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Economia - Aula 05

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Aula 05 (Somente em
PDF)
SEFAZ-CE - Economia - 2021
(Pós-Edital)
Autor:
Celso Natale
Aula 05 (Somente em PDF)
8 de Junho de 2021
SUMÁRIO 
1 Efeitos da crise de 1929 e o Governo Provisório (1930-1934) .................................................. 2 
1.1 Políticas Econômicas ................................................................................................................. 3 
2 Crescimento Econômico no Governo Constitucional (1934-1937) ........................................... 5 
3 Estado Novo (1937-1946) e a Segunda Guerra Mundial ........................................................... 6 
3.1 O Processo de Substituição de Importações (PSI) ................................................................. 6 
3.2 A crítica da Cepal e de Prebish .............................................................................................. 10 
4 Resumo ......................................................................................................................................... 11 
Referências Bibliográficas................................................................................................................... 13 
Questões Comentadas ....................................................................................................................... 14 
Lista de Questões ................................................................................................................................ 36 
Gabarito ............................................................................................................................................... 44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Celso Natale
Aula 05 (Somente em PDF)
SEFAZ-CE - Economia - 2021 (Pós-Edital)
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1 EFEITOS DA CRISE DE 1929 E O GOVERNO PROVISÓRIO (1930-1934) 
Mesmo em períodos como a Grande Depressão, quando a dinâmica econômica se volta “para 
dentro”, as restrições externas continuam sendo fatores determinantes da política econômica, 
destacando a importância de compreendermos o cenário internacional para captar o que ocorria 
na Economia Brasileira na década de 1930. 
A crise abalou a economia mundial e as relações comerciais entre países, levando-os a passar 
por redução no volume de transações internacionais, tanto comerciais quanto financeiras. Esse 
efeito foi observado especialmente no Brasil. 
As reservas em moeda estrangeira acumuladas pelo país durante o auge do ciclo do café foram 
minguando rapidamente a partir de 1929, caindo de 31 milhões de libras para 14 milhões em 
1930, e praticamente se esgotando já em 19311. 
O volume e o valor das importações e exportações também caíram drasticamente, com destaque 
para as primeiras, cujo volume e valor diminuíram, cada um deles, em mais da metade entre 1928 
e 1932. 
Diante desse cenário, já em 1931 foram parcialmente suspensos os pagamentos da dívida 
pública externa e adotou-se política cambial restritiva, na qual o Banco do Brasil voltou a deter 
o monopólio cambial; os exportadores eram obrigados a vender a moeda estrangeira obtida em 
suas transações comerciais ao BB, que as distribuía observando critérios que priorizavam, nesta 
ordem: 
1. Pagamento do serviço da dívida pública e compras oficiais do governo; 
2. Importações consideradas essenciais para a indústria; 
3. Remessas de lucros e dividendos das empresas; 
4. Importações em consignação2 e atrasados comerciais. 
Esse rígido controle cambial, que vigorou até 1934. não foi suficiente para evitar o aumento da 
taxa de câmbio, e o mil-réis (moeda vigente na época) perdeu mais de metade de seu valor 
de 1930 para 1931. 
O câmbio desvalorizado e a escassez de divisas culminaram no acúmulo de atrasados 
comerciais. 
O cenário político também era turbulento. Getúlio Vargas assumia a Presidência da República 
em 1930, logo após a revolução de 1930, dando início à Era Vargas, com o chamado Governo 
Provisório. 
 
1 A Ordem do Progresso, Marcelo de Paiva Abreu. 
2 Nesse tipo de importação, grosso modo, o bem é importado e depois é, obrigatoriamente, exportado. 
Do ponto de vista de uma política cambial restritiva, a moeda estrangeira utilizada na importação retorna 
posteriormente, provavelmente em maior montante, na exportação. 
Celso Natale
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1.1 Políticas Econômicas 
De acordo com Celso Furtado, considerado o principal autor sobre o período, as políticas 
econômicas adotadas no início dos anos 1930, principalmente como resposta à crise, foram de 
natureza expansiva, ou seja, utilizou-se da política fiscal de aumento dos gastos para estimular a 
demanda agregada. 
Isso antes mesmo de Keynes publicar sua teoria, que ficou famosa por prescrever essa tática em 
período de demanda retraída. 
Esse estímulo à demanda combinado com a dificuldades para importar (moeda desvalorizada + 
controle de importações), acabou por estimular a utilização da capacidade produtiva 
previamente instalada, direcionando a demanda para a produção interna. O estímulo da 
demanda diante de potencial ocioso, como sabemos, permite o crescimento do PIB no curto 
prazo sem provocar inflação. 
A indústria nacional contava com esses fatores favoráveis, mas também era favorecida pela 
imposição, por parte do Governo Provisório, de que determinadas matérias-primas só poderiam 
ser adquiridas de produtores nacionais, especialmente aquelas cujas indústrias possuíam 
capacidade ociosa. 
Claro que do ponto de vista do consumidor, essas proteções à indústria nacional têm uma 
desvantagem, que se na forma de preços mais elevados para os bens “protegidos” pelas 
barreiras, que poderiam, na ausência delas, adquirir por preços menores do exterior. 
De toda forma, o controle cambial é apontado por Marcelo Paiva de Abreu como o principal 
mecanismo de proteção à indústria nacional. 
Ainda de acordo com Marcelo de Paiva Abreu, os impactos da Grande Depressão foram 
rapidamente superados pelo Brasil, cujo produto real teve queda de “apenas” 5,3% em 1931, 
considerado o pior ano da crise, relativamente pouco para a maior crise da história do 
capitalismo, e apresentou crescimento de 4,3% já em 1933, e de 9% em 1934. 
Nos demais países que mantinham relações comerciais com o resto do mundo, principalmente 
os desenvolvidos, a recuperação foi bem mais lenta. 
Mas o principal motivo para a rápida recuperação do Brasil, de acordo com os principais autores, 
foram as políticas econômicas do governo relacionadas ao café (sim! Ele de novo). 
O Governo Provisório, financiado pelo Banco do Brasil e por tributação sobre a exportação, 
comprava estoques enormes de café e depois os destruía. Isso lá pelo meio de 1931. Como a 
demanda por café era bastante inelástica, essa política de redução da oferta de café provocava 
aumento nos preços internacionais proporcionalmente maior em relação à redução do volume, 
além de a tributação onerar mais os consumidores (inelásticos) do que os produtores. 
A partir de 1933 a política ganhou ainda mais forma, quando foram determinados que quase 
metade (40%) das colheitas de café de 1933 e 1934 seriam destruídas, e o restante seria 
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igualmente dividido para retenção pelo governo e livre negociação. A política vigorou, com 
pequenas alterações, até 1943. 
Além disso, houve perdão parcial da dívida dos cafeicultores com o governo em 1933, com 
concomitante renegociação do saldo restante, de 50% do valor nominal original. 
Voltando à indústria nacional, diante desse conjunto de fatores favoráveis, observou-se que, após 
queda de 9% entre 1928 e 1930, estagnação em 1931-1932, o produto industrial cresceu 10% 
ao ano entre 1932 e 1939. Enquanto isso, a participação das importações na oferta total (a 
preços de 1939) caiu de 45% em 1928 para 25% em 1931 e 20% em 19393.3 Abreu, Marcelo. A Ordem do Progresso Edição Atualizada (p. 86). Elsevier Editora Ltda.. Edição do 
Kindle. 
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2 CRESCIMENTO ECONÔMICO NO GOVERNO CONSTITUCIONAL (1934-1937) 
Iniciaremos esta parte da aula, novamente, avaliando o 
cenário externo no período que ficou conhecido como 
o Governo Constitucional da Era Vargas, no qual o 
presidente eleito, ainda que não pelo voto popular, 
Getúlio Vargas exerceu o cargo sob as limitações ao 
poder executivo impostas pela Constituição Federal de 
1934, que foi considerada um grande avanço em 
direção à democratização do país. 
No sentido econômico, o rígido controle cambial, que havia sido instituído em decorrência do 
esgotamento das reservas e do aumento da taxa de câmbio, foi atenuado no segundo semestre 
de 1934, após um relatório emitido pelo banco central dos Estados Unidos (FED NY), que 
concluiu que não havia motivo para alteração nas políticas comerciais, caso o controle cambial 
fosse abandonado. 
Com isso, as divisas obtidas com exportações foram liberadas do controle, ainda que 
parcialmente, quebrando, após 3 anos, o monopólio cambial do Banco do Brasil. 
O novo controle cambial ainda exigia que parte das divisas cambiais (cerca de 1/3) fossem 
vendidas ao Banco do Brasil a uma taxa oficial, para pagamento da dívida externa do governo 
brasileiro. 
Mesmo com isso, o Brasil voltou a acumular reservas, permitindo que mesmo esse controle 
relativamente menor fosse relaxado, proporcionando remessa de lucros (o que atrai capital) e 
diminuição dos controles de importação, apesar de provocar oscilação no câmbio para 
exportações entre 1935 e 1937, a cada mudança nos critérios. 
A economia brasileira cresceu em torno de 8% ao ano entre 1934 e 1937, embora a 
agricultura tenha apresentado desempenho aquém dos demais setores, especialmente 
em comparação com a indústria: enquanto o produto agrícola aumentou cerca de 3% ao 
ano no período, o produto industrial cresceu mais de 11% ao ano. 
Enquanto nos anos iniciais da década a estrutura das exportações manteve-se inalterada, a partir 
de 1934 a importância das exportações de café declinou, resultado da queda dos preços de café 
e, em especial, da notável expansão das exportações de algodão. 
 
