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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA TRADUÇÃO BRENNO BARROS DOUETTES A TRADUÇÃO NA CRIAÇÃO DE SINAIS-TERMOS RELIGIOSOS EM LIBRAS E UMA PROPOSTA PARA ORGANIZAÇÃO DE GLOSSÁRIO TERMINOLÓGICO SEMIBILÍNGUE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Florianópolis 2015 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA TERMOS RELIGIOSOS EM LIBRAS E UMA PROPOSTA PARA OSSÁRIO TERMINOLÓGICO 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA TRADUÇÃO Brenno Barros Douettes A TRADUÇÃO NA CRIAÇÃO DE SINAIS-TERMOS RELIGIOSOS EM LIBRAS E UMA PROPOSTA PARA ORGANIZAÇÃO DE GLOSSÁRIO TERMINOLÓGICO SEMIBILÍNGUE Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Programa de Pós- graduação em Estudos da Tradução da Universidade Federal de Santa Catarina como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Estudos da Tradução. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ronice Müller de Quadros. Co-orientadora: Prof.ª Dr.ª Sandra Patrícia de Faria do Nascimento. Área de Concentração: Processos de Retextualização. Linha de Pesquisa: Lexicografia, Tradução e Ensino de Línguas. Florianópolis 2015 2 Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, por meio do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC. Douettes, Brenno Barros A tradução na criação de sinais-termos religiosos em libras e uma proposta para organização de glossário terminológico semibilíngue / Brenno Barros Douettes ; orientadora, Ronice Müller de Quadros ; coorientadora, Sandra Patrícia de Faria do Nascimento. - Florianópolis, SC, 2015. 438 p. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, . Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução. Inclui referências 1. Estudos da Tradução. 2. Libras. 3. Glossário Terminológico Semibilíngue. 4. Lexicografia. 5. Estudos da Tradução. I. Quadros, Ronice Müller de. II. Nascimento, Sandra Patrícia de Faria do. III. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução. IV. Título. 3 5 A Deus, meus pais, irmãos, familiares e amigos que de muitas formas me incentivaram e ajudaram para que fosse possível a concretização deste trabalho. 7 AGRADECIMENTOS A Deus por ter um propósito para a minha vida desde o nascimento até hoje, por iluminar meu caminho e me dar forças para seguir em frente. Aos meus pais pelo amor, apoio e educação, base para minha vida, que me permitiu conseguir a conquista de hoje. Aos meus irmãos, pelo amor, respeito, apoio e compreensão, apesar da distância. Às minhas orientadoras Ronice Müller de Quadros e Sandra Patrícia de Faria do Nascimento pela objetividade, competência, paciência e clareza na orientação da presente dissertação. Aos professores que participaram da minha banca de Exame de Qualificação e Defesa de dissertação de mestrado, Professor Doutor Felipe Venâncio Barbosa, Professora Doutora Janine Soares de Oliveira, Professora Doutora Maria Lúcia Vasconcellos e Professora Doutora Marianne Stumpf, pelas sugestões para a melhoria deste trabalho. A todos os professores do curso de Pós-graduação em Estudos da Tradução, pelos ensinamentos que ampliaram minha pesquisa que resultou neste trabalho. A todos os intérpretes de Libras que me auxiliaram por meio da interpretação, durante as aulas do curso de Pós-graduação em Estudos da Tradução. À turma do mestrado 2013, pelo companheirismo, apoio e por todos os momentos maravilhosos que passamos juntos. Aos amigos ouvintes Felipe Barbosa, Janice Temoteo, Neusa Pajewski, Ronaldo Quirino, Susan Punchard e à amiga surda Sílvia Andreis Witkoski que, de diversas formas, contribuíram para a construção deste trabalho. Aos grandes amigos, a ouvinte, Lois Irene Broughton e o surdo, Marcos Kleber, do Instituto Expressão Surda, pelo incentivo, pela paciência, pelo apoio na validação da tradução dos conceitos de sinais- termos bíblicos e na filmagem em estúdio. Ao meu mentor e consultor linguístico, Robert Van Zyl, da Sociedade Internacional de Linguística, pelo apoio e incentivo em meus estudos e treinamento. À organização, The Seed Company, pelo apoio financeiro aos meus estudos e treinamento. 9 Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão. Jesus Cristo (Marcos 13:31) 11 RESUMO Este trabalho discute a terminologia religiosa construída em Língua de Sinais Brasileira, sob o viés dos Estudos da Tradução, dos Estudos da Léxico-terminologia, à luz das explicações semânticas e conceituais. Entre os autores estudados com o objetivo de fundamentar esse estudo encontram-se Barnwell (2011), Carvalho (2001), Faulstich (1995), Faria-Nascimento (2006, 2009), Gouadec (1990), Larsen (2001), Nida (1964), Quadros; Karnopp (2004), Segala (2010), Stone (2009), Vasconcellos (2010), William e Chesterman (2002), entre outros. Selecionamos três manuais, 1 da religião Católica Apostólica Romana - Linguagem das Mãos (Oates, 1969), 1 da religião Evangélica (denominação Batista) - Clamor do Silêncio (JMN, 1991) e outro das Testemunhas de Jeová - Linguagem de Sinais (TJ, 1992). Extraímos desses os termos religiosos neles presentes, prosseguimos a uma análise desses sinais-termos, incluindo reflexões sobre os principais problemas da tradução (Português para Libras), a interferência cultural de cada religião no processo de tradução dos léxicos do Português para Libras. Apresentamos uma tabela síntese comparativa entre os sinais-termos encontrados nas três obras. Nessa tabela foi incluída a quantidade total de verbetes encontrados em cada obra e a ocorrência dos sinais-termos similares em três delas, em duas delas ou em apenas um dos manuais, além dos sinais-termos que são diferentes nas três obras. Inserimos esses valores em termos de porcentagem. Finalizamos a dissertação com uma proposta para organização de um glossário semibilíngue com sinais- termos religiosos e afins, com uma apresentação aos consulentes de verbetes elaborados em Libras e em Língua Portuguesa. Assim, apresentamos um modelo de glossário de sinais-termos bíblicos, a partir de uma lista de 93 sinais-termos bíblicos, que vêm acompanhados de seus respectivos conceitos e exemplos. Estes 93 sinais-termos, estão todos listados no menu do DVD e possuem uma versão Web. Para elaborar a amostra de sinais-termos incluídos no modelo foi escolhida a categoria “Personagens bíblicos e sua história”, entre as que foram elencadas no trabalho e com o objetivo de mostrar visualmente a proposta, optamos pela organização desses sinais-termos em ordem alfabética. Palavras-chave: Libras. Glossário Terminológico Semibilíngue. Léxicos Religiosos. Estudos da Tradução. Lexicografia. 13 ABSTRACT This paper discusses the religious terminology used in Brazilian Sign Language, from the perspective of Translation Studies, Lexical Terminology Studies, and in light of semantic and conceptual explanations. Among the authors analyzed in order to support this study are Carvalho (2001),Faulstich (1995), Faria-Nascimento (2006, 2009), Gouadec (1990), Larsen (2001), Nida (1964), Quadros; Karnopp (2004), Segala (2010), Stone (2009), Vasconcellos (2010), William and Chesterman (2002), among others. We have selected three Sign Language Manuals: Roman Catholic - Linguagem das Mãos (Oates, 1969), Christian Evangelical (Baptist) - Clamor do Silêncio (JMN, 1991) and Jehovah’s Witness - Linguagem de Sinais (JW, 1992). Weextracted the religious terms contained therein, then made an analysis of these sign-terms, including reflections on the main problems of translation (Portuguese to Brazilian Sign Language - Libras), and the cultural impact of each religion on the translation process of Portuguese lexicons to Brazilian Sign Language (Libras). We have presented a comparative summary table of the sign-terms contained in the three manuals. In the table we have included the total amount of entries found in each manual and the occurrence of sign-terms that are similar in all three, or in only two of them, and sign-terms which occur in just one of the manuals, as well as the sign-terms which are completely different in all three. We have included these values in percentage terms. We conclude this paper with a proposal on how to organize a semi-bilingual glossary containing religious and related sign-terms, with a presentation that others can consult as a resource, in Libras (Brazilian Sign Language) and in the Portuguese Language. Thus we present a model glossary of biblical sign-terms, from a list of 93 sign-terms, which are accompanied by their respective concepts and examples. These 93 sign- terms are all listed in the DVD menu and are also available in a Web version. To create the sample of sign-terms included in this model we chose the category “Biblical characters and their stories”, one among other categories covered in the research, and, with the objective of visually showing the proposal, we opted to organize these sign-terms alphabetically. Keywords: Libras (Brazilian Sign Language). Semi-bilingual Glossary of Terms, Religious Lexicons.Translation Studies and Lexicography. 15 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Mapeamento dos Estudos da Tradução ................................ 44 Figura 2 - Áreas dos Estudos da Tradução – St. Jerome Publishing Ltd. ...................................................................................... 45 Figura 3 - Livro Iconographia dos Signaes dos Surdos-Mudos ............ 60 Figura 4 - Sinais-termos religiosos da obra de Flausino José da Gama ..................................................................................................... 61 Figura 5 - Oração do Pai Nosso em ASL .............................................. 63 Figura 6 - Ilustração do site de Tradução da Bíblia em Língua de Sinais Espanhola / Língua de Sinais Catalã .......................................... 64 Figura 7 - Vídeo de sete dias de criação de Deus em Língua de Sinais Espanhola / Língua de Sinais Catalã .......................................... 64 Figura 8 - Sinal-termo de Davi em Língua de Sinais Espanhola / Língua de Sinais Catalã ......................................................................... 65 Figura 9 - A Bíblia em Libras - Carta de Paulo aos Colossenses .......... 66 Figura 10 - As Parábolas de Jesus em Libras ........................................ 67 Figura 11 - Livretos Aventuras da Bíblia em Libras - volumes 1e 2 e DVDs .................................................................................................. 68 Figura 12 - Sinal-termo de Moisés ........................................................ 69 Figura 13 - Sinal-termo de Sansão ........................................................ 70 Figura 14 - Sinal-termo de Jesus ........................................................... 70 Figura 15 - Sinal-termo de ovelhas ....................................................... 70 Figura 16 - The New Testament - The Bible: ASL Version ................. 71 Figura 17 - Big Bible Stories – American Sign Language .................... 72 Figura 18 - Recorte do vídeo de contação da história de Abraão em ASL ................................................................................................. 72 Figura 19 - Vídeos via aplicativo Deaf Bible ........................................ 74 Figura 20 - Vídeo de uma das histórias bíblicas das Testemunhas de Jeová pelo tablet .................................................................................... 75 Figura 21 - Recorte do vídeo do livro de Mateus traduzido em Libras .................................................................................................... 76 Figura 22 - Sinal-termo de Espírito Santo em Libras ............................ 84 Figura 23 - Ilustração das capas do livro Linguagem das Mãos de Oates ...................................................................................................... 85 Figura 24 - Capa do livro Linguagem de Sinais do Brasil, de Hoemann, Oates e Hoemann ................................................................. 87 Figura 25 - Vocabulário de sinais-termos de religião do livro Linguagem de Sinais ............................................................................. 88 16 Figura 26 - Vocabulário de sinais-termos de religião do livro Linguagem de Sinais ............................................................................. 89 Figura 27 - Capa do Manual de sinais bíblicos da Junta de Missões Nacionais ................................................................................ 90 Figura 28 - Sinal-termo de Esaú do Manual de sinais bíblicos da Junta de Missões Nacionais .................................................................. 91 Figura 29 - Capas do livro Linguagem de Sinais das Testemunhas de Jeová ................................................................................................. 92 Figura 30 - Sinal-termo de Eva do livro Linguagem de Sinais ............. 93 Figura 31 - Capa do Diccionario de Palabras Bíblicas en Lengua de Señas Colombiana .......................................................................... 101 Figura 32 - DVDs do Diccionario de Palabras Bíblicas en Lengua de Señas Colombiana .......................................................................... 102 Figura 33 - Vocabulário de sinais-termos da Língua de Sinais Colombiana ......................................................................................... 103 Figura 34 - Discussão da equipe do Instituto Expressão Surda .......... 120 Figura 35 - Planejamento no estúdio ................................................... 121 Figura 36 - Tabela para a equipe Instituto Expressão Surda ............... 121 Figura 37 - Câmera fotográfica Nikon D5100 .................................... 122 Figura 38 - Visualização da tela da câmera fotográfica ...................... 122 Figura 39 - Sala do estúdio ................................................................. 123 Figura 40 - Iluminação com lâmpadas fluorescentes .......................... 123 Figura 41 - Tripés de iluminação no estúdio ....................................... 124 Figura 42 - Três sinais-termos iguais nas três obras ........................... 146 Figura 43 - Sinal-termo de Jesus em diversas línguas de sinais .......... 147 Figura 44 - Palavras representadas por dois sinais-termos distribuídas nas três obras ................................................................... 150 Figura 45 - Sinal-termo de Abençoar .................................................. 154 Figura 46 - Sinal-termo de Abraão...................................................... 154 Figura 47 - Sinal-termo de Adão ......................................................... 155 Figura 48 - Sinal-termo de Adão em ASL ..........................................155 Figura 49 - Sinal-termo de Adorar ...................................................... 156 Figura 50 - Sinal-termo de Alma ........................................................ 156 Figura 51 - Sinal-termo de Amém ...................................................... 157 Figura 52 - Sinal-termo de Anjo ......................................................... 157 Figura 53 - Sinal-termo de Apóstolo ................................................... 158 Figura 54 - Sinal-termo de Baal .......................................................... 159 Figura 55 – Sinal-termo de Babilônia ................................................. 159 Figura 56 - Sinal-termo de Batismo .................................................... 160 Figura 57 - Sinal-termo de Bíblia ....................................................... 161 Figura 58 - Sinal-termo de Blasfemar ................................................. 161 17 Figura 59 - Sinal-termo de Buda/Budismo .......................................... 162 Figura 60 - Sinal-termo de Céu ........................................................... 162 Figura 61 - Sinal-termo de Confessar.................................................. 163 Figura 62 - Sinal-termo de Criar/Criação ............................................ 164 Figura 63 - Sinal-termo de Cristão/Crente .......................................... 164 Figura 64 - Sinal-termo de Davi .......................................................... 165 Figura 65 - Sinal-termo de Demônio ................................................... 166 Figura 66 - Sinal-termo de Diabo/Satanás........................................... 166 Figura 67 - Sinal-termo de Discípulo .................................................. 167 Figura 68 - Sinal-termo de Dízimo ...................................................... 167 Figura 69 - Sinal-termo de Espírito Santo ........................................... 168 Figura 70 - Sinal-termo de Eterno ....................................................... 169 Figura 71 - Sinal-termo de Eva em Libras .......................................... 169 Figura 72 - Sinal-termo de Eva em ASL ............................................. 170 Figura 73 - Sinal-termo de Evangelho ................................................ 170 Figura 74 - Sinal-termo de Faraó ........................................................ 171 Figura 75 - Sinal-termo de Fariseu ...................................................... 172 Figura 76 - Sinal-termo de Fé ............................................................. 172 Figura 77 - Sinal-termo de Fiel/Fidelidade ......................................... 173 Figura 78 - Sinal-termo de Glorificar .................................................. 173 Figura 79 - Sinal-termo de Idolatria/Ídolo .......................................... 174 Figura 80 - Sinal-termo de Igreja ........................................................ 174 Figura 81 - Sinal-termo de Inferno ...................................................... 175 Figura 82 - Sinal-termo de Israel ......................................................... 175 Figura 83 - Sinal-termo de Jejum/Jejuar ............................................. 176 Figura 84 - Sinal-termo de Jerusalém .................................................. 176 Figura 85 - Sinal-termo de Judas Iscariotes ........................................ 177 Figura 86 - Sinal-termo de Judeu ........................................................ 177 Figura 87 - Sinal-termo de Justiça/Juiz/Justo ...................................... 178 Figura 88 - Sinal-termo de Meditação/Meditar ................................... 179 Figura 89 - Sinal-termo de Misericórdia ............................................. 179 Figura 90 - Sinal-termo de Moisés ...................................................... 180 Figura 91 - Sinal-termo de Orar/Rezar ................................................ 181 Figura 92 - Sinal-termo de Páscoa ...................................................... 181 Figura 93 - Sinal-termo de Pastor/Pastoreio. ....................................... 182 Figura 94 - Sinal-termo de Paz ............................................................ 182 Figura 95 - Sinal-termo de Pecar/Pecado ............................................ 183 Figura 96 - Sinal-termo de Perdoar ..................................................... 183 Figura 97 - Sinal-termo de Perdoar em ASL ....................................... 184 Figura 98 - Sinal-termo de Limpar em ASL ....................................... 184 Figura 99 - Sinal-termo de Pregar/Pregação ....................................... 185 18 Figura 100 - Sinal-termo de Profecia .................................................. 185 Figura 101 - Sinal-termo de Profeta .................................................... 186 Figura 102 - Sinal-termo de Protestante.............................................. 187 Figura 103 - Sinal-termo de Religião .................................................. 187 Figura 104 - Sinal-termo de Ressurreição/Ressuscitar ....................... 188 Figura 105 - Sinal-termo de Revelação/Revelar ................................. 188 Figura 106 - Sinal-termo de Sacerdote................................................ 189 Figura 107 - Sinal-termo de Salvar/Salvação ...................................... 190 Figura 108 - Sinal-termo de Santo ...................................................... 190 Figura 109 - Sinal-termo de Sinagoga ................................................ 191 Figura 110 - Sinal-termo de Trindade ................................................. 192 Figura 111 - Sinal-termo de Unção/Ungido/Ungir ............................. 192 Figura 112 - Sinal-termo de Verdade .................................................. 193 Figura 113 - Sinal - termo de Jesus ..................................................... 194 Figura 114 - Sinal-termo de Crucificar ............................................... 194 Figura 115 - Sinal-termo de Cruz ....................................................... 195 Figura 116 - Sinal-termo de Igreja ...................................................... 195 Figura 117 - Sinal-termo de País ......................................................... 196 Figura 118 - Sinal-termo de Abraão ................................................... 196 Figura 119 - Sinal-termo de Deus ....................................................... 197 Figura 120 - Sinal-termo de Céu ......................................................... 197 Figura 121 - Sinal-termo de Alma ...................................................... 198 Figura 122 - Sinal-termo de Babel ...................................................... 199 Figura 123 - Sinal-termo de Baal ........................................................ 199 Figura 124 - Sinais-termos de Adão e Eva .......................................... 200 Figura 125 - Sinais-termos diferentes de Batismo .............................. 203 Figura 126 - Versão do DVD do Glossário de Termos Bíblicos em Língua Brasileira de Sinais ........................................................... 206 Figura 127 - Etiqueta para o DVD ...................................................... 206 Figura 128 - Menu principal do Glossário de Termos Bíblicos em Libras .................................................................................................. 207 Figura 129 - Captura do vídeo de apresentação do Glossário de Termos Bíblicos em Libras ................................................................. 208 Figura 130 - Página do link Personagens Bíblicos do Glossário de Termos Bíblicos em Libras ................................................................. 208 Figura 131 - Menu de Índice Temático dos Personagens Bíblicos do Glossário de Termos Bíblicos em Libras ....................................... 209 Figura 132- Lista de nomes de personagens bíblicos do Glossário de Termos Bíblicos em Libras iniciados pela letra A ......................... 210 Figura 133 - Menu que mostra os quatro links de acesso ................... 210 19 Figura 134 - Quatro vídeos diferenciados pelo uso de camisetas de cores específicas ............................................................................. 211 Figura 135 - Página de créditos do Glossário de Termos Bíblicos em Libras ............................................................................................. 212 Figura 136 - Página de contatos do Glossário de Termos Bíblicos em Libras ............................................................................................. 213 21 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Lexicografia da Língua Brasileira de Sinais – Libras ......... 83 23 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Ocorrência dos sinais-termos entre os manuais pesquisados ......................................................................................... 144 25 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Síntese da quantidade total de verbetes .............................. 141 Tabela 2 - Tabela comparativa de ocorrência dos sinais-termos religiosos ............................................................................................. 144 27 LISTA DE SIGLAS ASL American Sign Language (Língua de Sinais Americana) Auslan Língua de Sinais Australiana BSL British Sign Language (Língua de Sinais Britânica) CM Configuração de Mão CODA Children of Deaf Adults (Filhos ouvintes de pais surdos) CR Cultural Religiosa CSL Língua de Sinais Chinesa DOOR Deaf Opportunity OutReach EUA Estados Unidos da América HKSL Língua de Sinais de Hong Kong I Iconicidade IES Instituto Expressão Surda INES Instituto Nacional de Educação de Surdos IS Intérprete Surdo ISL Língua de Sinais Israelense JMN Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira JSL Língua de Sinais Japonesa Kerala SL Língua de Sinais de Kerala (Índia) KSL Língua de Sinais Queniana KSSL Língua de Sinais Sul-coreana Lessa Língua de Sinais Salvadoreña (El Salvador) Libras Língua de Sinais Brasileira LIS Língua de Sinais Italiana LP Língua Portuguesa LS Língua de Sinais LSC Língua de Sinais Catalã LSC Língua de Sinais Colombiana LSE Língua de Sinais Espanhola LSF Língua de Sinais Francesa LSM Língua de Sinais Mexicana LSPy Língua de Sinais Paraguaia NGT Língua de Sinais Holandesa PGET Pós-graduação em Estudos da Tradução SBB Sociedade Bíblica do Brasil 28 SIL Sociedade Internacional de Linguística (Summer Institute of Linguistics) TILS Tradutores e Intérpretes de Língua de Sinais Brasileira TJ Testemunhas de Jeová TS Tradutor Surdo 29 SUMÁRIO INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ............................................... 33 OBJETIVOS ......................................................................................... 41 Objetivo geral ...................................................................................... 41 Objetivos específicos ........................................................................... 41 CAPÍTULO I ....................................................................................... 43 1 REVISÃO DA LITERATURA EM ESTUDOS DA TRADUÇÃO NA ELABORAÇÃO DE GLOSSÁRIOS RELIGIOSOS ...................................................................................... 43 CAPÍTULO II ...................................................................................... 49 2 ASPECTOS DA TRADUÇÃO E DA LEXICOGRAFIA NA PESQUISA EM LIBRAS ............................................................. 49 2.1 CONCEPÇÕES DE LÍNGUA NA TRADUÇÃO E INTERPRETAÇÃO EM LIBRAS ........................................................ 52 2.2 CULTURA SURDA NA TRADUÇÃO E INTERPRETAÇÃO EM LIBRAS NOS ESPAÇOS RELIGIOSOS ...................................... 54 2.3 OBRAS EM LIBRAS, COM REGISTROS DE SINAIS-TERMOS RELIGIOSOS ........................................................ 59 2.4 TRADUÇÃO BÍBLICA EM LÍNGUAS DE SINAIS NO MUNDO ................................................................................................ 61 2.4.1 A tradução da Bíblia católica em línguas de sinais.................. 62 2.4.2 Tradução da Bíblia evangélica em Línguas de Sinais ............. 65 2.4.3 Tradução da Bíblia de Testemunhas de Jeová em Línguas de Sinais................................................................................. 75 CAPÍTULO III .................................................................................... 79 3 OS GLOSSÁRIOS COM LÍNGUA DE SINAIS ........................... 79 3.1 TIPOLOGIA DE REPERTÓRIOS LEXICOGRÁFICOS .............. 79 3.2 PROBLEMAS ENVOLVENDO A LEXICOGRAFIA EM LÍNGUA DE SINAIS ........................................................................... 80 3.3 PROBLEMAS ENVOLVENDO TRADUÇÃO EM LÍNGUA DE SINAIS.......................................................................................... 104 CAPÍTULO IV .................................................................................. 113 4 METODOLOGIA .......................................................................... 113 4.1 TIPO DE PESQUISA .................................................................... 113 4.2 PASSOS DA PESQUISA ............................................................. 113 4.2.1 Metodologia da primeira etapa da pesquisa .......................... 113 4.2.2 Metodologia da segunda etapa da pesquisa ........................... 114 4.2.3 Metodologia da terceira etapa da pesquisa ............................ 115 4.2.3.1 Elaboração das fichas terminográficas .................................... 115 30 4.2.3.2 A seleção dos sinais-termos para compor o glossário piloto ... 115 4.2.3.3 A gravação dos verbetes de composição do volume I da série Glossário Semibilíngue de Termos Bíblicos em Libras ............. 116 4.2.3.4 A validação do trabalho desenvolvido .................................... 117 4.3 ESTRATÉGIAS PARA TRADUÇÃO, FILMAGEM E EDIÇÃO DO GLOSSÁRIO PROPOSTO .......................................... 118 4.3.1 Estratégias do processo de tradução ...................................... 118 4.3.2 Estratégias para o processo de filmagem ............................... 124 4.3.3 Estratégias para o processo de edição .................................... 127 CAPÍTULO V.................................................................................... 131 5 EXTRAÇÃO DE DADOS NOS GLOSSÁRIOS EXISTENTES ................................................................................... 131 5.1 LISTA DE LÉXICOS RELIGIOSOS PRESENTES EM CADA OBRA SEGUIDA DE ANÁLISE .......................................... 131 5.1.1 Lista de sinais-termos católicos (OATES, 1969) .................... 131 5.1.1.1 Análise da obra ....................................................................... 132 5.1.2 Lista de sinais-termos de O clamor do silêncio (JMN, 1991) ....................................................................................... 134 5.1.2.1 Análise da obra ....................................................................... 135 5.1.3 Lista de sinais-termos do livro Linguagem de sinais (Testemunhas de Jeová, 1992) .......................................................... 137 5.1.3.1 Análise da obra ....................................................................... 138 5.2 VARIAÇÃO LINGUÍSTICA ENCONTRADA ENTRE OS SINAIS-TERMOSRELIGIOSOS DE RELIGIÕES CRISTÃS .......... 142 5.3 TABELA DE OCORRÊNCIA DOS SINAIS-TERMOS RELIGIOSOS .....................................................................................143 5.3.1 Influência na formação dos sinais-termos religiosos ............. 145 5.3.1.1 Influência na formação dos sinais-termos religiosos: três sinais-termos iguais ...................................................................... 145 5.3.1.2 Influência na formação dos sinais-termos religiosos: dois sinais-termos iguais ..................................................................... 149 5.3.1.3 Influência na formação dos sinais-termos religiosos: sinais-termos diferentes....................................................................... 152 5.4 EXPLICAÇÃO CONCEITUAL E AMPLIAÇÃO VOCABULAR .................................................................................... 193 5.5 INFLUÊNCIA DAS CONCEPÇÕES RELIGIOSAS NA TRADUÇÃO E INTERPRETAÇÃO EM LIBRAS ........................... 200 31 CAPÍTULO VI .................................................................................. 205 6 MODELO DE GLOSSÁRIO SEMIBILÍNGUE DE TERMOS BÍBLICOS EM LIBRAS, RESPEITANDO-SE A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA MARCADA PELA DIFERENÇA DOUTRINÁRIA ....................................................... 205 CAPÍTULO VII ................................................................................. 215 7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS ........................... 215 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................... 217 REFERÊNCIAS ................................................................................ 221 ANEXO A- E-mail Christopher Stone ............................................ 231 ANEXO B - E-mail Albert Bickford ................................................ 233 ANEXO C - E-mail Steve and Dianne Parkhurst........................... 234 APÊNDICE A - Tabela Inicial e Comparativa dos Sinais-Termos Religiosos................................................................... 235 APÊNDICE B - Fichas Terminográficas para Elaboração de Glossário de Sinais-Termos Religiosos com Língua de Sinais....... 305 33 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA Para iniciar esta dissertação, considerando que a escolha do tema é o início do processo de planejamento, inicialmente apresento-me para que o leitor conheça as bases referenciais que me alicerçam enquanto pesquisador. Insiro-me na área de processos de retextualização para desenvolver esta pesquisa, porque, como tradutor surdo, esta tem sido minha prática profissional. Atualmente sou um dos tradutores da Bíblia, do Instituto Expressão Surda (IES), parceiro da Sociedade Bíblica do Brasil1 (SBB), da Sociedade Internacional de Linguística2 (SIL - Summer Institute of Linguistics - EUA) e da The Seed Company3 (EUA), por isso o meu interesse pelo tema religião. Antes de explicar a proposta da pesquisa, faz-se oportuno ressaltar a importância da Língua de Sinais Brasileira – Libras que foi reconhecida nacionalmente como língua, por meio da Lei nº 10.436/2002, regulamentada pelo Decreto nº 5.626/2005. A partir da regulamentação, Libras passou, então, a ser utilizada como língua oficial, ou seja, a forma de comunicação e expressão de comunidades de pessoas surdas do Brasil, sendo falada pelos surdos brasileiros frequentadores dos mais diferentes espaços, e que se encontram em escolas e nas associações dos surdos, entre outros lugares. Seus pontos de encontro são locais onde a comunidade surda se expressa por meio de sua língua. Sobre a importância da Língua de Sinais (LS), o seu reconhecimento linguístico tem marca nos estudos descritivos do linguísta americano William Stokoe que, em 1960, publicou o primeiro estudo sobre uma língua de sinais, no qual descreveu a estrutura da American Sign Language (ASL). Sobre a Libras, é importante também enfatizar que esta tem sua própria estrutura gramatical, com as funções fonética, fonológica, morfológica, semântica, pragmática e sintática, conforme constataram as linguistas Quadros e Karnopp (2004). A língua visual-espacial é constituída pelos movimentos das mãos e do corpo e pelo espaço de sinalização. Para abordar essa temática, escolhemos como par linguístico, Língua de Sinais Brasileira e Língua Portuguesa, com o objetivo de que 1 Sociedade Bíblica do Brasil – www.sbb.org.br 2 Sociedade Internacional de Linguística – www.sil.org 3 The Seed Company – www.theseedcompany.org 34 a pesquisa se constituísse em um instrumento que pudesse subsidiar a elaboração de um glossário semibilíngue que não pode ser equiparado ao bilíngue puro, pois fornece menos equivalência, sendo muito comum haver somente uma equivalência por acepção. Por outro lado, seu aspecto monolíngue faz com que o usuário obtenha informações mais precisas e detalhadas sobre o significado e o uso da palavra-entrada (CARVALHO; MARINHO, 2007, p. 122). Com isso, queremos dizer que é prioritário colocar a definição dos sinais-termos do glossário semibilíngue em Libras, visualmente, no DVD e na versão Web. Assim, em nossa proposta, as entradas são organizadas em ordem alfabética, de A a Z, em Língua Portuguesa, seguidas dos sinais-termos, definições e exemplos diretos em Libras, ou seja, no formato visual-espacial (mas sem acrescentar as definições e exemplos em Língua Portuguesa escrita) fazendo uso dessas duas línguas, as mais usadas pelos surdos brasileiros, e oficiais no país, conforme a legislação vigente. Escolhemos, inicialmente, pesquisar os sinais-termos religiosos com base em manuais de Libras de três religiões: Católica, Evangélica (Batista) e Testemunhas de Jeová (TJ). Essas três religiões influenciaram fortemente os surdos no Brasil, no século XX, e seus manuais de Língua de Sinais foram os mais usados no país. Outras religiões não foram incluídas nessa pesquisa por não haver, até o presente momento, conhecimento de trabalho com surdos, nem dos respectivos manuais religiosos em Libras, no mesmo período, no Brasil. A presente pesquisa está dividida em duas partes: a primeira diz respeito à comparação dos sinais-termos religiosos presentes nos três manuais de Libras citados. Tal comparação é para dar a conhecer os registros de sinais de cada uma dessas religiões, e também para comparar os sinais-termos de uso comum entre elas. Nesta etapa, buscou-se elaborar uma avaliação dos resultados obtidos por análise estatística descritiva; o número total de sinais-termos religiosos encontrados; a porcentagem de sinais-termos semelhantes na comparação entre os manuais e a porcentagem de sinais-termos diferentes na comparação entre os manuais. Buscou-se, também, listar os principais temas religiosos abordados em cada um dos manuais. Na segunda parte, define-se uma lista com os principais termos comuns às três religiões, para organizar os verbetes que vão compor o glossário conceitual semibilíngue em Libras. Assim, a metodologia desse trabalho está dividida conforme as duas etapas de trabalho. O primeiro tema está relacionado ao fato de haver, no Brasil, glossários em formato de vídeo (on-line ou em mídias digitais – CDs e DVDs), cujos léxicos e seus conceitos estejam em Libras. As 35 multimídias são os meios mais apropriados, para o registro de dicionários e glossários com línguas de sinais. Até bem pouco tempo, final do século XX, o uso de tecnologias pelos surdos ainda era limitado. Contudo, com a popularização destas e da internet, a comunicação entre eles foi facilitada por meio de smartphones e tablets, que possibilitaram o uso de chats (conversas on-line), videoconferências, e-mails, mensagens, vídeos etc., permitindo maior acesso à informação. Poucos sites disponibilizam sinais-termos religiosos, e os existentes não trazem definições, apenas os equivalentes em Português e Libras. Desde então, o que se observa é uma melhora na qualidade dos bancos de dados de sinais-termos e o surgimentode glossários on-line de áreas específicas, como o do curso de Letras-Libras da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que registra sinais-termos das áreas de Letras e Linguística, facilmente encontrados na internet, além de vídeos que ensinam sinais-termos por categorias semânticas, ordem alfabética ou por nível de aprendizagem. Há também, disponíveis na rede, vários vídeos que ensinam sinais-termos religiosos. A criação de novos glossários em LS é de extrema importância para os sujeitos surdos, na medida em que estes são construídos a partir dos constituintes da própria língua. Sobre tal relevância, é salutar argumentar que: O uso de tal tipo de recurso para a representação da língua de sinais favorece alguns aspectos relacionados aos parâmetros que constituem a língua, tais como: a melhor visualização das configurações de mãos exigidas para a realização do sinal desejado; a ênfase da expressão facial e corporal durante a realização de um determinado sinal; a compreensão da trajetória do movimento necessário a alguns sinais; a “localização das mãos”, que fica mais evidenciada, pois existe uma cena da qual o modelo faz parte, embora se evidencie apenas a região da cabeça, do pescoço e do tronco. (SOFIATO; REILY, 2013, p.159). Observa-se que, para além da importância referida acima, o caráter visual-espacial de um glossário, disponibilizado em Libras, repercute na compreensão que os sujeitos surdos têm dos sinais-termos, na medida em estão sinalizados e apresentados de forma organizada e didática. Esses sinais-termos, acrescidos das definições que refletem os 36 conceitos de cada um, precisam apresentar o “jeito surdo” de perceber o mundo e de registrá-lo por meio de sua língua; isto é, precisam utilizar todas as estruturas linguísticas visuais, emergentes na sintaxe frasal da língua de sinais, na gramática da Libras. E não podem ancorar-se na Língua Portuguesa, mas nos conceitos que eles trazem, e que podem ser visualmente representados em estruturas lexicais da Libras, embora, grande parte das vezes, o material fonte para a elaboração do material em Libras esteja em Língua Portuguesa e precise passar pelo processo tradutório. Desta forma, verifica-se o quão complexo é o processo de criação de novos glossários com línguas de sinais, os quais precisam ser elaborados com o máximo de precisão linguística e lexicográfica, a fim de que tanto visualmente, na representação linguística que trazem, quanto conceitualmente, quando passam pela tradução, sejam plenamente compreendidos, mantendo a fidedignidade conceitual com o tema. Por isso, essa adequação precisa contemplar o “jeito surdo”, que se apropriado mundo por meio de referências visuais, sendo para tal, inclusive, muito produtiva, a identificação de metáforas que levam à melhor compreensão dos conceitos. Sobre tal fenômeno, resgata-se a explicação de Schallenberger: A metáfora significa pensar, de maneira visual, algo que na língua oral ou escrita parece ser obscuro. [...] Nas metáforas surdas, uma imagem pode servir para compreender algo de modo visual. Os surdos as utilizam muito, pois nas conversas elas estão diluídas entre narrações e argumentações, dando o teor de visibilidade àquilo que para os surdos parecer abstrato. (SCHALLENBERGER, 2011, p. 116). Em se tratando da tradução de sinais-termos religiosos, trabalhar os conceitos em Libras é um grande desafio, por cuidar, ora, da tradução de uma língua oral para uma língua de sinais, ora, da criação na própria língua de sinais, uma grande tarefa para os pesquisadores da área dos Estudos da Tradução e da Lexicografia, principalmente, porque envolve duas línguas de modalidades diferentes. O fato dessas duas línguas, a Língua Portuguesa oral-auditiva e a Libras visual-espacial, serem de modalidades diferentes, implica, também, no envolvimento de duas culturas diferentes: a cultura ouvinte e a cultura surda. Desta feita, uma palavra inserida na cultura ouvinte, 37 para ser traduzida via Libras, precisa de referências visuais a fim de que seu conceito se torne claro para o sujeito surdo. Desta forma, conforme Stone (2009), Souza (2010), bem como, Greggersen e Souza (2012), reitera-se que é possível haver tradução de textos escritos para línguas de sinais, textos esses que, ao serem traduzidos, são re-textualizações orais em sinais e performáticas, que, por sua vez, dispõem de normas, que revelam elementos identitários e culturais surdos, próprios de procedimentos entre línguas de modalidades diferentes. (SOUZA, 2013, p.154). Para além da questão cultural, é importante observar que, se tratamos de línguas diferentes, tratamos de estruturas gramaticais distintas. Desta forma, na tradução, ocorre esta interferência interlingual em decorrência, também, da estrutura gramatical, pois uma tem a base estrutural alicerçada na lógica oral-auditiva, enquanto a outra, em uma construção visual-espacial. Neste sentido, ressalta-se a complexidade da tradução interlingual, especialmente no que diz respeito à tradução da Língua Portuguesa para Libras. Esta complexidade se dá na medida em que não existe, segundo Jakobson (apud ALBRES, 2010), a possibilidade de “[...] equivalência completa entre as unidades de código, ao passo que as mensagens podem servir como interpretações adequadas das unidades de código ou mensagens estrangeiras”. Desta forma, não há como fazer a tradução de um sinal para cada palavra do texto, sendo necessária uma adaptação cultural entre o texto produzido a partir da lógica ouvinte para a Libras, língua com gramática própria, alicerçada em uma lógica visual. Deste modo, faz-se necessária, segundo o autor referido (1975, p.64-65), “uma tradução intersemiótica, visto que signos verbais