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DISCIPLINA: História, Política, Economia e Cultura no Século XX TEMA: Os movimentos feministas dos anos 1960 e 1970 OBJETIVO: Criar uma tela no Padlet abordando um episódio específico dos movimentos feministas dos anos 1960 e 1970 e relacionando com a realidade atual das mulheres da sua localidade COMPETÊNCIA: - Compreender o contexto social e político da Guerra Fria, a partir da perspectiva dos movimentos sociais e de questionamento do status quo - Conhecer os movimentos feministas que se consolidaram nas décadas de 1960 e 1970; - Identificar elementos de aproximação e de distanciamento entre os movimentos sociais (sobretudo o feminismo e o movimento negro) desse contexto; EXPERIMENTE E PRODUZA: A Guerra Fria é constantemente lembrada pelo conflito entre as duas superpotências: EUA e URSS. E não por acaso, pois é o processo hegemônico do pós Segunda Guerra Mundial. Contudo, o mundo não se resumia somente a esses dois países e suas influências. O mar da História é muito mais agitado. Assim, nas décadas seguintes da guerra vimos inúmeras contestações e questionamentos sobre o status quo estabelecido, desde os processos de independência das ex-colônias europeias na Ásia, África e parte da América, até os movimentos sociais de juventudes, dos movimentos negros, dos direitos civis nos EUA, da contracultura e também dos feminismos. Sobre os últimos que vamos nos deter na Atividade Prática Locorregional. A partir dos anos 1960, houve o que muitas pesquisadoras denominam de Segunda Onda do Feminismo, com um ressurgimento mais intenso dos movimentos das mulheres – essa perspectiva considera a Primeira Onda como a do movimento sufragista na virada do século XIX para o XX – que havia se enfraquecido durante o entreguerras. Sabemos que essa é uma das categorizações possíveis para analisarmos os feminismos, outras são possíveis, mas optamos aqui por essa por seu caráter didático. Lembrando sempre que as “ondas” não são completamente independentes entre si, pelo contrário, é importante pensá-las a partir de permanências e rupturas e na relação de cada uma com o seu próprio contexto histórico. Além disso, tentar descentralizá-las em termos territoriais, não focando somente na Europa e nos EUA. Um marco importante desse movimento é a publicação ainda em 1949 da famosa obra O Segundo Sexo de Simone de Beauvoir. Foi o alicerce do feminismo dos anos 1950 e das obras mais lidas entre as feministas universitárias que serão decisivas TOM ANDRADE - ASSESSORIA ACADÊMICA APOL, PROVA ON-LINE, PROJETO, TCC, SLIDE, ESTUDO DE CASO PORTFÓLIO, ATIVIDADE PRÁTICA LOCORREGIONAL, RELATÓRIO, PAPER PRODUÇÃO CONCEITUAL, ROTEIRO PARA APRESENTAÇÃO DE TCC E OUTROS WHATSAPP: (84) 98893-0417 nessa Onda – a entrada massiva de mulheres na universidade nesses anos impulsionou também os feminismos e mudou a própria realidade das universidades, das pesquisas e da Ciência. Outro ponto relevante é o questionamento das estruturas patriarcais tradicionais, que envolvia diretamente a família, a relação entre homens e mulheres, estabelecida historicamente de maneira desigual, e aos papéis de gênero estabelecidos. De tal modo, as feministas contestaram o papel da mulher restrita à esfera doméstica e à maternidade, os padrões de beleza estabelecidos (destacando aqui também o caráter racista desse padrão, pois era fundamentalmente branco), a divisão sexual do trabalho e empreenderam uma defesa pelos direitos sexuais e reprodutivos. Havia também uma crítica e, até certo ponto, uma ruptura com outros movimentos de contestação, como a Nova Esquerda e a contracultura, pois as mulheres também eram subalternizadas ou marginalizadas nesses espaços e sentiram a necessidade de consolidar um feminismo autônomo. Além disso, existia uma preocupação em transformar o espaço privado, identificado como um dos centros da dominação patriarcal. É disso que surge o famoso mote: “O pessoal é político!”