 
 
 
 
Celso Natale
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3 ESTADO NOVO (1937-1946) E A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL 
Mais um capítulo da Era Varga, o Estado Novo, também chamado Terceira República Brasileira 
e caracterizado pela centralização do poder, nacionalismo, anticomunismo e por seu 
autoritarismo, foi um regime político brasileiro instaurado por Getúlio Vargas no final de 1937, 
vigorando até o início de 1946. 
O período que visitamos agora engloba a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), uma das 
maiores catástrofes da história, sem dúvidas – mas que resultou em crescimento da economia do 
Brasil e melhora na balança comercial. (Falaremos mais sobre os resultados da guerra na próxima 
aula.) 
Vargas instituiu o Estado Novo em um pronunciamento em rede 
nacional, no qual afirmou que o regime tinha como objetivo 
"reajustar o organismo político às necessidades econômicas 
do país". Novamente, vemos a economia sendo utilizada como 
pretexto para uma grande mudança política, como costuma ser, 
para bem ou para mal. 
Deixo a parte política para outros professores. Vamos falar em economia... 
 
3.1 O Processo de Substituição de Importações (PSI) 
Como vimos, devido à crise de 1930, a economia agroexportadora, fundada no café e atrelada 
a importações de produtos manufaturados estrangeiros, entrou em colapso. Este processo 
trouxe algum desenvolvimento industrial e, principalmente, a noção de que era necessário 
adotar novo modelo que fosse capaz de superar os problemas do Balanço de Pagamentos, 
sempre que o setor exportador não apresentasse bom desempenho. 
O presidente Getúlio Vargas foi quem implementou a transição definitiva de uma economia 
agroexportadora para uma economia urbano-industrial moderna. Designado como 
industrialização por substituição de importações (inicialmente o objetivo era produzir 
internamente produtos industriais antes importados), esse período, ideologicamente, passou a 
ser conhecido como Nacional Desenvolvimentista. 
A ideia era superar as restrições externas por meio da produção doméstica de bens 
anteriormente importados, ainda que isso onerasse o consumidor com preços mais elevados. 
Além disso, buscava-se tornar a matriz de exportações mais diversificada, reduzindo a 
dependência da balança comercial de bens primários. 
Teorizava-se que o Estado deveria lançar mão de um protecionismo na indústria nacional, 
adotando: 
• Elevação das tarifas aduaneiras; 
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• Desvalorização real do câmbio; 
• Controle de câmbio e de importação. 
O governo Vargas, principalmente após a implantação de seu regime ditatorial chamado Estado 
Novo, passa a intervir de maneira pesada na atividade econômica, de forma que o Estado deixa 
de ser mero regulador da atividade econômica para iniciar um papel deliberado de provedor de 
bens e serviços direcionados ao processo de industrialização por substituição de importações, 
em particular ao estabelecimento de uma indústria de base (ferrovias, rodovias, siderurgia, 
energia, aço, entre outros). 
Vejamos agora quais foram algumas das medidas adotadas por Getúlio Vargas, a fim de tornar 
viável a transição de uma economia agroexportadora para uma economia industrial: 
• Política fiscal e monetária de fundo heterodoxo: a ortodoxia é uma corrente econômica 
de pensamento clássico e defende, entre outras coisas, a não intervenção estatal na 
economia. A heterodoxia, por sua vez, é uma corrente de cunho keynesiano e marxista 
que defende, entre outras coisas, a intervenção estatal na economia. Como Getúlio Vargas 
interveio intensamente na Economia Brasileira no período nacional-desenvolvimentista 
(criou empresas estatais, órgãos reguladores, manipulou a taxa de câmbio para 
desestimular as importações etc.), sua política é considerada heterodoxa. 
 
• Política agressiva e sistemática de substituição de importações: Getúlio Vargas tentou 
implantar a autonomia da indústria nacional, de forma que ela produzisse os produtos 
necessários ao mercado interno. Assim, o incentivo era no sentido de suprir a demanda 
interna de bens manufaturados. Por esse motivo, essa industrialização substituidora de 
importações foi um processo fechado (voltado para o abastecimento do mercado interno; 
e dependente de medidas que protegessem a indústria nacional dos concorrentes 
externos). 
 
• Política industrial voltada para os setores de bens de consumo não duráveis: como o 
objetivo da industrialização ora implementada era o de substituir os produtos importados 
pelos nacionais, o foco da produção nacional foi voltado para estes produtos, que eram 
de consumo não duráveis (indústria têxtil, calçados, alimentos, bebidas etc.). 
 
• Captação e distribuição da poupança: para implantação da industrialização, era 
necessário um sistema financeiro que possibilitasse a utilização de recursos da poupança 
para o financiamento da economia. Este financiamento foi realizado pelo governo, através 
do Banco do Brasil, através do sistema financeiro público. Desta forma, o sistema 
financeiro não era diversificado. 
 
• Planejamento econômico e criação de empresas estatais: 
conforme vimos nos itens acima, é claramente notável que 
houve todo um planejamento econômico de Getúlio Vargas 
a fim de desenvolver a indústria nacional. Outro fator 
importante foi a criação de empresas estatais que seriam 
responsáveis pelo desenvolvimento da indústria de base, 
importantíssima para a geração da infraestrutura básica, em 
especial, transportes e energia. Dentre as empresas estataiscriadas, podemos citar: 
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Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), 
Companhia Nacional de Álcalis (CNA), hidrelétricas etc. 
Nos anos do governo Vargas, houve considerável desenvolvimento industrial e econômico do 
país. Entre 1933 e 1939, a economia brasileira cresceu a um ritmo de 5% anuais. 
Entre 1940 e 1945 (os anos da Segunda Guerra Mundial), cresceu a 3,6% ao ano, período em 
que ocorreu também recuperação da Balança Comercial, que passou a se tornar superavitária 
graças à elevação das exportações para os países aliados. 
A diversificação da estrutura produtiva no período permitiu uma alteração considerável na 
estrutura de arrecadação fiscal do país, o imposto sobre importações, que representava 32% do 
total arrecadado em 1939 passou para 12%. Já o imposto sobre a renda passou de 9% para 27%. 
Apenas para encerrarmos o assunto, pode-se afirmar que esse tipo de industrialização, que ficou 
conhecido como substituição de importações, tinha como característica o fato de ser uma 
industrialização fechada, que respondia a desequilíbrios externos e era realizada por partes. 
Esta industrialização podia ser considerada fechada por dois motivos: 
1. Era voltada para dentro, isto é, visava ao atendimento do mercado interno. Não tinha 
qualquer objetivo de exportar; 
2. Dependia em boa parte de medidas que a salvaguardassem da concorrência externa 
(elevação de tarifas de importação, desvalorização cambial etc.). 
Ademais, o processo de industrialização por substituição de importações foi implantado por 
etapas. Segue abaixo a sequência destas etapas: 
I. Tudo começa com um estrangulamento externo (déficit na balança comercial decorrente 
de aumento no valor das importações, causando escassez de divisas internacionais); 
 
II. Para contrapor-se à crise cambial (déficits nas contas externas), o governo toma medidas 
para controlar essa crise (entre elas podemos destacar as desvalorizações cambiais e o 
aumento das tarifas de importação). Tais medidas acabam por proteger e impulsionar a 
incipiente indústria nacional preexistente, aumentando a competitividade e a 
rentabilidade da produção doméstica; 
 
III. Gera-se uma onda de investimentos nos setores substituidores de importação. Esta onda 
de investimentos faz aumentar a produção da indústria substituidora de importações, 
aumentando também a renda nacional e a demanda agregada; 
 
IV. Em função do crescimento da demanda e da renda, a população começa a importar 
outros produtos diferentes daqueles que foram produzidos pela indústria substituidora. 
Em geral este ritmo do crescimento das importações é mais rápido do que o crescimento 
das exportações. Assim, surgem novos déficits e nova crise nas contas externas (crises 
cambiais). Logo, o processo é retomado e retorna ao item I. A diferença é que a nova 
indústria substituidora terá que se desenvolver e produzir novos produtos, isto é, haverá 
mudança na pauta de produção. 
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Fica evidente que este estrangulamento externo funciona como um motor dinâmico do processo 
de substituição de importações. Assim, conforme o investimento e a produção avançavam em 
determinado setor, geravam-se pontos de estrangulamento em outros. 
A demanda pelos bens desses outros setores era atendida por meio de importações. Estas 
importações causavam estrangulamento, que devia ser combatido pela indústria substituidora, 
e assim por diante. 
Para tornar mais claro, veja o funcionamento no caso brasileiro: inicialmente, a indústria se 
concentrou na produção de bens de consumo não duráveis: roupas, calçados, tecidos, bebidas 
etc. A produção somente destes bens gerou estrangulamento, por exemplo, no setor de 
produção de bens de capital. Assim, tais bens tinham que ser importados. 
Com o passar do tempo, o aumento das importações destes bens de capital gerava um novo 
estrangulamento nas contas externas. A partir deste estrangulamento, a indústria substituidora 
deveria agora se voltar para a produção destes bens de capital, realimentando o ciclo. 
Dentro dessa lógica, caracteriza-se a industrialização por etapas. Isto é, o objetivo da 
industrialização por substituição de importações era sempre o de acabar com os pontos de 
estrangulamento que existissem; produzindo os bens que estavam sendo importados e que 
geravam este estrangulamento. 
Assim, a pauta de importações ditaria a sequência dos setores objeto dos investimentos 
industriais. 
É importante ressaltar que os estrangulamentos ocorrem nos dois sentidos. Ao começar a 
produzir internamente vestuário, por exemplo, faz-se necessário eliminar a dependência da 
importação de tecidos, ou a indústria nascente ficará exposta aos revezes internacionais e 
escassez de divisas. 
Por tudo dito acima, concluímos que a industrialização era fechada (voltada para dentro) e o 
seu motor dinâmico era o estrangulamento externo. 
 