são traduzidos a partir de signos ou sistemas não-verbais”. (JAKOBSON, 1975, apud ALBRES, 2010, p. 42). O processo detradução intersemiótica, com interpretação de signos verbais por meio de sistemas de signos não-verbais, ocorre, por exemplo, na tradução de um texto escrito para vídeo, cinema, entre outros. Deste modo, tal qual Guerini (2008, p. 23) ilustra, essa troca de sistemas, do verbal para signos não-verbais, exemplifica como prática usual, a transformação de histórias em ficção, no cinema, ou em ilustrações de livros, entre outros, ocorrendo prática similar na tradução de um texto em Língua Portuguesa para Libras. Esta se dá na medida em 38 que o texto de origem é escrito e precisa passar para a modalidade visual, o que significa que a narrativa deve ser sinalizada e gravada em vídeo. Este processo de troca de sistemas, ilustrado por Guerini, foi utilizado na construção do glossário semibilíngue de termos bíblicos. Conceitos da língua-fonte, em Língua Portuguesa, foram traduzidos para a língua-alvo, em Libras, alterando sua forma final de apresentação, que de origem escrita, ao serem vertidos para Língua de Sinais, passam a ser expressos por meio de filmes. Nesta perspectiva, reitera-se que a Libras é uma língua visual- espacial falada entre os surdos brasileiros, diferentemente da Língua Portuguesa (QUADROS, 2004, p. 8). Como as demais línguas de sinais, a Libras costuma ser vítima de um grande equívoco, o de ser considerada pelas pessoas leigas como simplesmente uma composição de gestos que representam palavras de línguas faladas e/ou escritas (QUADROS; KARNOPP, 2004). Embora sejam de modalidades diferentes e, aparentemente, possam ser produzidas simultaneamente, não se deve falar as duas línguas ao mesmo tempo, pois a estrutura da Libras é completamente diferente da estrutura da Língua Portuguesa, falada e/ou escrita, e não há relação direta de um termo com outro, de uma língua para outra, numa mesma ordem. Também são diferentes as estruturas das demais línguas de sinais espalhadas pelo mundo, ou seja, as línguas de sinais não são universais, assim como as línguas faladas (QUADROS; KARNOPP, 2004, p. 33). É incerto o númerode línguas de sinais existentes no mundo hoje. Foram confirmadas 230 línguas de sinais. Entretanto, pode haver até 400 línguas de sinais distintas no mundo e cada uma tem a sua própria estrutura (https://www.wycliffe.ca/wycliffe/ck_assets/admin/files/wam/wam_200 9_summer.pdf). A maioria dos consulentes surdos, em especial os falantes de Libras como primeira língua, querem um glossário em língua de sinais, com a devida explicação conceitual, para fortalecer o enriquecimento dos léxicos em Libras, para compreender os seus conceitos em Libras, e para valorizar o desenvolvimento linguístico do povo Surdo em sua língua própria. No Brasil, há registros de Libras em “dicionários”, glossários, manuais impressos e em multimídia, como o glossário de Letras-Libras, por exemplo. Na maioria deles, porém, os conceitos dos sinais-termos estão ausentes em Libras, e os sinais-termos religiosos, são inexistentes. Esta proposta tem o objetivo de contribuir para mudar essa realidade, criando um glossário de sinais-termos religiosos com conceitos e 39 exemplos em Libras, para facilitar, aos surdos sinalizantes, o acesso ao conhecimento. A criação de um glossário conceitual, temático (religioso), semibilíngue em Libras pode contribuir para a padronização dos termos religiosos da língua e para a compreensão da gramaticalização de alguns sinais-termos, a partir do dogma seguido por cada grupo religioso. Segue agora um panorama do tema aqui trabalhado, conforme será apresentado nos capítulos que constituem esta dissertação. O capítulo 1 traz uma “Revisão da literatura em estudos da tradução na elaboração de glossários religiosos”. O capítulo 2 trata de “Aspectos da tradução e da lexicografia na pesquisa em Libras”, e as principais discussões do capítulo 3, referem-se aos “Glossários com Língua de Sinais”. O estudo da tradução na criação de sinais-termos religiosos em Libras e uma proposta para organização de glossário terminológico semibilíngue, assunto desta pesquisa, foi baseado nos dois temas principais mencionados. No capítulo 4, “Metodologia”, foram apresentadas todas as etapas da pesquisa mostrando, sequencialmente, os passos realizados no estudo dos três manuais da Libras publicados por Oates (1969), Junta de Missões Nacionais (JMN) (1991) e Testemunhas de Jeová (TJ) (1992), que têm sinais-termos religiosos específicos, com tabulação dos sinais- termos semelhantes encontrados. Desta forma, a pesquisa é documental e apresenta um estudo comparativo dos sinais-termos encontrados nas três obras analisadas e que constituíram o corpus dos sinais-termos coletados. Sobre os manuais de Libras selecionados, destaca-se que foram escolhidos os de três religiões praticadas no Brasil do século XX, a saber, religiões Católica, Evangélica (Batista) e Testemunha de Jeová. Estas foram selecionadas em decorrência de que são as mais frequentadas por sujeitos surdos no país, incluindo o material bibliográfico para a realização da pesquisa, já citado anteriormente. Os procedimentos para o desenvolvimento da pesquisa foram demonstrados em detalhes, no item de descrição da Metodologia. O objetivo dessa descrição detalhada foi o de subsidiar a criação conceitual de novos materiais com léxico religioso. No capítulo 5, que trata da “Extração de dados nos glossários existentes”, foi apresentada a lista de léxicos religiosos presentes nas três obras utilizadas como base de dados desta pesquisa, isto é, do livro do Oates (1969), JMN (1991) e TJ (1992). Sequencialmente, aparece uma tabela com uma síntese da quantidade total de verbetes em cada obra e também de ocorrência dos sinais-termos nos mesmos. Também 40 são mostrados os sinais-termos similares nas três fontes, ou apenas em dois dos livros, e os que são diferentes nas três obras. Após a apresentação dos dados, conforme as características acima mencionadas, também foram apontados os sinais-termos que diferem de uma obra para outra, identificando e explicando o motivo destas diferenças, que podem advir da influência de quatro diferentes fatores, isto é, dos aspectos culturais de cada religião, da Língua Portuguesa, da iconicidade ou da Língua de Sinais Americana. No capítulo 6, apresentamos um “Modelo de glossário semibilíngue de termos bíblicos em Libras, respeitando-se a variação linguística marcada pela diferença doutrinária”, no qual está apresentada a metodologia proposta para a criação de glossários, sendo que para ilustrar, foi anexado, à dissertação, um vídeo ilustrativo. O glossário semibilíngue, com vídeos, sinais-termos, conceitos e exemplos foi constituído a partir de uma lista com 93 (noventa e três) sinais-termos, tendo, como base, os 260 (duzentos e sessenta) sinais-termos já inseridos na tabela comparativa que consta do corpo desta dissertação. Estes 93 sinais-termos estão listados no menu do filme, acompanhados dos conceitos e exemplos da categoria “Personagens bíblicos”, como o objetivo de mostrar visualmente a proposta referida. O modelo apresenta a categoria “personagens bíblicos” e está organizado em ordem alfabética. Ressalta-se que o glossário é denominado como semibilíngue por apresentar, no menu, as palavras- chaves em Língua Portuguesa que, ao serem clicadas, abrem filmes em Libras que mostram o sinal-termo na Língua de Sinais, além do conceito e do exemplo. No capítulo 7, sobre a “Discussão dos resultados obtidos” foram exibidos os dados da pesquisa, mostrando o número de léxicos religiosos encontrados nas obras “Linguagem das mãos”(OATES), O clamor do silêncio (JMN) e Linguagem de sinais (TJ), acompanhados de uma tabela comparativa dos sinais-termos encontrados nos três manuais. A comparação entre as três obras, além de mostrar o total de sinais-termos religiosos encontrados, apresenta a porcentagem de sinais- termos semelhantes na comparação entre os livros, o número de categorias encontradas, a quantidade de sinais-termos encontrados dentro das mesmas, e conclui com análise e discussão acerca dos resultados obtidos. As “Considerações finais,” apresentam as principais contribuições que esta pesquisa trouxe para a área de Estudos de Tradução, destacando os principais elementos envolvidos no processo, a 41 fim de que a discussão promovida possa contribuir, de maneira significativa, para a construção de glossários conceituais na Libras. A Língua Brasileira de Sinais – Libras é a primeira língua (L1) dos sujeitos surdos. Faz parte da cultura surda própria, constitui uma comunidade linguística minoritária e difere da língua do mundo ouvinte, a Língua Portuguesa, que é a segunda língua (L2) para Surdos na modalidade escrita. Essas línguas, a Libras e a Língua Portuguesa, apresentam organização linguística totalmente distinta: uma é oral- auditiva e a outra, visual-espacial. Na presente pesquisa, considerando o exposto, parte-se do pressuposto de que o Glossário de Libras deveria conter vocabulário e definições em Libras. A presente pesquisa, para análise dos sinais-termos religiosos, faz uso de três documentos históricos, já citados aqui. Os três livros nos quais a pesquisa foi baseada foram: (1) Linguagem das mãos (OATES, 1969); (2) O clamor do silêncio (JMN, 1991) e (3) Linguagem de sinais (Testemunhas de Jeová, 1992). A partir das referências acima citadas, buscou-se resgatar a parte histórica da Libras, sobre a qual o autor se debruçou para realizar estudo sistemático comparativo do conteúdo dos livros escolhidos. OBJETIVOS Objetivo geral Apresentar proposta para a elaboração de um glossário semibilíngue de termos religiosos bíblicos, com base nos sinais-termos coletados em três manuais de Libras publicados no Brasil, um de cada religião pesquisada (Católica, Evangélica (Batista) e Testemunhas de Jeová), e sustentado pela identificação de sinais-termos religiosos já catalogados em Libras, pela análise conceitual desses sinais-termos e pela organização lexicográfica dos mesmos. Objetivos específicosa) Selecionar e analisar obras lexicográficas com sinais-termos de Libras, no âmbito do discurso religioso; b) elencar os sinais-termos religiosos nas obras selecionadas; c) registrar possíveis interferências dogmáticas de cada religião, na concepção dos sinais-termos no âmbito do discurso religioso; 42 d) identificar os principais problemas de tradução dos léxicos do Português para Libras, com terminologia na área de especialidade, religião, em manuais de sinais-termos bíblicos, analisando-os com base nos estudos teóricos da tradução; e) identificar explicações semânticas, conceituais, interferências culturais ou doutrinárias de cada religião nos sinais-termos religiosos construídos em Libras, com base nos termos encontrados em manuais de sinais-termos religiosos de três religiões: Católica, Evangélica (Batista) e Testemunhas de Jeová; f) elaborar fichas terminográficas, a partir dos sinais-termos selecionados; g) selecionar os sinais-termos para compor o volume I da série Glossário Semibilíngue de Termos Bíblicos em Libras; h) gravar os verbetes de composição do glossário; i) validar o trabalho desenvolvido; j) apresentar em DVD e na Web, uma proposta de glossário de sinais-termos religiosos. 43 CAPÍTULO I O primeiro passo da pesquisa foi selecionar os principais autores e obras das áreas de Estudos da Tradução, de Estudos da Língua de Sinais e da Lexicografia, e que foram base para a compreensão da tradução dos termos em Libras para se chegar à elaboração do glossário pretendido. Entre os autores estudados estão: Barnwell (2011), Carvalho (2001), Faria-Nascimento (2006, 2009), Faulstich (1995), Gouadec (1990), Larsen (2001), Nida (1964), Quadros; Karnopp (2004), Segala (2010), Stone (2009), Vasconcellos (2010) e William e Chesterman (2002). 1 REVISÃO DA LITERATURA EM ESTUDOS DA TRADUÇÃO NA ELABORAÇÃO DE GLOSSÁRIOS RELIGIOSOS Um dos principais problemas da investigação dessa pesquisa, dada a importância de glossários com conceitos em Libras, foi refletir como seria o processo tradutório mais adequado para a elaboração de um glossário semibilíngue, temático, que contemplasse entrada e conceito de uma área de especialidade, em Libras, no caso, de léxicos religiosos, procurando suprir as lacunas referentes a sinais terminológicos. Dentro do campo disciplinar em Estudos da Tradução da UFSC, a nossa pesquisa é de lexicografia em língua de sinais. As estratégias relacionam-se aos mecanismos usados, nos processos lexicográfico e tradutório, para encontrar a solução de problemas com os quais o tradutor surdo se depara. Foram escolhidas as estratégias de tradução e de filmagem para a construção do glossário semibilíngue em Libras, na área religiosa. A seguir, apresentamos a proposta de mapeamento de Williams e Chesterman (2002), com 12 itens nas áreas de pesquisa em tradução: 44 Figura 1 - Mapeamento dos Estudos da Tradução Fonte: Williams e Chesterman (2002, apud VASCONCELLOS, 2010, p. 128) A presente pesquisa focaliza a Terminologia e os Glossários, e direciona o trabalho na busca de como processar a tradução na proposta de modelo de um glossário semibilíngue de termos bíblicos para a categoria escolhida, a de personagens bíblicos, sinalizando os sinais- termos, afins e exemplos extraídos de versículos de Bíblia Sagrada acerca desses personagens, em Libras, primeira língua dos usuários, com estrutura própria a ser considerada e respeitada. As obras vinculadas aos Estudos da Tradução, da Editora St. Jerome Publishing4, no campo disciplinar Estudos da Tradução, conforme figura 2, mostram as diversas áreas mencionadas pela editora, traduzidas e apresentadas em Português por Vasconcellos (2010, p.129): 4<www.stjerome.co.uk>. 45 Figura 2 - Áreas dos Estudos da Tradução – St. Jerome Publishing Ltd. Fonte: Modelo traduzido por Vasconcellos (2010), e esquematizado pelo pesquisador. Da pesquisa de Vasconcellos (2010), a partir das 27 áreas evidenciadas, o autor ressalta três áreas específicas, “Tradução religiosa e bíblica”, “Interpretação de línguas sinalizadas” e “Terminologia e lexicografia”, as que têm relação mais específica com essa pesquisa que aborda como elaborar a proposta de modelo de glossário semibilíngue de termos bíblicos em Língua Portuguesa e Libras. Neste século XXI, em vários países do mundo, tem crescido bastante o trabalho de tradutores surdos na área de tradução religiosa e bíblica, fato este que poderá ser verificado na seção 2.4, que trata a respeito da tradução bíblica em Línguas de Sinais no mundo, em três religiões: Católica, Evangélica e das Testemunhas de Jeová. Até hoje, as organizações e missões religiosas se preocupam em compartilhar a Bíblia Sagrada, adaptada em Línguas de Sinais, para que as pessoas surdas conheçam a palavra inspirada por Deus na sua língua própria e natural. No século XX, já existia a área de interpretação religiosa em Libras. Dentro das igrejas brasileiras, havia a presença dos surdos e de intérpretes. Essa área é uma marca histórica e forte nas tradições religiosas. Naquela época, a comunidade surda cristã criou os sinais- termos religiosos próprios da igreja e os intérpretes aprenderam Libras dentro desse contexto. Considerando alguns pesquisadores, destacamos Assis Silva (2012), que enfatiza a área de Antropologia Social, em 46 relação à história canônica da surdez nas igrejas brasileiras. Ele analisou as mesmas três religiões que estudamos nesta pesquisa, a Católica, a Evangélica e a das Testemunhas de Jeová, considerando a relação com a cultura surda: agentes religiosos e a construção de uma identidade. Outra pesquisadora, Peixoto (2011), tece análise a respeito do título “Conceito de sagrado nos surdos congênitos: um estudo na Língua Brasileira de Sinais”. A tese de Temoteo (2012) pesquisa a “Lexicografia da Língua de Sinais do Nordeste”, destacando os três séculos de história nas obras registradas de sinais-termos religiosos e de outros sinais-termos em geral. Hortêncio (2005) apresenta estudo descritivo do papel dos intérpretes de Libras no âmbito organizacional das Testemunhas de Jeová e Masutti (2007) pesquisa a respeito de tradução cultural em sua obra, “Tradução cultural: desconstruções logofonocêntricas em zonas de contato entre surdos e ouvintes”, destacando também hospitalidade da tradução da cultura surda e da língua de sinais na zona de contato, na igreja das Testemunhas de Jeová. Assim, antes do século XXI, já havia a produção de lexicografia em línguas de sinais para dicionários impressos ou on-line, que apresentavam os sinais-termos, mas não continham a definição destes em Libras, a própria língua dos Surdos. Seguem exemplos de obras impressas onde se encontra o registro de sinais-termos na lexicografia de Línguas de Sinais: Iconographia dos signaes dos surdos-mudos (GAMA, 1875), Linguagem das mãos (OATES, 1969), Comunicação total (PETERSON, 1981), Linguagem de sinais do Brasil (HOEMANN; OATES; HOEMANN, 1983), Aprendendo a comunicar (PETERSON; ENSMINGER, 1984), Comunicando com as mãos (PETERSON; ENSMINGER, 1987), O clamor do silêncio (JMN, 1991), Linguagem de sinais (TJ, 1992) e Manual ilustrado de sinais e sistema de comunicação em rede para surdos (CAPOVILLA; RAPHAEL; MACEDO, 1998). Essas obras têm o objetivo comum de comunicar informações aos surdos na sua própria língua, a Língua de Sinais. A área específica de tradução e interpretação em Libras é recente, e se destacam estes pesquisadores: Vasconcellos (2010), Pereira (2010), Santos (2013), Souza (2010). Tais autores afirmavam que a área de Estudos da Tradução e Interpretação de Línguas de Sinais constitui-se como um campo emergente e promissor em nosso país.Ressaltamos que a profissão de tradutor e intérprete de Libras- Português-Libras somente foi regulamentada no Brasil pela Lei n° 12.319, em 1° de setembro de 2010, o que significa também que os estudos na linha de tradução e interpretação são recentes, na medida em que sequer a profissão destes era reconhecida na legislação brasileira. 47 Contudo, na atualidade no Brasil, especialmente depois do reconhecimento deste profissional, e da Libras como a língua oficial dos surdos reconhecida pela Lei n° 10.436 de 24 de abril de 2002, conforme já referido, ampliou-se bastante o trabalho dos tradutores e intérpretes surdos e ouvintes na área de tradução e interpretação em Libras. A partir do aumento deste mercado, ampliou-se também a compreensão acerca dos desafios e experiências destes profissionais, frente à tradução de textos de diversos campos de conhecimento apresentados na Língua Portuguesa, os quais precisam ser traduzidos para Libras com as adaptações necessárias. A complexidade deste processo de tradução, vale destacar, desde 2008 está na pauta de discussão realizada no Congresso Nacional de Pesquisas em Tradução e Interpretação de Língua Brasileira de Sinais (TILS), que vem sendo realizado a cada dois anos, pela Universidade Federal de Santa Catarina. Essa iniciativa tem tido grande repercussão e recebido grande reconhecimento nacional. Tem reunido estudantes, profissionais e pesquisadores, tanto surdos quanto ouvintes, de todo o Brasil. Sobre pesquisas recentes relacionadas aos Estudos da Tradução em Língua de Sinais e realizadas por pesquisadores surdos no Brasil, vale salientar que, além desta pesquisa, realizada via o curso de mestrado do autor desta dissertação (DOUETTES, 2015), pode-se citar também os autores surdos: Avelar (2010), Segala (2010), Castro (2012), Machado (2013) e Lopes (2015). Observa-se a importância das pesquisas desenvolvidas pelos tradutores surdos referidos, enquanto fontes fundamentais a esclarecer as interfaces relacionadas ao campo disciplinar Estudos da Tradução, o que deve repercutir no aperfeiçoamento profissional destes na área de tradução em Libras. Neste sentido, tanto o trabalho destes pesquisadores surdos, quanto outras pesquisas desenvolvidas, constituem-se como relevantes, sendo que dentre estas, também se destacam as pesquisas desenvolvidas por William e Chesterman (2002) e Holmes (1972, 1998, 2000 apud VASCONCELLOS, 2010). 49 CAPÍTULO II 2 ASPECTOS DA TRADUÇÃO E DA LEXICOGRAFIA NA PESQUISA EM LIBRAS Pesquisar a tradução e a lexicografia necessárias à pesquisa com Libras, remete-nos a conceitos dos glossários em Libras no Brasil, com obras de referência em Lexicografia e Terminologia. É importante afirmar a importância destes como apoio para a defesa e valorização da Libras, assim como, podem representar base de esclarecimento para os tradutores de línguas de sinais. De acordo com Vasconcellos (2010, p.120-132): Mesmo levando em conta a legitimidade da questão identitária da pesquisa em TILS onde: ‘Tradução’ e ‘Tradução e Interpretação de Línguas de Sinais’ podem beneficiar-se da filiação num mesmo campo disciplinar – Estudos da Tradução (ET) [...] ao se consolidar, passam a se preocupar com a formação de pesquisadores, cuja responsabilidade é lançar um olhar crítico sobre a prática – sistematizando-a e propondo modelos teóricos e metodológicos para a investigação do fenômeno da tradução, em suas mais variadas manifestações. A pesquisa na área da tradução e interpretação envolvendo Línguas de Sinais é bem mais recente que nas línguas orais. Existe a intenção, nesta pesquisa, de incentivar e motivar o crescimento desta área, utilizando o glossário como uma base para tal desenvolvimento, servindo como incentivo ao desenvolvimento do conhecimento científico e aos profissionais que necessitam de materiais de pesquisa nesta área. Vale definir o que é glossário, pelo verbete apresentado por Alves et al.: Glossário (termo tolerado: vocabulário): dicionário terminológico (6.2.1.1) baseado num trabalho terminológico (8.2) que apresenta a terminologia (5.1) de um domínio (2.3) ou de subdomínios (2.4) ou de vários domínios 50 associados. (NORMA ISO 1087 – Terminologia – Vocabulário, revisão conceitual / denominativa por Alves et al.). Ao se considerar, ainda, que a Língua não é estática, torna-se urgente a existência de glossários de qualidade em diversas áreas, entre as quais destacamos a área acadêmica, cujo repertório a ser explorado é imenso. Faulstich (1995) descreve “repertório como aquele que define termos de uma área científica ou técnica, dispostos em ordem alfabética, podendo apresentar ou não remissivas”. Outros conceitos merecem ser explicitados, a fim de situar o leitor. Entre eles, palavra, sinal e sinal-termo. A respeito do significado de sinal e palavra, Zeshan (2002 apud FARIA-NASCIMENTO, 2009) menciona: Os linguistas, especialistas em línguas de sinais, usualmente não falam em ‘palavras’. Em vez disso, falam em ‘sinais’ que tomam lugar da unidade lexical nas línguas orais. (...) A palavra e o sinal são situados num nível equivalente de organização linguística. (...) as línguas de sinais falam em sinais nos mesmos contextos em que as línguas orais falam em palavras. (ZESHAN, 2002 apud FARIA-NASCIMENTO, 2009: 14). A expressão sinal-termo equivale a um sinal que compõe um termo específico da Libras. As informações gerais desses conceitos envolvem a lexicografia em língua de sinais necessária para a construção de glossário de sinais-termos religiosos dessa proposta. Segundo Faulstich (2012 apud CASTRO JUNIOR, 2014) sinal-termo é: 1. Termo da Língua de Sinais Brasileira que representa conceitos com características de linguagem, próprias de classe de objetos, de relações ou de entidades. 2. Termo adaptado do Português para a Língua de Sinais Brasileira para representar conceitos que denotem palavras simples, compostas, símbolos ou fórmulas, usados nas áreas específicas do conhecimento. 3. Nota: a expressão sinal-termo foi criada por Faulstich (2012) e aparece pela primeira vez na dissertação de mestrado de Messias Ramos Costa, denominada Proposta de modelo de enciclopédia 51 bilíngue juvenil: Enciclolibras (2012). (FAULSTICH, 2012 apud CASTRO JÚNIOR, 2014, p. 28). Stumpf (2005, p. 36) descreve sinalário como “[um repertório lexicográfico], um conjunto de expressões que compõe o léxico de uma determinada língua de sinais.” Assim, ao vocabulário que apresentamos em língua de sinais chamamos, também, de “sinalário”. Tais conceitos encontram-se empregados em toda a pesquisa e são retomados, mais especificamente, no item 3.2, onde o foco serão os problemas envolvendo a Lexicografia na Língua de Sinais. Nos últimos anos, o número de materiais de apoio como glossários acadêmicos de Libras no Brasil, cada vez mais vem sendo ampliado, graças ao trabalho da equipe de tradutores surdos, como exemplo, o grupo de pesquisa que desenvolveu o glossário do curso de Letras-Libras, onde são mostradas as definições em Libras (formato de vídeo on-line), no site acadêmico da UFSC que está disponível em <www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras> conforme acesso em 10 abr. 2015. O referido glossário é um instrumento de apoio para estudantes surdos e ouvintes. Tem três formas: 1ª) busca pelo sinal-termo (grupo configuração de mão, configuração de mão no grupo e localização do sinal-termo), 2ª) português (ordem alfabética de A a Z) e 3ª) inglês (ordem alfabética). Nesse site acadêmico, também são encontrados os novos glossários da área de Cinema e de Arquitetura, acompanhados dos sinais-termos e definições em Libras. Muitas vezes acontecia, por exemplo, que alunos surdos que frequentaram cursos acadêmicos nas universidades ou faculdades brasileiras, pela necessidade emergente, criaram sinais-termos juntamente com os intérpretesde Libras durante as aulas, à medida que o professor da disciplina ensinava. Tanto os intérpretes de Libras quanto os alunos, até então, não sabiam quais eram os léxicos de Libras desta ou daquela área do curso, o que levava, então, à prática que ainda persiste, dos próprios alunos criarem os novos léxicos para ajudar na interpretação. Entretanto, depois do curso concluído, muitas vezes, não ficam registros destes sinais-termos para uma biblioteca, o que facilitaria muito na chegada dos próximos calouros à universidade e, até mesmo, na troca do intérprete. Por isso, são necessários registros de glossários acadêmicos de Libras nas bibliotecas de todas as universidades, podendo ser em DVD, opções on- line e outras. A Gallaudet University, uma universidade específica de surdos nos E.U.A., tem por norma, registrar por meio de videoclipes 52 acessíveis, o glossário de Observação do Discurso de Sala de Aula (Classroom Discourse Observation – CDO) no Website da própria universidade. Tal glossário explica as palavras soletradas em inglês acompanhadas das definições na Língua de Sinais Americana (ASL). Está disponível em:<http://www.gallaudet.edu/asldes/cdo/cdo_glossary_videos.html> conforme acesso em 10 de abril de 2015. Outro site britânico contém “British Sign Language Glossaries of Curriculum Terms – Scottish Sensory Centre” da Universidade de Edinburgh, que mostra os glossários de BSL (Língua Britânica de Sinais) para Matemática, Física, Astronomia, Química, Biologia, explicando as suas definições e exemplos em BSL, em ordem alfabética de A a Z, conforme está disponível em http://www.ssc.education.ed.ac.uk/bsl/list.html, acesso em 10 de abril de 2015. É de importância relevante que haja um modelo de glossário em Língua de Sinais, incluindo explicações conceituais para fortalecer o enriquecimento dos léxicos terminológicos, tal como pode ser feito em Libras, para consulentes surdos nas escolas, universidades e outras. 2.1 CONCEPÇÕES DE LÍNGUA NA TRADUÇÃO E INTERPRETAÇÃO EM LIBRAS O linguista americano William Stokoe (1960) foi uma das primeiras pessoas a considerar a Língua de Sinais Americana - ASL, uma língua legítima; ele é considerado pai da Linguística da Língua de Sinais. Na década de 1980, Ted Supalla e Carol Padden foram pioneiros nos estudos linguísticos e gramaticais da ASL, realizados por surdos, nos EUA. No Brasil, a Libras começou a ser investigada na década de 1980 por Ferreira-Brito (1984). Nos anos 1990, Karnopp (1994) e Quadros (1995) pesquisaram a aquisição de língua de sinais e as linguístas surdas Marianne Stumpf e Ana Regina Campello também passaram a dedicar- se ao trabalho linguístico e gramatical dessa língua. Stumpf destaca, a respeito do reconhecimento das línguas de sinais: Hoje, 44 países reconhecem oficialmente as Línguas de Sinais e os direitos linguísticos dos surdos. No Brasil, e nesses países, as novas gerações pertencentes às comunidades surdas não dizem mais “Eu surdo” – Ser passivo – que não pensa nem escolhe. Sabem que é seu direito usar a 53 Língua de Sinais e acreditam em suas possibilidades. É uma geração mais forte que sempre pressiona pelo intérprete, pela acessibilidade da Língua de Sinais. (STUMPF, 2008, p. 18). Stumpf (2008) destaca que o direito de o sujeito surdo utilizar a Língua de Sinais, garante o funcionamento das suas funções linguísticas. Sobre esta questão, resgata-se a explicação tecida por Weininger a respeito deste processo: A língua de sinais sempre deve ser considerada a L1 dos surdos (...), mesmo que ela seja adquirida de forma incompleta. Ela é a única que consegue exercer plenamente todas as três funções linguísticas para os Surdos: percepção, cognição e comunicação. Mais uma decorrência da aplicação dessas análises de Humboldt e Wittgenstein é a existência necessária de uma “cognição visual” Surda, formada não apenas por causa do estímulo e desenvolvimento cerebral maior das áreas de processamento visual, mas ainda mais pelo fato da língua que forma o pensamento dos Surdos ser viso-espacial. (WEININGER, 2014, p. 73). Ao considerar a função exercida pela Língua de Sinais, nas funções linguísticas dos surdos, reitera-se a importância do reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais - Libras como língua oficial de comunicação e expressão das comunidades surdas do Brasil, que se deu pela Lei Federal n° 10.436, de 24 de abril de 2002, regulamentada pelo Decreto nº 5.626, de 22 de Dezembro de 2005. Sobre a Libras, Quadros e Karnopp (2004, p. 28) afirmam que é uma língua com “um sistema padronizado de sinais/sons arbitrários, caracterizados pela estrutura dependente, criatividade, deslocamento, dualidade e transmissão cultural”. Entre as abordagens passíveis de discussão sobre as Línguas de Sinais, enfatiza-se que no Brasil, a cada dia, ampliam-se os números das pesquisas sobre tradução e interpretação de textos, da Língua Portuguesa para Libras, assim como o número de profissionais intérpretes e tradutores de língua de sinais. Um evento importante, que tem contribuído para o aprofundamento das discussões sobre os temas citados, é o Congresso Nacional de Pesquisas em Tradução e 54 Interpretação de Libras e Língua Portuguesa, já referido. Já ocorreram quatros edições deste congresso na Universidade Federal de Santa Catarina, datados a partir de 2008, ocorrendo também em 2010, 2012 e 2014. O objetivo primordial tem sido socializar e afirmar as pesquisas em tradução e interpretação da Libras, no campo dos Estudos de tradução e Interpretação. Todo esse contexto, que demanda a criação de um grande número de sinais-termos para que se possa tematizar novos conteúdos em Libras, nas diversas áreas, confirma que tem sido fomentado o aumento no número de pesquisas desenvolvidas e em desenvolvimento na área de Tradução e Interpretação. 2.2 CULTURA SURDA NA TRADUÇÃO E INTERPRETAÇÃO EM LIBRAS NOS ESPAÇOS RELIGIOSOS Ser leitor e não auditor é a referência totêmica dos surdos. Esta referência é o identificador comum, não a identidade. A “força ritual” e a relação dela com o “totem” identificam a aglutinação de um grupo de pessoas em torno de um conjunto de práticas e de objetos. O totêmico pode também explicar o consumismo como efeito de um operador fortemente alçado ao processo de “rendição” ou “amor” aos objetos consumidos. No caso dos surdos, o objeto externo cultuado, amado e querido é o uso da visão, pois é a partir daí que surge a pulsação identitária, a cultura, a língua de sinais. (PERLIN, 2014, p. 223). Em relação à cultura surda, a tradução e a interpretação em Libras nos espaços religiosos, são de grande importância para os leitores surdos, que prezam as suas crenças religiosas e seus direitos de conhecer os textos religiosos na Língua Portuguesa, que estes sejam traduzidos para Libras ou línguas de sinais. A construção de um glossário de sinais- termos bíblicos é uma resposta a essa prerrogativa, e envolve o grande desafio de definir conceitos de sinais-termos religiosos em Libras, de forma que seja natural e pura. De acordo com o povo surdo que avalia a própria gramática visual, essa língua de sinais é inseparável da cultura surda; são interligadas, tornando-se impossível conhecer apenas a língua de sinais, sem ter contato com a cultura dos surdos. No século XIX, Flausino da Gama, surdo, analisou, adaptou uma obra francesa e criou outra, que veio a tornar-se o primeiro dicionário 55 registrado no Brasil, “Iconographia dos signaes dos surdos-mudos”, de 1875. Seguiu-se a essa publicação um muito longo tempo sem novos estudos, com pouquíssimas publicações: Oates (1969), Peterson (1981), Hoemann; Oates; Hoemann (1983), Peterson; Ensminger (1984), Peterson; Ensminger (1987), JMN (1991), TJ (1992), Capovilla; Raphael; Macedo (1998) na área de Lexicografia. Após o reconhecimento da Libras, em 2002 e, posteriormente, com a criação do curso Letras- Libras naUniversidade Federal de Santa Catarina em 2006, começa a crescer potencialmente o número de aprendizes surdos, dedicados ao trabalho tradutório, linguístico, lexicográfico e terminológico, para desenvolver os glossários de suas áreas, em língua de sinais. O surdo passa a ler, estudar, consultar, refletir, avaliar e questionar a construção de glossários de área específica, como os de Língua Portuguesa para a Libras. Desta feita, reitera-se extrema a importância da legitimação da própria língua de sinais, da identidade e da cultura surda. Os leitores surdos têm habilidades de ler e criar os sinais-termos de Libras, de acordo com as definições, organizando-as de modo a combinar com a sua própria gramática para definir o contexto dos sinais, disponibilizando-os às comunidades surdas do Brasil, a fim de que possam apropriar-se de materiais que deixam explícita a visualidade necessária. Este processo singular dos surdos ocorre porque são sujeitos visuais, sendo esta uma de suas características mais marcantes, conforme característica evidenciada por Witt (2013) em sua biografia: Meus olhos são minha vida, são meu canal primordial, mais intenso, mais completo, mais arguto com a realidade, sendo que a percepção é maior, por exemplo, se alguém me pergunta como ocorreu um fato, explicarei o que vi, e não ouvi, se é feita esta mesma pergunta para o ouvinte, ele declarará pelo contrário: mais do que ouviu do que viu. (WITT, 2013, p.55). No caso do glossário de Letras-Libras, uma equipe de tradutores e intérpretes que dominam a Libras, discutiram a construção desse glossário. Ainda os glossários de diversas áreas enriquecem, em grande número, os vocábulos da Libras, para fortalecer a língua de sinais da comunidade surda do Brasil. Também o glossário de sinais-termos dá suporte para os intérpretes de sinais, que usam os vocábulos na escola, 56 nas faculdades e nos cursos. Até os alunos, surdos e ouvintes, podem consultar esses glossários. Um exemplo é o glossário on-line do curso de Letras-Libras existente no site da UFSC para o acesso dos acadêmicos do curso. Assim como nas igrejas, nas escolas e universidades, a maioria deseja ter uma biblioteca à disposição, revistas, jornais, documentários, Bíblias, dicionários, glossários e muito mais recursos on-line, incluindo DVDs e programas de software, os surdos também querem acesso ao que existe hoje nos vários níveis de informação. Para tanto, se faz necessário que tais informações, ricas e valiosas, sejam visualizadas em língua de sinais para a clara compreensão pelos cidadãos surdos. Somente assim, poderão assumir suas responsabilidades de iniciativa, autonomia e liberdade, seguindo seus caminhos, riscos, desafios, crenças, visões e metas da vida social, igualdade cultural, política e social. Desta forma, eles poderão tomar as suas próprias decisões e exercer a igualdade social no mundo ouvinte, apesar dos preconceitos comuns, ainda percebidos, a respeito da capacidade e do desenvolvimento linguístico dos sujeitos surdos. No que diz respeito à religião cristã, é muito importante ter as histórias bíblicas contadas em LS, filmes de atores surdos que trabalham nos papéis de personagens bíblicos na história adaptada para LS, ter glossários de sinais-termos bíblicos com as suas definições, pregar devocionais visuais on-line etc. Comentários referentes às palavras-chaves, conceitos, versículos da Bíblia, tudo em LS, são uma grande atração visual, além de que o material, traduzido diretamente na língua materna, é rico e acaba com a dependência da língua oral-auditiva. Nesse caso, o que é ainda melhor, significa que o surdo tem independência religiosa, social, política e linguística. O alvo é que o mundo ouvinte possa compreender melhor a cultura dos surdos, em suas diferenças linguísticas e habilidades peculiares, independente de ser uma minoria linguística. É possível e o resultado seria o incentivo ao crescimento das gerações surdas para além do desenvolvimento das Línguas de Sinais. Hoje, há uma área acadêmica da UFSC, do curso de Letras- Libras, focada no glossário on-line, onde os próprios tradutores surdos consultam e traduzem as definições dos termos acadêmicos e textos escritos das disciplinas do curso para a Língua Brasileira de Sinais. Segundo Perlin, autora surda: 57 Percebe-se que o sujeito surdo está descentrado de uma cultura e possui outra cultura. Percebe-se o surdo em seu deslocamento da cultura ouvinte ou cultura universal e emergente na problemática da diferença cultural própria. (PERLIN, 2004, p.76). O mundo dos sujeitos surdos é diferente do mundo dos sujeitos ouvintes. Os surdos entram no mundo por meio da visão, utilizando as mãos como instrumento de comunicação, e não pela audição, peculiar dos sujeitos ouvintes que possuem uma língua oral-auditiva. Ou seja, a Libras é uma língua visual-espacial-tátil, ainda melhor exposta no conceito claro, expresso pela autora e atriz surda, Emmanuelle Laborit (1994), que disse que "os outros ouvem, eu não. Mas tenho olhos, que forçosamente observam melhor do que os deles. Tenho as minhas mãos que falam..." Os sujeitos surdos são capazes de se agrupar e desenvolver uma mesma afinidade, a da cultura surda e da língua de sinais. Conforme Strobel (2008): Cultura surda é o jeito de o sujeito surdo entender o mundo e de modificá-lo a fim de torná-lo acessível e habitável, ajustando-o com as suas percepções visuais, que contribuem para a definição das identidades surdas e das “almas” das comunidades surdas. Isto significa que abrange a língua, as ideias, as crenças, os costumes e os hábitos de povo surdo. (STROBEL, 2008, p. 24). A Libras e a produção cultural na língua de sinais brasileira diverge de outras línguas de sinais existentes no mundo, embora cada uma dessas seja, também, uma língua visual-espacial, conforme Perlin (2006): “A língua de sinais, uma língua visual-espacial com gramática própria, é uma das maiores produções culturais dos Surdos”. A grande diferença é que quando um surdo se encontra pela primeira vez com outro surdo, eles contam um ao outro... histórias de surdo, isto é, de suas vidas. Tudo isso de um minuto para outro, como se conhecessem desde a eternidade. O diálogo é imediato, direto, fácil. Nada a ver com o dos ouvintes. Um ouvinte não avança sobre outro logo ao primeiro contato. Toma conhecimento, é 58 lento, é precavido; é preciso tempo para travar conhecimento. (LABORIT, 1994, p.119-120). Segundo Laborit (1994. p.178), “formamos uma minoria de surdos [...] com uma cultura particular, uma língua particular.” Nesta mesma linha de argumentação, em defesa da cultura surda, a pesquisadora CODA Quadros (2003) explica: Essa cultura é multifacetada, mas apresenta características que são específicas, ela é visual, ela traduz-se de forma visual. As formas de organizar o pensamento e a linguagem transcendem as formas ouvintes. Elas são de outra ordem, uma ordem com base visual e por isso têm características que podem ser ininteligíveis aos ouvintes. Ela se manifesta mediante a coletividade que se constitui a partir dos próprios surdos. A escola há muito tem representado o lugar em que os surdos não possuem os seus espaços, pois baniu a língua de sinais e jamais permitiu a consolidação dos grupos surdos e de suas produções culturais. Assim, a coletividade surda garantiu-se através de movimentos de resistência com a fundação de organizações administradas essencialmente por surdos. Em muitas dessas organizações, ouvintes não são permitidos no corpo administrativo. O que acontece aqui é o clamor pela coletividade surda com a constituição de suas regras e de seus princípios e um confronto de poderes. Nesse espaço com fronteiras delimitadas por surdos é que se constitui a cultura surda. Em alguns casos, até admite-se a existência dessa cultura, mas enquanto cultura subalterna ou minoritária, jamais como cultura diferente.(QUADROS, 2003, p. 86). Desta feita, o que a percebe-se na atualidade é que, apesar das conquistas dentro da legislação brasileira, do reconhecimento da Libras e outras prerrogativas em relação aos direitos dos surdos, previstas no Decreto n° 5.626/2005, ainda existe certa resistência em aceitar a cultura surda, o sujeito surdo e a sua língua em algumas instâncias sociais. Contudo, pesquisas desenvolvidas na área de Libras bem como na área 59 de Lexicografia, devem contribuir para se conseguir o reconhecimento da Libras também como uma língua de prestígio social. 