. As principais ações diretas desses grupos feministas eram os protestos públicos, o desenvolvimento de grupos de autoconsciência, a criação de centros alternativos de ajuda. Contudo, esse feminismo não passou incólume a críticas. A ausência da diversidade foi a principal delas – inclusive, porque muitas dessas feministas eram mulheres brancas de classe média e universitárias, ou seja, com uma experiência de vida bastante específica. A suposta “experiência comum” de todas as mulheres escamoteava a heterogeneidade das experiências. A categoria mulher, amplamente utilizada nesse contexto, acabou reproduzindo uma universalidade que era criticada justamente pelas feministas com relação a existência de um suposto sujeito universal – quando na realidade, esse sujeito era homem, branco, ocidental. Assim, onde estavam as mulheres negras, LGBTS, indígenas, não-ocidentais? Por isso, é importante pensar em feminismos e não apenas em um feminismo homogêneo e que daria conta de toda a complexidade do movimento e de suas discussões e experiências. Dentro de todo esse contexto que abordamos brevemente, surgiram inúmeros coletivos, protestos, debates, eventos etc. Destacamos dois aqui. O primeiro é o coletivo de mulheres negras, o Combahee River, constituído em 1974 na cidade de Boston nos EUA. O coletivo buscava construir uma luta feminista e antirrascista e articulou inúmeras ações e debates durante seus anos de existência. Foi pioneiro em pensar a articulação do que elas denominavam “opressões”, pois, conforme afirmavam, elas estavam “ativamente comprometidas com a luta contra a opressão racial, sexual, heterossexual e de classe” e acreditavam que “os principais sistemas de opressão estão interligados”. Em 1977, elas lançaram o seu próprio Manifesto, no qual expuseram seus posicionamentos, sua história e as ações que faziam e pretendiam fazer. Figura 1: as três fundadoras do Combahee River, Baraba Smith, Beverly Smith e Demita Fraizer. Fonte: https://youtu.be/ruH3CzwTslA Outro momento relevante dos movimentos feministas nesse contexto se relaciona com o Miss America. O Miss America era o concurso de beleza dos EUA, que ocorria em Atlantic City desde 1921, e escolhia a Miss daquele país. Em 1968, dois protestos marcaram a realização do concurso, demonstrando pontos de contato entre o movimento feminista e o movimento negro. O Miss America por muitos anos declarou explicitamente que todas as participantes deveriam ser brancas. Naquele ano, o National Association for the Advancement of Colored People (NAACP) pressionou os organizadores para que participantes negras também fossem aceitas – as leis segregacionistas dos EUA haviam sido extintas em 1965 –, mas a organização justificou que não haveria tempo hábil para inscrevê-las, graças aos concursos estaduais. Assim, Philip Savage, militante, e J. Morris Anderson, empresário, resolveram organizar um concurso de beleza, também em Atlantic City, em que todas as participantes fossem negras: o Miss Black America e explicitando uma crítica à discriminação do Miss America e ao seu padrão de beleza somente branco. https://youtu.be/ruH3CzwTslA Figura 2: Saundra Williams coroada Miss Black America. Disponível em: https://www.wgbh.org/news/local-news/2018/09/07/protesting-miss-america-but-not-in-two-part- harmony O outro protesto enfrentado foi o No More Miss America (em tradução livre: Basta de Miss America), que juntou várias feministas de diferentes movimentos e regiões dos EUA para protestar na frente do centro de convenções, onde ocorria o concurso. A manifestação se tornou um marco importante do feminismo, inclusive, com o mito de que elas queimaram sutiãs. Essas mulheres estavam protestando contra o padrão de beleza opressivo e imposto e as consequências disso, como a diminuição da mulher ou a sua valorização somente ligada ao fator estético, a discriminação baseada na idade, a impossibilidade da mulher ocupar outros espaços nasociedade, o racismo do concurso. Elas publicaram um artigo no New York Free Press convocando as mulheres para a manifestação e listaram os objetivos do movimento1 e também fizeram um videodocumentário sobre o protesto chamado Up Against the Wall Miss America (em tradução livre: contra a parede, Miss America)2. Conhecer essas histórias nos auxilia a perceber a importância dos movimentos sociais para as transformações e avanços que ocorrem nas sociedades. E precisamos de pesquisas que se aprofundem nesses eventos. A proposta desta atividade prática segue nessa direção. Escolher um desses eventos (ou a organização do Combahee River ou os protestos que marcaram o Miss America em 1968) e pesquisar mais sobre, apresentando os resultados dessa pesquisa em um formato atrativo. A divulgação 1 Caso queira ler, há a íntegra do texto aqui: https://www.cliohistory.org/fileadmin/files/click/Classroom/Feminist_Activism/No_More_Miss_Americ a_Press_Release.pdf . Infelizmente, sem tradução para o português. 