 
 
 
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3.2 A crítica da Cepal e de Prebish 
Após o processo de industrialização brasileiro conhecido por 
substituição de importações, cabe pontuar um diagnóstico teórico 
realizado pela Comissão Econômica para o Desenvolvimento da 
América Latina (Cepal)4 e alguns economistas como Raul Prebish 
e Celso Furtado. 
Segundo a visão cepalina, existia uma especificidade no processo de 
desenvolvimento da América Latina, pois os países já estavam 
imersos em um contexto de desigualdade, ou seja, a relação 
comercial entre países desenvolvidos e em desenvolvimento é 
assimétrica e tem efeitos negativos sobre os últimos. 
Assim, os países subdesenvolvidos tendem a exportar bens 
primários com baixa elasticidade-preço e baixa elasticidade-renda da demanda e importam 
manufaturados que apresentam alta elasticidade preço da demanda. Nesta relação ocorre o que 
se chama de “deterioração dos termos de troca”5, em que as importações de um país sobem de 
preço em relação às exportações, sendo necessário um volume cada vez maior de exportações, 
para se manter o Balanço de Pagamentos equilibrado. 
Estes países exportadores de produtos primários estariam sempre vulneráveis a crises do 
Balanço de Pagamentos, além de que seus governos tendem a apresentar a maior parte de 
suas receitas tributárias vinculadas a impostos relacionados ao comércio exterior e, portanto, 
estariam sujeitos também a recorrentes crises fiscais. Segundo a Cepal, países exportadores 
tenderiam ainda a maiores taxas de desemprego e inflação. 
A solução seria um rompimento com o modelo agroexportador e a implementação da indústria, 
com o consequente deslocamento do centro dinâmico da economia do setor externo para o 
interno. 
 
 
 
 
 
 
 
4 A CEPAL é uma das cinco comissões regionais da ONU, criada em 1948, que tem como mandato o 
estudo e a promoção de políticas para o desenvolvimento da América Latina. 
5 Termos troca é a relação entre o preço dos bens importados em relação ao dos exportados. 
Celso Natale
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4 RESUMO 
► A Crise de 1929 abalou a economia mundial e as relações comerciais entre países, 
levando-os a passar por redução no volume de transações internacionais. Teve início o 
declínio da economia agroexportadora, fundada no café; 
► De acordo com Celso Furtado, as políticas econômicas adotadas no início dos anos 1930, 
utilizaram-se da política fiscal de aumento dos gastos para estimular a demanda agregada; 
► O Governo Provisório (1930-34) comprava estoques enormes de café e depois os destruía, 
a fim de bancar o preço do produto; 
► Como a demanda por café era bastante inelástica, essa política de redução da oferta de 
café provocava aumento nos preços internacionaisproporcionalmente maior em relação 
à redução do volume, além de a tributação onerar mais os consumidores (inelásticos) do 
que os produtores; 
► Governo Constitucional da Era Vargas [1934 - 1937]: 
o No sentido econômico, o rígido controle cambial, que havia sido instituído em 
decorrência do esgotamento das reservas e do aumento da taxa de câmbio, foi 
atenuado no segundo semestre de 1934; 
o Nos anos iniciais da década de 30 a estrutura das exportações manteve-se 
inalterada, mas a partir de 1934 a importância das exportações de café declinou, 
resultado da queda dos preços de café; 
► Estado Novo [1937 - 1946]: 
o Segundo Getúlio Vargas, o regime tinha como objetivo "reajustar o organismo 
político às necessidades econômicas do país"; 
o Até o início da década de 1930, a estrutura econômica brasileira era focada no 
modelo primário-exportador. Diante da pressão de uma redução drástica na 
capacidade de importar e com objetivos de nacionalização da economia, Getúlio 
Vargas deu início ao PSI - Processo de Substituição de Importações: 
o A ideia do PSI era superar as restrições externas por meio da produção doméstica 
de bens anteriormente importados. Ainda, buscava-se tornar a matriz de 
exportações mais diversificada, reduzindo a dependência da balança comercial de 
bens primários; 
o Vejamos algumas medidas adotadas por Vargas, para viabilizar a transição de uma 
economia agroexportadora para uma economia industrial: 
▪ Política fiscal e monetária de fundo heterodoxo: a heterodoxia defende, 
entre outras coisas, a intervenção estatal na economia. Como Getúlio Vargas 
interveio intensamente na Economia Brasileira no período nacional-
desenvolvimentista, sua política é considerada heterodoxa. 
▪ Política agressiva e sistemática de substituição de importações: a 
industrialização substituidora de importações foi um processo fechado 
(voltado para o abastecimento do mercado interno; e dependente de 
medidas que protegessem a indústria nacional dos concorrentes externos). 
▪ Política industrial voltada para os setores de bens de consumo não duráveis: 
objetivo era substituir os produtos importados pelos nacionais, sendo o foco 
da produção nacional voltado para estes produtos; 
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▪ Captação e distribuição da poupança: o financiamento da economia foi 
realizado pelo governo, via Banco do Brasil, através do sistema financeiro 
público; 
▪ Planejamento econômico e criação de empresas estatais: houve todo um 
planejamento econômico a fim de desenvolver a indústria nacional. Outro 
fator importante foi a criação de empresas estatais que seriam responsáveis 
pelo desenvolvimento da indústria de base; 
o O PSI tinha como característica uma industrialização fechada por dois motivos: 
▪ Era voltada para dentro, isto é, visava ao atendimento do mercado interno. 
Não tinha qualquer objetivo de exportar; 
▪ Dependia em boa parte de medidas que a salvaguardassem da concorrência 
externa (elevação de tarifas de importação, desvalorização cambial etc.). 
o O PSI foi implantado por etapas: 
• Tudo começa com um estrangulamento externo (déficit na balança 
comercial decorrente de aumento no valor das importações, 
causando escassez de divisas internacionais); 
• Para contrapor-se à crise cambial (déficits nas contas externas), o 
governo toma medidas para controlar essa crise (entre elas podemos 
destacar as desvalorizações cambiais e o aumento das tarifas de 
importação). Tais medidas acabam por proteger e impulsionar a 
incipiente indústria nacional preexistente, aumentando a 
competitividade e a rentabilidade da produção doméstica; 
• Gera-se uma onda de investimentos nos setores substituidores de 
importação. Esta onda de investimentos faz aumentar a produção da 
indústria substituidora de importações, aumentando também a renda 
nacional e a demanda agregada; 
• Em função do crescimento da demanda e da renda, a população 
começa a importar outros produtos diferentes daqueles que foram 
produzidos pela indústria substituidora. Em geral este ritmo do 
crescimento das importações é mais rápido do que o crescimento das 
exportações. Assim, surgem novos déficits e nova crise nas contas 
externas (crises cambiais). Logo, o processo é retomado e retorna ao 
item I. A diferença é que a nova indústria substituidora terá que se 
desenvolver e produzir novos produtos, isto é, haverá mudança 
na pauta de produção. 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Abreu, Marcelo. A Ordem do Progresso Edição Atualizada. Elsevier Editora Ltda.. Edição do 
Kindle. 
Alexandre Macchione Saes, Flavio Azevedo Marques de Saes. História Econômica Geral . Editora 
Saraiva. Edição do Kindle. 
Furtado, Celso. Formação econômica do Brasil. – Companhia das Letras, 2007. 
Giambiagi, Fabio. Economia Brasileira Contemporânea . GEN Atlas. Edição do Kindle. 
Gremaud, Amaury Patrick; Vasconcellos, Marco Antonio Sandoval de; Toneto Jr., Rudinei. 
Economia Brasileira Contemporânea. Atlas. Edição do Kindle. 
Jr., Caio Prado. História econômica do Brasil . Brasiliense. Edição do Kindle. 
Rosa Maria Marques e José Marcio Rego (ORGS.). Economia Brasileira. Editora Saraiva. Edição 
do Kindle. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
1. (2018/CEBRASPE-CESPE/CACD/Diplomata) 
Uma das principais preocupações da análise econômica é com a precificação no mercado. 
Muitas vezes, ela ocorre de maneira ineficiente e isso acarreta importantes consequências no 
funcionamento da economia. A respeito desse assunto, julgue (C ou E) o item a seguir. 
A tendência à deterioração dos termos de troca afetou as economias latino-americanas durante 
todo o século XIX em seu período agroexportador. Esse foi o motivo pelo qual o Brasil 
abandonou esse modelo na década de 30 do século XX em prol de uma política industrial que 
favorecia bens com forte desempenho no mercado internacional. 
Comentários: 
Conforme a crítica da Cepal, os países subdesenvolvidos tendem a exportar bens primários com 
baixa elasticidade-preço e baixa elasticidade-renda da demanda e importam manufaturados que 
apresentam alta elasticidade preço da demanda. 
Nesta relação ocorre o que se chama de “deterioração dos termos de troca”, em que as 
importações de um país sobem de preço em relação às exportações, sendo necessário um 
volume cada vez maior de exportações, para se manter o Balanço de Pagamentos equilibrado. 
Estes países exportadores de produtos primários estariam sempre vulneráveis a crises do 
Balanço de Pagamentos, além de que seus governos tendem a apresentar maior parte suas 
receitas tributárias vinculadas a impostos relacionados ao comércio exterior e, portanto, estariam 
sujeitos também a recorrentes crises fiscais. 
Segundo a Cepal, países exportadores tenderiam ainda a maiores taxas de desemprego e 
inflação. A solução seria um rompimento com o modelo agroexportador e a implementação da 
indústria, com o consequente deslocamento do centro dinâmico da economia do setor externo 
para o interno. 
De fato, isso se fez mais necessário mais do que nunca com a redução dos fluxos internacionais 
decorrentes da crise de 1929, levando à adoção do modelo PSI e à adoção de política 
industrial que favorecia bens demandados internamente. 
Gabarito: Errado 
 