2.3 OBRAS EM LIBRAS, COM REGISTROS DE SINAIS-TERMOS RELIGIOSOS O primeiro dicionário registrado no Brasil, o já apresentado, “Iconographia dos signaes dos surdos-mudos”, de 1875, de autoria de Flausino José da Gama, não tinha como objetivo fazer o registro de sinais-termos religiosos. Essa obra foi produzida por meio de litogravura e contém 382 estampas com sinais, excetuando-se o alfabeto manual. O prefácio desse livro, escrito pelo diretor Tobias Leite, traz uma observação interessante: “Vulgarizar a linguagem dos signaes, meio predileto dos surdos-mudos para a manifestação dos seus pensamentos e mostrar o quanto deve ser apreciado um surdo-mudo educado” (GAMA, 1875). Até hoje, desde a iniciativa do próprio Flausino Gama, ampliamos o vocabulário de Libras no Brasil e reconhecemos que esse dicionário foi a marca histórica do início da produção de Libras na Comunidade Surda Brasileira. Conforme Silva: A obra Iconographia dos signaes dos surdos- mudos está sendo tomada neste trabalho como o acontecimento discursivo na história da Língua de Sinais no Brasil, por ser considerada como o primeiro monumento do processo de instrumentação da Língua de Sinais do Brasil. A obra de Flausino da Gama formula um discurso que apresenta uma historicidade específica e estabelece um domínio fundador na dicionarização da Língua Brasileira de Sinais. Parafraseando Nunes (1996a), a obra de Flausino da Gama pode ser considerada como fundadora do discurso lexicográfico de Libras no Brasil. Podemos dizer, que, em certo sentido, a Iconografia de Flausino da Gama no Brasil teve, em relação à língua de sinais, um papel fundador comparável à Grammatica Portugueza (1881) de Júlio Ribeiro na história da gramatização do português. (SILVA, 2012, p. 112). Assim, além de Flausino formular esse “domínio fundador na dicionarização da Língua Brasileira de Sinais” (SILVA, op. cit: idem), 60 ao inaugurar a lexicografia em Libras ele traz alguns sinais-termos que marcam a introdução do discurso religioso nos repertórios em línguas de sinais, acrescido ao fato de ser o primeiro autor de um glossário em Libras, desenhado e escrito por um SURDO. Conforme Sofiato e Reily (2011): Consta no documento intitulado “Alumnos do Instituto dos Surdos-Mudos”, escrito pelo então diretor Tobias Leite, datado de 5 de abril de 1870, que Flausino ingressou no Imperial Instituto dos Surdos-mudos em primeiro de julho de 1869, aos 18 anos. Filho legítimo de Anacleto José da Costa Gama, era surdo congênito e pensionista do Estado. O documento destacava sua magreza e abundante inteligência. (SOFIATO; REILY, 2011, p. 627). Seguem amostras de ilustrações do livro desse autor: Figura 3 - Livro Iconographia dos Signaes dos Surdos-Mudos 61 Ainda que poucos, são representativos os sinais-termos religiosos dessa obra de Flausino José da Gama. São eles: adorar, arcebispo, bispo, casto, cônego crer, padre, religioso e temer. Seguem algumas das ilustrações desses termos, representados na obra: Figura 4 - Sinais-termos religiosos da obra de Flausino José da Gama Fonte: Gama (1875) 2.4 TRADUÇÃO BÍBLICA EM LÍNGUAS DE SINAIS NO MUNDO A Bíblia vem sendo traduzida para as Línguas de Sinais em todo o mundo. O cristão considera essa ação de grande importância para que as pessoas surdas tenham o direito de saber o que diz a Bíblia Sagrada em suas próprias línguas de sinais. De acordo com Wycliffe Bible Translators (http://wycliffe.org.uk/beinvolved/roles/roles-signlanguage.html), há mais de 30 milhões de pessoas surdas no mundo, que se comunicam por meio de línguas de sinais. Contudo, quando têm acesso, a maioria dos surdos se comunica por uma língua sinalizada. A Wycliffe Bible Translators explica, ainda, que existem razões pelas quais a Bíblia deve ser traduzida. Na sequência, são apresentados os argumentos registrados no referido site, escritos, originalmente, em Inglês, cujas principais ideias serão transcritas em Língua Portuguesa. Por que traduzir a Bíblia para as Línguas de Sinais? Porque as pessoas surdas têm o direito de acessar as Escrituras em sua primeira língua e não existe, ainda, a tradução completa da Bíblia em língua de sinais; na verdade, existe apenas um conjunto completo do Novo Testamento, a tradução elaborada por Deaf Missions para a Língua de Sinais Americana, The Bible ASL Version. 62 Há outros argumentos que se destacam com relação à importância de se traduzir a Bíblia para língua de sinais. Para a maioria das pessoas surdas, esta é a primeira língua, a língua que adquiriram, à qual tiveram acesso, é a língua do seu coração. Um segundo ponto, apresentado na fonte citada, é o fato de que muitos surdos são analfabetos. Isto é, em parte, devido à alfabetização precária em muitos países, mas também porque a leitura pode ser difícil para a pessoa surda, pois letras correspondem a sons, sons que a maioria das pessoas surdas nunca ouviu e nunca ouvirá. Cada combinação de letras tem que ser memorizada separadamente e a leitura é mais como olhar para uma lista de números de telefone do que palavras - não exatamente algo que fala claramente para o seu coração (Idem). Um último argumento referido no site em questão é o fato de que as gramáticas de Línguas de Sinais são muito diferentes das gramáticas das línguas faladas. 2.4.1 A tradução da Bíblia católica em línguas de sinais A Bíblia adotada pela religião católica tem 73 livros no Velho e Novo Testamento, devido aos 7 livros apócrifos: Tobias; Judite; I, II Macabeus; Sabedoria; Baruc; Abdias. Ainda não encontramos alguma tradução desses livros apócrifos em LS, ao redor do mundo, o que não significa que não exista; apenas não tivemos acesso. Aqui no Brasil existe a Pastoral dos Surdos do Brasil, onde os surdos católicos divulgam os vídeos em Libras sobre eventos, encontros e informações. Há também os vídeos em Libras, com a interpretação simultânea da voz do padre, disponíveis em <www.effata.org.br>, e vídeos de catequeses, Evangelho e reflexão, sinais de hoje e orações em Libras, inclusive oração do Pai Nosso, disponível em <https://www.youtube.com/channel/UCvpI2lv0MGSsYYZ7aIC3Cgw>, acessado em 30 de março de 2015. A pastoral dos surdos de Campinas, em São Paulo, por exemplo, fez traduções a respeito de liturgia em Libras, mostrada em vários vídeos sinalizados, e disponíveis em <www.youtube.com/user/efetacampinas/videos> e que foram acessados em 8 abr. 2015. Há também a oração do Pai Nosso, traduzido em um versículo extraído da Bíblia – Mateus 6:9-13, em ASL. Segue um recorte do vídeo dessa oração no Youtube. 63 Figura 5 - Oração do Pai Nosso em ASL Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=SUH7CiyXaBA> Embora, de acordo com a informação desse vídeo, não haja ainda uma tradução oficial em ASL para a oração do Senhor, em Boston, estado de Massachusetts – EUA, essa versão já pode ser encontrada. Há a divulgação de vídeos católicos em ILS no site de “Piccola Missione per I sordomuti” (Pequena Missão para Surdos) na Itália, disponível em:<http://www.piccolamissionesordomuti.com/italia/?page_id=25>, conforme acesso em 8 de abril de 2015. Um dos DVDs existentes na Inglaterra, referente asinais litúrgicos como Missa e Orações e um glossário em Língua de Sinais de Catholic Deaf Association, encontra-se disponível em <http://www.cda- uk.com/roman_missal.html>foi acessado em 30 de março de 2015. Essa associação divulga em DVD, a tradução dos capítulos de 1 a 6 do Evangelho de Marcos, feita pelo projeto da Bíblia em BSL, disponível em <www.bslbible.org.uk> cujo acesso foi feito em 30 de março de 2015. Esse site é aberto para o acesso de qualquer pessoa, independente de credo ou religião. Na Espanha, há um projeto para a tradução da Bíblia para ambas as línguas de sinais utilizadas no país, a Língua de Sinais Espanhola (LSE) e a Língua de Sinais Catalã (LSC). Membros da comunidade surda, na Catalunha, testemunham que as duas línguas são sensivelmente diferentes. A Espanha lançou o Website "A Bíblia". Segue ilustração extraída do site: 64 Figura 6 - Ilustração do site de Tradução da Bíblia em Língua de Sinais Espanhola / Língua de Sinais Catalã Fonte: www.biblialselsc.org Esse site é aberto para o acesso de qualquer pessoa. Observe a entrevista com Steve Parkshurt (seção 5.5). A tradução da Bíblia está progredindo em ambas as línguas. As porções traduzidas são liberadas como vídeo em forma de animação, em DVD. Veja um recorte de vídeo da História da criação. Figura 7 - Vídeo de sete dias de criação de Deus em Língua de Sinais Espanhola / Língua de Sinais Catalã Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=wYkgX28qBkE>. 65 Há também o glossário de termos bíblicos em LSE e LSC, cujas categorias apresentadas são: pessoas, lugares e palavras desse site, apresentando os sinais-termos mas sem definição em línguas de sinais. Exemplificamos o sinal-termo de Davi: Figura 8 - Sinal-termo de Davi em Língua de Sinais Espanhola / Língua de Sinais Catalã Fonte: <http://www.biblialselsc.org/diccionario/david.html> Vale informar que o Sistema 3D é utilizado em vários países, pelos benefícios da neutralidade do tradutor. Tal opção justifica-se em determinados locais até mesmo por questões de perseguição religiosa, servindo como forma de proteção do sinalizante. 2.4.2 Tradução da Bíblia evangélica em Línguas de Sinais A Bíblia adotada pela religião evangélica tem 66 livros (não inclui os sete livros inseridos na Bíblia católica), mas há algumas traduções desses em Línguas de Sinais. No Brasil, o material “A Bíblia em Libras – Carta de Paulo aos Colossenses”, traz uma interpretação para a Libras, gravada em 1999 em DVD, pela intérprete Marília Moraes Manhães, pedagoga e líder do “ministério com Surdos” da JMN da Convenção Batista do Brasil, da cidade do Rio de Janeiro. Esse DVD tem a interpretação simultânea do texto original da Bíblia na Nova Tradução da Linguagem de Hoje, com áudio. A segunda edição desse DVD tem a interpretação do surdo Flávio 66 Milani, professor de Libras. Também há o DVD que traz a Carta de Paulo aos Efésios (autor, s/d), interpretado por ele. Figura 9 - A Bíblia em Libras - Carta de Paulo aos Colossenses Fonte: A Bíblia em Libras (DVD) A professora surda Andréa Mazacotte, de Foz do Iguaçu, no Paraná, formada em Letras-Libras, iniciou uma experiência para a tradução de seis parábolas bíblicas em Libras, no DVD. São elas: Ovelha perdida, Bom samaritano, Dez moças, Rico e Lázaro, Filho Pródigo e Semeador. O material inclui estudos e vocabulário dessas parábolas, publicadas, da Primeira Igreja Batista de Foz do Iguaçu. Segue a capa de DVD: 67 Figura 10 - As Parábolas de Jesus em Libras Fonte: As Parábolas de Jesus em Libras (DVD) O Instituto Expressão Surda (IES), é uma organização sem fins lucrativos e não-denominacional, focada na tradução bíblica. Fundado em 2007, como projeto piloto, e registrado em 2008, o instituto localiza- se em Curitiba, no Paraná, e tem um projeto para adultos surdos e outro para crianças surdas. As gravações dos vídeos são feitas por tradutores surdos que interpretam as histórias bíblicas em Libras. Há uma equipe formada por tradutores surdos, intérprete ouvinte e voluntários, surdos ou ouvintes, que colaboram na tradução, para que o Povo Surdo possa compreender melhor a Palavra de Deus em Libras. A referida equipe também avalia o contexto histórico de acordo com a Bíblia Sagrada e adequa os textos à gramática da Libras, sendo esse seu principal trabalho. Sempre contando com a presença do consultor linguístico e bíblico, as traduções feitas no IES, são avaliadas antes de finalizar e publicar DVDs em Libras. O projeto “Biblibras”, do IES, que significa Bíblia em Libras, destina-se a adultos surdos; está em andamento a tradução de 32 68 histórias bíblicas principais, em ordem cronológica, do Antigo e do Novo Testamentos. A expectativa é de traduzir para Libras todo o Evangelho de Marcos, composto de 16 capítulos. Já o projeto Aventuras da Bíblia em Libras é um projeto inovador da SBB, desenvolvido em parceria com o IES, para crianças surdas. Em 2012 e 2015, foram publicadas 8 das 32 histórias bíblicas previstas: as histórias de Noé, Sansão, Moisés, Davi, Daniel, Jonas, Nascimento de Jesus e Ovelha perdida. As restantes estão em andamento. Junto ao livreto ilustrado com as histórias em Português, o público recebe um DVD com as mesmas histórias interpretadas em Libras. Essas oito histórias compõem o primeiro e o segundo volumes de uma série de 8 livretos com DVD, da coleção Aventuras da Bíblia em Libras, o que contribui para que crianças surdas também tenham acesso às histórias da Bíblia Sagrada. Seguem as imagens das capas do primeiro e do segundo volumes dos livros ilustrados com DVDs, Aventuras da Bíblia em Libras: Figura 11 - Livretos Aventuras da Bíblia em Libras - volumes 1e 2 e DVDs 69 Fonte: <http://www.sbb.com.br/serie-dvd-aventuras-da- biblia-em-libras.html#.VY2-9xNViko>. Esses DVDs com histórias interpretadas em Libras não trazem áudio, mas tem a opção de legendas. Ao final, um breve glossário de sinais-termos bíblicos em Libras nos DVDs, mas este não inclui os conceitos desses sinais-termos em Libras. Seguem alguns exemplos desse glossário. Figura 12 - Sinal-termo de Moisés 70 Figura 13 - Sinal-termo de Sansão Figura 14 - Sinal-termo de Jesus Figura 15 - Sinal-termo de ovelhas Fonte: Aventuras da Bíblia em Libras – volumes 1 e 2 (DVDs). 71 A organização Deaf Missions no estado americano de Iowa, nos EUA, foi fundada por Duane King, no ano de 1970. Em 1981, o projeto foi concebido para traduzir a Bíblia Sagrada para a Língua de Sinais Americana (ASL). Após 23 anos, foi concluída a tradução do Novo Testamento, para a ASL. Cerca de um terço do Antigo Testamento já está traduzido. Deaf Missions também produziu o programa popular feito para a televisão, The Finger Food Cafe Show, e está produzindo Big Bible Stories in American Sign Language, uma série de vídeos que ensinam histórias da Bíblia para crianças surdas. Segue uma ilustração do DVD do Novo Testamento completo e traduzido em Língua Americana de Sinais: Figura 16 - The New Testament - The Bible: ASL Version Fonte: <http://deafmissionsstore.com/v-btntd.html>. Seguem ilustrações dos DVDs Big Bible Stories e um recorte da contação da história de Abraão em ASL para crianças surdas. 72 Figura 17 - Big Bible Stories – American SignLanguage Fonte: <http://deafmissionsstore.com/v-bbs4pk.html> Figura 18 - Recorte do vídeo de contação da história de Abraão em ASL Fonte: <http://deafmissionsstore.com/v-bbsabd.html> Outra entidade é DOOR International (Deaf Opportunity OutReach). Seu material conta com 32 histórias bíblicas em ordem cronológica, traduzidas em ASL, avaliadas por consultor linguístico e bíblico em LS. Esse material encontra-se disponível em 73 <www.doorinternational.com>, conforme acesso em 30 de março de 2015. Entre os principais objetivos encontra-se: Estabelecer um programa de tradução da Bíblia de língua de sinais internacional e desenvolver recursos e currículos para os líderes cristãos surdos; estabelecer programas de treinamento para líderes cristãos surdos, tradutores surdos e consultores de tradução da Bíblia; estabelecer programas de evangelismo, discipulado e plantação de igrejas lideradas por cristãos surdos; estabelecer indígena, liderança surda, autossustentável e reproduzindo associações de cristãos surdos; estabelecer associações nacionais e internacionais que promovam evangelismo, discipulado, treinamento de liderança, crescimento e reprodução de associações de cristãos surdos; estabelecer recursos e programas que incentivem e melhorem a língua de surdos e a cultura surda. (<http://www.doorinternational.com/hearing/abou t-door>). O projeto ViBi para tradução da Bíblia em Língua de Sinais Japonesa (JSL), foi criado em 1993. ViBi traduz a Bíblia hebraica e grega para JSL e publica os resultados em formatos visuais, como vídeo em DVD e para internet. Como um dos primeiros projetos de tradução da Bíblia em língua de sinais, esse projeto desempenha um papel fundamental no movimento da tradução da Bíblia de Língua de Sinais, em todo o mundo, e foi premiado com o Distinguished Bible Service pela Sociedade Bíblica do Japão em 2007. Até agora, 15 livros da Bíblia foram concluídos em JSL: Gênesis, Rute, Ester, Jonas, Mateus, Marcos, João, Atos, Gálatas, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, Filemom e Tiago. Disponível: <http://jslverses.com/version2/> Acessado em 10 de abril de 2015. O Deaf Bible é uma organização sem fins lucrativos, com finalidade totalmente religiosa: anunciar a Palavra de Deus em toda parte, para todos. É um ministério que tem parceria com organizações de tradução da Bíblia de Língua de Sinais em todo o mundo, para os programas de distribuição da Bíblia Sagrada. A missão dessa instituição é trabalhar com tradutores de línguas de sinais para divulgar as traduções da Bíblia e disponibilizá-la para os surdos de todo o mundo, 74 em suas próprias línguas de sinais. Começando com a Língua de Sinais Americana. A instituição desenvolve novas formas para as traduções, bem como programas para envolver a comunidade surda com a Bíblia Sagrada. Uma vez que a tradução deve ser acessível aos surdos, a instituição disponibiliza vídeos via aplicativo Deaf Bible, por internet, telefone de vídeo, tevê ou qualquer outra tecnologia disponível. É possível baixar o app no celular smartphone, tablet ou mesmo no acesso on-line (<www.deafbible.com>). Segue a ilustração: Figura 19 -Vídeos via aplicativo Deaf Bible Fonte: <http://www.bible.is/deaf/ASESLV/Matt/1>. De acordo com o site <www.ethnologue.com>, da Sociedade Internacional de Linguística (SIL), há um número crescente de projetos ativos de tradução da Bíblia em LS no mundo. 75 2.4.3 Tradução da Bíblia de Testemunhas de Jeová em Línguas de Sinais A Bíblia adotada pelas Testemunhas de Jeová em Línguas de Sinais, traduzida pela Novo Mundo das Escrituras Sagradas, possui o total de 66 livros entre o Antigo e o Novo Testamentos. A tradução de livros bíblicos selecionados do Antigo Testamento em Língua de Sinais Americana (ASL) está em curso. O vídeo com a gravação do livro do Gênesis foi concluído. Em 2005, um grupo de Testemunhas de Jeová deu início à tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, em ASL, começando pelo livro de Mateus. Até 2010, a tradução de todos os 27 livros do que é, comumente, referido como o Novo Testamento tinha sido concluída. Além dessas traduções, as Testemunhas de Jeová têm trechos da Bíblia traduzidos em outras cinco línguas de sinais. Disponível: <http://www.jw.org/en/jehovahs- witnesses/activities/publishing/bible-in-sign-language>. Acessado em 1° de março de 2015. Há também o aplicativo JW Biblioteca Sign Language, elaborado por grupo de Testemunhas de Jeová e pode ser baixado para reproduzir vídeos em Língua de Sinais. Encontra-se disponível em: <www.jw.org>, conforme acesso em 30 de março de 2015. Figura 20 - Vídeo de uma das histórias bíblicas das Testemunhas de Jeová pelo tablet Fonte:<http://www.jw.org/en/jehovahs-witnesses/activities/publishing/bible-in- sign-language>. Pesquisamos, nesse site, o que há de tradução bíblica, das Testemunhas de Jeová, em Línguas de Sinais de alguns países. 76 Encontramos: (i) Brasil - Libras:27 livros do Novo Testamento completo; (ii) Estados Unidos - ASL: 7 livros (Gênesis, Êxodo, Levítico, Deuteronômio, Rute, Eclesiastes, Jonas) do Velho Testamento e 27 livros do Novo Testamento completo; (iii) Colômbia - livros do Novo Testamento (menos Filemom; Hebreus; Tiago; Tiago; I, II, Pedro; Judas; I,II, III João e Apocalipse); (iv) Coreia do Sul KSSL: 3 livros (Mateus, Marcos e Lucas) do Novo Testamento; (v) Itália - LIS: 27 livros do Novo Testamento completo; (vi) LSM: 23 livros do Novo Testamento (menos I, II, III João; Apocalipse Há outros vídeos traduzidos como livros e brochuras para estudo bíblico, peças teatrais e algumas histórias bíblicas nas línguas de sinais de alguns países no mundo. Segue um recorte do vídeo com a tradução do livro de Mateus em Libras. Figura 21 - Recorte do vídeo do livro de Mateus traduzido em Libras Fonte: http://www.jw.org/bzs/publicacoes/biblia Em síntese, essa informação geral sobre registros terminográficos nas três religiões(Católica, Evangélica e Testemunhas de Jeová) a respeito da Tradução Bíblica em LS no mundo, e sobre a importância de se traduzir a Bíblia para os surdos, remete-nos à necessidade de se ter os termos religiosos traduzidos ou criados diretamente em Libras. Destaca-se mais um episódio bastante elucidativo, relatado pela Aliance Global Wycliffe, a respeito da tradução bíblica em Língua Sinais Catalã, na Espanha: :27 livros do Novo Testamento Gênesis, Êxodo, ) do Velho Testamento - LSC: 17 Filemom; Hebreus; Tiago; Tiago; I, Coreia do Sul - ) do Novo Testamento; (v) eto; (vi) México - I, II, III João; Apocalipse). Há outros vídeos traduzidos como livros e brochuras para estudo bíblico, peças teatrais e algumas histórias bíblicas nas línguas de sinais Segue um recorte do vídeo com a tradução Recorte do vídeo do livro de Mateus traduzido em Libras Em síntese, essa informação geral sobre registros terminográficos nas três religiões(Católica, Evangélica e Testemunhas de Jeová) a respeito da Tradução Bíblica em LS no mundo, e sobre a importância de nos à necessidade de se ter os termos religiosos traduzidos ou criados diretamente em Libras. se mais um episódio bastante elucidativo, relatado pela , a respeito da tradução bíblica em Língua de 77 Steve Parkhurst está trabalhando junto a uma equipe no nordeste da Espanha para traduzir a Bíblia para a Língua de Sinais Catalã. Toda quinta-feira, Steve pega o trem para o centro de Barcelona para se reunir com um grupo de até dez idosos surdos católicos e o padre da congregação de Surdos. Juntos, eles leem seções traduzidas de Marcos e falam sobre o texto elaborado, comentando sobre as diferentes formas de dizer as coisas e sobre a certeza de que osentido do texto deva ser claramente comunicado. Isto resultou numa série de reformulações positivas de passagens difíceis. Um dia, eles estavam trabalhando na tradução da parte em que Marcos diz que Jesus falou em parábolas “para que, vendo, vejam, mas não percebam; e, ouvindo, ouçam, mas não entendam” (Marcos 4:12). Uma senhora surda de 80 anos de idade, comentou: ”Isso é comigo”. “O que você quer dizer?” - perguntou Steve. “Bem, crescendo, indo à missa e frequentando escolas católicas, eu estava exposta à Bíblia, mas eu nunca entendi muito do que estava na Bíblia. É só agora que temos um padre, que sinaliza com a gente, e agora que nós temos parte da Bíblia em nossa própria língua de sinais, que finalmente estou começando a ver e compreender o significado da Bíblia”. A mesma senhora também comentou um dia: “Steve, você tem sorte!” “Por que você diz isso?”, Steve questionou. Ela respondeu: “porque você é tão jovem e tem tantos anos à frente de você; eu tenho 80 anos de idade e não tenho certeza quanto mais tempo eu tenho. Eu quero aprender tudo o que puder a partir da Bíblia, agora que ela é, finalmente, apresentada em minha língua e eu posso entender isso, mas eu só tenho alguns anos pela frente. Você tem sorte, porque você tem muitos mais anos para aprender o que a Bíblia tem para você”. (Fonte:http://www.wycliffe.net/stories/tabid/67/D efault.aspx?id=1557&pg=2&topic- id=20&vl=eng&library=T) Esse episódio retrata a importância da tradução de textos religiosos, em especial, textos bíblicos. Isso reforça a necessidade de 78 pesquisas desenvolvidas nessa área, a fim de que ao ser ofertada a Palavra de Deus, na língua própria dos surdos, estes se sintam motivados a aprendê-la, tal qual os ouvintes, via leitura do texto escrito na língua oral. A importância de se traduzir a Bíblia alicerça-se na garantia de igualdade de direitos para sujeitos surdos e ouvintes, pela possibilidade de acesso a materiais na Libras para os primeiros, e na Língua Portuguesa para os segundos. A falta de um glossário eficaz, que transmita os novos conceitos desvendados no decorrer das traduções, implica a dificuldade de acesso ao conteúdo religioso, independente da denominação envolvida. À medida que o sinalário de uma Língua de Sinais cresce, são necessários novos glossários que acompanhem, e isto vale para todas as áreas, não somente a religiosa. 79 CAPÍTULO III 3 OS GLOSSÁRIOS COM LÍNGUA DE SINAIS Para a criação do modelo de glossário semibilíngue terminológico de termos bíblicos em Libras, na língua de sinais, apresentado em DVD no apêndice, foi necessário estabelecer critérios a fim de garantir a qualidade de tradução. Os detalhes para o estabelecimento do repertório, tanto em nível macroestrutural como microestrutural, são explicitados a seguir. 3.1 TIPOLOGIA DE REPERTÓRIOS LEXICOGRÁFICOS Faria-Nascimento (2006) propôs um instrumento genérico para a delimitação de repertórios léxico-término-fraseográficos, que têm duas partes: macro e microestrutura. Organizamos nosso modelo de glossário a partir desse instrumento, fazendo as escolhas que seguem abaixo. a) Macroestrutura A iniciativa desta obra é científica, religiosa e pedagógica, de autoria de Brenno Barros Douettes, mestrando na área de Estudos da Tradução da Universidade Federal de Santa Catarina. O objetivo desta obra é didático e religioso. O público alvo da obra, ou seja, os consulentes da obra, são adultos surdos falantes da Língua de Sinais L1 (língua-alvo) e adultos ouvintes, falantes de Língua Portuguesa (língua- fonte). Esse repertório destina-se, portanto, ao uso educacional de aprendizes adultos surdos e aprendizes adultos ouvintes e também ao uso profissional na área religiosa. O discurso é didático, a dimensão da linguagem a ser contemplada, é a religiosa, e o repertório do glossário visual de sinais-termos bíblicos em Libras, colorido. Língua bilíngue, neste caso, abrange a Língua Portuguesa, de modalidade oral-auditiva, e a Língua Brasileira de Sinais, de modalidade visual-espacial e primeira língua dos surdos. O Corpus para a seleção dos vocábulos das três obras vem de Oates, JMN e TJ. Grau de especialização, religiosa, área de especialidade, religião. A seleção vocabular temática e religiosa de sinais-termos em Libras, contempla termos católicos, evangélicos e de adeptos das Testemunhas de Jeová. Terminológica, critério de seleção dos termos religiosos. A delimitação dos vocábulos na área religiosa vai ser fundamental na formação do glossário. As formas de apresentação 80 escolhidas para os verbetes são a ficha terminográfica, o DVD e a versão Web. Estimativa mínima da quantidade de entradas de verbetes: mínimo de 93 entradas em ordem alfabética e ordenação semasiológica. Representação em Língua de Sinais produzida em vídeo – DVD e a versão Web. Identificação da obra: a) na capa: título, autor, local e ano e b) no anverso: categoria, contato do autor e local. Informações que são explicitadas na obra: introdução, objetivos funcionais, apresentação, repertório de glossário, índice de A a Z, créditos e contato. Registro de créditos à Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Pós- graduação em Estudos da Tradução (PGET). Projeto gráfico-editorial, dimensão e durabilidade do material no vídeo em Libras. Forma de divulgação / edição em DVD e a versão Web. b) Microestrutura A microestrutura proposta para a obra compõe-se de verbetes, com entradas de termos de línguas orais – conteúdo: entrada lexical (ent.) e principal. Variantes de entrada e equivalentes para repertórios semibilíngues e a definição em Libras, conceitos, fontes e exemplos. Composição dos verbetes com entrada em língua de sinais-conteúdo e equivalente em língua oral. A Língua de Sinais não é a entrada. 3.2 PROBLEMAS ENVOLVENDO A LEXICOGRAFIA EM LÍNGUA DE SINAIS O registro lexicográfico pode ser feito por meio de glossários ou dicionários com conceitos em Libras. A problemática, em relação aos mesmos, está em analisar qual o processo tradutório mais adequado para a elaboração de um glossário temático, que contemple o sinal-termo concomitante ao conceito em Libras. Sobre a unidade lexical ou termo, transcreve-se a definição dada por Daniel Gouadec (1990), segundo o qual: É uma unidade linguística que designa um conceito, um objeto ou um processo. O termo é a unidade de designação de elementos do universo percebido ou concebido. Ele, raramente, confunde-se com a palavra ortográfica. (GOUADEC, 1990, p. 3). 81 Todas essas reflexões levam-nos a propor um modelo de glossário, o que difere de um dicionário. A seguir, transcreve-se o conceito dos mesmos a fim de esclarecer a diferença entre cada um dos termos. Desta forma, conforme a Norma ISO (International Standardization Organization) 1087 – Terminologia – Vocabulário, revisão conceitual/denominativa por Alves et al.: 6.2.1. Dicionário: repertório estruturado de unidades lexicais contendo informações linguísticas sobre cada uma dessas unidades. 6.2.1.1. Dicionário terminológico (termo tolerado: dicionário técnico): dicionário (6.2.1) que compreende dados terminológicos (6.1.5) relativos a uma ou várias áreas (2.2). 6.2.1.1.1. Glossário (termo tolerado: vocabulário): dicionário terminológico (6.2.1.1) baseado num trabalho terminológico (8.2) que apresenta a terminologia (5.1) de um domínio (2.3) ou de subdomínios (2.4) ou de vários domínios associados. Na presente pesquisa, pelas razões já explicitadas anteriormente, defende-se que os conceitos sejam apresentados em Libras, por meio da gravação de vídeos, fazendo uso de DVD e versão Web. Esta proposta diferencia-se de outras em que os conceitos são apresentados em Língua Portuguesa, na modalidade escrita. Como exemplo, cita-se o Novo Deit- Libras: dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue por Capovilla (2009) que contêm dois volumes,sendo rico em detalhes, como as ilustrações gráficas do significado de cada uma das 9.828 entradas de sinais-termos de Libras, sistema de escrita visual direta de sinais-termos, Sign Writing, soletração digital, de caracteres alfanuméricos em Libras, 14 mil verbetes em Português e 56 mil verbetes em Inglês. Um segundo exemplo, na mesma linha, citado com objetivo ilustrativo é a Enciclopédia da Língua de Sinais Brasileira: o mundo do surdo em Libras, e concentra-se nos sinais-termos relacionados aos temas Comunicação, Religião e Eventos, também de Capovilla (2005), que tem 1.159 entradas de sinais-termos. São conceitos feitos em Língua Portuguesa e as regras são adequadas para o modelo de dicionário. As duas obras mencionadas, apesar de apresentarem um trabalho de extrema relevância, por utilizarem a modalidade da Língua Portuguesa para a apresentação dos conceitos, não são utilizados por todos os surdos, na medida em que, historicamente, estes sujeitos 82 apresentam dificuldade na compreensão desta língua, devido aos desastrosos processos de ensino aos quais foram submetidos. Desta forma, o alcance destes dicionários reduz-se a sujeitos surdos que têm pleno domínio da Língua Portuguesa escrita, o que se constitui em uma minoria. A situação acima referida sustenta a necessidade de novos glossários e dicionários para sujeitos surdos que são bilíngues, mas apresentam maior facilidade de entendimento, em Libras, e apresentam dificuldade de compreensão conceitual de textos, em Língua Portuguesa escrita. Nesse caso, queremos trabalhar o repertório semibilíngue, quer dizer, a entrada das palavras encontra-se em Língua Portuguesa, e os verbetes exibem os sinais-termos e definições em Libras, que se constitui numa língua de modalidade visual. Schreiner (2012) destaca o conceito de entrada: “a entrada é a palavra ou lexia que abre o verbete” (SCHREINER, 2012, p.226). A seguir, mostramos como foram as primeiras produções de lexicografia de Libras na história da comunidade surda brasileira. No Brasil, à época do Imperador Dom Pedro II, fundou-se no ano de 1857, a primeira escola de surdos, “O Imperial Instituto de Surdos-mudos”, hoje Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES, na cidade do Rio de Janeiro, e que é a primeira marca histórica na Educação de Surdos na Comunidade Surda Brasileira. Em seguida, nos séculos XIX e XX, surgiram as primeiras produções impressas em Língua Brasileira de Sinais no Brasil, conforme o quadro abaixo: 83 Quadro 1 - Lexicografia da Língua Brasileira de Sinais – Libras LEXICOGRAFIA DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS – LIBRAS Século XIX Ano Título da Obra Autor(es) Instituição 1875 Iconographia dos signaes dos surdos- mudos Flausino José da Gama Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) – Rio de Janeiro, RJ Século XX 1969 Linguagem das mãos Eugênio Oates Gráfica Editora Livro S. A.– Rio de Janeiro 1981 Comunicação total, 1a edição do livro Comunicando com as mãos John Peterson Sem editora - Campinas, SP 1983 Linguagem de sinais do Brasil Harry W. Hoemann, Eugênio Oates e Shirley A. Hoemann Editora Pallotti – Porto Alegre, RS 1984 Aprendendo a comunicar Peterson e Ensminger Sem editora Fortaleza, CE 1987 Comunicando com as mãos Peterson e Ensminger Shekinah Editora e Gráfica – Piracicaba, SP 1991 Manual de sinais bíblicos: o clamor do silêncio Valdecir Menis e Salomão Dutra Lins JMN da Convenção Batista Brasileira – Rio de Janeiro, RJ 1992 Linguagem de sinais Testemunhas de Jeová Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados – Cesário Lange, SP 1998 Manual ilustrado de sinais e sistema de comunicação em rede para surdos Capovilla, Raphael, e Macedo Edipusp - São Paulo, SP De todas as obras apresentadas no Quadro 1, escolhemos três obras religiosas publicadas no século XX, os livros de Oates (1969); da 84 JMN (1991) e das Testemunhas de Jeová (1992). Uma quarta obra foi escolhida, mas apenas como complemento, que foi a Linguagem de Sinais do Brasil, dos autores Harry W. Hoemann, Eugênio Oates e Shirley A. Hoemann; publicada em 1983.Um resumo destaca cada uma das obras conforme abaixo: O livro Linguagem das Mãos (OATES, 1969) foi elaborado pelo Padre Eugênio Oates, pertencente à Congregação Redentorista, enquanto esteve no Brasil como missionário, o que ocorreu a partir de 1946. Tendo vindo dos EUA, para prestar serviços aos mais necessitados, iniciou seu trabalho na Amazônia e começou a se interessar pela catequese para os surdos e realizou pesquisas pelo território nacional, colecionando sinais-termos nos lugares onde conviveu com os surdos, registrando seus achados no livro “Linguagem das Mãos”. Esta obra possui 15 capítulos de categorias de sinais com índice temático em ordem alfabética, além dos sinais religiosos, específicos da denominação católica. Este livro começa com a datilologia, seguida de 1.280 sinais-termos; apenas 38 sinais foram agrupados sob o rótulo “religião”. Por meio de fotografias dos sinais-termos, em preto e branco, o próprio padre Oates mostra os movimentos dos sinais-termos, além de trazer pequeno texto Portuguesa para descrever o sinal-termo, que deve ser completo. Segue um exemplo do sinal-termo para Espírito Santo: Figura 22 - Sinal-termo de Espírito Santo em Libras Fonte: Oates (1969, p. 228). Segue a ilustração das capas deste livro, em suas primeira e segunda edições: JMN (1991) e das Testemunhas de Jeová (1992). Uma quarta obra foi escolhida, mas apenas como complemento, que foi a Linguagem de Sinais do Brasil, dos autores Harry W. Hoemann, Eugênio Oates e aca cada uma O livro Linguagem das Mãos (OATES, 1969) foi elaborado pelo Padre Eugênio Oates, pertencente à Congregação Redentorista, enquanto esteve no Brasil como missionário, o que ocorreu a partir de , para prestar serviços aos mais necessitados, iniciou seu trabalho na Amazônia e começou a se interessar pela catequese para os surdos e realizou pesquisas pelo termos nos lugares onde trando seus achados no livro “Linguagem das Mãos”. Esta obra possui 15 capítulos de categorias de sinais-termos com índice temático em ordem alfabética, além dos sinais-termos religiosos, específicos da denominação católica. Este livro começa com termos; apenas 38 sinais-termos foram agrupados sob o rótulo “religião”. Por meio de fotografias dos termos, em preto e branco, o próprio padre Oates mostra os na Língua termo, que deve ser completo. Segue Segue a ilustração das capas deste livro, em suas primeira e 85 Figura 23 - Ilustração das capas do livro Linguagem das Mãos de Oates Fonte: Oates (1969, 1983). Em 1969 foi publicada a primeira edição do livro Linguagem das mãos (OATES); em 1983, a segunda edição e, até hoje, continua sendo 86 publicado. Encontra-se na vigésima edição. Não houve mudanças de registro de sinais-termos da primeira para as demais edições. No prefácio deste livro, Oates, a respeito da comunicação de língua dos surdos no Brasil explica que: Com o auxílio de muitos surdos, peritos nesta linguagem das mãos, estou apresentando, neste livro, um vocabulário funcional da mímica, que entendo ser mais significativa da ideia ou da palavra. O objetivo principal deste manual é, simplesmente, o de ajudar os surdos-mudos brasileiros a terem melhor entrosamento na sociedade e que haja um melhoramento contínuo na sua vida social, educacional, recreativa, econômica e religiosa. É também, minha esperança que o livro seja útil a todos aqueles que têm contato com os surdos. (OATES, 1969). Após uma década, surgiu o segundo livro Linguagem de Sinais do Brasil (1983), pelos editores Harry W. Hoemann, Eugênio Oates e ShirleyA. Hoemann. Esta obra possui o registro dos desenhos de 33 sinais-termos religiosos por Oates e mais de 337 sinais-termos além do alfabeto manual e números. No prólogo desse livro, o Reverendo George Kraus, Presidente da associação Amigos Luteranos dos Surdos, de Mill Neck, New York, EUA, escreveu: A sugestão para um manual de Linguagem de Sinais do sul do Brasil foi feita na Primavera de 1980, na Escola Especial Concórdia, uma Escola Luterana para os surdos em Porto Alegre, RS. Como presidente dos Amigos Luteranos dos Surdos, dirigi um seminário naquela ocasião sobre o emprego da Linguagem de Sinais nos Estados Unidos tanto na comunidade adulta de surdos como nas escolas para deficientes auditivos. Durante debates com os professores e alunos da escola, descobri que não havia manual sobre a Linguagem de Sinais do sul do Brasil. (...) O alvo proposto foram três mil cópias impressas destinadas à distribuição grátis. Foram o interesse e a preocupação de muitas pessoas, tanto ouvintes como deficientes auditivos, nos Estados Unidos, bem como no Brasil, que serviram de motivação 87 básica para a elaboração deste manual de Linguagem de Sinais. (HOEMANN; OATES; HOEMANN, 1983, p. 7). Segue a capa desse livro. Figura 24 - Capa do livro Linguagem de Sinais do Brasil, de Hoemann, Oates e Hoemann Fonte: Hoemann, Oates e Hoemann (1983) Seguem duas páginas desse livro com exemplos de sinais-termos religiosos: 88 Figura 25 - Vocabulário de sinais-termos de religião do livro Linguagem de Sinais Fonte: Hoemann, Oates e Hoemann (1983, p. 59). termos de religião do Figura 26 - Vocabulário de sinais-termos de religião do livro Linguagem de Sinais Fonte: Hoemann, Oates e Hoemann (1983, p. 61) O clamor do silêncio é um manual, em tese, específico de sinais termos bíblicos (JMN, 1991); foi elaborado pela Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira. A primeira edição desse manual teve 1.000 exemplares. A capa desta obra é: 89 termos de religião do livro O clamor do silêncio é um manual, em tese, específico de sinais- Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira. A primeira edição desse 90 Figura 27 - Capa do Manual de sinais bíblicos da Junta de Missões Nacionais Fonte: Junta de Missões Nacionais (1991). A finalidade era de apresentar apenas os sinais-termos bíblicos para serem utilizados no ministério de surdos das igrejas, facilitando a comunicação. Na apresentação deste manual: Este livro é acompanhado de O clamor do silêncio – estratégia para evangelização de surdos. Os sinais foram escolhidos, partindo-se de uma pesquisa sobre o seu significado bíblico e uso em igrejas batistas que já possuem o ministério com surdos. Os que não apresentam significados são os sinais convencionados pela comunidade de surdos, cujo significado é desconhecido. Embora os sinais sejam de fácil compreensão, é necessário, em um primeiro estudo, o acompanhamento de um instrutor, pois um gesto feito de forma incorreta comprometerá todo o significado do sinal. (JMN, 1991). Esse manual de sinais-termos bíblicos específico, possui os desenhos de 272 sinais-termos que mostram os movimentos desses sinais-termos em cor preta e branca. Esse manual é subdividido em temas: a) 59 sinais-termos de livros da Bíblia; b) 93 sinais-termos de personagens bíblicos; c) 15 sinais-termos de funções; d) 24 sinais-termos de lugares; e) 81 outros sinais-termos. Esse manual descreve os sinais-termos e os significados simples desses sinais-termos em Língua Portuguesa. A obra não conta com um índice temático de A a Z desta obra. Um exemplo desse manual é o sinal-termo de Esaú: Figura 28 - Sinal-termo de Esaú do Manual de sinais bíblicos da Junta de Missões Nacionais Fonte: Junta de Missões Nacionais (1991, p. 51). Essa obra traz o primeiro registro de sinais-termos bíblicos para todos os ministérios de surdos das igrejas evangélicas, facilitando a comunicação no contexto histórico da Bíblia. O principal criador e leitor 91 termos bíblicos específico, possui os termos que mostram os movimentos desses termos em cor preta e branca. Esse manual é subdividido em termos e os significados simples Língua Portuguesa. A obra não conta com um índice temático de A a Z desta obra. Um exemplo desse manual é o termo de Esaú do Manual de sinais termos bíblicos para todos os ministérios de surdos das igrejas evangélicas, facilitando a Bíblia. O principal criador e leitor 92 surdo dessa obra é Valdecir Menis5 (não é mencionado no manual), pesquisador da Língua de Sinais que registrou os sinais-termos bíblicos da denominação Batista, buscou a concordância entre cada sinal-termo e o significado da palavra à luz da Bíblia. Ele convidou o Pastor Salomão Lins para elaborar o desenho dos sinais-termos no manual. Veja o vídeo criado em Libras pelo autor desta dissertação. Colhemos o testemunho de ambos, contando como foi a elaboração do trabalho no manual de sinais-termos bíblicos. O vídeo está disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=bA7_6Fl--LU> e foi acessado em 10 de abril de 2015. O livro Linguagem de sinais (TJ, 1992) foi elaborado pela Associação Torre de Vigia de Bíblias e Tratados. Seguem duas capas diferentes dessa obra, cujos conteúdos são os mesmos. Muda-se apenas a cor da capa para azul ou vermelha. Figura 29 - Capas do livro Linguagem de Sinais das Testemunhas de Jeová Fonte: Testemunhas de Jeová (1992) 5 Obtivemos a informação do pastor surdo, Salomão Lins, a respeito de Valdecir Menis (surdo). Valdecir foi o principal pesquisador da Língua de Sinais, no sentido de registrar os sinais-termos bíblicos da denominação Batista, naquela época. A primeira edição teve oito mil exemplares, com distribuição gratuita. Possui 1.256 sinais-termos, dos quais apenas 246 sinais são de cunho religioso. As fotos desses são em preto e branco. Exemplificamos com o sinal-termo de Eva: Figura 30 - Sinal-termo de Eva do livro Linguagem de Sinais Fonte: Testemunhas de Jeová (1992, p. 201). No final, o livro traz o índice com 13 assuntos, a l termos e o índice alfabético de A a Z. Inclui, entre as categorias, assuntos bíblicos da religião Testemunhas de Jeová. A obra não apresenta o nome de nenhum autor. A apresentação desse livro diz: [...] Assim, este compêndio destina mais pessoas a terem conhecimento da linguagem de sinais, de modo que muitos deficientes de coração sincero, que anseiam pela verdade, recebam as boas novas da Palavra de Deus e possam integrar-se à associação inteira dos irmãos no mundo (1 Pedro 5:9). Consequentemente, tanto pessoas ouvintes, quanto deficientes auditivas poderão ser beneficiadas. Um dos objetivos do compêndio é ajudar as Testemunhas de Jeová a ensinar a linguagem de sinais aos deficientes auditivos que ainda não a conhecem. Por outro lado, alguns destes, talvez, nem mesmo sejam alfabetizados. (...) Um outro alvo é unificar a linguagem de sinais entre as Testemunhas de Jeová quanto a palavras de origem bíblica. Afinal, uma mesma palavra pode ser traduzida por sinais diferentes em lugares diferentes Mais recentemente, Capovilla (2009) desenvolveu os registros em formato de dicionário. Mesmo assim, ainda hoje, há iniciativas quanto a 93 A primeira edição teve oito mil exemplares, com distribuição termos, dos quais apenas 246 sinais-termos ão em preto e branco.termo de Eva do livro Linguagem de Sinais No final, o livro traz o índice com 13 assuntos, a lista de sinais- termos e o índice alfabético de A a Z. Inclui, entre as categorias, assuntos bíblicos da religião Testemunhas de Jeová. A obra não apresenta o nome de nenhum autor. A apresentação desse livro diz: [...] Assim, este compêndio destina-se a ajudar mais pessoas a terem conhecimento da linguagem de sinais, de modo que muitos deficientes de coração sincero, que anseiam pela verdade, recebam as boas novas da Palavra de Deus e se à associação inteira dos irmãos . Consequentemente, tanto pessoas ouvintes, quanto deficientes auditivas poderão ser beneficiadas. Um dos objetivos do compêndio é ajudar as Testemunhas de Jeová a ensinar a linguagem de sinais aos deficientes auditivos que ainda não a conhecem. Por outro lado, alguns destes, talvez, nem mesmo sejam alfabetizados. (...) Um outro alvo é unificar a linguagem de sinais entre as Testemunhas de Jeová quanto a palavras de origem bíblica. Afinal, uma mesma palavra pode ser traduzida por sinais s diferentes. (TJ, 1992). Mais recentemente, Capovilla (2009) desenvolveu os registros em formato de dicionário. Mesmo assim, ainda hoje, há iniciativas quanto a 94 glossários temáticos em Libras, como o que apresentamos nesse trabalho. Nesta proposta de modelo, o glossário de sinais-termos bíblicos é denominado como semibilíngue (CARVALHO, 2001) por apresentar, no menu, as palavras-chave em Língua Portuguesa, mas, em seguida, a busca e as informações dos verbetes (sinal-termo, definição, exemplo e variante, quando há) passam a ser expressas exclusivamente em Libras. Vamos seguir a proposta semasiológica de Cunha (2010, apud SCHREINER, 2012): Os verbetes são apresentados usando o critério semasiológico – ordem alfabética, iniciando com um número cardinal, sendo compostos, na grande maioria, pela entrada, acepção, abonação, tabela, análise e meio extralingüístico. (CUNHA, 2010 apud SCHREINER, 2012, p. 226). Faria-Nascimento (2009) explica que: Uma proposta para repertório bilíngue ou semibilíngue deve conter duas possibilidades de busca: uma busca diretamente em Libras e outra busca, diretamente, em Língua Portuguesa (FARIA-NASCIMENTO, 2009, p. 221) Em seguida, escolhemos como critério, o repertório semasiológico, que compõe uma obra com as entradas apresentadas em ordem alfabética. A microestrutura parte do significante para o significado (FROMM, 2003, p. 3); é uma obra interativa, com a ordem alfabética de A a Z, em glossário semibilíngue, que a partir da entrada em Língua Portuguesa, traz todas as informações seguintes em Libras. Ao clicar no menu, são abertos filmes em Libras. Em seguida, o sinal- termo, o conceito, um exemplo e variantes. Segundo Nascimento (2009), Os repertórios costumam ser organizados a partir de critérios semasiológicos e onomasiológicos. Os repertórios semasiológicos partem dos significantes para os significados. Entre os repertórios organizados sob esse critério estão aqueles organizados em ordem alfabética. Os repertórios onomasiológicos partem dos significados capazes de ter expressão linguística 95 para se chegar aos significantes correspondentes. Entre os repertórios organizados sob esse critério, estão aqueles organizados por seções temáticas. (FARIA-NASCIMENTO 2009, p. 155). Faria-Nascimento (2009), ao tratar da organização de repertórios lexicográficos e terminográficos digitais, destaca que: Para a organização de repertórios lexicográficos e terminográficos digitais, sugere-se um repertório interativo com vídeos ou animação que possa representar a língua de sinais “em ação” e, até, se possível, “em uso”. Elaborar um repertório lexicográfico digital com imagens inanimadas significa desperdiçar a ferramenta tridimensional que esse recurso oferece à representação das línguas de sinais. Significa impedir o consulente de ter acesso amplo e irrestrito à representação da Libras. (FARIA-NASCIMENTO 2009, p. 220). Refletir sobre esses estudos levou-nos à proposta da presente dissertação, a construção de um modelo de glossário semibilíngue de termos bíblicos em Libras, com a utilização de vídeos, visto que esse recurso possibilita explorar a ação dos sinais, o movimento e demais características peculiares da Libras, promovendo assim a interação necessária com o leitor. Essa proposta é relevante para o uso educacional, por aprendizes adultos surdos monolíngues (de Libras) e bilíngues, para o acesso a recursos tecnológicos, como DVD e on-line, com as definições e exemplos em Libras como a primeira língua natural dos surdos. Pode até ser outra, a proposta a ser adotada como um instrumento didático no âmbito religioso. O objetivo desta proposta é que os consulentes possam compreender os significados dos conceitos no glossário semibilíngue de léxicos religiosos em Libras. Vale destacar o que diz Faria-Nascimento (2006, p. 2): Para facilitar essa tomada de decisões, em face da especialidade da modalidade das línguas de sinais e da inexistência de modelos de fichas lexicográficas específicos para atender o escopo dessa área em estudo – ao mesmo tempo em que se busca uma proposta que possa contemplar, 96 inclusive, um modelo de dicionário universal, acessível a consulentes com as mais diferentes necessidades -, esta seção apresenta um instrumento genérico de múltipla escolha que sugere itens que orientam a delimitação de grande parte dos repertórios passíveis de confecção. Uma adaptação nesse instrumento pode, também, torná- lo útil à análise e avaliação de repertórios, por meio da identificação dos itens presentes em dada obra com itens possíveis, necessários e compatíveis com as diferentes propostas, o que favorece diretamente a proposição e elaboração de novos modelos de repertórios“ (FARIA- NASCIMENTO, 2006, p. 2). Por essa razão, criar novos modelos de repertórios em línguas de sinais é necessário; já existem alguns trabalhos desenvolvidos por áreas de especialidades, adaptados em Libras, como nas áreas de Humanas, Exatas, Tecnologia e Saúde. Mostramos a seguir os repertórios lexicográficos nacionais existentes em Libras: ON-LINE Glossário Localização Acesso em Glossário de Letras Libras www.glossário.libras.ufsc.br/letraslibras 10.04. 