
resolver um problema ou executar determinada tarefa 
redes, que interligam os computadores de modo que possam comunicar-se en-
tre si 
bases de dados - a forma como os dados são mantidos nos computadores 
pessoas, que utilizam e projetam os computadores. 
Este capítulo focaliza a configuração básica de um computador e seus componentes. Ao 
término deste capitulo você terá: 
compreendido a função dos componentes básicos do computador 
conhecido a importância da unidade central de processamento ou processador 
para se definir o processador do sistema 
conhecido os dispositivos externos de armazenamento 
conhecido a variedade de dispositivos de entrada de dados e do contexto em 
que cada um deles é apropriado 
conhecido a variedade de dispositivos de saída e impressoras 
conhecido os diferentes modos de processamento. 
2.1 Introdução 
Para compreender os sistemas que serão descritos 1nais adiante é preciso co-
nhecer um pouco sobre o equipamento básico ou co1nponentes fisicos dos com-
putadores. Este capítulo contém uma breve visão dos principais componentes 
desses siste1nas. Começa examinando a configuração básica do computador e 
em seguida trata de seus componentes de modo mais minucioso. A configura-
ção básica descrita abaixo aplica-se igualmente a todos os tipos de computador, 
sejam eles de grande porte, 1ninicon1putadores ou microcomputadores. As dife-
renças entre esses tipos de siste1Tias são resumidas no capítulo seguinte. Este 
capítulo termina com uma breve revisão dos modos de processamento. 
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EQUIPAMENTO 25 
2.2 A configuração básica do computador 
O computador aceita dados como entrada, processa.os e, como saída, produz 
dados. Estes, durante o processamento, são armazenados. O processamento é 
controlado por uma seqüência de instruções- o programa - que ficam arma-
zenadas no computador. Os componentes básicos do computador abrangem, 
portanto, os dispositivos de entrada, o processador, os dispositivos auxiliares de 
armazena1nento e os dispositivos de saída, que se combinam entre si na forma 
mostrada na figura 2.1. 
dispositivo 
de entrada 
dispositivos externos de armazenamento 
{ou armazenamento auxiliar) 
(ou armazenamento secundário de dados) 
processador 
inclusive 
unidade aritmética e lógica 
unidade de controle 
memória principal 
dispositivo 
de saída 
Figura 2 .. 1 Configuração básica do computador 
Funções dos componentes de um computador 
Cada um dos vários componentes do computador desempenha funções especí-
ficas, que podem ser assim resumidas: 
Os dispositivos de entrada aceita1n dados, que convertem para uma forma le-
gível por computador e transinitem para a unidade processadora, a qual com-
preende unidade de controle, unidade aritmética e lógicae memória principal. 
Suas funções são: 
A unidade de controle decodifica e executa instruções do programa, con-
trola e coordena os movimentos dos dados no processador, e entre este e 
outros componentes do computador. 
2 A unidade aritmética e lógica executa operações aritméticas e opera-
ções lógicas. 
3 A memória principal armazena programas durante sua execução, armazena 
dados que esteja1n sendo usados pelo programa corrente, e armazena o sis· 
tema operacional, que controla o funcionamento do computador. 
4 A memória secundária ou auxiliar mantém um registro permanente de 
dados e progra1nas, armazena o programa e os dados que estejam sen-
do processados, se a memória principal não os coinportar, e serve de dispo· 
sitivo de entrada e saída se estiverem em formato legível por computador. 
----,.,,.,....'-~.~ 
26 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 
5 Os dispositivos de saída aceitam dados procedentes do processador e os 
convertem para o fonnato de saída desejado. 
Hoje em dia, o computador raramente é constituído de uma só máquina, mas de 
um grupo de máquinas interligadas que são usadas para executar certas tarefas. 
Num ambiente de rede, o usuário pode ter acesso a inúmeros processadores, 
impressoras e outros periféricos. Mesmo na configuração de um único compu-
tador isolado, onde só existe um processador, os usuários podem ter a opção de 
ligar uma variedade de periféricos, inclusive, por exemplo, uma unidade de ce-
derrom ou dois tipos diferentes de impressora. A combinação particular de 
equipamentos a que um usuário pode ter acesso é conhecida como configuração 
do computador. Sistemas pequenos são muitas vezes comprados como um 
pacote completo. A figura 2.2 mostra a especificação típica de um microcom-
putador multimídia. Note que ela inclui uma unidade de cederrom, uma placa de 
som, placa de gráficos e um modem interno. 1 
Em seguida, tratamos de alguns dos dispositivos que se enquadram em cada 
uma dessas categorias e examinamos alguns dos critérios a serem levados em 
conta quando da seleção dos vários componentes. Dispositivos e configurações 
diferentes são apropriados para tipos diferentes de aplicações e isso, em certa 
medida, responde pela variedade de opções disponíveis. 