2. (2017/CESPE-CEBRASPE/SEGER-ES/Analista Financeiro - Ciências Econômicas) 
 A crise dos anos 30 do século XX, por fragilizar o modelo agroexportador, evidenciou a 
necessidade de industrialização da economia como forma de superar as restrições externas e o 
subdesenvolvimento da economia brasileira. 
Comentários: 
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Devido à crise de 1930, a economia agroexportadora, fundada no café e atrelada a importações 
de produtos manufaturados estrangeiros, entrou em colapso. Este processo trouxe algum 
desenvolvimento industrial e, principalmente, a noção de que era necessário adotar novo 
modelo que fosse capaz de superar os problemas do Balanço de Pagamentos, sempre que o 
setor exportador não apresentasse bom desempenho. 
Segundo visão da CEPAL, países exportadores de produtos primários estariam sempre 
vulneráveis a crises do Balanço de Pagamentos, além de que seus governos tendem a apresentar 
maior parte suas receitas tributárias vinculadas a impostos relacionados ao comércio exterior e, 
portanto, estariam sujeitos também a recorrentes crises fiscais. Países exportadores tenderiam 
ainda a maiores taxas de desemprego e inflação. 
A solução seria um rompimento com o modelo agroexportador e a implementação da indústria, 
com o consequente deslocamento do centro dinâmico da economia do setor externo para o 
interno. 
Gabarito: Certo 
 
3. (2017/CESPE-CEBRASPE/CACD/Diplomata) 
Com respeito à economia brasileira da primeira metade do século XX, julgue o item seguinte. 
Simultaneamente à industrialização mais forte a partir de 1930, o estabelecimento da nova 
legislação trabalhista a partir de 1939, com o estabelecimento da justiça do trabalho, favoreceu 
a formação de sindicatos e a cooperação entre eles, com a consequente ocorrência de greves, 
que frequentemente forçavam a negociação salarial entre patrões e empregados, 
especialmente no período da Segunda Guerra Mundial. 
Comentários: 
A partir de 1937, Getúlio Vargas implementou o Estado Novo, assumindo poderes ditatoriais. 
Neste período, o número de greves foi significantemente reduzido. 
Portanto, apesar de a questão ser interdisciplinar, é muito difícil conciliar a ideia de um governo 
ditatorial com estímulo a forças paralelas e potencialmente antagônicas, como sindicados. 
Isso simplesmente não ocorreu durante o Estado Novo. 
Gabarito: Errado 
 
4. (2011/CESGRANRIO/TRANSPETRO/Economista Júnior) 
O avanço da industrialização brasileira, depois de 1930, foi consequência da(o) 
a) perda de competitividade do setor pecuário 
b) explosão demográfica no país 
c) alta do preço do café com a recessão mundial 
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d) processo de substituição de importações 
e) grande aumento da poupança interna 
Comentários: 
Os avanços iniciais da indústria brasileira são atribuídos à política de substituição de 
importações, conforme a alternativa “d”. Vejamos o erro das demais alternativas: 
A letra “a” está errada, pois não podemos falar em perda de competitividade do setor pecuário. 
Até faria sentido se a opção nos dissesse que o declínio da economia agroexportadora, fundada 
no café, escancarou a necessidade de o Brasil buscar um novo modelo econômico, agora 
urbano-industrial. Perceba então que “perda de competitividade” não foi o motivo para o 
declínio do café, mas sim a crise internacional e o anseio de reduzir a dependência externa. 
Certamente houve fortes movimentos demográficos, principalmente em períodos anteriores. 
Mas este não foi determinante para o avanço da industrialização brasileira. Por isso, a alternativa 
“b” está errada. 
A letra “c” está errada, pois a grande depressão derrubou a demanda internacional de café e, 
consequentemente, o preço. Inclusive, o governo Vargas adotou uma política de compra e 
queima do excedente de café, bancando o preço do produto. 
Diante da Crise de 29, houve redução (e não aumento) da poupança interna do Brasil, uma vez 
que a renda do país foi fortemente comprometida, principalmente com o declínio do seu 
principal produto à época: o café. Letra “e” incorreta. 
Gabarito: “d” 
 
5. (2009/CEBRASPE-CESPE/ANTAQ/Especialista em Regulação) 
A análise da evolução histórica da economia brasileira é essencial não apenas para a 
compreensão dos fenômenos cotidianos que a atingem, mas também, e sobretudo, para a 
percepção de suas vulnerabilidades. Acerca desse assunto, julgue o item a seguir. 
O acúmulo de saldos positivos na balança comercial brasileira, no início dos anos 40 do século 
passado, resultante da situação criada pela Segunda Guerra Mundial, foi essencial para o 
processo de industrialização brasileiro. 
Comentários: 
A eclosão da 2ª. Segunda guerra mundial resultou na perda dos mercados da Europa. A perda 
de mercados de exportação não foi integralmente compensada pelo aumento de exportações 
para os países aliados e neutros antes de 1942, resultando em diminuição do saldo comercial. 
(trecho retirado do livro “Bancos Oficiais no Brasil: Origem e Aspectos de seu Desenvolvimento”) 
Incorreta, portanto, a assertiva. 
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Ainda assim, à parte da análise do enunciado da questão, não podemos, de forma alguma, dizer 
que superávits foram essenciais à industrialização brasileira em qualquer período que seja. 
Apenas para exemplificar como a industrialização brasileira ocorreu independentemente do 
pressuposto da existência de superávits comerciais, relembremos o início efetivo da 
industrialização no Brasil: 
O início da industrialização brasileira se deu com o esgotamento do setor cafeeiro. Naquele 
período (crise de 1929/30), o Brasil incorria em sérios déficits comerciais, devido à redução dos 
preços e do volume de exportações de café. 
Como o valor das exportações havia reduzido sem que se alterasse o valor das importações, uma 
das soluções encontradas para solucionar a crise cambial (crise cambial=déficit no Balanço de 
Pagamentos) foi a industrialização como forma de substituir os produtos importados por 
produtos fabricados em solo nacional. 
Assim, concluímos que superávits comerciais não foram, em nenhum momento, essenciais para 
o desenvolvimento da indústria brasileira. É justamente o oposto. Pegue como exemplo a 
industrialização ocorrida na década de 1930: a industrialização naquela década teve o condão 
de amenizar os déficits comerciais incorridos na década de 20. 
Gabarito: Errado 
 