2 Caso queira assistir: https://rozsixties.unl.edu/items/show/836 . Infelizmente, não há legendas disponíveis. https://www.wgbh.org/news/local-news/2018/09/07/protesting-miss-america-but-not-in-two-part-harmony https://www.wgbh.org/news/local-news/2018/09/07/protesting-miss-america-but-not-in-two-part-harmony https://www.cliohistory.org/fileadmin/files/click/Classroom/Feminist_Activism/No_More_Miss_America_Press_Release.pdf https://www.cliohistory.org/fileadmin/files/click/Classroom/Feminist_Activism/No_More_Miss_America_Press_Release.pdf https://rozsixties.unl.edu/items/show/836 científica atualmente é fundamental para a ciência, em geral, e as Ciências Humanas, em específico. Assim como a utilização de ferramentas digitais, como o Padlet. Com base nas informações dadas e nas leituras indicadas em MATERIAIS DE APOIO, você deve produzir uma tela no Padlet, seguindo esse passo-a-passo: Passo 01: Escolha um dos eventos relacionados aos movimentos feministas dos anos 1960 e 1970 elencados acima: ou o Combahee River ou os protestos contra o Miss America em 1968 Passo 02: Leia os materiais de apoio e pesquise em outros trabalhos acadêmicos sobre o evento escolhido Passo 03: Com base na sua pesquisa, responda às seguintes perguntas: 1. O que era o Combahee River? / O que foram os protestos contra o Miss America? 2. O que elas defendiam e quais eram os objetivos? 3. Qual a história desse movimento? 4. Quais foram as dificuldades enfrentadas? 5. Qual a importância dessa atuação para o movimento feminista? 6. Cite uma ou mais mudanças que o movimento feminista gerou para sua localidade. Passo 04: Apresente a sua pesquisa e as suas respostas no formato de tela do Padlet. Veja no tutorial como fazer isso no Padlet. Lembre-se de ser criativo e tornar o produto atrativo. É obrigatório postar ao menos uma imagem do movimento na sua tela. Passo 05: Salve seu Padlet como imagem (basta clicar em Compartilhar e Exportar e depois em Salvar como imagem) e insira no Template indicado. Faça o mesmo com o link do seu padlet. Veja exemplo de uma tela do Padlet a seguir. MATERIAIS DE APOIO: Caso o estudante e/ou grupo desejar poderá ampliar a compreensão teórica e prática do tema a partir das seguintes indicações: GRALAK, M. M. ; SCOZ, E. G. "A coroa irrelevante no trono da mediocridade" : uma análise de gênero e raça sobre os concursos Miss America e Miss Black America de 1968. PET HISTÓRIA, 2018. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1L8L9HlHSBihWUYjZg6SoC4_2SU9HoEbD/view Combahee River, C., Pereira, S., & Gomes, L. S. (2019). Tradução: Manifesto do Coletivo Combahee River. Plural, 26(1), 197-207. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/plural/article/view/159864/154434 FALQUET, Jules. História do Coletivo Combahee River. Lutas Sociais, v. 22, n. 40, 2018. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/ls/article/view/46660 Tutorial Padlet: criando murais. Disponível em: https://inovaeh.sead.ufscar.br/wp- content/uploads/2019/04/Tutorial-Padlet.pdf https://drive.google.com/file/d/1L8L9HlHSBihWUYjZg6SoC4_2SU9HoEbD/view https://www.revistas.usp.br/plural/article/view/159864/154434 https://revistas.pucsp.br/index.php/ls/article/view/46660 https://inovaeh.sead.ufscar.br/wp-content/uploads/2019/04/Tutorial-Padlet.pdf https://inovaeh.sead.ufscar.br/wp-content/uploads/2019/04/Tutorial-Padlet.pdf NO QUE CONSISTE A ATIVIDADE PRÁTICA LOCORRREGIONAL? A atividade prática locorregional é uma metodologia de pesquisa e prática, considerando o macro e o micro territorial para o desenvolvimento da