2015 Glossário de Arquitetura www.glossario.libras.ufsc.br/arquitetura 10.04. 2015 Glossário de Geografia www.youtube.com/watch?v=OZVxP776bs 10.04. 2015 Glossário de História www.youtube.com/watch?v=pMPUO89BSOI 10.04. 2015 Glossário de Matemática https://www.youtube.com/watch?v=cKApLiRTrAYhttps:// www.youtube.com/watch?v=jIAqxylo23Uhttps://www.yo utube.com/watch?v=_Vw5SZ9XhrI 10.04. 2015 97 Glossário de Informática http://librasifba.wix.com/librasifba#!glossrio-de- informtica-em-libras/cn1q 10.04. 2015 Glossário de Ciências https://www.youtube.com/watch?v=sp7bDokYih4 http://editora-arara- azul.com.br/site/admin/ckfinder/userfiles/files/3_artigo_alb res_e_glossario_libras_portugues.pdf 10.04. 2015 Glossário de Livros Bíblicos (do Antigo e Novo Testamento) https://www.youtube.com/watch?v=I- DoY2EPdUM 10.04. 2015 Glossário de Química https://www.youtube.com/watch?v=duAbZrU8LNhttps://w ww.youtube.com/watch?v=yoy9dGCvljY 10.04. 2015 Glossário de Música (RIBEIRO, 2013) Glossário Ponto Libras www.pontolibras.com.br/glossario/index.php 10.04. 2015 Enciclolibras (COSTA, 2012) Termos da Política https://www.youtube.com/watch?v=E1EvOhk5ezY 10.04. 2015 Termos da Informática https://www.youtube.com/watch?v=IfwV2fw5Ee4 10.04. 2015 Vocabulário de Biologia https://www.youtube.com/watch?v=Mwzs8i5X2Sw 10.04. 2015 Dicionário da Língua Brasileira de Sinais http://www.acessibilidadebrasil.org.br/libras10.04. 2015 Dicionário de Libras da Escola Municipal Salvador Kling https://sites.google.com/site/emsklibras/ 10.04. 2015 98 Dicionário de Física https://sites.google.com/site/sinalizandoafisica/vocabulario s-de-fisica 10.04. 2015 Dicionário Gaúchohttp://www.faders.rs.gov.br/uploads/Dicionário_Li bras_CAS_FADERS1.pdf 10.04. 2015 Apostila DST http://www.libras.org.br/docsAIDS/apostila.pdf 10.04. 2015 Terminologia de Geografia http://geografiaemlibras.blogspot.com.br 10.04. 2015 Terminologia de Química http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc33_1/06-PE6709.pdf 10.04. 2015 Contação de Histórias http://omundoencantadoemlibras.blogspot.com.br 10.04. 2015 Material da professora Neiva Classe de palavras: http://www.institutosantateresinha.org.br/images/document os/Classes%20de%20palavras.pdf Período literário: http://www.institutosantateresinha.org.br/images/document os/Periodo%20literario.pdf 10.04. 2015 Fórum de Estudos Surdos na Área de Informática – FESAI/RS www.csjonline.web.br.com 10.04. 2015 IMPRESSO Novo Deit-Libras: Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira – 2 volumes (CAPOVILLA; RAPHAEL; MAURICIO, 2009). 99 Enciclopédia da Língua de Sinais Brasileira - O Mundo do Surdo (CAPOVILLA; RAPHAEL, 2004; 2005; 2006) Vol. 1: Educação;Vol. 2: Artes e Cultura, Esportes e Lazer; Vol. 3: Família e Relações familiares e Casa; Vol. 4: Comunicação, Religião e Eventos; Vol. 8: Palavras de Função Gramatical Comunicação por Língua Brasileira de Sinais http://books.google.com.br/books?id=VvY0Biv4jyYC&pri ntsec=frontcover&dq=comunica% C3%A7%C3%A3o+por+L%C3%ADngua+Brasileira+de+ Sinais&hl=pt-BR&sa=X&ei=aMEQUv- bM5Hu9ATV6YHACQ&ved=0CDEQ6AEwAA#v=onepa ge&q=comunica%C3%A7%C3%A3o%20por%20L%C3% ADngua%20Brasileira%20de%20Sinais&f=false 10.04. 2015 Termos técnico-científicos em Língua de Sinais Brasileira no Contexto do Ensino Superior(DAMÁZIO, 2005) Stumpf, Oliveira e Miranda (2014) vêm trabalhando no processo de tradução de materiais acadêmicos, como lista bilíngue (Português – Libras), de termos especializados das áreas acadêmicas de Letras e Linguística. Seguem os repertórios lexicográficos em desenvolvimento: Apesar de as novas tecnologias favorecem o desenvolvimento de repertórios lexicográficos, ainda são relativamente poucas as iniciativas de elaboração de repertórios para áreas de especialidade. Destacam-se nesse campo, além do Glossário Letras-Libras, os trabalhos desenvolvidos pela FENEIS do Rio Grande do Sul com o Fórum de Estudos Surdos na Área de Informática – FESAI; do Projeto Glossário Científico em Língua Brasileira de Sinais, idealizado e produzido pelo Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, coordenado pela professora Vivian Rumjanek; do Projeto Sinalizado de Física da Universidade Federal do Mato Grosso; do blog Terminologia da Política Brasileira em LIBRAS / Língua Portuguesa, organizado pelo pesquisador e 100 tradutor José Ednilson Júnior; do blog WebSurdo, com sinais da área de informática, produzido pelo tradutor e pesquisador Francinei Rocha Costa; do Guia FotoLibras, coordenado por Tatiana Martins; do Glossário de Amamentação em Libras, produzido pelas Secretarias de Saúde e Educação do Mato Grosso do Sul; além dos vocabulários elaborados em trabalhos acadêmicos como no caso de Amorim (2012), Faria-do-Nascimento (2009) e Marques (2008). (STUMPF; OLIVEIRA; MIRANDA, 2014, p. 147). Há também um registro eletrônico no site <www.surdoson- line.com.br>, que exibe o “Dicionário ProLibras Cristão”, que se apresenta com quatro elementos: letra inicial (ordem alfabética), palavra, configuração de mão (17 diferentes configurações de mãos) e grupo de palavras (geral, religião, família, orações, alimentos e Prolibras). Esse registro ainda está ausente de suas definições em Libras. Esse dicionário foi desenvolvido por Rogério Gonçalves dos Santos, coordenador de Pastoral dos Surdos da Paróquia São José Operário, de São José dos Campos - SP. Da Colômbia, apresentamos um exemplo de repertório lexicográfico de termos religiosos: “Diccionario de Palavras Bíblicas en Lengua de Señas Colombiana (LSC) – Dios habla a los sordos” , pertencente à Asociación Cristiana Manos en Acción (ACMA – Associação Cristã Mãos em Ação, 2006). Esse manual, em dois volumes, traz fotos de cada sinal-termo bíblico, em preto e branco, com ilustração bíblica e as referência bíblicas, os volumes 1 e 2 de DVDs, com categorias como livros da Bíblia, personagens, grupos, lugares e palavras especiais. Esses DVDs apresentam os sinais-termos e afins na LSC, a língua dos surdos colombianos. Segue a ilustração da capa do manual e o rótulo dos dois volumes dos DVDs e uma das páginas desse manual: 101 Figura 31 - Capa do Diccionario de Palabras Bíblicas en Lengua de Señas Colombiana 102 Figura 32 - DVDs do Diccionario de Palabras Bíblicas en Lengua de Señas Colombiana . Figura 33 - Vocabulário de sinais-termos da Língua de Sinais Colombiana Fonte: Diccionario de Palabras Bíblicas en Lengua de Señas Colombiana (200 A Asociación Cristiana Manos en Acción (ACMA Cristã Mãos em Ação) possui uma equipe formada por tradutores surdos, intérpretes ouvintes, ilustrador surdo, editor surdo e um consultor linguístico (ouvinte), que é encarregada do Projeto de 103 termos da Língua de Sinais Fonte: Diccionario de Palabras Bíblicas en Lengua de Señas Colombiana (2006) Asociación Cristiana Manos en Acción (ACMA - Associação Cristã Mãos em Ação) possui uma equipe formada por tradutores surdos, intérpretes ouvintes, ilustrador surdo, editor surdo e um consultor linguístico (ouvinte), que é encarregada do Projeto de 104 Tradução da Bíblia em LSC. Estão sob a responsabilidade destes profissionais todas as traduções de textos bíblicos da associação, como materiais traduzidos em LSC para adultos surdos (disponíveis nos DVDs, acesso on-line e o aplicativo “Deaf Bible”, que mostra as traduções bíblicas nas várias línguas de sinais) e as historinhas bíblicas para crianças surdas. Hoje, em pleno século XXI, há muitas produções de materiais específicos para a Comunidade Surda no Brasil, entre elas, as produzidas pelo Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), também pela LSB Vídeo, editora do pesquisador surdo Nelson Pimenta. Há obras da Editora Arara Azul, em parceria com o Ministério da Educação, entre outras; há obras produzidas na USFC, entre outras produções de instituições espalhadas pelo Brasil. A cada ano, se vê ampliado o número de publicações de materiais e também de glossários e vocabulários de áreas acadêmicas, escolares, religiosas e sociais em Libras. E outras obras estão por vir, na expectativa de mais e melhores avanços da tecnologia para a comunidade Surda no Mundo. 3.3 PROBLEMAS ENVOLVENDO TRADUÇÃO EM LÍNGUA DE SINAIS Antes de detalhar mais a respeito da tradução em língua de sinais, é importante relembrar o que significa o ato de traduzir. De acordo com Campos (1986): Segundo os dicionários pesquisados, “tradução é o ‘ato ou efeito de traduzir’” e “traduzir vem do verbo latino traducere, que significa ‘conduzir ou fazer passar de um lado para outro’” e define, então, que “traduzir nada mais é que isto: fazer passar de uma língua para outra, um texto escrito na primeira delas. Quando o texto é oral, falado, diz-se que há ‘interpretação’, e quem a realiza, então, é um intérprete. (CAMPOS, 1986, p. 7). Há linhas de trabalho na Tradução Bíblica, tanto noque tange aos tradutores surdos, em diferentes línguas de sinais no mundo, como também no que se refere à Tradução Bíblica em diferentes línguas orais. Sobre a tradução realizada por ouvintes de línguas orais, resgata-se o trabalho realizado pelo pesquisador e tradutor da Bíblia, Eugene Nida. Ele desenvolveu um modelo de tradução baseado na sua visão de 105 equivalência dinâmica ou funcional, na obra Toward a Science of translating(Nida, 1964), a qual é descrita em inglês como “the closest natural equivalent to the source-language message” (1964, p. 166). O conceito de equivalent, neste contexto, segundo Nida (1964 apud Moreira, 2013) corresponde: [...] à mensagem da língua de origem, natural, à língua do receptor, e o conceito de “closest”, se relaciona às duas orientações no mais alto grau de aproximação. Uma atenção especial é dada ao aspecto natural, que compreende três aspectos: língua e cultura do receptor, contexto particular da mensagem e o público receptor (MOREIRA, 2013, p.41). Agora trazendo o foco da tradução para a Língua de Sinais oficial do Brasil, além dos aspectos referidos por Nida (1964), que devem ser seguidos para se ter uma boa qualidade de tradução, também para as Línguas de Sinais, é importante que esta tradução não seja estranha para os consulentes surdos, ou seja, a Libras deve ser agradável, viva e interessante de acordo com a cultura surda, não dependente das expressões da língua-fonte, no caso, a Língua Portuguesa. A teoria de Barnwell (2011) é o foco principal da Tradução Bíblica, conforme padronizado pela Sociedade Internacional de Linguística – SIL, na área de Tradução Bíblica, em línguas orais e línguas de sinais no mundo. Sobre a relevância deste ponto, utiliza-se o argumento, a seguir transcrito, da autora Barnwell (2011, p. 27): Uma boa tradução deve ser: exata (o tradutor deve expressar o significado da mensagem original da maneira mais exata possível na língua para a qual está traduzindo.); clara (a tradução deve ser clara e compreensível. O tradutor quer comunicar a mensagem de uma forma que os leitores a possam compreender com facilidade.); natural (a tradução não deve soar “estrangeira”). Nem deve parecer uma tradução, mas a fala normal, cotidiana de um falante nativo da língua). (BARNWELL, 2011, p. 27). Nesta perspectiva, é importante destacar a argumentação tecida por Barnwell (2011, p. 27), ao explicar que as três qualidades mais 106 importantes de uma boa tradução são: exatidão, clareza e naturalidade. Destacamos que o termo “exatidão” não significa fazer uma tradução ao pé da letra, palavra por palavra – o princípio orienta para que no texto alvo a tradução inclua toda a informação contida no texto fonte. O fato de uma tradução ser cultural, adaptada para Libras, por exemplo, não a exclui da necessidade de ser, também, exata. Observam-se três formas de uma boa tradução, para que a comunidade surda brasileira compreenda o resultado, e a língua flua de forma natural, clara e exata. O tradutor/intérprete surdo deve traduzir o significado do gênero textual da Língua Portuguesa, da maneira exata para Libras. Esse gênero textual quer dizer, neste trabalho, a área da religião, definindo conceitos em Libras, no glossário de sinais-termos bíblicos. Isto levará os leitores da comunidade surda a compreender tais conceitos religiosos em Libras, pois a clareza da tradução ajudará a entender a mensagem. Os primeiros três critérios são bem conhecidos pelos tradutores do SIL. Contudo, Larsen (2001) destaca um quarto critério para uma boa tradução, a “aceitabilidade”. Segundo ele: A forma mais importante de garantir a aceitabilidade é entrar em diálogo com e educar o público receptor. Se eles não estão abertos a repensar a sua posição, em seguida, a equipe de tradução pode ter que ajustar o estilo da tradução para suas expectativas. Pode ser necessário, até mesmo, sacrificar alguns princípios de clareza, naturalidade ou mesmo exatidão, a fim de ganhar a aceitabilidade, porque aceitabilidade é absolutamente crucial [...] Esse termo que tem o benefício adicional de ir enfatizando que é o público receptor quem julga a aceitabilidade. (LARSEN 2001, p. 3). É a responsabilidade da equipe de Tradução Bíblica em avaliar e ajustar o estilo de tradução em Línguas de Sinais, que leva o trabalho a ser aceito pela comunidade surda. Esses quatro critérios são os mais importantes para uma Tradução Bíblica em Línguas de Sinais, com qualidade: a) exatidão: comunica o mesmo significado dos textos originais sem adicionar ou remover informações; b) clareza: comunicação clara e compreensível pelos surdos; 107 c) naturalidade: tradução produzida pelos surdos, sinalizada na língua de sinais, de forma natural, utilizando a riqueza de sua língua, incluindo o uso de classificadores, o espaço, movimentos do corpo e expressão facial; d) aceitabilidade: uma versão inter-religiosa aceitável pelas diferentes denominações religiosas, como a dos católicos, evangélicos e comunidade surda em geral. Vale destacar a importância que os tradutores e intérpretes surdos de Libras têm na tomada de decisões de como traduzir o gênero textual da Língua Portuguesa para Libras. Eles convivem com a sua comunidade surda brasileira e dominam o contexto mais natural da língua juntamente com a cultura no processo tradutório. Como sujeitos surdos dessa comunidade podem opinar, alterar, ter ideias para melhoria do contexto, da gramática própria em LS, assim como afirma Stone (2009, p. 94) a respeito de Tradutores e Intérpretes Surdos: Os Tradutores/Intérpretes surdos são bem conscientes de seu papel e interagem com a comunidade surda. Isso reforça a identidade destes Tradutores/Intérpretes surdos e sua habilidade em modificar sua língua, de modo a ser compreendida pelos outros membros da sua comunidade. Os intérpretes surdos tomam decisões, em relação às suas traduções, de acordo com a construção de si mesmos como membros da comunidade que regularmente interagem com a sua comunidade.6 Segundo Campos: Não se traduz, afinal, de uma língua para outra, e sim de uma cultura para outra; a tradução requer, assim, do tradutor qualificado, um repositório de conhecimentos gerais, de cultura geral, que cada profissional irá aos poucos ampliando e 6 Texto original: The Deaf Translators/Interpreters are well aware of their core membership in the community, and they still socialize with the Deaf community. This reinforces the Deaf Translators/Interpreters’ identities and adeptness at modifying their language so as to be understood by other members of their community. The Deaf interpreters make decisions in relation to their translations according to their construction of themselves as core community members who regularly Interact with the their community. 108 aperfeiçoando de acordo com os interesses do setor a que se destine o seu trabalho. (CAMPOS, 1986, p. 27-28). A partir da pesquisa desenvolvida por Stone (2009), observa-se que há vários princípios que podem ser definidos como normas surdas de tradução. Porém, estes são específicos para o contexto em que o pesquisador se encontrava. Perguntamos a Stone7 sobre suas pesquisas na Inglaterra e ele nos respondeu o seguinte: Havia uma expectativa por parte da comunidade surda de que as pessoas surdas bilíngues iriam partilhar seu saber sobre o mundo. Que essas pessoas surdas bilíngues assumiriam funções no clube de surdos para apoiar monolíngues escrevendo cartas e esclarecendo correspondências - apoiando as pessoas surdas por ghostwriting, traduzindo coisas para eles. Que esses indivíduos conhecidos apoiariam outras pessoas surdas por irem junto e assistir aos compromissos com eles e a realizar alguma interpretação (via escrita, leitura labial e quaisquer outros meios que pudesse). Que esses indivíduosse tornariam Intérpretes Surdos e Tradutores Surdos (IS e TS), pelo menos durante a "primeira onda" de IS e TS treinados e certificados. Que estes IS e TS aproximar-se-iam do trabalho na televisão como uma tarefa de tradução, lendo e preparando, por meio de observação dos vídeos, das notícias, para assegurar traduções maximamente relevantes para a língua de sinais. Que a tradução foi ensaiada e reformulada / reeditada para assegurar uma mensagem eficaz e eficiente na língua de sinais. Que esta tradução ensaiada foi apresentada em tempo real e, por isso, houve um fator de performance na tradução em si. 7 Entrevistamos Christopher Stone, do Departamento de Interpretação na Gallaudet University, a universidade dos Surdos em Washington, DC - EUA, através do e-mail corporativo. Segue o anexo I. Disponível em: http://www.gallaudet.edu/interpretation/faculty_- <_staff/interpretation/stone_christopher.html>.Acesso em: 25 mar. 2015. 109 Queremos dizer, a respeito do conceito de Norma Surda para Tradução, que não se trata de uma norma única, e sim, de várias facetas e vários contextos nos quais a tradução ocorre. No Brasil, os tradutores e intérpretes de Línguas de Sinais estão conhecendo, desenvolvendo e praticando os passos de tradução em várias áreas específicas. Para melhorar seu nível profissional, o Tradutor ou Intérprete Surdo (TS ou IS) conta com sua própria experiência e prática. O processo de aperfeiçoamento pode durar anos. O desenvolvimento de um glossário terminológico de sinais-termos e conceitos em Libras tem levado a equipe de tradutores surdos a avaliar, refletir e traduzir os conceitos de textos da Língua Portuguesa para a língua-alvo, a fim de produzir uma tradução eficiente em Libras. As pesquisas desenvolvidas sobre normas surdas na tradução, aqui no Brasil, ainda não estão completas. Provavelmente, também há situações de diferentes Normas Surdas de Tradução em países, culturas e línguas de sinais diferentes, além da Libras. Isso é o trabalho do tradutor surdo, no processo tradutório em Línguas de Sinais. É possibilitado a o tradutor, decidir quais os gêneros textuais, literários, dramáticos e líricos que possa traduzir e adaptar de uma cultura ouvinte para outra cultura surda. Em relação ao glossário de sinais-termos bíblicos desta pesquisa, são os gêneros literários que influenciam o tradutor com relação aos sinais-termos e definições em Libras, para a compreensão correta da mensagem do texto bíblico, também em acordo com a comunidade surda, que cria os novos sinais- termos bíblicos da Libras. Na Tradução Bíblica o tradutor/intérprete deve preocupar-se com o uso de princípios de tradução, linguísticos, teológicos e teóricos da comunicação, na exegese do texto-fonte. Nesta pesquisa, em que se trabalha com as definições dos conceitos em Libras para a formação do glossário de sinais-termos bíblicos é preciso, para visualizar bem a Libras, que as imagens captem bem os cinco parâmetros que a caracterizam como língua visual- espacial: o movimento, pontos de articulação, configuração das mãos, orientação e as expressões faciais e corporais. Segue argumento do autor Segala (2010, p. 28) ao explicar este tipo de tradução: A tradução de Língua Portuguesa escrita, como língua-fonte, para a Língua Brasileira de Sinais, como língua-alvo, não pode considerar apenas a tradução intermodal, devido ao fato de que, para essa tradução, há a necessidade da imagem, que 110 pode ser feita por meio de filmagem. (SEGALA, 2010, p. 28). A tradução intersemiótica, também conhecida como transmutação, foi definida como uma interpretação de signos verbais por meio de signos de um sistema não verbal (JAKOBSON, 1995), transferindo a forma e a tradução entre um sistema verbal e um não- verbal, como de um texto para Artes Cênicas (teatro, ópera, dança, circo, comédia), Artes Plásticas (artes visuais, desenho, pintura, gravura, escultura, fotografia) e Cinema. Assim, no caso de Libras, Segala (2010, p. 29), destaca duas maneiras. Em primeiro lugar, o SignWriting, sistema de escrita desenvolvido para registrar a Língua de Sinais; são símbolos visuais para representar as configurações de mão, os movimentos, as expressões faciais e os movimentos do corpo das Línguas de Sinais. E em segundo, a gravação em vídeo de alguém que usa a Língua de Sinais. A seguir, a forma de tradução intersemiótica, que vai usar a gravação em vídeo, de tradutor/intérprete que usa Libras, como o recurso de tradução de um texto escrito em Língua Portuguesa para Libras, ou seja, nossa posposta é de traduzir os conceitos de sinais- termos bíblicos para produzir o vídeo visual-espacial de Língua de Sinais. Ainda hoje, a melhora dos recursos tecnológicos facilita o acesso da comunidade surda. Com o barateamento dos recursos tecnológicos, é cada vez mais comum, até mesmo nos cursos de Letras Libras, o uso do vídeo como recurso de tradução de um texto escrito ou falado em uma língua qualquer para a Língua de Sinais. O uso da Língua de Sinais em vídeo facilita a compreensão, pois usa um código já conhecido dos surdos. É uma tradução intersemiótica. (SEGALA, 2010, p.30). Assim como Quadros e Souza comentam a respeito das modalidades diferentes entre línguas, queremos traduzir as definições dos sinais-termos bíblicos para a língua-alvo (LA) como Libras, a sua expressão em sinais. A língua fonte (LF), portanto, é a Língua Portuguesa escrita, e a língua alvo (LA), é a Língua Brasileira de Sinais na sua versão “oral”. 111 Entende-se “oral” como a língua na sua forma de expressão oral, no caso específico das Línguas de Sinais, expressão em sinais. Como as modalidades das línguas envolvidas são diferentes, percebem- se efeitos de modalidade. (QUADROS; SOUZA, 2008, p. 3). Quadros (2004, p. 9) destaca sobre modalidades de tradução- interpretação: “língua brasileira de sinais para português oral, sinais para escrita, português para a língua de sinais oral, escrita para sinais. uma tradução sempre envolve uma língua escrita [...]” (QUADROS, 2004, p.9). Então escolhemos um dos exemplos: do Português para a Língua de Sinais, como a forma de traduzir a definição e/ou descrição nos conceitos dos termos de conteúdo bíblico, ou seja, traduzir o glossário bíblico da Língua Portuguesa para Libras. Gravar o vídeo com o tradutor-intérprete surdo, para traduzir os termos e as definições em Libras, é uma interpretação oral de LS também. Concluímos que os principais problemas que envolvem a Tradução em Línguas de Sinais são referentes às adequações necessárias, que envolvem a semiótica propriamente dita, pois é necessário compreender a informação na modalidade oral auditiva e transpor, de forma eficaz, para a modalidade visual espacial, de acordo com a cultura e os aspectos gramaticais da Libras, respeitando os leitores surdos. 113 CAPÍTULO IV 4 METODOLOGIA 4.1 TIPO DE PESQUISA A metodologia utilizada para este estudo, em virtude da natureza investigatória da proposta, realizou-se por meio de uma pesquisa documental, quali-quantitativa, e foi dividida em três etapas. A primeira etapa diz respeito à seleção e análise documental; a segunda etapa trata do levantamento dos sinais-termos religiosos nas obras selecionadas, seguida de considerações sobre as possíveis interferências dogmáticas de cada religião, na concepção do sinal-termo; e a terceira etapa trata da criação do glossário de sinais-termos religiosos, subdividida em quatro subetapas, a saber, elaboração das fichas terminográficas, seleção dos sinais-termos para compor o glossário piloto, gravação dos verbetes de composição dovolume I da série Glossário Semibilíngue de Termos Bíblicos em Libras e, por fim, a validação do trabalho desenvolvido. 4.2 PASSOS DA PESQUISA 4.2.1Metodologia da primeira etapa da pesquisaA primeira etapa diz respeito à seleção e análise documental. Consistiu na seleção de três manuais em Libras, publicados no século XX. São eles: Linguagem das mãos (OATES, 1969), O clamor do silêncio (JUNTA DE MISSÕES NACIONAIS, 1991) e Linguagem dos sinais(TESTEMUNHAS DE JEOVÁ, 1992). A realização do estudo comparativo dos sinais-termos registrados nessas obras, foi baseada na geração dos dados a partir dos manuais pertencentes, cada um, a uma de três religiões, a saber, Católica, Evangélica (Batista) e Testemunhas de Jeová (TJ), respectivamente. Dessas obras escolhidas, com registros de Libras, foram extraídos os sinais-termos religiosos, e elas foram extremamente relevantes para coleta, discussão e análise destes sinais. A partir dessas referências, o autor buscou resgatar o registro histórico da Libras, por meio de um estudo sistemático comparativo dos sinais-termos religiosos inseridos nos mesmos. A partir da análise desses três manuais, foi possível fazer uma lista com os principais termos para compor o glossário conceitual de léxicos religiosos em Libras. 114 Essa análise documental, a partir das obras citadas, constituiu-se fonte de estudo e de informações. Segundo Chizzotti (2001, apud ALBRES, 2013, p.130): A análise documental pode se constituir em uma técnica de abordagem de dados qualitativos, seja complementando as informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de um tema. 4.2.2Metodologia da segunda etapa da pesquisa A metodologia utilizada para a segunda etapa da pesquisa teve como foco o levantamento dos sinais-termos religiosos nas obras selecionadas, seguida de considerações sobre as possíveis interferências dogmáticas de cada religião na concepção do sinal-termo. A tabela comparativa dos sinais-termos religiosos extraídos dos três manuais utilizados nessa pesquisa, encontra-se disponível no Apêndice I. O método usado para trabalhar com esse corpus de sinais-termos, encontra-se descrito a seguir. Para registrar os sinais-termos religiosos extraídos de cada obra, os materiais utilizados foram computador e scanner, além da cópia dos termos. Nessa primeira fase, os passos seguidos durante a pesquisa foram: a) seleção de todo o léxico religioso apresentado pelos autores dos manuais, com termos religiosos e outros que embora, os autores não os tenham categorizado como religiosos, foram considerados como tal; b) digitalização de todas as representações pictóricas desses termos; c) reunião, em tabela comparativa, dos sinais-termos selecionados de cada uma das religiões; d) classificação dos sinais em distintas categorias, a saber: sinais-termos iguais, sinais-termos diferentes, sinais-termos não registrados em determinada religião; comparação dos sinais-termos religiosos, para evidenciar semelhanças e diferenças na formação dos sinais-termos de uma religião para outra, e determinar variantes; e) análise das principais diferenças nos sinais-termos, de uma religião para outra, considerando as possíveis interferências culturais (ou não) de cada religião, na gênese do sinal-termo; 115 f) verificação da pertinência desses sinais-termos como sinais- termos religiosos; g) análise quantitativa dos termos religiosos presentes nos manuais selecionados para verificar a importância da criação de um glossário terminológico conceitual, em Libras, de sinais-termos religiosos. 4.2.3 Metodologia da terceira etapa da pesquisa A terceira etapa da pesquisa foi a elaboração do glossário conceitual de léxicos religiosos em Libras. Essa etapa subdividiu-se em quatro sub etapas, a saber: elaboração das fichas terminográficas, a seleção dos sinais-termos para compor o glossário piloto, a gravação dos verbetes de composição do volume I da série Glossário Semibilíngue de Termos Bíblicos em Libras e, por fim, a validação do trabalho desenvolvido. 4.2.3.1 Elaboração das fichas terminográficas Apresentamos as fichas terminográficas que se encontram disponíveis no Apêndice II, usadas para elaboração de glossário de 260 sinais-termos bíblicos, distribuídos em sete categorias, a saber: livros bíblicos, personagens bíblicos, papéis/funções, lugares, sinais-termos religiosos, discurso religioso e denominação religiosa. Como a obra com maior número de registros de sinais-termos religiosos foi O clamor do silêncio (JMN, 1991), tomamos os 260 sinais-termos religiosos encontrados nessa obra, como referência para a entrada dos verbetes no glossário proposto por esta pesquisa. As fichas terminográficas incluíram a escrita dos sinais-termos pelo sistema “signwriting”, as configurações das mãos, a locação, o movimento e as variantes religiosas (Religião Católica e Testemunhas de Jeová), bem como as informações dos conceitos dos sinais-termos em Língua Portuguesa, com as respectivas referências bibliográficas. 4.2.3.2 A seleção dos sinais-termos para compor o glossário piloto A seleção dos sinais-termos para compor o vocabulário piloto de nossa proposta de organização do glossário em Libras, delimitou-se a uma categoria, a dos Personagens bíblicos e a sua história, encontrados da mesma obra “O clamor do silêncio” (JMN, 1991). Essa categoria de sinais-termos registrou uma lista de 93 sinais-termos. Esse grupo de 116 sinais-termos compôs o volume I da série Glossário de Termos Bíblicos em Libras, com os conceitos dos sinais-termos, os exemplos extraídos da Bíblia Sagrada e as variantes religiosas da religião Católica e das Testemunhas de Jeová, com uma versão em DVD e uma versão na Web. 4.2.3.3 A gravação dos verbetes de composição do volume I da série Glossário Semibilíngue de Termos Bíblicos em Libras Antes de fazer a gravação dos verbetes, era preciso traduzir as palavras que comporiam o glossário semibilíngue de léxicos religiosos em Libras.Para tanto o pesquisador convidou o tradutor surdo e a intérprete ouvinte que compõem a equipe do Instituto Expressão Surda, na qual trabalha, para validar os conceitos e exemplos em Libras destinados a organizar o glossário de termos bíblicos, especificamente de uma categoria, a de Personagens bíblicos e a sua história. A equipe consultou as referências bibliográficas do Dicionário da Bíblia de Almeida, de Kaschel (2005) e da Bíblia Sagrada. Seguimos os critérios de como elaborar os conceitos dos sinais-termos para descrever os personagens bíblicos: nome da pessoa, gênero, estado civil, filhos, lugar onde nasce / vive ou profissão e um breve histórico, com os fatos principais da vida. E para ilustrar os sinais-termos, escolhemos como exemplos, versículos extraídos da Bíblia Sagrada mostrando um acontecimento histórico do personagem bíblico. Escolhemos, no dicionário de Kaschel (2005), alguns pontos importantes da descrição dos personagens bíblicos, e acrescentamos informações extraídas da Bíblia Sagrada para dar mais detalhes. O prefácio desse dicionário se propõe a ser um instrumento de consulta rápida, visando fornecer informações sumárias sobre termos e conceitos encontrados na Bíblia. Os tipos de verbetes são: a) verbetes de definição e /ou descrição; b) verbetes-lista e c) verbetes-remissivos. Foi realizada a retrotradução, da Libras para o Português, das informações, conceitos e exemplos dos sinais-termos de personagens bíblicos. A intérprete de Libras assistiu aos vídeos dos 93 verbetes referentes a esses personagens e os transcreveu. Eles se encontram disponíveis no Apêndice II. Para a criação do glossário, o processo de tradução dos conceitos dos léxicos religiosos para Libras seguiu os seguintes passos: a) seleção dos léxicos para a elaboração do glossário conceitual de religião, com base nos resultados obtidos na primeira etapa da pesquisa; 117 b) extração do significado dos termos e dos exemplos de cada termo, do dicionário da Bíblia de Almeida, de Kaschel (2005), e da própria Bíblia Sagrada. Em seguida, adaptações no texto, a fim de facilitara tradução; c) registro, em formato de glosa, das definições e dos exemplos dos termos destinados ao glossário em Português escrito, com as palavras equivalentes aos sinais-termos para facilitar a filmagem; d) gravação de um “rascunho” com o surdo sinalizante (pesquisador), executando o texto glosado em Libras; e) nova gravação, aplicando as mudanças inseridas pelos colaboradores surdos, um tradutor surdo, o próprio pesquisador e uma intérprete ouvinte. 4.2.3.4 A validação do trabalho desenvolvido No decorrer da pesquisa foi necessária a adequação da proposta inicial, de forma a ajustá-la ao tempo disponível, para que, em tempo hábil, a última etapa da pesquisa fosse concluída. Um tradutor surdo, juntamente com uma intérprete ouvinte, participaram das discussões para a tradução dos 93 verbetes religiosos. A primeira validação dos verbetes gravados para o glossário de sinais-termos bíblicos em Libras foi concluída com a participação dos dois colaboradores citados, além do investigador dessa pesquisa, A segunda validação não foi possível até o final dessa pesquisa. Porém, deve ser realizada, em breve, a fim de que seja considerado o parecer da comunidade surda, resultante de discussões para a melhoria da tradução dos conceitos e dos exemplos dos sinais-termos do glossário temático gravado. É preciso conferir, com a comunidade, se há clareza e naturalidade nas gravações realizadas. Essa validação é necessária, de forma que o resultado final seja preciso e respeite os aspectos culturais e gramaticais da Libras, bem como os aspectos dogmáticos presentes na concepção dos sinais-termos em estudo. É importantíssimo reunir o grupo de surdos e ouvintes fluentes em Libras, que estejam imersos na cultura surda e na língua de sinais para enriquecer o processo de tradução desse glossário temático em Libras. Ainda pretendemos fazê-lo, antes de dar continuidade à gravação dos próximos DVDs com outras categorias. Para agravação final, foi preciso treino e memorização dos sinais- termos, significados, exemplos e variantes do glossário temático. A roupa lisa, nas cores definidas, contribuiu para a padronização da 118 proposta. O estúdio foi preparado com as luzes, a filmadora com cartão de memória, havia um laptop, e pôde-se contar com o apoio de uma equipe para auxiliar durante a gravação. Devido a falhas que surgiram durante a gravação, o processo tornou-se mais longo, mas foi repetido até que houvesse um bom resultado na língua alvo, a Libras. Para a gravação dos vídeos em Libras foi necessária a utilização de estúdio de filmagem e equipamento para edição de vídeo, conforme apresentaremos na seção seguinte. 4.3 ESTRATÉGIAS PARA TRADUÇÃO, FILMAGEM E EDIÇÃO DO GLOSSÁRIO PROPOSTO Mostramos nesta seção os critérios e estratégias empregados no processo de tradução, filmagem e edição, para elaborar um modelo de proposta para compor o volume I da série Glossário Semibilíngue de Termos Bíblicos em Libras, para o DVD e a versão Web. 4.3.1 Estratégias do processo de tradução A gravação dos vídeos foi revisada por um surdo e uma ouvinte, ambos sinalizantes de Libras e que trabalham no Instituto Expressão Surda. A participação dos dois deu-se com o objetivo de validar a tradução das descrições e dos exemplos próprios da história de personagens bíblicos, de acordo com a Bíblia Sagrada, e também de validar a filmagem para a proposta de modelo de glossário semibilíngue terminológico, com 93 verbetes em Libras. A Revista Brasileira de Vídeo Registros em Libras (http://revistabrasileiravrlibras.paginas.ufsc.br), ao apresentar regras para a elaboração de artigos acadêmicos adaptados para Libras visual, sugere adequação de cores diferenciadas de camiseta para a marcação temática em gravação. Tomamos a Revista como parâmetro e adotamos critérios semelhantes para preparar a gravação dos vídeos. Distribuímos, assim, o uso das vestimentas: a) camiseta azul para os 93 sinais-termos; b) camiseta preta para 93 descrições; c) camiseta marrom para 93 exemplos; d) camiseta vermelha para 10 variações linguísticas; e) camisa social azul-claro para a apresentação do glossário visual no DVD. Para o estúdio, utilizamos os seguintes equipamentos: a) sala com ar condicionado, acionado na temperatura de 22 graus, para evitar que o sinalizante transpirasse durante a filmagem, além de contribuir para a sensação de bem-estar; 119 b) portas e cortinas que foram mantidas fechadas, para evitar a entrada de luzes externas no estúdio; c) câmera fotográfica Nikon D5100, com alta definição, Full HD (qualidade da filmagem) 1920x1080; 30fps / Widescreen 16:9 / lente 18-55mm / equilíbrio de brancos (White Balance) fluorescente / foco manual / distância aproximada de 2,25 metros; d) tripé para a câmera fotográfica fixada em linha reta; e) notebook para visualizar a ficha terminológica de 93 verbetes, dos personagens bíblicos, com glosas em Libras, também utilizado para treinar e decorar as descrições e exemplos durante a filmagem; f) mesa para notebook; g) televisor para a equipe visualizar o sinalizante; h) 16 lâmpadas fluorescentes no teto dispostas na forma de um quadrado para manter a iluminação ideal na captação das imagens do sinalizante; i) duas lâmpadas compactas (uma sobre a cabeça do sinalizante) e outra mais à frente, para contribuir para a iluminação ideal das cenas; j) dois tripés com lâmpadas fluorescentes, para iluminação de estúdio; k) parede do estúdio lisa, coberta com um tecido especial, que não amassa, visivelmente liso, na cor azul; l) tapete pequeno, de porta, para delimitar o espaço do sinalizante, fixado com fita, para impossibilitar o movimento do mesmo; m) lousa branca pequena, à frente da câmera fotográfica, para mostrar a ordem de sinais-termos, descrições, exemplos e variações. O objetivo desta é ajudar o editor visualizar a ordenar e editar vídeos para o DVD; n) apagador para lousa; o) marcador para lousa; p) tabela de sinais/descrições/exemplos/variações/apresentação, para ajudar a equipe a visualizar o processo de filmagem; q) duas cadeiras, uma para o surdo e outra para a intérprete; r) loção antibrilho para a face do sinalizante; s) pó facial compacto (muito pouco) para não uniformizar a cor entre o rosto e o pescoço do sinalizante.