6. (2006/FCC/TCE-CE/Auditor) 
Caracterizava a atuação do Estado Desenvolvimentista no Brasil: 
a) Política explícita de subsídio agrícola ao setor primário exportador, visando a aumentar sua 
competitividade no exterior. 
b) Altas taxas de proteção aduaneira, com o objetivo de proteger a indústria interna nascente 
substituidora de importações. 
c) Alto grau de abertura para o exterior para usufruir as vantagens comparativas do país em 
relação aos produtos primários. 
d) Grandes obras de infraestrutura bem sucedidas com a utilização de volumes expressivos de 
capital estrangeiro, como por exemplo a Ferrovia do Aço. 
e) Preocupação excessiva com o nível de geração de emprego no setor industrial, incentivando 
os investimentos intensivos de mão-de-obra. 
Comentários: 
A industrialização substitutiva de importações e o processo de urbanização resultaram em 
mudanças estruturais de natureza econômica, de forma que o peso do setor industrial no PIB 
brasileiro se elevou em relação à agricultura. Não podemos falar em políticas de subsídio 
agrícola durante esse período, e devemos considerar a alternativa “a” errada. 
Em “b”, temos nosso gabarito, que descreve a política de substituição de importações conduzida 
durante praticamente toda a Era Vargas. Vale dizer que uma das características do PSI foi o 
crescimento do setor industrial voltado para o mercado interno, lançando mão de diversas 
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políticas, inclusive protecionistas,para desenvolver a indústria nacional e tornar a economia 
menos dependente da importação de bens industrializados e da exportação de bens primários. 
A letra “c” está errada, pois apesar de alguns momentos de maior abertura, o Estado 
Desenvolvimentista foi marcado por controle cambial e até mesmo, em alguns períodos, 
proibição de importações de bens produzidos nacionalmente. 
A ferrovia do aço foi concebida durante o Milagre Econômico, durante a década de 1970, e por 
isso a alternativa “d” está errada. 
Por fim, embora seja preocupação de todo governo, ao menos em discurso, a geração de 
emprego, o termo “preocupação excessiva” é inadequado, especialmente por não ser essa a 
prioridade do sistema. 
Gabarito: “b” 
 
7. (2005/CEBRASPE-CESPE/ANCINE/Especialista em Regulação) 
A respeito da teoria do desenvolvimento e sua relação com o setor cultural, julgue o item 
subsequente. 
O estrangulamento externo recorrente, ao gerar escassez de divisas, constituiu o motor 
dinâmico do programa de substituição de exportação, já que a proteção à indústria doméstica, 
realizada no âmbito desse programa, por meio da contração das importações e do aumento da 
rentabilidade da produção doméstica, atenuava, no curto prazo, as crises cambiais. 
Comentários: 
O processo de industrialização por substituição de importações foi implantado por etapas: 
I. Tudo começa com um estrangulamento externo (déficit na balança comercial, causando 
escassez de divisas internacionais); 
II. Para contrapor-se à crise cambial (déficits nas contas externas), o governo toma medidas 
para controlar essa crise (entre elas podemos destacar as desvalorizações cambiais e o aumento 
das tarifas de importação). Tais medidas acabam por proteger e impulsionar a incipiente 
indústria nacional preexistente, aumentando a competitividade e a rentabilidade da produção 
doméstica; 
III. Gera-se uma onda de investimentos nos setores substituidores de importação. Esta onda 
de investimentos faz aumentar a produção da indústria substituidora de importações, 
aumentando também a renda nacional e a demanda agregada; 
IV. Em função do crescimento da demanda e da renda, a população começa a importar outros 
produtos diferentes daqueles que foram produzidos pela indústria substituidora. Em geral este 
ritmo do crescimento das importações é mais rápido do que o crescimento das exportações. 
Assim, surgem novos déficits e nova crise nas contas externas (crises cambiais). Logo, o processo 
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é retomado e retorna ao item I. A diferença é que a nova indústria substituidora terá que se 
desenvolver e produzir novos produtos, isto é, haverá mudança na pauta de produção. 
Fica evidente que esse estrangulamento externo funciona como um motor dinâmico do processo 
de substituição de importações. 
Gabarito: Certo 
 
8. (2018/CEBRASPE-CESPE/ABIN/Oficial de Inteligência) 
A respeito da economia brasileira no século XIX, da crise de 1929 e do pós-guerra até o Plano 
de Metas do governo Juscelino Kubitschek, julgue o item a seguir. 
Um dos efeitos da depressão mundial na economia brasileira, nos anos 30 do século passado, 
foi a deterioração das relações de troca de produtos brasileiros no mercado internacional, isto 
é, o aumento nos preços dos produtos exportados e a queda nos preços dos produtos 
importados pelo Brasil. 
Comentários: 
Apesar de estar correta quanto à piora nos termos de troca, a questão inverte o conceito: para 
que haja piora nos termos de troca, precisamos estar falando em queda no valor das exportações 
ou aumento no valor das importações. 
Gabarito: Errado 
 
9. (2016/CEBRASPE-CESPE/DPU/Economista) 
Com relação à estrutura da economia brasileira do período colonial até o processo de 
substituição de importações, julgue o item que se segue. 
A resposta do governo brasileiro à depressão no mercado mundial do café consistiu na 
diversificação da pauta exportadora, que se baseou, sobretudo, no açúcar e nos minérios. 
Comentários: 
As ações do governo brasileiro foram fundamentais para atenuar os efeitos da grande depressão 
de 1929. Através de uma forte política fiscal expansiva, o governo estimulou a demanda 
agregada, atuando sobre o nível de renda e de emprego. Autores afirmam que o governo 
brasileiro utilizou uma típica política keynesiana, isto antes da publicação da obra de Keynes - 
Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, de 1936. 
A política consistia basicamente em compra e queima do excedente de café, bancando o preço 
do produto. O financiamento dessas operações se deu basicamente através de emissão 
monetária e tributação das exportações. Com isso o governo conseguiu atenuar os efeitos da 
crise sobre o setor exportador, que era o principal da economia, tendo efeitos sobre toda a 
cadeia produtiva nacional. 
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Além disso, neste período, houve considerável crescimento da indústria brasileira. Este 
crescimento, entretanto, deu-se através do processo de substituição de importações, que era 
voltado para dentro e não tinha qualquer incentivo exportador. 
Gabarito: Errado 
 
10. (2015/CEBRASPE-CESPE/CACD/Diplomata) 
A respeito da economia brasileira nos séculos XIX e XX, julgue (C ou E) o item subsequente. 
Foi fator decisivo na recuperação da economia brasileira a partir de 1933, após grave crise, a 
opção do governo de Getúlio Vargas de adotar uma política de caráter ortodoxo, com a 
contração dos gastos públicos, a redução da emissão de moeda e o abandono da defesa do 
setor cafeeiro. 
Comentários: 
A opção do governo de Getúlio Vargas frente à crise de 1929 foi de adotar uma política de 
caráter heterodoxo. 
O governo utilizou de ferramentas para estimular a demanda agregada que estava muito 
enfraquecida devido à depressão, praticando políticas fiscal e monetária expansionista. 
A grande depressão derrubou a demanda internacional de café e, consequentemente, o preço. 
Com isso, os estoques de café brasileiro se elevaram consideravelmente. O governo Vargas, 
adotou uma política de compra e queima do excedente de café, bancando o preço do produto. 
O financiamento dessas operações se deu basicamente através de emissão monetária e 
tributação das exportações. 
Com isso o governo conseguiu atenuar os efeitos da crise sobre o setor exportador, que era o 
principal da economia, tendo efeitos sobre toda a cadeia produtiva nacional. Alguns autores 
consideram que foi implementada uma política de cunho keynesiano, isto antes da publicação 
da Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, de 1936. 
Gabarito: Errado 
 
11. (2015/VUNESP/PREF SP/Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental) 
A política de defesa do setor cafeeiro nos anos da Grande Depressão 
a) foi uma reação ao protecionismo americano. 
b) representou um fomento da renda nacional. 
c) fazia parte de uma política de substituição de importações. 
d) foi inspirada na Teoria Geral de Keynes. 
e) foi contrária às políticas implementadas pelo Instituto do Café nos anos 20, que mantiveram 
o equilíbrio entre oferta e demanda. 
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Comentários: 
Essa questão foi retirada do livro “Formação Econômica do Brasil”, de Celso Furtado. Vejamos: 
“O que importa ter em conta é que o valor do produto que se destruía era muito inferior ao 
montante da renda que se criava. Estávamos, em verdade, construindo as famosas pirâmides que 
anos depois preconizaria Keynes. Dessa forma, a política de defesa do setor cafeeiro nosanos da 
grande depressão concretiza-se num verdadeiro programa de fomento da renda nacional. 
Praticou-se no Brasil, inconscientemente, uma política anticíclica de maior amplitude que a que 
se tenha sequer preconizado em qualquer dos países industrializados”. 
Portanto, a política de defesa do café após a grande depressão foi, sem dúvidas, um fomento à 
demanda agregada e, consequentemente, à renda nacional. Entretanto, tal fato ocorreu antes 
da publicação da Teoria Geral de Keynes, apesar de seu alinhamento com a proposta dessa 
teoria. Com isso, já temos que a letra “d” está errada e a “b” é o nosso gabarito. Veja o erro das 
demais alternativas: 
Os EUA reduziram a importação do café brasileiro em virtude da Grande Depressão, e não como 
uma medida protecionista. Por isso a letra “a” está errada. 
O principal foco da atuação do Estado brasileiro nos anos 1930 foi a política de defesa do setor 
cafeeiro, mas esta não fazia parte da política de substituição de importações. Na verdade, foi a 
política de defesa do setor cafeeiro que teve como um de seus resultados fomentar o processo 
de industrialização do país. Isso se mostrou fundamental para o chamado “deslocamento do 
centro dinâmico da economia”. Letra “c” está errada. 
O Instituto Brasileiro do Café viria a ser criado nos anos 50, por esse motivo a letra “e” já estaria 
errada. Ainda, o programa de defesa do café se deu com a criação do Conselho Nacional de 
Café (1931). Portanto, a implementação da política de defesa do setor cafeeiro foi de acordo 
com Conselho Nacional de Café. 
Gabarito: “b” 
 