aprendizagem do estudante e da comunidade em seu entorno. A referida atividade apropria- se de diferentes instrumentos de avaliação na perspectiva de competências, com etapas soft e hard skills. Com a criação de uma cultura maker (faça você mesmo), ou seja, tenha atitude, o estudante é colocado como protagonista de sua transformação individual e social. O QUE COMPREENDEMOS POR COMPETÊNCIA? Incorporação permanente de práticas a partir do conceito de competências. Conforme consta no Glossário INEP: Uma competência caracteriza-se por selecionar, organizar e mobilizar, na ação, diferentes recursos para enfrentamento de uma situação-problema específica. Para concretizar o conceito de competências, demonstramos a seguir o acróstico C.H.A.V.E e sua relação com os Quatro Pilares da Educação: C = CONHECIMENTO Compreender a ciência/epistemologia a partir de diferentes pesquisadores e tempos históricos. Aprender a aprender H = HABILIDADE Aplicar o conhecimento produzido em seu contexto individual, social e profissional. Aprender a fazer A = ATITUDE Protagonizar ações. Aprender a ser V = VALORES Relembrar e refazer os valores humanos que orientam uma vida em sociedade, amparados em: Respeito, Empatia, Solidariedade, Cordialidade, Educação, Justiça, Honestidade, Humildade e Responsabilidade Aprender a ser e Aprender a conviver E = EMOÇÕES Responsabilizar com autogestão, amabilidade, engajamento com os outros, resiliência e abertura para o novo. Aprender a ser e Aprender a conviver QUAIS SÃO OS FUNDAMENTOS DA ATIVIDADE PRÁTICA LOCORREGIONAL? 1. Competências essenciais: 1.1 Comunicação na língua materna; 1.2 Comunicação em língua estrangeira; 1.3 Competência matemática e competências básicas em ciências e tecnologia; 1.4 Competência digital; 1.5 Aprender a aprender; 1.6 Competências sociais e cívicas; 1.7 Espírito de iniciativa e empresarial; 1.8 Sensibilidade e expressão cultural. 2. Engajamento de atividades para o desenvolvimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS); 3. Inclusão de soft e hard skills; 4. Conjugar epistemologia e prática. ESPERAMOS QUE O ESTUDANTE CONSIGA COMPREENDER: OS FATOS: identificar “situações-problema” ocorridas em diferentes cenários que geram uma odisseia de dados, podendo ser analisados e interpretados a partir de múltiplos olhares. AS OPORTUNIDADES: realizar o movimento AÇÃO – REFLEXÃO – AÇÃO (prática reflexiva), tecendo relações entre a região em que vive (micro) e o global (macro). QUAIS FUNDAMENTOS: aplicar práticas em diferentes realidades a partir do estudo da teoria. E O APRENDIZADO: produzir diferentes produtos que retratem sua aprendizagem. EM QUAIS DISCIPLINAS ACONTECEM A ATIVIDADE PRÁTICA LOCORREGIONAL? História e historiografia da antiguidade oriental Arqueologia História e historiografia medieval oriental Recursos audiovisuais em história História e historiografia da escravidão História, política, economia e cultura do século xx História, política, economia e cultura no século xix História e historiografia do brasil república História e historiografia do brasil colonial Questão indígena no brasil: uma perspectiva histórica História e historiografia da américa contemporânea Relações entre história e sociologiaA ATIVIDADE PRÁTICA LOCORREGIONAL FAZ PARTE DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO? QUANTO REPRESENTA NA MÉDIA? Sim, faz parte do sistema de avaliação e corresponde 40% da média. Cada atividade prática possui especificidade, tanto na parte teórica, prática e apresentação. Preste atenção nas instruções da disciplina. • Individual ou em grupo de até 4 integrantes; • Para formar grupos, os alunos devem ser do mesmo polo e da mesma disciplina, indiferente da oferta e do curso; • No caso de grupo, apenas um dos alunos realiza a postagem do trabalho PRODUÇÃO e adiciona o número do RU dos colegas; • O período de realização inicia na 2ª semana de aula e finaliza na última semana de provas regulares da fase; • A atividade prática locorregional é disciplinar e leva em conta os conhecimentos adquiridos na disciplina; • A produção deve obrigatoriamente ser postada no AVA.
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