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Aula 3 - Estrutura básica das contas nacionais economia aberta e sem governo

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Estrutura básica das contas nacionais – economia aberta e sem governo 
 
 
(PAULANI e BRAGA, 2007, p. 43) 
 
 Conta do resto do mundo em relação ao Brasil: 
 
 
 
Oferta e demanda da economia em relação ao setor externo: 
 
O ETERNO PROBLEMA DA BALANÇA DE PAGAMENTOS 
Por Miguel do Rosário 27/01/2020 
Disponível em: https://www.ocafezinho.com/2020/01/27/o-eterno-problema-da-balanca-de-pagamentos/, acessado em Março de 2020. 
 
O Banco Central divulgou hoje os dados do setor externo da economia brasileira de 2019, entre eles a balança de pagamentos, que 
contabiliza tudo que entra e tudo que sai do país (exportações, importações, turismo, transferências, etc). 
Em 2019, o déficit da nossa balança de pagamentos (também chamada de Transações Correntes) foi de US$ 50,76 bilhões, o maior 
em quatro anos. 
 
Setor externo 
Setor interno 
 
Fonte: Bacen 
 
 
O déficit da balança de pagamentos, conforme explicam os economistas, é compensado pelos investimentos estrangeiros diretos, 
que “cobrem’ o buraco deixado. 
Entretanto, uma quantidade crescente de economistas tem denunciado que o problema brasileiro da balança de pagamentos é 
particularmente dramático, porque ele vem acompanhado de um forte processo de desindustrialização. 
Em artigo publicado recentemente numa revista especializada, intitulado “O Modelo de Crescimento dos governos do PT: uma visão 
furtadiana dos limites do desenvolvimento brasileiro recente”, os economistas Pedro Rossi e Pedro Paulo Zahluth Bastos, explicam 
exatamente esse fenômeno: como o crescimento brasileiro, invariavelmente baseado no aumento do consumo e na exportação de 
commodities, acaba por elevar o déficit da balança comercial, num ciclo vicioso que leva ao desmonte e à primarização da estrutura 
produtiva brasileira. 
Aconteceu com Lula e Dilma, e volta a acontecer com Bolsonaro. Os modestos picos de crescimento criam déficits crescentes na 
balança de pagamentos, o que, por sua vez, produz uma série de desequilíbrios econômicos que prejudicam o tecido industrial 
brasileiro. A crise na indústria, por sua vez, gera ainda mais déficits na balança, num ciclo vicioso que precisa ser quebrado. 
*** 
Abaixo, as Considerações Finais do paper mencionado: 
(…) Este artigo tratou do modelo de crescimento dos governos do PT em termos de uma leitura estruturalista na linha do 
pensamento de Celso Furtado. No coração desse modelo de crescimento estava o mercado consumidor de massa, impulsionado por 
um conjunto de políticas econômicas. A dinâmica deste modelo aliviou as características típicas do subdesenvolvimento, 
modernizando os padrões de consumo de uma parcela significativa da população e melhorando qualitativamente o mercado de 
trabalho, reduzindo desemprego e informalidade em condições de relaxamento de restrições externas. No entanto, o modelo de 
crescimento não conseguiu modernizar a estrutura da produção para sustentar transformações do lado da demanda, aumentar o 
emprego em setores de maior produtividade (…) ou reduzir a vulnerabilidade estrutural inerente à especialização em exportações 
de commodities básicas. Em outras palavras, houve modernização e massificação dos padrões de consumo sem modernização da 
estrutura da produção para apoiar o desenvolvimento e superar os obstáculos estruturais característicos do subdesenvolvimento. 
Além disso, o modelo de crescimento foi marcado por contradições inerentes, uma vez que alguns elementos que ajudaram a 
suportar o ciclo do consumo contribuíram para prejudicar a estrutura da produção. A melhoria significativa nos termos de troca 
diminuiu as restrições externas e contribuiu para a valorização da moeda, barateando os bens industriais e consolidando um amplo 
mercado consumidor. No entanto, também aumentou a fragilidade do setor industrial, com um grande aumento de insumos 
importados. Da mesma forma, o forte ingresso de capital estrangeiro no contexto de uma expansão da liquidez global antes e depois 
da crise de 2008 aumentou a utilização da capacidade da economia, mas gerou pressão para a valorização da moeda e a 
desnacionalização da estrutura doméstica de produção. Em relação a esse último aspecto, cabe ressaltar que os governos do PT não 
enfrentaram a vulnerabilidade resultante da abertura financeira do Brasil com quaisquer medidas estruturais. 
 
-120 000
-100 000
-80 000
-60 000
-40 000
-20 000
-
20 000
Saldo dem transações correntes (bilhões de dólares)

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