12. (2011/FMP/TCE-RS/Auditor Público Externo - Ciências Econômicas) 
Indique a opção que completa corretamente as lacunas da assertiva a seguir. 
A crise de _______________________ modificou profundamente o processo evolutivo da 
economia brasileira, dando lugar ao chamado processo de substituição de importações com o 
deslocamento do elemento essencial da atividade econômica para _______________________. 
a) 1945 / a expansão das importações 
b) 1970 / o milagre econômico 
c) 1929 / o mercado interno 
d) 1945 / o mercado interno 
e) 1929 / a expansão das exportações 
Comentários: 
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Vamos preencher as lacunas. 
A crise de 1929 modificou profundamente o processo evolutivo da economia brasileira, dando 
lugar ao chamado processo de substituição de importações com o deslocamento do elemento 
essencial da atividade econômica para o mercado interno. 
É o processo de substituição das importações. 
Gabarito: “c” 
 
13. (2010/CESGRANRIO/BR/Profissional Júnior - Economia) 
A crise econômica mundial, que começou em 1929, teve consequências vitais para a economia 
brasileira, como o(a) 
a) aumento da importância do setor agroexportador do café. 
b) aumento do preço do café e da capacidade de financiar investimentos industriais. 
c) início da industrialização do país, financiada pelo excedente da economia do café. 
d) início do processo inflacionário brasileiro, associado à recessão mundial. 
e) escassez de divisas, dificuldades de importar e aceleração da substituição de importações. 
Comentários: 
Apenas o conjunto de fatos elencados na alternativa “e” está de acordo com os efeitos da crise 
de 1929 na economia brasileira. As demais alternativas apresentam “efeitos contrários” ao que 
realmente aconteceu: 
A letra “a” está errada porque a crise de 1929 resultou no declínio da economia agroexportadora, 
fundada no café. Da mesma forma, o Brasil incorria em sérios déficits comerciais, devido à 
redução dos preços e do volume de exportações de café. Letra “b” também está errada. 
O Governo comprava e queimava o excedente de café, a fim de bancar o preço do produto. Não 
havia condições de a industrialização ser financiada por um setor que estava em declínio. Letra 
“c” está incorreta. 
A alternativa “d” se contradiz, uma vez que a recessão tende a reduzir a pressão inflacionária. 
Basta ver o que ocorreu com o preço do café, que despencou. 
Gabarito: “e” 
 
14. (2009/CEBRASPE-CESPE/CACD/Diplomata) 
No que se refere à industrialização brasileira antes da Segunda Guerra Mundial, julgue (C ou E) 
o item subsequente. 
A crise de 1929 proporcionou maior influxo de investimentos estrangeiros no Brasil. 
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Comentários: 
A grande depressão de 1929, a maior crise que o sistema capitalista já conheceu, trouxe severas 
consequências para a economia brasileira, na medida em que houve redução significativa dos 
preços de exportação e interrupção do influxo de capitais estrangeiros. 
Tanto o comércio internacional, como o fluxo de investimentos e capitais entre países foram 
reduzidos significantemente com a Grande Depressão. 
Gabarito: Errado 
 
15. (2009/CEBRASPE-CESPE/CACD/Diplomata) 
No que se refere à industrialização brasileira antes da Segunda Guerra Mundial, julgue (C ou E) 
o item subsequente. 
A desvalorização cambial provocada pela crise de 1929 encareceu as importações de máquinas 
e equipamentos, o que resultou em declínio considerável da produção da indústria brasileira 
na década de 30 do século XX. 
Comentários: 
A assertiva está correta em afirmar que houve desvalorização cambial no período posterior à 
crise de 1929. Erra, entretanto, ao afirmar que resultou em declínio considerável da produção da 
indústria brasileira na década de 30. 
Como vimos, a década de 1930 foi um período marcado pelo avanço do setor industrial 
brasileiro através da política de substituição de importações. 
Gabarito: Errado 
 
16. (2009/CEBRASPE-CESPE/CACD/Diplomata) 
Em Formação Econômica do Brasil, Celso Furtado analisa os efeitos diretos e indiretos da crise 
de 1929 sobre a economia brasileira. Segundo o autor, a política de defesa do setor cafeeiro 
implementada no período teria favorecido a rápida recuperação da economia: “É, portanto, 
perfeitamente claro que a recuperação da economia brasileira que se manifesta a partir de 1933 
não se deve a nenhum fator externo e sim à política de fomento seguida inconscientemente no 
país e que era um subproduto da defesa dos interesses cafeeiros”. 
Com relação à economia brasileira no período posterior à crise de 1929, assinale a opção que 
apresenta afirmativa consistente com a análise de Celso Furtado acima resumida. 
a) As alterações na política de defesa do setor cafeeiro introduzidas a partir da crise de 1929 
tiveram como principal objetivo manter relativamente estável a demanda agregada pelos bens 
produzidos internamente, evitando-se, assim, a acumulação de estoques indesejados e a 
consequente redução nos níveis de produção. 
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b) Dificuldades de importação associadas à conjuntura de crise nos países industrializados 
impediram o crescimento da produção industrial brasileira nos anos 30 do século passado, 
retardando o processo de industrialização no Brasil. 
c) A alta elasticidade-renda dos principais produtos brasileiros de exportação, associada à 
recuperação dos países industrializados, promoveu crescimento significativo dos saldos 
positivos na Balança Comercial brasileira a partir de 1936. 
d) De acordo com Celso Furtado, a alta elasticidade-preço da demanda pelo café permitiu 
aumento das receitas dos cafeicultores, a despeito de queda substancial nos preços do café. 
e) Os efeitos da política de defesa dos cafeicultores sobre o mercado cambial provocaram 
aumento na demanda dos brasileiros por bens produzidos internamente, incentivando o 
processo de substituição de importações na década de 30 
Comentários: 
Embora divirjam quanto aos canais pelos quais aspolíticas de defesa do café foram transmitidas 
para a indústria, se pelo câmbio ou pelo estímulo à demanda agregada, concorda-se que o 
resultado foi o aumento da demanda por bens produzidos internamente, culminando no 
processo de substituição de importações nos anos 1930. Por esse motivo, está correta a letra “e”. 
Vejamos os erros das demais alternativas: 
A letra “a” está errada porque o objetivo da política de defesa do setor cafeeiro era sustentar os 
preços internacionais do café, e não manter a demanda agregada interna. Além disso, foi 
justamente a partir do processo de substituição de importações que teve início o crescimento da 
industrialização brasileira. Por isso, está errada também a letra “b”. 
As letras “c” e “d” estão erradas porque a demanda do café possuía baixa elasticidade em relação 
ao preço e à renda, fazendo com que mudanças na oferta tivessem papel relativamente maior 
sobre o comportamento dos preços do produto. Justamente por esse motivo que o seu consumo 
não crescia proporcionalmente ao aumento da renda dos consumidores nos países 
importadores (como costuma ser com bens primários). 
Gabarito: “e” 
 
17. (2008/CEBRASPE-CESPE/CACD/Diplomata) 
A crise deflagrada nos Estados Unidos da América no último trimestre de 1929 afetou as 
políticas econômicas implementadas e o desempenho da economia brasileira. Acerca desse 
tema, julgue (C ou E) o item seguinte. 
Os efeitos da crise mundial sobre o comércio externo brasileiro não permitiram ao Governo 
Provisório qualquer interferência no mercado cambial brasileiro. 
Comentários: 
Pelo contrário. Rígidos controles cambiais foram instalados a partir de 1930. 
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Gabarito: Errado 
 
18. (2008/CEBRASPE-CESPE/CACD/Diplomata) 
A crise deflagrada nos Estados Unidos da América no último trimestre de 1929 afetou as 
políticas econômicas implementadas e o desempenho da economia brasileira. Acerca desse 
tema, julgue (C ou E) o item seguinte. 
No Brasil, a manutenção de uma política de defesa do setor cafeeiro, a despeito das alterações 
introduzidas em sua implementação na década de 1930, contribuiu para minorar os efeitos 
adversos da crise de 1929 sobre a renda nacional. 
Comentários: 
Isso pode ser considerado verdade, uma vez que a economia brasileira se recuperou muito 
rapidamente da crise mundial, atribuindo-se as políticas de estímulo à demanda e ao controle 
cambial o crescimento da economia já a partir de 1932. 
Gabarito: Certo 
 
19. (2008/CEBRASPE-CESPE/CACD/Diplomata) 
A crise deflagrada nos Estados Unidos da América no último trimestre de 1929 afetou as 
políticas econômicas implementadas e o desempenho da economia brasileira. Acerca desse 
tema, julgue (C ou E) o item seguinte. 
Durante o período de recessão mundial, as atividades voltadas para o mercado interno 
brasileiro não cresceram, dada a inexistência de capacidade ociosa para o aumento da 
produção, entre outras condições desfavoráveis. 
Comentários: 
Isso não é verdade, simplesmente. A existência de capacidade ociosa na produção foi o que 
permitiu crescimento real no período, por meio de estímulos à demanda. 
Gabarito: Errado 
 