\ 120 A seguir são apresentadas algumas fotos tiradas durante os trabalhos de tradução e de filmagem. a) Discussão da equipe para avaliar e validar as descrições e os exemplos próprios de personagens bíblicos, de acordo com a Bíblia. Figura 34 - Discussão da equipe do Instituto Expressão Surda 121 b) Planejamento no estúdio. Figura 35 - Planejamento no estúdio c) Tabela para a equipe visualizar e anotar itens filmados. Figura 36 - Tabela para a equipe Instituto Expressão Surda 122 d) A câmera fotográfica Nikon D5100, que é capaz de filmar com boa qualidade os vídeos no estúdio. Figura 37 - Câmera fotográfica Nikon D5100 e) Visualização da tela da câmera fotográfica com foco manual. Figura 38 - Visualização da tela da câmera fotográfica 123 f) Um exemplo das filmagens, mostrando o processo em que um membro da equipe segura a lousa. Enquanto isso, a contagem de 3 segundos para que o sinalizante inicie a filmagem é feita pelo outro integrante do grupo, que não pode ser visto na foto, pois está fora do foco da câmera. Figura 39 - Sala do estúdio g) Foto do teto do estúdio, para mostrar como foi composta a iluminação, com lâmpadas fluorescentes e tecido branco para refletir a luz. Figura 40 - Iluminação com lâmpadas fluorescentes124 h) Para complementar a iluminação, os dois tripés com lâmpadas fluorescentes e a lâmpada compacta sobre a cabeça do sinalizante (o modelo para a representação das filmagens, neste caso, o próprio pesquisador). Figura 41 - Tripés de iluminação no estúdio 4.3.2 Estratégias para o processo de filmagem Os passos datam e mostram o processo de tradução para a equipe antes da filmagem: a) 18/02, quarta-feira, das 14 às 18 horas: primeira reunião entre o pesquisador, Brenno Douettes (surdo), Marcos Kleber de Oliveira (tradutor surdo) e Lois Irene Broughton (intérprete ouvinte). Os três trabalham no Instituto Expressão Surda. O pesquisador convidou os outros dois integrantes para colaborar com essa etapa da pesquisa, a fim de contribuírem com questões gerais e tirar dúvidas de como organizar o estúdio e estabelecer um planejamento de ações para as filmagens a serem realizadas, como: discutir e traduzir as descrições e exemplos de personagens bíblicos em Libras. Durante a reunião, discutiu-se e foram traduzidas 12 descrições e 12 exemplos de personagens bíblicos em Libras (Abel, Abigail, Abimeleque, Abraão, Absalão, Acã, Adão, 125 Ana, Ananias, André, Anjo e Arão). O encontro durou 4 horas. b) 19/02, quinta-feira, das 10 às 12:40 horas, discutiu-se e foram traduzidas 13 descrições e 13 exemplos de personagens bíblicos em Libras (Baal, Balaão, Barnabé, Barrabás, Bartimeu, Bartolomeu, Benjamim, Boaz, Caim, Calebe, César, Cornélio e Cristo). O encontro durou 2 horas e 40 minutos. À tarde, das 14h15 às 17h45, discutiu-se e foram traduzidas 10 descrições e 10 exemplos de personagens bíblicos em Libras (Dalila, Davi, Débora, Deus, Diabo, Dorcas, Elias, Eliseu, Enoque e Esaú). O encontro durou 3 horas e 30 minutos. c) 20/02, sexta-feira, das 10 às 11:30 horas, discutiu-se e foram traduzidos 4 descrições e 4 exemplos de personagens bíblicos em Libras (Espírito Santo, Estevão, Eva e Ezequias). O encontro durou 1 hora e 30 minutos. d) 24/02, terça-feira, das 10:15 às 12:30 horas, discutiu-se e foram traduzidos 8 descrições e 8 exemplos de personagens bíblicos em Libras (Faraó, Filho Pródigo, Filipe, Gabriel, Gamaliel, Gideão, Golias e Hagar). O encontro durou 2 horas e 15 minutos. À tarde, das 13:30 às 17:50 horas, discutiu-se e foram traduzidos 12 descrições e 12 exemplos de personagens bíblicos em Libras (Hamã, Herodes, Herodias, Isabel, Isaque, Ismael, Jessé, Jesus, Jezabel, Jonatas, José (esposo de Maria) e José (de Arimatéia). O encontro durou 4 horas e 20 minutos. e) 25/02, quarta-feira, das 11:30 às 13 horas, discutiu-se e foram traduzidos 6 descrições e 6 exemplos de personagens bíblicos em Libras (Judas Iscariotes, Lázaro, Ló, Maria (irmã de Lázaro), Maria (mãe de Jesus) e Marta). O encontro durou 1 hora e 30 minutos. À tarde, das 14:20 às 16:40 horas, discutiu-se e foram traduzidos 4 descrições e 4 exemplos de personagens bíblicos em Libras (Messias, Miguel, Miriã e Moisés). O encontro durou 2 horas e 20 minutos. 126 f) 26/02, quinta-feira, das 10 às 12:40 horas, discutiu-se e foram traduzidos 6 descrições e 6 exemplos de personagens bíblicos em Libras (Nabucodonosor, Nicodemos, Noé, Noemi, Paulo e Pilatos). O encontro durou 2 horas e 40 minutos. g) 02/03, segunda-feira, das 10:10às 12:45 horas, discutiu-se e foram traduzidos 7 descrições e 7 exemplos de personagens bíblicos em Libras (Potifar, Priscila, Raabe, Raquel, Rebeca, Safira e Salomão). O encontro durou 2 horas e 35 minutos. À tarde, das 14:30 às 19 horas, discutiu-se e foram traduzidos 11 descrições e 11 exemplos de personagens bíblicos em Libras (Samaritano, Sansão, Sara, Saul, Silas, Tomé, Urias, Uzias, Vasti, Zacarias e Zaqueu). O encontro durou 4 horas e 30 minutos. Todo o processo contou com a participação de um surdo e uma intérprete, além do autor. Foi concluída a tradução das 93 descrições e dos 93 exemplos de personagens bíblicos para as glosas de Libras, inicialmente, num documento de “rascunho”, elaborado no “word”. A qualidade da tradução foi validada pela equipe. Todo o processo somou um total de 31 horas e 50 minutos. O processo de filmagem deu-se da seguinte maneira: durante as filmagens, os participantes (o surdo convidado, a intérprete e Brenno), fizeram várias alterações nas filmagens, refazendo-as em função de que ambos, ao ver a tradução, percebiam a necessidade de modificá-la em decorrência do contexto bíblico apresentado em Libras. a) 23/02, segunda-feira, das 14 às 18 horas, foram filmados 93 sinais-termos, 5 descrições e 10 variações ( Abraão, Adão, Anjo, Davi, Diabo, Espírito Santo, Eva, Faraó, Judas Iscariotes e Moisés). As filmagens foram realizadas durante 4 horas. b) 26/02, quinta-feira, das 14:30 às 18 horas, foram filmadas 20 descrições e 11 exemplos. As filmagens foram realizadas durante 3 horas e 30 minutos. c) 27/02, sexta-feira, das 14:45 às 18 horas, foram filmadas 6 descrições e 20 exemplos. As filmagens foram realizadas durante 3 horas e 15 minutos. 127 d) 03/03, terça-feira, das 14:15 às 18 horas, foram filmadas 10 descrições e 10 exemplos. As filmagens foram realizadas durante 3 horas e 45 minutos. e) 04/03, quarta-feira, das 14:30 às 17:15 horas, foram filmadas 12 descrições e 12 exemplos. As filmagens foram realizadas durante 2 horas e 45 minutos. f) 05/03, quinta-feira, das 11:10 às 14:15 horas, foram filmadas 7 descrições e 7 exemplos. As filmagens foram realizadas durante 3 horas e 5 minutos. g) 06/03, sexta-feira,das 10 às 14:15 horas, foram filmadas 1 apresentação e 18 exemplos. As filmagens foram realizadas durante 4 horas e 15 minutos. À tarde, das 15:50 às 20:30 horas, foram filmadas 33 descrições e 15 exemplos. As filmagens foram realizadas durante 4 horas e 40 minutos. A gravação total dos vídeos levou 29 horas e 15 minutos. Ao final, foram gravados 93 sinais-termos, com descrições e exemplos para cada um deles, além das 10 variações linguísticas (de sinais-termos), das denominações Católica (OATES, 1969) e das Testemunhas de Jeová (TJ, 1992), que apresentaram variação ao serem comparadas com a denominação Batista (JMN, 1991), na categoria de personagens bíblicos. Também foi gravado, em Libras, um vídeo de apresentação para incluir o menu de DVD com a proposta de modelo de glossário defendida neste trabalho. Em média, a duração para a gravação de cada item dos sinais-termos que compõem o vídeo, girou em torno de: sinal- termo (4-10 segundos); descrição (35-45 segundos); exemplo (20-50 segundos); variantes (10 segundos). Para a discussão da tradução, nas descrições da categoria de personagens bíblicos e da filmagem para Libras, foi demandado um total de 61 horas. 4.3.3 Estratégias para o processo de edição Para viabilizar o processo de edição, foi necessário convidar um profissional da área de edição, a fim de que o trabalho pudesse atender a demanda. Segundo ele, 128 Para a edição dos vídeos foi utilizado o software Adobe Premiere, programa de edição especializado em vídeo. Os vídeos foram importados para o programa onde foi realizada a edição; foram feitos cortes nos vídeos, de modo a eliminar as partes indesejadas e pausas muito longas, além de adicionar efeitos de transição entre os vídeos com letreiros informativos. Para autoração do DVD foi utilizado o Adobe Encore, programa especializado em criação de DVDs. Após todos os vídeos terem sido editados no Premiere, foram exportados para o Encore onde começou a ser feito o DVD. Na primeira tentativa de DVD, foram criados os menus de acordo com o solicitado por Brenno e os links foram feitos. Os menus foram desenhados no Adobe Photoshop e exportados pro Encore. Após terem sido feitos todos os menus e links, no projeto 1, começou a parte de pôr vídeos nos links criados dentro dos menus. Ao final desta parte era preciso exportar o protótipodo DVD. Na primeira tentativa deu erro e nas 5 seguintes o erro persistiu. Além do erro humano, que foi a falta de informação a respeito da quantidade de vídeos suportados pelo DVD, o outro motivo foi o excesso de links existentes nos menus do DVD. Uma das primeiras soluções foi reduzir o número de links e menus no DVD, ainda assim o projeto apresentava falhas. Em seguida foi pensado em fazer um DVD triplo, já que um único DVD não suportava tantas linhas de vídeos. Estes seriam divididos em 3DVDs, um DVD suporta até 99 linhas de vídeo. No projeto inicial de Brenno tínhamos 93 x 3 + 11 linhas vídeos (93 vídeos de sinais-termos, 93 de descrições, 93 de exemplos, 10 de variações linguísticas e 1 de apresentação), que passava do suportado. No entanto um DVD triplo é de difícil usabilidade e aumenta os custos do projeto. A solução para este último problema foi compactar as linhas de vídeo dos personagens bíblicos em uma linha para cada. Antes eram 93 x 3 + 11, ficando apenas 94 linhas de vídeo. 129 Sanados todos os problemas, o protótipo foi finalmente gravado. Por ser um projeto grande, para a gravação foi utilizado um DVD duallayer, que é um DVD com capacidade dobrada. Os DVDs normais suportam até 4.7Gb de informação e o duallayer até 8.4Gb. Após a gravação do protótipo, foi entregue uma cópia ao Brenno para teste. Identificamos alguns erros que, por falta de conhecimento em Libras, acabei deixando passar. Mas estes foram consertados logo em seguida e, assim, aprovada a versão final do DVD. Durante o processo foi criada uma versão em Flash para testes. No total, foram copiados 19 DVDs; alguns deram erro e foram descartados. (VINYCIUS ALMEIDA - editor). Fizemos o contrato com o editor para edição de vídeos, menus e links para a construção do DVD do Glossário Semibilíngue de Termos Bíblicos em Libras, incluindo capas para o DVD, a impressão colorida da capa e etiqueta para o DVD. Apoiamo-nos no DVD criado para adaptar o glossário em versão Web, disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/132904>. No capítulo 6 será possível encontrar as informações do modelo do glossário no DVD e na versão Web. Por fim, concluímos os processos de tradução, de filmagem e de edição para elaborar a construção desse glossário semibilíngue. Assim, conclui-se a quarta etapa da pesquisa, promovendo o desfecho da proposta buscada desde o início do trabalho. A metodologia assim desenvolvida propiciou o estudo da concepção dos sinais-termos da Língua de Sinais Brasileira, no âmbito do contexto religioso, a discussão de questões de tradução envolvidas nesse processo, e a reflexão sobre a importância do registro de glossários terminológicos com ênfase no discurso religioso, por meio de uma reflexão lexicográfica que levou a uma proposta de glossário na área de abrangência da proposta dessa pesquisa. 131 CAPÍTULO V 5 EXTRAÇÃO DE DADOS NOS GLOSSÁRIOS EXISTENTES Tem início, aqui, a apresentação da lista de léxicos religiosos presentes nas três obras utilizadas como base de dados desta pesquisa: Linguagem das Mãos, de Oates (1969), O clamor do silêncio, da Junta de Missões Nacionais (1991) e Linguagem dos Sinais das Testemunhas de Jeová (1992). Além das três obras mencionadas, alguns sinais-termos religiosos foram extraídos de Linguagem de Sinais do Brasil, de Hoemann, Oates e Hoemann (1983), os quais serviram apenas de complemento, pois não representam base da pesquisa. Sequencialmente, foi apresentada uma tabela a síntese da quantidade total de verbetes de cada obra e da ocorrência dos sinais- termos nos mesmos. Também foram apresentados os sinais-termos similares nas três fontes, ou apenas em dois dos livros e os que são diferentes nas três obras. Após a apresentação dos dados, conforme as características acima mencionadas, também foram mostrados os sinais que diferem, identificando e explicando a origem destas diferenças que podem advir da influência de quatro diferentes fatores, isto é: cultural de cada religião, da Língua Portuguesa, da iconicidade ou da Língua de Sinais Americana. 5.1 LISTA DE LÉXICOS RELIGIOSOS PRESENTES EM CADA OBRA SEGUIDA DE ANÁLISE 5.1.1 Lista de sinais-termos católicos (OATES, 1969) Abençoar; Adorar; Alma; Anjo; Ascensão de Jesus; Batizar; Bíblia; Bispo; Blasfemar; Buda; Capela; Católico; Céu; Comungar; Confessar; Contrição; Crer; Criar; Cristão; Crucificar; Cruz; Difamar; Decálogo; Demônio; Deus; Egito; Espírito Santo; Eterno; Evangelho; Freira; Glorificar; Graça; Igreja; Inferno; Israel; Jejuar; Jesus Cristo; José; Judeu; Maria; Meditar; Missa; Mistério; Moisés; Natal; Ofender; Padre; Papa; Páscoa; Pecador; Pecar; Perdoar; Protestante; Religião; Retiro; Rezar; Rosário; Salvar; Seguir; Servir; Sinagoga; Temer; Trindade. 132 5.1.1.1 Análise da obra A obra de Oates foi organizada em diferentes eixos temáticos, a saber, cores, homem e família, alimentos e bebidas, animais, o mundo e a natureza, religião, tempo, regiões do mundo, alguns países – nacionalidades, estados brasileiros, territórios federais e capitais, vestuário e acessórios, esportes e jogos recreativos. Também antônimos e números cardinais e ordinais que são os temas da língua geral, além de temas gramaticais: verbos, substantivos, adjetivos, advérbios, pronomes, preposições e conjunções. A ordem interna de cada tema é alfabética. A obra apresenta: a) Sinais-termos religiosos: Ascensão de Jesus, Bíblia, Buda, Contrição, Cruz, Decálogo, Evangelho, Graça, Judeu, Missa, Natal, Páscoa, Pecador, Religião, Rosário, Trindade. b) Sinais-termos pertencentes ao discurso religioso: Alma, Eterno, Mistério, Retiro. c) Sinais-termos de personagens bíblicos (humanos / espirituais): Anjo, Demônio, Deus, Espírito Santo, Jesus Cristo, José, Maria, Moisés. d) Sinais-termos de lugares bíblicos (eclesiásticos / geográficos / espirituais): Céu, Capela, Egito, Igreja, Inferno, Israel, Sinagoga. e) Sinais-termos de denominação religiosa: Católico, Protestante. f) Sinais-termos de papéis eclesiásticos: Bispo, Cristão, Freira, Padre, Papa. g) Sinais-termos de verbos: Abençoar, Adorar, Batizar, Blasfemar, Comungar, Confessar, Crer, Criar, Crucificar, Difamar, Glorificar, Jejuar, Meditar, Ofender, Pecar, Perdoar, Rezar, Salvar, Seguir, Servir, Temer. 133 Dos sinais-termos de verbos, há aqueles que fazem parte da língua comum, que não é o foco desta pesquisa, há os verbos de cunho religioso e, por fim, os verbos que fazem parte do discurso religioso, não sendo, necessariamente, verbos religiosos: a) Verbos que fazem parte da língua comum: foram descartados, porque não fazem parte da pesquisa. b) Verbos de cunho religioso: Abençoar, Adorar, Batizar, Comungar, Confessar, Crucificar, Glorificar, Meditar, Pecar, Rezar, Salvar8. c) Verbos do discurso religioso: Blasfemar, Crer, Criar, Difamar, Jejuar, Ofender, Perdoar, Seguir, Servir, Temer. No livro Linguagem das Mãos (OATES, 1969) identificamos 1280 sinais-termos, embora o autor só tenha somado 1258, pois, além desses, ao final da obra há outros 18 relacionados a numerais, com fotografia, além de quatro sinais-termos somente com descrição, sem fotografia. Dos 1.280 identificados, apenas 38 sinais-termos foram agrupados sob o rótulo “religião”. Oates (1969) não incluiu na categoria “religião”, por exemplo, os verbos de cunho religioso. Assim, incluímos como termos religiosos, 21 sinais-termos de verbos apresentados na obra de Oates, dois relacionados a locais religiosos (Egito e Israel) e dois relacionados ao discurso religioso (eterno e pecador). Nessa obra, então, somam-se 63 sinais-termos religiosos, o equivalente a 4,92% dos sinais-termos do livro. O cálculo percentual apresentado não inclui alguns sinais-termos extraídos de outra obra de Oates, que não a escolhida para análise. Como se trata de pouquíssimossinais-termos extraídos da obra “Linguagem de Sinais do Brasil”, de Hoemann, Oates e Hoemann (1983), apenas os mencionamos nessa seção. O livro traz 11 sinais- termos religiosos que, de certa forma, não se encontravam na obra originalmente pesquisada. São eles: Anjo e Cristão, que Oates só apresenta a descrição; Dez Mandamentos, Protestante e Igreja, que apresentam uma sutil variação nessa obra, e Fé, Culto, Luterano, 8 Salvar é um termo bastante encontrado na língua comum. Entretanto, embora o conceito no discurso religioso seja um pouco mais abstrato, optamos por incluí-lo entre os termos do discurso religioso. 134 Palavra de Deus, Pastor e Piedade. Incluímos esses sinais-termos no Apêndice I. 5.1.2 Lista de sinais-termos de O clamor do silêncio (JMN, 1991) Abel; Abençoar; Abigail; Abimeleque; Abraão; Absalão; Acã; Adão; Adoração, Adorar; Ageu; Aleluia; Alma; Altar; Amém; Amós; Ana; Ananias; André; Anjo; Apocalipse de João; Apóstolo; Arão; Arca da Aliança; Armadura; Arrebatar; Arrepender-se; Ascensão; Atos; Baal; Babel; Babilônia; Balaão; Barnabé; Barrabás; Bartimeu; Bartolomeu; Batista; Batizar; Belém; Benjamim; Besta; Betânia; Bíblia; Boaz; Caim; Calebe; Calvário; Canaã; Cantares de Salomão; Capítulo; Carpinteiro; Ceia (1); Ceia (2); Ceifa; César; Céu; Chipre; Colossenses; Compaixão; Confessar, Confissão; Confiar, Acreditar, Fé; Coríntios; Cornélio; Criador; Criar, Criação; Cristão; Cristo; Crônicas; Cruz; Culto; Dalila; Daniel; Davi; Débora; Decálogo; Descender; Deus; Deuteronômio; Diabo; Diácono; Discípulo; Dízimo; Dorcas; Doutrina; Eclesiastes; Éden; Edom; Elias; Efésios; Eliseu; Enoque; Epístola; Esaú; Escriba; Esdras; Espírito Santo; Estátua; Ester; Estevão; Estrebaria; Eterno; Eva; Evangelho; Evangelista; Êxodo; Expiação; Ezequias; Ezequiel; Faraó; Fariseu; Fiel; Filemon; Filho Pródigo; Filipe; Filipenses; Gabriel; Galardão; Gálatas; Gamaliel; Gênesis; Gideão; Gigante; Golias; Graça; Habacuque; Hagar; Hamã; Hebreus; Herodes; Herodias; Holocausto; Ídolo, Imagem; Igreja; Império; Inferno; Isabel; Isaías; Isaque; Ismael; Israel; Jeremias; Jericó; Jerusalém; Jessé; Jesus; Jezabel; Jó; João (Evangelho de); João (I, II, III); Joel; Jonas; Jonatas; Jordão; José (esposo de Maria); José de Arimatéia; Josué; Judá, Judeia; Judas Iscariotes; Judas; Juízes; Justiça, Juiz, Justo; Justificação; Lamentações; Lázaro; Lei; Levita; Levítico; Ló; Louvar; Lucas; Macedônia; Mago; Majestade; Malaquias; Maná; Manjedoura; Marcos; Maria (irmã de Lázaro); Maria (mãe de Jesus); Marta; Mateus; Mesopotâmia; Messias; Miguel; Miqueias; Miriã; Mirra; Misericórdia; Moisés; Monte Sinai; Nabucodonosor; Naum; Nazireu; Neemias; Nicodemos; Nínive; Noé; Noemi; Novo Testamento; Números; Obadias; Orar, Oração, Amém; Oséias; Pastor; Paulo; Paz; Pecado, Pecador; Pedro; Pentateuco; Pentecostes; Pilatos; Potifar; Pregador; Pregar, Pregação; Priscila; Profecia; Profeta; Provérbios; Publicano; Raabe; Raquel; Rebeca; Reis; Religião, Religioso; Ressuscitar, Ressurreição, Ressurgir; Revelar, Revelação; Romanos; Rute; Sacerdote; Saduceu; Safira; Salmos; Salomão; Salvador, Salvar; 135 Samaria; Samaritano; Samuel; Sansão; Santificar; Santo; Santuário; Sara; Saul; Senhor (1); Senhor (2); Silas; Sinagoga; Sodoma e Gomorra; Sofonias; Tentador, Tentar, Tentação; Tessalonicenses; Tiago; Timóteo; Tito; Tomé; Tribo; Trindade; Trono; Túmulo do Tempo de Jesus; Ungido, Ungir; Urias; Uzias; Vasti; Velho Testamento; Versículo; Zacarias (livro); Zacarias; Zaqueu. 5.1.2.1 Análise da obra O índice dessa obra é simples. Incluiu livros da Bíblia, personagens bíblicos, funções, lugares e outros sinais-termos. A obra apresenta: a) Sinais-termos religiosos: Abençoar, Adoração/Adorar, Aleluia, Amém, Arca da Aliança, Ascensão, Batizar, Confessar, Cristão/Crente, Cruz, Culto, Decálogo, Dízimo, Éden, Epístola, Evangelho, Graça, Louvar, Orar/Oração/Amém, Pecado, Pecador, Pentecostes, Pregar/Pregação, Profecia, Religião, Religioso, Ressuscitar/Ressureição/Ressurgir, Santificar, Santo, Trindade, Versículo. b) Sinais-termos de discurso religioso: Alma, Altar, Arrebatar, Arrepender-se, Besta, Capítulo, Ceia, Ceifa, Compaixão, Confiar/Acreditar/Fé, Criar/Criação, Criador, Doutrina, Estátua, Eterno, Expiação, Fiel, Galardão, Holocausto, Ídolo/Imagem, Justificação, Mago, Maná, Manjedoura, Mirra, Misericórdia, Revelar/Revelação, Salvar, Salvador, Senhor,Tentar/Tentação, Tentador, Túmulo do Tempo de Jesus (Sepulcro), Ungido/Ungir. c) Sinais-termos de livros bíblicos: Ageu, Amós, Apocalipse, Atos dos Apóstolos, Bíblia, Cântico de Cânticos, Colossenses, Coríntios, Crônicas, Daniel, Deuteronômio, Eclesiastes, Efésios, Esdras, Ester, Êxodo, Ezequiel, Filemon, Filipenses, Gálatas, Gênesis, Habacuque, Hebreus, Isaías, Jeremias, Jó, João (Evangelho de), João (I, II, III),Joel, Jonas, Josué, Judas, Juízes, Lamentações, Levítico, Lucas, Malaquias, Marcos, Mateus, Miqueias, Naum, Neemias, Novo Testamento, Números, Obadias, Oséias, Pedro, Pentateuco, Provérbios, Reis, Romanos, Rute, Salmos, Samuel, Sofonias, 136 Tessalonicenses, Tiago, Timóteo, Tito, Velho Testamento, Zacarias. d) Sinais-termos de personagens bíblicos (humanos / espirituais): Abel, Abigail, Abimeleque, Abraão, Absalão, Acã, Adão, Ana, Ananias, André, Anjo, Arão, Baal, Balaão, Barnabé, Barrabás, Bartimeu, Bartolomeu, Benjamim, Boaz, Caim, Calebe, César, Cornélio, Cristo, Dalila, Davi, Débora, Deus, Diabo, Dorcas, Elias, Eliseu, Enoque, Esaú, Espírito Santo, Estevão, Eva, Ezequias, Faraó, Filho pródigo, Filipe, Gabriel, Gamaliel, Gideão, Golias, Hagar, Hamã, Herodes, Herodias, Isabel, Isaque, Ismael, Jessé, Jesus, Jezabel, Jonatas, José (esposo de Maria), José de Arimateia, Judas Iscariotes, Lázaro, Ló, Maria (irmã de Lázaro), Maria (mãe de Jesus), Marta, Messias, Miguel, Miriã, Moisés, Nabucodonosor, Nicodemos, Noé, Noemi, Paulo, Pilatos, Potifar, Priscila, Raabe, Raquel, Rebeca, Safira, Salomão, Samaritano, Sansão, Sara, Saul, Silas, Tomé, Urias, Uzias, Vasti, Zacarias, Zaqueu. e) Sinais-termos de papéis (bíblicos e eclesiásticos): Apóstolo, Carpinteiro, Diácono, Discípulo, Escriba, Evangelista, Fariseu, Levita, Nazireu, Pastor, Pregador, Profeta, Publicano, Sacerdote, Saduceu. f) Sinais-termos de lugares bíblicos (eclesiásticos/geográficos/ espirituais): Babel, Babilônia, Belém, Betânia, Calvário, Canaã, Céu, Chipre, Edom, Estrebaria, Igreja, Inferno, Israel, Jericó, Jerusalém, Jordão, Judá/Judeia, Macedônia, Mesopotâmia, Monte Sinai, Nínive, Samaria, Santuário, Sinagoga, Sodoma e Gomorra. g) Sinal-termo da denominação evangélica: Batista. As categorias específicas são da JMN e encontram-se acima. E abaixo, estão os sinais-termos não incluídos na pesquisa. Esses são sinais-termos que empregam a tradução e a interpretação direta em Libras, no contexto religioso de JMN: Armadura, Descender, Gigante, Império, Justiça/Juiz/Justo, Lei, Majestade, Paz, Tribo, Trono. 137 No livro O clamor do silêncio (JMN, 1991) há 272 sinais-termos. O livro registra apenas sinais-termos de religião, o que corresponde a 100% dos sinais-termos do livro. 5.1.3 Lista de sinais-termos do livro Linguagem de sinais (Testemunhas de Jeová, 1992) Abençoar; Abismo; Abraão; Acreditar; Adão; Adorar; Alegria; Alma; Amém; Ancião; Anjo; Antepassados; Anticristo; Anuário; Apostasia; Apóstolo; Arca de Noé; Arca do pacto; Arcanjo; Armagedom; Arrepender-se; Assembléia; Assembléia de circuito; Assembléia especial; Assembléia (1 dia); Assinatura (Sentinela); Assinatura da Despertai; Astrologia; Autodomínio; Ateu; Baal; Babilônia, A grande; Batismo; Benignidade; Betel; Bíblia; Blasfemar; Boa vontade; Boas novas; Bondade; Brandura; Brochura; Budismo; Cabeça; Cancioneiro; Cartão de sangue; Celibato; Cento e quarenta e quatro mil; Céu; Circuncisão; Comissão; Comissão de apelação; Comissão defilial; Comissão judicativa; Comemoração da morte de Cristo; Conduta; Conduta desenfreada; Confessar; Congregação; Congresso de distrito; Congresso internacional; Consciência; Contribuição voluntária; Conversão (meia-volta); Corpo governante; Criar; Cristandade; Cristão; Cronologia; Culpa de sangue; Curvar-se; Datas; Davi; Dedicação; Demônios; Desassociação (Desassociar); Descendente; Despertai; Destino; Deus; Dez mandamentos; Dilúvio; Discípulo; Discurso; Dízimo; Dom do espírito; Drama bíblico; Ecumenismo; Egotista; Encorajamento; Entronizado; Escassez de víveres; Escola do Ministério Teocrático; Escravo fiel e discreto; Espírito (Espiritual); Espírito Santo; Estaca; Estudo bíblico domiciliar; Estudo da Sentinela; Estudo de livro de congregação; Estudo pessoal; Eterno; Eva; Evangelho; Evolução; Examine as Escrituras; Falsos profetas; Faraó; Fariseu; Fé; Fermento; Fidelidade; Fim (do Mundo, Sistema etc.); Fornicação; Frutos do espírito; Ganho desonesto; Geena; Gentio; Geração; Glorificar; Glutonaria; Grande multidão; Grande tribulação; Grego; Idolatria; Imagem (Ídolo); Imersão; Imortal; Imparcial; Imperfeição; Impureza; Inferno; Iniquidade; Irmão espiritual; Israel; Jejum; Jeová; Jerusalém; Jesus Cristo; Judas Iscariotes; Judeu; Julgamento; Justiça; Lago de fogo; Lealdade; Longanimidade; Madureza; Malfeitor; Materialismo; Meditação; Milagres; Milênio; Ministério; Ministro; Misericórdia; Missionário; Moisés; Não fazer parte do mundo; Neutralidade; Noiva de Cristo; Novo mundo; Novo pacto; Novos céus; Ofender; O que é contra a Lei; 138 Obras da carne; Orar; Organização; Outras ovelhas; Pacto; Paraíso; Páscoa; Pastoreio; Paz; Pecado; Perdoar; Perseverança; Pestilência; Pioneiro; Pioneiro auxiliar; Pioneiro especial; Pioneiro regular; Predestinação; Pregação; Presença de Cristo; Prestar contas; Privilégio; Profecia; Profeta; Protestante; Publicador; Querubim; Razoável; Readmissão; Reconciliação; Refeição noturna do Senhor; Reino; Religião; Resgate; Residente forasteiro; Ressurreição; Restante ungido; Reunião congregacional; Reunião de serviço; Revelação; Revisita; Sabedoria; Sacerdote; Sacrifício de animais; Sacrifício de Jesus; Salão do reino; Salvar; Santo; Satanás; Segunda morte; Sentinela; Sepultura; Serafim; Servir; Servo ministerial; Sinagoga; Sinal (dos últimos dias); Sistema de coisas; Slides; Soberano; Superintendente; Temer; Templo; Tempo do fim; Teocracia; Território; Território isolado; Testemunha de Jeová; Testemunho informal; Tomar nota; Transfusão de sangue; Transgressão; Tratados; Trindade; Últimos dias; Ultraje; Unção; Unigênito; Verdade; Vigoroso; Vindicação; Visão; Vitupério; Voluntário. 5.1.3.1 Análise da obra Essa obra apresenta índice por assuntos e índice alfabético. A obra das TJ foi organizada em diferentes eixos temáticos, a saber, alfabetização, assuntos bíblicos, alimentos e bebidas, animais, família, tempo, estados do Brasil, regiões do Mundo, cores, natureza, vestimenta e acessórios, números cardinais e ordinais que são os temas da língua geral, além de temas gramaticais: verbos, substantivos, adjetivos, pronomes etc. A ordem interna de cada tema é alfabética. A obra apresenta: a) Sinais-termos religiosos: Amém, Arca do pacto, Apostasia, Batismo, Bíblia, Céu, Culpa, Boas novas, Dez mandamentos, Escrituras, Espírito/Espiritual, Evangelho, Idolatria, Inferno, Lago de fogo, Milagres, Páscoa, Pecado, Pregação, Sinal dos últimos dias, Profecia, Refeição noturna do Senhor (Comemoração da morte de Jesus), Religião, Residente forasteiro (Gentio), Ressurreição, Restante ungido (os 144 mil escolhidos), Sacrifício de Jesus. b) Sinais-termos de discurso religioso: Alma,Ateu, Budismo, Celibato, Circuncisão, Conversão, Cristandade, Despertai, Dilúvio, Dízimo, Ecumenismo, Entronizado, Estaca, Eterno, 139 Fé, Gentio, Imagem (Ídolo), Imortal, Iniquidade, Jejum, Judeu, Meditação, Ministério, Misericórdia, Pacto, Pastoreio, Reconciliação, Reino, Resgate, Revelação, Sabedoria, Sepultura, Soberano, Teocracia, Transfusão de sangue, Unção, Unigênito, Vindicação, Vitupério. c) Sinais-termos de verbos de cunho religioso:Abençoar, Adorar, Confessar, Glorificar, Orar. d) Sinais-termos de verbos de discurso religioso: Acreditar, Arrepender-se, Blasfemar, Criar, Curvar-se, Ofender, Perdoar, Salvar, Servir, Temer. e) Sinais-termos de personagens bíblicos (humanos / espirituais): Abraão, Adão, Anjo, Arcanjo, Anticristo, Baal, Davi, Demônios, Deus, Espírito Santo, Eva, Faraó, Jeová, Jesus Cristo, Judas Iscariotes, Moisés, Querubim, Serafim, Satanás. f) Sinais-termos de papéis (bíblicos / eclesiásticos): Ancião, Apóstolo, Cristão, Discípulo, Escravo, Fariseu, Irmão espiritual, Ministro, Missionário, Pioneiro, Pioneiro auxiliar, Pioneiro especial, Pioneiro regular, Profeta, Protestante, Publicador, Sacerdote. g) Sinais-termos de lugares bíblicos (geográficos / espirituais): Abismo, Armagedom, Babilônia, Betel, Céu, Inferno, Israel, Jerusalém, Lago de fogo, Paraíso, Novos céus. As categorias específicas das TJ encontram-se acima e, abaixo, as categorias dos sinais-termos não incluídos na pesquisa. Esses são sinais- termos que empregam a tradução e a interpretação direta em Libras, no contexto religioso de Testemunhas de Jeová: Cartão de sangue, Cento e quarenta e quatro mil, Conduta desenfreada, Dom do espírito (Espírito), Drama bíblico, Escassez de víveres (Fome), Fim (do Mundo, Sistema etc.), Grande tribulação, Obras da carne, Outras ovelhas, Tempo do fim, Território isolado, Transgressão, Últimos dias, Ultraje, Segunda morte. 140 Os sinais-termos que seguem são de discurso religioso; muitos são comuns na fala da sociedade, embora esses sinais-termos não possam ser incluídos na organização de glossário de termos religiosos. Esses sinais-termos empregam a tradução e a interpretação direta em Libras no contexto religioso das TJ: Alegria, Antepassados, Astrologia, Autodomínio, Cabeça, Benignidade, Boa vontade, Bondade, Brandura, Conduta, Consciência, Contribuição voluntária, Cronologia, Datas, Dedicação, Desassociação (Desassociar), Descendente, Destino, Discurso, Egoísta, Encorajamento, Evolução, Fermento, Fidelidade, Fornicação, Ganho desonesto, Geração, Glutonaria, Grande multidão, Grego, Imersão, Imparcial, Imperfeição, Impureza, Julgamento, Justiça, Lealdade, Longanimidade, Malfeitor, Materialismo, Milênio, Neutralidade, Novo mundo, Novo pacto, O que é contra a Lei, Paz, Perseverança, Pestilência, Predestinação, Prestar contas, Privilégio, Razoável, Readmissão, Sacrifício de animais, Sistema de coisas, Território, Verdade, Vigoroso, Visão. Excluímos as expressões abaixo, pois não fazem parte dos sinais- termos do contexto religioso: a) Não fazer parte do mundo b) Tomar nota Os nomes cortados referem-se a palavras que também não incluem os sinais-termos religiosos: a)Arca de Noé b) Babilônia A Grande c)Comemoração da morte de Cristo d) Culpa de sangue e)Dom do espírito (Espírito) f) Escravo fiel e discreto g)Examine as Escrituras h) Falsos profetas i)Frutos do espírito j)Noiva de Cristo k)Presença de Cristo. 141 Os sinais-termos técnicos que aparecem a seguir, não foram incluídos na organização do glossário, pois não fazem parte do contexto religioso das TJ, são parte do discurso religioso dessa denominação: Anuário, Assinatura (Sentinela), Brochura, Cancioneiro, Despertai, Publicador, Revista, Sentinela, Slides, Tratados. Assinatura da Despertai, Estudo bíblico domiciliar, Estudo da Sentinela, Estudo de livro de congregação, Estudo pessoal. No livro Linguagem de Sinais (TESTEMUNHAS DE JEOVÁ, 1992) há 1256 sinais-termos. Destes, apenas 233 foram agrupados sob o rótulo “religião”. O livro das TJ (1992) não incluiu, na categoria “religião”, por exemplo, os verbos de cunho religioso. Assim, incluímos como termos religiosos, 13 sinais-termos de verbo de cunho religioso apresentadosna obra das TJ. Nessa obra, somam-se, então, 246 sinais- termos religiosos, o equivalente a 19,58% dos sinais-termos do livro. A tabela abaixo mostra uma síntese da quantidade total de verbetes em cada obra, da quantidade de léxicos religiosos e da porcentagem de sinais-termos em cada uma das obras analisadas. Tabela 1 - Síntese da quantidade total de verbetes OBRA (OATES, 1969) (JMN, 1991) (TJ, 1992) Número de verbetes 1280 272 1256 Número de léxicos religiosos 63 272 246 % de léxicos religiosos por obra 4,92% 100% 19,58% Os resultados acima apontam o fato de que os livros Linguagem das mãos (OATES, 1969) e Linguagem de sinais (TJ, 1992) têm como objetivo principal ensinar Libras. Esses resultados facilitam a comunicação entre surdos e ouvintes no Brasil. Essas obras possuem sinais-termos em várias categorias semânticas como: verbos, substantivos, adjetivos, pronomes, cores, animais, alimentos e bebidas, família etc., além de sinais-termos de cunho religioso. Conforme Assis Silva (2012) destaca a respeito da obra de Oates: Em 1969, também com o auxílio de Burnier [padre surdo], publicou o livro Linguagem das mãos, um dicionário de correspondência entre palavras do Português e gestos ou mímicas da 142 linguagem das mãos. No Brasil, com finalidade de dicionário, é o segundo registro mais antigo noticiado, depois da publicação de Gama (1875). Contudo, certamente é o primeiro dicionário produto de uma vasta pesquisa, com ampla circulação nacional, disponível ainda para venda em grandes livrarias comerciais. Sua primeira edição, em 1969, foi financiada pelo Ministério da Educação e Cultura. (MEC) (ASSIS SILVA, 2012, p. 96-97). A obra das TJ (1992) teve registro de sinais-termos religiosos em Libras utilizados nas congregações de Testemunhas de Jeová frequentadas por surdos. Apesar de diferente do livro O clamor do silêncio (JMN, 1991), que possui 100 % de léxicos religiosos, esse glossário era específico, com sinais-termos religiosos, para ser utilizado pelos surdos dentro das igrejas evangélicas, a fim de facilitar a comunicação acerca do contexto histórico da Bíblia Sagrada, conforme já referido no prefácio. 5.2 VARIAÇÃO LINGUÍSTICA ENCONTRADA ENTRE OS SINAIS-TERMOSRELIGIOSOS DE RELIGIÕES CRISTÃS Destacamos as fichas terminográficas (Apêndice II) de várias categorias religiosas, em um total de 260 sinais-termos e a quantidade de variações linguísticas nas religiões católica, evangélica e TJ, conforme mostramos a seguir. LIVROS BÍBLICOS - 61 sinais-termos a) uma variação de sinal-termo católico é: Romanos. b) uma variação de sinal-termo das TJ é: Bíblia. PERSONAGENS BÍBLICOS - 93 sinais-termos a) duas variações de sinais-termos católicos são: Anjo e Moisés. b) dez variações de sinais-termos das TJ são: Abraão, Adão, Anjo, Davi, Diabo, Espírito Santo, Eva, Faraó, Judas Iscariotes e Moisés. PAPÉIS / FUNÇÕES – 15 sinais-termos a) seis variações de sinais-termos das TJ são: Apóstolo, Discípulo, Fariseu, Pastor, Profeta e Sacerdote. 143 LUGARES - 24 sinais-termos a) duas variações de sinais-termos católicos são: Israel e Sinagoga; b) seis variações de sinais-termos das TJ são: Babilônia, Céu, Inferno, Israel, Jerusalém e Sinagoga. SINAIS RELIGIOSOS - 32 sinais-termos a) cinco variações de sinais-termos católicos são: Abençoar, Ascensão, Batizar, Cristão e Igreja. b) 16 variações de sinais-termos das TJ são: Abençoar, Adorar, Amém, Batizar, Confessar, Cristão, Dízimo, Evangelho, Orar, Pecado, Pregar, Profecia, Religião, Ressuscitar, Santo e Trindade. DISCURSO RELIGIOSO - 34 sinais-termos a) uma variação de sinal-termo católico é: Eterno. b) duas variações de sinais-termos evangélicos é: Ceia e Senhor. c) dez variações de sinais das TJ são: Alma, Fé, Criar, Eterno, Fiel, Idolatria, Misericórdia, Revelar, Salvar e Unção. DENOMINAÇÃO BATISTA - um sinal-termo Concluímos as variações linguísticas de três diferentes religiões, num total de 62 sinais-termos. 5.3 TABELA DE OCORRÊNCIA DOS SINAIS-TERMOS RELIGIOSOS As três obras comparadas de Oates, da Junta de Missões Nacionais e das Testemunhas de Jeová somam quatro sinais-termos iguais. A obra da Junta de Missões Nacionais, comparada à obra de Testemunhas de Jeová, soma um sinal-termo igual. A obra de Oates, comparada à obra de Testemunhas de Jeová, não tem sinais-termos iguais. A obra de Oates, comparada à obra da Junta de Missões Nacionais, somam vinte e três sinais-termos iguais. Veja a tabela comparativa e o gráfico demonstrativo desses dados. 144 Tabela 2- Tabela comparativa de ocorrência dos sinais-termos religiosos Oates x JMN x TJ JMN x TJ Oates x TJ Oates x JMN 4 1 0 Gráfico 1- Ocorrência dos sinais-termos entre os manuais pesquisados Observamos que as obras comparadas de Oates e JMN têm 23 sinais-termos religiosos iguais. Esse fato ocorre em função de que esses sinais-termos religiosos do livro de Oates (1969) influenciaram de JMN (1991). Após a divulgação da obra Linguagem das mãos (OATES, 1969), outras obras foram influenciadas, como Linguagem de sinais do Brasil (HOEMANN; OATES; HOEMANN, 1983), e Comunicando com as mãos (PETERSON; ENSMINGER, 1987). Essas obras têm o registro de sinais-termos religiosos, e isso ajudou a incluir no vocabulário de sinais-termos bíblicos de O clamor do silêncio (JMN, 1991), os sinais-termos religiosos existentes. Como não eram encontrados alguns sinais-termos em Libras, de acordo com a Bíblia, foram então criados sinais-termos próprios da denominação batista, naquela época. Realidade diferente foi encontrada na maioria dos 246 sinais termos religiosos próprios das Testemunhas de Jeová; estes são bem 9 De acordo com o pesquisador Valdecir Menis, ele pesquisou o livro Linguagem de Mãos (OATES,1969) e outras obras e transportou os sinais-termos religiosos existentes para o glossário O clamor do silêncio (JMN, 1991). termos religiosos Oates x JMN 23 termos entre os manuais Observamos que as obras comparadas de Oates e JMN têm 23 termos religiosos iguais. Esse fato ocorre em função de que esses igiosos do livro de Oates (1969) influenciaram9 a obra de JMN (1991). Após a divulgação da obra Linguagem das mãos (OATES, 1969), outras obras foram influenciadas, como Linguagem de sinais do Brasil (HOEMANN; OATES; HOEMANN, 1983), e ENSMINGER, 1987). Essas termos religiosos, e isso ajudou a incluir termos bíblicos de O clamor do silêncio (JMN, termos religiosos existentes. Como não eram termos em Libras, de acordo com a Bíblia, termos próprios da denominação batista, Realidade diferente foi encontrada na maioria dos 246 sinais- es são bem De acordo com o pesquisador Valdecir Menis, ele pesquisou o livro Linguagem de termos religiosos existentes 145 diferentes dos existentes nas obras de Oates e JMN, além de poucos sinais-termos iguais. Tal fato aponta para o fato de que estas obras não influenciaram a criação dos sinais-termos na religião das Testemunhas de Jeová, provavelmente, por não ter havido acesso a estas obras. 5.3.1 Influência na formação dos sinais-termos religiosos Nessa seção, apresentamos uma comparação entre os sinais- termos idênticos, encontrados nas obras pesquisadas. 5.3.1.1 Influência na formação dos sinais-termos religiosos: três sinais- termos iguais Apenas quatro sinais-termos iguais foram encontrados nos três manuais pesquisados. Os sinais-termos equivalentes a: ACREDITAR, DECÁLOGO, DEUS e JESUS. 146 Figura 42 - Três sinais-termos iguais nas três obras 147 Nas três obras pesquisadas, somente quatro sinais-termos são idênticos, ou seja, demonstram padrão nas três denominações religiosas pesquisadas, asaber, os sinais-termos ACREDITAR, DECÁLOGO, DEUS e JESUS. O sinal-termo DECÁLOGO, simulando o sinal-termo de “dez” e “mandar”, refere-se aos dez mandamentos, preceitos dados por Deus a Moisés, em duas placas de pedra para orientar a vida das pessoas. O sinal-termo DEUS é idêntico nos três glossários religiosos em Libras. Esse sinal-termo mostra a mão direita da configuração da letra inicial “D”, elevada, acima da cabeça. É o conceito mais geral para designar a Divindade. Deus é o Ser Supremo (único, infinito, criador e sustentador do universo). O sinal-termo JESUS é mundialmente conhecido em várias línguas de sinais, além da Libras. Esse sinal-termo descreve as mãos de Jesus perfuradas pelos cravos, ou seja, trazendo à memória o fato de que Jesus morreu pregado na cruz para salvar a humanidade de todos os pecados. Segue a representação do sinal-termo para Jesus, em diversas línguas de sinais: Figura 43 - Sinal-termo de Jesus em diversas línguas de sinais BSL ASL http://www.britishsignlanguage.com/words/index.php?id =292 http://www.deafmissions.com/?PageID=16&SubpageID =1417593600 JSL CSL https://www.youtube.com/watch?v=zFENmwIeDfw https://www.youtube.com/watch?v=UbgJgCD9-aI 148 Auslan LSC http://www.youtube.com/watch?v=msOtn9afbCE http://www.youtube.com/watch?v=Kiqw1oGjLgs Kerala India SL KSL http://www.bible.is/deaf/1INSLS/23 http://www.bible.is/deaf/XKISLS/16 LSF ISL http://www.bonnenouvelle.ch/old_site/20071130195/6- decembre-2007-janvier-2008/vie-des-gens/la-bible- traduite-en-langue-des-signes.html https://www.youtube.com/watch?v=ZDj3TXbtr1E HKSL NGT http://www.catholictimes.org/view.aspx?A ID=244316 http://www.dansenalsmaria.nl/blog/2013/ 10/08/dansen-voor-doven/ Observa-se, de uma maneira geral, uma pequena alteração do sinal-termo somente com relação à localização, contudo, não se pode afirmar que há uma variação. Essa diferença sutil pode ser tratada como uma questão de variação articulatória, “pronúncia na língua de sinais”. Contudo, mesmo sendo bastante difundido e conhecido, não é um sinal-termo universal. Lessa (El Salvador) e LSPy (Paraguai) apresentam diferente representação para o conhecido “Jesus”, praticamente igual nas demais línguas de sinais no mundo. O sinal-termo icônico de Lessa representa as mãos perfuradas e pregadas de Jesus na cruz, e o sinal-termo de LSPy caracteriza a barba de Jesus como costume dos judeus que usam a barba. Lessa LSPy Fonte: TBLESSA10 https://www.youtube.com/watch?v=AV8s G2DZeno 5.3.1.2 Influência na formação dos sinais-termos religiosos: dois sinais termos iguais Dois sinais-termos iguais foram encontrados nos três manuais pesquisados. Os sinais-termos equivalentes a: ARREPENDER ASCENSÃO DE JESUS; CRUZ; GRAÇA; JOSÉ; MARIA; PECADOR. 10 TBLESSA – Tradução da Bíblia em LESSA (El Salvador). Sinal-termo de Jesus cedido pela instituição TBLESSA (material de DVD no prelo). 149 se, de uma maneira geral, uma pequena alteração termo somente com relação à localização, contudo, não se pode afirmar que há uma variação. Essa diferença sutil pode ser tratada como uma questão de variação articulatória, “pronúncia na ngua de sinais”. Contudo, mesmo sendo bastante difundido e Lessa (El Salvador) e LSPy (Paraguai) apresentam diferente representação para o conhecido “Jesus”, praticamente igual nas termo icônico de Lessa representa as mãos perfuradas e pregadas de Jesus na cruz, e o termo de LSPy caracteriza a barba de Jesus como costume dos LSPy https://www.youtube.com/watch?v=AV8s G2DZeno termos religiosos: dois sinais- termos iguais foram encontrados nos três manuais uivalentes a: ARREPENDER-SE; ASCENSÃO DE JESUS; CRUZ; GRAÇA; JOSÉ; MARIA; termo de Jesus cedido 150 Figura 44 - Palavras representadas por dois sinais-termos distribuídas nas três obras 151 Os sinais-termos de ARREPENDER-SE, ASCENSÃO DE JESUS, CRUZ, GRAÇA, JOSÉ, MARIA (mãe de Jesus) e PECADOR são bastante padronizados na Libras. Seguem alguns destaques a respeito deles: O sinal-termo de ARREPENDER-SE é igual em duas obras: Oates e TJ; demonstra arrependimento. O conceito dessa palavra define decisão de mudança total de atitude e de vida, em que a pessoa, por ação divina, é levada a reconhecer o seu pecado e a sentir tristeza por ele, decidindo-se a abandoná-lo, baseando sua confiança em Deus, que perdoa (KASCHEL, 2005, p. 28). Os sinais-termos para ASCENSÃO DE JESUS e CRUZ, em Oates e JMN são iguais. O sinal-termo de ascensão demonstra que Jesus subiu ao céu, e o sinal-termo de cruz descreve o antigo instrumento de tortura e morte, formado por duas vigas, uma atravessada na outra, em que eram pregados ou amarrados os condenados, ou seja, Jesus sofreu até a morte na cruz. O sinal-termo de GRAÇA, em ambas as obras, de Oates e JMN, também são iguais; quer dizer: “o amor de Deus que salva as pessoas e as conserva unidas com ele ou a soma das bênçãos que uma pessoa, sem merecer, recebe de Deus” (KASCHEL, 2005, p. 79). 