Processador Intel Pentium li P300 
Conjunto de chips Intel 440FX 
Placa-mãe Form Factor 
RAM de 64 MB EDO 
Unidade de cederrom de 24 x 
Unidade de disco rígido de 5,25 GB 
Unidade de disco flexível de 3,5 polegadas/1,44 MB 
Exabyte Eagle Nest (IDE) 
Placa de som de 16 bits 
Memória cache pipeline burst de 512 K 
Placa de gráficos de 8 MB 
Modem interno de 56 K 
Teclado PS2 e mouse 
Gabinete minitorre 
Windows95 
Garantia de 12 meses (disponível por três anos no endereço do cliente) 
Figura 2.2 Exemplo de especificação de uma estação de trabalho com 
microcomputador 
1 A velocidade com que evolui a tecnologia da informação exige a leitura atenta dos dados relativos 
às características de equípamentos, sistemas operacionais e programas, pois os recursos atuais 
podem haver superado os limites que eram comuns no momento da redação do texto. Para dados 
atuais, recomenda.se a consulta a fornecedores ou especialistas. (N.T.} 
EQUIPAMENTO 27 
2.3 O processador 
O processador varia de um sistema para outro, embora todos os processadores 
possuam três componentes: a memória principal, a unidade aritmética e lógica e 
a unidade de controle. A seguir examinaremos cada um desses componentes. 
A memória principal, também chamada memória de acesso imediato ou 
memória de acesso direto, annazena o sistema operacional. Também armazena 
dados e programas enquanto estão sendo utilizados. A memória principal ba-
seia-se em microprocessadores de silício, que empregam técnicas de integração 
em grande escala. Um microprocessador é um pequeno quadrilátero de material 
semicondutor que contém centenas de milhares de circuitos eletrônicos. Cada bit 
presente no microprocessador mantém-se numa célula individua[ de dois esta-
dos que pode, portanto, conter um zero ou a unidade. É possível escrever em 
cada célula individualmente e ler o que ali está escrito. O tenno \ILSI [very large-
scale integration (integração em escala muito grande)] é empregado para 
identificar microprocessadores de mais de um milhão de bits. 
A memória divide-se em áreas separadas de armazenamento, cada uma das 
quais dispõe de um endereço e guarda determinada quantidade de bits de 
informações. 
Cada célula consiste num dispositivo de dois estados capaz de conter a uni-
dade ou um zero. É preciso, portanto, empregar um grupo de células para arma-
zenar símbolos como números ou letras. As diferentes combinações de valores 
nas células de um grupo serão, assün, empregadas para representar diferentes 
símbolos. O capítulo 4 examina os códigos que são usados para que símbolos 
possa1n ser armazenados. 
Há três tipos de microprocessador de memória: RAM, ROM e PROM. As R.Mis, 
ou microprocessadores de meinória de acesso aleatório, são usadas para gravar 
programas e dados que serão armazenados temporariamente. Dados novos po-
dem ser gravados sobre dados existentes. Os dados se conservam como estados 
elétricos temporários nos 1nicroprocessadores. O conteúdo da RAM desaparece 
ao se deslig.ar a máquina, por isso se diz tratar-se de uina memória volátil. Cada 
computador possui uma quantidade diferente de RAM. A RAM é importante para 
determinar a potência do processador. A quantidade de RAM exigida para dife-
rentes aplicações vem aumentando, à 1nedida que surgem programas mais 
complexos que exigem maiores RAMs para que possam rodar com eficiência. 
Alguns computadores também empregam memórias apenas de leitura ou 
ROM, as quais armazenam os dados de modo permanente, e os dados nelas 
registrados no 1nomento da fabricação do computador não podem ser alterados. 
Às vezes são e1npregadas para o armazenamento de programas usados com 
freqüência, além do sistema operacional, de modo que não precisam ser 
carregados a partir de uma memória secundária. 
Os PROMs são memórias programáveis apenas de leitura. São não-voláteis, 
porém o usuário pode a\teqi.r os itens nelas presentes, se necessário, por meio de 
28 INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 
um gravador PROM. Uma EPROM é uma PROM apagável, isto é, podem ser 
apagados os padrões de bits na PROM. 
Além da RAM, os computadores podem utilizar memória virtual. Se a RAM 
for muito pequena para armazenar um progra1na grande, partes dele serão ar-
1nazenadas em memória virtual e trazidas para a memória principal sempre que 
necessário. Em geral, o armazenamento viÍtual tem a forma de uma memória 
auxiliar, como um disco magnético. 
Reflexão Explique as diferenças entre ROM e RAM. 
A unidade aritmética e lógica realiza operações lógicas e aritméticas. Por 
exemplo, talvez seja preciso realizar alguns cá leu tos para obter o total de mul-
tas aplicadas pela biblioteca, ou (nu1n sistema de recuperação) recuperar todos 
os registros que possuain data de publicação posterior a 6.1.1997. A unidade 
aritmética e lógica consiste em várias localizações de armazenamento chama-
das registradores, que se destinam a armazenar dados antes, durante e depois da 
execução de uma instrução de prograina que envolva u1na operação aritmética 
ou lógica. 
A unidade de controle é o centro nervoso do computador. Exerce controle 
sobre o funcionamento do sistema. Decodifica e executa instruções de progra-
mas, uma a u1na, e controla e coordena os 1novimentos dos dados no processa-
dor e entre este e outros componentes do computador. 
O processador trabalha a uma velocidade n1uito maior do que a de um peri-
férico, como un1a impressora. A unidade de controle garante que o processador 
envie uma mensagem de impressão para a impressora, continue trabalhando 
enquanto esta imprime, e e1n seguida envie dados adicionais a serem impressos 
depois que a impressora tiver tenninado o primeiro trabalho. 
Os melhoramentos introduzidos na arquitetura do processador são funda-
1nentais para o desenvolvi111ento de

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