20. (2019/CEBRASPE-CESPE/SLU DF/Analista - Economia) 
Acerca do processo de industrialização e das mudanças por ele trazidas para a economia 
brasileira, julgue o item a seguir. 
O processo de industrialização por substituição de importações, ao usar o protecionismo contra 
importações e a resultante reserva de mercado, trouxe preços elevados aos consumidores de 
bens envolvidos no processo. 
Comentários: 
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Do ponto de vista do consumidor, a proteções à indústria nacional levada a cabo durante o 
processo de substituição de importações, de fato, significaram preços mais elevados para os 
bens “protegidos” pelas barreiras, que poderiam, na ausência delas, adquirir por preços 
menores do exterior. 
Gabarito: Certo 
 
21. (2018/CEBRASPE-CESPE/ABIN/Oficial de Inteligência) 
A respeito da economia brasileira no século XIX, da crise de 1929 e do pós-guerra até o Plano 
de Metas do governo Juscelino Kubitschek, julgue o item a seguir. 
Após a Segunda Guerra Mundial, a política econômica brasileira visou incrementar as taxas de 
crescimento econômico e evitar manter a dependência da exportação de produtos primários. 
Comentários: 
A questão faz, corretamente, referência ao processo de substituição de importações, quando o 
governo lançou mão de diversas políticas, inclusive protecionistas, para desenvolver a indústria 
nacional e tornar a economia menos dependente [1] da importação de bens industrializados e 
[2] da exportação de bens primários, em coerência com a crítica cepalina. 
Gabarito: Certo 
 
22. (2018/FCC/TCE-RS/Auditor Público Externo - Ciências Econômicas) 
 “A profundidade do desequilíbrio externo fez com que a maior parte dos governos adotasse 
uma série de medidas tendentes a defender o mercado interno dos efeitos da crise do mercado 
internacional. Medidas que consistiriam basicamente em restrições e controles das 
importações, elevação da taxa de câmbio e compra de excedentes ou financiamento de 
estoques, visando antes defender-se do desequilíbrio externo do que estimular a atividade 
interna. No entanto, o processo de industrialização que se iniciou a partir daí encontrou, sem 
dúvida alguma, seu apoio na manutenção da renda interna, resultante daquela política.” 
O extrato acima, de autoria da economista Maria da Conceição Tavares, apresenta-nos as bases 
da dinâmica 
a) da chamada industrialização clássica. 
b) da planificação sobre a industrialização latino-americana. 
c) da industrialização induzida pelas restrições governamentais às exportações. 
d) do processo de industrialização por substituição de importações. 
e) da industrialização orientada para as exportações. 
Comentários: 
A questão trata do cenário mundial em 1929, quando, após a Grande Depressão e os problemas 
que ela causou nos balanços de pagamentos de diversos países, iniciou-se, em alguns deles, 
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inclusive no Brasil, o processo de industrialização por substituição de importações, ainda que o 
objetivo inicial fosse controlar o câmbio e obter divisas para pagamento da dívida externa. 
Gabarito: “d” 
 
23. (2017/CEBRASPE-CESPE/CACD/Diplomata) 
Com respeito à economia brasileira da primeira metade do século XX, julgue o item seguinte. 
O processo de industrialização por substituição de importações não significava simplesmente a 
troca de produtos importados por seus equivalentes produzidos nacionalmente, eliminando as 
importações, mas implicava também a mudança na pauta das importações, a qual ocorria não 
só em um setor da pirâmide produtiva, mas em vários níveis simultaneamente, a fim de tentar 
fugir de desequilíbrios da cadeia produtiva. 
Comentários: 
A questão está correta, e faz referência ao processo de estrangulamento relacionado à 
substituição de importações, que funciona como um motor dinâmico, ao estimular toda a cadeia 
produtiva. Assim, conforme o investimento e a produção avançavam em determinado setor, 
geravam-se pontos de estrangulamento em outros setores. 
Como exemplo, temos o brasileiro: inicialmente, a indústria se concentrou na produção de bens 
de consumo não duráveis: roupas, calçados, tecidos, bebidas etc. 
A produção somente destes bens gerou estrangulamento, por exemplo, no setor de produção 
de bens de capital. Assim, tais bens tinham que ser importados. 
Com o passar do tempo, o aumento das importações destes bens de capital gerava um novoestrangulamento nas contas externas. A partir deste estrangulamento, a indústria substituidora 
deveria agora se voltar para a produção destes bens de capital, realimentando o ciclo. 
Dentro dessa lógica, caracteriza-se a industrialização por etapas. Isto é, o objetivo da 
industrialização por substituição de importações era sempre o de acabar com os pontos de 
estrangulamento que existissem; produzindo os bens que estavam sendo importados e que 
geravam este estrangulamento. 
Assim, a pauta de importações ditaria a sequência dos setores objeto dos investimentos 
industriais. 
É importante ressaltar que os estrangulamentos ocorrem nos dois sentidos. Ao começar a 
produzir internamente vestuário, por exemplo, faz-se necessário eliminar a dependência da 
importação de tecidos, ou a indústria nascente ficará exposta aos revezes internacionais e 
escassez de divisas. 
Gabarito: Certo 
 
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24. (2017/CEBRASPE-CESPE/CACD/Diplomata) 
Com respeito à economia brasileira da primeira metade do século XX, julgue o item seguinte. 
O Brasil tinha indústrias tradicionais no começo do século XX, as quais, dado seu baixo nível de 
produtividade, eram insuficientes para dar à atividade interna um dinamismo próprio, 
motivando o modelo de desenvolvimento então vigente como “voltado para fora”. 
Comentários: 
Isso está correto. Devido à incipiência da indústria brasileira no início do século XX, o país era 
altamente dependente da exportação de bens primários, com menção honrosa ao café. 
Por esse motivo, as políticas econômicas eram primordialmente voltadas “para fora”, ou seja, 
para a exportação de bens primários e importação de bens industrializados. 
Gabarito: Certo 
 
25. (2016/CEBRASPE-CESPE/DPU/Economista) 
Com relação à estrutura da economia brasileira do período colonial até o processo de 
substituição de importações, julgue o item que se segue. 
No período econômico subsequente à Primeira Guerra Mundial, a estrutura industrial que se 
desenvolveu no Brasil era predominantemente formada por indústrias leves. 
Comentários: 
Até a década de 30, predominava a indústria leve, de bens de consumo, voltada para o 
abastecimento do mercado interno brasileiro. O setor industrial pesado e mais sofisticado foi 
desenvolvido a partir da Era Vargas, com a criação de indústrias dos setores de energias e de 
base. 
Gabarito: Certo 
 
26. (2016/CEBRASPE-CESPE/DPU/Economista) 
Com relação à estrutura da economia brasileira do período colonial até o processo de 
substituição de importações, julgue o item que se segue. 
O crescimento da produção industrial ocorrido no período de substituição de importações foi 
sustentado, principalmente, pela necessidade de atendimento do excesso de demanda 
ocorrido no mercado europeu. 
Comentários: 
No processo de substituição de importações, o objetivo era produzir internamente produtos 
industriais antes importados. A ideia era superar as restrições externas por meio da produção 
doméstica de bens anteriormente importados. 
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O foco da produção seria voltado para aqueles produtos que eram importados àquela época. 
Sua principal característica era o fato de ser uma industrialização fechada, que respondia a 
desequilíbrios externos e era realizada por partes. 
Uma das principais características do processo era ser voltada para dentro, isto é, visava ao 
atendimento do mercado interno. Não tinha qualquer objetivo de exportar. Então, o processo 
não foi sustentado pela necessidade de atendimento do excesso de demanda ocorrido no 
mercado europeu. 
Gabarito: Errado 
 
27. (2014/FGV/ALBA/Técnico de Nível Superior - Economia) 
Com relação ao processo de substituição de importações (PSI), ocorrido no período de 1930 a 
1960, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa. 
( ) Uma das características do PSI foi o crescimento do setor industrial voltado para o mercado 
interno, dependente de medidas protecionistas. 
( ) Como reflexo do estrangulamento externo, investimentos foram feitos na indústria nacional 
para atender à demanda que antes era atendida por meio das importações. 
( ) O PSI gerou uma industrialização por etapas, cuja pauta de exportações determinaria a 
sequência dos setores que seriam alvo de investimentos. 
As afirmativas são, respectivamente, 
a) V, V e V. 
b) V, V e F. 
c) V, F e F. 
d) F, F e V. 
e) F, F e F. 
Comentários: 
A primeira afirmação define corretamente o PSI, que lançou mão de medidas protecionistas para 
desenvolver a indústria nacional e tornar a economia menos dependente da importação de bens 
industrializados e da exportação de bens primários. 
A segunda afirmação está correta, pois o objetivo da industrialização por substituição de 
importações era sempre o de acabar com os pontos de estrangulamento que existissem; 
produzindo os bens que estavam sendo importados e que geravam este estrangulamento. 
Assim, a pauta de importações ditaria a sequência dos setores objeto dos investimentos 
industriais. 
Apenas a terceira afirmação é falsa, embora não seja simples notar o erro. 
O correto, seria o seguinte: 
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30 
O PSI gerou uma industrialização por etapas, cuja pauta de exportações 
importações determinaria a sequência dos setores que seriam alvo de 
investimentos. 
 