152 O sinal-termo de JOSÉ, de acordo com o livro de Oates, destaca como fazer o sinal-termo de “Santo” e traçar a letra “J” com a ponta do mínimo direito na palma esquerda vertical, dedos esquerdos apontando para frente. É o mesmo sinal-termo da JMN. O sinal-termo de MARIA, realizado com uma das mãos passando de um lado a outro da cabeça, descreve a forma do manto que Maria usava, como as mulheres da sua época, em volta da cabeça. O sinal-termo de PECADOR, em ambos, Oates e JMN é igual. Uma das mãos faz o sinal-termo de homem, em seguida o sinal-termo de pecado. Esse conceito explicita o homem que peca e seu ponto de articulação é o coração, que representa o lugar onde o homem deposita, em seu ser, o bem e o mau. 5.3.1.3 Influência na formação dos sinais-termos religiosos: sinais- termos diferentes Essa seção traz os aspectos de influência identificados nos sinais- termos extraídos de cada glossário analisado. Com base na análise comparativa dos léxicos (ver Apêndice I) que possuíam dois ou os três sinais-termos diferentes, encontrados nos manuais das religiões, foi possível encontrar quatro tipos de influências na formação dos sinais- termos religiosos, incluindo-se o aspecto doutrinário, em si, de cada religião. Os aspectos de influência identificados foram os seguintes: a) (CR) Influência Cultural Religiosa, bastante ligada à doutrina de cada religião. b) (LP) Influência da Língua Portuguesa (sinais-termos com soletração manual ou sinais-termos com inicialização – sinais- termos iniciados com a primeira letra do nome em LP, transliterada para Libras). c) (I) Influência da Iconicidade (isto é, baseada, aparentemente, na percepção que se tem de pessoas ou objetos e que se transfere para representação mental na língua de sinais. d) (ASL) Influência da American Sign Language (Língua de Sinais Americana). Sobre a influência da Língua Portuguesa na Libras, é importante considerar que o empréstimo linguístico via criação de um sinal-termo soletrado, ou apenas sinais-termos com iniciação, é um processo recorrente nas línguas de sinais, não sendo restrito a sinais-termos religiosos. 153 Conforme Faria-Nascimento (2009): Os empréstimos linguísticos para a [Libras] podem ocorrer tanto a partir de outra língua de mesma modalidade (vísuo-espacial) quanto a partir de uma língua de outra modalidade (oral- auditiva). Em decorrência da proximidade geográfica entre falantes de línguas de sinais e falantes de línguas orais, essas parecem emprestar um maior número de termos a uma língua de sinais, apesar da diferença de modalidade de ambas, especialmente no que diz respeitoà terminologia. [...] Para maior entendimento da natureza dos empréstimos e dos processos nele envolvidos na construção terminológica por empréstimos, na [Libras], esse estudo estabeleceu uma taxionomia própria a partir das propostas de Battison (1978), Bellugi (1981), Frishberg (1997, apud Battison, 1978) em Língua de Sinais Americana – ASL – e da organização de Quadros & Karnopp (2004) e Ferreira-Brito (1995) em [Libras] e Mineiro & Duarte (2007) em LGP. (FARIA-NASCIMENTO, 2009, p. 60). Observa-se que na atualidade existe uma discussão sobre a criação de sinais-termos com referência na língua oral, sendo que uma parcela da comunidade surda opõe-se ao uso do empréstimo linguístico. Contudo, nas fontes utilizadas para a presente pesquisa, foram encontrados inúmeros sinais-termos com forte influência deste processo, na medida em que a discussão sobre a adequação do uso ou não do empréstimo linguístico é recente, e os materiais fonte são antigos, de um período em que não havia oposição em relação a este uso. No entanto, vale ressaltar, que alguns sinais-termos novos, como TEMPLO, não fazem uso do empréstimo linguístico. Sobre a classificação dos léxicos religiosos (abaixo apresentada), ressalta-se que foram separados em quatro pontos. A sigla incluída, logo depois das figuras dos sinais-termos, antes da explicação individual e no início de cada parágrafo refere-se à influência que predomina neste sinal-termo, conforme as quatro classificações anteriores. Além dessa classificação geral, informações adicionais sobre os sinais-termos foram acrescidas, sempre que necessário esclarecer essas influências. Veja o Apêndice I, que possui as imagens da comparação de variações linguísticas de sinais-termos das três obras (OATES, JMN e TJ). 154 ABENÇOAR: (CR) Figura 45 - Sinal-termo de Abençoar (CR) - No sinal-termo de Oates (1969), além da parte inicial, que é comum ao sinal-termo de Abençoar do TJ e JMN, há o sinal-termo de Cruz, realizado pelos católicos, também como sinal-termo de Bênção do sacerdote ao fiel. Sendo a cruz um símbolo do cristão católico, incorpora-se ao sinal-termo da Libras, caracterizando claramente a influência cultural religiosa. O sinal-termo da JMN inicia abaixo do queixo, do TJ inicia acima da cabeça, e a localização inicial do sinal- termo católico acontece no meio do tórax. ABRAÃO: (CR), (LP), (I) Figura 46 - Sinal-termo de Abraão (CR) - A origem do sinal-termo da JMN é o sinal-termo de País visto que o nome Abraão significa pai de nações, como exposto na citação bíblica do livro Gênesis 12.2: “de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e engrandecerei o nome. Sê tu uma benção!” (LP) - O sinal-termo da JMN, começa com a letra A, de Abraão, o que caracteriza novamente o processo de inicialização. 155 (I) - O sinal-termo das TJ lembra o anjo que segurou a mão de Abraão, pode ser verificado no livro Gênesis 22:11-12ª: “Mas do céu lhe bradou o Anjo do Senhor: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui! Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhes faças.” Esse sinal-termo pode ser uma influência icônica de origem. ADÃO: (LP), (I), (ASL) Figura 47 - Sinal-termo de Adão (LP) - O sinal-termo da JMN, começa com a letra A, de Adão, o que caracteriza o processo de inicialização. (I) - O sinal-termo das TJ mostra uma característica do homem Adão, descrevendo a barba, sinal-termo icônico. (ASL) - O sinal-termo da JMN é o mesmo na Língua de Sinais Americana (ASL), o que caracteriza empréstimo linguístico. Figura 48 - Sinal-termo de Adão em ASL Fonte:<https://www.signingsavvy.com/sign/ADAM/7325/1> 156 ADORAR: (CR) Figura 49- Sinal-termo de Adorar (CR) – Os sinais-termos de Oates e JMN para Adorar são iguais. Com as mãos juntas na frente do corpo, dobrando a cabeça em reverência. Esse sinal mostra o ato de adoração a Deus e deuses. Tanto para católicos, quanto para evangélicos, o costume religioso de mãos postas tem conotação de reverência e adoração. O sinal-termo das TJ é diferente dos outros dois, provavelmente esse sinal-termo composto quer demonstrar AMAR + OBEDECER, levando a representação em língua de sinais para a proximidade conceitual na língua comum, não necessariamente por cultura religiosa. ALMA: (CR) Figura 50 - Sinal-termo de Alma (CR) - Oates e JMN apresentam sinais-termos iguais; inicia-se com as mãos juntas que, em seguida, são separadas num movimento vertical simultâneo, da mão direita para cima e da esquerda para baixo, fechando os dedos. Esse sinal-termo de Alma é como a parte não material e imortal do ser humano, sede da consciência própria, da razão, dos sentimentos e das emoções. O sinal-termo das TJ difere de outros, 157 mostra o sinal-termo de Carne – mão esquerda aberta, palma para dentro, mão direita dedos abertos para a direita e palma para baixo. Com o polegar e o indicador direitos apertar/pegar a parte compreendida entre o polegar e indicador da mão esquerda. AMÉM: (CR), (LP) Figura 51 - Sinal-termo de Amém (CR) - Os sinais-termos de JMN e TJ são diferentes. JMN mostra com as mãos juntas fechadas, essa palavra, Amém, que significa “é assim” ou “assim seja”. Também pode ser traduzido por “certamente”, “de fato”, “com certeza” (KASCHEL, 2005, p. 21). (LP) - O sinal-termo das TJ, soletrando as letras do alfabeto manual A-M-E-M, é um empréstimo linguístico da Língua Portuguesa. ANJO: (CR) Figura 52 - Sinal-termo de Anjo 158 (CR) - Não há sinal-termo católico para Anjo na obra original pesquisada; a ilustração incluída, foi extraída da obra equivalente. Trata- se dos gestos empregados para “rezar” e para “voar”. A JMN mostra uma ilustração similar ao sinal-termo católico. O sinal-termo das TJ se inicia sobre os ombros acompanhado do movimento de balançar rapidamente as mãos, virando as palmas para baixo e para frente como “voar”. Esses sinais-termos caracterizam as asas do anjo. É um costume religioso. Há anos a decoração natalina tem estátuas de anjos com asas duplas e as mãos juntas, adorando o menino Jesus na manjedoura, ao lado dos pais, Maria e José. APÓSTOLO: (CR), (LP) Figura 53 - Sinal-termo de Apóstolo (CR) - Os sinais-termos evangélico (JMN) e das Testemunhas de Jeová são diferentes. As TJ mostram um sinal-termo composto, “doze” mais “seguir”, com origem na definição do termo, os doze homens que Jesus escolheu para serem seus seguidores e para lançarem as bases da Igreja. (LP) - Acima conforme conceito explicado, o sinal-termo de JMN inicia com uma das mãos na configuração da letra A e termina na letra P, simulando o sinal-termo de pastor que pressupõe a função do apóstolo. Esta característica é muito comum nos sinais que sofrem influência da Língua Portuguesa. 159 BAAL: (CR), (LP), (I) Figura 54 - Sinal-termo de Baal (CR) - A JMN mostra na ilustração o sinal-termo de estátua / imagem. O conceito de Baal é definido como sendo o principal deus da fertilidade em Canaã (KASCHEL, 2005, p. 31). (LP) - O sinal-termo de JMN incorpora o movimento do sinal- termo de Ídolo, com as mãos na configuração da letra B, em seguida descendo em L. O sinal-termo das TJ soletra as letras do alfabeto manual B-A-A-L, isto é um empréstimo linguístico da Língua Portuguesa. (I) - A escolha da JMN é influenciada pela forma icônica do sinal-termo – o ídolo, Baal. BABILÔNIA:(CR), (LP) Figura 55– Sinal-termo de Babilônia 160 (CR) – Os sinais-termos da JMN e das TJ são diferentes. Ambos utilizam o termo Babilônia como o lugar onde o povo foi preso por determinado período; define um nome de região e de sua capital. (LP) – O sinal-termo evangélico mostra como o sinal-termoCidade, incorpora uma das mãos na letra “B” toca na outra em “O”. O sinal-termo das TJ mostra a mão direita “B” com a palma para frente, balançando para a direita e esquerda rapidamente. Depois fazer o sinal- termo de Grande. BATISMO: (CR) Figura 56 - Sinal-termo de Batismo (CR) - O sinal-termo de Oates leva a mão direita em forma de concha perto da testa, virando a palma para trás. Isso caracteriza o batismo de crianças, que é uma tradição da Igreja católica. O padre derrama uma pequena porção de água na cabeça do bebê. O sinal-termo da JMN mostra as mãos em sinal de “positivo”, fazendo um pequeno movimento para o lado, que significa a imersão da pessoa na água por meio da qual ela confessa publicamente estar morrendo para o mundo e renascendo para Cristo. O sinal-termo das TJ é parecido com o sinal- termo da JMN, só difere na configuração das mãos que estão abertas, dedos unidos com o polegar um pouco afastado, palma das mãos uma de frente para a outra que são baixadas para o lado, simulando uma imersão e voltando à posição inicial. 161 BÍBLIA:(CR), (LP), (I) Figura 57 - Sinal-termo de Bíblia (CR) - Esse conceito em Oates e JMN é igual, mostra a composição entre os sinais-termo Livro e Deus, ou seja, define o Livro de Deus, a coleção de escritos considerados pela Igreja cristã como inspirados por Deus. O sinal-termo das TJ mostra mãos abertas levemente inclinadas com as palmas para cima, sendo que as mãos têm movimento para os lados, onde se encontram. (LP) - Em ambos os sinais-termos, de Oates e da JMN, as mãos, em princípio encostadas, palma sobre palma, abrem-se formando um livro e a mão direita se levanta com a letra inicial “D”, definindo Deus. (I) - Cada um dos sinais-termos caracteriza, no seu início, a forma de Livro, ou seja, é uma influência icônica. BLASFEMAR:(CR) Figura 58 - Sinal-termo de Blasfemar (CR) - Ambos os sinais-termos, de Oates e das TJ, diferem entre si. O conceito deste léxico define palavras ofensivas contra Deus ou contra qualquer coisa sagrada. O sinal-termo encontrado em Oates 162 mostra mãos na posição da fotografia. Move-se a mão direita rapidamente para cima acompanhada de um olhar de desprezo no rosto. O sinal-termo das TJ mostra mão direita em “A”, com o polegar próximo à boca, e em seguida joga-se a mão para cima abrindo-a em “L”. BUDA, BUDISMO:(I) Figura 59 - Sinal-termo de Buda/Budismo (I) - Ambos os sinais-termos, de Oates e das TJ, apresentam forma icônica à representação prototípica de Buda. O sinal-termo de Oates mostra as mãos abertas, com as palmas para cima, sobrepostas diante do tronco, dedos apontando para lados opostos e a ponta dos polegares se tocando. O sinal-termo das TJ inicia-se com as mãos em X e separadas. Em seguida, elas se juntam virando as palmas para dentro, colocando o dedo indicador direito em cima do dedo indicador esquerdo, perto da barriga, e finalizando com o sinal-termo de Japão. Provavelmente, quer caracterizar Buda sentado no chão, com pernas cruzadas, e sinaliza olhos puxados para marcação do traço oriental. CÉU: (LP), (CR) Figura 60 - Sinal-termo de Céu 163 (LP) - O sinal-termo de céu para Oates e JMN é igual; mostra a inicialização na configuração da letra “C”, com as mãos unidas no centro pouco acima da testa, sendo separadas no sentido horizontal, mão direita para a direita e mão esquerda para a esquerda, mantendo a configuração “C”. Esse sinal-termo difere, porém, do sinal-termo de céu para as TJ. (CR) - O sinal-termo das TJ mostra mão direita aberta acima da cabeça com a palma da mão para cima, a qual gira da direita para a esquerda, fechando os dedos um a um, começando pelo mínimo até o polegar e finalizando na letra “A”, mas esse sinal-termo não segue a inicialização da letra “C” da Língua Portuguesa. Todos os sinais-termos mostram a forma icônica como uma das grandes divisões do Universo, lugar onde mora Deus, os seres celestiais e os mortos que são salvos. CONFESSAR: (CR), (I) Figura 61 - Sinal-termo de Confessar (CR) - O sinal-termo de Oates lembra um confessionário tradicional da Igreja católica, lugar onde o padre se senta escondido, para ouvir os penitentes que ficam do outro lado, confessando seus pecados. O sinal-termo da JMN é o mesmo para Oates; é um sinal-termo que continua sendo popular, embora o significado seja diferente do da doutrina católica, pois não há confessionários nas igrejas evangélicas. O sinal-termo das TJ mostra mãos fechadas, palmas para dentro, colocadas em frente à boca, movimentos para frente, dedos das mãos estendidos e a repetição do sinal-termo, que significa contar (algo a alguém). O conceito da confissão está representado no sinal-termo. (I) - O sinal-termo de Oates mostra a forma icônica de confessionário, do látice em madeira. 164 CRIAR, CRIAÇÃO: (CR) Figura 62 - Sinal-termo de Criar/Criação (CR) - É similar o sinal-termo de Oates e JMN. Inicia-se com o sinal-termo de Fazer, acrescido do sinal-termo de Surgir (fazer acontecer). O sinal-termo das TJ difere da representação dos outros dois manuais. As TJ executam o sinal-termo de “aparecer” lentamente. O termo ‘criação’ quer dizer o ato pelo qual Deus, sem material preexistente, fez com que existisse tudo o que há no universo (KASCHEL, 2005). CRISTÃO, CRENTE: (CR), (LP) Figura 63 - Sinal-termo de Cristão/Crente 165 (CR) - O sinal-termo de Cristão em Oates faz parte dos sinais- termos compostos, utilizando três sinais-termos, Homem, Seguir e Jesus, que reflete o significado religioso do cristão. O sinal-termo de Crente da JMN, mostra as mãos abertas com a palma para cima, tocando-se duas vezes na lateral; movimento que lembra o livro, a Palavra de Deus ou Bíblia Sagrada na qual o cristão/crente acredita. O sinal-termo de Cristão das TJ enquadra-se na análise do outro critério, LP. (LP) - O sinal-termo de cristão das TJ mostra as letras iniciais em T e J, empréstimo linguístico das iniciais do nome em Língua Portuguesa. DAVI:(LP), (CR) Figura 64 - Sinal-termo de Davi (LP) e (CR) - O sinal-termo para Davi, em JMN, é constituído da junção de dois critérios: a letra D (inicial da LP) num movimento circular constante, que demonstra o ato de Davi ter atirado a pedra em Golias (caracterização da CR). (CR) - O sinal-termo das TJ não depende da inicialização da Língua Portuguesa, mostra a CM em A, dissociada da LP, com movimento de jogar a pedra para frente com uma funda. Assim, ambos os sinais-termos, nos manuais JMN e TJ, são parecidos e caracterizam Davi girando sua funda e atirando uma pedra que voou pelo ar e foi direto na testa do gigante Golias, que caiu de cara no chão. (Referência bíblica - I Samuel 17:48-49). 166 DEMÔNIO: (I) Figura 65 - Sinal-termo de Demônio (I) - O sinal-termo de Oates mostra as mãos em L posicionadas à direita e à esquerda da região frontal, palmas para frente, indicadores um pouco curvados, representação icônica do protótipo de Satanás, desenhado com chifres na testa. O registro das TJ apresenta o demônio representado pela figura de um dragão que, com a língua para fora, solta fogo pela boca, remete-se ao símbolo do dragão vermelho como Satanás, descrito no livro do Apocalipse (12:3), acrescido do sinal-termo referente a muito. DIABO, SATANÁS: (I) Figura 66 - Sinal-termo de Diabo/Satanás (I) - Ambos os sinais-termos são icônicos, o sinal-termo de Diabo da JMN mostra os chifres. O sinal-termo de Satanás das TJ mostra a figura do dragão de língua exposta, soltando fogo pela boca. Veja acima nafigura65, DEMÔNIO. 167 DISCÍPULO:(LP), (CR) Figura 67 - Sinal-termo de Discípulo (LP) e (CR) - O sinal-termoda JMN mostra a inicialização das mãos em D, simulando o sinal-termo de Seguir, vinculado à LP pela inicial. (CR) - As TJ mostram o sinal-termo de Homem e o sinal-termo de Seguir, não dependendo da inicialização da Língua Portuguesa. O sinal-termo de discípulo caracteriza aquele que segue. DÍZIMO: (LP), (CR) Figura 68 - Sinal-termo de Dízimo (LP) e (CR) - O sinal-termo da JMN mostra a CM da mão ativa em D, simulando o sinal-termo de Oferenda, como se depositasse um 168 “valor” numa espécie de “cofrinho”. As TJ simulam o depósito de um “valor”, mas sem a CM em D, acrescidos dos sinais-termos para 10 e porcentagem, (este último, uma representação visual do símbolo matemático, correspondendo, na sequência, ao conceito de dízimo, que é a décima parte). O sinal-termo da JMN, por sua vez, caracteriza uma caixa de ofertas e dízimos nas igrejas. ESPÍRITO SANTO: (CR), (I) Figura 69 - Sinal-termo de Espírito Santo (CR) - Ambos sinais-termos de Oates e JMN são iguais, traz uma das mãos com o polegar e indicador tocando o alto da cabeça. Essa representação remete ao conceito bíblico que menciona o fato de o Espírito Santo descer sobre os cristãos, no dia de Pentecostes, como línguas de fogo (Atos dos Apóstolos 2:1-4). TJ faz os sinais-termos de Espírito e Santo, com mãos abertas e unidas na altura da cintura, à frente do corpo como se fosse a forma de um globo com os dedos separados, puxando as mãos para os lados, na vertical e, ao mesmo tempo, unindo as pontas dos dedos. (I) - A influência icônica se faz presente tanto na JMN quanto em Oates, à medida que o Espírito Santo é representado por um pássaro (pomba), que desceu sobre a cabeça de Jesus logo que este foi levantado das águas em seu batismo, conforme registra a Bíblia Sagrada em Marcos 1:10: “Logo ao sair da água, viu os céus rasgarem-se e o Espírito descendo como pomba sobre ele.” 169 ETERNO: (CR) Figura 70 - Sinal-termo de Eterno (CR) - O sinal-termo da JMN mostra uma das mãos em D, movendo-se para frente em círculos, para dar a ideia de infinitude presente no conceito de eterno. Oates da mesma forma utiliza a mão, na configuração da letra D, apenas modificando o movimento que não é circular, mas contínuo, pendendo para a diagonal. O sinal-termo das TJ mostra a mão direita em P, palma para a esquerda e dedo indicador apontado para frente, esfregando o lado do dedo médio no polegar e, ao mesmo tempo, levando a mão para frente. Apenas muda-se a forma de representação de cada sinal-termo, por cada segmento religioso, pois o conceito subjacente é o mesmo que está presente, não somente no contexto religioso, embora nele seja frequente, mas que é o mesmo conceito na língua comum. EVA:(LP), (I), (ASL) Figura 71 - Sinal-termo de Eva em Libras (LP) - O sinal-termo da JMN mostra uma das mãos em E, tocando a lateral do queixo, onde novamente ocorre o empréstimo 170 linguístico da Língua Portuguesa, pois parte da inicialização, ou seja, do emprego da CM que representa a letra inicial do nome em LP. (I) - O sinal-termo das TJ mostra mão direita aberta e dedos curvados próximos à orelha onde, num pequeno movimento circular, simula alguém fazendo um cacho nos cabelos. A seguir baixa a mão até o peito, fechando-a. Esse sinal-termo caracteriza os cabelos cacheados da mulher, no caso Eva. (ASL) - O sinal-termo da JMN é emprestado do sinal-termo para o mesmo conceito, em ASL. Figura 72 - Sinal-termo de Eva em ASL Fonte: (http://www.signingsavvy.com/sign/EVE/7443/1) EVANGELHO: (CR), (I) Figura 73 - Sinal-termo de Evangelho (CR) - Oates e JMN utilizam sinais-termos iguais, História, seguido do sinal-termo de Jesus, ou seja, é a transposição literal do significado de evangelho na Libras, que quer dizer História de Jesus. Outro sinal-termo, utilizado pelas TJ, tem outro conceito incluído, também doutrinário, reconhecido por todos os cristãos como referente 171 ao evangelho, que lembra “Boas Notícias”, “Boa Nova”, representado pelos sinais-termos Bom e Divulgar. O conceito de Evangelho é a mensagem de salvação anunciada por Jesus Cristo e pelos apóstolos. Evangelho, em grego, quer dizer “boa notícia”. (KASCHEL, 2005, p. 68). (I) - A iconicidade se faz presente no sinal-termo de Jesus, que descreve as mãos dele, perfuradas pelos cravos na cruz. Outro sinal- termo icônico, neste caso, é o demonstrado pelas TJ onde a “notícia” é marcada pela forte influência da cultura oral, ou seja, a mensagem é transmitida oralmente, pela voz. FARAÓ:(CR), (I) Figura 74 - Sinal-termo de Faraó (CR) - O sinal-termo da JMN, mostra as mãos em X, com os braços cruzados sobre o peito. As TJ fazem os sinais de Chefe e Egito. O conceito de Faraó refere-se ao título que no Egito queria dizer “rei”. (I) - A JMN caracteriza o sinal-termo de Faraó pela forma da múmia egípcia ao mostrar os braços cruzados sobre peito. O sinal-termo das TJ mostra a forma de cobra ostentada na coroa de Faraó do Antigo Egito, como o símbolo de soberania. 172 FARISEU: (LP), (I) Figura 75 - Sinal-termo de Fariseu (LP) - O sinal-termo de JMN mostra uma das mãos em F, simulando o sinal-termo de Religião. O conceito de Fariseu indica ser membro de um dos principais grupos religiosos dos judeus (KASCHEL, 2005, p. 71). (I) - O sinal-termo das TJ caracteriza a forma de filactérios11 de couro que o homem judeu amarrava na cabeça. Eram como bolsas e dentro delas havia minúsculos rolos com cópias da Lei. Isto era para cumprir a lei que dizia que eles deviam amarrar as leis nos braços e colocá-las na testa como um lembrete. FÉ:(CR), (LP) Figura 76 - Sinal-termo de Fé 11 Filactério – tira em que se escreviam certos textos da lei, usada na fronte ou nos braços (Mateus 23.5). O filactério usado na fronte continha quatro compartimentos. Em cada um deles se colocava uma passagem da Bíblia (Êxodo 13.2-10;13.11-17; Deuteronômio 6.4- 9;11.13-21). Os filactérios eram usados nas horas de oração da manhã(Kaschel, 2005). 173 (CR) - Ambos sinais-termos de Oates e JMN são iguais, quer dizer: a) confiança em Deus, em Cristo, no Espírito Santo e na sua Palavra, b) confiança na obra salvadora de Cristo e aceitação dos seus benefícios, c) confiança na doutrina revelada por Deus (KASCHEL, 2005, p. 71). (LP) - O sinal-termo das TJ apenas soletra o alfabeto manual F-É. FIEL, FIDELIDADE: (CR), (LP) Figura 77 - Sinal-termo de Fiel/Fidelidade (CR) - O sinal-termo de JMN representa o sinal-termo de obedecer. O sinal-termo das TJ representa Perseverar. (LP) - O sinal-termo de JMN, inicia as mãos em letra F, executando o sinal-termo de Teimoso com a conotação de perseverança. GLORIFICAR: (CR) Figura 78 - Sinal-termo de Glorificar (CR) - O sinal-termo de Oates simula a glória, elevando as mãos em curvas para os lados opostos, num movimento semicircular como se desenhasse, no ar, um leque acima da cabeça, distendendo os dedos ao 174 mesmo tempo. O sinal-termo das TJ foi um sinal-termo criado por eles, olhando para cima e levantando lentamente as mãos. Glorificar significa dar glória, honra ou louvor a Deus. Também envolve a majestade e o brilho que acompanham a revelação da presença e do poder de Deus (KASCHEL, 2005, p. 78). IDOLATRIA, ÍDOLO: (LP), (I) Figura 79 - Sinal-termo de Idolatria/Ídolo (LP) - O sinal-termo da JMN inicia as mãos em letra I, simulando o sinal-termo de Estátua, Imagem. (I) - Tanto o sinal-termo da JMN quanto o sinal-termo das TJ, são parecidos com a forma de Ídolo. As TJ fazem os sinais-termos de Adorar e Imagem. IGREJA: (I) Figura80 - Sinal-termo de Igreja 175 (I) - Os sinais-termos de Oates e JMN são quase iguais, mas apresentam uma sutil variação nessas obras, sinalizam Casa, e em seguida o sinal-termo da Cruz. O conceito de igreja significa grupo de seguidores de Cristo que se reúnem em determinado lugar para adorar a Deus (KASCHEL, 2005, p. 85). INFERNO: (I), (CR) Figura 81 - Sinal-termo de Inferno (I) - Oates e JMN executam os sinais-termos da mesma forma, uma das mãos aponta para baixo, em seguida ambas as mãos executam o sinal-termo de Fogo. Esses sinais-termos caracterizam lugar e estado de castigo em que os perdidos estão, eternamente, separados de Deus. A iconicidade se faz presente à medida que inferno e fogo estão relacionados, essa realidade é identificada na Bíblia Sagrada em Marcos 9:43, com o relato de Jesus: “... ires para o inferno, para o fogo inextinguível ...” Com o fogo que vem do próprio inferno, ela põe toda a nossa vida em chamas. (CR) - Diferem das TJ, cujo sinal caracteriza uma sepultura. ISRAEL:(CR), (I) Figura 82 - Sinal-termo de Israel 176 (CR) - Os sinais-termos de Oates e JMN são quase iguais, e diferem do sinal-termo das TJ, que sinalizam com as mãos em 3, mão esquerda com a palma para cima, e direita para baixo. Batem os dedos da mão direita nos dedos da mão esquerda, cruzando-os. (I) - Esses três sinais-termos indicam a forma da estrela de Davi. O sinal-termo de Oates inicia com o sinal-termo de Bandeira e em seguida Israel, formando diante do peito um triângulo com os dedos indicadores e os polegares. Com os demais dedos fechados vira-se ligeiramente o triângulo para baixo. JMN executa o sinal-termo da mesma forma, apenas tira o sinal-termo inicial de Bandeira. JEJUM, JEJUAR:(CR) Figura 83 - Sinal-termo de Jejum/Jejuar (CR) - Oates, utiliza o sinal-termo de Comer e de Pouco. O sinal- termo das TJ mostra os dedos unidos, da mão aberta, sobre a boca, dando a conotação de parar de comer e fechar a boca. O conceito de Jejum é a prática de não se alimentar por certo tempo. JERUSALÉM: (CR), (LP) Figura 84 - Sinal-termo de Jerusalém 177 (CR) - O sinal-termo de JMN, representado como lugar de cidade, difere do sinal-termo das TJ, que inicia com as duas mãos em 3, palmas para cima, batendo as costas dos dedos da mão direita nos dedos da mão esquerda, cruzando-os. (LP) - O sinal-termo de JMN inicia a letra em J sobre o dorso da mão. JUDAS ISCARIOTES: (LP), (CR) Figura 85 - Sinal-termo de Judas Iscariotes (LP) - O sinal-termo da JMN inicia com a letra em “J” acompanhado do sinal-termo de Beijar (face). (CR) - Os sinais-termos da JMN e das TJ são quase iguais, caracterizam o beijo de Judas Iscariotes na face de Jesus, forma pela qual Judas identificou Jesus aos soldados que vieram prendê-lo. JUDEU:(LP), (I) Figura 86 - Sinal-termo de Judeu 178 (LP) - O sinal-termo de OATES reproduz a letra J. (I) - O sinal-termo das TJ utiliza o sinal-termo de homem, que descreve a barba, em seguida, o sinal-termo de Jerusalém, numa referência à estrela de Davi. JUSTIÇA, JUIZ, JUSTO: (CR), (I) Figura 87 - Sinal-termo de Justiça/Juiz/Justo (CR) - JMN e TJ têm sinais-termos parecidos, diferem na configuração das mãos e no movimento. O sinal-termo da JMN inicia com as duas mãos sendo que o polegar e o indicador se juntam, os demais dedos ficam abertos e as mãos se movimentam alternadamente para cima e para baixo. O sinal-termo das TJ inicia com as mãos fechadas, uma palma de frente para outra e um pouco afastadas, diante do tronco. Dedos polegares com as pontas atrás do dedo indicador, seguido do movimento firme de baixar as mãos juntas até a cintura. O conceito de justiça significa qualidade que leva os cristãos a agir corretamente, de acordo com os mandamentos de Deus (KASHEL, 2005, p. 97). O conceito de justo refere-se à pessoa que está de acordo com a justiça de Deus. Ambos os conceitos são amplamente utilizados no contexto histórico da Bíblia (KASHEL, 2005, p. 97). (I) - O sinal-termo da JMN lembra a forma de uma balança, símbolo da justiça. 179 MEDITAÇÃO, MEDITAR: (CR) Figura 88 - Sinal-termo de Meditação/Meditar (CR) - Os sinais-termos de Oates e TJ são completamente diferentes. Oates faz o movimento de traçar devagar, pequenos círculos na testa com a ponta do indicador direito. As TJ produzem o sinal- termo de refletir, utilizando as mãos na configuração 4, tocando as pontas dos dedos indicadores na lateral da testa, ora do lado direito com a mão direita, ora do lado esquerdo com a mão esquerda, afastando as mãos alternadamente na diagonal para cima e retornando para a lateral da testa com movimento trêmulo dos dedos. Ambos sinais-termos caracterizam as ações de refletir e de pensar. MISERICÓRDIA: (CR) Figura 89 - Sinal-termo de Misericórdia (CR) - Os sinais-termos da JMN e TJ possuem as mesmas configurações de mão (o dedo médio no peito) e a mesma localização, 180 somente o movimento é diferente. JMN apresenta um curto deslize do dedo médio para o lado, enquanto que nas TJ, o deslize é para baixo. Esses sinais-termos mostram compaixão, sentimento, algo doloroso. O conceito de misericórdia significa bondade, amor e graça de Deus para com o ser humano, manifestos no perdão, na proteção, no auxílio, no atendimento a súplicas (KASHEL, 2005, p. 97). MOISÉS: (CR), (I) Figura 90 - Sinal-termo de Moisés (CR) e (I) - Os três sinais-termos, de Oates, JMN e TJ, são parecidos, mostram as características de Moisés. Oates inicia com o sinal-termo de Véu, em seguida, com as mãos em A, palmas para frente apoiadas nos lados da cabeça, executa-se um movimento de elevação na diagonal para cima, distendendo os dedos médios, indicadores e polegares ao mesmo tempo. No sinal-termo de JMN, as mãos são colocadas ao lado do rosto, simulando o sinal-termo de Resplandecer, para representar a glória de Deus que resplandeceu no rosto de Moisés. No sinal das TJ, as mãos estão em 3, acima da orelha, sendo puxadas para o lado e para cima consecutivamente. Em resumo, a forma icônica parte da descrição física da personagem; a base cultural religiosa está clara no brilho do seu rosto. Tal fato, ocorrido naquela época, está relatado em (Êxodo 34:29), na Bíblia Sagrada, revista e atualizada no Brasil (1997): Quando desceu Moisés do monte Sinai, tendo nas mãos as duas tábuas do Testemunho, sim, nas mãos, quando desceu do monte, não sabia Moisés que a pele do seu rosto resplandecia, depois de haver Deus falado com ele. ORAR, REZAR: (CR) Figura 91 - Sinal-termo de Orar/Rezar (CR) - Os sinais-termos de Oates e da JMN, que são i diferem do sinal-termo das TJ. Todos os sinais-termos demonstram o costume religioso de oração a Deus por meio de palavras ou do pensamento, em particular ou em público. Oates e JMN fazem o sinal termo com as mãos juntas na frente do corpo. O sinal realizado ao colocar os dedos polegar e indicador, quase tocando suas pontas, acima do nariz. É como uma forma de introspecção da oração religiosa. PÁSCOA: (CR), (LP) Figura 92 - Sinal-termo de Páscoa (CR) - Oates inicia com o sinal-termo de Jesus, seguido do sinal termo Ressuscitar. A Páscoa é a celebração mais importante da Igreja Cristã, onde se comemora a ressurreição de Jesus Cristo. (LP) - O sinal-termo das TJ, utiliza a soletração do alfabeto manual: P-Á-S-C-O-A. 181 termos de Oates e da JMN, que são iguais, termos demonstram o costume religioso de oração a Deus por meio de palavras ou do pensamento, em particular ou em público. Oates e JMN fazem o sinal- termo com as mãos juntas na frente do corpo. O sinal-termo das TJ é realizado ao colocaros dedos polegar e indicador, quase tocando suas pontas, acima do nariz. É como uma forma de introspecção da oração termo de Jesus, seguido do sinal- termo Ressuscitar. A Páscoa é a celebração mais importante da Igreja Cristã, onde se comemora a ressurreição de Jesus Cristo. termo das TJ, utiliza a soletração do alfabeto 182 PASTOR, PASTOREIO: (LP), (I) Figura 93 - Sinal-termo de Pastor/Pastoreio. (LP) - Os sinais-termos de Oates e da JMN são iguais, inicia com uma das mãos em P tocando no peito do lado esquerdo e, depois de um movimento curto e semicircular para a frente, toca novamente o peito do lado direito. A função de pastor é ministro da igreja. (I) - As TJ caracterizam o pastoreio fazendo o sinal-termo de Visitar e Ovelha, mostrando a forma de chifres enrolados da ovelha. PAZ: (LP) Figura 94 - Sinal-termo de Paz (LP) - O sinal-termo da JMN inicia com as mãos em P e desenha a letra Z. O sinal-termo das TJ, mostra as duas mãos sinalizando ao mesmo tempo P, A, Z. A letra P em cima, A no meio e Z embaixo. 183 PECAR, PECADO: (CR). Figura 95- Sinal-termo de Pecar/Pecado (CR) - Os sinais-termos de Oates e JMN são iguais, os dedos todos juntos tocam duas vezes no peito. O sinal-termo das TJ é realizado com as mãos em X, palmas para dentro, mantendo a mão esquerda parada. Com a mão direita embaixo da esquerda, da meia volta por trás da esquerda, batendo o dedo indicador direito em cima do indicador esquerdo. O conceito de pecado é a falta de conformidade com a lei de Deus, em estado, disposição ou conduta (KASCHEL, 2005, p. 124). PERDOAR: (CR), (ASL) Figura 96 - Sinal-termo de Perdoar (CR) - Os sinais-termos de Oates e TJ são diferentes. O sinal- termo das TJ, pode ser comparado e similar ao sinal-termo de DESCULPAR em Libras. O discurso religioso do conceito de perdão de pecados é na dimensão vertical, ato pelo qual Deus, por causa do seu amor e da sua misericórdia, remove o castigo que resulta de pecado cometido. Esse 184 castigo foi sofrido na cruz por Jesus, com quem a pessoa perdoada está unida pela fé (KASCHEL, 2005, p. 124). (ASL) - O sinal-termo de Oates é quase igual ao sinal-termo da ASL. O sinal-termo de PERDOAR, na ASL, é o mesmo sinal-termo de LIMPAR, também na ASL. Vejam as figuras abaixo: Figura 97 - Sinal-termo de Perdoar em ASL . Fonte: (http://www.handspeak.com/word/index.php?dict=fo&signID=4905) Figura 98 - Sinal-termo de Limpar em ASL Fonte: (http://www.signingsavvy.com/sign/CLEAN/76/1) 185 PREGAR, PREGAÇÃO: (CR), (LP) Figura 99 - Sinal-termo de Pregar/Pregação (CR) - Os sinais-termos da JMN e das TJ são distintos na Libras. JMN utiliza as duas mãos em P, simulando o sinal de anunciar, quer dizer anunciar as boas notícias (evangelho). O conceito de pregação é anúncio da mensagem divina, tanto no Antigo como no Novo Testamentos da Bíblia Sagrada. O sinal-termo das TJ pode ser referente à Bíblia das TJ (Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas) e ao sinal-termo de Anunciar. (LP) - O sinal-termo da JMN inicia com a letra em P, incorporando o sinal-termo de Anunciar. PROFECIA:(CR), (LP) Figura 100- Sinal-termo de Profecia (CR) - O sinal-termo da JMN, é executado com uma das mãos em P, movendo-se para frente, na intenção de relacionar-se ao futuro. O sinal-termo das TJ, semelhantemente, utiliza o sinal-termo de Falar e de Futuro. O conceito dessa palavra é a mensagem de Deus anunciada por meio de um profeta a respeito da vida religiosa e moral do seu povo. As 186 profecias tratam, às vezes, do futuro, mas geralmente se prendem às necessidades presentes das pessoas (KASCHEL, 2005, p. 124). (LP) - O sinal-termo da JMN inicia com a letra P e incorpora o movimento do sinal-termo de Futuro. PROFETA: (CR), (LP), (I) Figura 101 - Sinal-termo de Profeta (CR) - Os sinais-termos da JMN e das TJ são iguais na forma inicial quando ambos utilizam o sinal-termo de Homem para começar, porém conforme cada religião diferem ao terminar. JMN faz o sinal- termo de Homem e depois o sinal-termo de Profecia. TJ inicia com o sinal-termo de Homem, e em seguida, o sinal-termo de Profecia, específico da sua religião. (LP) - O sinal-termo da JMN finaliza na letra P. (I) - Ambos os sinais-termos da JMN e das TJ, executam o sinal- termo de Homem enfatizando a imagem da barba. 187 PROTESTANTE: (CR), (I) Figura 102 - Sinal-termo de Protestante (CR) - Referente ao léxico protestante, os sinais-termos de Oates e TJ são diferentes. O sinal-termo de Oates inicia com as mãos se tocando duas vezes, em seguida, simula alguém meditando. O sinal- termo inicial pode ser considerado similar ao sinal-termo de Cristão. O sinal-termo das TJ utiliza a mão direita em C inclinado e com palma para dentro envolvendo o pescoço, batendo duas vezes com a palma da mão na garganta. (I) - No sinal-termo de Oates, as mãos se tocam duas vezes, mostrando a forma da Bíblia Sagrada. RELIGIÃO:(LP) Figura 103 - Sinal-termo de Religião 188 (LP) - Os sinais-termos de Oates e da JMN são iguais. Iniciam com uma das mãos em R no peito, sendo elevada na diagonal num leve semicírculo, diferentemente das TJ que iniciam o sinal-termo com a mão direita na posição vertical em R com a palma para frente, balançando, alternadamente e de leve, para a direita e para a esquerda, mantendo a mão ao lado da cabeça, próximo ao peito. Todos os sinais-termos iniciam em letra R, com a mesma configuração da mão. RESSURREIÇÃO, RESSUSCITAR: (CR), (I) Figura 104 - Sinal-termo de Ressurreição/Ressuscitar (CR) - Os sinais-termos da JMN e das TJ são parecidos. JMN inicia com o sinal-termo de Levantar, em seguida eleva as duas mãos, ambas com as palmas abertas. Quer dizer, tornar à vida e elevar ao céu. O sinal-termo das TJ mantém o cotovelo direito apoiado na mão esquerda, sendo que o antebraço direito se eleva com a palma da mão aberta. O conceito de Ressurreição é a volta de um morto à vida (KASCHEL, 2005, p. 124). (I) - O sinal-termo da JMN simula a forma de uma pessoa que se levanta. REVELAÇÃO, REVELAR: (CR), (LP) Figura 105 - Sinal-termo de Revelação/Revelar 189 (CR) - O sinal-termo da JMN, inicia com uma das mãos, fechada, com os dedos na frente do rosto. Ao aproximar-se da testa, os dedos vão se abrindo, o que denota que a pessoa esta recebendo uma revelação de Deus. O sinal-termo das TJ inicia com a mão direita em R, balançando rapidamente para os lados direito e esquerdo e, em seguida, fazendo o sinal-termo de Visão. O conceito dessa palavra é ato pelo qual Deus torna conhecido um propósito ou uma verdade, ou ato pelo qual Deus faz com que alguma coisa seja claramente entendida (KASCHEL, 2005, p. 124). (LP) - O sinal-termo das TJ inicia com a letra R. SACEDORTE: (LP), (I) Figura 106 - Sinal-termo de Sacerdote (LP) - O sinal-termo da JMN inicia uma das mãos em S na frente do corpo. (I) - A JMN caracteriza a forma de peitoral do Grande Sacerdote que possuía doze pedras preciosas, uma para cada tribo de Israel, como lembrança de que eles eram preciosos ao coração de Deus. O sinal- termo das TJ caracteriza a forma da mitra, turbante. 190 SALVAR, SALVAÇÃO: (CR) Figura 107 - Sinal-termo de Salvar/Salvação (CR) - Os sinais-termos de Oates e da JMN são iguais e diferem do sinal-termo das TJ. Oates e a JMN mostram um das mãos aberta na frente do corpo, movendo-se para o peito, ao mesmo tempo em que vai se fechando, finalizando na configuração A. O sinal-termodas TJ mostra a mão direita aberta diante da face, palma voltada para a esquerda com o polegar tocando a ponta do nariz. Em seguida, a mão desce e se fecha, terminando pouco abaixo do ombro em A. Considerando a padronização da Libras, os três sinais-termos do discurso religioso são aceitos e usados. O conceito dessa palavra é o ato pelo qual Deus livra a pessoa de situações de perigo, ou ato e processo pelo qual Deus livra a pessoa da culpa e do poder do pecado e a introduz numa vida nova, cheia de bênçãos espirituais, por meio de Cristo Jesus (KASCHEL, 2005, p. 124). SANTO: (CR), (I) Figura 108 - Sinal-termo de Santo 191 (CR) - Os sinais-termos de Oates e da JMN são iguais, iniciam com uma das mãos em D, fazendo círculos sobre a cabeça. Diferem do sinal-termo das TJ que executam o sinal-termo de Limpo. O conceito dessa palavra refere-se ao que possui santidade. Título de Deus que ressalta a sua santidade (atributo de Deus pelo qual ele é moralmente puro e perfeito, separado e acima do que é mau e imperfeito) (KASCHEL, 2005, p. 124). (I) - Os sinais-termos de Oates e JMN caracterizam a forma de auréola. SINAGOGA: (CR), (LP), (I) Figura 109 - Sinal-termo de Sinagoga (CR) - Os três sinais-termos, de Oates, JMN e TJ são diferentes. O sinal-termo de Oates usa os sinais-termo de Casa, de Judeu e de Rezar. O sinal-termo da JMN inicia com o sinal-termo de Igreja seguido do sinal-termo de Judeu. O sinal-termo das TJ é realizado com os sinais- termo de Casa e de Judeu. O conceito dessa palavra, sinagoga, tem o significado de casa de oração dos judeus (KASCHEL, 2005, p. 124). (LP) - O sinal-termo de Oates tem na sequência os três sinais- termos: Casa, Judeu e Rezar. A utilização da letra J é para representar o judeu. (I) - Há várias formas icônicas presentes, como os sinais-termos de Casa, Igreja (Casa + Cruz), Rezar e Judeu (Estrela de Davi). 192 TRINDADE: (LP), (I) Figura 110 - Sinal-termo de Trindade (LP) - Os sinais-termos de Oates e JMN são iguais, finalizando com o sinal-termo de Deus que utiliza a letra D. (I) - Todos os três sinais-termos, de Oates, JMN e das TJ, têm a forma numérica de 3, uma das mãos em C, passando sobre a outra mão em 3. A trindade, quer dizer, a união das três pessoas – Pai, Jesus e Espírito Santo – formando um só Deus (Mateus 3.13-17; 28.19; 2 Coríntios 13.13 (KASCHEL, 2005, p. 124). UNÇÃO, UNGIDO, UNGIR: (CR), (I) Figura 111 - Sinal-termo de Unção/Ungido/Ungir (CR) - Os sinais-termos da JMN e das TJ são diferentes. JMN inicia com uma das mãos em Y sobre cabeça, simulando o sinal-termo de Derramar óleo. O sinal-termo das TJ é realizado com o sinal-termo de Escolher, sobre cabeça. 193 O conceito dessa palavra significa pôr azeite na cabeça de uma pessoa, a fim de separá-la para serviço especial no qual profetas, sacerdotes e reis eram ungidos (KASCHEL, 2005, p. 124). (I) - O sinal-termo da JMN caracteriza a forma de ungir, com óleo (azeite), a cabeça. VERDADE: (CR) Figura 112 - Sinal-termo de Verdade (CR) - Os sinais-termos de Oates e das TJ são diferentes na configuração de mão. O sinal-termo de Oates é realizado com a mão esquerda aberta, palma para cima. Mão direita em P, batendo com força, duas vezes, a ponta do médio direito na palma da mão esquerda. O sinal- termo das TJ, diferentemente, utiliza a configuração de Mão, dedos polegar e médio com as pontas unidas, mas realizando o mesmo movimento de bater na palma da mão duas vezes. O conceito dessa palavra compreende: 1. Conformação da afirmativa com a realidade dos fatos. 