Gabarito: “b” 
 
28. (2014/FGV/COMPESA/Analista de Gestão - Economista) 
Em relação ao processo de substituição de importações, analise as afirmativas a seguir. 
I. O processo ocorreu por meio de uma industrialização por etapas, sendo que o critério 
adotado seria a pauta de importações. 
II. O governo adotou medidas protecionistas contra empresas estrangeiras para o 
desenvolvimento da indústria nacional. 
III. Um dos pilares do plano foi o estrangulamento interno, em que a falta de oferta para atender 
a demanda interna levou ao aumento da demanda por importações. 
Assinale: 
a) se somente a afirmativa I estiver correta. 
b) se somente a afirmativa II estiver correta. 
c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
e) se nenhuma das afirmativas estiver correta. 
Comentários: 
De fato, os pontos de estrangulamento na pauta de importações determinavam os setores ou 
etapas industriais que receberiam investimentos, o que torna a primeira afirmativa correta. 
Também não pode haver dúvidas de que o governo, durante o PSI, adotou uma série de medida 
protecionistas, e de que a segunda afirmativa também está correta. 
Com isso, já temos o gabarito, mas vejamos onde está o erro na última alternativa. 
A FCC apenas fez o que outras bancas já fizeram também, trocando “interno” por “externo”, o 
correto seria dizer que um dos pilares do plano foi o estrangulamento externo, em que a falta 
de oferta para atender a demanda interna levou ao aumento da demanda por importações. 
Gabarito: “c” 
 
29. (2014/FCC/ALEPE/Analista Legislativo - Consultoria Legislativa) 
Seguem duas afirmações a respeito de um determinado modelo de desenvolvimento: 
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Na América Latina, a instabilidade econômica associada às monoculturas de exportação levou 
muitos países, quando de seus esforços de industrialização, a uma autarquia que marcou seus 
padrões de desenvolvimento 
PORQUE 
os processos substituidores de importação, adotados por esses países, constituíram uma 
estratégia de crescimento denominadacomo “voltada para dentro”, gerando forte redução de 
itens em suas pautas de importação. 
a) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
b) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
c) A primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa. 
d) A primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira. 
e) As duas afirmações são falsas. 
Comentários: 
A questão relaciona, corretamente, as duas afirmações. 
“Autarcia” (embora a forma mais usada, no Brasil, seja “Autarquia”) é como chamamos algo que 
depende de si mesmo, e é disso mesmo que trata o processo de substituição de importações: 
o país busca reduzir sua dependência de importações e exportações, buscando internalizar a 
produção de bens ao mesmo tempo em que diversificar os produtos que exporta. 
Gabarito: “a” 
 
30. (2013/CEBRASPE-CESPE/TCE-RO/Auditor de Controle Externo - Economia) 
Acerca da história econômica brasileira, julgue o item subsequente. 
Quando foi baseado no modelo de substituição de importações, o processo de industrialização 
brasileiro apresentava tendência à estagnação e à elevação dos preços. 
Comentários: 
A redação desta questão não foi muito clara. 
Ao ler o enunciado, ficamos com dúvida em relação a quando o processo apresentou tendência 
à estagnação e elevação dos preços. 
Quando foi implementada, a política de substituição de importações, no final da década de 30, 
a indústria brasileira estava estagnada, em termos potenciais, e a economia sofria com os efeitos 
da crise de 1929. 
Os anos 80, período que se encerrou a política de substituição de importações, também foi um 
período de estagnação econômica e alta inflação. Se pensarmos nestes dois períodos, a assertiva 
está correta e o processo de industrialização brasileiro apresentava tendência à estagnação e à 
elevação dos preços. 
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Dos anos 30 aos anos 80, entretanto, o Brasil apresentou em muitos momentos um crescimento 
econômico exuberante, com altas taxas anuais. Em virtude do exposto, penso que a questão 
poderia ser anulada. O gabarito, entretanto, foi considerado correto. 
Gabarito: Certo 
 
31. (2013/CEBRASPE-CESPE/ANTAQ/Especialista em Regulação) 
A respeito das mudanças e da evolução da economia brasileira, julgue o item. 
A industrialização brasileira sustentou-se, inicialmente, nos mercados urbanos, que se formaram 
a partir da produção de bens duráveis, com alta relação capital-produto, antes importados. O 
processo se deu em função da acumulação de capital e não pela demanda de bens de 
consumo, para isso contribuindo a produção e exportação agrícolas, o que está em consonância 
com a hipótese cepalina, da suficiência do mercado interno para a industrialização, dadas a 
renda gerada e a riqueza acumulada no meio rural. 
Comentários: 
A questão está errada, por mais de um motivo. Para começar, a industrialização brasileira 
começou pela produção de bens não duráveis, que é tipicamente o modelo inicial de indústria, 
por exigir menos em termos tecnológicos e possui baixa relação capital-produto. 
A produção de bens não duráveis é o primeiro estágio de uma indústria nacional e isso não 
ocorreu apenas no Brasil. 
Vejamos, senão, trecho do artigo de Viceconti, “O processo de industrialização brasileira”, 
publicado ainda em 1977: 
 “É sabido que a industrialização brasileira tomou um alento decisivo somente após 1930, 
quando a crise mundial de 1929 impossibilitou o país de continuar operando no tradicional 
modelo primário exportador. Nessa fase, iniciou-se a substituição, por produção interna, de 
alguns produtos anteriormente importados, notadamente os bens de consumo não-duráveis. 
Entretanto, a industrialização tornou-se especialmente importante no pós-guerra, quando 
começou a abranger as faixas de produção de bens de consumo duráveis, intermediários e de 
capital.” 
Além disso, o item ainda erra ao supor que o processo de industrialização se deu pela 
acumulação de capital e não pela demanda por bens de consumo. 
É o contrário: a crise de 1929 provocou uma queda brusca na capacidade de importar do Brasil 
e a intensificação do processo de industrialização se deu muito menos pela acumulação de 
capital do que pela necessidade de suprir a demanda interna. 
Gabarito: Errado 
 
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32. (2013/CEBRASPE-CESPE/MPU/Analista - Perícia - Economia) 
A industrialização substitutiva de importações e o processo de urbanização resultaram em 
mudanças estruturais de natureza econômica e social no cenário nacional. À luz de tal 
consideração, julgue o próximo item. 
Entre as mudanças estruturais está o grau de participação no PIB: o setor agrícola registrou 
aumento superior ao do setor industrial. 
Comentários: 
A industrialização substitutiva de importações e o processo de urbanização resultaram em 
mudanças estruturais de natureza econômica, de forma que o peso do setor industrial no PIB 
brasileiro se elevou em relação à agricultura. 
Com a industrialização substitutiva de importações, os bens antes importados passaram a ser 
produzidos internamente, o que levou ao desenvolvimento do setor industrial e ao consequente 
aumento de participação deste setor no PIB, frente ao setor agrícola. 
Gabarito: Errado 
 
33. (2012/CESGRANRIO/PETROBRAS/Profissional Júnior - Economia) 
Qual das características abaixo se refere ao processo de industrialização por substituição de 
importações que o Brasil vivenciou na década de 1930? 
a) Aumento do grau de concentração de renda, em função do investimento industrial ser 
intensivo em capital humano qualificado. 
b) Estímulo à poupança, o que viabilizou o financiamento de diversos investimentos, tanto 
estatais como privados. 
c) Estrangulamento externo, com aumento do valor das exportações, o que impulsionou a 
indústria nacional. 
d) Industrialização fechada, tendo como um de seus elementos a dependência de medidas 
protecionistas para a indústria nacional em relação à concorrência externa. 
e) Manutenção de um câmbio fixo, com o intuito de reduzir as incertezas e os riscos para o 
desenvolvimento da indústria nacional. 
Comentários: 
De fato, o processo foi marcado pelo fechamento da indústria para o comércio internacional, 
adotando-se medida protecionistas para desenvolver a indústria nacional, exatamente como na 
alternativa “d”. 
A alternativa “c” também merece comentários adicionais, pois descreve corretamente aquele 
que é considerado o motor do processo de substituição de importações: o estrangulamento 
externo. Contudo, ele foi decorrente do aumento no valor das importações, e não das 
exportações. 
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Por sua vez, a letra “a” está errada, pois inicialmente a indústria se concentrou na produção de 
bens de consumo não duráveis, que não exigiam mão de obra tão qualificada a ponto de agravar 
diferenças de renda. Na verdade, essa mão de obra era proveniente de atividades com pior 
remuneração. 
Vimos que, devido à Crise de 29, houve desestímulo à poupança, uma vez que a renda do país 
foi fortemente comprometida, principalmente com o declínio do seu principal produto à época: 
o café. Letra “b” incorreta. 
Por fim, os efeitos da Crise de 29 sobre o comércio externo brasileiro fizeram com que o Governo 
Provisório interferisse bastante no mercado cambial brasileiro, com rígido controle cambial (o 
governo determinava para que as divisas poderiam ser utilizadas), mas não podemos falar em 
regime de câmbio fixo. 
Gabarito: “d” 
 
34. (2011/CESGRANRIO/TRANSPETRO/Economista Júnior) 
Duas correntes de pensamento procuraram

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