2. Fidelidade. 3. Jesus, que é, em pessoa, a expressão do que Deus é. 4. “Na verdade” ou “em verdade” é expressão usada por Jesus para introduzir uma afirmativa divina (Mateus 5.18) (KASCHEL, 2005, p. 124). 5.4 EXPLICAÇÃO CONCEITUAL E AMPLIAÇÃO VOCABULAR Discutimos nessa seção, de uma maneira geral, a relação entre os conceitos dos sinais-termos religiosos em Libras no processo de ampliação vocabular, e destacamos os exemplos seguintes. Os sinais-termos JESUS e CRUCIFICAR são diferentes, embora parecidos, pois mudam de configuração de mão e dedos. Podemos considerar como morfema-base, conforme concebido por Faria- 194 Nascimento (2009), as mãos com as palmas abertas. Em seguida, o produto com as derivações, registradas por meio do acréscimo de outros morfemas, conforme figuras 113 e 114. O sinal-termo JESUS mostra a forma icônica das mãos de Jesus marcadas pela perfuração dos cravos ao ser crucificado. O sinal-termo de CRUCIFICAR, por sua vez, representa a ação do verbo crucificar, pelo ato de pregar os cravos nas mãos e pés de Jesus na cruz. Veja os sinais-termos comparados: Figura 113 - Sinal-termo de Jesus Fonte: Oates (1969, p. 229). Figura 114 - Sinal-termo de Crucificar Fonte: Oates (1969, p. 36). Os sinais-termos de CRUZ e IGREJA são diferentes. O sinal termo de CRUZ mostra a forma de crucifixo que remete à cruz da crucifixão de Jesus, conforme tradição romana de que os condenados deveriam ser nela pendurados até a morte. A junção de dois sinais simples forma um sinal-termo composto para referir-se à igreja, de Nascimento (2009), as mãos com as palmas abertas. Em seguida, o produto com as derivações, registradas por meio do acréscimo de outros termo JESUS mostra a forma icônica das mãos de Jesus marcadas pela perfuração dos cravos termo de CRUCIFICAR, por sua vez, representa a ação do verbo crucificar, pelo ato de pregar os cravos nas termos comparados: termos de CRUZ e IGREJA são diferentes. O sinal- termo de CRUZ mostra a forma de crucifixo que remete à cruz da os condenados deveriam ser nela pendurados até a morte. A junção de dois sinais se à igreja, de forma a constituir-se um processo de construção gramatical a partir de duas unidades lexicais (QUADROS; KARNOPP, 2004), conforme figuras 115 e 116. Assim, o sinal-termo de IGREJA tem na primeira sequência o sinal-termo de CASA e a sequência final do sinal CRUZ em Libras, formando um sinal-termo composto para IGREJA, em Libras. Há muitas igrejas católicas que têm um crucifixo colocado sobre o prédio da igreja. As igrejas evangélicas também mantêm um crucifixo da mesma forma (no Brasil, são poucas) ou um crucifixo, sem a estátua de Jesus, dentro da igreja. Os templos mais atuais, muitas vezes em formato de uma casa, expandem o significado por meio dessa composição. Veja os sinais comparados: Figura 115 - Sinal-termo de Cruz Fonte: JMN (1991, p. 115). Figura 116 - Sinal-termo de Igreja Fonte: Hoemann, Oates e Hoemann (1983, p. 63) 195 se um processo de construção gramatical a partir de OPP, 2004), conforme termo de IGREJA tem na primeira termo de CASA e a sequência final do sinal-termo de termo composto para IGREJA, s que têm um crucifixo colocado sobre o prédio da igreja. As igrejas evangélicas também mantêm um crucifixo da mesma forma (no Brasil, são poucas) ou um crucifixo, sem a estátua de Jesus, dentro da igreja. Os templos mais atuais, muitas uma casa, expandem o significado por meio dessa Hoemann (1983, p. 63) 196 As unidades fonológicas mínimas que formam os sinais de País e Abraão opõem os sinais apenas pela configuração de mão (QUADROS; KARNOPP, 2004), conforme as figuras 117 e 118. O sinal-termo de País é dado pela mão esquerda fechada e a mão direita mostrando a letra P sinalizando o movimento circular.O sinal Abraão, com a mão esquerda aberta e a mão direita em A, sinalizando o movimento circular, funde o significante de país com o de Abraão que significa o escolhido de Deus para ser pai das Nações. Como diz Deus, no versículo extraído do livro Gênesis 12:2, da Bíblia Sagrada: “De ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma benção!”. Essa forma de constituição dos sinais-termos amplia a organização lexical e terminológica da Libras, conforme as regras linguísticas preexistentes na língua de sinais. Veja os sinais comparados: Figura 117 - Sinal-termo de País Fonte: Oates (1969, p. 138). Figura 118 - Sinal-termo de Abraão Fonte: JMN (1991, p. 35) imas que formam os sinais-termos de País e Abraão opõem os sinais apenas pela configuração de mão (QUADROS; KARNOPP, 2004), conforme as figuras 117 e 118. O termo de País é dado pela mão esquerda fechada e a mão direita o o movimento circular. O sinal-termo de Abraão, com a mão esquerda aberta e a mão direita em A, sinalizando o movimento circular, funde o significante de país com o de Abraão que significa o escolhido de Deus para ser pai das Nações. Como diz Deus, sículo extraído do livro Gênesis 12:2, da Bíblia Sagrada: “De ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê termos amplia a nforme as regras linguísticas preexistentes na língua de sinais. Veja os sinais-termos A obra de Oates não apresenta sinais-termos soletração manual. Há, porém, alguns sinais-termos do empréstimo por transliteração da letra inicial (A-Z) da Língua Portuguesa (FARIA NASCIMENTO, 2009), como em Céu; Deus; José; Judeu; Maria; Religião. A ilustração do sinal-termo de Deus na obra de Oates mostra uma mão na configuração da letra inicial D, elevada, acima da cabeça: Figura 119- Sinal-termo de Deus Fonte: Oates (1969, p. 227) A ilustração do sinal-termo de CÉU em Oates mostra as duas mãos na configuração da letra inicial C, acima da cabeça, em movimento retilíneo, estendido para as laterais, conforme a figura abaixo: Figura 120- Sinal-termo de Céu Fonte: Oates (1969, p. 226) 197 termos baseados em do empréstimo por Z) da Língua Portuguesa (FARIA- Céu; Deus; José; Judeu; Maria; termo de Deus na obra de Oates mostra uma mão na configuração da letra inicial D, elevada, acima da cabeça: de CÉU em Oates mostra as duas mãos na configuração da letra inicial C, acima da cabeça, em movimento retilíneo, estendido para as laterais, conforme a figura 198 Tanto no sinal-termo para Céu, quanto no sinal-termo para Deus, a localização marca o significado de ambos os termos como elementos celestiais, portanto, acima do nível terrestre. Essas são informações semânticas captadas na constituição desses sinais-termos, que incorporam o significado religioso na sua concepção. Outro sinal-termo criado sobre a base conceitual religiosa é o sinal-termo de Alma. Oates, novamente, não segue a letra inicial, mas o conceito de Alma que traduz sua invisibilidade, como algo que some. Figura 121 - Sinal-termo de Alma Fonte: Oates (1969, p. 225) A obra de JMN também não traz sinais-termos soletrados. A maior parte dos sinais-termos bíblicos é por empréstimo, por transliteração da letra inicial (A a Z) da palavra em Língua Portuguesa (FARIA-NASCIMENTO, 2009). Exemplo dessa organização são os sinais-termos realizados com a CM em B, como Babel; Babilônia; Balaão; Barnabé; Barrabás; Bartimeu; Bartolomeu; Batista; Belém; Benjamim; Betânia; Boaz (as ilustrações desses sinais estão no Apêndice I). Há a incorporação dessas letras iniciais transliteradas na concepção de sinais-termos, por meio do resgate da palavra original em Língua Portuguesa, após analisado o contexto bíblico de onde foi extraído. O sinal-termo de Babel, com a letra inicial B incorporada ao sinal-termo criado em Libras, significa o lugar onde houve variedade de línguas, conforme se vê na ilustração: termo para Deus, a localização marca o significado de ambos os termos como elementos lestiais, portanto, acima do nível terrestre. Essas são informações termos, que termo criado sobre a base conceitual religiosa é o o de Alma. Oates, novamente, não segue a letra inicial, mas o conceito de Alma que traduz sua invisibilidade, como algo que some. soletrados. A termos bíblicos é por empréstimo, por transliteração da letra inicial (A a Z) da palavra em Língua Portuguesa Exemplo dessa organização são os Babel; Babilônia; Balaão; Barnabé; Barrabás; Bartimeu; Bartolomeu; Batista; Belém; (as ilustrações desses sinais estão no dessas letras iniciais transliteradas na termos, por meio do resgate da palavra original em Língua Portuguesa, após analisado o contexto bíblico de onde foi de Babel, com a letra inicial B incorporada ao ermo criado em Libras, significa o lugar onde houve variedade de Figura 122- Sinal-termo de Babel Fonte: JMN (1991, p. 91). Outro exemplo de sinal-termo, constituído a partir da transliteração da letra inicial e da letra final, é o de Baal, constituído a partir da incorporação das letras inicial e final do nome, em Língua Portuguesa, ao sinal-termo de Ídolo, conforme se vê a seguir: Figura 123- Sinal-termo de Baal Fonte: JMN (1991, p. 108) A obra dos TJ tem alguns sinais-termos que utilizam o empréstimo por transliteração, ou seja, o alfabeto manual emprestado da Língua Portuguesa, por exemplo: A-M-É-M para Amém; F B-A-A-L para Baal; P-Á-S-C-O-A para Páscoa. A maior parte da obra dos TJ não se baseia na transliteração da letra inicial da Língua Portuguesa (Idem); porém, encontram sinais-termos os seguintes: Babilônia; Cristandade; Missionário; Publicador; Religião; Revelação. Outro sinal-termo que emprega a 199 termo, constituído a partir da transliteração da letra inicial e da letra final, é o de Baal, constituído a partir da incorporação das letras inicial e final do nome, em Língua nforme se vê a seguir: termos que utilizam o empréstimo por transliteração, ou seja, o alfabeto manual emprestado da M para Amém; F-É para Fé; A maior parte da obra dos TJ não se baseia na transliteração da ial da Língua Portuguesa (Idem); porém, encontram-se entre os termos os seguintes: Babilônia; Cristandade; Missionário; termo que emprega a 200 mesma forma de construção para ampliação da língua de sinais, no âmbito religioso, é o da própria denominação religiosa, Testemunhas de Jeová, cuja letra inicial T e final, J, aparecem, na constituição do mesmo, como se fossem uma abreviatura. Outros sinais-termos, criados no contexto religioso e registrado na obra dos TJ, sem seguir a letra inicial, são os sinais-termos de Adão e Eva: Figura 124- Sinais-termos de Adão e Eva Esses sinais-termos designados a partir da barba (de Adão) e dos cabelos (de Eva), na obra dos TJ, apresentam forma diferente da dos mesmos sinais-termos na obra JMN, que traz as letras iniciais como A, para Adão, e E, para Eva. 5.5 INFLUÊNCIA DAS CONCEPÇÕES RELIGIOSAS NA TRADUÇÃO E INTERPRETAÇÃO EM LIBRAS Entrevistamos o linguista Steve Parkshurt12 a respeito da tradução da Bíblia nas duas Línguas de Sinais: LSE e LSC. Ele trabalha de perto com os católicose evangélicos na Espanha. Segundo ele, 12 Stephen Parkhurst (2015) é professor de linguística na University of North Dakota, EUA e membro da Sociedade Internacional de Linguística (SIL). Trabalho de campo: Língua de Sinais Espanhola (LSE) e Língua de Sinais Catalã (LSC) na Espanha desde 1995. Áreas de especialidades: pesquisa sociolinguística (variação linguística), Fonologia e Fonética em Língua de Sinais, Sistema de escrita (SignWriting), Animação 3D e Tradução da Bíblia. http://www.sil.org/resources/search/contributor/parkhurst-stephen-j 201 Existem alguns itens de vocabulário que são diferentes entre os dois grupos (religiosos), mas a tradução real é a mesma. Algumas palavras são diferentes, porque elas refletem teologia diferente, como as palavras “PEDRO” e “BATIZAR”. Mas outras palavras são devidas a um grupo da igreja usando um sinal particular por muitos anos e eles não se sentem como eles devem mudar. Vários exemplos são “GRAÇA” e “PROFETA”. Os católicos fazem uma distinção entre Deus Pai e pai humano (normalmente toque na testa e depois o queixo, mas sentido inverso para Deus Pai), enquanto os evangélicos dizem que só olham como você está sinalizando errado. Têm vindo a fazer grande parte da sua tradução usando animação 3D de modo que ambos os grupos podem usá-la sem se sentir desconfortáveis. Por exemplo, os evangélicos não querem que o seu rosto seja projetado numa missa católica. A animação permite-nos ter um sinalizador neutro. Têm sido filmada uma série de histórias do Antigo Testamento como Caim e Abel, a Torre de Babel, Noé, Rute, Ester e Jonas, usando apoiadores evangélicos (essas histórias não são utilizadas na missa católica). Eles obtêm a sua compreensão de Deus através das Escrituras mais do que por meio de suas tradições da igreja. Entrevistamos, também, o linguista Albert Bickford13 da SIL, nos EUA, questionando-o a respeito do que podemos dizer sobre um termo religioso: Ele reflete a doutrina defendida pela religião que o adota? Segundo o linguista, Na verdade, existem duas maneiras de responder a essa pergunta. Podemos falar sobre o significado do termo religioso (a forma como as pessoas o usam agora) ou podemos falar sobre sua história (o imaginário ou outra motivação por trás do termo, quando foi criado pela primeira vez). Em 13 Albert Bickford (2015) é consultor linguístico sênior da Sociedade Internacional de Linguística (SIL), professor adjunto de Linguística na University of North Dakota (UND) e diretor do programa SIL–UND, área das Americas. Interesses de pesquisa: Línguas de Sinais, ASL, línguas indígenas de México, Morfologia e anotação interlinear de textos com Toolbox. http://www.sil.org/biography/j-albert-bickford 202 termos de significado, um termo religioso quase sempre vai ser utilizado de uma forma que reflete a doutrina do grupo religioso que está sendo discutida. Mas, os diferentes grupos religiosos podem usar o mesmo termo, mas com significados diferentes, se sua doutrina é diferente. Um exemplo claro: cristãos, judeus, muçulmanos e hindus todos usam a palavra inglesa “God” (Deus), mas sua concepção de como é Deus é diferente. Então, o que eles querem dizer com “Deus” varia de acordo com a sua doutrina. Assim, o significado sempre reflete a doutrina. Isto pode não ser uma coisa de útil a dizer, porque simplesmente é uma forma mais específica de dizer “as pessoas usam palavras para dizer o que elas querem dizer”. Em termos de história de uma palavra, os linguistas chamam isso de “etimologia”. Quando as pessoas criam um sinal, elas geralmente têm uma imagem específica em mente - esta é a etimologia do sinal. Assim, a forma de uma palavra religiosa (sua etimologia), muitas vezes reflete um enfoque doutrinário particular. Um problema comum é com sinais que significam “batizar”. A forma do sinal (os movimentos reais) reflete o tipo de batismo. Assim, os católicos costumam usar um sinal diferente para “batizar” a partir do que os batistas usam. Na verdade, esta questão surge em idiomas também. Em algumas línguas indígenas faladas no México, os católicos e batistas usam palavras diferentes para “batizar”, porque eles inventaram uma nova palavra em sua língua. A usada por católicos pode significar literalmente “aspergir água benta”, enquanto a utilizada pelos batistas pode significar “mergulhar pecados”. Em outras traduções, eles pedem a palavra espanhola “bautizar” (batizar) cuja forma não, obviamente, favorece uma doutrina sobre a outra, de modo que ambos católicos e batistas pode usam a mesma tradução. Então, para ser mais preciso, o que podemos dizer é que, em Línguas de Sinais, a forma de um sinal, muitas vezes envolve as imagens icônicas que refletem a doutrina da religião que o utiliza. Ou podemos dizer que a 203 etimologia de um sinal, muitas vezes, depende de uma doutrina particular. Fato é que a fé religiosa influencia o seu próprio sinal-termo em Línguas de Sinais. Podemos mostrar um exemplo do sinal-termo BATISMO criado em Libras sob a influência de crenças religiosas como católica, evangélica e das Testemunhas de Jeová, conforme abaixo: Figura 125 - Sinais-termos diferentes de Batismo O sinal-termo católico para Batismo (Oates) leva a mão direita em forma de concha perto da testa, virando a palma para trás. Isso caracteriza o batismo de crianças, que é uma tradição da Igreja católica, quando o padre derrama água na cabeça do bebê. O sinal-termo evangélico para Batismo (JMN) mostra as mãos em sinal de “positivo”, fazendo um pequeno movimento para o lado. Quer dizer, a imersão na água do corpo inteiro, e por meio da qual uma pessoa se torna membro de uma igreja cristã. O sinal-termo TJ para Batismo é quase igual ao sinal-termo evangélico (JMN). O mesmo sentido da imersão; só muda a configuração da mão. 205 CAPÍTULO VI 6 MODELO DE GLOSSÁRIO SEMIBILÍNGUE DE TERMOS BÍBLICOS EM LIBRAS, RESPEITANDO-SE A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA MARCADA PELA DIFERENÇA DOUTRINÁRIA Destacamos aqui todas as informações gerais sobre os passos para clicar nos menus e links no DVD, com o modelo de Glossário Semibilíngue de Termos Bíblicos em Libras. E também fizemos a adaptação deste modelo de DVD para localizarmos no glossário on-line gratuito em versão Web, a fim de que tenham acesso, consulentes surdos e ouvintes, acadêmicos, tradutores e intérpretes de Libras ou pesquisadores. Esta pesquisa contém a seleção dos 93 sinais-termos bíblicos, da categoria de personagens bíblicos, conforme já referido. Tomamos o glossário on-line do curso de Licenciatura em Letras- Libras da UFSC como parâmetro, e adotamos padrões semelhantes para organizar a gravação dos vídeos, divididos no Glossário Semibilíngue de Termos Bíblicos na seguinte estrutura: 1. Sinal-termo; 2. Explicação do sinal-termo; 3. Exemplo extraído da Bíblia Sagrada; 4. Variantes religiosos (Católico e Testemunhas de Jeová). Essa proposta de modelo do glossário semibilíngue de termos bíblicos não inclui os filtros de busca dos aspectos da língua de sinais, como a configuração de mãos, a localização do sinal-termo, os símbolos da Escrita de Sinais existentes e a busca em inglês no glossário Letras-Libras. Esses filtros de busca dos aspectos da língua de sinais são para futuras pesquisas do glossário de termos bíblicos. Apresentamos o Glossário Semibilíngue de Termos Bíblicos com uma ilustração da capa do DVD, de frente e verso, e da etiqueta para DVD: 206 Figura 126 - Versão do DVD do Glossário de Termos Bíblicos em Língua Brasileira de Sinais Figura 127 - Etiqueta para o DVDVersão do DVD do Glossário de Termos Bíblicos em 207 Etapas para uso do DVD a) Pôr o DVD do Glossário de Termos Bíblicos em Libras em um computador, notebook ou tevê. Ao abrir, esse DVD mostra o menu principal onde estão informações gerais (Apresentação, Glossário, Contato e Créditos), e a indicação de que esta ferramenta é parte integrante da dissertação de mestrado em Estudos da Tradução da UFSC 2015, do autor, cujo nome também está indicado. Segue ilustração da captura do menu principal: Figura 128 -Menu principal do Glossário de Termos Bíblicos em Libras b) Ao clicar no link APRESENTAÇÃO, abre-se um vídeo direto do sinalizante em Libras, que apresenta as informações gerais a respeito do Glossário de Termos Bíblicos em Libras. Exemplificamos com a captura do vídeo de apresentação. 208 Figura 129 - Captura do vídeo de apresentação do Glossário de Termos Bíblicos em Libras c) De volta ao menu principal, e clicando no link GLOSSÁRIO se abre página que anuncia link PERSONAGENS BÍBLICOS cuja captura exemplificamos. Figura 130 - Página do link Personagens Bíblicos do Glossário de Termos Bíblicos em Libras Captura do vídeo de apresentação do Glossário de Termos GLOSSÁRIO, AGENS BÍBLICOS, com Página do link Personagens Bíblicos do Glossário de 209 d) Em seguida, ao clicar no link PERSONAGENS BÍBLICOS, abre-se o menu que mostra o Índice Temático, em ordem alfabética (A a Z), em Língua Portuguesa. Observação: entre os personagens bíblicos não há nomes iniciados com letras K, Q, W, X e Y. Segue imagem capturada: Figura 131 - Menu de Índice Temático dos Personagens Bíblicos do Glossário de Termos Bíblicos em Libras e) A opção é clicar sobre a letra desejada. No exemplo abaixo, ao clicar sobre a letra A, é mostrada lista de nomes de personagens bíblicos iniciados por esta letra. 210 Figura 132 - Lista de nomes de personagens bíblicos do Glossário de Termos Bíblicos em Libras iniciados pela letra A f) Ao clicar sobre o nome do personagem escolhido, ABRAÃO, por exemplo, quatro links de acesso serão mostrados: sinal, descrição, exemplo e variação linguística. Exemplificamos com uma captura. Figura 133 -Menu que mostra os quatro links de acesso 211 g) Em seguida, se pode optar por um dos quatro links (SINAL, DESCRIÇÃO, EXEMPLO ou VARIAÇÃO LINGUÍSTICA). O escolhido se abre para um vídeo direto em Libras. Observações: não temos o áudio nem a legenda em português. Exemplificamos, então, quatro vídeos diferentes identificados por camisetas de cores específicas, conforme demonstrado abaixo. Os sinais-termos foram gravados com a camiseta azul; a descrição dos sinais-termos foi gravada com a camiseta preta; os exemplos foram registrados com a camiseta marrom; e por fim, a variação linguística ficou na cor vermelha. Figura 134 - Quatro vídeos diferenciados pelo uso de camisetas de cores específicas SINAL-TERMO DESCRIÇÃO EXEMPLO VARIAÇÃO h) Para finalizar, voltando ao menu principal, pode-se clicar no link CRÉDITOS.A captura abaixo mostra os nomes de todos que contribuíram para este trabalho. 212 Figura 135 - Página de créditos do Glossário de Termos Bíblicos em Libras i) Após isto, no menu principal, é possível acessar o link CONTATO, para encontrar os meios de contatar o pesquisador. Mostra o endereço de e-mail, telefone e a função deste autor. Exemplificamos uma captura aqui: 213 Figura 136 - Página de contatos do Glossário de Termos Bíblicos em Libras A versão WEB: Empregamos o glossário em versão Web, além do DVD. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/132904>. 215 CAPÍTULO VII 7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS Segue descrição da análise dos dados referentes aos sinais-termos das três obras escolhidas para esta pesquisa. O livro de Eugênio Oates (1969) possui 63 sinais-termos, nas seguintes categorias: 17 sinais-termos religiosos, três, de discurso religioso, oito, de personagens bíblicos, sete, de lugares bíblicos, duas, de denominação religiosa, cinco, de papéis eclesiásticos e 21, de verbos. O livro da Junta de Missões Nacionais (1991) possui 260 sinais- termos, nas seguintes categorias: 32 sinais-termos religiosos, 34, de discurso religioso, 61, de livros bíblicos, 93, de personagens bíblicos, 15, de papéis/funções, 24, de lugares bíblicos e uma, de denominação religiosa. O livro das Testemunhas de Jeová(1992) possui 128 sinais- termos, nas seguintes categorias: 27 sinais-termos religiosos, 39, de discurso religioso, cinco, de verbos de cunho religioso, dez, de verbos de discurso religioso, 19 de personagens bíblicos, 17 de papéis e 11 de lugares. Influência da doutrina na formação dos sinais religiosos, o sinal- termo “BATISMO”, por exemplo, foi criado em Libras sob a influência das crenças religiosas estudadas aqui: Católica, Evangélica (Batista) e das Testemunhas de Jeová. Serve para comprovar que a fé de cada religião influencia na criação do sinal-termo próprio na Língua de Sinais. Após avaliação dos sinais-termos religiosos nas três obras, foram encontrados em duas delas, as de denominação evangélica, a Batista (JMN, 1991) e a das Testemunhas de Jeová (TJ, 1992), alguns sinais- termos não incluídos na pesquisa, pois sua tradução e interpretação em Libras podem ser empregadas diretamente no contexto religioso. A proposta para organização de modelo de glossário terminológico semibilíngue apresenta, no menu, por exemplo, uma categoria, a de “Personagens Bíblicos e a sua história”, com palavras- chave em Língua Portuguesa, em ordem alfabética que, ao serem clicadas, abrem vídeos que mostram o sinal-termo em Libras, seguido do seu respectivo conceito e exemplo também em Libras, somando, nessa categoria, 93 verbetes. 217 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta pesquisa teve por objetivo avaliar trabalhos desenvolvidos na área de Estudos de Tradução e Lexicografia, a fim de que a discussão promovida possa contribuir de maneira significativa para a construção de glossários conceituais em Libras. Na introdução e na teoria apresentadas, avançamos na discussão sobre a temática que envolve a cultura surda, a tradução e a interpretação em Libras e os problemas encontrados no âmbito da terminologia presente nos espaços religiosos, a tipologia de repertórios lexicográficos e questões relacionadas à Lexicografia em Língua de Sinais. A metodologia apresenta, sequencialmente, os passos da pesquisa feita nos manuais que contêm sinais-termos religiosos específicos em Libras, publicados por Oates (1969), JMN (1991) e TJ (1992). E também a tabulação dos sinais-termos semelhantes. Assim, essa pesquisa documental apresenta um estudo comparativo das três obras que constituíram o corpus dos sinais-termos estudados. A terceira etapa da pesquisa mostra a quantidade de sinais-termos selecionados para compor o glossário conceitual de léxicos religiosos em Libras e os desdobramentos desta seleção. A etapa seguinte apresenta a metodologia de tradução dos conceitos do vocabulário, com análise conceitual dos sinais em cada glossário analisado, e a correspondente explicação ou justificativa. Na discussão dos resultados obtidos são apresentados os dados da pesquisa, mostrando o número de léxicos religiosos encontrados nas obras Linguagem das mãos (OATES), O clamor do silêncio (JMN) e Linguagem dos sinais(TJ), e uma tabela comparativa entre os sinais- termos nelas encontradas. Assim, os resultados da extraçãodos termos dos glossários foram apresentados numa lista de léxicos religiosos presentes nas três obras analisadas e serviram de base para a geração dos dados desta pesquisa. É apresentada tabela com uma síntese da quantidade total de verbetes e da ocorrência dos sinais-termos encontrados em cada obra. Estão apresentados os sinais-termos similares nas três fontes, ou apenas em dois dos manuais e os que são diferentes nas três obras. Também aparece a comparação dos sinais-termos religiosos presentes nos manuais para conhecimento dos registros de cada uma dessas religiões e também para comparar os sinais-termos de uso comum entre elas. É apresentada uma análise estatística descritiva do número total de sinais- 218 termos religiosos encontrados e da porcentagem de sinais-termos semelhantes e de sinais-termos diferentes na comparação entre os manuais. Enfrentamos uma série de dificuldades, enquanto buscávamos descrever e destacar cada um dos diferentes sinais-termos, nas três obras, devido à influência cultural e doutrinária de cada religião na formação dos sinais-termos religiosos empregados. Nesse caso, a Língua Portuguesa foi o ponto de partida para compatibilizar os sinais- termos, em cuja constituição foram encontrados sinais com soletração manual e com inicialização do termo em Língua Portuguesa; outros marcados pela iconicidade e aqueles emprestados da Língua de Sinais Americana (ASL). Ao mesmo tempo, surgiram dificuldades para agrupar e dividir as categorias específicas dos sinais-termos religiosos das três obras. O principal desafio até a conclusão dessa dissertação é propor um modelo de glossário semibilíngue, em Libras, de sinais-termos, conceitos e exemplos bíblicos, com uma apresentação satisfatória aos consulentes dos verbetes em língua de sinais, gravados em vídeo e apresentados em um DVD com menus. Para alcançar tal objetivo, foi usada uma metodologia proposta para a criação de glossários e, para ilustrar, pretende-se anexar, à dissertação, o DVD contendo vídeos com conceitos constituídos a partir da lista de sinais-termos bíblicos extraídos dos três manuais, além de outros pesquisados, de onde se extraíram sinais-termos variantes e exemplos. Neste DVD há 93 sinais-termos, listados no menu e apresentados com seus respectivos conceito e exemplos. É a mostra visual da proposta de organização, em ordem alfabética, para o que foi usada a categoria dos personagens bíblicos e sua história. Ressalta-se que o glossário é denominado semibilíngue por apresentar, no menu, as palavras-chave em Língua Portuguesa, que, quando “clicadas”, mostram o sinal-termo seguido do seu respectivo conceito e exemplo em Libras. Gravados os 93 verbetes com sinais-termos bíblicos em Libras, é preciso divulgar o material para o público alvo. O povo surdo parece preferir os glossários on-line ou DVDs com sinais-termos, definições e exemplos, gravados diretamente em Libras. Não parece viável apresentar definições em Libras em formato impresso, mas talvez se devesse pensar na possibilidade de gravar em SW. Como surdo formado em Letras-Libras, apreciei muito ver a pesquisa do glossário Letras-Libras da UFSC, que apresenta os vídeos de suas definições em Libras. Ajudou-me muito na pesquisa dos sinais- 219 termos na área de religião. Os surdos, interessados em identificar sinais- termos religiosos vão gostar dessa novidade. Alguns surdos oralizados preferem ler as definições em Língua Portuguesa como os ouvintes. Surdos bilíngues podem preferir glossários bilíngues (com definições em LP e em Libras), diferente do glossário semibilíngue. Surdos monolíngues, falantes nativos de Libras, sem dúvida, irão preferir glossários monolíngues. A tipologia dos melhores tipos de glossário é um desafio à pesquisa. Esta pesquisa problematizou, ainda, o fato de haver um crescente número de publicações na área de Libras, sem que os autores tenham conhecimento do processo de construção e organização lexicográfica. É preciso refletir sobre até que ponto os glossários de Libras/Português são realmente eficazes para o consulente surdo, já que apresentam o significado do léxico em Língua Portuguesa, uma língua que a maioria dos sujeitos surdos não domina fluentemente. Essas e outras são questões a se considerar nas futuras pesquisas nesta área. O passo seguinte será ampliar os registros das demais categorias pesquisadas, por meio da finalização de novos volumes dos sinais- termos religiosos identificados. 221 REFERÊNCIAS ALBRES, N. A. Estudo léxico da Libras: uma história a ser registrada. In: LACERDA, C.B.F. de; SANTOS, L.F. dos (Orgs.) Tenho um aluno surdo, e agora? Introdução à Libras e educação de surdos. São Carlos: EduFSCar, 2013, p. 127- 148. ______. Surdos & inclusão educacional. Rio de Janeiro: Arara Azul, 2010. ASSIS SILVA, C. A. Cultura surda: agentes religiosos e a construção de uma identidade. São Paulo: Terceiro Nome, 2012. ASOCIACIÓN CRISTIANA MANOS EN ACCIÓN. Diccionario de palabras bíblicas en lengua de señales colombiana. Bogotá: Asociación Cristiana Manos en Acción, 2006. AVELAR, T. F. 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São eles: Anjo e Cristão, que em Oates só apresenta a descrição; Dez Mandamentos, Protestante e Igreja, que apresentam uma sutil variação nessa obra; Fé, Culto, Luterano, Palavra de Deus, Pastor e Piedade, que não constam em Oates (1969) na mesma coluna do livro Linguagem das mãos (OATES, 1969) abaixo. ORDEM ENTRADA OBRA LINGUAGEM DAS MÃOS (Oates, 1969) complementação: LINGUAGEM DE SINAIS DO BRASIL (Hoemann, Oates e Hoemann, 1983) O CLAMOR DO SILÊNCIO (Junta de Missões Nacionais, 1991) 01 ABEL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 02 ABENÇOAR 03 ABIGAIL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 04 ABIMELEQUE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 05 ABISMO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 237 LINGUAGEM DOS SINAIS (Testemunhas de Jeová, 1992) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 238 06 ABRAÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 07 ABSALÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 08 ACÃ SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 09 ACREDITAR, CRER, CONFIAR, FÉ crer confiar, acreditar, fé 10 ADÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 11 ADORAR (A DEUS), ADORAÇÃO 12 AGEU SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 13 ALEGRIA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 14 ALELUIA SINAL-TERMONÃO REGISTRADO SINAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO acreditar SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 15 ALMA 16 ALTAR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 17 AMÉM SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 18 AMÓS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 19 ANA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 20 ANANIAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 21 ANCIÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 239 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 240 22 ANDRÉ SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 23 ANJO 24 ANTEPASSADOS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 25 ANTICRISTO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 26 ANUÁRIO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 27 APOCALIPSE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 28 APOSTASIA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 29 APÓSTOLO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 30 ARÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 31 ARCA DA ALIANÇA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 32 ARCA DE NOÉ SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 33 ARCA DO PACTO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 34 ARCANJO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 35 ARMADURA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 36 ARMAGEDOM (TERREMOTO) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 241 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO REGISTRADO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 242 37 ARREBATAR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 38 ARREPENDER-SE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 39 ASCENSÃO DE JESUS SINAL 40 ASSEMBLÉIA (CONGRESSO) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 41 ASSEMBLÉIA DE CIRCUITO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 42 ASSEMBLÉIA ESPECIAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 43 ASSEMBLEIA (1 DIA) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 44 ASSINATURA (A SENTINELA) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 45 ASSINATURA DA DESPERTAI SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 46 ASTROLOGIA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 47 ATOS DOS APÓSTOLOS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 48 AUTODOMÍNIO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 49 ATEU SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 50 BAAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 243 REGISTRADO REGISTRADO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 244 51 BABEL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 52 BABILÔNIA, A GRANDE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 53 BALAÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 54 BARNABÉ SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 55 BARRABÁS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 56 BARTIMEU SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 57 BARTOLOMEU SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 58 BATISTA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 59 BATISMO, BATIZAR 60 BELÉM SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 61 BENIGNIDADE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 62 BENJAMIM SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 63 BESTA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 64 BETÂNIA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 245 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 246 65 BETEL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 66 BÍBLIA 67 BISPO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 68 BLASFEMAR SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 69 BOA VONTADE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 70 BOAS NOVAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 71 BOAZ SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 72 BONDADE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 73 BRANDURA (CALMA) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 74 BROCHURA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 75 BUDA, BUDISMO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 76 CABEÇA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 77 CAIM SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 78 CALEBE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 79 CALVÁRIO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 247 REGISTRADO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 248 80 CANAÃ SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 81 CANCIONEIRO (CÂNTICO) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 82 CÂNTICO DOS CÂNTICOS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO \ SINAL 83 CAPELA SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 84 CAPÍTULO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 85 CARPINTEIRO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 86 CARTÃO DE SANGUE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 87 CATÓLICO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 88 CEIA (1) CEIA (2) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 89 CEIFA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 90 CELIBATO (CELIBATÁRIO) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 91 CENTO E QUARENTA E QUATRO MIL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 92 CÉSAR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 93 CÉU 249 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 250 94 CHIPRE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL95 CIRCUNCISÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 96 COLOSSENSES SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 97 COMISSÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 98 COMISSÃO DE APELAÇÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 99 COMISSÃO DE FILIAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 100 COMISSÃO JUDICATIVA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 101 COMEMORAÇÃO DA MORTE DE CRISTO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 102 COMPAIXÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 103 COMUNGAR SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 104 CONDUTA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 105 CONDUTA DESENFREADA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 106 CONFESSAR 107 CONGREGAÇÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 251 REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO REGISTRADO REGISTRADO REGISTRADO 252 108 CONGRESSO DE DISTRITO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 109 CONGRESSO INTERNACIONAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 110 CONSCIÊNCIA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 111 CONTRIBUIÇÃO VOLUNTÁRIA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 112 CONTRIÇÃO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 113 CONVERSÃO (MEIA-VOLTA) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 114 CORÍNTIOS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 115 CORNÉLIO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SI SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 116 CORPO GOVERNANTE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 117 CRIAR, CRIAÇÃO 118 CRIADOR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 119 CRISTANDADE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 120 CRISTÃO, CRENTE 253 REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 254 121 CRISTO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 122 CRÔNICAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 123 CRONOLOGIA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 124 CRUCIFICAR SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 125 CRUZ \ SINAL 126 CULPA DE SANGUE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL NÃO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 127 CULTO 128 CURVAR-SE (A DEUS) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 129 DALILA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 130 DANIEL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 131 DATAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 132 DAVI SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 133 DÉBORA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 255 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 256 134 DECÁLOGO, DEZ MANDAMENTOS 135 DEDICAÇÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 136 DEMÔNIO, DEMÔNIOS SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 137 DESASSOCIAÇÃO (DESASSOCIAR) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 138 DESCENDENTE, DESCENDER SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 139 DESPERTAI (REVISTA) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 140 DESTINO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO S INAL-TERMO NÃO REGISTRADO 141 DEUS 142 DEUTERONÔMIO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 143 DIABO, SATANÁS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 144 DIÁCONO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 145 DIFAMAR SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 146 DILÚVIO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 147 DISCÍPULO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 257 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO REGISTRADO 258 148 DISCURSO (PÚBLICO) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 149 DÍZIMO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 150 DOM DO ESPÍRITO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 151 DORCAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 152 DOUTRINA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 153 DRAMA BÍBLICO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 154 ECLESIASTES SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 155 ECUMENISMO (ECUMÊNICO) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 156 ÉDEN SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 157 EDOM SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 158 EFÉSIOS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 159 EGITO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 160 EGOTISTA (PESSOAL) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 161 ELIAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 259 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 260 162 ELISEU SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 163 ENCORAJAMENT O SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 164 ENOQUE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 165 ENTRONIZADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 166 EPÍSTOLA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 167 ESAÚ SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 168 ESCASSEZ DE VÍVERES SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 169 ESCOLA DO MINISTÉRIO TEOCRÁTICO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 170 ESCRAVO FIEL E DISCRETO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 171 ESCRIBA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 172 ESDRAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 173 ESPÍRITO (ESPITIRUAL) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 174 ESPÍRITO SANTO 261 REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 262175 ESTACA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 176 ESTÁTUA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 177 ESTER SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 178 ESTEVÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 179 ESTREBARIA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 180 ESTUDO BÍBLICO DOMICILIAR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 181 ESTUDO DA SENTINELA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 182 ESTUDO DE LIVRO DE CONGREGAÇÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 183 ESTUDO PESSOAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 184 ETERNO (ETERNIDADE, ETERNAMENTE) 185 EVA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 186 EVANGELHO 187 EVANGELISTA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 188 EVOLUÇÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 189 EXAMINE AS ESCRITURAS (FOLHETO) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 190 ÊXODO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 263 REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO REGISTRADO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 264 191 EXPIAÇÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 192 EZEQUIAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 193 EZEQUIEL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 194 FALSOS PROFETAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 195 FARAÓ SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 196 FARISEU SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 197 FÉ 198 FERMENTO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 199 FIEL, FIDELIDADE (PERSEVERANÇA ) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 200 FILEMON SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 201 FILHO PRÓDIGO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 202 FILIPE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 265 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 266 203 FILIPENSES SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 204 FIM (DO MUNDO, DO SISTEMA, ETC.) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 205 FORNICAÇÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 206 FREIRA SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 207 FRUTOS DO ESPÍRITO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 208 GABRIEL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 209 GALARDÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 210 GÁLATAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 211 GAMALIEL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 212 GANHO DESONESTO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 213 GEENA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 214 GÊNESIS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 215 GENTIO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 267 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO REGISTRADO 268 216 GERAÇÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 217 GIDEÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 218 GIGANTE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 219 GLORIFICAR SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 220 GLUTONARIA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 221 GOLIAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 222 GRAÇA SINAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 223 GRANDE MULTIDÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 224 GRANDE TRIBULAÇÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 225 GREGO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 226 HABACUQUE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 227 HAGAR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 228 HAMÃ SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 269 REGISTRADO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 270 229 HEBREUS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 230 HERODIAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 231 HERODES SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SI 232 HOLOCAUSTO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 233 IDOLATRIA, IDOLO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 234 IGREJA SINAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 235 IMAGEM (ÍDOLO) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 236 IMERSÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 237 IMORTAL (IMORTALIDADE ) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 238 IMPARCIAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 239 IMPERFEIÇÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 240 IMPÉRIO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 241 IMPUREZA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 271 REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 272 242 INFERNO (BÍBLICO) 243 INIQUIDADE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 244 IRMÃO ESPIRITUAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 245 ISABEL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 246 ISAÍAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 247 ISAQUE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 248 ISMAEL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 249 ISRAEL 250 JEJUM, JEJUAR SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 251 JEOVÁ SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 252 JEREMIAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 253 JÉRICO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 254 JERUSALÉM SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 255 JESSÉ SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 256 JESUS CRISTO 273 REGISTRADO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 274 257 JEZABEL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 258 JÓ SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 259 JOÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 260 JOEL SINAL-TERMONÃO REGISTRADO SINAL 261 JONAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 262 JÔNATAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 263 JORDÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 264 JOSÉ 265 JOSÉ DE ARIMATÉIA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 266 JOSUÉ SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 267 JUDÁ, JUDÉIA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 268 JUDAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 269 JUDAS ISCARIOTES SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 270 JUDEU SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 275 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO REGISTRADO 276 271 JUÍZES SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 272 JULGAMENTO (JULGAR) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 273 JUSTIÇA, JUÍZ, JUSTO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 274 JUSTIFICAÇÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 275 LAGO DE FOGO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 276 LAMENTAÇÕES SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 277 LÁZARO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 278 LEALDADE (LEAL, ÍNTEGRO, INTEGRIDADE) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 279 LEI SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 280 LEVITA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 281 LEVÍTICO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 282 LÓ SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 283 LONGANIMIDAD E (LONGÂNIMO, PACIENTE) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 284 LOUVAR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 277 REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 278 285 LUCAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 286 LUTERANO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 287 MACEDÔNIA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 288 MADUREZA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 289 MAGO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 290 MAJESTADE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 291 MALAQUIAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 292 MALFEITOR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 293 MANÁ SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 294 MANJEDOURA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 295 MARCOS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 296 MARIA (MÃE DE JESUS) 297 MARIA (IRMÃ DE LÁZARO) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 298 MARTA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 299 MATERIALISMO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 279 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 280 300 MATEUS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 301 MEDITAÇÃO, MEDITAR SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 302 MESOPOTÂMIA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 303 MESSIAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 304 MIGUEL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 305 MILAGRES SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 306 MILÊNIO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 307 MINISTÉRIO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 308 MINISTRO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 309 MIQUÉIAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 310 MIRIÃ SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 311 MIRRA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 312 MISERICÓRDIA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 281 REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 282 313 MISSA SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 314 MISSIONÁRIO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 315 MISTÉRIO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 316 MOISÉS 317 MONTE SINAI SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 318 NABUCODONOS OR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 319 NÃO FAZER PARTE DO MUNDO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 320 NATAL SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 321 NAUM SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 322 NAZIREU SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 323 NEEMIAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 324 NEUTRALIDADE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 325 NICODEMOS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 326 NÍNIVE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 327 NOÉ SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 328 NOEMI SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 283 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 284 329 NOIVA DE CRISTO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 330 NOVO MUNDO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 331 NOVO PACTO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 332 NOVO TESTAMENTO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 333 NOVOS CÉUS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 334 NÚMEROS (LIVRO) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 335 O QUE É CONTRA A LEI SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 336 OBADIAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 337 OBRAS DA CARNE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 338 OFENDER SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 339 ORAR, REZAR 340 ORGANIZAÇÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 341 OSÉIAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 342 OUTRASOVELHAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 343 PACTO (MARCAR) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 285 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 286 344 PADRE SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 345 PALAVRA DE DEUS SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 346 PAPA SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 347 PARAÍSO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 348 PÁSCOA SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 349 PASTOR, PASTOREIO (PASTOREAR) 350 PAULO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 351 PAZ SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 352 PECAR, PECADO 353 PECADOR 354 PEDRO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 355 PENTATEUCO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 356 PENTECOSTES SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 357 PERDOAR SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 287 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 288 358 PERSEVERANÇA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 359 PESTILÊNCIA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 360 PIEDADE SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 361 PILATOS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 362 PIONEIRO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 363 PIONEIRO AUXILIAR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 364 PIONEIRO ESPECIAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 365 PIONEIRO REGULAR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 366 POTIFAR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 367 PREDESTINAÇÃ O SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 368 PREGADOR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 369 PREGAR, PREGAÇÃO (TESTEMUNHAR) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 370 PRESENÇA DE CRISTO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 371 PRESTAR CONTAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 372 PRISCILA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 373 PRIVILÉGIO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 289 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 290 374 PROFECIA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 375 PROFETA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 376 PROTESTANTE SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 377 PROVÉRBIOS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 378 PUBLICADOR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 379 PUBLICANO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 380 QUERUBIM SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 381 RAABE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 382 RAQUEL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 383 RAZOÁVEL (RAZOABILIDAD E) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 384 READMISSÃO (READMITIR) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 385 REBECA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 386 RECONCILIAÇÃ O SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 387 REFEIÇÃO NOTURNA DO SENHOR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 388 REINO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 291 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 292 389 REIS (LIVRO) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 390 RELIGIÃO 391 RELIGIOSO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 392 RESGATE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 393 RESIDENTE FORASTEIRO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 394 RESSURREIÇÃO, RESSUSCITAR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 395 RESTANTE UNGIDO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 396 RETIRO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 397 REUNIÃO CONGREGACION AL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 398 REUNIÃO DE SERVIÇO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 399 REVELAÇÃO, REVELAR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 400 REVISITA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 401 ROMANO, ROMANOS (LIVRO) 293 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 294 402 ROSÁRIO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 403 RUTE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 404 SABEDORIA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 405 SACEDORTE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 406 SACRIFÍCIO DE ANIMAIS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 407 SACRIFÍCIO DE JESUS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 408 SADUCEU SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 409 SAFIRA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 410 SALÃO DO REINO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 411 SALMOS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 412 SALOMÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 413 SALVADOR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 414 SALVAR, SALVAÇÃO 415 SAMARIA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 295 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 296 416 SAMARITANO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 417 SAMUEL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 418 SANSÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 419 SANTIFICAR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 420 SANTO (SANTIDADE, PUREZA, LIMPO, CASTO) 421 SANTUÁRIO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 422 SARA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 423 SAUL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 424 SEGUNDA MORTE SINAL-TERMONÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 425 SENHOR (1) SENHOR (2) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 426 SENTINELA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 427 SEPULTURA (SEOL, HADES) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 428 SERAFIM SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 429 SERVIR SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 297 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 298 430 SERVO MINISTERIAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 431 SILAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINA 432 SINAGOGA 433 SINAL (DOS ÚLTIMOS DIAS) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 434 SISTEMA DE COISAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 435 SLIDES SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 436 SOBERANO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 437 SODOMA E GOMORRA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 438 SOFONIAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 439 SUPERINTENDEN TE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 440 TEMER SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 441 TEMPLO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 442 TEMPO DO FIM SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 443 TENTAÇÃO, TENTAR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 444 TENTADOR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 445 TEOCRACIA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 299 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 300 446 TERRITÓRIO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 447 TERRITÓRIO ISOLADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 448 TESSALONICENS ES SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 449 TESTEMUNHA DE JEOVÁ SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 450 TESTEMUNHO INFORMAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 451 TIAGO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 452 TIMÓTEO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 453 TITO (LIVRO) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 454 TOMAR NOTA SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 455 TOMÉ SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 456 TRANSFUSÃO DE SANGUE SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 457 TRANSGRESSÃO( TRANSGRESSOR) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 458 TRATADOS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 301 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 302 459 TRIBO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 460 TRINDADE 461 TRONO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 462 TÚMULO DO TEMPO DE JESUS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 463 ÚLTIMOS DIAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 464 ULTRAJE (ULTRAJANTE) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 465 UNÇÃO, UNGIDO UNGIR SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 466 UNIGÊNITO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 467 URIAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 468 UZIAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 469 VASTI SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 470 VELHO TESTAMENTO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 471 VERDADE, VERDADEIRO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 472 VERSÍCULO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 303 SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 304 473 VIGOROSO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 474 VINDICAÇÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 475 VISÃO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 476 VITUPÉRIO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 477 VOLUNTÁRIO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL- TERMO NÃO REGISTRADO 478 ZACARIAS (LIVRO) SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 479 ZACARIAS SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL 480 ZAQUEU SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO SINAL-TERMO NÃO REGISTRADO 305 APÊNDICE B - FICHAS TERMINOGRÁFICAS PARA ELABORAÇÃO DE GLOSSÁRIO DE SINAIS-TERMOS RELIGIOSOS COM LÍNGUA DE SINAIS Para determinar os sinais-termos a serem incluídos à nossa proposta estabelecemos, como critério de escolha do sinal-termo de entrada, para a elaboração da nossa proposta de glossário, a obra religiosa pesquisada que trouxesse o maior número de registros de sinais-termos religiosos. Esses vieram da obra que apresenta o léxico religioso da denominação Batista. Assim, as fichas terminográficas que elaboramos apresentam, como entrada, os termos dessa obra, porque é o que tem o maior número de sinais-termos religiosos registrados. Os sinais-termos encontrados nos glossários das religiões Católica e das Testemunhas de Jeová foram incluídos como variantes do sinal-termo identificado no material da denominação Batista. Dessa forma, incluímos um campo para registrar os sinais-termos religiosos que se encontram em variação, no qual foram incluídos símbolos, conforme a seguinte descrição: a) Ø(vazio) – para quando não havia o sinal-termo na obra; b) =(igual) – para quando o sinal-termo encontrado na obra religiosa em questão era idêntico ao sinal-termo incluído na entrada; c) ≠ (diferente) – para quando o sinal-termo encontrado na obra religiosa era diferente do sinal-termo incluído na entrada. Nesse caso, foram incluídos os sinais-termos em variação. Para o fim de gravação de um protótipo do Glossário Semibilíngue de Sinais-termos Bíblicos, em formato de DVD, escolhemos a categoria “Personagens bíblicos”, cujos registros coletados na pesquisa somaram noventa e três sinais-termos. 306 FICHAS TERMINOGRÁFICAS PARA ELABORAÇÃO DE GLOSSÁRIO DE SINAIS-TERMOS RELIGIOSOS COM LÍNGUA DE SINAIS CATEGORIA: LIVROS BÍBLICOS ORDEM NOME DO LIVRO SINAL-TERMO ESCRITA DE SINAIS14 CM1 CM2 LOCAÇÃO MOVIMENTO 1 AGEU DESCRIÇÃO DO LIVRO Ageu é o livro que contém algumas mensagens anunciadas por Ageu, ordenando aos judeus que voltem do cativeiro para construírem de novo o Templo. Fonte: Kaschel (2005, p. 18) 14 Madson Barretoe Raquel Barreto pela colaboração de Escrita de Sinais realizada pela Libras Escrita nas fichas terminográfica glossário de sinais-termos religiosos com língua de sinais. SINAIS VARIANTE CATÓLICO TJ Ø Ø ciadas por Ageu, ordenando aos judeus que voltem do cativeiro Madson Barreto e Raquel Barreto pela colaboração de Escrita de Sinais realizada pela Libras Escrita nas fichas terminográficas para elaboração de 2 AMÓS DESCRIÇÃO DO LIVRO Amós é o livro que contém as mensagens de Amós, pronunciadas pelo denuncia a injustiça, a corrupção e a opressão. Fonte: Kaschel (2005, p.22) 3 APOCALIPSE DESCRIÇÃO DO LIVRO Apocalipse é o livro escrito por João, enquanto estava preso na ilha de Patmos. “ Por isso esse livro se chama também A Revelação de Deus a João. Fonte: Kaschel (2005, p. 307 Ø Ø Amós é o livro que contém as mensagens de Amós, pronunciadas pelo ano 750 a.C. Em nome de Deus, Amós denuncia a injustiça, a corrupção e a opressão. Fonte: Kaschel (2005, p.22) Ø Ø Apocalipse é o livro escrito por João, enquanto estava preso na ilha de Patmos. “Apocalipse” quer dizer “revelação”. Por isso esse livro se chama também A Revelação de Deus a João. Fonte: Kaschel (2005, p. 24) 308 4 ATOS DOS APÓSTOLOS - DESCRIÇÃO DO LIVRO Atos dos Apóstolos é o livro que continua a história de Jesus, narrada no Evangelho de Lucas. Fonte: Kaschel (2005, p.30) 5 BÍBLIA DESCRIÇÃO DO LIVRO Bíblia é a coleção de escritos considerados pelas Igrejas cristãs como livros inspirados por Deus. O termo “Bíblia” é de origem grega e quer dizer “livrinhos”. A Bíblia se divide em partes: Antigo Testamento e Novo Testamento. A Bíblia adotada pelos evangélicos tem 66 livros. Fonte: Kaschel (2005, p. 34) A Bíblia adotada pelos católicos tem 73 livros. Fonte: http://www.bibliacatolica.com.br/ A Bíblia adotada pelos testemunhas de Jeová tem 66 livros do Novo Mundo das Escrituras Sagradas. Fonte: http://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/nwt/livros/ Ø Ø istória de Jesus, narrada no Evangelho de Lucas. = ≠ Bíblia é a coleção de escritos considerados pelas Igrejas cristãs como livros inspirados por Deus. O termo “Bíblia” é de íblia adotada pelos evangélicos tem 66 livros. w.bibliacatolica.com.br/ A Bíblia adotada pelos testemunhas de Jeová tem 66 livros do Novo Mundo das Escrituras Sagradas. 6 CÂNTICO DE CÂNTICOS - DESCRIÇÃO DO LIVRO Cântico dos Cânticos é um livro que apresenta uma coleção de poemas de amor, a maior parte em forma de canções, próprias para festas de casamento. Fonte: Kaschel (2005, p. 7 COLOSSENSES DESCRIÇÃO DO LIVRO Colossenses é uma das epístolas (cartas) escritas por Paulo, na prisão. Essa carta foi escrita para combater falsas doutrinas e insistir que somente por Cristo é que Deus perdoa e salva. Fonte: Kaschel (2005, p. 309 Ø Ø Cântico dos Cânticos é um livro que apresenta uma coleção de poemas de amor, a maior parte em Fonte: Kaschel (2005, p. 38) Ø Ø ma das epístolas (cartas) escritas por Paulo, na prisão. Essa carta foi escrita para combater falsas doutrinas e insistir que somente por Cristo é que Deus perdoa e salva. Fonte: Kaschel (2005, p. 44) 310 8 I, II CORÍNTIOS DESCRIÇÃO DO LIVRO Coríntios I é a primeira epístola – carta que Paulo escreveu aos cristãos de Corinto para tratar de vários e sérios problemas que os estavam perturbando. Coríntios II é a segunda epístola – carta que Paulo escreveu da Macedônia, missionária. É a carta mais pessoal e menos doutrinária que Paulo escreveu, com exceção de Filemon. Fonte: Kaschel (2005, p. 47) 9 I, II CRÔNICAS DESCRIÇÃO DO LIVRO Crônicas são livros que repetem o que está contado nos livros de Samuel e Reis. Em Crônicas lemos das desgraças que caíram sobre os reinos de Israel e de Judá; e mesmo assim, Deus manteve as promessas de abençoar o seu povo. Fonte: Kaschel (2005, p. 49) Ø Ø carta que Paulo escreveu aos cristãos de Corinto para tratar de vários e sérios carta que Paulo escreveu da Macedônia, durante sua terceira viagem missionária. É a carta mais pessoal e menos doutrinária que Paulo escreveu, com exceção de Filemon. Ø Ø m o que está contado nos livros de Samuel e Reis. Em Crônicas lemos das desgraças que caíram sobre os reinos de Israel e de Judá; e mesmo assim, Deus manteve as promessas de 10 DANIEL DESCRIÇÃO DO LIVRO Daniel é um livro escrito em tempos de perseguição e sofrimento. Por meio de histórias e de visões, o autor procurar explicar aos judeus as razões por que eles estão sendo perseguidos e também os anima a continuarem fiéis a Deus. Fonte: Kaschel (2005, p. 50) 11 DEUTERONÔMIO DESCRIÇÃO DO LIVRO Deuteronômio é o quinto livro da Bíblia. Nele estão registrados os discursos que Moisés fez quando o povo de Israel estava na terra de Moabe, antes de atravessar o rio Jordão e de tomar posse de Canaã. Fonte: Kaschel (2005, p. 54) 311 Ø Ø Daniel é um livro escrito em tempos de perseguição e sofrimento. Por meio de histórias e de visões, o autor procurar explicar aos judeus as razões por que eles estão sendo perseguidos e também os anima a Ø Ø Deuteronômio é o quinto livro da Bíblia. Nele estão registrados os discursos que Moisés fez quando o povo antes de atravessar o rio Jordão e de tomar posse de Canaã. 312 12 ECLESIASTES - DESCRIÇÃO DO LIVRO Eclesiastes é o livro em que estão registrados os pensamentos do “Sábio”, um homem que meditou profundamente sobre a vida humana, com suas injustiças e decepções, e concluiu que “tudo é vaidade”. Nesse livro fala muitas vezes do cético, isto é, aquele que duvi Fonte: Kaschel (2005, p. 58) 13 EFÉSIOS DESCRIÇÃO DO LIVRO Efésios é uma carta que Paulo escreveu quando estava na prisão. O assunto da carta é o plano que Deus tem, de unir, no tempo certo, debaixo da autoridade de Cristo, tudo o que há no céu e na terra. Fonte: Kaschel (2005, p. 58) Ø Ø iastes é o livro em que estão registrados os pensamentos do “Sábio”, um homem que meditou profundamente sobre a vida humana, com suas injustiças e decepções, e concluiu que “tudo é vaidade”. Nesse livro fala muitas vezes do cético, isto é, aquele que duvida de tudo. Ø Ø Efésios é uma carta que Paulo escreveu quando estava na prisão. O assunto da carta é o plano que Deus de Cristo, tudo o que há no céu e na terra. 14 ESDRAS - DESCRIÇÃO DO LIVRO Esdras é o livro que continua a narração de Crônicas II, descrevendo a volta dos judeus que estavam no cativeiro a Jerusalém , e o reinício da adoração no Templo. Fonte: Kaschel (2005, p. 15 ESTER - DESCRIÇÃO DO LIVRO Ester é o livro que conta a história de Ester, a moça judia que se tornou rainha por haver se casado com Xerxes, rei da Pérsia. Fonte: Kaschel (2005, p.67) 313 Ø Ø Crônicas II, descrevendo a volta dos judeus que estavam no além , e o reinício da adoração noTemplo. Fonte: Kaschel (2005, p. 65) Ø Ø Ester é o livro que conta a história de Ester, a moça judia que se tornou rainha por haver se casado com Xerxes, 314 16 ÊXODO DESCRIÇÃO DO LIVRO Êxodo é um livro dividido em quatro partes: 1 A libertação; 2 a viagem até o Sinai; 3 a lei e a aliança; 4 o Tabernáculo e o culto. A figura central do livro é Moisés, o homem a quem Deus escolheu para tirar o seu povo do Egito. E Deus revelou a Moisés o seu nome sagrado. O trecho mais conhecido do livro são os Dez Mandamentos. Fonte: Kaschel (2005, p. 69) 17 EZEQUIEL DESCRIÇÃO DO LIVRO Ezequiel é o livro que contém mensagens de Deus dirigidas aos judeus que estavam na Babilônia e também aos que moravam em Jerusalém. Nele há pregações, visões e atos simbólicos. Fonte: Kaschel (2005, p. 70) Ø Ø Êxodo é um livro dividido em quatro partes: 1 A libertação; 2 a viagem até o Sinai; 3 a lei e a aliança; 4 o l do livro é Moisés, o homem a quem Deus escolheu para tirar o seu povo do Egito. E Deus revelou a Moisés o seu nome sagrado. O trecho mais conhecido do livro são os Dez Ø Ø Ezequiel é o livro que contém mensagens de Deus dirigidas aos judeus que estavam na Babilônia e também aos que moravam em Jerusalém. Nele há pregações, visões e atos simbólicos. Fonte: Kaschel (2005, p. 70) 18 FILEMOM - DESCRIÇÃO DO LIVRO Filemom é a carta escrita por Paulo na prisão, na qual pede a Filemom que receba Onésimo, escravo fugido e agora convertido. Essa carta é um belo exemplo de cortesia e carinho. Fonte: Kaschel (2005, p. 19 FILIPENSES - DESCRIÇÃO DO LIVRO Filipenses é a carta que Paulo escreveu de Roma, na prisão, à igreja de Filipos, para a qual estavam entrando pessoas que ensinavam heresias. Fonte: Kaschel (2005, p. 73) 315 Ø Ø Filemom é a carta escrita por Paulo na prisão, na qual pede a Filemom que receba Onésimo, escravo fugido e agora convertido. Essa carta é um belo exemplo de cortesia e carinho. Fonte: Kaschel (2005, p. 73) Ø Ø Filipenses é a carta que Paulo escreveu de Roma, na prisão, à igreja de Filipos, para a qual estavam entrando 316 20 GÁLATAS DESCRIÇÃO DO LIVRO Gálatas é a carta escrita por Paulo às igrejas da Galácia para combater um grupo que ensinava o seguinte: um não-judeu só pode se tornar cristão se obedecer às leis dos judeus, especialmente a da circuncisão. Fonte: Kaschel (2005, p. 76) 21 GÊNESIS DESCRIÇÃO DO LIVRO Gênesis é o primeiro livro do Pentateuco e da Bíblia, no qual se conta como tudo o que existe começou e como surgiram os seres humanos, o pecado e o sofrimento. Fonte: Kaschel (2005, p. 78) Ø Ø Gálatas é a carta escrita por Paulo às igrejas da Galácia para combater um grupo que ensinava o seguinte: um judeu só pode se tornar cristão se obedecer às leis dos judeus, especialmente a da circuncisão. Ø Ø Gênesis é o primeiro livro do Pentateuco e da Bíblia, no qual se conta como tudo o que existe começou e como Fonte: Kaschel (2005, p. 78) 22 HABACUQUE DESCRIÇÃO DO LIVRO Habacuque é o oitavo livro da coleção dos profetas menores. O autor vê o perigo que o seu povo está correndo e não entende como Deus pode tolerar os babilônios, um povo mau e cruel. Deus responde que virá o tempo em que ele castigará os inimigos do povo de Israel. Fonte: Kaschel (2005, p. 23 HEBREUS DESCRIÇÃO DO LIVRO Hebreus é a carta escrita a cristãos de origem judaica para mostrar judaica. Fonte: Kaschel (2005, p. 82) 317 Ø Ø Habacuque é o oitavo livro da coleção dos profetas menores. O autor vê o perigo que o seu povo está correndo ão entende como Deus pode tolerar os babilônios, um povo mau e cruel. Deus responde que virá o tempo Fonte: Kaschel (2005, p. 80) Ø Ø a carta escrita a cristãos de origem judaica para mostrar-lhes que a fé cristã é superior à fé 318 24 ISAÍAS DESCRIÇÃO DO LIVRO Isaías é o livro que contém as mensagens de Isaías ao povo de Judá e aos moradores de Jerusalém entre 740 e 687 a.C. Ele ensina que Deus é poderoso e exige que o seu povo seja santo. Fonte: Kaschel (2005, p. 25 JEREMIAS DESCRIÇÃO DO LIVRO Jeremias é o livro que contém as mensagens do profeta Jeremias. Ele anunciou o castigo que Deus ia mandar e ainda estava vivo quando as suas profecias se cumpriram. Fonte: Kaschel (2005, p. Ø Ø vo de Judá e aos moradores de Jerusalém entre 740 e 687 Fonte: Kaschel (2005, p. 90) Ø Ø agens do profeta Jeremias. Ele anunciou o castigo que Deus ia mandar e ainda estava vivo quando as suas profecias se cumpriram. Fonte: Kaschel (2005, p. 92) 26 JÓ DESCRIÇÃO DO LIVRO Jó é um dos livros de sabedoria do Antigo Testamento. Trata do sofrimento humano. Nele conta homem bom, fiel a Deus, rico e feliz, que de repente perde os filhos, todos os bens e ainda é atacado por uma doença dolorosa e nojenta. Fonte: Kaschel (2005, p. 93) 27 JOÃO - DESCRIÇÃO DO LIVRO João é o quarto livro a respeito da vida e dos ensinos de Jesus, provavelmente escrito pelo apóstolo João. Neste Evangelho Jesus é apresentado como a Palavra de Deus, que existiu desde a eternidade com Deus e qu um ser humano, a fim de revelar o amor e a verdade de Deus. Fonte: Kaschel (2005, p. 319 Ø Ø Testamento. Trata do sofrimento humano. Nele conta-se a história de Jó, um homem bom, fiel a Deus, rico e feliz, que de repente perde os filhos, todos os bens e ainda é atacado por uma doença Ø Ø João é o quarto livro a respeito da vida e dos ensinos de Jesus, provavelmente escrito pelo apóstolo João. Neste Evangelho Jesus é apresentado como a Palavra de Deus, que existiu desde a eternidade com Deus e que se tornou um ser humano, a fim de revelar o amor e a verdade de Deus. Fonte: Kaschel (2005, p. 94) 320 28 I, II, III JOÃO - DESCRIÇÃO DO LIVRO João I é a primeira epístola – carta escrita para prevenir os seus leitores c a permanecerem firmes na fé e no amor. João II é a segunda epístola – pequena carta escrita por um presbítero e dirigida “à senhora eleita” que alguns pensam ser uma mulher piedosa, enquanto outros consideram uma igrej amem uns aos outros e que tomem cuidado com certas doutrinas falsas que estão sendo espalhadas pelo mundo. João III é a terceira epístola – carta escrita pelo mesmo presbítero que escreveu a segunda epístola, enviada a Gaio, dirigente de uma igreja. O autor elogia Gaio por dar testemunho da verdade e dar abrigo a irmãos perseguidos. Fonte: Kaschel (2005, p. 94) 29 JOEL DESCRIÇÃO DO LIVRO Joel é o segundo livro dos Profetas Menores, que contém mensagens do proveta Joel para o povo de Judá. O ponto de partida da mensagem do profeta é a terrível praga de gafanhotos e a seca que arrasaram a terra de Judá. Fonte: Kaschel (2005, p. 94) Ø Ø carta escrita para prevenir os seus leitores contra falsos mestres e aconselhá-los pequena carta escrita por um presbítero e dirigida “à senhora eleita” que alguns pensam ser uma mulher piedosa, enquanto outros consideram uma igreja. Ele pede aos leitores que amem uns aos outros e que tomem cuidado com certas doutrinas falsas que estão sendo espalhadas pelo carta escrita pelo mesmo presbítero que escreveu a segunda epístola,enviada a rigente de uma igreja. O autor elogia Gaio por dar testemunho da verdade e dar abrigo a irmãos Ø Ø agens do proveta Joel para o povo de Judá. O ponto de partida da mensagem do profeta é a terrível praga de gafanhotos e a seca que arrasaram a terra de 30 JONAS DESCRIÇÃO DO LIVRO Jonas é o quinto livro dos Profetas Menores, escrito para demonstrar que o amor de Deus não se limita a Israel, mas se estende a pessoas de outras nações. Fonte: Kaschel (2005, p. 31 JOSUÉ DESCRIÇÃO DO LIVRO Josué é o sexto livro da Bíblia, um dos livros históricos do Antigo Testamento. O livro narra a conquista da terra de Canaã pelo povo de Israel e a sua divisão entre as tribos sob o comando de Josué, concluindo com a ocupação da terra e a morte de Josué. Fonte: Kaschel (2005, p. 95) 321 Ø Ø é o quinto livro dos Profetas Menores, escrito para demonstrar que o amor de Deus não se limita a Israel, mas se estende a pessoas de outras nações. Fonte: Kaschel (2005, p. 95) Ø Ø Josué é o sexto livro da Bíblia, um dos livros históricos do Antigo Testamento. O livro narra a conquista da terra de Canaã pelo povo de Israel e a sua divisão entre as tribos sob o comando de Josué, concluindo com a ocupação da terra 322 32 JUDAS - DESCRIÇÃO DO LIVRO Judas é a breve carta escrita, o “irmão de Tiago”, sendo ambos provavelmente irmãos de Jesus. Foi dirigida a uma igreja ou grupo de igrejas, que estavam sendo vítimas dos ensinamentos de falsos mestres. Fonte: Kaschel (2005, p. 96) 33 I, II JUÍZES - DESCRIÇÃO DO LIVRO Juízes é o sétimo livro da Bíblia, um dos livros históricos do Antigo Testamento. Narra a história de Israel desde a morte de Josué até o tempo de Samuel, período em que o povo de Israel era governado por juízes. Fonte: Kaschel (2005, p. 97) 34 LAMENTAÇÕES DESCRIÇÃO DO LIVRO Lamentações é o livro que conta sobre a destruição de Jerusalém e sobre o sofrimento do povo que participou dela, em 587 a.C. O autor faz uma confissão de pecados cometidos pelo povo e pelos seus líderes, reco justo o castigo que a cidade e seu povo receberam.Fonte: Kaschel (2005, p. Ø Ø Judas é a breve carta escrita, o “irmão de Tiago”, sendo ambos provavelmente irmãos de Jesus. Foi dirigida a mas dos ensinamentos de falsos mestres. Ø Ø Juízes é o sétimo livro da Bíblia, um dos livros históricos do Antigo Testamento. Narra a história de Israel desde a orte de Josué até o tempo de Samuel, período em que o povo de Israel era governado por juízes. Ø Ø Lamentações é o livro que conta sobre a destruição de Jerusalém e sobre o sofrimento do povo que participou dela, em 587 a.C. O autor faz uma confissão de pecados cometidos pelo povo e pelos seus líderes, reconhecendo ter sido justo o castigo que a cidade e seu povo receberam.Fonte: Kaschel (2005, p. 98) 35 LEVÍTICO DESCRIÇÃO DO LIVRO Levítico é o terceiro livro do pentateuco e do Antigo Testamento. Contém as leis e os mandamentos mandou Moisés dar ao povo de Israel, especialmente do culto, dos sacrifícios que o povo devia oferecer a Deus e dos deveres dos sacerdotes. A lição principal do livro é que o Deus do povo de Israel é santo. Fonte: Kaschel (2005, p. 100) 36 LUCAS DESCRIÇÃO DO LIVRO Lucas é o terceiro livro do Novo Testamento, que conta a vida de Jesus e os seus ensinos. Foi escrito por Lucas e dedicado a Teófilo. Apresenta Jesus não somente como o Messias, mas também como o Salvador de toda a humanidade. Fonte: Kaschel (2005, p. 103) 323 Ø Ø Levítico é o terceiro livro do pentateuco e do Antigo Testamento. Contém as leis e os mandamentos que Deus mandou Moisés dar ao povo de Israel, especialmente do culto, dos sacrifícios que o povo devia oferecer a Deus e dos deveres dos sacerdotes. A lição principal do livro é que o Deus do povo de Israel é santo. Ø Ø sus e os seus ensinos. Foi escrito por Lucas e dedicado a Teófilo. Apresenta Jesus não somente como o Messias, mas também como o Salvador de toda a 324 37 MALAQUIAS DESCRIÇÃO DO LIVRO Malaquias é o último livro dos Profetas Menores, que traz as mensagens de Deus ao povo de Judá proferidas por Malaquias, em torno de 450 a.C., depois de haver sido reconstruído o Templo de Jerusalém. Fonte: Kaschel (2005, p. 105) 38 MARCOS - DESCRIÇÃO DO LIVRO Marcos é o segundo livro do Novo Testamento, considerando o mais antigo dos Evangelhos. Marcos destaca principalmente a atividade constante e a autoridade de Jesus. Fonte: Kaschel (2005, p.107) 39 MATEUS - DESCRIÇÃO DO LIVRO Mateus é o primeiro livro do Novo Testamento, que relata a vida e as atividades de Jesus, apresentando Messias. Fonte: Kaschel (2005, p. 108) Ø Ø Malaquias é o último livro dos Profetas Menores, que traz as mensagens de Deus ao povo de Judá proferidas por Malaquias, em torno de 450 a.C., depois de haver sido reconstruído o Templo de Jerusalém. Ø Ø Marcos é o segundo livro do Novo Testamento, considerando o mais antigo dos Evangelhos. Marcos destaca principalmente a atividade constante e a autoridade de Jesus. Fonte: Kaschel (2005, p.107) Ø Ø Mateus é o primeiro livro do Novo Testamento, que relata a vida e as atividades de Jesus, apresentando-o como o 40 MIQUÉI AS DESCRIÇÃO DO LIVRO Miquéias é o livro dos Profetas Menores, que traz as mensagens de Deus a Israel e a Judá anunciadas por Miqueias de 740 a 687 a.C. O profeta previu a queda de Samaria. Fonte: Kaschel (2005, p. 112) 41 NAUM DESCRIÇÃO DO LIVRO Naum é o livro dos Profetas Menores. Em linguagem poética, Naum descreve a queda de Nínive, a capital da Assíria, que foi conquistada pelos babilônicos em 612 a.C. Fonte: Kaschel (2005, p. 325 Ø Ø Miquéias é o livro dos Profetas Menores, que traz as mensagens de Deus a Israel e a Judá anunciadas por Miqueias de 740 Ø Ø Naum é o livro dos Profetas Menores. Em linguagem poética, Naum descreve a queda de Nínive, a capital da Fonte: Kaschel (2005, p. 116) 326 42 NEEMIAS - DESCRIÇÃO DO LIVRO Neemias é o livro que relata as atividades de Neemias e de outros líderes em Jerusalém, depois do retorno do cativeiro. Suas atividades envolveram a reconstrução das muralhas de Jerusalém, a renovação da aliança, e reformas políticas e sociais. Fonte: Kaschel (2005, p. 117) 43 NOVO TESTAMENTO 1 3 2 4 DESCRIÇÃO DO LIVRO Novo Testamento é a segunda parte da Bíblia, que começa com o Evangelho de Mateus e termina com o Apocalipse. Trata da nova aliança. Fonte: Kaschel (2005, p. 118) Ø Ø Neemias é o livro que relata as atividades de Neemias e de outros líderes em Jerusalém, depois do retorno do cativeiro. Suas atividades envolveram a reconstrução das muralhas de Jerusalém, a renovação da aliança, e reformas Ø Ø Novo Testamento é a segunda parte da Bíblia, que começa com o Evangelho de Mateus e termina com o 44 NÚMEROS DESCRIÇÃO DO LIVRO Números é o quarto livro do pentateuco,